terça-feira, 21 de outubro de 2008

TODO DIA ATÉ QUANDO?

Domingo, em Sorocaba, um rapaz de 22 anos matou sua ex-namorada de 16, com quem tinha um filho. Ontem, em Jaraguá do Sul, pertinho de onde eu moro, um homem matou sua ex-mulher, de 22 anos, quando ela ia ao trabalho. Em ambos os casos os homens foram levados à delegacia. Se ficaram ou ficarão presos é outra história.
Eu conheço a estatística dos EUA: três americanas são mortas todos os dias pelo companheiro ou ex. Na França são três a cada quinze dias. Em Portugal, um país pouco populoso, foram 21 mulheres no ano passado (e aumenta todo ano, ao invés de baixar). A Organização Mundial de Saúde tem um número alarmante: "quase metade das mulheres mortas no mundo é assassinada pelo marido ou namorado, atual ou ex". Uma estatística dessas desmente que o caso Eloá seja único ou movido por paixão. É movido por um sentimento de posse. Por machismo.
E no Brasil, quantas vítimas são? Eu queria saber.
Ah, descobri um dado: aqui, sete em cada dez mulheres assassinadas são vítimas de homens com quem tiveram algum relacionamento amoroso.
Queria saber também quando isso vai acabar. Pra quem eu pergunto?

39 comentários:

Anônimo disse...

Lola, não acho que isto irá acabar enquanto nosso povo for 'iliterate', não tiver um mínimo de conhecimentos e nosso sistema penal seja atualizado e, que funcione.

Ou seja, nunca.

Infelizmente.


Beijocas

Serge Renine disse...

Aronovich:

As mulheres, muitas vezes, são dificeis de aguentar, mas não é pra tanto!

Anônimo disse...

Uma das perguntas que eu me fiz, quando os vizinhos falavam que Lindemberg costumava bater em Eloá, foi: "Ela não estaria viva se tivesse denunciado a primeira agressão?". Triste, muito triste, mesmo.
E, sinceramente, não consigo dar o benefício da dúvida a esse rapaz. Alegar insanidade, que não premeditou, tb não cola. Alguém que compra uma arma e munição, invade o apartamento da namorada, passa dias aterrorizando, e, no fim das contas, a mata, não era alguém que passava por um surto.

Vida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Chaves disse...

As crianças precisam ser educadas para respeitar o espaço alheio. Respeitar as escolhas alheias. Menos julgamentos, menos críticas, mais respeito pelas opções de vida de cada um. Todos seríamos mais felizes, homens, mulheres, heteros ou homos.
Menos mídia, sensacionalismo, menos novelas, menos revistas sobre a vida privada de pessoas. Menos ilusão.
Mais aceitação e generosiade.
...
Amar é deixar ir quando chega a hora. Abrir mão. Respeitar.

Anônimo disse...

Olá Lola. Faz tempo que eu ensaio pra mandar um comentário, mas só agora juntei coragem. Essa história é uma encadeiamente de coisas erradas. E o sentimento que fica é de que isso não muda tão cedo. Esse modelo de criar as meninas para que todas sejam princesas, vai erodindo nossas defesas desde criança. Depois na adolencência você tem que ser desejada pelo maior número possível de garotos pra dentre eles escolher um pra "pertencer". Durante adolencencia eu não tive namorado, pq tava mais preocupada em estudar pro vestibular e sair com as amigas, tinha gente que falava que desse jeito eu iria acabar velha e sozinha por não saber atrair rapazes. Na época eu devia ter uns 16 anos. Tem horas que parece que existe uma conspiração mundial pras mulheres se anularem. Não tô aqui pregando celibato pra ninguém, pq namorar é muito bom, mas tentei exemplificar como as pessoas criam as meninas de um jeito que fica difícil elas sacarem as armadilhas e perpetuam os pápeis de vítima entre nós. bJOs
ps: meu nome é Roberta

S. disse...

Acho que a coisa so' vai melhorar quando as mulheres perceberem que tem que cortar esse tipo de coisa logo nos primeiros sintomas. Bateu uma vez, ameacou, desrespeitou - ta' fora de campo. A gente tem que parar de passar a mao na cabeca de homem que faz isso como se fossem coitadinhos, vitimas da paixao.

A mesma coisa serve para mulheres que abusam dos seus parceiros, o que tambem existe, mesmo que em um grau muito diferente.

Nao levo a minima fe' que essa situacao va' melhorar tao cedo, acho que cada geracao criada com essa mentalidade e' meio que perdida. Tem que comecar desde o berco essa cultura de respeito.

Anônimo disse...

Isso que a Roberta falou, a meu ver, é mais uma demonstração de machismo pelo qual temos que passar.Afinal, para alguns ou talvez até p/ a maioria, a mulher só tem valor se tiver "um homem pra chamar de seu." Caímos na velha idéia que mulher solteira é mal amada e que mulher sozinha está disponível pra qualquer um. Temos que resistir a essas pressões sim.

Anônimo disse...

Se isso vai acabar, Lola, não sei. Mas acho que a gente pode fazer nossa parte para tentar pelo menos diminuir esses índices. A gente tem que continuar falando nesses dados, tem que continuar lembrando desse assunto. Enquanto a violência contra a mulher for tratada como algo pontual, como exceção, como um "momento de loucura", e não como uma questão endêmica e enraizada na sociedade, nada vai mudar.

Postei o link para o seu post no meu blog.

Tb acho válido colocar selinhos sobre isso nos blogs, como um que direcione para o site do instituto patrica galvão, por exemplo.

Cecilia Barroso disse...

Tudo isso é muito triste!
Eu sou mulher, mãe de uma mulher e tem todas as outras mulheres do mundo que já foram, são ou serão violentadas ou terão suas vidas roubadas.
Eu não consigo mais nem ouvir falar do caso Eloá. Acho que já basta o quanto o assunto foi explorado, mas acho que o problema não foi só a atuação da polícia não. Falta alguma participação familiar na história.
Uma menina de 12 anos não pode namorar com um rapaz de 19. Isso é crime, previsto no código penal. Os pais abonaram a situação da filha de objeto no passado.
Uma filha que sai de um cativeiro não pode sair de perto da mãe por um bom tempo.
Ninguém fala sobre isso...

Cecilia Barroso disse...

Mudando de assunto, já está linkada!
Beijocas

Anônimo disse...

Pra aumentar suas estatísticas:
na sexta-feira, um maluco achou que podia fazer a mesma coisa que em São Paulo, e foi pra casa da ex-namorada fazer cárcere privado. Trocou tiros com a polícia e morreu.

A má notícia é que libertaram um cara que tinha atirado na ex-namorada porque o IML não divulgou o laudo no prazo. A menina já fugiu da cidade, pra não correr riscos.

Já postei uma vez uma coisa absurda: o cara matou a ex-companheira, se suicidou e foi velado na Câmara Municipal.

Suzana Elvas disse...

Lola;

Mesmo morto e enterrado, o argumento "em legítima defesa da honra" ainda vigora, de maneira torpe e retorcida, na cabeça de magistrados, policiais, bombeiros, juristas e população masculina em geral.

Enquanto as mulheres não puderem tirar seu nomes de casadas quando bem quiserem; enquanto os maridos não forem obrigados a pagar 50% das despesas dos filhos, e não os protocolares (e não escritos em lugar nenhum) 20% dos rendimentos; enquanto a Lei Maria da Penha for considerada "um exagero" por advogados; enquanto agressão física ainda for rebatida no tribunal como "a palavra dele contra a sua" vamos viver situações como a de Eloá ou a minha, cujo ex-marido, quando não está a fim de discutir alguma coisa importante (como o pagamento de um médico que o plano não cobre) se acha no direito de cuspir na minha cara. "Meu bem, você fez BO e não adiantou nada. Acha que eu vou preso por causa de uma cusparada?"

É essa a mentalidade. Vergonha minha? Jamais. Vergonha dele e de todos os milhões de homens desse país - incluindo-se magistrados, policiais, bombeiros e juristas.

lola aronovich disse...

Chris, note que não é só aqui, é no mundo inteiro, inclusive nos países ditos civilizados. É fruto direto de uma sociedade patriarcal, mesmo.


Serge, eu tenho muito senso de humor, mas nessas horas não.

lola aronovich disse...

Michelle, só denunciar a primeira agressão aparentemente não é suficiente. Tem que ter um aparato que coloca homem que ameaça e bate na cadeia, e que proteja as vítimas. Até com aqueles programas de proteção que incluem mudar o nome da vítima e mudá-la de cidade, se for o caso.
Um surto de cinco dias? Não mesmo. E, a julgar pelo número de casos iguais de homens que matam suas companheiras ou ex-companheiras, tem bastante homem “surtado” por aí.


Camomila, concordo. Mas a gente vê tanta criança cruel... E tem criança cruel que tem pais legais, sem preconceitos. Às vezes eu penso se algumas pessoas já não nascem geneticamente ruins.

lola aronovich disse...

Roberta, que bom que vc juntou coragem pra finalmente deixar um comentário. Um comentário muito bom, diga-se de passagem. Concordo que condicionar a gente pra ser “princesas” não ajuda em nada. Porque princesa sempre vai esperar um príncipe encantado. E ninguém ensina um menino a ser príncipe encantado, certo? Vc tem razão, desde pequenas somos ensinadas que o nosso valor será medido pelo homem bom que conseguirmos conquistar. Ficar sozinha, ficar pra titia, é a nossa maior maldição, nosso maior temor. Mas ninguém fala que, como mulheres, precisamos temer coisas muito mais importantes... como sermos mortas pelo nosso companheiro ou ex. Não é? Alguma vez algum adulto (pais, professoras) já falou pra gente quando éramos adolescentes que homem extremamente possessivo é perigoso? Comente sempre, Roberta.


Cereja, concordo em parte. Mas quem já esteve nessa situação sabe que não é tão fácil. Existe um envolvimento emocional e afetivo, e a mulher tende a achar que foi só daquela vez. Talvez existam mulheres que abusam dos seus parceiros, mas é raríssimo. E é difícil acabar em morte.
E não sei se é só uma questão de respeito... Acho que precisamos parar de criar meninos pra serem tão diferentes de meninas mesmo.

lola aronovich disse...

Lila, sem dúvida, e as próprias mulheres vivem perpetuando esse velho preconceito de “solteirona”, “mal-amada”, “galinha”. Acho que tanto quanto os homens.


Marjorie, sim, ajuda muito se a gente pelo menos se informar sobre esses índices. É realmente preciso quebrar essa mentalidade engessada que nega que a misoginia esteja presente na nossa sociedade. Vamos admitir que temos um problema sério de ódio às mulheres (algo que muitas vezes termina em violência), e trabalhar em cima disso. O Lindemberg não é um caso isolado!
Selinhos? Legal, onde os encontro?

lola aronovich disse...

Cecilia, o mínimo que nós mulheres podemos fazer é ser solidárias umas com as outras. Sobre uma menina de 12 namorar com um cara de 19, não sei, não tenho muita opinião formada sobre isso. Já comentei isso nos comentários de outros posts. Lembro que quando eu tinha 15 “namorei” (na época não existia o termo “ficar”) com um carinha de 19, e achei grande a diferença. Depois tive casinhos com homens até mais velhos, sem nem notar alguma diferença. Mas quando eu tinha 17 fiquei com um de 35 e aí sim notei que a diferença era abismal. Não tinha absolutamente nada a ver com o meu mundo.
Obrigada pelo link! Apareça mais vezes. Vou aparecer no seu blog tb. Vc o atualiza com que frequência?


Cynthia, o maluco de SP foi influenciado pelo caso Eloá, ou foi apenas mais um? Que horror isso de um cara ser libertado por falha do IML. E meu Deus, vi o seu post antigo, e o texto do jornal é de dar nojo. “Casamento acaba em tragédia”! Eles fazem parecer como algo romântico, digno de Romeu e Julieta! O detalhe é que ninguém perguntou pra “Julieta” se ela queria o papel.

lola aronovich disse...

Ai, Su, que raiva que me dá ler sobre um comportamento assim como o do seu ex-marido! Sério que ele falou isso sobre o BO e a cusparada? Não tem como gravar uma coisa dessas, pra que não seja a palavra dele contra a sua? Às vezes eu penso em gravar coisas, sabe? Um vizinho já me ameaçou de morte.
É terrível. Nos EUA tá cheio de mulher que vive no carro com os filhos ou sozinha, porque não tem dinheiro pra pagar uma casa, e o marido se recusa a pagar qualquer tipo de pensão pra ela ou pros filhos. É muita gente! E pode, sabe? Não acontece nada. A mulher e os filhos que têm que morar num carro entulhado de coisas... Vi um documentário sobre isso, agora esqueci o nome. E isso nos EUA, um país rico. Todo mundo morre de pena quando um sujeito vai preso por não pagar pensão, mas ninguém pensa na mulher e nos filhos. A mulher é sempre a vilã da história!

Suzana Elvas disse...

Lola,

Este ano vimos o lançamento da campanha "Laço Branco - Homens pelo fim da violência contra a mulher". A campanha quase não teve divulgação - eu, pelo menos, não vi quase nada. Até mesmo o site está desatualizado; a última notícia é de 29 de setembro.

Achei esse relatório sobre violência doméstica que traz dados interessantes, como:

O Brasil perde 10,5% do seu PIB (R$84 bilhões anuais) com os problemas da violência. (Banco Mundial/98)
• “A cada 4 minutos, uma mulher é espancada no Brasil”. (Human Rights Watch - Org. Int. Dir. Humanos/95).
• No Brasil, 70% dos casos de incidentes violentos devem-se ao espancamento de mulheres por seus
companheiros; os agressores escapam de penas alegando ter agido “sob forte emoção”; e 50% dos
assassínios de mulheres são cometidos por seus parceiros e há uma média de 2,1 milhões de mulheres
espancadas, por ano, 175 mil por mês, 5,8 mil por dia.(Human RightsWatch./96 e Pesquisa Nacional da
Fundação Perseu Abramo/2001 e revisão 2002).
• 1 mulher é espancada a cada 15 segundos no Brasil (Fundação Perseu Abramo 2001 e revisão 2002).
• “Apanhar dentro de casa é uma realidade para 63% das mulheres brasileiras” (Ministério da Justiça/98)

Aqui você vê dados sobre violência doméstica contra crianças e aqui a violência doméstica como violação dos direitos humanos.

Eu não consigo chorar mais, Lola. Eu só posso pensar em, um dia, realizar o projeto de ter, no Brasil, algo funcional e atuante como a Casa de Ruth, uma organização americana espalhada pelo país que ajuda mulheres e filhos de agressores. Esconde-as, trata-as, dá-lhes assistência psicológica e jurídica. Quando se apanha, é a única coisa que se quer: alguém que, depois de feita a denúncia, nos ajude a ir em frente e batalhe conosco para que, no fim, haja justiça para nós e nossos filhos.

Anônimo disse...

eu desconfio que o maluco daqui foi influenciado pelo desfecho do caso de santo andré. meus alunos policiais são enfáticos em dizer que tv influencia demais na divulgação de novas formas de cometer crimes. sair na sexta à noite caçando confusão com ex-namorada, provavelmente, é coisa de influência da tv. como o cara de santo andré saiu do caso inteiro e famoso, o daqui deve ter achado que seria fácil pra ele também...

Anônimo disse...

E o apresentador do jornal chamou duas vezes a notícia dizendo 'mais um crime de amor'. Inacreditável.
E ela tinha feito um BO depois da separação, mas enfim, ninguém deve ter dado bola, afinal de contas era amor...

Anônimo disse...

Lola, lendo alguns comentários, fico me perguntando se os pais erraram ao permitir o namoro e também não tenho opinião formada. Já ouvi muitos pais dizendo: proibir namoro é pior, porque o adolescente tem a tendência a contestar os pais, então ele vai dar um jeito de continuar namorando escondido. Tenho uma história para partilhar: graças a Deus nunca fui agredida fisicamente, mas qdo tinha 18 anos comecei a namorar um rapaz tb de 18. E ele era muito possessivo, do tipo que ligava todo dia, várias vezes por dia e que não aceitava eu sair sem ele, ou seja sair com as amigas, para ele estava fora de cogitação. Meus pais e amigos dos meus pais me alertaram: esse rapaz é muito ciumento, isso é perigoso, cai fora, cai fora enqto tá no início. Mas eles não proibiram. Uma vez ia ter uma festa na cidade e ele me disse: hoje eu vou sair sozinho e você fica em casa. (Ou seja, hoje vou sair para galinhar e vc fica em casa quietinha). Não "obedeci" e sai também. Depois de um tempo terminamos mas ele continuou indo na casa dos meus pais me procurar mesmo após anos depois do término. Tem muito machista por aí. E ainda penso que tive sorte de não ter ficado com nenhum agressor, só "cafas" mesmo.

Serge Renine disse...

Aronovich:
Você tem razão. Eu estive em um velório de uma pessoa muito querida a poucos dias, mas muito querida mesmo, das que me fazem falta a cada música que toca no rádio, cada festa de familia, etc. Por isso, por causa desses seus posts tristes, eu usei o humor para tirar um pouco do peso. Desculpe; eu não estou achando nenhuma graça.

Lolla disse...

Pergunta pras paredes, Lola.
E vamos todas ficar sem resposta. E com muito, muito medo.

Triste.

João Neto disse...

Lola:

Lendo e buscando opiniões sobre essas barbáries contras as mulheres cheguei a seu blog e li vários posts e comentários de cinema e política. Desse episódio da menina Eloá não quero falar pois não me sinto competente. Quero falar de política. Você, que pelo que li, adora o Lula. Não tem pena desse indivíduo a quem outorgaram o título de presidente mas não pode presidir nem um carrinho de cachorro quente? O Lula é um pateta patético. Você imagina um tecnocrata como o Henrique Meirelles, tendo que trabalhar e acatar ordens desse presidente? Você sabia que se referem a ele, (seus mais próximos) quando não está presente,como o "anarfa"? Dizem que ainda por cima, esse Lula, não tem educação, o que já é de se esperar, mas não tem nem a delicadeza do homem simples. Seus auxiliares próximos falam que ele é um sujeito arrogante, estúpido com os subalternos, que se não tiver uma máquina de café expresso, no local que ele vai estar, ali não fica! Como pode? Um ex-passa fome, cheio de vontades só porque uns coitados mal instruídos votaram nele e pensa que é um rei. E você se diz de esquerda? Você com toda sua formação, deve saber que o conceito de esquerda foi construído na época do iluminismo em que os que eram do lado do rei (o Lula) se sentavam ao lado direito dele e os que estavam contra o rei (contra o Lula) sentavam do lado esquerdo? Se você está com o Lula você é direita, extrema direita, portanto, pare de bater no peito e se dizer de esquerda. Estou sendo didático para você não dizer que não sabe do que estou falando. Você já viu as declarações do Lula no decorrer da crise das bolsas? Ele esta perdido. É um tolo que não sabe nem vender coxinha numa cesta. Um dias vem falar que a crise não via afetar o Brasil. No outro diz que vamos ter uma marola,quando o mundo passa por um tsunami. Hoje, 21/08/08, diz que vai faltar dinheiro aos ministérios, que não vai enganar ninguém. Eu nunca vi um governante tão digno de pena quanto esse Lula. Não tem a menor idéia do que fazer ou do que está ocorrendo. Mas eu o perdôo. Como iria saber? Nunca aprendeu nada. Só aprendeu a extorquir os patrões atrás de aumento de salários. Nisso confesso que admiro seu sucesso, pois os salários dos metalúrgicos do ABC foram visivelmente melhorados graças a suas ações. Mas isso não o faz um governante de um país como o Brasil. Isso que você está reclamando neste post (da violência contra as mulheres) é culpa dele, e de todos os políticos da categoria dele. Esse sujeito e seu partido, parecem uma lesma. Deixam um visgo nojento, pegajoso, fedorento. Credo! Você, Lola, que é, siceramente, de esquerda, deve voltar pra ela e se afastar desse cancro que é esse governo débil mental.

S. disse...

Nao e' facil reconhecer o abuso mesmo nao, me expressei mal. Acho que esta' nas maos das mulheres pararem acabar com essa situacao, ja' que e' do nosso interesse. Por nao saber distinguir entre lapso momentaneo e abuso continuo achando que e' melhor ter uma tolerancia quase que zero com atitudes super possessivas. Nao conheco uma so' historia de namorado ciumento que tenha acabado bem, mesmo que nao tenham terminado com morte.

Hoje esbarrei com uma noticia otima no Globo, lingerie com gps para acalmar maridos ciumentos! (link: http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mulher/mat/2008/10/21/lingerie_com_gps_destaque_de_feira_para_mulheres_em_sao_paulo-586044093.asp)
Mal da' pra acreditar na cara de pau da empresa que lancou essa demencia. Golpe publicitario dos mais baixos.

lola aronovich disse...

Su, eu nem estava sabendo desse Laço Branco. Seria bom se tivesse maior divulgação.
Obrigada pelo relatório. É chocante. 63% das mulheres brasileiras apanham?!
Pois é, seria ótimo se existisse por aqui algo como essa Casa da Ruth. Em algumas cidades brasileiras existem centros parecidos, que dão apoio à mulher, mas sem essa estrutura. Mas os EUA, com suas 3 mulheres mortas por dia pelo companheiro ou ex, não parecem estar muito melhor que a gente...


Cynthia, claro, é bem possível essa influência. Isso me perturba. Se o Lindemberg tivesse se rendido sem matar Eloá, ele seria tratado como herói. Quantos loucos ciumentos existem por aí tramando a mesma coisa?

lola aronovich disse...

Simone, esses jornalistas... “Crime de amor” é o c*****, pô! Como que pode?! Por que não chamam pelo nome: “Violência contra a mulher”? Às vezes eu me sinto como se fossemos mulheres das cavernas, daquelas que os homens batiam com um pau e arrastavam pra casa...


Lila, então, não acho que proibir namoro seja um bom caminho. O bom seria se as jovens se conscientizassem que é melhor namorar alguém da sua idade (apesar da imaturidade dos meninos). Ou, sei lá, não namorar com 12 anos. Mas cada pessoa é diferente. Pra mim seria impensável namorar com 12 anos. Eu era uma criança mesmo! Mas as jovens de hoje são bem mais precoces... Que bom que vc se livrou desse namorado hiper ciumento e machistinha, Lila. Eu tô tentando me lembrar de algum que tive mas a verdade é que meu primeiro namorado sério, de verdade, foi o maridão. Antes dele, um monte de rapazes, mas nenhum eu considerei meu namorado. Acho que não dei chance pra nenhum se sentir meu dono.

lola aronovich disse...

Serge, sinto muito pela morte de uma pessoa querida. Não estou te dando bronca nem nada. É só que, mais pra frente, um chiste desses até porderia ser engraçado (Mark Twain já dizia que humor é tragédia mais tempo). Agora, com os ânimos exaltados, não é. E sei que vc tampouco está achando isso engraçado.


Lolla, mas sério, ninguém pode responder? Eu quero saber onde está a conscientização dos homens. Até agora só vi blogueiro considerar o caso um “crime de amor”.

lola aronovich disse...

João Neto, já é uma da manhã, preciso acordar cedo amanhã e escrever um capítulo da minha tese. Não espere uma resposta detalhada. O seu comentário está cheio de preconceito contra a classe trabalhadora, que certamente se refere a um operário (qualquer um) como “anarfa”. Espera que um operário tenha “a delicadeza de um homem simples” que, pra vc, é sinônimo de ser servil. E que um “ex-passa fome” não pode ter vontades! Só a elite pode ter vontades, certo? Mas o que mais gostei foi a sua afirmação que o Lula “só aprendeu a extorquir os patrões atrás de aumento de salários”. Ah, puxa, coitadinhos dos patrões! Eles já pagam tão bem, o lucro deles é tão pequeno, e ainda vem funcionário querer-lhe “extorquir” um aumento?!
Eu não sou uma coitada mal-instruída, e votei no Lula. E o voto de “coitados mal-instruídos” tem o mesmo peso que o seu, o que deve doer muito. Que eu me lembre, o Lula teve mais de 60% dos votos. Todos de coitados mal-instruídos? Hoje ele tem 70% de aprovação. Só 8% consideram seu governo ruim ou péssimo. O que te faz achar que a sua opinião é mais inteligente que a da imensa maioria?
Mas vc “perdoa o Lula”. Espero que perdoe também esses teus humildes servos que votaram nele, ó senhor meu rei, rei do castelo. Seu comentário é tão preconceituoso, tão elitista, tão patriarcal, que, sinceramente, entre culpar o Lula e vc pela morte da Eloá, eu escolho vc.


Cereja, obrigada pelo link. O que virá a seguir, cinto de castidade e coleira para as mulheres? Isso dá nojo! E repare no tom jovial do artigo.
Acabar com essa situação não está só nas mãos das mulheres, Cereja. Se estivesse só em nossas mãos, duvido muito que 63% das brasileiras apanhassem em casa. Porque realmente não acho que mulher goste de apanhar. Dependemos muito dos homens pra que eles parem já com isso.

S. disse...

Tambem nao acho que mulher goste de apanhar, nem que deveriamos consertar tudo sozinhas. So' acho que temos o poder de virar a mesa, mesmo que demore decadas pra reverter essa cultura. Concordo com o que voce disse, mesmo que nao pareca.

Nao sou uma pessoa muito preto no branco, quando aponto uma opiniao normalmente nao acho que seja a unica saida valida, e' so' mais uma pra lista de coisas que a gente pode fazer.

Anônimo disse...

Lola o assunto é muito sério mesmo.
Acompanhando aqui as opiniões volto a pensar que o modo de sermos educadas tem muito a ver.
Sou neta de uma agricultora que viuvou antes dos quarenta anos com quatro filhos, e não casou mais.
Enfrentou a vida indo trabalhar na cidade, analfabeta, colocou a única filha mulher na escola, num tempo que só os meninos estudavam. Ela passou para as gerações
futuras aquele respeito por si própria e autonomia que a mulher precisa ter. Não há outro caminho senão o da educação.
Obrigada Lola, por trazer a oportunidade deste grande diálogo aqui no seu blog! Tenho sugerido as amigas que venham aqui dar uma olhada nas reflexões que estão sendo feitas por todos nos, homens e mulheres que a visitam e trocam idéias. Fatima/Laguna.

João Neto disse...

Lola:

Muito obrigado por responder tão prontamente meu enorme comentário. Eu sou de direita, (no que se acostumou chamar de direita no Brasil) e não engulo o Lula e o PT, os outros 40% que não votaram nele (são 48 milhões de um universo de 120 milhões que votam) também não! Reafirmo: se você quer ser de esquerda não apoie esse bobo da corte. Sente so lado esquerdo do Rei.

Anônimo disse...

"...Isso que você está reclamando neste post (da violência contra as mulheres) é culpa dele..."

Quer dizer que nos reinados anteriores nenhuma mulher era agredida? Nenhum político era corrupto? Vivíamos no Éden e em 2003 comemos do fruto proibido e fomos expulsos do paraíso. Claro que isso só podia ser idéia de uma mulher, e anarfa porque não soube ler a placa de proibido.

Não é legal quando um desconhecido vem e se acha no dever de te converter ao que ele acredita ser a verdade absoluta? Zero de respeito pelas escolhas alheias.

lola aronovich disse...

Cereja, sei que vc não acha. Nosso poder é muito restrito numa sociedade que nos considera cidadãs de segunda classe. Nem sei se tem saída, mas certamente não há uma única saída. Só gostaria que várias saídas fossem discutidas.


Fátima, nisso a gente evoluiu, né? Muita gente desconhece que, até pouco tempo atrás, mulheres não estudavam nem votavam. E hoje temos mais tempo na escola que os homens. É uma pena que isso não se traduza em maior respeito. A gente tende a achar que só mulher pobre apanha ou é morta pelo companheiro, e isso simplesmente não é verdade. Na realidade, acho que se discute muito pouco a violência contra a mulher.
Fá, que bom que vc gosta desse diálogo aqui no blog. Eu também gosto, claro. Não haveria diálogo sem tantos comentários inteligentes como os que recebo aqui. Fico super feliz com isso.

lola aronovich disse...

João Neto, vc nem precisava avisar que é de direita. Eu já tinha notado. E eu sou de esquerda, apesar de vc insistir em que eu apenas “quero ser” de esquerda, e querer me fazer ser contra o Lula e o PT porque vc, que é de direita, decretou que eles não são de esquerda. Não vai rolar. Seria ideal pra vcs se muitos de nós passássemos a votar em partidos nanicos como PSOL e PSTU (a “verdadeira” esquerda?), enquanto vcs da direita continuam unidos. Aí a gente não ganha mais eleições. Sei que muitos de vcs, dos 40% que votaram na direita, “não engolem” o Lula e o PT. E sei que vcs têm um viés autoritário muito forte e uma certa nostalgia da ditadura. Mas sabe o quê? Como disse o Lula, “vcs vão ter que me engolir”. É da democracia saber perder. Eu também não engolia o FHC e nem por isso fiquei organizando movimentos como o “Cansei”, entre outros “golpes brancos” que vcs tentaram e não deram certo.


Débora, exatamente, o Brasil acabou quando o Lula e o PT assumiram. O quê, vc não sabia? E TODOS os índices apontando melhoras sociais e econômicas foram fabricados. Porque o Brasil tá no fundo do poço, só não vê quem não quer. Ai, ai. Fico até com preguiça de ouvir esses argumentos baseados apenas em preconceitos.

Anônimo disse...

Na tua enquete sobre o caso faltou "Todas as anteriores"... Os trapalhões, no auge dos programas de domingo, teriam feito muito melhor que essa polícia paulistana...

Unknown disse...

Então, lembro que uma vez tb virei a internet de ponta cabeça pra descobrir quais eram as estatísticas de violência contra mulher no Brasil. E sabe oq eu descobri?
Que elas simplesmente não existem. As que existem são incompletas. Mas estatísticas específicas como estupro por exemplo, necas.