segunda-feira, 27 de outubro de 2008

DIÁLOGOS DO SÉCULO 21 - VERSÃO "DO LAR"

Eu e o maridão fomos a um escritório de advocacia. Não, não foi ainda pra providenciar o divórcio, e sim para entrar com uma ação contra as companhias telefônicas. Eu nem entendi muito bem. Compramos uma linha telefônica há uns onze anos. Uma daquelas, que custavam caro e levavam dois anos pra ser instaladas. Acho que pagamos R$ 1.200 por ela. Uns três anos atrás vendemos suas ações por uns 1.500. A linha ainda é nossa. Mas chegou ao nosso endereço uma proposta de processar as companhias por não nos passarem os juros dessas ações e, como não estou nem um pouco satisfeita com o monopólio que continua firme e forte após a privatização (onde moro, tenho toda a liberdade pra decidir entre a Brasil Telecom e a Brasil Telecom), tô dentro. Parece que o processo demora, leva mais de um ano e meio, mas no final dá pra receber uns 6 mil reais. O escritório de advocacia fica com 25%. E nós pagamos R$ 70 para as despesas iniciais. Já que setenta reais não é muito, e já que a chance de ganhar mais é grande, topamos. Fomos lá pagar os honorários. Um senhor que trabalha lá - acho que ele é o pai da advogada que move as ações - me perguntou (já que a linha está no meu nome):
- Qual a sua profissão? Preciso anotar aqui na ficha.
- Curso doutorado.
- Hã? Mas qual é a sua profissão?
- Estudante, imagino.
- Não, isso não tem rendimentos. Vou colocar aqui “do lar”.
- Tem rendimentos, ué. Eu recebo bolsa.
- Só porque você recebe bolsa e não paga a faculdade não quer dizer que tem rendimentos.
- Mas eu tenho! Além de não pagar um centavo, porque a universidade é federal, eu recebo um pouco de dinheiro. Sou paga pra estudar.
- Ih... Não, não dá. “Estudante” não é profissão.
- “Do lar” também não é.
- Olha, se você não trabalha fora e só estuda à noite, você é “do lar”.
- Eu não estudo só à noite, e não sou “do lar”, sou estudante.
Aí o maridão interrompeu o diálogo com uma pergunta sábia:
- E se o caso fosse comigo, eu também seria “do lar”?
Eu, percebendo o impasse, insisti com o senhor:
- Então, taí uma ótima pergunta: homem pode ser “do lar”?
- Claro que pode – respondeu o senhor. - Hoje em dia há muitos homens que trabalham como diaristas.
- Mas a gente não tá falando de diarista, que é uma profissão. Tá falando dessa denominação, “do lar”. Tem pra homem também?
- Não entendi – Perguntou o homem ao maridão, me ignorando. - Qual é a sua profissão?
- Não estou trabalhando no momento. Fico em casa.
- Como assim, não está trabalhando?
- Estou desempregado.
- Ah, então eu colocaria aqui, no seu caso, “desempregado”. Ou senão a sua profissão de antes de você ficar desempregado.
Eu: - E se ele estivesse exatamente como eu, fazendo doutorado?
- Aí seria estudante.
Donde se deduz que “do lar” é uma profissão unicamente feminina. Pena que nem profissão seja. E note como já perdeu a majestade faz tempo. Antes era “rainha do lar”. Sobraram apenas as últimas duas palavras, totalmente desvalorizadas. Enquanto isso, o homem segue sendo o rei do castelo? Porque, pelo jeito, o feudalismo não acabou com o fim da Idade Média.

57 comentários:

kelly marciano disse...

e propaganda de sabão em pó. aquelas mulheres absurdamente preocupadas com a camisa branca do marido como se fosse a coisa mais importante do mundo. e as de cerveja, 80% tem uma bunda.

Verônica disse...

eita, então eu também sou do lar? mesmo estando desempregada? e quando estou trabalhando e tenho que fazer todas as coisas do lar, comofas? esses esteriótipos me matam.
beijo.

Milena F. disse...

"Eu: - E se ele estivesse exatamente como eu, fazendo doutorado?
- Aí seria estudante."

Como pode? Então só porque é mulher tem que ser "do lar"? Caso fosse o seu marido seria estudante... Realmente é muito pra minha cabeça.

lola aronovich disse...

Fabi, fico feliz ao notar que o seu comentário não se perdeu. É que eu agendei este post pra aparecer no dia 16/10, só que apareceu junto com outro e eu o adiei, mas só depois que a Fabi já tinha deixado o comentário.
Não há dúvida que o estereótipo persiste, Fabi. Será que algum dia muda?

lola aronovich disse...

Kelly, a propaganda em todo o mundo é totalmente dividida em dois gêneros. Homem quando aparece na cozinha num comercial é só pra celebrar alguma data especial, jamais pode ser um ato rotineiro. E mulher, a julgar pela propaganda, aparentemente não compra carro ou cerveja.
Ah, reparem também como homens e mulheres aparecem COMENDO em comerciais e anúncios. É uma análise interessante: homens são mostrados com um apetite voraz (o que sugere que seu apetite voraz não se restringe apenas a comida, mas também a sexo), e mulheres aparecem comendo comida escondidas, e sempre um pedacinho mínimo. Opa, isso dá um post...


Verônica, não tem muita escapatória não. Parece que nascemos pra ser "do lar". Ah, quando vc tá trabalhando e mesmo assim tem que cumprir dupla e tripla jornada, vc apenas está fazendo o que se espera de vc como mulher. E não reclama, que isso não é feminino!


Milena, é dose, né?

Anônimo disse...

Lola, pq vc não respondeu escritora qdo ele te perguntou sua profissão? Afinal o doutorado é só temporário mesmo. Vc é uma escritora que faz doutorado!!!!

Suzana Elvas disse...

Meu único comentário é hahahahahahahaha!

Só rindo. Mesmo. Sem ironia.
Bem-vinda ao século XIII!

Masegui disse...

Ha ha ha, já tinha lido antes e voltei a rir com o episódio, sorry. É que visualizei o companheiro maridão, montado num cavalo branco, vindo em socorro de sua amada! :)
Cici, minha patroa, morre de raiva por causa desse "do lar". E eu morro de rir... fazer o quê, né?

Anônimo disse...

Cara, é de chorar ou é de rir? Que tosco!
Pode mandar por e-mail para meus amigos? Com link, claro.
Beijocas,
Ro Salgueiro

lola aronovich disse...

Ana, obrigada pelo carinho, mas não me considero escritora, não. Esse é um bico e algo que adoro fazer, mas não consigo viver disso. Acho que sou mais uma professora que faz doutorado. Pelo menos faz uns doze anos que me considero professora.


Su, só rindo mesmo... Mas não é incrível que certas coisas não mudam?

lola aronovich disse...

Mario Sergio, pois é, maior mancada minha ter publicado este texto antes. Quinta vou postar um outro que coloquei no blog uns dois sábados atrás, e como não recebeu a atenção devida (sábado é fogo), tirei e vou postá-lo de novo. Porque de que vale um post interessante sem os comentários dos meus queridos leitores? Isso, vai visualizando o maridão num cavalo branco que vc cai do cavalo! A Cici tem toda razão pra detestar o “do lar”. Realmente é algo totalmente desvalorizado.


Ro/Yallah, pode mandar pros seus amigos por email, sim. Só não se esquece do meu nominho e do link. E como vai a dança do ventre?

Babs disse...

Aff... É impressionante a a dificuldade de gente assim perceber a sua própria falta de lógica e coerência...
Eu já passei por isso, mas sempre coloquei estudante. Nada contra quem deseja ser do lar, tem "fetiche" pra tudo nesse mundo, mas para mim não dá.
Bj

Anônimo disse...

Lola a questão é que para certas perguntas a gente não pode responder com a sinceridade absoluta e muito menos pode perder a chance de tirar um sarro. Até imaginei o diálogo assim:
-Profissão: JORNALISTAAAAA!
(aí ele já teria leve preocupação)
-Ah... e onde a sra trabalha?
-No Jornal A NOTÍCIA e no meu
BLOGUEEEEEEEE!O sr. não gostaria de ler algumas das minhas matérias? Por favor anote aí o link do meu blog . Ah! sou doutoranda em Literatura inglesa mas isto é só passatempo, em todo o caso se o Sr tivese uns minutos, eu gostaria de falar sobre a minha tese...
HAHAHAHAHHAHH daí ele sairia correndo, Lola! Homens comuns tem aversão a mulheres resolvidas.
Abraço da Fatima/Laguna

João Neto disse...

Lola:

Neste caso, com todo respeito, não ha misoginia alguma, somente protocolo social. Ou você tem alguma profissão, ou não tem. Eu achei, pela sua formação, que fosse professora, mas poderia ser qualquer coisa. O seu marido, até onde sei é enxadrista o que é uma profissão, como qualquer atleta; inclusive muito charmosa. Essa sua reclamação já está parecendo uma birra com os homens, e principalmente com o pobre funcionário que não tem culpa que você não tenha uma profissão definida. Coisa de gente ranzinza, o que não combina com você. Ressalto aqui que estou sempre de acordo com suas reclamações no que tange a misoginia, mas assim, já vira uma misoginia as avessas.

Anônimo disse...

Qual a sua profissão? Preciso anotar aqui na ficha.
- Curso doutorado.
- Hã? Mas qual é a sua profissão?
- Estudante, imagino.
- Não, isso não tem rendimentos. Vou colocar aqui “do lar”.
- E se ele estivesse exatamente como eu, fazendo doutorado?
- Aí seria estudante.

Se isso não é misoginia, não sei o que é.

Ale Picoli disse...

Vou fazer meu marido preencher ficha de alguma coisa com "do lar" só de sacanagem.

Anônimo disse...

Engraçada a justificativa que estudante não pode ser profissão, porque não tem rendimentos. Do lar também não tem renda, mas pode ser profissão, mas só pra mulher é claro.
E o pior é que muita gente não vê sexismo nesses pequenos detalhes do cotidiano, por isso não contesta e as coisas continuam as mesmas. O patriarcado continua firme e forte.

lola aronovich disse...

Babs, acho que muita gente não raciocina enquanto fala. Puxa, se estudante não é profissão (porque não tem renda - mas olha o detalhe: eu recebo uma bolsa pra estudar!), “do lar” também não é, né? Quais são os critérios pra definir profissões? Agora, tadinhas, Babs. Tá cheio de mulher que não trabalha e é “do lar”. E não é fetiche nenhum, é necessidade mesmo!


Fátima, vc não sabe a dificuldade que foi pra gente dar o nosso EMAIL pro homem. Ele só queria o nosso telefone e o número do celular. Ele já achou bizarro a gente não ter celular. E, como o processo pode levar mais de um ano e meio, e eu não sei se continuaremos em Joinville no futuro, pedi pra que ele anotasse também nosso email. Ele não queria! Disse que ninguém na ficha dava o email. Tem gente que, dependendo da idade, nunca entrou na internet. Sei que é difícil de imaginar, mas existe. E é a maioria!

Unknown disse...

aaai, que ótimo!
Também sou "do lar"....
^_^


e meio off-topic....
vc viu isso aqui?
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u460803.shtml

pra mim tem cara e não passa de um douchebag!!!!!

lola aronovich disse...

João, e desde quando um monte de “protocolos sociais” não são misóginos e machistas? A gente vive numa sociedade patriarcal, esqueceu? Os “protocolos” que mantém a ordem patriarcal e o status quo PRECISAM ser machistas. Mas eu não disse que são misóginos. Machistas, sem dúvida. Misoginia é o ódio à mulher. Machismo é o preconceito. Muitas vezes eles andam juntos. E eu não estou reclamando contra o homem que me atendeu especificamente. Estou reclamando de um sistema que considera que só mulher pode ser do lar.
Quanto a minha profissão, eu me considero professora de inglês. Também sou crítica de cinema e até pouco tempo eu era enxadrista também (falando de “profissões paralelas” que também me dão um dinheirinho). Mas faz CINCO ANOS E MEIO que sou estudante. Fiz mestrado entre 2003 e 2005, e estou no doutorado de 2005 pra cá. E é algo em tempo integral. Inclusive, a bolsa que recebo estabelece que preciso me dedicar aos estudos em tempo integral e que não posso ter outra fonte de renda. Eu realmente vivo da bolsa que recebo, há 5,5 anos. Sou estudante. Doutoranda, se preferir.

lola aronovich disse...

Lila, então. Eu chamaria mais de machista que de misógino, mas obviamente um diálogo desses denota um preconceito contra a mulher. E sobre não ver sexismo nessas declarações, bom, quando se está mergulhado nessa estrutura, e a pessoa vê as coisas sem questioná-las, não vai notar mesmo.


Ale, ah, faz sim, e depois conta pra gente. Quero ver. Se o maridão preenchesse alguma ficha eu também pediria pra ele.


Meire, minha querida colega do lar: total douchebag esse cara! Mas, se tem mulher que aceita isso... Até que ele não mentiu tanto. Imagino que as moças devem ter achado o sujeito bonitinho, né? (muito mais que se interessado no carro dele).

Anônimo disse...

oK, Lola. Eu estou me descobrindo feminista agora e me confundi com os conceitos. O que quis dizer foi no sentido que tem gente que só considera misoginia violência física às mulheres e acho que devemos prestar atenção porque vai além disso. Mas sem dúvida o atendente revelou um pensamento machista.

Anônimo disse...

Lola na verdade acho que foi o xadrez que te desenvolveu nesta arte da argumentação. Considero você muito tenaz nesse aspecto, e as pessoas não mudam de atitude com gente debochada ou sem paciência que nem eu.
Na verdade se eu fosse homem acho que viveria com a cara quebrada pois me dá vontade mesmo é de sair no sôco.Quando me fez "Deus estava namorando" pois me fez grande, moleirona e medrosa. Ainda bem!!!
Fatima.
P.S.: Ah eu seria um desastre no xadrez!Acho que em corrida de cipó eu me daria bem, só avuando nas árvores eheheheheheh

Babs disse...

Lola, acho que não deixei claro, mas certamente eu não me referia as que são "do lar" por necessidade. Mesmo porque nesse quesito o preconceito corta dos dois lados, quantas pessoas contratariam um homem para ser empregado domestico? Ou babá?
Na verdade eu estava lembrando de um monte de conhecidas, inclusive da minha família, que já tiveram profissões fora de casa e foram até bem reconhecidas, ganhavam seu salário e etc., e preferiram se tornar do lar. Se isso não é fetiche por ser do lar eu não sei o que é.
Quando eu fazia cursinho pré vestibular ouvi de uma candidata à medicina que "já avisou o noivo" que não ia querer trabalhar, que ele que ia ter que manter a casa e etc. Para mim pareceu uma discrepância total...
Enfim, gosto cada um tem o seu...

Andrea disse...

Se estudante de doutorado é do lar, entao será que estudante de mestrado é do lar em categoria mais baixa??? uahuahau Muito horrivel isso Lola!!

Sempre respondo estudante nas fichas que preencho aqui e ali, e ninguem nunca contestou, mas acho q tb seria obrigada a dizer q sou do lar caso nao aceitassem estudante. E f**a é q como vc disse a gente tem renda fixa SIM, recebe todo mês bonitinho a nossa bolsa.

João Neto disse...

Lola; não fique brava.

Então não seria mais fácil falar que é professora de inglês, do que ficar brava pelo fato funcionário querer torna-la "do lar"?

Você só não está trabalhando por necessidade do seu doutorado, mas é professora, enxadrista, blogueira, etc. Estar sem exerce-la não muda sua profissão.

Você, neste caso, está sendo ranzinza, somente. Machismo é outra coisa e você sabe disso.

Anônimo disse...

hahahahaha!!! O pior é o senhor nem perceber que tá sendo preconceituoso...
"do lar", nem sabia que existia isso.
Eu tb sou estudante, mas de mestrado, e já me questionaram se isso era profissao... Na verdade eu nao sei: estudante é profissao? EM todo caso, é minha ocupaçao principal atualmente.
abraços!

lola aronovich disse...

Sem problema, Lila. Eu também nunca parei muito pra pensar na diferença entre machismo e misoginia. Mas acho que misoginia envolve ódio (não só violência física), e machismo é talvez mais suave? Tipo, nem todo comportamento machista expressa ódio contra a mulher, certo? Marido proibir mulher de trabalhar, por exemplo, é machista, não necessariamente misógino. Muitas vezes andam juntos, claro.


Fátima, “arte da argumentação”? Obrigada, obrigada, são seus olhos etc. Se eu tenho alguma arte nisso, não foi o xadrez que desenvolveu. Até porque só comecei a jogar xadrez de verdade com 22 anos. Antes eu jogava pouquíssimo, uma ou duas partidas por ano. E eu sempre gostei de “argumentar”. Além do mais, o maridão, que é profissional de xadrez (eu sou apenas uma amadora muito do chinfrim), é péssimo em argumentações.
Ha ha, adorei o seu “quando Deus me fez...”.

lola aronovich disse...

Zuzo bem, Babs, entendi. É verdade, nisso o preconceito afeta os homens. Essa divisão tão forte entre o que é ser homem e o que é ser mulher, entre o que um homem pode fazer e o que uma mulher pode fazer, afeta os dois sexos, sem dúvida. Por isso que a gente vive dizendo que o feminismo é bom pros homens também!
Mas sabe, Babs, mesmo as mulheres que são bem sucedidas e decidem se tornar “do lar” têm suas razões. Acaba sendo necessidade, não fetiche. É uma opção pra quem pode. Pra muitas mulheres é importantíssimo acompanhar o crescimento dos filhos. Deve ser péssimo trabalhar o dia todo e só poder ver os filhos duas horas por dia - até porque, em geral, as pessoas gostam mais dos filhos que do trabalho. Eu, que não tenho filhos, quando trabalhava 8 horas por dia numa escola de inglês reclamava que via mais a secretária da escola que o meu marido, e eu me casei com meu marido, não com a secretária!


Andrea, vc acertou: vc é uma típica do lar, categoria B. Não sei se tem a ver com a idade também. Do pessoal não querer aceitar que uma mulher de 41 anos (moi) possa ser estudante. Estudante é coisa pra gente da sua idade, Andrea! Mas o negócio da nossa bolsa é muito difícil pro pessoal entender. Quando a gente fala que tem bolsa, eles acham que a gente não precisa pagar a faculdade. Mas a gente não precisa pagar a faculdade de qualquer jeito, porque estuda numa universidade pública. Pô, essa bolsa é a nossa única renda fixa! É o que nos sustenta.

lola aronovich disse...

João, não estou brava, estou com pressa. É diferente. E não fiquei brava com o funcionário! Só apontei o que pra mim pareceu uma discrepância muito grande. Olha, mesmo que “the personal is political” (um dos lemas do feminismo), um erro é individualizar demais a coisas, ver tudo pelo lado pessoal. Como várias moças andam comentando aqui, se ser estudante é ser “do lar”, elas também o são. Não é algo que só me toca. Tampouco é uma birra minha com o senhor que me atendeu. Minha birra é com todo um pensamento que diz que só mulher pode ser do lar, mesmo no século 21.
E vc não acha que 5,5 anos é tempo que não acaba mais? É mais do que dura muita profissão de jogador de futebol e modelo que tem por aí. E se depois de terminar meu doutorado eu não seja mais professora de inglês? No momento, sou estudante. Faz 5,5 anos...
E por favor, não diga “vc sabe disso”. Porque eu (e outras mulheres aqui) tô argumentando exatamente o contrário, que insistir que uma mulher seja “do lar” é machismo, e vc repete o seu argumento e joga um “e vc sabe disso no fim”. Fica um pouco arrogante.


Pois é, Thais, mas meu argumento é justamente esse: se estudante não é profissão (e, no caso de quem tem bolsa de mestrado ou doutorado, eu acho que é, ué), então dona de casa também não é. Se o critério é renda... Mas pelo jeito o critério é sexo. Ou melhor, gênero (homem/mulher).

Anônimo disse...

Lola,
em primeiro lugar, minha estratégia era ser a mais assídua comentadora do blog. Eu pretendia comentar mais de uma vez por dia, mas não deu certo. Eu sou profissional, esposa e mãe de duas lindas meninas, que precisam ser doutrinadas na Filosofia Feminista e, absolutamente, incompetente, portanto, acho que não chegarei ao primeiro lugar. Mas, o que me consola, é eu te ler todos os dias e ser o maior pau-mandado de pessoas óóóóóóóóótemaaaaaaaas que existe. Com relação a este advogado, posso dizer (pois também pertenço a esta raça), que ele poderia qualificá-la, tranquilamente, como doutoranda ou mestranda, ou pós-graduanda, com bolsa de estudos, na Universidade TAL... Permita-me o desabafo: Qui boista!

Anônimo disse...
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Serge Renine disse...

Cara Aronovich:

Nesta eu estou de acordo com o João Neto. Eu não acho que se "do lar" seja um desrespeito as mulheres.
É muito legal você defender com unhas e dentes o máximo respeito as mulheres, mas, chamar a mulher de "do lar" não é ofensa, e na falta de uma profissão (clássica) definida, é perfeitamente aceitável.
Desculpe-me contrariá-la, mas, o exagero para qualquer extremo na defesa de uma posição se torna uma intolerância e nós da esquerda já temos intolerância demais.
Com o grande avanço das mulheres em suas profissões e vida social, tenho certeza que esse termo “do lar” para se referir as mulheres que trabalham em casa, será substituído por algo politicamente correto.
Só espero que com outro termo, politicamente correto, o trabalho doméstico das mulheres, este sim, seja valorizado e respeitado não somente por outrem, mas, principalmente, pelos familiares.

Suzana Elvas disse...

Lola, é como eu te falei.
A senhorinha casa e adota o sobrenome do marido. Aí o príncipe vira sapo e... divórcio. Mas ela, por preguiça, continua a usar o sobrenome do marido. O dito morre e agora ela não quer carregar a herança do finado.

Pede pra voltar a usar o nome de solteira... mas não pode. Só casando de novo, adotando o sobrenome do novo marido, pedindo divórcio e SÓ ENTÃO solicitando seu sobrenome de solteira de volta.

Assim, do nada, não pode não, senhora.
Não, mesmo.

Né show?

Anônimo disse...

Então, nós mulheres que não fazemos questão de sermos donas de casa, temos que tomar cuidar pra não revelar preconceito para com quem faz esta opção. Eu mesma já levei um puxão de orelha de uma leitora nesse post: http://universonosdois.wordpress.com/2008/09/16/sou-feminista.
Minha cunhada mesmo fez a opção de ser dona de casa. Ela tem uma escadinha: uma filha de quase 5 anos, um filho de 2 anos e uma bebêzinha ainda amamentando. Optou por cuidar da casa e dos filhos e não por trabalho externo e babá. Confesso que achava estranho ela não trabalhar fora, mas com a convivência e com a última gravidez, passei a respeitar seu modo de vida.

Suzana Elvas disse...

Ah, só para constar: minha irmã, que é advogada, adorava preencher essas fichas com "profissonal do sexo". Aí o olho da criatura que a estava atendendo crescia que você precisava ver!

"Mas isso é contra a lei!" "Não, senhor. Se eu tivesse um cafetão o criminoso seria ele, não eu." "Mas a senhora... er... tem três filhos?" "Sim, senhor. Eu há muito deixei de ser 'do lar'. Meu marido contratou uma empregada. Eu acumulava funções, mas sabe como é; a gente começou a ganhar dinheiro, temos babá, empregada, motorista... Então agora eu sou só 'profissional do sexo'".

A vez em que eu vi ela explicando isso, com a cara mais séria do mundo, botei coca-cola pelo nariz de tanto rir.

João Neto disse...

Lola:

Eu não acho que " 5,5 anos é tempo que não acaba mais?" eu acho que a gente estuda para aprender e produzir e dar retorno a sociedade com o que aprendemos como esse estudo. Sinceramente eu então entendo essa de eterno estudante. Eu já tive alguns amigos assim. Você tem quarenta anos e ainda é estudante? Não ta na hora de trabalhar? Por isso seu bolg é sempre excelentemente atualizado. Seu marido é desempregado? Como assim? Isso é o retrato da esquerda. Plano de saúde de graça, transporte, (ônibus) de graça, educação de graça. Mas quem paga? Quem trabalha e quem produz. Você tem uma bolsa de estudos só para estudar e dar aulinhas de inglês que, como já li eu alguns
posts atrás, num debate entre você e um tal, ao qual você apelidou de troll, não da nem para pagar um aluguel de carro. E você se diz de classe média? Que classe média é essa? A classe média trabalha e paga os desmandos desse país, dessa esquerda que distribui o que não é dela. Classe média não vive de bolsa de estudos para estudar eternamente, pelo contrario, paga estudo para seu filho para não depender da caridade insolente desse governo obtuso, e ainda banca estudo de quem só estuda. Se você fosse "do lar" seria mil vezes mais digna do que uma doutora sem profissão, ou seja, sem contribuir para a sociedade. Se, agora, falar que sua profissão é pesquisadora para uma importante universidade eu retiro tudo que disse, mas não venha falar que sua bolsa é do exterior, pois, se assim for, essa bolsa poderia se melhor aproveitada por outro aluno mais produtivo. Minha mãe foi um dona de casa, ou seja, “do lar” e eu tenho certeza que ela era muito, mas muito mais mesmo, realizada que você! Não insulte essas mulheres com suas idéias preconceituosas! Ser “do lar” pode, é na maioria das vezes é, tudo o que uma mulher quer, para criar seus filhos e ser feliz. Se você tivesse filhos saberia disso. Não venha falar que você sabe o que é ter filhos, por que isso só sabe quem tem; a gente muda e o dia em eu que você tiver, saberá.
Como eu sei que você não tem filhos? Por que eu já li um post seu comparando defender bichos com defender crianças. Acredite, não tem comparação.

A direta faz, a esquerda implora e, tenta, distribuir o que não é dela.

Produza! Viva e deixe viver!


Te desejo vida longa e próspera!

lola aronovich disse...

Puxa, Paula, fico chateada que vc tenha que exercer essas atividades fúteis como dormir, trabalhar, e criar suas filhas, e não possa se dedicar ao que realmente importa, que é ser a comentadora mais assídua do meu blog. Mas contento-me em saber que vc faz tudo o que eu mando. Vc quer meu endereço pra me enviar aquelas barras de chocolate que eu já mencionei?


Serge, no meu post, eu não entrei tanto na questão se o “do lar” é desrespeitoso às mulheres ou não. Mas, aproveitando, eu digo que é, sim. “Dona de casa” me parece mais educado que “do lar”, porque pelo menos implica em propriedade, a mulher é a “dona” (põe aspas nisso) da casa. Com “do lar” parece que ela é mais um objeto pertencente ao lar.
Mas o que eu disse no meu post foi que machista é que existam dois padrões, como ficou claro no diálogo com aquele senhor. Se o meu marido estivesse exatamente na mesma situação que eu, ele seria estudante ou desempregado. Eu sou “do lar”. Apenas por ser mulher. Independente do termo, eu realmente não sou uma pessoa doméstica! Minha casa vive suja. É até ridículo assumir que eu sou “do lar” só porque a pessoa não concorda que estudante (que recebe bolsa) seja profissão.

lola aronovich disse...

Su, não pode tirar o nome do marido? Eu não conheço nada dessas regras. Mas fica aqui a minha sugestão a todas as mulheres: não mudem de nome, não adotem o sobrenome do marido. Mantenham seu próprio nome e insistam pra que os filhos tenham dois sobrenomes (do pai e da mãe). Isso de mudar de nome é hiper patriarcal!
Ha ha, eu não tenho essa cara de pau pra explicar um possível preenchimento como “profissional do sexo”. Mas essas fichas são um pé no saco. E quando tem que escrever “raça” e “cor”? Nos EUA tem isso direto, mas aqui no Brasil soa a racismo. Eu coloco “amarelada com pontos rosas”.


Lila, exatamente. Se uma mulher faz essa opção (e ela nunca faz essa opção sozinha, é sempre em conjunto com o marido) de ficar em casa cuidando dos filhos, temos que respeitar, não criticar. Eu acho uma opção arriscada, porque assim a mulher se torna muito dependente. Em caso de violência doméstica e/ou separação, a mulher realmente fica numa situação frágil. Mas, se tudo dá certo, não vejo problema. Se o maridão ganhasse bem o suficiente pra eu não precisar trabalhar, não sei se trabalharia. Ficaria só no blog, sem nenhuma dor na consciência. Mas o oposto também precisa ser verdadeiro: se EU tiver chance de ganhar o suficiente pra sustentar o maridão, por que ele trabalharia? Poderia só ficar fazendo trabalho voluntário e jogando xadrez..

lola aronovich disse...

Ah, João, o seu comentário merece virar um post. Me permite? Aí eu respondo no post, posso? Amanhã.

Anônimo disse...

xiiii... lola. deixou Jãozinho brabo! Será que foi antes dele ficar sem argumentos ou logo depois dele ver que vc está certa?

Anônimo disse...

Concordo plenamente com vc Lola!

Não concordo em NADA com João Neto.
Além do mais..Independente de ser "do lar" ser ou não pejorativo,parece que certas pessoas não perceberam que além desta questão, o problema está no fato que você Não É "do lar!". Já que vc é doutoranda e SIM uma pesquisadora, que embora acredito que não esteja desenvolvendo algum método q faça explorar mais ainda o trabalho humano, (= q dê lucro p alguém) esteja desenvolvendo algo para melhor compreensão e enrriquecimento da nossa cultura e sociedade. Mas, talvez para alguns isto não seja digno de dinheiro público, porque dinheito público é para dar para bancos, para especuladores e salvar o capital financeiro. Muito contraditório este argumento de direita que colocam a culpa do desemprego como algo individual, como se a pessoa voluntariamente queira esta situação. E sempre vão dizer "mas eu conheço fulano que é um vagabuno.." generalizando o particular. Ou será que acham que estes 700 bi. pago com impostos vão para população,ou até mesmo a classe média..os bancos ainda não estão liquidando tudo que eu saiba..
Além do mais,parece que estas pessoas não estão muito atentas pelo índice de desemprego não só em países periféricos como outros da Europa. E do jeito que está, a precarização do trabalho e desemprego irá bater um dia na porta da sua casa e dos seus filhos. Vamos ver se estes ainda vão dizer que isso é de esquerda.
E ainda acreditam que quem distribui a riqueza são os ricos, realmente, o trabalho humano dos pobres não dá nada aos ricos. Engraçado que estes mesmo continuam cada vez mais pobres e uma minoria cada vez mais rica...Trabalhado que nem um camêlo, o pobre não enrriquece porque ele é culpado...

Contradição de nossa sociedade, cegueira de quem tenta costurar o que não tem como. A saída para isto é a exploração camuflada, pois não se sentem como exploradores. Do trabalho humano, da mulher e de quem vier...
Quem produz é quem modifica a natureza com os seu físico e intelecto, não quem fica contando dinheiro e achando que está "dando" empregos.

Abraços!
Mari

Anônimo disse...

Pois é... Seu João! Eu tb desejo muita saúde para o Senhor, pois se vc algum dia ficar doente vai ser constrangedor ter que se utilizar da medicina, uma vez que quase todos os avanços dela são conquistados em estudos de mestrado, doutorado e afins (essas coisas de "vagabundo", de gente que mesmo tendo mais de 40 anos ainda estuda).

Haaa... mas pesquisador o Senhor respeita... Então espero que nunca um filho ou neto seu queira estudar além do ensino fundamental, pois sabe como é... muitos desses professores ou professoras de ensino médio são "má influência pras crianças", pois estudam muito, alguns chegam ao absurdo de fazer mestrado... e ainda por cima com bolsa de estudos. E os professores universitários então... tudo com mestrado ou doutorado, esse tipo de gente que o Senhor disse não contribuir com a sociedade.

Ou eu entendi mal? E o seu rancor é só com a Lola mesmo? O Senhor a chamou de "doutora sem profissão, ou seja, sem contribuir para a sociedade." e disse tb "essa bolsa poderia se melhor aproveitada por outro aluno mais produtivo." Como um aluno pode ser mais produtivo do que estudando em tempo integral? E quais são os teus critérios de avaliação? E quem o Senhor conheçe que ganhou bolsa de estudos sem que houvesse uma perspectiva óbvia de retorno à sociedade depois da conclusão do estudo? Ou será que eu é que estou mal informada e a Lola recebeu bolsa pq é fofinha e simpática? Será que ninguém da sua família se beneficia hoje com o tempo que essa gente "sem profissão" dedicou aos estudos? Em nenhuma área?

Deixando as ironias de lado, penso que todos nós saimos beneficiados quando pessoas que poderiam ter "profissão" (e certamente ganhar mais dinheiro do que estudando) optam em colocar a sua capacidade e inteligência à disposição sob forma de estudos mais aprofundados. Seja na área que for: científica, histórica, cultural, filosófica, tecnológica, humana... Não tem como não ser bom para todas as pessoas a longo prazo, uma vez que a vida é um todo e todas as áreas de pesquisa acabam se interligando e interagindo de uma forma ou outra.

lola aronovich disse...

Taia, ele deve ter ficado bravo entre esses dois momentos que vc cita.


Mari, exatamente: eu não sou “do lar”, pô! A violência é querer me enquadrar em algo que não sou, nunca fui. Em nenhum momento eu falei qualquer coisa contra as mulheres que fazem essa opção. Pelo contrário, eu defendo que existam opções. Mas quando o patriarcado insiste em encaixar uma mulher que está estudando numa categoria como “do lar”, eu vou chiar sim.
É incrível o capitalismo. É como vc diz, Mari: dinheiro pra melhorar a vida das pessoas não tem, não pode, as pessoas não merecem, tá cheio de vagabundo. Mas quando é pra salvar banco de falência, aí tudo bem.
É verdade: a exploração das mulheres está totalmente ligada à exploração do trabalhador como um todo. É o mesmo modelo de exploração, de acreditar em darwinismo social, em seleção natural de que alguns “nascem” melhores que os outros e merecem mais o que vão conseguir com muito menos esforço. Eca! Obrigada pelo seu comentário, Mari.

Suzana Elvas disse...

Quando leio "raça" em questionário sempre me lembro da anedota sobre Einstein, preenchendo o formulário de imigração ao entrar nos EUA:

"Raça: HUMANA".

Giovanni Gouveia disse...

Lola, você deveria ter argumentado que não era "dolar" (US$), mas "Real"(R$)... ;)

Anônimo disse...

Que horror esse senhor! Como assim estudante não é profissão pra mulher? Mesmo nos meus tempos de desempregada, todas as fichas eram preenchidas como professora. E, na época de bolsa integral do mestrado, eu era estudante, sim.

Sobre o nome, eu mudei o meu quando casei. Foi a melhor forma de diminuir o meu nome (era gigantesco, agora ficou um pouco menor), e ainda tem o fato de que me identifico muito, muito, muito mais com a família do meu marido do que com a minha. Me sinto bem melhor assim. Mas enfatizo sempre para os alunos que todo mundo pode alterar o nome ao casar, inclusive os homens, e é pra pensarem bem se querem tanta mudança, e de que tipo.

Existe um entendimento de que a mulher, como era obrigada a adotar o nome do marido, não podia ser punida na ocasião do divórcio com a perda do nome, porque ele já estava incorporado em sua personalidade. É por isso que ninguém defere mudança de nome de mulher casada, e é por isso que a Marta continua a ser Suplicy...

Profissional do sexo foi a melhor, disparado... e eu tive um professor que usou um catálogo de tintas para definir a cor dele pra responder um desses cadastros...

Andrea disse...

Lola, esse post foi escolhido como meu favorito de até então. Já comentei sobre ele com um monte de pessoas, fiz foward dele, copiei no meu orkut (com referencias à Lola e tudo hehe)

Por aqui sigo me conformando com a minha categoria "do lar" tipo B.

E é f**a mesmo o pessoal nao entender que vc nao tem q ter idade para estudar. Qdo comecei a fazer letras ptg em rondonia (q larguei para fazer ingles) tinha um senhor q tinha idade para ser meu avô, mas nas aulas de filosofia, sociologia e sempre q precisavamos ouvir algo mais substancial, era dele q vinha. É uma pena q muitas pessoas não respeitem a sabedoria q se adquire ao longo do tempo e a coragem daqueles que não se cansam de cultivá-la.

Li tb seu post de hj. Sobre o Seu (não lembro mais o nome de gente insignificante a gente nao guarda). Então, que comentarios de direita idiotas!!! Tá, vá lá q eu nao sou de extrema esquerda. Lembra qdo vc pediu pra fazermos aquela enquete se eramos direita/esquerda. Bem, eu saí ali pelo meio-termo. uahuahua. Mas apoio sim q nos deêm dinheiro para estudar. Afinal ser estudante (e do lar) em dedicação exclusiva nao é facil. Pra manter o patamar de produção academica q nos exigem só mesmo pagando para sermos exclusivas. De outra forma nao vejo como. Admiro um monte os meus colegas q levam o ME/DO e ainda trabalham. E tb as minhas amigas q tem filhos e levam o ME sofrendo. Eu "só" com o ME e os meus serviços "do lar" já não tenho tempo nem pra tirar o esmalte da unha q já estorou o prazo de validade. E assim segue a vida. A gente cuida dos maridões, da casa, dos estudos, dos alunos dos estagios de docencia, e geralmente, nós estamos em ultima prioridade na nossa listinha. E ainda tem machão por aí dizendo que a gente não se esforça! Ah! Faça-me o favor!!! Dá vontade de falar pra eles virem aqui lavar um pouco de louça, limpar o banheiro e fazer comida. Enquanto eu retoco meu esmalte. Eu quero é mais um tempo pra mim.

lola aronovich disse...

Taia, ótima pergunta a sua: “Como um aluno pode ser mais produtivo do que estudando em tempo integral?”. E obrigada por me achar “fofinha e simpática”. Eu acharia esses dois excelentes critérios pra receber bolsa, mas acho que o pessoal da faculdade adota outros critérios...
Não, brincadeirinhas à parte, ótima resposta a sua, Taia. Nem tenho o que dizer. (fora que é meia noite, eu tô morrendo de sono, e amanhã preciso acordar muito cedo pra ver se o capítulo que preciso entregar na sexta rende).


Su, é uma boa resposta, essa do Einstein.

lola aronovich disse...

Gio, toda vez que eu vejo “do lar” eu penso na moeda americana... que também anda desvalorizada! (bom, agora tem subido).


Cynthia, bom, eu acho “estudante” (ainda mais com bolsa) tão profissão quanto “do lar”.
Ah, o seu sobrenome é muito bonito. Também é uma questão de opção. Se vc se sente melhor adotando o sobrenome do marido, vai em frente. O que questiono é fazer isso automaticamente, como se mudar de nome ainda fosse obrigação da mulher. Acho isso muito antigo.
Ah, catálogo de cores pra definir cor é muito boa! Quero arranjar coragem pra responder “profissional do sexo” em alguma ficha...

lola aronovich disse...

Andrea, vc é de Rondônia?! Eu não sabia! Vivo brincando que, quando terminar o doutorado, vou fazer concurso onde houver, e sempre menciono Acre, Rondônia... Mas não tenho grande vontade de morar nesses lugares tão, ahn, distantes. Onde vc morava (Porto Velho?) tinha cinema e tudo?
Legal que vc gostou deste post. Pois é, não há idade pra estudar. Imagina que uma pessoa está numa profissão que não gosta e tem a chance de estudar novamente. Ela deve continuar no mesmo trilho só porque “está produzindo”, ou deve tentar buscar o que lhe traz felicidade e prazer? Pra mim essa busca também é útil.
Ai, nem me fala do tempo que falta quando a gente estuda. Agora que estou só na fase de escrever tese eu sempre dou um jeito de enrolar e encontrar tempo pra outras coisas (bom, dá pra ver que eu enrolo muito MESMO). Mas na época de cursar matérias isso era impossível. Ainda bem que eu não tinha blog naqueles tempos! Abração. Eu vou dormir. Tô morrendo de sono...

Unknown disse...
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Unknown disse...

Sou péssima dona de casa,mas ruuuiiimmmm mesmo!eu me deprimo,por ser assim!porque por enquanto,não posso pagar uma diarista,para manter o meu lar organizado e para piorar meus filhos são homens,apesar que os amo,pois sempre me dei bem com meninos que meninas e para mim fui abençoada,por ter filhos homens,mas na casa só estando eu de mulher,as coisas ficam todas fora do lugar e sou ótima para trabalhar fora,mas corro de qualquer serviço doméstico e também penso,que é um desperdício gastar tempo fazendo serviços domésticos,se posso estudar e me aprofundar em pedagogia,já que estou fazendo universidade e pretendo fazer pós e depois quem sabe um mestrado e por aí vai;adoro pesquisar e me aprofundar em muitas questões culturais e sociais.Amo física quântica,história geral,psicologia,filosofia,teologia,antropologia,etc.Muitas pessoas de admiram pelo conhecimento que tenho,mas sou um fracasso como dona de casa.Minha casa é um lugar que ser humano algum não deveria habitar.Eu até faço,mas na maioria das vezes não faço e acomula tudo que fica assustador,qualquer um diria,admirado de terror:-Meu Deus!eu tento,mas quando começo a arrumar,eu me transformo em outra pessoa,de um ser calmo e amável,me transformo numa mulher muito nervosa,estérica e de muito mau humor e minha familia se assusta comigo.Meu marido já me disse,que nenhum homem teria coragem de conviver comigo,por eu ser assim,só ele mesmo,mas ele diz que tenho virtudes,como,por exemplo:sou compreensiva,boa mãe,quando estou disposta faço um ótimo sexo,quando saímos sou divertida e muito simpática com as pessoas e seus amigos,o meu ciúme é controlável e equilibrado,para ele também além de ser bem inteligente ,sou bonita mesmo tendo a condição econômica não tão boa o que nem sempre ajuda com os fatores do tempo(somos classe média baixa e tenho 38 anos e dois filhos). Meu filho mais novo,se irrita algumas vezes por a casa está um caos terrível,mas falo que ninguém me ajuda,só às vezes muito raro,porém meu marido quando pode,me ajuda ,o que também não é sempre,mas ajuda mais que os filhos e também acho muito chato pra ele,pois ele chega cansado do trabalho.Se eu soubesse que era ruim para caramba em ser dona de casa,não teria familia e tentaria ser sozinha e por isso me sinto culpada por ser assim.Quando era solteira minha mãe fazia tudo,mas não culpo a minha mae totalmente,afinal tem gente que depois que casa toma geito e se torna boa dona de casa .Eu mesma recebo elogios de muitas pessoas por me acharem bonita e inteligente,mas me sinto uma ogra,por ter este espinho na carne,que é não conseguir ser como a minha mãe,minhas irmães e outras maiorias de mulheres.Minhas cunhadas falam mal de mim,por eu ser assim.Visitas só as recebo com casa arrumada,se não tiver dou alguma desculpa,pois tenho vergonha de ser como eu sou,noto que a sociedade odeia,mulheres casadas como eu,que são desorganizadas,desastradas e que são uns fracassos em qualquer serviço doméstico.Eu odeio lavar,varrer,cozinhar,limpar ,etc.Achei que seria fácil lidar com o lar,quando era solteira,mas revelei ser alguém que não imaginava ser e me decpcionei muito comigo,por isso entro em depressão,mas sei que isso não é bom,então luto,para eu me aceitar como sou.Meu professor de psicologoa da educação,uma vez em sala de aula disse,que se uma pessoa,faz muito bem outras coisas e muito mal outras,como que se não

Unknown disse...

tivesse nenhum interesse em faze-las,este não é preguiçoso,pois o preguiçoso é aquele que não gosta de fazer nada em qualquer área,também já fui numa psicologa e ao me abrir,ela disse que sou alguém egoísta,que só quero o meu bem estar e não o da minha família,que tem o direito de ter uma casa limpa,roupa lavada e etc e eu não sou louca,tenho consciência que meus filhos devem ter o melhor de mim,mas tenho bloqueio ou é falta de vergonha na cara,por ser preguiçosa e meu professor está errado?mas queria ser feliz com a rotina da casa ,então porque fracasso?É claro que comida faço,pois nunca deixo meus filhos com fome,mas se eu realmente sou egoísta não fazia caridade e muitas vezes ajudo a quem sem saber quem ou dou algo que gosto muito para quem pede e também fico até dura,quando recebo o meu pagamento,para dar algo a minha família,deixando o que quero ter em segundo plano.Acabei achando que a psicóloga foi precipitada no que disse e na terceira sessão não fui mais,porém as vezes me pergunto se ela não estaria de algum modo certa.Peço a Deus,que eu melhore e que eu me supere neste quesito,não sei como,mas já pensei em fazer terapia com um profissional em hipnose.Já tentei muitas dicas de internet e pessoas amigas,mas não dá certo,no início até vai,mas depois a rotina de arrumar,me deixa louca e se não tiver rotina,só Deus sabe quando consiguirei ter forças para arrumar a casa.Me formei em técnica em edificações,antes de casar,mas ficava muito distante da familia,pois trabalhava muito,então larguei esta profissão faz tempo,mas fiz esta profissão mais a pedido de minha mãe,não gostava desta profissão.Atualmente trabalho com digitações para uma empresa ,só que trabalho em casa e por fazer universidade,muitas vezes madrugo em época de provas ou de trabalhos de pesquisa.Se quiserem me aconselhar meu email é jjed@ibest.com.Abraços a todas!

Unknown disse...

ou se quiserem coloquem aqui o comentário.É claro que não me sinto uma pessoa totalmente infeliz,pois mesmo com a sinceridade deles(o que é importante)tenho o carinho de minha familia .Agora na sociedade que nos rodeia de forma mais íntima(pessoal do trabalho,parentes,vizinhos,amigos,etc),sei que as pessoas adoram saber do podre dos outros,porque também os tem,se não tivessem e fossem mais perfeitos,não criticariam com muito gosto tanto os defeitos dos outros e tentariam não julgar severamente o próximo.Talvez julguem muito pelo fato de poderem confortar demasiadamente o seu ego,julgando os outros,como se pudessem por um momento provisoriamente provarem de suas próprias loucuras de sentirem ser Deus todo poderoso e esquecer de suas podridões e mesquinharias,pois se fóssemos santos estaríamos louvando no céu e não passando por provações aqui em Gaia,que é este super organismo :o planeta Terra.Mas também vejo muita mulher labutando no trabalho de doméstica e não é valorizada,pois seus maridos as trocam,por novos amores,que estão por aí de unhas e cabelos feitos,perfumadas e de boa aparência e que também gostam de se divertir com eles e de lhes darem total atenção no sexo e na converça(falo dos maridos).Dizem que quando olham a mulher de casa desarrumada,cheirando a tempero de cozinha,com uma aparência que é tudo menos atraente e que está cansada para ter uma ótima conversa e ser divertida e com quase nehuma vontade de namorar e fazer sexo,mesmo que não esteja muito à fim,mas não fazem ,pois elas(as mulheres casadas)dizem que estão cansadas do trabalho doméstico,do dia rotineiro da educação dos filhos e dos trabalhos escolares deles e reclamam o tempo todo,que o marido não ouve,mas de repente,sendo esta a reclamação dos ditos maridos e tem mais reclamações deles... é porque só sabem pedir e sempre reclamar e ao ligar para o marido,no trabalho é quando está desconfiada ou para cobrar algo relacionado a dinheiro.Já cansei de ver estas histórias no dia-a-dia com outras mulheres e os maridos correrem de suas ótimas esposas donas de casas,que dizem ser umas chatas e que não veêm mais graça nelas,mas muito nem falam por não querer magoa-las,afinal ,dizem:-coitada!.Quero dizer neste último texto é que na verdade eu não queria também ser uma Amélia,porque esta para mim nunca foi uma mulher de verdade ,mas queria poder ser uma pessoa capaz de saber lidar bem com a casa,assim como consigo lidar bem com a vida íntima e social do meu marido e assim como consigo dar bastante carinho e atenção à psique dos meus filhos.Agora por hoje termino,mas com a idéia de quem não quis ofender ninguém e que é claro,que não se deve ao comentar sobre pessoas independente de sexo,não se deve generalizar.Boi noite,gente!