Sexta, quando publiquei o post sobre o estupro em Joaçaba, o número de visitas ao meu blog dobrou. Calculo que umas quatrocentas visitas tenham sido de rapazes procurando o vídeo. Não que isso seja novidade entre os Google Search que chegam aqui. Quase todo dia surge alguém buscando “cenas de estupro”, com variações como “cenas reais”, “estupro de mulheres”, “estupro de crianças”. Desconfio que o interesse desses homens em ver tais imagens não é sociológico. Eles não estão estudando ou criticando violência contra mulheres e crianças. Vamos ser realistas: são rapazes que querem se masturbar vendo a tragédia alheia. Conseguem sentir prazer assistindo a um estupro, real ou simulado. No caso de Joaçaba, o ânimo é ainda maior, porque eles sabem que existe uma filmagem de um crime que realmente aconteceu. Não que eles achem que é crime. Indo atrás do Google que manda alguns até o meu blog, fui parar num site jovem. Havia 131 mensagens, a maior parte de rapazes desesperados pra ver o vídeo. Implorando mesmo. Alguns para se divertirem, outros para poderem julgar por si próprios se houve o estupro.
Quer dizer, a maioria não precisa ver vídeo algum para já ter seu julgamento: “Estupro com 15 anos? Hahaha, conta outra!”. Incrível essa mentalidade. Eles acham que estupro é algo que só acontece com crianças? Que depois que nós mulheres crescemos, somos automaticamente libertadas dessa violência? Seria ótimo se fosse verdade. Muitas mensagens seguem essa linha: “Eu queria tá era lá comendo essa vagabunda. Onde já se viu uma safada de 15 anos sendo estuprada?”.
Só pra mostrar que essa não é a opinião de um único desajustado: “Se eu estivesse lá eu também comia ela”. Pra um dos poucos que criticam os estupradores, outro responde: “Cala a boca, se você estivesse lá ia querer traçar ela também. Os menos irresponsáveis nesse caso foram os caras”. No final das 130 mensagens surge a voz da verdade: “Bem galera, sou advogado. A corrupção de menores realmente não aconteceu, porque a moça já era bem corrompida. É claro que não foi estupro, mas em virtude dessa onda de que tudo é pedofilia, estão acabando com a vida daqueles meninos”. Só aparece uma mulher na discussão toda, revoltada com todos esses rapazes tão ansiosos em presenciar um estupro. Os poucos que lhe dão atenção dizem que ela está com inveja porque nunca esteve numa festinha dessas ou, se esteve, ninguém quis transar com ela (inveja por não ser estuprada!). Várias buscas que chegam aqui fazem essa confusão. Procuram “transa”, “sexo”, “suruba”em Joaçaba - não estupro.
No site jovem, um moço reclama que o absurdo não foi estupro, já que por lá ninguém acredita na versão da vítima mesmo, “absurdo é ninguém conseguir ver esse vídeo completo”. Não por isso: lá pelo meio aparece alguém oferecendo o vídeo por dez reais. Ele já inclui a propaganda enganosa em seguida: “Caramba... Muito massa, valeu. 10 reais bem dados”.
Não é preciso ser vidente pra apostar que, a esta altura, com tanta procura, já existam dezenas de vídeos pornôs se passando pelas imagens do estupro em Joaçaba (espero que o vídeo de verdade tenha sido removido pela polícia faz tempo). Mas um bando de meninos que não sabe distinguir sexo de estupro não vai ter inteligência pra perceber que todos os vídeos sobre o caso são falsos. Então eles ficam mais revoltados ainda, porque as moças do vídeos que vêem não estão inconscientes (porque deve ser menos excitante, meio necrófilo, estuprar alguém que não se mexe). Aí o comentário é desse nível: “Estupro uma ova! Ela é que estuprou eles!”.
A Elyana, além de apontar que essa procura toda pelo vídeo é influência da pornografia, ainda pôs um link excelente pra artigos do Robert Jensen, um estudioso americano. Pretendo escrever mais sobre ele, mas por enquanto só quero recomendar o trailer de um documentário sobre pornografia e seus efeitos. O ponto do filme, aparentemente, é que a pornografia atual - que vem se tornando cada dia mais misógina - apenas reflete o que a sociedade pensa sobre sexualidade feminina. Isso bate perfeitamente com um dos comentários do site brasileiro: “Essa menina aí de Joaçaba é uma baita vadiazinha, como todas”. Como será que o guri chegou a essa conclusão? Transando com as “vadiazinhas”, sendo rejeitado por elas, ou vendo filmes pornôs, que ele trata como a pura realidade e sua única forma de educação sexual?
Num seminário que realizou, Jensen diz (minha tradução): “Levou tempo até eu entender que o feminismo, mesmo o mais radical, não está enraizado no desprezo pelos homens, mas sim na fé que eles são seres humanos. [...] Quero que meu filho seja uma pessoa decente num mundo em que a decência é a norma. Não quero que meu filho seja um homem. Quero que seja um ser humano. Meu filho chegou a este mundo como um ser humano. Ele merece a chance de manter essa humanidade, como todos nós. E se não encontrarmos uma forma de permitir que nossos meninos façam isso, temo que nossas meninas não tenham mesmo chance”. Neste mesmo seminário, Jensen cita Andrea Dworkin, uma “feminista radical” contra a pornografia. Numa palestra que Dworkin deu em 1983, chamada “Quero uma Trégua de 24 Horas durante as quais Não Haverá Estupros”, ela falou a um grupo de homens: “Não acho que estupro seja inevitável ou natural. Se eu acreditasse nisso, não teria motivo para estar aqui. Vocês já pensaram por que nós mulheres não entramos em combate armado contra vocês? Não é porque haja uma falta de facas de cozinha. É porque acreditamos na humanidade de vocês, contra todas as evidências”.
Depois de ler os 130 comentários do site brasileiro, eu só posso perguntar: acreditamos?
UPDATE em 2011: Os jovens foram condenados. O estuprador pegou sete anos de cadeia, mas em regime semiaberto.
Quer dizer, a maioria não precisa ver vídeo algum para já ter seu julgamento: “Estupro com 15 anos? Hahaha, conta outra!”. Incrível essa mentalidade. Eles acham que estupro é algo que só acontece com crianças? Que depois que nós mulheres crescemos, somos automaticamente libertadas dessa violência? Seria ótimo se fosse verdade. Muitas mensagens seguem essa linha: “Eu queria tá era lá comendo essa vagabunda. Onde já se viu uma safada de 15 anos sendo estuprada?”.
Só pra mostrar que essa não é a opinião de um único desajustado: “Se eu estivesse lá eu também comia ela”. Pra um dos poucos que criticam os estupradores, outro responde: “Cala a boca, se você estivesse lá ia querer traçar ela também. Os menos irresponsáveis nesse caso foram os caras”. No final das 130 mensagens surge a voz da verdade: “Bem galera, sou advogado. A corrupção de menores realmente não aconteceu, porque a moça já era bem corrompida. É claro que não foi estupro, mas em virtude dessa onda de que tudo é pedofilia, estão acabando com a vida daqueles meninos”. Só aparece uma mulher na discussão toda, revoltada com todos esses rapazes tão ansiosos em presenciar um estupro. Os poucos que lhe dão atenção dizem que ela está com inveja porque nunca esteve numa festinha dessas ou, se esteve, ninguém quis transar com ela (inveja por não ser estuprada!). Várias buscas que chegam aqui fazem essa confusão. Procuram “transa”, “sexo”, “suruba”em Joaçaba - não estupro.
No site jovem, um moço reclama que o absurdo não foi estupro, já que por lá ninguém acredita na versão da vítima mesmo, “absurdo é ninguém conseguir ver esse vídeo completo”. Não por isso: lá pelo meio aparece alguém oferecendo o vídeo por dez reais. Ele já inclui a propaganda enganosa em seguida: “Caramba... Muito massa, valeu. 10 reais bem dados”.
Não é preciso ser vidente pra apostar que, a esta altura, com tanta procura, já existam dezenas de vídeos pornôs se passando pelas imagens do estupro em Joaçaba (espero que o vídeo de verdade tenha sido removido pela polícia faz tempo). Mas um bando de meninos que não sabe distinguir sexo de estupro não vai ter inteligência pra perceber que todos os vídeos sobre o caso são falsos. Então eles ficam mais revoltados ainda, porque as moças do vídeos que vêem não estão inconscientes (porque deve ser menos excitante, meio necrófilo, estuprar alguém que não se mexe). Aí o comentário é desse nível: “Estupro uma ova! Ela é que estuprou eles!”.
A Elyana, além de apontar que essa procura toda pelo vídeo é influência da pornografia, ainda pôs um link excelente pra artigos do Robert Jensen, um estudioso americano. Pretendo escrever mais sobre ele, mas por enquanto só quero recomendar o trailer de um documentário sobre pornografia e seus efeitos. O ponto do filme, aparentemente, é que a pornografia atual - que vem se tornando cada dia mais misógina - apenas reflete o que a sociedade pensa sobre sexualidade feminina. Isso bate perfeitamente com um dos comentários do site brasileiro: “Essa menina aí de Joaçaba é uma baita vadiazinha, como todas”. Como será que o guri chegou a essa conclusão? Transando com as “vadiazinhas”, sendo rejeitado por elas, ou vendo filmes pornôs, que ele trata como a pura realidade e sua única forma de educação sexual?
Num seminário que realizou, Jensen diz (minha tradução): “Levou tempo até eu entender que o feminismo, mesmo o mais radical, não está enraizado no desprezo pelos homens, mas sim na fé que eles são seres humanos. [...] Quero que meu filho seja uma pessoa decente num mundo em que a decência é a norma. Não quero que meu filho seja um homem. Quero que seja um ser humano. Meu filho chegou a este mundo como um ser humano. Ele merece a chance de manter essa humanidade, como todos nós. E se não encontrarmos uma forma de permitir que nossos meninos façam isso, temo que nossas meninas não tenham mesmo chance”. Neste mesmo seminário, Jensen cita Andrea Dworkin, uma “feminista radical” contra a pornografia. Numa palestra que Dworkin deu em 1983, chamada “Quero uma Trégua de 24 Horas durante as quais Não Haverá Estupros”, ela falou a um grupo de homens: “Não acho que estupro seja inevitável ou natural. Se eu acreditasse nisso, não teria motivo para estar aqui. Vocês já pensaram por que nós mulheres não entramos em combate armado contra vocês? Não é porque haja uma falta de facas de cozinha. É porque acreditamos na humanidade de vocês, contra todas as evidências”.
Depois de ler os 130 comentários do site brasileiro, eu só posso perguntar: acreditamos?
UPDATE em 2011: Os jovens foram condenados. O estuprador pegou sete anos de cadeia, mas em regime semiaberto.
71 comentários:
Puts, dá vontade de chorar. Onde vamos parar? Ah, claro, se a garota não é mais virgem pode ser abusadapode sofrer abusos sexuais a vontade. Não existe estupro p/ não virgens. PQP!
O que teve de gente condenando a Eloá por ter começado a namorar com 12 anos, parece que beijou na boca, pronto, virou vagabunda.
Será q daqui a pouco vai ter energúmenos falando: "estupro? ela tinha 10 anos, conta outra?"
Desonra,JM Coetzee.
é o livroque estou lendo, o tema é exatamente esse, foi estupro? Quando é estupro? Quando não é? Qual é o comportamento da vítima, aqui e ali?
O caso é que ainda hoje as mulheres são vistas como responsáveis pela sexualidade, culpadas, não conheço o caso, não olhei os links,mas responsabilizar uma criança de 15 anos é perverso demais, covarde demais.Sem genaralizações, mas observando nossa sociedade,
tenho sempre a sensação que essa curiosidade desmedida, esse desejo de julgamento tem algo com o comportamento "voyer"que a televisão ensinou, você vê você julga, o final você decide, como se fosse possível achar que alguém escolhe ser estuprada.
Penso que ainda é preciso evoluir muito no quesito educação para a humanizacão. A evolucão tecnológica não nos modificou, a sociedade continua preconceituosa, moralista, maniqueísta, machista, como se controlar os instintos animais não fosse uma possibilidade para os homens. Me espanta é o uso do conhecimento das leis para tentar desqualificar o ocorrido, já que não se pode enquadrar quem se pronunciou, a OAB deveria "enquadrar "o senhor Advogado, só para dar o exemplo! Afinal ele deve ter uma família para o aplaudir.
PAola
Adorei seu blog. Sou paulista mas moro em Florianópolis há 16 anos. Tb tenho um modesto blog, faça uma visita. Agora que descobri seu blog vou passar mais por aqui. Um abraço
Não sei quanto a você Lola,mas eu a cada dia acredito menos.Sabe,quando a gente acha que a coisa vai pra frente, e parece que piora?não sei...eu me esforço mas não vejo esperança pra esse mundo.
Amada Lola,
Desde Quinta-feira passada que eu só consegui ler os comentários do blog, sem comentar. Uma coisa que me impressiona muito é a quantidade de respostas que o post sobre o estupro de Joaçaba provocou. Todas de pessoas chocadas com o acontecido sim, mas também solidárias e compassivas com a menina atacada. É evidente que o estupro e a violência mobilizam em nós mulheres medos e angustias que acreditávamos superados. Você vê como as leitoras que tem meninas pra criar como a Suzana Elvas, a Tina Lopes, a Chris advogada, a taia, e as outras que devo estar esquecendo ficam transpassadas de angústia ao ver o horror do comportamento que está aparecendo. E muitas outras como a marjorie, a elyana, a lila, a .m. a rosa salgueiro, a ashen lady, a Fátima, a kaka, a princesa, todas, todas querendo fazer alguma coisa pra acabar com situações como essa. Concordo com a Cris quando disse que você, minha filha, está dando um espaço em teu blog para discussões. O que "já é uma contribuição enorme para que as pessoas pensem, reflitam, se mobilizem e lutem por mudanças.” Temos que ter consciência, sim, que são momentos de mudanças, de transições, e que temos que pensar e discutir o mundo que queremos pra nossos filhos, nossos netos. Concordo com você quando disse que algo muito sério falhou na formação desses jovens. Como eles foram ser essas pessoas incapazes de sentimentos de consideração por outras pessoas, jovens como eles, colegas, vizinhas? Fazer mal de propósito? Onde estavam os pais nesses anos todos? Não quero disser que a culpa é dos pais, mas jovens não se transformam em criminosos de repente, da noite pra o dia. Pistas de comportamento errado vão aparecendo aqui e lá. Tem que saber enfrentar e falar clara e diretamente com os filhos. Querer saber onde vão, com quem andam, o que fazem, não é deixar de dar liberdade. E tem também que por limites, tem que saber dizer não. Tem que conversar a toda hora com os filhos. Desde crianças, eles adoram conversar com os pais. Nada melhor que conversar acerca da escola, dos coleginhas, dos amigos, acerca dos planos, dos desejos, das contrariedades. Tem que jogar jogos com as crianças, jogos desses de cartas, de tabuleiros. Os jogos ajudam a socializar e aprender limites, a esperar a vez, a conhecer regras. Ensinam a rir, a ganhar e perder. A conversar olho no olho. Sei que muitos pais e mães têm pouco tempo porque estão sempre trabalhando. Mas na casa, é sempre bom incorporar os filhos ao trabalho da casa, compartilhar cozinhar, lavar a roupa, fazer a limpeza da casa, lavar o carro, arrumar o jardim, dar banho no cachorro, meninas e meninos por igual. Não é só computador, gente, nem celular, nem televisão. É sentar pra desenhar, pintar com tintas, fazer coisas com argila. Tudo serve pra estar com as crianças, e conversar, conversar, conversar, contar histórias, contar a tua versão da história, comentar as notícias do mundo e da vida.
Me atrevo a falar tudo isso porque sei que aqui tem espaço pra isso. As pessoas que lêem o blog são pessoas especiais, sim. Tão especiais que até os moços são feministas. O Giovanni, o Cavaca, o Massegui, o felipe, o sergio, o vitor, e vai ver quantos outros, são homens de verdade como disse o cavaca, que sabem como tratar as mulheres que é com companheirismo, com carinho, com humor, de igual a igual. Acho sim, que temos que ter esperança em que as coisas melhorem, para que meninas que devem ser bem jovens –como a ollie, por exemplo- não fiquem trancadas em casa nem percam a liberdade de andar e se divertir. Mas também, como também disse a Lolla Moon, com cuidado, com muito cuidado, tentando conhecer as pessoas e conhecer quem vai ser amigo. Porque “a liberação feminina ainda não nos possibilitou ler as mentes alheias.” Pois, é, acho que falei muito. É que fico emocionada ao ver que a gente pode participar do debate de idéias. Beijos mil, minha filha. La Mamacita
Nossa, Lulu, enquanto tava escrevendo isto entrou esse post de agora. Mais tarde eu comento, agora tenho que sair.
é como eu sempre digo... eu, como psicóloga, deveria acreditar na transformação do ser humano... mas às vezes é tão difícil... :(
mudando um pouquinho de assunto, já q vc falou do Google Search... vc tem google analytics? por acaso ele tá funcionando direitinho? tô desconfiada q o meu tá com pau... ontem acusou 0 visitas, sendo q duas pessoas entraram e comentaram... (via msn)... estranho.
Oi La Mamacita!
Concordo 97 por cento com o que vc escreveu! Educar crianças começa no berço e não dá para contratar serviço terceirizado, tipo escola, Igreja, TV, papai Noel ou bicho-papão. É óbvio que isso não significa não fazer mais nada o dia todo a não ser ficar com a criançada, mas aproveitar o tempo junto ao máximo.
E se vc é a mãe da Lola, então a tua opinião é ainda mais importante, pq a Lola é um ótimo "cartão-postal" de educação bem sucedida, hehe.
Bjsss, vou fazer almoço.
Taia
eu vim parar aqui atraves de um link no blog da blogueira marjorie rodrigues.
eu moro fora do brasil e, pra te dizer a verdade, nao estou muito em contato com o que anda acontecendo por ai.
fiquei muuuuuito triste ao ler esse post. muito mesmo.
soh nao me sinto REVOLTADA porque eu ja passei por essa fase um tempo atras, quando olhei fundo nos olhos da nossa sociedade e o que vi que os seres humanos nao eram tao humanos quanto eu imaginava... isso me revoltou. e hoje em dia soh me resta a tristeza de constatar que tamanha brutalizacao do ser, que um dia foi humano, parece ser uma situacao meio que definitiva. e me resta tb a esperança de que um dia, pessoas como vc, como jensen e como muitas femisnistas serao maioria, tanto em discussoes no mundo virtual quanto no mundo real.
parabens pelo blog!
e por suas ideias.
a proposito, minutos antes de achar seu blog, fui checar meu email no yahoo.co.uk e encontrei uma materia no yahoo uma atriz que diz que qd ha um caso de estupro, geralmente a defesa escolhe mulheres para formarem o juri pois estas supostamente puniriam seu proprio sexo... enfim, a materia esta em ingles, nao sei se te interessa ler.
mas esta ai: http://uk.movies.yahoo.com/17112008/5/mirren-rape-storm-0.html
ate mais!
Parabéns pelo post Lola! Eu ainda não consigo me aprofundar tanto em pornografia pq sinceramente, não tenho estômago. Fico enojada demais.
Essa frase da Andrea Dworkin também me marcou bastante. É uma resposta ótima pra quem ainda pensa que feminismo é odiar homens.
Eu fico enojada com homens que agem assim. Enojada. Gostaria de pensar que eles não são maioria, mas sei que são muitos. E, sinceramente, isso me deixa bastante desesperançada com o mundo.
Em tempo: não acho que ver determinados tipos de pornografia seja algo necessariamente ruim. Dentro de quatro paredes, desde que seja consensual (por ambas as partes!), acho que vale tudo quanto o casal desejar. Logo, se o cara (ou a mulher
) vê pornografia em que ambas as partes pareçam concordar com o que fazem e haja respeito, tudo bem. Só que nós bem sabemos que há muitos filmes que não são assim. Rola uma misoginia fodida mesmo, o que reflete essa questão cultural contra a qual temos de lutar. Mais uma vez, gostaria de acreditar que a maioria dos homens NÃO gosta de ver esse tipo de coisa. Mas tme gente que gosta e não sabe o real impacto que esse gosto tem na sociedade. Se tivesse sido educado de maneira diferente, talvez não se excitasse com isso...
No entanto, ver uma cena de estupro, real ou encenada, na minha opinião, é doente. Não há cultura que explique. Excitar-se com a subjugação não-consentida de alguém, com a violência, com a humilhação... olha, isso simplesmente não pode ser normal (odeio a palavra "normal", mas nesse caso não achei outra melhor). Pode ser algum tipo de distúrbio psicológico, sei lá. Só sei que não entra na minha cabeça.
Quanto a essa coisa da mulher ser sempre considerada "responsável" pelo estupro, acho que é um reflexo da cultura de que a sexualidade da mulher é exagerada e perigosa para o homem.
Outro dia li um livro muito bom sobre, que relaciona essa cultura ao momento em que as sociedades humanas se sedentarizaram, formando cidades. Antes, quando os humanos eram nômades e viviam de caça e coleta, não havia distinção entre os sexos nem subjugação da mulher. A partir da sedentarização, surgiu o Estado e diversas outras instituições. Os homens que assumiram o controle dessas instituições não queriam perder seus postos para as mulheres. Utilizando a superioridade física, subjugaram as mulheres, deixando-as dentro de casa. Para isso, surgiu a cultura de que a sexualidade da mulher é perigosa e tem de ser freada (afinal, a mulher poderia influenciar o homem com seus "encantos"). Essa concepção da sexualidade feminina como perigosa e mágica já existia e, segundo o autor, deriva do bipedalismo. Nos quadrúpedes, o sexo da fêmea está exposto e o do macho, escondido. Em pé, é o contrário, o que dá ao macho humano uma sensação de desproteção. De pé, os homens não sentem os ferormônios. E a atividade sexual da mulher tb não está relacionada a um ciclo - ela pode fazer sexo quando puder, sem que o homem tenha um método para saber quando ela quer ou não. Então ele se sentiu inseguro e ameaçado. Com com base nisso, teve desculpa para a subjugação.
Resumindo era isso. Estou meio sem tempo, depois comento com mais detalhe (e lembro o nome do autor. O nome do livro era o homem imprevisto).
bjs
Lila, pois é, isso é barbárie: achar que mulheres não-virgens (e solteiras) são todas vagabundas. E fazer sexo forçado com elas não é estupro. É um direito de todo homem! PQP mesmo.
Sem dúvida, daqui a pouco, continuando neste ritmo, estarão dizendo “Ela já tinha 10 anos! Não era nenhuma santa!”. A idade da vítima (tanto da Eloá quanto dessa menina de Joaçaba) nem conta. O que conta é a experiência sexual que tinha. Só. E, lógico, ser mulher. Se fosse homem, ninguém estaria dizendo que o cara “mereceu” morrer/ser estuprado/whatever por não ser virgem!
Paola, valeu pela dica. Quero ler esse livro. Ah, não dei o link do site onde li os comentários porque fiquei ultrajada. Quer dizer, o site em si só dá a notícia do estupro, mas os comentários são esses que pincei. E são a vasta maioria! Concordo contigo que há muita influência da TV neste voyeurismo. Principalmente de Reality Shows! Como nos BBBs da vida a gente vê pessoas atuando mas fingindo que são “verdadeiras”, muita gente deve se confundir. Acho que começa a confundir ficção e realidade, sexo e estupro. E tem a vontade de julgar também. Mas nessas horas vejo como a pornografia tem uma influência muito negativa pra tantos jovens. Enfim, pra tantos homens, que acham que filme pornô é realidade, e que baseiam a sexualidade das mulheres no que vêem na pornografia. É perigoso isso.
E sim, é incrível como todos os nossos avanços tecnológicos ainda não se refletiram numa sociedade mais tolerante, mais justa, mais civilizada, mais igualitária, menos violenta. Quanto ao advogado, se é que ele é advogado mesmo, só parece ser mais um meninão querendo se exibir pra galera.
Iza, obrigada, apareça sempre. Dei uma passadinha no seu blog também. Abração!
Puxa, Princesa, o pior é que é verdade. Às vezes dá um desânimo... Parece que a situação tá piorando mesmo. Espero que seja só nossa impressão. E que todos esses jovens que escrevem coisas assim são pessoas boas na realidade. Mas... não, né? Sem chance.
Oi, mãe. Este deve ser o comentário mais longo que alguém já deixou. Claro que meus leitores e leitoras são especiais. Não deve aparecer por aqui muita gente que odeie as mulheres e seja intolerante, de modo geral, com todas as minorias. Porque este deve ser um blog muito chato pra essa gente. Mas eu fico torcendo pra que, sei lá, 5% (é muito?) dos 400 leitores que chegaram aqui na sexta procurando o vídeo, ou seja, 20 pessoas, tenha lido o post e refletido um tiquinho que fosse. Mas acho que estou me iludindo.
Eu fico imaginando como deve ser ainda mais terrível esse sentimento de impotência perante a violência pra quem tem filhas. E filhos também, ué, porque se eu tivesse um filho iria me culpar muito se soubesse que ele escreve as monstruosidades que esses meninos escrevem (não vou nem falar de realizar um estupro). A gente luta por direitos iguais faz tanto tempo. A minha geração, inclusive, já cresceu ouvindo que conquisamos tanta coisa... E hoje o que a nova geração mais ouve é que já conquistamos TUDO, por isso o feminismo não tem mais razão de existir. Mas como não? Por acaso a violência contra a mulher diminuiu? Por acaso as mulheres têm o mesmo espaço na política e nos cargos de comando de empresas quanto os homens? Por acaso as mulheres recebem o mesmo salário? Até algo que eu pensei que estivesse sepultado, que era a obsessão com a virgindade das meninas, descubro que continua firme e forte. Por isso, acho que discutir essas questões é muito importante. Mas gostaria que houvessem discussões assim em fóruns mais populares, como a TV. E a escola, a universidade!
Realmente não sei até que ponto dá pra culpar os pais. Claro que eles são responsáveis, mas existem muitos outros fatores, e alguns eu começo a achar que são mesmo deturpações genéticas. De repente o serial killer nasce sem uma parte do cérebro que lhe permite empatizar. Começo a achar que tem gente que nasce ruim, e é muito difícil de consertar.
Concordo com a sua lista de sugestões do que os pais deveriam fazer com os filhos, mãe. Abração!
Puxa, é mesmo, Lauren: vc como psicóloga precisa acreditar. E aí, o que a gente faz com esses jovens todos que escrevem tais atrocidades? Como mudá-los? Uma terapia em grupo FORÇADA me parece uma boa idéia. Sério! Dá pra forçar gente a fazer terapia?
Ah, eu tenho Google Analytics, mas faz muitos meses que não vejo. O Site Meter e o Extreme Tracking já me tomam tempo demais, porque eu os consulto mais do que devia. E eles variam muito! Acho que são bons aparelhos pra medir as nossas visitas, mas não dá pra confiar neles totalmente. Como que vc teve dois comentários e zero visitas é algo enigmático demais pra mim!
Taia, obrigada pelo elogio! Não sei se sou cartão postal de alguma coisa, mas eu gosto da minha vida e tento não maltratar ninguém. Que é muito mais do que se pode dizer dessa gente que escreve comentários como “ela mereceu ser estuprada” e “eu queria era estar lá pra participar”. Porque essa gente não deve gostar da própria vida, né?
June, que bom que vc veio parar aqui. Visitei o seu blog rapidinho e deixei um recado lá. Muito legal (o seu blog, não o recado). Fico feliz em ver uma pessoa tão revoltada quanto vc!
Ai, eu torço pra que essa tamanha brutalização do ser que vc menciona não seja definitiva. E que atinja apenas uma minoria, como se fosse um vírus a ser combatido. Mas que a parte contagiosa fosse o mutirão pra extipar esse vírus. (tá meio Matrix esse papo).
Pô, que horror. Vou dar uma olhada nesse link. Mas não acredito muito nisso não, de que mulheres punam seu sexo mais que os homens. Conheço montes de mulheres que pensam “ela mereceu ser estuprada. Viu como estava vestida? É uma oferecida!”. Mas, na minha experiência, é muito mais fácil fazê-las refletir e mudarem de opinião que mudar os homens que pensam assim. Num júri, assistindo a uma defesa, a empatia pela vítima seria maior. É o que eu acho! (e também, sei lá, é só dar uma olhada nesses leitores que escrevem atrocidades: 95% é homem!).
Apareça sempre, June!
Elyana, eu quero falar mais de pornografia via as idéias do Jensen. É um assunto que conheço pouco. Nunca gostei de pornografia, vi pouquíssimo, e o que vi não gostei. Mas quando a misoginia na pornografia não só reflete a misoginia da sociedade como ajuda a moldá-la e faz parte da naturalização dessa misoginia, acho que é hora de falar de pornografia.
Ah, eu amo os homens. Quem dera que eles nos amassem também.
Mar, eu também me sinto assim. E quero acreditar que homens que pensam dessa forma não são maioria. Mas só de saber que são muitos (tantos) me deixa muito chateada.
Quanto à pornografia, sei que há vários tipos de porn, e nem toda é misógina. Há também porn feita por mulheres, inclusive por feministas. E há porn feita pra casais. Mas o lobby da porn é enorme e poderoso, e ele tenta nos convencer que essa é a maioria, que mulheres vêem porn tanto quanto homens, que é algo democrático e benéfico... e não é. Só porque existe uma minoria (e põe minoria nisso) de porn que não seja feita por homens pra homens se mastubarem, não nega que a maioria seja exatamente assim. É comercializar uma mulher pro prazer de homens. Eu, como anti-capitalista e anti-consumista, além de feminista, estou cada vez mais anti-porn. Preciso escrever mais sobre isso.
E muito da porn está ligado à humilhação e dominação das mulheres. Por isso, cenas de estupro (reais ou montadas), de dor, façam tanto sucesso. Acho que educação sexual (e sentimental) deveria ser usada também pra combater esse tipo de porn! Que, convenhamos, como pode ser boa pra alguém?
Uau, muito interessante esse livro que vc cita, O Homem Imprevisto. Sobre a diferença da sexualidade entre bípedes e quadrúpedes. Quero ler isso.
Eu não sou contra pornografia nem acho que ela seja a grande causa disso aí. Acho que ela é conseqüência. Isso tudo - pornografia misógina, estupros socialmente aceitos - me parece causado por uma falha na educação dos meninos. Pouca gente costuma lembrar que o machismo é prejudicial pros homens tb, pô. É uma faca de dois "legumes": por um lado, cria mulheres acuadas; por outro, cria homens emocionalmente imaturos, que não sabem lidar com a própria sexualidade.
Enquanto tento escrever esse comentário em 10 segundos (meus dias têm estado bem corridos), me deparo com um cara novo aqui que pediu pra eu fazer café. Sério. Somos uma empresa pequena (mais ou menos 10 pessoas) e, aqui, quem bebe café é quem faz. E como eu não bebo, não faço. Nossa, até perdi a concentração.
Confesso que ando assustada(?), enojada(?) demais com tudo isso que está acontecendo. Não que nada disso seja novidade, estupro é tão antigo quanto a humanidade, faz parte de um jogo "doentio" de poder entre gêneros, estupravam-se as mulheres dos derrotados para garantir que mesmo os descendentes continuam-se a ser humilhados (filhos do inimigo), faz parte de uma sexualização doentia e perversa que a nossa sociedade cultua...discussões sociológica a parte, fica um travo amargo na garganta. Eu tenho um filho e também espero educá-lo para que ele nunca se torne um desses jovens que escrevem essas sandices, ou pior, que cometa uma. Tenho um sobrinho de dezesseis que vem crescendo sendo um ser humano, as custas de muita conversa, educação, limites (que para mim é a chave de uma boa educação). óbvio, que por causa disso, volta e meia, é ridicularizado pelos amigos, que o acham "careta"! Mas, ainda assim, ele se mantém firme. E, é só por isso, que continuo acreditando na humanidade... Mas, é preciso falar, questionar e mostrar sempre que existe alternativa, que o macho estuprador não faz parte do DNA masculino. É fruto de uma educação permissiva, sem limites, machista, etc.
A propósito, meninos que tenham comportamentos "diferentes" também podem ser alvos de estupros. Conheço alguns casos desses, infelizmente. Estou com um post para escrever sobre isso, mas é tanta violência, que ainda não consegui digerir direito.
Para o mundo, eu quero descer...
Aronovich:
Estupro, pedofilia, violência contra crianças, são anomalias sociais e devem ser tratadas como tal. Muitos tentam tornar tais abusos como coisa normal, mas não é; portanto, devem ser limados da sociedade, de forma definitiva, todos os seres (sim, pois são, no máximo, seres) que praticam tais monstruosidades.
Quanto aos que gostam de ver: tara é uma coisa subjetiva e inexplicável. Tanto que existe necrofilia, pessoas que gostam de ver acidentes de carro, de ir a necrotério quando chegam mortos, etc. Mundo louco.
não vou critcar ela acho isso errado não queria que isso aocntece com minha sobrinhha por isso não vou deixar ela ir pra uma festa sem eu saber quem eh o dono não vou deixar ela beber aos 15 anos. As garotas de hoje em dia pedem pra estrupadas andando com roupas curtas decotadas e benbendo novas isso errado apoio mais as crianças do que meninas de 15 anos amsi existem inocentes tambem pode se q ela foi pode ser que não isso é uma coisa que a soceidade só vai poder falr quando poder ver o video original
não vou criticar essa menina eu não gostaria que minha sibrinha fosse estrupada por isso não vou deixar ela sair para uam festa com 15 anos sozinha eal beber com 15 anos as meninas de hoje em dia pedempra serem estrupadas saindo com shorts curts e blusas decotadas e provocam homens mais velhos não acho que ela seja culpada mais não posso dizer que ela inocente isso a sociedade só vai poder falr quando verem o video original ou seja nunca porque a essa atura aj esta nas mãos da policia
Oi Lola, encontrei seu blog pela rede e gostei bastante, mas procurei o link para assinar o feed do blog e não encontrei, você faz o uso dele?
Semana passada conversando com um amigo sobre coisas talvez mais amenas, como assédio moral, ele veio me dizer, em linhas gerais, que as pessoas são cruéis. Fiquei pensando... olhando pra ele e relembrando rapidamente das coisas mais pesadas que vi acontecer ao meu redor. Cheguei a conclusão de que a gente não passa por tudo isso pra simplesmente achar que o mundo é cruel. Fico feliz em poder compartilhar a minha humanidade com pessoas como vocês a cada vez que leio este blog. Isso só é possível porque aprendemos com as coisas ruins que acontecem a nos cercar de gente de verdade. Abraço a todos.
Cada dia fico mais embasbacada com tanta mediocridade que sai da boca de certas pessoas (como nos exemplos que vc citou). É muita falta de informação, de senso, de educação, de respeito, de inteligência...tudo junto, na mesma linha!
Tenho nojo, muito nojo disso tudo.
E sem querer ser cruel, esses moleques merecem umas boas chineladas e castigo de meio ano sem sair de casa, sem internet, tv, telefone, dinheiro e sobremesa!
Ai, cambada de GENTE RUIM, tá louco!
e cadê os gatinhos?
^_^
Lola, sua mãe falou a todas as mães. E eu vejo quando as meninas voltam tristes da escola porque sofreram algum tipo de bulliyng - e quando são pequenas elas terminam intimidadas pelos garotos maiores, como foi com minha caçula, que deixou de ir à escola de short porque um idiota do ensino médio disse que meninas pequenas ficam medonhas de pernas de fora... Assim começa, sob a complacência da escola, que diz que isso é "coisa de criança".
É muito complicado explicar a sexualidade a uma criança. Porque se conversamos e achamos bonito como elas descobrem o próprio corpo, que virão a ter seios e que a pele é mais lisa do que a do homem, que elas terão cabelos onde hoje são impúberes, ao mesmo tempo me preocupa ensinar a elas "o outro lado". E ponho entre aspas porque é como dirigir: você o faz por si e pensando na barbeiragem dos outros.
Já perdi noites de sono assim. Tento ao máximo esticar a infância das meninas - evito tudo o que pode erotizá-las precocemente, como maquiagem, salto alto e roupas demasiadamente curtas - mesmo pensando que a maldade está na cabeça de quem vê. Sim, está, e faz-se muitíssimo mal perceber isso.
Ao mesmo tempo em que ensinamos que o sexo, nosso corpo, nosso próprio erotismo são naturais e bonitos (e sempre respeitando a regra "Deixe a criança perguntar primeiro") também temos que ensinar o outro lado, o lado sujo, negro, deformado e machista do sexo.
Não sei se estou conseguindo me explicar direito. O resultado dessa confusão é um medo crescente e fundamentado em tudo o que acontece hoje em dia - o de que uma filha pode se machucar seriamente por confundir, grosso modo, conversa mole com amor. E, pior, ser rotulada, julgada e condenada por algo que não é ou fez.
Kurozaki, toda mulher deveria ter o direito de sair NUA pela rua sem ser incomodada. Sair com decote, minissaia ou qualquer outra roupa que seja não dá o direito de homem nenhum de violentá-la. Mesmo se ele estiver em cima dela - é DIREITO dela mudar de idéia e dizer NÃO - e o homem TEM que sair de cima dela. Ela não quer, ponto final. É DIREITO dela escolher se quer continuar ou não - o que os homens, em sua maioria, não aceitam.
1. Obrigada por escrever sobre esse assunto, Lola. Isso é tão sério, e tão chocante que eu simplesmente não consigo falar a respeito. Você facilita os debates.
2. Para onde foi a revolução sexual dos anos 60/70? Porque tanta intolerância?
Lola, precisamos acreditar que há esperança sim, nem que seja para que a existência fique mais leve com essa crença.
Bj
Antes que eu seja mal-interpretada, esclareço:
NINGUÉM deveria ser julgado por seu comportamento sexual.
O corpo é sagrado, e é direito de cada um fazer o que bem entender com o seu próprio corpo. É uma forma de expressão do ser humano.
A expressão sexual de cada um deveria ser respeitada, SEMPRE.
Porque está tão difícil de perceberem a violência? Porque eses meninos não fazem idéia do que é uma agressão?
Porque as pessoas se autorizam a julgar os outros com base nos costumes, e aplicar as sanções que acham cabíveis?
Céus.
Por isso pergunto sobre o resultado da revolução sexual. O objetivo não era a liberdade sexual? Em que momento se disse que isso significava agressão?
Cadê as flores, meu deus!
Parece que, na cabeça desse povo, para não ser violentada a mulher tem que andar de burka e, de preferência, com cinto de castidade...
Que sociedade é essa?
Estupro coletivo é uma forma de sanção em determinadas tribos indígenas, contra mulheres que agem contra os costumes.
Será que é isso o que permanece no inconsciente desse povo, quando diz que uma mulher/menina merece sofrer violência?
Não é inconsciente não, Camomila, é canalhice mesmo...
Continuamos acreditando na humanidade dos homens, sim, Lola.
E eu me sinto privilegiada. Porque no meio desse bando de imbecis, eu conheço tantos e tantos homens que seriam incapazes de compartilhar dessa opinião. Que seriam incapazes de obter qualquer coisa (de um homem, muito menos de uma mulher) à força. Homens que se recusam, que se revoltam, que acarinham, que amparam que protegem. Muitos. Os homens que nós amamos.
Porque graças a Deus, o mundo não é só boçalidade,
Mamacita, obrigado por me incluir em tão seleta lista!
Suzana Elvas, comentário radical! Concordo 100%.
Falando em porcentagens, Lola, acho, sim, que grande parte é culpa dos pais: não souberam dizer não, não deram a palmada necessária e ou o merecido castigo... não educaram! Doença, má índole e outras anomalias é que são as exceções.
estou verdadeiramente chocada com o vídeo que vc linkou.
as cenas que aparecem nesse vídeo são chocantes, e foram muito cuidadosamente selecionadas; aquilo não esgota a pornografia, é uma pornografia muito específica. eu nunca vi cenas tão fortes assim em filmes pornográficos mainstream, e assisto todo o dia. existem filmes de comédia, por exemplo, que são super misóginos, como vc sabe, mas isso não retrata todos os filmes de comédia.
nunca vi tanto machismo travestido de "defesa" às mulheres como nesse trailer. machismo das pessoas que o fizeram, na confecção do vídeo. esse tipo de crítica à pornografia está diretamente ligada ao mesmo raciocínio dos comentários terríveis que vc criticou. o trailer ao documentário reifica as mulheres ao afirmar que a realidade da pornografia é aquela. ao afirmar com tanta leviandade que as mulheres podem ser tão facilmente objetificadas, e sendo tão coniventes. considero tão ofensivo quanto as cenas chocantes do trailer ao documentário o próprio trailer em si, a afirmação de que toda pornografia é daquele jeito e que não pode haver representação de sexo que não seja misógina assim. lola, como as mulheres se submetem a aquilo tudo de maneira tão generalizada? e com um sorriso no rosto? (ou gemendo, fazendo cara de tesão etc.?) e como o sorriso então significa dor e subjugação? todo sorriso num contexto de sexo seria lido dessa forma? o que vale então um sorriso num rosto de mulher? por quê ela sorri - ou por quê geme de prazer, por quê entra no jogo?
muito cuidado com esse discurso do "devemos proteger nossas mulheres" numa situação dessas; ele está na mesma moeda daquele discurso que acusa a menina estuprada porque estava bêbada, porque não era mais virgem ou porque também não era "nenhuma santa", que você tanto criticou aqui. ambos impõem a mesma relação da mulher com o sexo.
espero que meu post publicado hoje (que eu já havia escrito ontem) explique um pouco melhor a razão, se é que já não está evidente depois de todos os posts sobre feminismo que eu já publiquei.
e acho que devemos ser responsáveis no seguinte: que tipo de idéias e materiais queremos divulgar, enquanto feministas? pensando na defesa das mulheres, na nossa qualidade de vida enquanto mulheres, no objetivo último do feminismo, que tipo de pensamento, imagens, discurso, queremos divulgar?
é como a Giovanni Gouveia falou: como se na cabeça desse povo a mulher pra não ser violentada precisasse andar de burka e de cinto de castidade. porque é impossível participar de um filme pornô sem ser uma vítima submissa de uma terrível violência!
o tom catastrófico do final do seu post fecha com chave de ouro, dando a entender que os homens em geral são uma ameaça.
recentemente,aqui em salvador,uma garota foi estuprada,dentro de um campus da federal.Houve um comentário parecido de que ela teria provocado,pela roupa que usava.Eu fiquei pensando,ninguém ouve falar de caso de homem que foi estuprado por outro homem,porque andou sem camisa na praia,ou foi correr no calçadão de sunga,apenas.Como o machismo está arraigado na nossa cultura,né?isso me assusta..
Quando eu penso que tudo isso é horrendo e nojento, daí me sucede um outro pensamento mais cretino ainda: a contastação de que nós, as mulheres, se no ocidente estamos em segundo plano,no oriente estamos em plano algum. A escória. Pior, a escória da escória. Que o diga o tratamento abominável no Japão, Índia... pra não citar as desgraças que ocorrem às lindas mulheres sírias. Odioso. Odioso. Odioso.
E os 130 já devem ter passado de 200...
O meu comentario ia ser mesmo que o d@ notas de rodape', essa historia de que mulher as vezes da' mole (bebe demais, usa roupas "indecentes" etc) e isso meio que amenizaria a culpa do estuprador nao acontece quando estamos falando de um homem que foi violentado... Mas enfim, a gente consegue normalizar cada absurdo na nossa cultura, esse e' so' mais um deles.
Eu tenho uma certa esperanca que com o tempo isso mude sim, so' nao sei quantas geracoes isso vai levar.
Ale, também não acho que a pornografia seja a grande causa de alguma coisa, mas estou cada dia mais contra, e acho que ela tem influência negativa sobre muitos meninos. Sem dúvida, o machismo é péssimo pros homens tb. Mas duvido que os meninos que digam que “gostariam de estar lá pra comer a menina tb” saibam o que é machismo.
E o que vc respondeu pro abusado do café, Ale? Mandou passear? É chato se desentender com alguém que acabou de entrar na empresa, mas...
Patricia, é, eu fico enojada tb. Mas acho que é possível educar meninos para serem homens de bem, que saibam tratar as mulheres. Ainda acho que essa estirpe do “ela pediu o estupro” é uma minoria. Tenho que acreditar. Boa sorte pro seu filho e pro seu sobrinho! Tomara que continuem sempre no bom caminho, e fiquem tão indignados quanto a gente quando vêem violência contra a mulher (e contra qualquer um). Avise quando escrever o post sobre estupros de homens.
Eu também quero descer, Gio...
Serge, por “limados da sociedade” vc quer dizer assassinados através da pena capital? Não concordo. Ainda acredito em recuperação. O que não quer dizer que eles tenham que ser punidos, lógico.
Por mim, cada um pode ter sua tara. Desde que não infrinja os limites do outro.
Kurosaki, que bom que vc não quer criticar a menina. Já é alguma coisa. Pena que vc a critique de qualquer jeito, mesmo sem querer. Fico feliz que vc queira proteger a sua sobrinha mas, em primeiro lugar, proteção total é impossível. Em segundo, vc está errando o alvo da sua raiva. Vc não deve ter raiva das meninas que andam com roupas curtas decotadas e bebendo, e sim dos homens que não conseguem se controlar e atacam essas meninas. E não é vc, nem eu, que tem que julgar os acusados - aliás, note bem, julgar OS ACUSADOS, não a vítima, como vc vem fazendo. Será constituído um júri pra isso, e esse júri provavelmente terá que ver o tal vídeo. O que tantos garotos estão querendo ver é um vídeo de um estupro de uma menor de idade. Só a filmagem do estupro já constitui crime. Vcs estão querendo ser cúmplices? Pense, meu querido. Reflita. Mude sua cabeça. Se vc fosse mulher, como gostaria de ser tratado?
Oi, Zeca! Puxa, não entendo nada disso. Eu achava que fazia uso do feed do blog, mas agora que vc falou, não sei. Eu tenho alguns “followers”, mas até agora tampouco entendi o que é isso. Mas olha, como eu atualizo o blog diariamente, é só aparecer aqui pelo menos uma vez por dia que vc sempre vai ter algo novo pra ler. Fora os comentários dos leitores, sempre mais interessantes que o post em si.
Luiz, fico muito feliz ao ler sua mensagem. Pois é, só aceitar que sim, o mundo é cruel não ajuda a mudá-lo. Pode compartilhar a sua humanidade conosco à vontade. Eu gosto de compartilhar a minha com vcs também. Eu sinto que temos aqui uma pequena comunidade de pessoas que realmente querem um mundo melhor, sem tanta intolerância e violência. Obrigada.
Meire, eu tb tenho nojo disso tudo. Castigo de meio ano pra essa molecada, é? Eu fico pelo menos esperando que os pais conversem com esses meninos que culpam a vítima. Que eles tenham um professor(a), pelo menos um, que faça a diferença.
Sobre o post dos gatinhos, ele tá pronto. Só falta colocar. Mas tô colocando algumas coisas na frente...
Su, que bom que vc gostou do que minha mãe disse. Ela, que é sua fã, vai adorar ler o seu comentário. Concordo contigo que a escola não pode ser complacente com o bullying.
Escrevi um post que vou publicar amanhã (opa, já é hoje!), e que fala um pouco disso, dessa dificuldade de ter uma educação sexual privilegiada, saudável, mas sem poder esquecer que o resto do mundo não teve essa educação. É um sério problema sim.
Quero ver seus comentários amanhã. Aliás, estava relendo os coments. de um post de março (linkado amanhã), e notei que ignorei a sua história de horror na ocasião. Isso não vai acontecer mais.
E obrigada por responder ao Kurozaki. É isso mesmo: “toda mulher deveria ter o direito de sair NUA pela rua sem ser incomodada”.
Camomila, pois é, eu tenho essa impressão também às vezes, de que regredimos da revolução sexual pra cá. Vamos fazer outra revolução sexual? E não se preocupe, acho que vc não corria o risco de ser mal-interpretada. Eu também quero flores, paz, fim da violência...
Babs, concordo contigo.
É uma sociedade estupidamente machista, Gio. Uma que esquece que o problema não está no que as mulheres vestem ou como elas agem. O problema está em como um grupo de homens age.
Camomila, não dá pra esquecer que estupro coletivo é uma forma de male bonding. Esses adolescentes que dizem “queria ter estado lá” estão tentando se unir, sentindo-se mais másculos só dizendo uma canalhice dessas.
Samara, claro! Eu também me sinto uma privilegiada, porque os homens que eu conheço jamais estuprariam alguém ou culpariam uma vítima. Se eles vissem uma mulher precisando de ajuda, ajudariam. Nunca se aproveitariam dela. Se vissem homens maltratando ou ameaçando uma mulher, fariam tudo para impedir essa violência. Eu quero acreditar, inclusive, que esses homens sejam a maioria.
Mario Sergio, não sei se dá pra culpar somente os pais. Lembro de um filme que gosto muito, Uma Outra História Americana (American History X). O pai é preconceituoso, a mãe é ausente, e o filho torna-se um neo-nazi. Não é que o pai seja um neo-nazi. Ele é apenas preconceituoso, como tantos. Mas o filho radicaliza, vai além.
Lu, eu não vi o documentário, apenas o trailer. Gostaria de vê-lo. Foi feito por pessoas que estudam pornografia. Não acho que eles digam que as cenas que escolheram esgotam a pornografia. Mas não dá pra negar, como vc tenta fazer, que tal porn exista. E o ponto deles é que esse tipo de porn está cada mais presente não apenas na indústria do sexo, mas também na sociedade como um todo. Concordo com eles. Imagens como colocar a cabeça de uma mulher num vaso sanitário e dar a descarga já aparecem em vários filmes de Hollywood, por exemplo. E ninguém se choca! É tudo aceito.
Eu não entendo bem como vc teima tanto em defender uma indústria que vive de explorar mulheres, Lu. E chama os estudiosos da porn e as feministas anti-porn de machistas! E os homens que lucram com esse tipo de porn é que são os verdadeiros defensores de mulheres, é isso? Ninguém disse que toda porn é daquele jeito. Só que esse tipo existe. Como vc pode negar que existe? Já tivemos essa discussão acerca do meu outro post sobre porn: vc disse que não há porn que filme estupros. Que vc não conhece. E que, como vc, que vê porn todo dia, não conhece, é porque não existe. Acontece que todo dia milhares de pessoas procuram na internet justamente esse tipo de porn - estupro de mulheres. Vc não acha que uma indústria que só visa o lucro vai deixar de atender essa enorme demanda, vai?
As atrizes que participam de filmes pornôs não estão sendo julgadas nem pelos estudiosos da porn nem pelas feministas anti-porn. Essas atrizes acreditam - como vc acredita - que são autônomas, e que a porn dá mais poder às mulheres. Não que são tratadas como objetos. É um direito delas, e seu, acreditar nisso. Fica um pouco mais difícil defender esse ponto de vista perante algumas imagens. O jeito que vc tenta continuar defendendo seu ponto de vista é negando as imagens!
Eu não vi exatamente um discurso “devemos proteger nossas mulheres” no trailer do doc. Mas por que vc insiste que pornografia está relacionada com sexo, e não com a exploração do sexo? Vc não acha que existe uma diferença considerável?
Lu, vc tem um pensamento quanto à porn. E, mais ainda, quanto às feministas anti-porn. Eu tenho bem outro.
Vc confunde algumas coisas. Eu não disse que toda porn é assim, ou que todos os homens sejam uma ameaça. Vc tenta negar que exista porn misógina, que lide com estupro, e que existam homens que são, sim, estupradores. Eu não disse todos. Vc insiste em dizer “nenhum”.
Notas de rodapé, é mais horrível ainda quando um estupro ocorre num lugar que deveria estar protegido, como numa universidade. E é terrível que comentários sobre a roupa da vítima apareçam entre universitários, que são pessoas mais estudadas. Isso me assusta tb.
Elen, bom, sem dúvida falta muito pras mulheres serem bem-tratadas em qualquer lugar do mundo, Ocidente ou Oriente... Muito odioso!
É verdade, Ulisses. Nem tenho coragem de voltar lá.
Cereja, ah claro. Quando um homem é violentado a história é outra. Mas vc e a Notas de Rodapé levantaram um bom ponto. Eu não sei nada sobre homens estuprados. Será que a sociedade os culpa tb? Logicamente que, se trata-se de homens gays, sim. Aí as vítimas é que são culpadas. Mas e quando homens héteros são estuprados? Gostaria de saber a reação da sociedade.
Espero essa situação horrenda mude um dia. Mas não dava pra começar por esta geração?
Puxa, Taia. Obrigada pelo relato chocante. Eu deletei o seu comentário porque queria pedir sua autorização pra transformá-lo num guest post. Posso? Não se preocupe que neste blog vc não será acusada. Aqui a gente não culpa as vítimas.
Ontem escrevi um relato hiper pessoal também, que será postado hoje, daqui a algumas horas. Hesitei muito em contar isso, porque realmente é pessoal. E aqui é um blog sem pseudônimos nem apelidos. Eu assino meu nome, há fotos... Mas achei também que precisava contar. Não é nada tão sério como o seu caso. Nem de perto. Mas fico feliz que tivemos a mesma idéia ao mesmo tempo: chega de nos calar! Muito obrigada mesmo, Taia.
Oi Lola, pode usar o texto como quiser, sem problemas.
Nao Aronovich. Por "limados da sociedade" quero dizer afastados definitivamente do convívio social. Pena de morte é você dar ao estado o direito legal de cometer assassinatos e isso eu não posso concordar nunca.
Para complementar, eu tenho duas filhas adolecentes e um criança (sete anos). Se alguma delas vier a sofre quaisquer abusos como ostrês a seguir: "estupro, pedofilia, violência contra crianças" eu pessoalmente, vou me entender com o indivíduo, ou o grupo, e lhe ensinar como conviver e respeitar os semelhantes. Não chamarei a policia, pode acreditar. Me desculpe, mas eu não acredito nesta, como você disse, "recuperação" deste tipo de ser "humano".
claramente vc não entendeu uma palavra do meu comentário e colocou palavras na minha boca. eu nunca, jamais, diria que pornografia dá poder às mulheres. eu acho isso uma tremenda bobagem, uma idiotice ainda maior do que dizer que toda pornografia é machista e misógina. eu nunca negaria que exista pornografia machista - existe machismo em todo o canto, e na pornografia não é diferente. e eu não disse que não existe nenhum estuprador, pelamordedeus.
ok: então vamos supor que toda, absolutamente toda a pornografia feita leva sempre aquelas cenas horripilantes que o trailer mostra. ainda assim meu comentário continua o mesmo. eu não acho que aquelas atrizes são autônomas, acho que não se pode dizer de fora que são todas uns objetos. não são objetos, são seres humanos. o buraco é mais embaixo.
é quase a mesma lógica perversa, a do trailer e a dos comentários machistas que vc criticou. e é uma lógica machista demais, como eu explico melhor no meu último post. uma pena que vc a veicule sob o rótulo do feminismo.
Lola, no Brasil júri é apenas pra crimes dolosos contra a vida. Quem vai julgar esse caso é um(a) juiz(a). (Ainda bem, diga-se de passagem, já que a sociedade nao está pronta pra julgar crimes sexuais sem fazer juízo de valor).
Por essas e outras que a Camille Paglia diz "todo homem é um estuprador em potencial" e eu tenho de aguentar o mulheril "ai , meu marido não" ou homenzarril dizendo "ai, eu não". Então tá. É minha mãe falecida. Voilà.
Por isso também não consigo enxergar esse ato hediondo como apenas sexo não-consentido. É reduzir e não entender esse crime. Me admiro as feministas não compreenderem isso.
lola não vi as imagens e tambem não sei quando ocorreo mas gostaria de dizer que falta resposabilidade de pai e mae pois hoje uma mae tem mais medo do comentario do vizinho e ate mesmo da lei doque o futuro dos filhos
Olá mulheres,
Não achei o blog porque procurava sobre um "vídeo pornô", uma amiga me disse para assistir hoje o SuperPop e fui procurar o porquê do convite, no site vi uma notícia falando que uma moça chamada Lady Franciso tinha sido estuprada e abortou, fui procurar sobre ela. Eu vejo pouca televisão e não sabia quem era, queria saber o que ela falava a respeito do aborto.
Não concordo com quem acha pornografia como algo normal, é doentia, não somos meros animais guiados apenas por instinto, é esse maldito relativismo moral.
Gostaria de indicar o link de um texto: http://www.quadrante.com.br/Pages/servicos02.asp?id=184&categoria=Sociedade
Abraços.
Gilberto C.
É infelizmente a violência tomou conta do nosso mundo,
E aqui no Brasil parece pior porque aqui tem a impunidade,
O mundo poderia ser bem melhor ser os políticos fizesse leis mais rígidas,
Eu acho que já está na hora do Brasil ter prisão perpetua, para crimes hediondos,
Como estupros, seqüestros trafico de drogas, assaltos a bancos e residência quando a vitimas de morte, etc.
jf_natal@hotmail.com
Puta que pariu!!!! É só essa Lila que fala nesse blog meu!!! Tá louco!!! Olha, acho muito bonito tudo isso que foi falado aí no teu blog, mas a grande verdade é que quem incentiva a maioria desses Tarados aí que querem ver esse video é a gravadora de filmes pornô BRASILEIRINHAS, na qual existe uma vasta lista de filmes de submissão e estupro. Lá nada é ilegal, e alguns filmes são de uma covardia tão grande que dá até a impressão que é verdade. Eu procuro sim filmes e videos pornô na web, mas isso n pode fazer de mim um depravado, porque se vcs me enxergarem assim vcs estarão me tratando da mesma forma que os meninos que vcs criticam tratam a moça do video. COM PRECONCEITO! Parabéns pelo blog!
Acreditamos. Se não acreditássemos, não escrevíamos. Não acreditamos por 130 comentários machistas. Mas por homens como o seu marido - que imagino que te faz acreditar -, como o meu namorado.
Preconceito não é intrínseco ao gênero masculino, tanto que há mulheres machistas também. Acreditamos porque antes de homens e mulheres, estamos falando para seres humanos. É esses que procuramos quando escrevemos e acreditamos.
Primeiramente, adoro os seus textos e a sua sagacidade em criticar alguns absurdos de nossa sociedade. Não perca a esperança!
Creio que o machismo não é um problema que afeta gêneros, acredito que seja um mal maior, um mal da nossa sociedade.
Estudei psicologia e inúmeras vezes discuti o machismo em ambiente acadêmico. A resposta final às discussões costumava ser: "É uma situação cômoda aos homens, por este motivo a situação não muda."
A isso tenho algumas críticas. Em primeiro, em uma sociedade machista, e que por sê-lo, as mulheres (geralmente) estão encarregadas da educação das nossas crianças, a responsabilidade da perpetuidade disso é só dos homens? Ou é em maior parte de nós? Colocar a responsabilidade em um dos lados da balança não é agir com machismo por crer que apenas o "sexo forte" poderia mudar a questão? Como bem colocado pela Lola, a quantidade de homens com opinião extremada e obtusa sobre o assunto é enorme, eu diria que a maioria de nós, portanto, em minha opinião, responsabilizar um grupo ou outro, antes de tentar entender o coletivo é inócuo e defensivo.
Segundo, para quem a situação é cômoda? Os homens, assim como as mulheres, representam papéis sociais a maior parte do tempo, e nestes papéis são exigidos deles inúmeras posturas, dentre elas, atuação, energia, virilidade e, ultimamente, resgatando valores oblíquos do passado, força bruta. Temos de, literalmente, lutar pelos nossos espaços sociais (trouxe o sentido literal da palavra, mas diversos outros cabem também). Os que não podem ou não querem fazê-lo, são considerados fracos e, na maior parte das vezes, não são parceiros interessantes. Então a escolha por não pertencer à uma casta de "machos de verdade" implica em não ser um parceiro atraente a maior parte das mulheres, e essa não é necessariamente uma escolha fácil, principalmente durante a juventude, quando o peso da aprovação social é mais relevante.
Penso também que a questão do machismo e as transgressões correlatas, não se encerram no machismo em si. Acho que vivemos em uma sociedade violenta! E ao passo que estamos permeados por essa, estamos também totalmente tolhidos no que se refere à nossos instintos mais naturais, por assim dizer. Isso alheio à pouca ou quase nula importância que se dá à inteligência emocional, implica em pessoas, das mais diversas classes sociais, expressando suas frustrações através de ódio, ataques a si (como ter de encher a cara religiosamente) e aos demais, e os objetos disso são diversos, geralmente, vulneráveis e acessíveis. Ai entram os casos de estupros, pedofilias, entre outros.
A questão que me pergunto é, enquanto pessoas (aparentemente) mais esclarecidas, como podemos atuar de forma a realmente fazer alguma diferença na perspectiva de futuro?
Desculpe o tamanho.
Marco
Isso vem acontecendo com frequência, a cada dia aumenta esses crimes... o complicado é que nada acontece eu já estou cansado de ver esses tipos de noticias comprovadas e nada fazem. E no Final de paga um cafezinho ainda para os que tais fazem esses tipo de coisas!!! É " Normal" sei la o que acontece viu!
Legal fera, mas isso não vai mudar o fato de uma doente que fala de outros "meninos" mais doentes que ela, além de expor ainda mais a vítima, perde o tempo públicando isso como se fosse mudar algo, tenho pena da vítima, que no final foi estuprada e ainda tem que aturar alguem que fica lembrando o crime
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