Eu não gostei de Os Estranhos, que vi faz uma eternidade em Detroit (acho que em maio). e que estréia hoje no Brasil. Primeiro me intriguei com o trailer. Como assim, eles refilmaram Ils (Eles), um terror francês tão recente?! Ahn, não que eu tenha gostado de Ils. Os dois, Ils e Estranhos, sofrem do mesmo mal: até assustam durante um tempinho, antes da metade. Só que você fica se perguntando: “Sim, e?...”. E não é uma refilmagem. São apenas dois filmes parecidíssimos, se não vejamos: pessoas mascaradas atormentam um casal no meio da noite, sem nenhum motivo específico além do sadismo. E ambos os filmes são baseados em histórias reais, dizem. E não é nem a mesma história que os inspirou! (Veja os dois trailers e me diga se eles não são irmãos gêmeos separados no nascimento: o de Estranhos, aqui, mas saiba que ele mostra o final; e o de Ils, aqui).
Estranhos começa com uma legenda avisando que 1,4 milhão de crimes na América são de ordem violenta. O maridão perguntou: “Que América?”, e eu tive que responder: “Ué, a única que importa”. Em seguida vemos um casal num carro (Ils também abre com gente num carro). Não sabemos muito sobre o casal, apenas que não tá bem, porque o namorado tá nervosinho, e a Liv Tyler tá com uma lágrima escorrendo pelo rosto. Descobrimos que ele propôs casamento, e ela não aceitou “por não estar pronta”. Durante boa parte do filme, temos que acompanhar essa fossa do casal. Até que finalmente alguém bate na porta às quatro da madruga e alguma coisa acontece no meu coração. Qualquer batidinha nesse horário já é assustadora.
Mas o casal despacha a interrupção misteriosa e, pior: o namorado decide ir embora pra bem longe pra comprar cigarros. Deixa eu rebobinar: você está num lugar deserto, sem vizinhos, no fim do mundo, e alguém bate a sua porta de madrugada, e logo depois de alguém bater, você deixa sua namorada sozinha na casa? Bem que tu fez em dispensar o sujeito, Liv. Esse não é um bom partido, filha. Vai por mim. Antes do paspalhão voltar, ele liga pra Liv e ela lhe conta, assustada, que tem algo esquisito na jogada. E ele, deixem-me repetir, apesar de ter atendido à batida na porta de madrugada, não acredita na namorada. Ó, depois de ver isso, até fiz um pacto com o maridão: “se, algum dia, eu disser que vi um rosto em alguma janela da casa e que sumiu algo aqui dentro, você não discute comigo”. Ele disse: “Eu não fumo, e eu jamais conseguiria usar um celular enquanto dirijo”.
Num dado momento aparece o melhor amigo do bom partido citado acima. Este carinha é outra obra-prima em formação. Seu carro, com ele dentro, recebe uma tijolada. Ao invés de usar seu celular pra chamar a polícia (filmes como este e Violência Gratuita são a prova que celular não serve pra nada), ele sai do carro, entra na casa, vê que tá tudo bagunçado, nota que uma música horrenda tá tocando num toca-discos (porque senão não arranha, entende?)... e nem pra deligar a música? Daí ele anda pelos corredores bem quietinho, sem chamar pelo nome de quem ele conhece. Vamos recapitular com uma prova de múltipla escolha: imagina que você tá no seu carro, no meio de um lugar deserto, alta madrugada. Um tiro ou uma pedra estilhaça o vidro. Você: a) usa seu celular pra ligar pra polícia; b) pisa no acelerador e chispa dali prum lugar seguro; ou c) sai do carro e começa a andar na direção do tiro ou da pedra. Se você respondeu c, merece ser vítima num filme de terror, seu otário.
E olha que as máscaras só aparecem depois. No fundo, pensando bem, máscara é que nem batida na porta de madrugada: qualquer uma já assusta. As de Estranhos são brancas, pra combinar com o pálido rosto da Liv. Mas nada consegue ser mais aterrorizante que uma musiquinha cantada por uma criança no início. Pena que eu ache que não foi intencional. E mais não lembro do filme, porque faz muito tempo.
Estranhos começa com uma legenda avisando que 1,4 milhão de crimes na América são de ordem violenta. O maridão perguntou: “Que América?”, e eu tive que responder: “Ué, a única que importa”. Em seguida vemos um casal num carro (Ils também abre com gente num carro). Não sabemos muito sobre o casal, apenas que não tá bem, porque o namorado tá nervosinho, e a Liv Tyler tá com uma lágrima escorrendo pelo rosto. Descobrimos que ele propôs casamento, e ela não aceitou “por não estar pronta”. Durante boa parte do filme, temos que acompanhar essa fossa do casal. Até que finalmente alguém bate na porta às quatro da madruga e alguma coisa acontece no meu coração. Qualquer batidinha nesse horário já é assustadora.
Mas o casal despacha a interrupção misteriosa e, pior: o namorado decide ir embora pra bem longe pra comprar cigarros. Deixa eu rebobinar: você está num lugar deserto, sem vizinhos, no fim do mundo, e alguém bate a sua porta de madrugada, e logo depois de alguém bater, você deixa sua namorada sozinha na casa? Bem que tu fez em dispensar o sujeito, Liv. Esse não é um bom partido, filha. Vai por mim. Antes do paspalhão voltar, ele liga pra Liv e ela lhe conta, assustada, que tem algo esquisito na jogada. E ele, deixem-me repetir, apesar de ter atendido à batida na porta de madrugada, não acredita na namorada. Ó, depois de ver isso, até fiz um pacto com o maridão: “se, algum dia, eu disser que vi um rosto em alguma janela da casa e que sumiu algo aqui dentro, você não discute comigo”. Ele disse: “Eu não fumo, e eu jamais conseguiria usar um celular enquanto dirijo”.
Num dado momento aparece o melhor amigo do bom partido citado acima. Este carinha é outra obra-prima em formação. Seu carro, com ele dentro, recebe uma tijolada. Ao invés de usar seu celular pra chamar a polícia (filmes como este e Violência Gratuita são a prova que celular não serve pra nada), ele sai do carro, entra na casa, vê que tá tudo bagunçado, nota que uma música horrenda tá tocando num toca-discos (porque senão não arranha, entende?)... e nem pra deligar a música? Daí ele anda pelos corredores bem quietinho, sem chamar pelo nome de quem ele conhece. Vamos recapitular com uma prova de múltipla escolha: imagina que você tá no seu carro, no meio de um lugar deserto, alta madrugada. Um tiro ou uma pedra estilhaça o vidro. Você: a) usa seu celular pra ligar pra polícia; b) pisa no acelerador e chispa dali prum lugar seguro; ou c) sai do carro e começa a andar na direção do tiro ou da pedra. Se você respondeu c, merece ser vítima num filme de terror, seu otário.
E olha que as máscaras só aparecem depois. No fundo, pensando bem, máscara é que nem batida na porta de madrugada: qualquer uma já assusta. As de Estranhos são brancas, pra combinar com o pálido rosto da Liv. Mas nada consegue ser mais aterrorizante que uma musiquinha cantada por uma criança no início. Pena que eu ache que não foi intencional. E mais não lembro do filme, porque faz muito tempo.
23 comentários:
Duvido que haja um filme de terror produzido nos últimos 30 ou 35 anos que não tenha nenhum cliche do tipo "chuva, carro com problema (opcioal), entra na casa..."
Assisti "Scar" em 3D, semana passada (aniversário da companheira, a gente se liberou), um dos piores filmes que assisti na minha vida
http://www.omelete.com.br/cine/100016561.aspx
Celulares definitivamente não foram absorvidos pelo cinema. Só o Jack Bauer faz bom uso em 24 Horas. E olhe lá. E vc citou música de criança, já me veio imediatamente à cabeça o "lalalala" de Bebê de Rosemary. Pronto. Vou cantarolar essa a tarde toda.
Putz, quando eu vi a propaganda desse filme na TV, só consegui pensar: “ah não, outro remake de Funny Games?”. Tudo bem que gostei pra caramba do filme (uns três dias depois que vi; antes disso, eu tava muito perturbada pra emitir uma opinião), acho que o Haneke tem uma habilidade única de incomodar o espectador, de não se importar com a opinião de quem vê o filme, e eu admiro isso em um diretor. Só que aí eu pensei mais longe: Funny Games U.S. faz referência à Laranja Mecânica, o tempo todo. Isso, pra mim, é ok, eu adoro quando os filmes “dialogam” uns com os outros. Só que nesse “Os Estranhos”, o que me parece é que o cara quis fazer uma mistureba de filmes de terror de quinta (é, ninguém nunca viu máscaras antes, em Sexta-feira 13, Halloween...pfff) com o terror mais “atual” e “realista” (baseado em fatos reais, né? Sei não) de Funny Games. E me parece que não ficou bom (ainda não vi, e nem to com tanta vontade... se bobear, eu baixo e vejo em casa, pois não vou gastar grana em cinema pra ver isso não). Aí lembrei de um amigo muito engraçado que costuma dizer “se misturar, dá merda”. Parece que dá mesmo.
Aronovich:
Quando passa muito tempo acho que você não tem tempo de ler os útimos comentários de um post mais antigo devido aos seus inúmeros afazeres, portanto, como queria saber sua opnião, resolvi re-postar esses dois abaixo. Desculpe a chateação!
----------------------------------
Aronvich:
Ontem eu vi o Agente 86. Não sei se você já viu, mas se não, veja, pois, apesar do filme não ser tudo isso como comédia, tem uma cena antológica em que o Smart dança com uma mulher gorda. Garanto que você vai adorar. A mulher gorda é tratada com muita dignidade. Coisa rara em comédias.
20 de Novembro de 2008 00:16
Olha só a ironia Aronovich:
No Clube da Luta, o que o Norton/Pitt tentam fazer, que é explodir os prédios pra causar um colapso financeiro no mundo, foi conseguido agora, em 2008, e os investidores/jogadores conseguiram isso sem soltar nem um traque. O colapso financeiro foi causado simplesmente pela ganância. A imaginação dos roteiristas as vezes é bem ingênua.
20 de Novembro de 2008 09:50
sumi dos comentários mas leio sempre pelo feed, visse?
;o)
Gio, deixa eu ver se eu entendi... Vc e sua companheira aniversariante (feliz aniversário, Cris!) podiam ter visto qualquer filme e foram ver Scar?! Um filme entre desconhecido e abertamente meia boca? Pô, vc tá pior que o namorado do Estranhos, Gio! Vc tá devendo um outro presente pra Cris. Tadinha!
Tina, não gosto do Jack Bauer, e não gosto de celulares. Eles se completam.
A musiquinha de Bebê de Rosemary é bem assustadora, né? Às vezes é enjoativa tb. Espero que vc não fique cantarolando lalala perto da Mimi a tarde toda! Depois as pessoas têm uma gata arranhadora e não sabem porquê...
Srta. T, sério que vc achou que fosse um remake de Funny Games? Isso porque vc não viu o filme francês Ils! Eu gosto muito de Funny Games. Tem algumas coisas parecidas entre Estranhos e FG, mas muito pouco. Porque não há inteligência, não há uma discussão filosófica da violência... Pois é, quando escrevi sobre FG, algumas semanas atrás (o link tá no texto aqui do Estranhos), vários leitores falaram de Laranja Mecânica. Mas pra mim não rola. Não consigo ver muitas similaridades entre os dois! Não vejo muito desse diálogo entre Laranja e FG.
Olha, pra ser franca, Estranhos não é tão ruim. Não é o pior filme de terror dos últimos tempos nem a pau. Não é um Scars, por exemplo (ah, o Gio precisa pagar por isso!). Mas eles sacrificam demais da trama pra dar uns sustinhos à toa. O final é inexplicável. Ruim mesmo. Aliás, este deve ser um dos poucos filmes de terror que coloca uma das cenas finais na capa e no trailer! Tudo bem que o que importa em filme de terror é o clima, mais que a trama, mas contar o final é exagero.
Serge, pois é, eu não tenho tempo pra responder comentários em posts recentes, quanto mais em antigos. Sério, responder posts tá me levando MUITO tempo. Tô preocupada. Não tô escrevendo o próximo capítulo da tese. E tem dias em que eu tenho que decidir se respondo os comentários ou escrevo um post... Como resolver isso? Adoro responder os comentários, só falta tempo!
Mas vc faz bem em colocar um comentário de um post mais antigo aqui. Recomendo a todos que façam isso. Se bem que eu respondi os últimos comments de Clube da Luta.
Ahn, Serge, não gostei nem um pouco de Agente 86. Aliás, considero-o um filme gordofóbico. Leia a minha crítica que eu explico. Já vi gordas dizendo que Agente 86 é a favor dos gordos. Não por causa dessa cena que vc menciona mas porque o Steve Carell diz pro grandalhão “Big people are people too”. Eu acho uma fala muito pequena em comparação com o preconceito do filme.
Seu comentário sobre Clube da Luta é interessante. É verdade, quem precisa de bombas hoje em dia pra destruir empresas se os próprios investidores e donos de empresas conseguem fazer isso sozinhos?
Ah bom, Batata Naomi! Mas sinto falta dos seus comentários tb, chuif.
Acho que os filmes do Fred Kueguer tinham umas crianças birncando no começo e cantavam uma música, se não me engano.
É Aronovich; eu imagino como deve ser difícil responder todos os comentários com você faz. E o problema que, pelo menos eu, escrevo pelas suas respostas, aí fico te enchendo o saco. Obrigado pela atenção.
Eu achei que a cena da dança do Agente 86 fosse uma coisa boa para a imagem, e auto-imagem, das mulheres gordas. Parece que me enganei.
Lola, mais um caso de não vi e não gostei. Você faz um verdadeiro serviço de utilidade pública com suas críticas...
Bj
acho idiota este tipo de filme. isso nao existe e jamais vai existir. Uma perda de tempo da setima arte. abraços e blog e tri.
Lolinha
Só tenho a agradecer esses seus posts. Sempre me achei um cara moderno, pra frente e diferenciado em comparação ao bando de brucutus que sempre vejo a minha volta. Sou Aquariano e gay...
isso deve servir para provar que tenho uma postura mais de esquerda. Well... esses seus últimos posts tem servido pra eu fazer uma pequena "faxina" dentro de mim. É incrível como por mais que tentemos ser uma pessoa evoluída e sem preconceitos basta procurar um pouquinho lá dentro que facilmente encontraremos algum
pensamento podre e retrogrado. Nunca acusei a Luana de nada... sempre estive totalmente do lado dela nessa historia e costumo saber diferenciar muito bem quem está errado nesses últimos casos escabrosos que têm aparecido na
mídia recentemente. Lendo seu blog tenho me dado conta como a criação machista e preconceituosa que recebemos fica registrada dentro da gente naquela parte do nosso HD que não temos acesso e não dá para reformatar e apagar
tudo. Reconheço que existe uma voz interna que sempre solta um "também, da forma que ela se veste" ou um "ela merecia" quando eu menos espero.
Quero deixar bem claro que isso é involuntário e que, felizmente, consigo manter essa vozinha recolhida lá na insignificância dela.
Até deu pra eu me assustar um pouco em cenas como essa que vc postou, quando o mascarado macho aparece no escuro atrás dela, e em mais algumas outras poucas. E realmente, o cara sair e deixar a namorada sozinha depois de uma louca bater de madrugada na sua porta cheia das perguntas nada a ver é completa maluquice.
Só que, levando em conta o gênero de terror (mesmo que esse tenha mais suspense) de hoje em dia, até que esse foi melhor que muita porcaria que sai por aí. Com exceção de [REC], que dá medo de verdade.
Por isso que eu gostei de Os Estranhos. Tá longe de ser o melhor e até mesmo de entrar no top 10, 20, 30 de terror, mas dá pra engolir.
Anônimo, acho que sim, tb. Músicas de criança são sempre assustadoras, de certa forma, não acha?
Serge, não, vc não fica enchendo meu saco! Sério, não mesmo. Juro que ADORO responder comenários. Só falta tempo. Se o blog pudesse ser uma atividade que desse dinheiro, eu amaria fazer isso full time (quer dizer... já faço isso quase que full time, que meu orientador não me ouça!). Sobre a cena do Agente 86, não posso falar por todas as mulheres gordas. Eu não gostei. Ainda mais porque os homens têm que ajudar a levantá-la do chão no final. E porque, mais uma vez, incentiva a competição entre mulheres. As que infernizam a vida da mulher gorda, a julgar pelo filme, são as outras mulheres. Não todo o sistema, ou os homens, que são super bonzinhos... Até dançam com elas!
Babs, saiba que muitos leitores meus juram que vão ver os filmes de que falo mal só pra conferir...
Nos Canos, tem gente que gosta, né? Eu mesma de vez em quando fico com vontade de ver um filme terror ridículo.
Pablito, obrigada por colocar aqui sua mensagem. Vou copiar a parte do email que respondi pra vc, ok?
Que bom que meus posts têm te feito refletir um pouco. Acho que ninguém escapa de ser um pouco preconceituoso. É como vc falou, alguma coisa “fica registrada dentro da gente naquela parte do nosso HD que não temos acesso
e não dá para reformatar e apagar tudo”. A gente tem que ir lidando com o preconceito que encontramos dentro da gente aos pouquinhos. Analisando cada parte, se descobrindo, e consertando. Mas assim nos tornamos pessoas
melhores, sem dúvida. Mesmo as pessoas mais esclarecidas, com a maior boa vontade, já soltaram um preconceito involuntário. Na maior parte das vezes nem sabemos que é preconceito. Mas a gente aprende aos poucos. E é por isso que é importante ouvir outras vozes, ver com outros olhos - pra que apontem que o que pra gente parece banal é no fundo um preconceito.
Guxta, às vezes eu me excedo nas críticas e faço parecer que eu absolutamente detestei o filme. Geralmente não é o caso. Acho que, quando eu DETESTO mesmo um filme, eu escrevo isso com todas as letras. Nos outros casos, eu nem acho os filmes tão ruins. Foi assim com Estranhos. Dá pra vê-lo tranquilamente. Aquela cena na cozinha, com o cara por trás, é boa.
Puxa, tô com muita vontade de ver REC. Mas duvido que chegue aqui em Joinville. Tem mais chance do remake americano chegar antes. Droga! Droga! Droga!
Hola, Lola! Demorei mais vi "Os Estranhos" ontem, tá o comentário lá no meu blog. Não "desgostei" tanto quanto você, mas achei beeem meia-boca.
Não fique brava por termos nos ausentado essa semana. O bicho aqui tá pegando. Sem torturas por causa da falta, por favor.
Beijoo
Não assisti o filme ainda (e provavelmente nem vou), mas queria falar só uma coisinha sobre seus A, B e C. (acho até que já te disse em outra oportunidade).
Minha vó, toda vez que ouvia um tiro fora de casa, tinha a mania de sair para 'ver o que aconteceu'. Ela saía na rua, perambulava um pouquinho para ver onde tinha sido o acontecido e depois ficava no portão só esperando o desenrolar das coisas (pessoas saindo olhar, pessoas nas ruas conversando, pessoas voltando para suas casas depois do susto, etc). Eu não consigo pensar em ouvir um tiro (ou um super estrondo de qualquer coisa) e não ir olhar. Já está gravado dentro de mim isso desde pequenininha.
É claro que a casa da minha vó (uma quadra da minha) não era um lugar deserto, mas mesmo assim...
Postar um comentário