quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

GUEST POST: NÃO FABRICAMOS ROUPAS PARA GORDAS FELIZES

Yohana, uma jornalista recém-formada que você pode seguir pelo Twitter, me enviou este relato. Qualquer mulher que já saiu pra comprar roupa (ou seja... todas?) vai saber exatamente do que ela está falando. Recomendo também, como acompanhamento, que você leia o post da Deborah, em que ela conta, entre outras coisas, como é perguntar pra uma atendente de loja se eles têm número 46/48, e ouvir de volta, “Não, aqui só trabalhamos com tamanhos normais”. Ha ha. Identifique-se com o guest post da Yohana:

No feriado do aniversário de São Paulo, fui convidada para ir à praia, no Rio de Janeiro, com minha família. Tio, tia, avó... Uma viagem tranquila, só para curtir a água. Fiquei ansiosa com o convite repentino - eu não ia à praia há mais de 2 anos!
Tive um dia para comprar biquini. Como estamos no verão, imaginei que fosse fácil achar um modelo legal para mim. Variedade, né? Tenho 1,54 e meio, peso quase 70 kg e uso 44. Talvez eu esteja fora dos padroes de beleza... Mas não estava pensando nisso na hora. Afinal, lembrem-se: eu queria um biquini normal, simples, só para aproveitar a praia com minha família.
Fui a um grande shopping. Entrei na Renner, que estava perto da entrada. Devo ter ficado uns 40 minutos dentro da loja para... nada. Simplesmente não tinha um biquini sequer que servisse em mim. Eu nem digo um biquini que tenha ficado bom: realmente não tinha nenhum que servisse. O pior? Havia biquinis tamanho G. Mas não importava o modelo que eu pegasse: ficava muita (muita!) coisa de fora.
Pensei em desencanar de lojas de departamento. Quando passei em uma loja que só vende biquinis, vi o preço: o mais barato custava R$ 150,00. Não rolava, né? Comprar roupa de última hora já horrível, imagina pagando um preço desses!
Fui parar na C&A. Poucos modelos, mesmos problemas. Passei quase 1 hora tentando achar um modelo legal, e encontrei um que ficou... just fine. Sabe? Era um GG. Mais uma vez, não tive escolha. Peguei e paguei o único que serviu em mim. Quando cheguei em casa e mostrei para minha irmã de 11 anos, ela ainda disse: "Nossa, parece que você comprou um P! Mal deve servir em mim também!".
A sensação que eu tive é que uma brasileira - não importa seu tamanho/idade - não pode pensar em usar biquini só para diversão. Na praia, todas devem mostrar o máximo do seu corpo, devem ser sensuais o tempo todo... Ou seja: mulher deve estar disponível a qualquer hora, mesmo numa viagem de família.
Em plena véspera da viagem ao Rio de Janeiro (!), eu estava triste e me sentindo ruim. O principal motivo?
Tenho 22 anos, e luto há pelo menos sete com meu corpo. Sempre me achei gorda, e realmente ganhei peso durante a faculdade (trabalho - sono + tcc = quilos). Mas, nos últimos tempos, resolvi me atrever a fazer algo impensável: me aceitar assim. Seu blog ajudou muito, Lola, e hoje posso dizer que gosto de mim. Não fico pensando em dietas nem em pílulas para emagrecer.
Porém, a sensação que tive ao sair do shopping é que a "sociedade", ou o mercado, sei lá, falava assim: "Você acha que pode ser gorda e feliz? Ahá!! Adivinha? Não fabricamos roupas baratas para gordas felizes!"
Doidera, eu sei. Se alguém já se aceitou do jeito que é, deve saber como estou me sentindo. Sabe quando um grupo de mulheres (seja no trabalho, amigas, família, etc) começa a falar sobre como estão gordas, tristes, como precisam comer menos, trocam receitas e dietas? Eu não participo mais disso simplesmente porque não me preocupo nem me sinto triste pelo meu corpo. Não vou mentir e dizer que estou fazendo dieta só para entrar no assunto.
Um dos maiores desafios que teremos que enfrentar será esse. Fazer com que a sociedade aceite nossa... aceitação, nossa felicidade. Já pensou como seria?

138 comentários:

L. Archilla disse...

Essa dos tamanhos é absurda, mesmo... eu tenho 1m69, meu peso varia entre 60 e 62 kg. Quando estou pesando 60 os tamanhos G de biquíni e lingerie ficam ótimos... quando chego a 62, o caimento já começa a ficar estranho, apertado, formando dobras onde não tem tanta gordura... fico imaginando o que uma pessoa da minha altura usa quando passa de 65 kg... barris?

Tanize disse...

É revoltante ter que fazer com que os outros compreendam que você não vai ser o que eles acham que você deve ser!!

Mas o pior nessa questão de roupas é que não há interesse dos cursos de moda, e dos seus alunos em aprender padronagens grandes simplismente porque é mais dificil dar forma a esses números. Ou seja, para que o estilista aprenda a trabalhar com números maiores eles precisa se dedicar a um curso extra-curricular. O que poucos fazem, porque a maioria das mulheres simplismente não se conforma quando não está dentro dos padrões. É triste saber que isso é proposital.

Loy disse...

eu tenho uma amiga que acabou de retirar a vesícula porque ela estava cheia de pedras, ela tem 33 anos. o medico estranhou, até ela dizer que ela esteve lutando com a obesidade, e que perdeu 23 quilos.
vá falar para ela sobre como ela deveria ter se aceito enquanto estava pesando 94 quilos e sobre como agora, que ela pesa 71 e se sente mais saudável e disposta, apesar de ainda colher frutos de uma alimentação desregrada e gordurosa (como ter de passar por esta cirurgia), na verdade ela está apenas fazendo o que a sociedade quer, que é emagrecer para parecer bonita.

eu também tenho e sempre tive grandes dificuldades de achar roupa e a indústria da moda realmente nao ta ligando para como é o corpo feminino de verdade. mas, não me leve a mal, será que você realmente tentou? Será que aceitar o sobrepeso próximo da obesidade grau 1 é o caminho mesmo? Vc acha mesmo que isso nao tem efeito sobre sua saude? agora vc é novinha e nao aparece. mas espera mais uns anos...

lola, adoro seu blog e tudo o que vc fala sobre feminismo abre muito minha percepção. mas isso de peso e alimentação esbarra em questões de saúde. Acho q não dá pra ficar detonando todas as idéias de que alimentação correta e exercicios são importantes e jogando tudo no mesmo saco da ditadura da beleza.

Fe Ribeiro disse...

O problema são as situações, eu sou bem gordinho ^^ tenho um metro e oitenta e peso 85 kilos. nesse ponto acho que para homens é mais simples comprar roupa;
Mas existe lojas de padronagens maiores mas as pessoas não entram porque costuman se sentir mal em um hambiente desse, acham que ser gordo é ser infeliz. eu não posso dizer que sou o ser mais feliz do mundo sendo gordo mas tenho me aceitado melhor ultimamente. Mas a questão tambem é falar algo como só trabalhamos com números normais!? agora o normal é ser magro?ser gordo é ser um alienigena no mundo dos magros.
Mas nós somos a maioria, a maioria não se encaixa nos padrões de beleza, a maioria não se encaixa nos padrões estéticos e de tamanhos, será que teremos sempre que nos revirarmos para nos adequar?
o mundo está todo errado e nós é que pagamos por isso =/

Juliana disse...

Nossa, Lola, nem me fale da saga do biquini! Todo ano é a mesma história. Não sou gorda (não me considero!). Tenho 1,67 e 70 kg. Nada fora do normal. Mas tenho muito peito, uso sutiã 46. Nenhum biquini G serve, ainda mais nessas fast-fashion. Devem ser G infantil. Quer dizer, servir, até serve, mas com boa parte dos peitos para fora. Não gosto! Para tomar sol, em casa, numa boa, até vá. Mas na praia e em locais públicos, fico desconfortável. O jeito agora é comprar peças separadas e compro em uma loja de lingerie da minha cidade especializada em tamanhos grandes e em peças para gestantes. Mesmo o G deles, dependendo do modelo, não veste tão bem. É muito frustrante, e todo mundo que conheço sofre com isso, senão com a parte de cima, com a parte de baixo!

Patricia disse...

Esse "padrão" de peso que o mundo está adotando me deixa cada vez mais assustada. Dia desses entrei numa dessas lojas metidas por causa de uma blusa. A moça, magééérrima, me perguntou quanto eu vestia. Hm, talvez a M dê certo. Quando eu vesti a P e ficou certinha em mim, ela vira e diz "é que essa P está super grande". Ok, a blusa era maior do que a maioria das Ps (que parecem de criança) mas céus, a blusa ainda era pequena!
Fico imaginando o que ela falaria pra alguém que precisasse de um tamanho maior.

E parece isso mesmo "Cê tá acima do peso? Cê não merece usar nossas roupas".

Triste.

Deise Luz disse...

Esse link pode ser interessante: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4925082-EI6593,00-Modelo+GG+Na+moda+brasileira+quanto+mais+mesmice+melhor.html

É a entrevista de uma modelo "plus size" brasileira muito famosa, que vive em Nova York e critica a moda brasileira por não fazer o que diversos países estão fazendo: reservando espaço para a moda GG.


Sobre o São Paulo Fashion Week, onde ela se recusou a ir, diz:

"O que é que eu vou fazer lá? Eu vou ficar vendo um monte de mulheres passando, que vestem 30 ou 32. Vou olhar e falar 'poxa, mas não tem do meu tamanho'. É pra inglês ver. Faz a semana de moda, todo mundo tira foto, mas quando a maioria das mulheres entra numa loja dessa, não passa, não cabe na roupa."

Bruno S disse...

A moda feminina é bastante restritiva para quem está fora dos "padrões" esperados.

Conversando com namorada, irmãs, amigas, podemos perceber que algumas lojas fazem roupas em tamanhos que só cabem em adolescentes. Algumas inclusive reduzem a numeração (38, 40, etc) que deverai ser padronizada.

Fiquei até assustado quando vi que minha namorada(algo em torno de 1,60 e longe de ser gorda) tinha comprado roupa G. Percebi que as meninas um pouco mais gordas ou mais altas e formato parecido devem sofrer demais para comprar roupas.

Se a mulher for um pouco mais gorda que ou for alta e não for magrela vai ter dificuldades com roupas.

No meu caso a única dificuldade é saber que terei que fazer bainha em qualquer calça que comprar.

Fernanda disse...

Eu sou o contrário da Juliana. Tenho quase nenhum peito (e sou magra, 1,65m e 52 kg), mas tenho uma bunda gigante. Então precisaria de uma parte de cima P no bojo, mas M na largura. E de uma calcinha GG, que nunca encontro. Minha bunda sempre fica pra fora, o negócio entrando e fica aquela tirinha lateral me apertando no quadril. Fica até marcado depois. Incomoda. É um saco.
Povo de moda preguiçoso, viu? Hehehe...

Má disse...

Estávamos comentando aqui em casa que parece que os tamanhos diminuiram de uns anos p cá...será q pode isso??
Tipo o P de antigamente não é o P de agora..(ou as roupas são pequeninas mesmo,,de estilo)
Tenho 1m52 e peso 42 quilos, ou seja, sou minúscula e magra, mas mesmo p mim, tem roupas tamanho P de blusinhas que ficam muito agarradas e acabo comprando um M.
Fico pensando, eu q devo ser umas das pessoas mais pequenas de tamanho e magra (não esquelética) fica pequeno o P, quem usa este P então??? Quem usa estes tamanhos Ps só podem estar passando mal de apertado, não é possível....Eu sou menor q todo mundo e não é todo P q fica legal em mim...

Alguma coisa está muito errado!
Já morei fora tb e vejo q aqui a sensualidade da roupa é muito priorizada, logo isso implica vc mostrar o corpo e ser "feminina" (não é assim q dizem?? rsrs) antes do conforto..

Bjão Lola!

Aline disse...

Desisti de ir as compras, toda vez que vou saio chorando, nunca encontro nada que me sirva ou que fique bom. Geralmente o que serve são roupas feias, muito largas que não me deixam a vontade. são roupas que dizem: Sou gorda e tenho que me esconder.
Eu gosto de roupas que digam: sou bonita e estou feliz, vejam só.
As vendedoras não se preocupam com você e mentem descaradamente dizendo que algo que ficou horrível ficou legal. E não é pra te agradar, é pura e simplesmente para vender.
Comprei um maiô ano passado que só usei uma vez. Apesar de estar acima do peso, eu sou alta e tenho o corpo alto, e o maiô tinha a parte do corpo pequena, como se toda gordinha fosse também baixinha.
Botas de cano alto? Só achei uma marca que tinha modelos que me servissem e virei compradora fiel da marca. Até escrevi a eles agradecendo.
Calças jeans bonitas? aqui em campinas não acho nada barato, sempre que preciso vou a Rio Claro e compro em uma lojinha lá, sempre da mesma marca, que faz coisas lindas e baratas.
Uma vez me apaixonei por um vestido de tafetá Uva, que apertava meus seios(além de tudo eu tenho seios muito grandes, já eram assim quando eu era magra), pedi um GG e para minha supresa ele não fechou! comparando os vestidos o GG era MENOR que o G.
Quando eu era magra eu já tinha problemas com roupas, essa questão dos seios grandes sempre me deu dor de cabeça, mas nunca me senti humilhada, as vendedoras falavam até com respeito: pega um número maior, pra servir no seio e depois ajusta o resto...
Depois que engordei, as opções acabaram e parece que as vendedoras e as lojas estão me fazendo um favor.

Aline

Mya disse...

Também sou gorda e sei bem como é isso aí. Estou sempre tentando emagrecer, mas não por desgostar do meu corpo. A pior parte pra mim é essa de comprar roupas.
Pra comprar uma calça jeans tenho que descobrir o pedacinho da loja com 'tamanhos especiais', onde geralmente tem uns três modelos. Da última vez que fui, só tinha um que não era skinny. Pra tamanhos 46~54. É uma coisa absurda, esse tipo de roupa só cai bem em pessoas magérrimas.
Tentei comprar em uma loja de tamanhos especiais ano passado. A peça mais barata era uma saia jeans reta, nada demais. Custava mais de 300 reais.

aiaiai disse...

Cara Yohana, Não é porque você está acima do peso que não consegue achar roupas. Eu sou considerada magra - tenho 1,65 e peso 57k - e tenho a maior dificuldade em achar roupas bonitas e confortáveis. Sabe aonde eu compro camiseta? Na seção de meninos das lojas de departamento. Porque camiseta para mulher tem que ser justa!!!! Uma mulher NÃO PODE querer uma camiseta que deixe ar passar entre o pano e a pele kkkkkkkkkkkkkk

Biquini é dureza...eu só compro na mesma loja a mais de dez anos. E compro sempre G. Sempre fico pensando nas pessoas que são mais gordas do que eu (não precisa ser obeso, só um pouquinho mais cheinhas) como vão comprar biquini? Se o G dá em mim...

Qt a essa história de obsidadexsaúde...balela. Se estivessem preocupados com saúde não deixariam as meninas traumatizadas ao ponto de serem bulimicas e anorexicas...Minha alimentação é super saudável, sempre foi, e eu não sou esquelética. Conheço muitas pessoas que se alimentam como eu, fazem exercícios e nunca vão caber em biquinis P

Nadja G. disse...

Loy, é muito difícil falar de quem você nao conhece. Cada caso é um caso. A sua amiga era obesa e doente, talvez a menina do guest post nao tenha nenhum problema de saúde por ter um pouco mais de peso que o considerado "ideal".

Cada corpo tem uma estrutura, um tamanho, umas formas, por isso é tao complicado querer que as pessoas sigam um padrao.

O negócio de se aceitar nao é aceitar estar obesa e doente: é aceitar suas limitacoes e suas escolhas. Você pode muito bem decidir que é mais feliz comendo chocolate do que alface pra ficar magrinho. Ou pode aceitar que nunca vai ser magrinho mas, mesmo assim, emagrecer se achar que isso vai fazer você se sentir melhor.

Claro que toda escolha inclui lidar com as consequências: se você é mais feliz comendo um monte de chocolate, tem que lidar com engordar, com nao encontrar roupa tao facilmente, com o risco de alguma doenca, etc.

Cada um com seu cada um!

O negócio do tamanho é absurdo mesmo. Quando a gente vai pro exterior isso fica claro: lá eu compro coisas 40 ou 42 (ás vezes 44) e no Brasil ás vezes nao entro num 46. Ridículo!

Beijos

Beijos

Anônimo disse...

LOla gosto dos post
Quero reletar para moça em quetao aqui em Joinville tem lojas especializadas em sobrepeso e ñ ha nehum contrangimento ir até la,Por que me cansei de garimpar C&A,Renner dentre outras,tenho 56 anos sofro tireóide peso 95 kilos e 1.73 de altura,estou fora mesmo de peso padrao de beleza.Portanto querida voce é bem novinha vai passar muita coisa ainda nesta vida
da Ditadura da Moda

L. Archilla disse...

Loy, a Lola já falou várias vezes que sempre vai ao médico e está com a saúde super em dia, não tem colesterol alto, nem diabetes, nem problemas de pressão, mesmo sendo considerada obesa.

Ela não é exceção. Há muito tempo minha mãe faz um check-up anual no endócrino e é sempre a mesma coisa: colesterol ok, nada de diabetes, coração excelente, pressão normal. O conselho do médico? Faça um regime, vc está com "sobrepeso". É isso que a gente questiona. Não é um estímulo ao descuido com a saúde. Todo mundo devia fazer seu check-up regularmente, magr@s e gord@s. Pq magro tb pode ter todos esses problemas que são frequentemente associados à gordura.

Marilia disse...

Só pra vocês verem: em um blog se convocavam modelos plus-size para desfilar. Segundo eles, a partir do número 44 já servia.

Opa, desde quando 44 é plus size? O que é plus size? 44 é número pra quadril largo e gente magra. Ou tentem entrar em uma calça muito menor se o quadril é largo!

Parece que vão, enfim, mudar o modo de indicar numeração. Agora vão indicar por comprimento: x cm.
Espero que melhore.

Ariadne Melo disse...

Loy, o post não está detonando idéias sobre exercício e alimentação saudável, mas sim a industria da moda e as situações incômodas e muitas vezes constrangedoras pela quais qualquer pessoa que fuja um pouco dos "padrões" acaba passando... (A L. Archilla por exemplo, está num peso ideal para ela e mesmo assim passa por esse tipo de situação, curioso não?)

E Loy, gordura nem sempre é sinônimo de saúde em mau estado, existem muitos "falsos magros" por aí, gente que apesar de estar num peso ideal tem colesterol e triglicerídeos altos, do mesmo modo que muitos gordinhos não sofrem com essas coisas, são apenas gordos. (Claro, obesidade mórbida não é bom pra ninguém, afeta ossos, articulações e tudo o mais, mas acho que deu pra entender o meu ponto...)

Enfim, Lola querida, leio o seu blog há quase um ano mas essa é a primeira vez que comento porque realmente me identifiquei muito com o post.

Tenho 22 anos, 1,60 de altura, me formei ano passado e antes de entrar na faculdade pesava cerca de 60kg e usava manequim 40/42. Naquela época já me achava meio "gordinha", apesar de meu IMC apontar que estava num peso "normal", eu tinha uma barriguinha que me incomodava e queria emagrecer para chegar aos 55kg.

O problema é que me mudei de cidade para fazer a faculdade, vim para São Paulo morar sozinha, e a falta de tempo para cozinhar (e muitas vezes até para sentar e fazer uma refeição de verdade) + comidas rápidas e outras bobeiras que sustentam muitos universitários + anticoncepcional + sono prejudicado + TCC + estresse e etc, etc, etc me deram a soma atual de 82kg e manequim 48.

Comprar roupas é uma odisséia, a maioria dos modelos são fabricados até apenas o tamanho 46, que já é raríssimo de achar, imagine um tamanho 48...

Já sofri muito, já chorei muito por ter ganho tanto peso, já fiz mil e uma dietas, academia e etc, mas pra MANTER o peso eu teria que viver de dieta, comendo 1200 kcal ou menos por dia, porque o meu metabolismo é muito, muito lento. E comer pra mim é um prazer, não aguento viver só de salada de alface e pão integral com ricota.

Hoje já me aceito melhor. Meu objetivo agora não é emagrecer, mas sim continuar mantendo uma alimentação saudável, mas sem sofrer e passar fome, e achar alguma atividade física que me agrade pra continuar tendo mais diposição. (Academia é um saco, sinceramente.)

Ághata disse...

Eu acho engraçado como as pessoas se preocupam com saúde quando se trata de pessoas gordas ou vegetarianas.

Vou falar só das gordinhas porque é o assunto de hoje.
Eu tinha uma amiga que era muito magra. Claro que só eu a achava muito magra, óbvio. Quando teve o caso da modelo que morreu de anorexia, outras colegas nossas começaram a achar que ela estava muito magra.
E, claro, estava. Estava uns dez kilos abaixo do peso ideal, eu acho. E aí, claro, teve de fazer tratamento. O que é interessante neste caso é que eu descobri o que acontece se você fica com dez kilos abaixo do peso saudável: você corre o risco de ter um ataque de hipoglicemia e a) ou ficar em coma ou b) morrer.
...agora, o que acontece se você ficar dez kilos mais pesada? "Ooh, daqui a x anos, você pode ter um risco maior de ter x, w e y doenças!!".
Pois é, mas com dez kilos a menos, você corre o risco de nem chegar nesta idade.

Então, sinceramente, estar abaixo do peso, me parece muito mais perigoso que estar acima dele. Mas sabe porque ninguém se preocupa com a saúde de gente magra? Porque é a norma. Porque é considerado bonito (eu, sinceramente, não vejo graça nenhuma em pessoa magra.).

Além disso, dizem que pessoas gordas vão ter tal e tal problema porque presumem que a taxa de colesterol é alterada, a da glicose, triglicerídeos e por aí vai. Só que, Nada, Nada mesmo! impede uma pessoa magra de estar com todos estes problemas e desenvolver doenças deste tipo no futuro.

Tenho uma amiga acima do peso em que toda a família caia matando porque isto 'Não era saudável!', mas quem acabou levando bronca da nutricionista porque a taxa de colesterol estava altíssima e precisava entrar num regime, foi a priminha magra dela.

uberlis disse...

E parece que os tamanhos estão enxugando cada vez mais! Sou magrinha até, 55 kg pra 1,65 de altura, mas tenho um quadrilzinho aqui, uma gordurinha ali, e compro bikini G (mesmo sob os protestos das vendedoras que acham ridiculamente que G é "coisa de gorda" WTF) porque qualquer coisa menor fica APERTADA E HORRÍVEL. Quando vejo os tamanhos P, sério, só cabem em crianças!!! Não consigo visualizar ninguém com mais de 12 anos vestindo aquilo.

E é óbvio que eu não posso usar coisas que "parecem cueca" ou "tapam toda a bunda" ou "não valorizam meus quadris" né? Tipo assim......

Tanize disse...

A imposição de magreza e exposição do corpo fica ainda mais óbvia quando as marcas brasileiras de bikines, super famosas no exterior, tem que renumerar seus bikines e fabricar números maiores. O nosso M vira PP por lá... E por que então não fabricam essas modelagens maiores para aqui tb? Só há peito grande lá fora?
Eu posso dizer que não, não mesmo!!

maria claudia disse...

Olha, eu acho que todo mundo tá infeliz do jeito que está, gorda, magra, alta, baixa, etc. A mulher não pode ser feliz mesmo, isso é uma regra da nossa sociedade estúpida.

Marilia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marilia disse...

Ághata, isso é a mais pura verdade (só se preocupam com saúde de gordos e vegetarianos).

Quando eu estava gordinha (nem estava, mas pra ditadura da magreza...), eu não me alimentava bem. Decidi ser vegetariana e emagreci, naturalmente, sem esforço, seis quilos. Agora eu não posso estar bem porque eu não como carne, ai de mim.

Juro, difícil de aguentar.


p.s.: Maria Cláudia tem razão: o negócio é tornar as pessoas infelizes, assim elas consomem mais.

Chris disse...

Lola, sou fã do blog, mas nunca comento. Mas sobre esse lance de biquínis e roupas eu queria contribuir.

Acho que não sou gorda. Tenho 1,65m e peso 56kg, mas meus biquínis (pelo menos a parte de baixo) são todos G ou GG. E não tem tamanhos maiores nas lojas! Tenho uma amiga gordinha e ela sofre muito com isso. Para você ter uma noção, essa calça que eu provei na Marisa é nº 46: http://twitpic.com/3u0mew

Eu sempre digo que não somos nós que precisamos caber nas roupas, mas vice-versa. Mas é claro que o mercado não concorda com isso.

E quanto à questão da preocupação com a saúde, veja só: sempre tive colesterol alto, mesmo quando eu era um "sibito" (como falamos aqui em João Pessoa) pesando 45kg, e não ouvia ninguém "se preocupando com a minha saúde". Depois que ganhei 10kg (naturalmente) as pessoas DE REPENTE começaram a notar meu sedentarismo e alimentação. Mas é pura preocupação com a minha saúde! Aham, Cláudia...

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Discriminação braba está no Balaio do Kotscho: http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/2011/02/02/por-que-gordo-nao-pode-dar-aulas/

Anônimo disse...

Os tamanhos são complicados mesmo. Eu compro poucas roupas, e uso até acabar e talz, por isso tenho jeans bem antigas, de sei lá, 20 anos atrás.
Pois bem, Peso em torno de 82 kg desde que virei adulta, e no rol de tamanhos que me servem tenho calças 44 (mais antigas), 46, 48 e 50 (!?). Na boa, não é coincidência que meu tamanho tenha aumentado 3, 4 números se meu corpo permaneceu o mesmo...
Segundo uma amiga minha endócrino, a variação de peso pode ser muito mais prejudicial que a estabilidade em muitos casos. Por exemplo, se a pessoa tem um biotipo maior e se força a emagrecer, o corpo vai querer engordar de volta, e entra no ciclo do "efeito sanfona" que detona o metabolismo. Resultado, a pessoa acaba engordando ainda mais e adquirindo de quebra problemas físicos e psicológicos que ela não teria se tivesse aceitado seu biotipo.
Quer dizer, muitas vezes o que faz a pessoa adoecer não é ela ser gordinha, mas o tanto que ela maltratou seu corpo para tentar, sem sucesso, ficar magra.
Abs
Lúcia

Anônimo disse...

Chris, Oh my...¨Sério que essa calça é 46????
Lúcia

Unknown disse...

Olha, eu andei engordando e estou pesando pouco mais de 50 kg e mesmo assim, quase desde sempre comprei biquinis e calcinhas tamanho G, e mesmo esses muitas vezes apertam no quadril. Vejam, não sou cadeiruda, não tenho o típico bumbum de brasileira, e mesmo assim as coisas apertam, marcam, machucam. Ou seja, os biquinis e calcinhas que tem por ai são feitos pra ninguém de verdade. Experimentem comparar a diferença de tamanho entre uma calcinha P e uma G, é quase nenhuma!

Odeio fazer compras, experimentar roupas no shopping, 90% das coisas ficam ridiculas, nada tem um bom caimento pra quem tem algumas curvas, fazer roupas pra cabide é bem mais fácil e barato. Mas descobri que na José Paulino em SP eles vendem roupa pra gente! Dá pra achar muito mais coisa que em outros lugares, e elas servem! Lá eu uso M ou P.

Outro dia ouvi num programa de moda os apresentadores falando: se a roupa não fica bem no seu corpo, é a roupa que está errada, não o seu corpo. Achei genial colocarem isso assim num programa de moda, e agora é o meu mantra.

Quem sabe se a gente parar de comprar roupas que ficam mais ou menos, que apertam, sobem, etc. acontece o mesmo movimento que aconteceu na Europa e nos EUA, e as confecções começam a fazer roupa pra gente de verdade.

Fabiane disse...

Procure por "Christina Aguilera gorda" no Google e você vai encontrar MILHÕES (sem exagero) de blogs implicando com a moça porque ela está poucos quilos acima do seu "peso ideal".

O+* disse...

Mais cruel é fazer alguem que pesa 65/70 kg se sentir gorda...

A guestpostante se sente gorda, quer incluir um adjetivo neste gorda que é feliz. Mas o pior já aconteceu. Ela se sente gorda. Do alto dos meus 99 quilos, posso dizer que eu me sentia imensa com 64kg e a verdade é que não era. Ela pode até tentar se aceitar, mas os fabricantes de roupas não a aceitam. E, com certeza, ela passou um dia bem infeliz atrás do biquini. It really sucks

Gabriele disse...

Realmente, é um problema.
O que andou me assustando é que, nos últimos anos, meu peso permanece estável. No entanto, roupas que antes eu usava M agora tenho que ir de G quase sempre. Parece até que existe uma "conspiração" para que eu sinta que estou gorda, apesar da balança não indicar aumento de peso.

Priskka disse...

Acho que a questão dos tamanhos é horrível, mas pior ainda é o fato de que essas lojas de departamentos oferecem péssimos produtos e péssimo atendimento. Tenho muita dificuldade em comprar roupas sempre! Calças justas demais, de cós muito baixo, modelos muito barangos e feios, sem personalidade alguma. Vestidos, blusas, muito raro achar alguma coisa que eu goste. Tenho 1,70 m e 60 kg e não consigo comprar roupas a preços bons pq odeio as que são vendidas nessas lojas de departamento! Raramente compro roupa nova.

Kaká disse...

É quase impossível encontrar calças para mim, nem quando eu pesava 60kg, nem com 65kg nem agora com 70kg (e nem assim me acho gorda para 1,67m). É que tenho coxas grossas. Só compro calça feminina quando é pantalona. Eu tenho que comprar calça masculina porque as coxas das calças femininas não cabem em mim, e as vezes nem na canela. E não são skinny. Felizmente começaram a fazer calça masculina com o cós mais baixo e não preciso ficar com pano sobrando no meio das pernas. E a tal da boyfriend entrou na moda, assim eu acho calça.
Biquini eu compro na mesma loja há anos. O G deles é um 42 grande. Ano passado lançaram um modelo ótimo, confortável, comprei logo 2. Uma vez vi biquinis dessa loja em Portugal e tinha tamanho GG, aí, já aqui no Brasil, perguntei porque não vendiam GG e a resposta foi "é que só gringa gosta de biquini grande.". Whaaaaat?

Eduardo Marques disse...

Eu não acho que a indústria ganhe dinheiro com a exclusão de pessoas fora do padrão. Ganharia muito mais se pudesse vender para todo mundo. Mas como o mercado é concorrido, nenhuma marca quer q suas roupas sejam vistas em pessoas fora do padrão e associadas a elas. O problema e a solução está com as pessoas, que deveriam aceitar a si mesma e aos outros melhor.

Arashi disse...

Putz, nem me fale em biquínis, rodei o shopping todo outro dia pra achar um - UM! - sutiã que ficassem bem. Calcinha? Nem pensar.

Agora, calça jeans, sabe onde seu encontro em tamanho 46 (48 já é bem difícil), num preço bem legalzinho e qualidade decente? Na Leader. Agora, vai no início da temporada pra pegar a coleção toda na loja. Depois acaba tudo, porque muita gente já se ligou que é a única loja de departamentos que vende jeans decente acima do 42.

Unknown disse...

Os tamnhos de roupas e tudo que é fabricado pra mulher é um problema. Eu tenho 1,60m e 50kg e tenhos calças que vão do 36 ao 40 todas com o mesmo tamanho. Como uma pessoa que veste 36 em uma loja vai vestir 40 em outra?

Lola seu blog ajudou e muito para que eu compreendesse minha mãe, única pessoa gorda numa casa de magros e passasse a defende-lá de quem estava falssamente preocupada com a saúde dela, ela que come de tudo e não deixa de fazer o que quer tem uma saúde ótima, pelo menos para doenças ligadas ao sobrepeso e é dez vezes mais ativa do que eu que sou magra.

Arashi disse...

Ô Aline, que marca de bota de cano alto é essa? Socializa a informação, menina, tô atrás de umas botas há tempos e ficam sempre muito justas na batata da perna - quando fecham.

Yohana disse...

Ai, gente!! To me sentindo numa bolha de amor com os comentários de vcs. Obrigada!!

Tenho uma boa ideia... Pq a gente não abre uma rede de lojas de roupas para mulheres de verdade no Brasil inteiro? Vamos ficar #rycas!

Tanize, não sabia sobre essa discriminação nos próprios cursos de moda!! :S

Sobre questão de saúde... Tá tudo em dia. Nada de colesterol alto, pressão alta... É sempre a implicância que a Lola já descreveu por aqui.

Ághata, imagina eu, que sou gorda E vegetariana E ex-católica?? hahah

Ariadne, eu e vc e milhões de pessoas sabemos quão difícil é ter uma alimentação "ok" com pouco tempo e pouco dinheiro. A gente deveria ganhar um prêmio no final da facul, por ter conseguido se formar, trabalhar e estar viva!!! rsrs

Chris, fiquei assustada com a calça 46! :O

Como eu disse, super me aceitei e gosto do meu corpo assim. Mas eu sei que como doces para compensar, por exemplo.
Ou seja: claro que posso emagrecer qndo mudar isto, mas isso pode acontecer de forma natural - não forçada pela sociedade.

Laryssa Dantas disse...

Os tamanhos das roupas têm diminuído mesmo eu visto 42 e de uns tempos para cá só encontro roupas que caibam em mim no tamanho 44 sendo que o tamanho delas comparando-as é o mesmo acho que isso é para que nós mulheres nos sintamos mal por não estarmos vestindo 36 ( que hoje parece que só cabe em crianças).

Está acima do peso não significa que a pessoa seja sedentária eu por exemplo todo dia corro na esteira enquanto amigas que são magérrimas e não praticam exercícios demoram uma vida para subir uma escada eu faço o mesmo na metade do tempo, ser saudável vai mais além do que seguir o estereótipo que a sociedade tenta nos impor pois a maior parte das mulheres e homens no mundo tem corpo então tentar ser um esqueleto não faz sentido.

Niemi Hyyrynen disse...

Não há dúvidas que estes números são manipulados! Com o passar do tempo ficam ainda menores, é uma forma de nos manter sempre frustrad@s =/

Até as vendedoras parecem que são treinadas para lhe dizer de forma subliminar:

"Se vc não coube na roupa a culpa é SUA, não da roupa"

E é uma fórmula bem maléfica e simples:

Roupa confortavel X Roupa "sensual"

Não se pode querer uma roupa que não lhe estrangule sem que ela deixe de ser bonita.

Mas o mais importante é nos aceitarmos. :)

lola aronovich disse...

Gente, os comentários estão ótimos! Acho que todas nós poderíamos escrever um post só com a (geralmente péssima) experiência que temos ao comprar roupa. Nem me falem nisso, porque faz um tempão que não compro nada, e agora não dá mais. Minhas roupas estão chegando ao fim, e fica mal ir à faculdade com roupa rasgada, então precisarei enfrentar umas lojas. E sei que ficarei muito decepcionada. Quero escrever um post sobre isso, depois, e também falar da minha experiência com roupas no ano em que vivi nos EUA (as últimas roupas que comprei foram lá. Glupt. E isso já tem 2,5 anos!). As americanas reclamam pra caramba (e com razão) sobre as marcas não oferecerem roupas pra elas. Mas lá certamente há mais lojas especializadas em tamanhos grandes, e que não custam os olhos da cara.

Peço que vcs socializem a informação, como disse a Arashi! Tem uma loja na sua cidade em que vc encontrou o que procurava, ou pelo menos foi bem atendida? Pode por aqui! Diga o nome da cidade e da loja (o resto dá pra procurar no Santo Google).

lola aronovich disse...

Joel, isso das professoras gordas é discriminação (pretendo publicar um post amanhã ou sábado sobre isso). Mas isso que estamos falando aqui também é, não acha? Toda pessoa precisa andar vestida, e é um problema pra tanta mulher (magras, normais, gordas) se vestir ao se deparar com um mercado tão esquizofrênico, que marca uma peça P como G, que não é feito pra consumidora brasileira, que não oferece quase nada acima do 44. Aliás, os dois problemas (professoras reprovadas em exame médico por serem gordas, mercado não oferecer roupa pra maior parte das mulheres) estão ligados.


Eduardo, por que a insistência em defender um sistema tão burro como este que fabrica roupas? É óbvio que várias marcas (menos elitistas) poderiam ganhar mais se investissem na diversificação de tamanhos e modelos. Por que marcas que não sejam de grife estão preocupadas com sua “imagem” no mercado? E que raio de imagem é essa que as marcas preferem excluir tantas consumidoras? Desde quando exclusão faz bem pras marcas? Pra algumas sim, lógico, elas dependem dessa exclusão. Mas pra todas? É burrice do sistema mesmo. É querer jogar a culpa na mulher, que não serve naquela roupa, ao invés de ver que a culpa está na roupa. É uma instistência totalmente ignorante num só padrão. Que eu saiba, as marcas que decidiram fabricar modelos GG de verdade (não GG que na verdade é um M, ou muitas vezes menor que a G, como relatado por várias leitoras) estão ganhando dinheiro.


Loy, uma resposta pra vc ficaria muito longa. Teria que ser num post específico. Talvez um dia. Talvez o post que eu publique amanhã ou depois (sobre as professoras reprovadas no exame médico) ajude.

Clarice disse...

eu passei pela mesma frustração há uns 3 meses atrás, com o agravante que eu procurava um maiô exatamente para fazer hidroginástica, ou seja, para emagrecer. experimentei uns 10 maiôs, fora o monte que eu dispensei sem nem levar ao provador. modelos GG que não passavam do meu quadril (e quem me conhece sabe que estou gordinha mas estou longe de ser obesa).

agora, se nem pra emagrecer o gordo consegue comprar roupa, o que nos resta? eu sinto isso como uma sentença, uma punição por ter cometido o grave crime de me desviar dos padrões.

Anônimo disse...

Oi, Lola e pessoal!
Eu sempre leio o blog e nunca comentei! Então aí vai:
Sabe como é gostar de si, muito muito, durante a maior parte do tempo, amar sua barriga, seus peitos enormes e coxas grossas e sofrer por saber que talvez, quase ngm mais goste!??!
Tem hora que eu penso: mas é tão tão bonito, tão tão [tããaãão] gostoso, porque que não é ESTE o padrão?
Daí minha pancinha me olha feliz é responde: "é mesmo, né?"
beijos gordinhos em tod@s
L.

Alex disse...
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Alex disse...

Minha namorada vive reclamando que aqui no brasil ela não acha sutien que caiba nela, pq não existe coisa como copa tamanho x, pra costas tamanho y. E sinceramente eu não sei pq não se faz esse tipo de distinção pra todas as peças de roupa, não é como se não houvesse mercado pra isso.

E qto ao tamanho das roupas estar diminuindo, eu não consigo imaginar um bom motivo pra isso. Não que eu duvide, afinal eu acho mto estranho eu usar agora 44 sem ter engordado, mas existe um motivo lógico pra isso acontecer? Não é como se a população estivesse emagrecendo...

Dai disse...

Lola, não vou ter chance de ler toooodos os comentários, então arriscarei repetir o que foi dito. Antes, queria dizer a autora do post que eu e ela somos gêmeas siamesas afastadas por uma década. Tenho exatamente essas medidas, meu peso decolou depois dos 22 anos, mas com oscilações constantes. Não por causa da minha dieta, que sempre comi e continuo comendo de tudo, sobretudo coisas saudáveis, frutas e verduras que adoro, mas por conta dos meus ovários policísticos (palavrão mesmo de consultório médico).
Quando emagreço, experimento a sensação de aprovação, os comentários de 'oh, vc está linda', basta engordar um pouco que as pessoas já agem como se eu fosse uma doente terminal. Em minha própria pele, não vejo tanta diferença. E o que mais deve chocar às pessoas é que não me acho feia nem indesejável.
Tb passei sufoco para comprar roupa de banho, queria um maiô bonito, escuro e cavado. Não encontrei. Achei um biquini com bojo um número maior que meu busto e calcinha ok (poderia ser um dedinho só maior), numa dessas lojas de confecções. Isto pq era uma loja de confecções, né, formatos mais largos que os das grandes franquias de loja de roupa.
Minha dica pra comprar roupa: experimente sempre! O caimento faz maravilhas. Eu sonho em costurar minhas próprias roupas, mas falta tempo e habilidade. Tb gostaria de me deparar com o ateliê de uma boa costureira, mas elas não existem mais, né? Nesta civilização de pessoas que tem de ter eternamente o mesmo quadril da pré-puberdade, o jeito é apostar nos tamanhos grandes e testá-los ao máximo em nosso corpo. Beijos!

Flávia disse...

Oi, Lola!

Acho que a questão tem dois pontos distintos.

O primeiro é o fato de que o há uma imposição de padrões de beleza inatingíveis que se configura na moda.
Estou completamente de acordo com todas vocês sobre esse fato. Sou magra, mas nem por isso consigo comprar um biquini sem frustrações. Mesmo porque odeio me expor e vou para praia para me divertir. Todos os biquinis foram feitos para pessoas que devem pesar 30 kg... não cobrem meu bumbum...

No entanto, algo que a Loy comentou é muito certo: a aceitação do corpo tem que ser acompanhada do cuidado de si. Não adianta você se aceitar e não manter uma vida saudável.
Concordo que há um exagero nas mídias em relação à alimentação saudável e restrições no que se deve comer. No entanto, não dá para negar que o equilíbrio da alimentação é vital para um futuro com saúde. Comer tudo que gosta é bom, mas tb devemos comer tudo que precisamos e na quantia certa. E mais, a saúde que você possui hoje também é reflexo do que você fez no seu passado e o mesmo se aplica para o futuro. Talvez a obsesidade de agora tenha um impacto futuramente. Os conselhos de muitos médicos sobre o peso, possivelmente, tenham a ver com isso (ñ sou médica para afirmar com veemência).

Algo que me preocupa muitas vezes é que o discurso de aceitação possa escamotear necessidades de mudanças, como no caso da amiga da Loy.

Muitas vezes engordamos (e emagrecemos) muito em determinado momento porque há algo errado no nosso estilo de vida ou no nosso corpo e vale a pena descobrir o que é e quais são as consequências disso.

Assim, acredito que devemos ter cuidado com as generalizações...

Flavia disse...

É bizarro, mas muitas vezes em lojas eu peço pra ver tamanhos diferentes da mesma peça(pra ver se gosto dela mais colada ou mais soltinha) e e a diferença é de, no máximo, UM CENTÍMETRO!!! Como assim??? Qdo eu era criança era bem mais real, vc via a diferença entre P, M, G e GG.

Nos EUA é uma delícia comprar roupa justamente pq tem pra todos os tamanhos(enfatizando os plus size, acho q justamente por ter mtos obesos lá), e é a mesma peça de todos os tamanhos, tipo, uma blusinha linda é vendida pras magrelinhas, magras, meio termos, gordinhas, gordas e obesas! É ótimo!

Flavia disse...
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Aline disse...

Arashi, eu não quis fazer propaganda, mas já que você perguntou é da linha total confort da ramarim... compreu uma preta e uma branca, maravilhosas, super confortáveis e perfeitas na perna... pena que custam por volta dos 200,00 cada uma...

Giovanni Gouveia disse...

Uel, Cris fez redução de estômago há 3 meses, está a um passo de não ser mais considerada obesa, apesar de nunca ter tido problemjas como glocose, triglicerídeos e colesterol altos, eu, que nunca fui gordo, tive no máximo sobrepeso, desenvolvi diabetes, já tive triglicerídeo extratosférico e colesterol bem alto.
Ou seja, essa conversa pra boi dormir de que "gordo é doente e magro é saudável" é a maior mentira que já inventaram pra ditar os padrões de beleza.
Ah, comprar roupas, para Cris, sempre foi um tormento, algo comparado a fazer tratamento de canal sem anestesia, sou testemunha disso, mesmo agora após perder mais de 25% do peso com a cirurgia.

Giovanni Gouveia disse...

Pra quem não sabe, "Cris" é minha digníssima, e maravilhosa, esposa

aiaiai disse...

ramarin total confort é o que há! Eu acho que a gente tem que fazer sim propaganda das marcas que respeitam as mulheres como elas são!

Dica: tente comprar a bota agora e vai conseguir altos descontos. Elas não estão nas vitrines, mas sempre tem algum modelo nas lojas maiores.

Danielle disse...

Ontem eu estava zapeando e vi uma reportagem em algum jornal falando sobre a normatização do manequim pela ABNT. Agora haverá roupas do tipo GG e para tipos "fortes". Contudo essa normatização foi apenas para o vestuário masculino. Precisa dizer algo mais? Homens possuem direito de serem gordos e tem até a ABNT para normatizar o manequim. Mulheres não. Fiquei indignada.

Marivone disse...

Ahhhh... Se o problema fosse só biquini! hauahua Tenho 1,63 e agora meu peso estagnou em 70kg. De corpão brasileiro, minhas coxas são enormes e a indústria decidiu que todas as pessoas cheinhas têm pernas finas. Ou seja, todas as calças não passam dos meus joelhos. Tenho sempre que comprar tamanho grande e apertar... Já chorei muito e já deixei muito de sair de casa por conta de meu peso (Hoje me considero magra em relação a como fui minha vida praticamente toda).

Mas, na verdade, na verdade, o que me incomodava nem era tanto as roupas, mas como eu era tratada por ser gorda (e negra também, vá lá). As pessoas sempre olham para a gente com aquela cara de: "também, é gorda assim por sua culpa. Se fosse magra, achava roupas mais fácil". Fora que ninguém tem a mínima vergonha de soltar na sua cara que tu tá fortinho, gordinho, cheinho e um monte de "inho" FDP.

Anyway... Hoje, aceito muito melhor meu peso e recorro aos apertos de roupas constantes feitos por minha maravilhosa costureira.

Se a moda não aceita a gente, a gente tem que inventar, né?

Ah... Agora só uso maiô. E vejo lindos e lindos por aí, sem ser aquele troço preto-funerária-esconde-tudo. Não tive problema em comprar maiô bonito.

;)
bjus

Pili disse...

é que cada grife brasileira segue sua própria padronagem... ou seja, deixa de ser uma padronagem, rs, porque aquela etiqueta não indica objetivamente nada pro consumidor se ele nao for familiarizado com aquela determinada marca.

Marivone disse...

Ei, o Giovanni Gouveia comentou algo essencial: essa conversa de que gordo não é saudável e magro é! Eu fui uma adolescente gordinha, cheguei a quase 90kg, mas nunca tive problema algum de Saúde. Sempre que ia ao médico, tava lá tudo perfeito e normal. Conheço várias pessoa assim também, que simplesmente são gordinhas, coisa de sua estrutura mesmo... Queria tanto que os médicos falassem mais sobre isso...

Anônimo disse...

"lola, adoro seu blog e tudo o que vc fala sobre feminismo abre muito minha percepção. mas isso de peso e alimentação esbarra em questões de saúde. Acho q não dá pra ficar detonando todas as idéias de que alimentação correta e exercicios são importantes e jogando tudo no mesmo saco da ditadura da beleza."



Se aceitar, ser feliz e entender suas limitações é muito importante, mas temos que pensar que tem uma hora que o corpo não vai aguentar mais e se preocupar com alimentação e fazer exercícios é fundamental.


Aline

Alex disse...

"Ou seja, essa conversa pra boi dormir de que "gordo é doente e magro é saudável" é a maior mentira que já inventaram pra ditar os padrões de beleza."

Acho que agora vc exagerou...

Arashi disse...

Caro Alex, a Hanes agora tem sutiãs com tamanhos de bojos diferentes. Dá pra achar nas Lojas Americanas e na Riachuelo, por menos de 40 reais.

Fora isso, tem que apelar pro site da Victoria's Secret mesmo - mas isso, claro, só se a pessoa já experimentou um modelo da marca e sabe o próprio tamanho na numberção americana. O que, diga-se de passagem, não é o meu caso.

Aline, valeu pela dica. Eu tenho um par de sapatos da linha total comfort e realmente são muito bons. Picadilly também é ótimo, mas mais difícil de achar e pode custar os olhos da cara...

Jo disse...

De uns anos pra cá isso vem piorando mesmo, as lojas estão reduzindo MUITO os tanhanhos!
Tenho 22 anos, 1m68 e acho que uns 70-75kg. Não sou magra, mas também não sou gorda. Mas sou grande: tenho peito, tenho bunda e tenho coxa. E sempre usei tamanho M, 40-42.
De uns tempos pra cá, no entanto, nem as blusinhas soltinhas que viraram moda hoje, tamanho G (nem me dou mais o trabalho de experimentar M), ficam soltinhas em mim. Ou fica na barriga mas aperta no braço, no peito, mostra todas as gordurinhas. Ou então a loja em que eu sempre comprei jeans e recentemente tive que comprar uma 44 larga na cintura porque a 42 não entrava na minha coxa! Essa calça só pode ser feita pra manequim, que nem perna tem!
Será que alguém hoje em dia ainda sabe fazer roupa pra mulher, e não pra cabide?!

B_ar_bar_A disse...

Sempre estive acima do peso, e até aí tudo bem. Mas assim como a Yohana, experimentei a receita infalível na faculdade (trabalho - sono + tcc = quilos) - com uns ingredientes a mais, agravantes, mas basicamente isso - e engordei mais do que podia (tenho 1,58m e tenho 72kg).
Estaria mentindo se dissesseque gosto do meu peso atual, mesmo porque não é nem saudável, mas acho o "fim do final" (como diria uma amiga) como somos desrespeitadas por não estarmos no padrão (agonizante e impossível) de beleza imposto.
Vi e vejo dentro de casa (com família e amigos) como esta é uma questão delicada e polêmica. Um assunto que divide minha família, inclusive.

Nunca participei do grupinho que se lamenta e troca dicas e dietas (sequer faço dietas mirabolantes) e não sei se qualquer mulher se identifica com isso - já vi algumas que não entendem (ou simplesmente se fazem de desentendidas) por não terem problemas com peso - e já me irritei muito com as atitudes das pessoas e dos grupos, agora simplesmente deixei de me importar. Todo mundo tem o direito de ser feliz. E se vc já se aceitou, o que é mais difícil, não dá vontade de mandar os que não aceitam pra ... casa da mãe?

As roupas... Bom, esta é uma saga que parece não ter um fim muito próximo... infelizmente...

Eu, particularmente, me identifiquei MUITO com o post, muito bom.

Fabio Burch Salvador disse...

Esse drama das roupas é realmente algo muito sério. Minha esposa não é nada baixinha, ela tem 1,80m. Depois da gravidez e do nascimento da nossa filha, ela não conseguiu mais perder peso e chegou aos 135kg. Estava realmente muito, mas MUITO gorda. Era um inferno achar roupas que servissem, porque não apenas ela estava gorda, como é muito alta, e as roupas precisavam ser realmente gigantescas.

Comprar na C&A e na Renner, nem pensar! às vezes, eu tinha uma grana sobrando e dizia "vamos ver umas roupas para ti!", esperando comprar várias peças bonitas, mas... o que eu conseguia sempre era passar tardes inteiras zanzando pelo centro da cidade, para no final gastar TODO meu dinheiro em UMA UNICA PEÇA, e que não era nem a que a gente queria: era a que servia. E custava uma fortuna. Sempre em loja de "tamanhos especiais".

Em 2010, ela fez uma cirurgia de redução do estômago. Entre a parte não-coberta pelo plano de saúde, os remédios e a dieta especial, quase fui à falência. Mas a minha esposa emagreceu e...

... só ficou MENOS DIFICIL de comprar roupa. Ela tem o quadril largo, os ombros largos, e é alta como eu já disse. Mulher tem que ser pequeninha e esquálida, para ser vista como "normal". Semana passada, comprei para ela um maiô para usarmos nas férias (eu saio de férias quarta que vem e vamos ficar os 10 dias na praia). Paguei 179,00, claro, porque na Renner não tinha nem na C&A. Quando ela fizer as plásticas para tirar excessos de pele, vai caber nos maiores modelos disponíveis nestas lojas. O que vai tornar suas roupas mais acessíveis, mas não mais variadas: para a indústria, as mulheres não têm o direito de serem gordas, mas têm até o direito de serem altas, embora ainda assim sejam castigadas porque, afinal, essas rebeldes desgraçadas não se enquadram no modelito "mulher tem que ser mais baixa do que o seu macho e magrela para o deleite dele".

Outra porcaria são as roupas masculinas. Aparentemente, ternos e calças são feitos para caras que vão à academia. Nerds de formas não-atléticas como eu não têm o direito de ficarem bem vestidos a preços módicos.

Ridículo.

Teresa Silva disse...

Yohana, tenho a altura da L. Archilla e mais 8 kg. Também tenho essa dificuldade em lojas de departamento: as roupas que eu compro são todas tamanho G ou 44, pois o M e o 42 não entram em mim ou as camisetas ficam curtas e justas (será que pensam que toda mulher quer mostrar os seios e a barriga?). E dependendo do modelo nem G eu visto. E tenho que escolher bem, pois além do tamanho tem roupas mal feitas mesmo, que não cabem em nós por serem mal cortadas.

Tempos atrás saiu na revista do Globo aqui no RJ uma reportagem sobre roupas para gordas, entre elas a Preta Gil. Uma das entrevistadas disse que passa muito por isso: mal entra em uma loja, a vendedora fala "não temos roupas do seu tamanho". Por isso apela para os serviços da boa e velha costureira, como a mamãe fazia. E quem tem tempo e jeito, aprende a costurar pra fazer as suas roupas.

Podemos divulgar marcas e lojas que pensem em nós, para quem a roupa é que deve caber na gente e não a gente na roupa. Em sapatos falaram de Ramarim e Picadilly. Acrescento Usaflex, que tem modelos confortáveis para mulheres que ralam. Uma sapateira (gostei dela, fez questão de usar esse nome e não designer) falou que pelos sapatos vemos se a mulher trabalha: se usa tênis ou outro modelo confortável.

Fabio Burch Salvador disse...

Essa coisa de padronizações chega a absurdos. Outra vez, quando entramos eu e minha esposa numa loja porque ela viu uma bota na vitrine e queria comprar, as vendedoras ficaram nos ignorando.

E aí eu olhei para um espelho e fiz o cálculo que elas devem ter feito:

"Sujeito de bermuda e camiseta + mulher gorda e com roupas descombinadas = POBRE"

Detalhe: minha esposa só usava roupas sem o mínimo glamour simplesmente porque tinha que vestir as poucas peças que se encontravam à venda no tamanho dela.

E eu... bom... sábado é o dia em que dá para sair de casa sem roupa de escritório. OU eu vou ter que usar camisa social para ir passear?

Saímos da loja deixando as ridículas lá dentro e fomos comprar outra bota noutro lugar. CLAAAARO que ANDAMOS, e ANDAMOS MUITO para achar uma bota que fechasse na canela da minha mulher...

Outra coisa ridícula demais são esses conjuntos de biquini, que vêm fechados e obrigam a pessoa a comprar dois de tamanhos diferentes para combinar as peças.

Eu sou acostumado a comprar conjuntos de ternos que ficam bons no comprimento, largos nos ombros e apertam minhas pernas. Homens aparentemente têm que ter "físico de playmobil", como diz meu pai, ou o famoso triângulo invertido.

Serge Renine disse...

Aronovich:

Há uma episódio fantástico sobre roupas para mulheres gordas na série Drop Dead Diva. Como a personagem principal é uma gorda, e também advogada, a empresa de vesturário se vê em papos de aranha com ela.

Se você não tem TV a cabo, na internet tem todos os episódios pra baixar.

Vale a pena.

Fabio Burch Salvador disse...

Um dos seriados mais sexistas e medonhos que eu já vi, nem lembro direito, chamava-se "Fat Actress", e trazia uma atriz gorda e, portanto, decadente (porque gorda não tem que aparecer na telinha, né gente).

Era bizarro. Passava na NET em algum canal qeu nao lembro qual era.

Aline disse...

O drop dead diva é realmente demais. Ela(a Deb) era uma mulher 100% dentro dos padrões: Alta, magra, loira, olhos claros, cabelos lindos e modelo.
Em um acidente o corpo dela morre, mas a alma continua viva e a jane tbm sofre um acidente, a alma dela vai embora e o corpo está vivo e então a alma da deb fica com o corpo da jane, que é baixinha, morena e gordinha... E a deb se vê em um corpo diferente do seu, mas não perde o glamur... Vale a pena assistir...

Léli disse...

Oi Lola!
Adorei o texto da Yohana! Olha me sinto assim toda vez que resolvo comprar alguma coisa! Eu tenho 1,48m e atualmente peso 63 kg. Estou me esforçando numa reeducação alimentar e exercícios porque meu corpo tá pedindo. Tive uma luxação no joelho e os mais de 10 kg a mais estão pesando, literalmente. Mas gosto muito do meu corpo! Tenho bastante seio e coxas e bunda! E encontrar calças, lingerie e biquinis é uma luta!

No ano passado tive que procurar por sutiens sob medida, pois faço dança do ventre e precisava confeccionar meu figurino. Fiquei com medo de que o valor fosse exorbitante. Mas encontrei uma loja que fabrica as peças. Bem como o Alex (acho que é este o nome do rapaz) comentou o tamanho das costas é um e do bojo é outro. Ficou super bem. A atendente da loja foi super simpática e disse que basta levar as medidas que tirei da primeira vez e eles fazem outros modelos de sutiã. Ah! E o preço não foi tão diferente do que se paga em lojas de departamento, foi 30 pila, mais ou menos.
Quanto a biquini... bem, passei um sufoco como a amiga Yohana, até que encontrei uma loja, também com fabricação própria, em que podemos pegar uma peça M e juntar com uma peça G, sem problemas.
Mas isto são lugares especializados! Na grande e esmagadora maioria não há espaço para quem ousa vestir além do 42. Botas de cano alto... ih! desisti, elas nunca fecham na minha panturrilha. Quando fui comprar uma galocha, por conta das chuvas de inverno aqui na minha cidade, foi um horror! Tive que comprar um número maior, pois a bota 34 não entrava.
E o que mais me espanta é que a mulher magérrima não é a maioria em lugar nenhum. Então porque é que só fazem roupas para elas? Elas é que são a exeção, não nós as mulheres de verdade, com curvas!
Beijo

Vivien Morgato : disse...
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Vivien Morgato : disse...

Eu deixei de usar biquini aos 16 anos,quando pesava 49 quilos eme achava gorda...e OUVIA que era gorda.
Por alguma razão que desconheço, quem está gorda aparentemente "não quer" comprar roupas bacanas, "prefere" usar roupas de senhoras timidas.

Uma bosta.

Anônimo disse...

O problema não está só nas lojas de roupa...

Comecei academia no início do ano por sofrer de fibromialgia. Para quem não sabe, o sedentarismo é a PIOR coisa para se combinar com essa doença. Aí me matriculei, e em poucos dias já senti a diferença no humor e tal.
Mas confesso que fico constrangida quando me colocam na balança. Os personal trainers de lá ficam martelando "seu peso ideal é 50 kg" (tenho 1,51 m e peso 56 kg), "vc deveria trocar seu jantar por Diet Shake", "vc precisa emagrecer pelo menos 6 kg", etc.
Pôxa, eu já falei e repito quase todo dia pra todo mundo: eu comecei academia por causa da minha SAÚDE! Perder peso é consequência! Que saco!

Enfim, Lola... mais uma vez um post excelente!

Má (outra Má) disse...

Gente, eu acabei de emagrecer 9 quilos, tenho 1m70, tô pesando 75 quilos agora. Tô me achando magééééérrriiiiima, mas é lógico que eu nem passaria perto de uma passarela (credo, nem quero), seria enxotada; agora, o absurdo da indústria do vestuário: com esse peso, eu atualmente é que estou entrando na roupa G, isso quando entro na roupa G!!! Ué, G é tamanho Gatinha, então, e não tamanho Grande. Quando eu estava pesando 84 eu tentava entrar na roupa G, mas era um aperto! A GG ficava apertada, aliás. E passei por esse perrengue do biquini, tanto que fui comprar biquini pra grávida, pelo menos os peitos cabíam. Acho que eu posso dizer que meu estímulo para emagrecer foi caber na roupa G.
Roupa acima do 44? Caramba, 44 já é um sufoco encontrar! E roupa bonita 44 ou acima, piorou! Se for tamanho grande, tem que ser saco. Eu já estava comprando roupa só porque cabia, e não porque era bonitinha.
É triste mesmo ver como a percepção das pessoas esbarra nos modelos irreais. Eu gostei de ter emagrecido e sinceramente estou com menos cansaço e mais disposição, mas me recuso a tentar me encaixar num modelo de cabide ambulante. Tenho ombro largo, não tenho cintura fina, tenho o meu estilo de corpo. O que não quero é ficar sem saúde - física por estar carregando mais mulher do que preciso ou mental por estar tentando me adaptar num padrão de mulherzinhainhainhainha que não sou nem preciso ser.

Eduardo Marques disse...

Eduardo, por que a insistência em defender um sistema tão burro como este que fabrica roupas?

Eu não cheguei nem a defender alguma coisa, imagine insistir. Não sou nem dono de grife.

Por que marcas que não sejam de grife estão preocupadas com sua “imagem” no mercado? E que raio de imagem é essa que as marcas preferem excluir tantas consumidoras? Desde quando exclusão faz bem pras marcas?

Acontece que as pessoas funcionam assim. Se alguém abrir uma grife de roupas voltada para pessoas feias (o q quer q isso signifique), essa grife está fadada ao fracasso, pois nem os feios comprariam dessa marca.

Essa história de marcas menos elitistas diversificarem, bem q é possível. O q acontece é q, quanto quanto mais as pessoas se preocupam com aparência, em se encaixar no padrão, mais tendem a comprar roupas caras, para serem identificadas com pessoas ricas e bonitas. As empresas, percebendo essa demanda, criam roupas melhores e mais caras. De novo, como as pessoas tendem a querer se identificar com pessoas bonitas e repudiar as feias, as marcas passam a excluir estas, para não serem esquecidas nas prateleiras.

Agora, o dilema de Tostines: as pessoas se preocupam demais com a aparência pq a indústria é excludente e elitista ou a indústria é excludente pq as pessoas se preocupam demais com a aparência?

Segunda opção. Quanto mais a indústria exclui pessoas, pior para ela, pois vende menos. Claro que a propaganda das empresas estimula a paranóia por beleza, mas se, em vez de aparência, as pessoas quisessem conforto nas roupas, a disputa da indústria seria por conforto nas roupas.

Não acho q seja possível uma indústria de roupas 100% sem exclusão, mas se as pessoas por aí não fossem tão ávidas por se encaixar, poderia acontecer o q vc disse, marcas menos elitistas diversificando. Não estou defendendo indústria alguma, só dizendo que a culpa não é delas. Não adianta querer acabar com um problema (o excesso de preocupação com a beleza) botando a culpa em quem não tem. A melhor maneira de fazr isso é agindo na vida prática, com os amigos, a família, ou como vc faz (às vezes de maneira equivocada) neste blog, falando franca e abertamente sobre aceitação do corpo.

Agora sério, leia direito o que eu escrevo, vc vê cada coisa onde não tem...

nelsonalvespinto disse...

Olha, já tem mais de vinte anos que é cobrada a padronização de tamanhos de roupa. A ABNT fez um padrão meia boca que permite ao pessoal criar roupas com um tamanho mínimo e máximo. Pra economizar todo mundo usa o mínimo. Ou seja, é safadeza da indústria mesmo.

Outro problema é que as roupas importadas da China são muito menores. Já compramos roupa com a etiqueta "Dez anos" para a minha filha de três.

Agora, essa coisa de GG, SuperGG, Mega GG mostra a falta visão da nossa indústria de roupas.

P.C. disse...

Aff, Lola... não é só pra gordo não. Pra qualquer coisa que seja fora do padrão.

Por exemplo, eu uso sutian tamanho 46(g), coloco o G porque não é qualquer um que me serve.

Esses que vendem em lojas baratinhas, tipo C&A e Renner, não entram nem a pau. E eu ia ser tão feliz em comprar sutian de R$ 20,00, quando eu só consigo comprar os de R$ 50,00, e só aquele mais básico mesmo. Nada de coisinhas bonitinhas, rendinhas e etc (nada do que eu gosto).

Quando eu vou comprar biquini também é um sofrimento... nenhuma parte de cima me serve. Eu só consigo comprar aqueles de R$ 150,00, e quando entram!!! Meu ultimo comprei faz 3 anos, e foi assim... provei todos os biquinis do shopping (de todas as lojas!) e comprei o UNICO que me serviu.

Isso porque tem um monte de gente querendo colocar silicone, e eu juro que não consigo entender o porque. =/

Anônimo disse...

Lola,

Longe de mim dizer que a indústria da moda não discrimina. Discrimina gordas, baixas, muito altas, qualquer uma que saia do padrão.

Comprar jeans para a minha filha era um horror, porque ela era muito alta e muito magra - ou ficava largo, ou pescava siri. Agora ela encorpou mais, ficou mais fácil.

(Aliás, as imposições da moda são horríveis em si. A roupa quase nova TEM que ser descartada, porque saiu de moda. A moda promove a objetualização do corpo feminino. Etc. Vale um post, hein?)

Citei o caso das professoras de SP porque me indignou, ao ler o Kotscho, e vi - como vc - que havia ligação com o conteúdo do seu post. E é uma situação mais grave, porque estão negando trabalho a quem sai dos padrões impostos.

abraço

Eduardo disse...

Danielle não fique indignada, pois a ABNT 13377 trata de padrões referenciais para o corpo humano. E possui tabelas para o vestuário masculino, feminino e infantil.

Caroline M.D disse...

Oi Lola faz eu tempão que visito o seu blog,mas nunca escrevi.Estava lendo o seu post e adorei.Aqui em casa é meio complicado,minha mãe e minha irmã mais velha são gordas e eu e meu irmão do meio somos terrivelmente magros.
Minha irmã sofre da mania de se achar feia sendo gorda ,vive de dieta e agora vai fazer um cirurgia que até o médico dela alegou que não tem necessidade nenhuma porque é da estrutura dela.

Como eu disse antes eu sou magérrima,tenho 1,70 e tenho 48 Kg,estou com 8Kg a baixo do peso.Eu tenho um problema no metabolismo,que me impede de eu conseguir chegar ao meu peso ideal.Tenho que viver de dieta para pelo menos manter o peso,porque se senão eu posso ficar mais magra que isso!.Tem muita gente que acha lindo,teve até uma colega que falou que era o sonho dela ter esse problema,imagina que horror uma pessoa querer se sujeitar a ter um problema para ser magra.Eu acho super bacana a aceitação de vocês,porque apesar de ter o corpo dos sonhos para alguns,eu morro de vergonha de sair de casa de short ou de blusa de alcinha me acho esquelética demais.

Bárbara disse...

Sobre esse negócio da numeração, quando estava mais magra já cheguei a comprar três calças de três tamanhos diferentes (36, 38 e 40) na mesma loja e no mesmo dia.

Koppe disse...

"Já pensou como seria?"

Acho que seria muito menos lucrativo pra toda uma cadeia de empresas, mídia, lojas, etc. Porque esse sistema do "seja magra a qualquer preço" é incrivelmente lucrativo, movimenta um mercado imenso de livros e revistas sobre dieta, consultas a especialistas, "complementos alimentares" (que geralmente não funcionam), remédios, equipamentos para exercícios, aulas de exercícios, academias, áudios, vídeos, mais livros e mais revistas, dieta disso, dieta daquilo, "dieta ortomolecular", "dieta do tipo sangüíneo", "dieta atkins", "dieta da sopa", "dieta do parafuso sem rosca" e por aí vai, muito dinheiro circulando, quem se importa com a saúde e a felicidade das pessoas?

Então, a tendência é isso ser mantido o máximo possível. No momento que tu aceita teu corpo, está se tornando alguém não-lucrativo e um perigoso "mau exemplo" que poderia levar outras pessoas a se aceitarem e também serem felizes sem gerar tantos lucros quanto geraria se estivesse infeliz e desesperada por perder peso...

Larissa disse...

eu tive uns problemas de saúde e engordei quase 20kg em um ano.. usava 38 e 40 e passei a usar 44..e aí vi a dificuldade de encontrar roupas. ou vc vai direto na loja de "tamanhos grandes" ou fica horrível com tudo apertado. o meu manequim não aumentou muito se eu considerar q foram 20 kgs, mas é muito estressante. estou começando a emagrecer porque quero voltar a ser como fui a vida inteira, não para seguir algum padrão.. mas não sou neurótica não.. estou emagrecendo 1kg por mês, pq não vou deixar de comer e tbm não vou frequentar academia, nem que me paguem.

Lola, vc tem razão, nos EUA é bem mais fácil. Há lojas, como a Levis, que tem muitos outros tamanhos lá, e aqui não. Fui pra lá depois de engordar e com 100 dólares comprei milhares de coisas, e ainda por cima estava tudo na seção "petite". E eram roupas lindas, nada de conjunto legging+blusa largona.. eram vestidos, calças, blusas.. e até as marcas tipo calvin klein, ralph lauren etc. tinham tamanhos bem acima do meu, q já era 44.
Nunca fui de comprar roupas assim em viagens, mas uma amiga me avisou antes de ir e ainda bem que segui o conselho dela - e comprar calça jeans lá é o paraíso, pq tem o tamanho do comprimento, odeio fazer barra em calça.
Eu sempre falo que a única coisa que me irrita em estar acima do peso é a dificuldade em achar roupas.
E aqui tem esse problema com as numerações variarem DEMAIS..pra q numeração se cada confecção faz oq bem entende?

Malu disse...

Eu percebi que os tamanhos estão diminuindo qd eu, que sempre usei M 40~42 e não tive uma variação de peso, tive que comprar uma calça maior, masculina mesmo. As camisas então, um horror para comprar. Tem que ter muita paciência e tempo [e dinheiro] para comprar.
Me lembro de ter lido em uma reportagem que as lojas costumavam usar uma modelo [geralmente consumidora da loja] para determinar o padrão daquela loja. A partir daquele corpo eram feitos as medidas do que seria o P.
ósculos

Rita Gomes. disse...

A questao não é ser um biquini e portanto nao acho que tenha a ver com "estar sensual" trabalhei pelo terceiro ano em uma boutique brasileira agora no natal que e famosa pelas modelagens largas, nada sensuais, na verdade tudo bem estranho e fashion (nao tem UMA peca nessa loja que seja justa ou sensual, tudo saruel, cheio de sobreposicoes etc) mas o maior numero é 44, e um 44 pequeno. As coisas G sao pequenas. Eu peso 55 kgs e lá uso M.
Qd entra uma gordinha (ou gordinhO pq o masculino 46 tambem nao serve um homem grandao) eu ficava até sem graca, já falava que eles faziam roupa pequena mesmo, que era um absurdo, mas enfim..
A razao é tao simples quanto cruel: nao é um bom marketing pra uma marca ter uma pessoa "fora dos padroes" usando sua roupa. Querem q as pessoas olhem e queiram comprar e acham q se uma pessoa gorda tiver usando ninguem vai quere (acho que eles esquecem que outros cheinhos tbm comprem!).

Mas qt as lojas populares nao entendo: se o foco é vender e tem demanda pq nao fabricar??

Renata disse...

a modelagem dos biquínis é bem ridícula mesmo. não consigo entender.

eu sou magra. não sou super magra, mas sou magra. uso 38 pra jeans, uso P. menos pra biquíni.

o mínimo que eu visto é M (com uma etiqueta que diz que veste 42!)

pelos comentários que li aqui, não consigo entender que tipo de mulher as marcas esperam vestir com seus biquínis.

Larissa disse...

sem querer ser repetitiva.. mas ser uma gordinha feliz (independente se é uma gordinha tamanho 44 ou tamanho 54) é difícil.. as pessoas, principalmente mulheres, não aceitam. Tenho amigas que se mantém magras às custas de horas na academia e muitas privações alimentares. Aí quando vc toma uma coca-cola no almoço e precisa avisar o garçom que não é light nem zero, parece um E.T.
Qdo vou jantar com meu marido, pedimos uma coca-cola normal e uma água.. não tem UMA vez que o garçom não coloca a água pra mim e a coca pra ele.. e olhem q ele está mais acima do peso q eu.
Não acho que a gente precisa se afundar na comida, e assumo q muitas vezes já descontei minha ansiedade numa receita de brigadeiro.. mas jamais deixaria de comer algo que estivesse com vontade por causa de peso.
Fico chocada com essa intolerância das pessoas com quem não está no padrão de magreza.. parece q qdo a pessoa está acima do peso q todo mundo acharia ideal, nunca é inteligente/bonita/legal o suficiente. lastimável.

Elaine Cris disse...

Na adolescência eu pesava 58 quilos e me sentia uma obesa mórbida porque usava roupas no tamanho 44. Tive uma adolescência complicada por causa disso. Baixa auto-estima, dietas sem fim, fome, jejum, sacrifício,...
Hoje em dia sei que se tivesse esse peso eu daria pulos de felicidade, olho fotos daquela época e acho inacreditável que eu fosse tão infeliz por causa de um corpo que era muito bonito e saudável, só não era uma tábua. É inacreditável o que a moda e a mídia podem fazer com a cabeça das pessoas, se a gente é adolescente então, não tem nenhuma defesa, não consegue tirar de letra.

Adwilhans disse...

Não li todos os comentários, mas vou deixar um pouco da minha experiência no assunto.
Tenho 37 anos e sou obeso a vida toda, atualmente com cerca de 125 quilos (já tive 140) mas, "estranhamente", sou um homem bem humorado e de bem com a vida.
Não é fácil achar roupas para mim mas, agora que perdi um pouco de peso, roupas GG costumam servir bem; só que, por motivos que não entendo, é quase impossível achar roupas - camisas polo, por exemplo - que não sejam em cores escuras ou cinza.
Ocorre que gosto de roupas mais coloridas. No caso de polos, busco sempre coisas como laranja, roxo, rosa, amarelo, verde, e acho uma merda ter que usar cinza, preto, bege. Dá a impressão que todo mundo acha que alguém gordo tem que andar de luto o tempo todo!
Bom, é isso. Compartilho das queixas da "guest", de que lojas de departamentos nos consideram "anormais" e simplesmente nos desprezam (tenta comprar uma calça 54 na C&A ou na Renner pra ver, nunca tem e, quando tem, é uma deprimente, com corte pra velho).

Letícia disse...

Esse post veio a calhar, pq tinha acabado de ver isto:
http://gosteieagora.com/2011/02/02/hm-plus-size/

Uma coleção "plus size" da H&M... é piada, né? Parece que eles consideram que ser gorda é algo vergonhoso, doentio, sei lá, pq, mesmo que a coleção realmente forneça tamanhos grandes de roupa, eles passaram longe de usar modelos realmente gordas para posar com as roupas. O que são esses rostos encovados? Parece mais que enfiaram roupas grandes demais, "inchadas" nas moças pra que elas parecessem UM POUQUINHO gordas.

Nessa semana, devido ao famigerado SPFW, fiquei tb sabendo de uma nova: existe um SPFW Plus Size, isso mesmo, um desfile SEGREGADO p/ tamanhos maiores (que não devem passar do 42, por sinal)... qdo descobri isso, me lembrei irresistivelmente das Paraolimpíadas: por analogia, as plus sizes (lembrando: qq uma que use mais que 38) devem mesmo ser consideradas doentes, deficientes, seres humanos com necessidades especiais... não seria mais fácil integrar modelos de todos os tamanhos e cores ao SPFW "regular"?

Ah, e sobre as roupas de praia: minha sorte é que odeio me torrar no sol, pq acho que não teria paciência alguma de procurar um biquini que ficasse bom em mim.

Letícia disse...

Ah, aliás, já tentei comprar biquini, sim; e, mesmo usando manequim 40, que é um P/M, não consegui. As calcinhas são um pedacinho de pano que, se vc abaixar um pouquinho, já aparece o cofre (e olha meu bumbum europeu não é nada avantajado como o das brasileiras). Os sutiãs são um trianglinho que faz-me-rir: se vc chacoalhar um pouco, pula tudo pra fora... sem contar que geralmente o "M" é um M geral, tanto pra calcinha qto pro sutiã... e quem DIABOS inventou que a gente tem que ter o peito do mesmo tamanho da bunda? O meu não é. Nem de longe...

Bruno S disse...

É impressionante que dezenas de mulheres, com as relações peso/altura mais diferentes possíveis(e proporções de corpo idem, imagino) apresentam queixas sobre as numerações e moldes de roupas.

Percebo que nenhuma das comentaristas daqui consegue comprar roupa com tranquilidade. Em cada loja tem um manequim diferente. Quem é um pouco maior em altura, peso tamnho de bunda ou de peito não consegue comprar em qualquer lugar.

E o pioir é que se trata de um problema que atinge muito mais as mulheres. Para nós homens, acho que só deve ter dificuldade caras muito altos ou muito gordos.

Acho que só na indústria de calçados que veremos alguma isonomia no mal atendimento. Moçar a partir do 40 e homens a partir do 44 parecem ter dificuldades de encontrar calçados.

Fabio Burch Salvador disse...

Essa história do "peso ideal" é realmente estranha, porque aparentemente ninguém se ligou que as pessoas têm estruturas diferentes.

Meu "peso ideal" seriam 80Kg. Só que, aos 82, começam a aparecer minhas costelas. Só minha estrutura de funcionamento básico deve pesar uns 80 quilos...

Minha esposa, a mesma coisa: peso ideal, 72Kg... com 75 ela já fica com um rosto horrendo, parecendo uma caveira.

Daí mandamos os padrões para a puta que pariu.

Yohana disse...

Fiquei muito feliz que vocês tenham se identificado. Quer dizer, triste também, por ver quantas pessoas sofrem só para poder comprar roupa.

Para finalizar, passei o link do post para minha madrinha - que sofre com seu peso desde sempre.

Ela estava conversando comigo sobre dietas e exercícios, qndo não aguentei e falei do blog.

No próprio MSN, ela respondeu: "mas... porque não ser magra e feliz?"

É aquilo sobre os outros aceitarem nossa aceitação. Complicado, difícil, mas acho que vale a pena continuar lutando.
:)

P.C. disse...

Fabio, é isso mesmo. Não sei também quem inventou esses "padrões" de peso. Que eu, particularmente, acho ridículo. Tenho 1,64m e 71kg, mas ninguém (e é ninguém mesmo) acha que peso isso. Realmente, não parece... as pessoas até me olham estranho quando digo meu peso. "Tem certeza? Não parece" é o que mais ouço. E o incrível é que minhas costelas também já aparecem com esse peso.

Mandei o padrão peso pra lá também, afinal de contas, quem é que decide qual é o meu padrão, a não ser eu mesma?

Fabio Burch Salvador disse...

Eu peso 100kg, em média... ninguém acredita.

É o drama do IMC. Aliás, quem inventou esse tal IMC, não era médico? Não sabia que as pessoas têm estruturas diferentes?

Estar acima do IMC ideal é sinônimo de perigo para a saúde? Quando eu pesava 76kg (com quase 1,90m de altura), eu era fraco, tinha tonturas por baixa pressão... hoje peso 100kg, sou visto como um portador de sobrepeso pela medicina, mas nunca fui tão vivo, tão saudável, tão forte. Levanto móveis sem esforço. Corro. Durmo bem.

Sei lá. Essa idéia Taylorista de querer mesurar tudo e criar tabelas de adequação parece coisa do final do século XIX.

Falar nisso, vocês já leram o livro "Os Magnatas", de Charles R. Morris? Ele vale pelo capítulo no qual demonstra que as fórmulas de Taylor eram pura embromação, com um fator X, lá, que era o tempo de repouso dentro do movimento de esforço, e que sempre dava o valor exato que era preciso dar, para que a fórmula funcionasse. Ou seja: esse numeral era o tapa-furos da teoria taylorista.

Aliás, imagino que logo os pregadores do "físico ideal" venham a criar seu "elemento X taylorista" para tapar os buracos que estamos comentando.


PS: ai, nossa, obrigado Polinha, ainda bem que alguém respondeu a algum dos meus comentáios. Odeio falar sozinho.

Bruno S disse...

Fabio,

a culpa não é do IMC, mas do uso que se faz dele.
Sozinho ele é apenas um indicador de que algo pode estar errado. Pessoas com valores saindo da média(para cima ou para baixo) tem uma maior probabilidade de ter algum problema.

Em conjunto com alguns outros indicadores como percentual de gordura, níveis de colesterol, nível de glicose, proporção cintura/quadril pode-se ter alguma resposta.

O problema é que os indicadores são transofrmados em "números mágicos" com significado em si mesmo.

Fabio Burch Salvador disse...

E a imprensa irresponsável só colabora para a disseminação, tanto dos ideais costruídos de beleza como da idéia de que o calculo do IMC e de outros índices seja algo simples de analisar.

Na realidade, as pessoas têm muita necessidade de se agarrar a tudo o que pareça científico, simples e exato. Para saberem se estão dentro da adequação, saberem se não estão fora das especificações.

É como aquele adolescente inseguro que fica olhando os coleguinhas no banheiro da escola para ser se não tem o pênis esquisito, ou pequeno, ou fino demais...

É como se vivêssemos numa sociedade de adolescentes olhando os coleguinhas no mictório. E a imprensa só ajuda isso.

aiaiai disse...

Sobre o "aceitar a sua aceitação" é uma coisa que me lembrou a luta dos homossexuais: a gente vive querendo que eles saiam do armário, mas é difícil perceber - para quem é hetero - o quanto eles vão sofrer depois que se aceitarem. Por isso tantas pessoas passam a vida infelizes, escondendo o que realmente são. Imaginem se uma mulher pudesse esconder que é gorda. Será que escolheria esse caminho? É claro que não dá pra esconder, a obesidade é uma coisa física, que as pessoas veem de qq forma. Mas façam um exercício de imaginação. Quantas das comentaristas aqui esconderiam sua forma física "fora do padrão" se pudessem?

Fabio Burch Salvador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabio Burch Salvador disse...

Ô.....

AIAIAI,

seja bem vinda à modernidade... já existem SIM métodos para disfarçar níveis moderados de obesidade...

Na verdade, são soluções do século XIX, rebatizadas.

Quem já ligou a TV na madrugada, já viu aqueles comerciais de cintas capazes de diminuir o tamanho doos órgãos internos das mulheres, comprimindo tudo numa espécie de panqueca de poliéster, ou nylon, sei lá.

Não preciso dizer que é algo desconfortável e certamente não-saudável, mas... AH, o que é uma dorzinha e um tecidinho pinicando, quem sabe uma perebinha típica de pele que não respira, perto da suprema glória de poder ter o corpo igual ao da Sailor Moon ou daquelas bonequinhas do Totally Spies?

Loy disse...

Obrigada, Flávia, você expressou de uma forma muito competente o que eu quis dizer de uma maneira meio tapada.

Eu concordo que ser magro não é sinônimo de saúde automaticamente, e que muitas vezes estamos com um determinado peso que nos parece saudavel e as tabelas infernais dizem outra coisa.

O caso é que em termos de saúde tudo parece bem até não estar. O caso da minha amiga impressinou-me porque tudo parecia bem com ela e fez diversos exames de todo o o tipo até detectar que havia algo errado. E mesmo para localizar onde estava o que estava errado foi difícil.

Sem dúvida, as pessoas tem formas diferentes e estruturas diferentes. Eu quis aproveitar a deixa de tocarmos no assunto justamente porque muitas vezes as indicações de dieta e exercícios são colocadas como parte de uma sociedade ditatorial da beleza. Pode não ser. Não acha?

Lola, pelo tom da sua resposta parece-me que estou rapidamente sendo jogada para o grupo dos oliveiras. Fico meio triste com isso, porque como eu disse sempre gostei do seu blog. Mas paciência. Eu não sou uma mulher magra e muitas vezes passo por situações dificeis também. Comprar roupa é um inferno. Por causa disso achava que poderia ter uma opinião um pouco diferente a respeito de aceitação do corpo X manutenção de uma vida mais saudavel. Lamento se ofendi alguém.

Loy disse...

nossa!, Lola!
O que eu disse não tem nada a ver com esse absurdo das professoras da reportagem!
puxa!

Raiza disse...

Isso de ter que ser sensual o tempo todo é verdade e um saco.lembro que quando eu tinha uns 11-12 anos eu queria usar só maiô.Não achava meu corpo feio nem nada,só não queria ficar mostrando por aí.Pois bem,foi um auê.Mãe,pai,irmãos,todo mundo dizendo que eu tinha que usar bikini,que meu corpo era muito bonito e talz,que eu não podia ficar andando toda coberta,que tava parecendo uma freira.Resultado,hoje eu uso bikini,mas também adoraria ter um maiô.
Obs:Falando em maio,já reparou como todas tem uma estampa horrorosa? creio que as pessoas pensam que maio é só pra gorda,então fazem de qualquer jeito. "quando ela emagrecer compra um bikini e aí sim veste algo bonito".
Obs 2: adorei as fotos que ilustram o post

lola aronovich disse...

Loy, por esta minha resposta rápida de 4 linhas vc achou q eu te joguei no time dos Oliveiras?

“Loy, uma resposta pra vc ficaria muito longa. Teria que ser num post específico. Talvez um dia. Talvez o post que eu publique amanhã ou depois (sobre as professoras reprovadas no exame médico) ajude.”

Eu quis dizer exatamente o que eu disse, ué. Não dá pra responder ao que vc falou num comentário, teria que ser um post. E talvez, quando eu tiver algum tempo, eu escreva esse post. Amanhã publico um post sobre o caso das professoras e, através dele, vc veja qual é a minha opinião.
E vc tem todo o direito a sua opinião, mesmo que ela não siga a minha. Apenas que sua opinião é a opinião de quase todo mundo. É o senso comum. E sim, essa opinião (que, repito, não é só sua) tem tudo a ver com o caso das professoras. Espero que fique mais claro amanhã.


Raíza, bom, pra mim faz tempo que uso maiô, e não biquini. Eu acho mais confortável, os seios não ficam saindo do lugar o tempo todo, segura melhor. Só é ruim na hora de ir ao banheiro. Aí biquini é muito melhor. Mas é verdade, tem uma pressão imensa pra que mulher jovem e bonita use biquini. E pra que mulher gorda e com mais idade use maiô. Aliás, tem uma pressão grande pra que gordas nem apareçam na praia!

Lily disse...

http://noticias.r7.com/esquisitices/noticias/veja-como-a-cerveja-transforma-as-mulheres-20110204.html

lola, vc viu essa "matéria"(se é que se pode chamar isso de matéria)do r7?
o portal da record tem se superado nas reportagens machistas!

Ághata disse...

Loy, acho que você está entendendo mal...
Acho que você realmente acredita que estar acima do peso significa que a pessoa ou está doente ou certamente ficará doente.
E não é bem assim.
Só quero sugerir, delicadamente, que você reflita no que realmente lasca com a saúde de alguém, se é estar com alguns kilos a mais ou fazer dieta.
Dieta é algo bem nocivo ao corpo. Tanto é assim que muitas pessoas acabam engordando mais ou passando pelo 'efeito sanfona' que é engordar e emagrecer e voltar a engordar de novo. Que é algo péssimo para a saúde.

Se dieta e fazer pressão, fossem algo eficiente contra a obesidade, teríamos pouquíssimos gordos no mundo, não?

Fazer as pessoas se sentirem mal por causa do peso só servirá para aumentar o peso e o problema delas.

Em tempo, o pior tipo de gordura que existe é a gordura visceral, que fica no abdomen e não é muito perceptível. A pessoa não aparenta ser gorda ou não aparenta ser tão gorda. Não dá pra saber se a pessoa tem ou não este tipo de gordura só olhando, tem que ver a proporção corporal de músculo e gordura.

Outra coisa, que é difícil das pessoas entenderem é que, como eu já mencionei, esse negócio de patrulhar só a saúde das pessoas gordas só mostra o quanto as pessoas são preconceituosas. Como eu já disse, tenho minhas razões para achar que estar abaixo do peso é muito mais arriscado do que estar acima dele, entretanto, dificilmente alguém magro vá ser considerado alguém doente ou vá ter sua saúde sendo questionada.

E, entrando em outro assunto agora, acho muita sacanagem responsabilizar individualmente as pessoas quando é notório o fato de que toda a população está engordando. E não está engordando porque o povo anda mais 'preguiçoso e sem caráter', e sim porque a esmagadora maioria dos alimentos disponíveis no mercado são prejudiciais a saúde.

Anônimo disse...

Peso sempre foi meu maior problema. Hoje eu visto de 38 a 42 e todos eles folgadinhos. Meu peso é o mesmo. Depende da loja. Como eu tenho seios muito maiores que o normal, todas as minhas blusas são folgadas. É um sacrifício encontrar sutiã que realmente "segure" meus seios, apesar da cultura de silicone e peitão e calcinhas do meu tamanho que não apertem e não fiquem parecendo calcinha da vovó.

Letícia disse...

A aiaiai falou bem sobre a aceitação. Se vc, seja a "minoria" que for, não se aceita, acaba ganhando problemas psicológicos - apesar de que, sendo assim, vc geralmente dá mais lucro para o mercado de alguma forma, e é por isso que eles querem manter vc insatisfeito, afinal quem não se aceita tende a consumir na esperança de "melhorar". Por outro lado, pessoas deprimidas e inseguras são constantemente lembradas do quão "losers" elas aparentam ser...

Mas ai de vc se resolve se aceitar, não? Aí a casa cai e vc descobre que a sua felicidade vai custar muito mais do que imaginou. Gordas com boa auto-estima são ridicularizadas pela sociedade (vide Preta Gil)... o mesmo para os gays (quem nunca ouviu um comentário assim: "ah, não tenho nada contra gays, mas precisa ser tão escandaloso?")... é, gente. Acho que a gente tem que ser feliz do jeito que pode e andar por com uns chumaços de algodão nos ouvidos...

Aline disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aline disse...

Essa mídia é uma droga mesmo...

Escrevi essa semana algo que me deixou chocada: Uma menininha de 10 anos com bulimia. E a mãe da amiguinha dela(que é minha amiga) não sabe como lidar com isso. Por que a filha dela tem que ver isso? é o que ela me pergunta? Por que a amiguinha dela tem que ter essa doença?

http://t.co/lu0zXB5

O Pior que tem um nego lá dizendo que a culpa é da mãe da cça...

A filha da minha amiga disse que as outras crianças perguntam por que ela anda com "Aquela gorda nojenta"...

Não é uma barbariedade?

Michelle Silva Toti disse...

Eu sofro desde sempre com essa questão de aceitação. Quando eu era adolescente eu era magérrima. Na escola me chamavam de todos aqueles apelidos "carinhosos" (caveira, carcaça, etc). Eu tenho 1,64 e pesava 45 kilos. Queria tomar remédio para engordar, minha mãe não deixava (sensata). Usava camisetões, calças largas, etc. Então, sempre pensei que deveria me esforçar p/ ser a mais inteligente, porque eu era feia. Para ajudar, minha irmã era o padrão "gostosa" que todo garoto gostaria de namorar. Por volta dos 18 anos, descobri que eu era linda. Corpo proporcional, rosto bonito. Tudo que as pessoas que me amavam me diziam. Enfim, aos 23 anos engravidei e engordei 16 Kg. Durante a amamentação fiquei com 52 kg, mas achava que tinha que emagrecer mais. Depois que parei de amamentar engordei, cheguei a 63 Kg, agora estou com 58/59kg há dois anos. Mas me sinto enorme, sei lá me olho no espelho parece que meu rosto está enorme. As roupas só marcam o que não devem. Eu sei que não estou gorda. Mas meu corpo não "aceita" esse peso extra, estou com colesterol e triglicérides alterado.
Eu sei, racionalmente, que não sou gorda, a minha endócrinologista disse que eu não preciso emagrecer, mas fazer exercícios físicos. Mas o espelho não entende. Enfim, eu tenho certeza que toda essa minha frustração e distorção da minha imagem é devido aos padrões de beleza e de mulher impostos pela sociedade. Para ajudar vou fazer 30 anos e estou em plena crise. Ai socorro....Preciso de terapia.
Desculpem-me pelo desabafo!!!!!!

P.C. disse...

Lendo o comentário da Aline, lembrei de uma conversa que tive uma vez com uma amiga.

Ela tinha dois filhos pequenos, deviam ter entre 4 e 6 anos, os dois meninos.

Um dia, ela me mostrou uma foto de uma modelo plus size, era um ensaio sensual. A modelo não aparecia assim, pelaaada, mas estava sem roupa, você via uma gordurinha ou outra. E ela me perguntou o que eu achava disso.

Com todo o respeito, eu disse, acho o máximo. Acho maravilhoso alguém ter a coragem de se exibir assim numa revista, onde todo mundo espera que o corpo seja aquele esquelético e 'photoshopado'. E perguntei o porque.

Ela me disse que achava horrível. Que era nojento aquele monte de banha numa página de revista e que ela deveria ter vergonha. E, mais ainda, o que me chocou, foi ela dizer que, se tivesse uma filha e ela fosse gordinha, ela teria vergonha da filha. Jamais deixaria a menina usar um biquini, porque era horrível.

Sei lá. Acho meio cruel o que a mídia fez com a mulher, a ponto de pensar em algo do tipo.

Triste.

EneidaMelo disse...

Li sobre o tal caso absurdo das professoras que foram eliminadas por serem gordas.

Alguém lá no blog da Debora inventou um neologismo que se aplica bem a isso tudo que foi exposto: gordofobia.

É isso mesmo, vivemos numa sociedade gordofóbica.

Creio que cada um desses estilistas que só fazem roupas pequenas carrega a sua própria combinação de variadas e generosas porções de preconceito, preguiça e incompetência.

Bom, eu sou gorda mesmo. 70 kg distribuídos em parcos 1,5m (ok, ok, eu arredondei). Roupa de praia é quase impossível, o que me deixa muito triste, porque eu moro no Rio e adoro o mar.

Quando acho uma loja que tenha roupas do meu tamanho, que não fique parecendo um saco de batatas, e onde eu seja bem atendida, não largo mais.

Phaby disse...

ih, esse assunto rende.
fui uma criança magrinha, tão magrinha que meus pais me levaram num médico e o cara deu na época um remédio pra abrir o meu apetite (meus pais eram daqueles que achavam que criança gordinha é criança saudável). o resultado do tal remédio foi um grande ganho de peso. passei a minha adolescência sendo chamada ora de baleia ora de girafa (eu era a menina mais alta da turma). nunca consegui me aceitar. emagreci perto dos 20 anos e fiquei na casa dos 63kg (tenho 1,70m) durante toda minha graduação. aí veio o mestrado e o doutorado e o ganho de peso... fiz sanduíche na europa (quando saí do brasil já estava nos 70kg) e em quase 2 anos ganhei mais 10 kg... quando voltei ao brasil e comecei a escrever a tese, lá foram 8kg a mais... eu não me aceito com esse peso, me sinto mal. o meu marido diz que não se importa, que me achava muito magra quando a gente se conheceu (e eu acredito nele), mas mesmo assim eu me sinto mal. não gosto de me olhar no espelho, ver o tamanho que tá a minha barriga, a quantidade de celulite que tenho. é um saco, eu tenho consciência da imposição desse padrão loira, lisa e magra (as duas primeiras eu cumpro, só não sou magra =) ), mas por mais que eu brigue com isso, eu me sinto mal. tb tem uma questão de saúde, eu tenho menos fôlego, tô com a taxa de triglicerídeos alta e minhas pernas incham muito, mas sei que o maior fator pra me fazer perder peso é a estética. e pra me ajudar, as minhas irmãs mais novas são bem magrinhas (elas eram tão sequinhas qto eu qdo crianças, mas meus pais não as levaram no médico). recentemente me mudei do sul do país pro nordeste, onde tem praias maravilhosas. me perguntem se eu já tomei um banho de mar? claro que não! e agora, daqui umas semanas as minhas irmãs vem me visitar e querem conhecer muitas praias daqui. eu já tô estressada pensando que vou ter que comprar roupa de banho (porque não vou ter coragem de usar o biquini que trouxe comigo) e que vou ficar do lado delas, eu gordinha de maiô e elas lindas, magérrimas, de biquini. eu sei que é horrível pensar assim, mas é o que tem passado na minha cabeça... queria que não fosse assim, queria poder entrar numa loja e encontrar todas as roupas que gostei do meu tamanho, gostaria de entrar numa loja de grife acompanhando as minhas irmãs, em que o tamanho máximo das roupas vendidas são 40 e que as vendedoras não ficassem me olhando de alto à baixo com aquele olhar de que ali não tem roupa pra im, então o que eu estava fazendo lá?...

Aline disse...

Polinha,

Minha amiga perguntou se eu poderia coneversar com a filha dela, pra dar uns conselhos, pq a filha dela me adora e quer estudar o mesmo que eu quando crescer e tals e como estou acima do peso e já sofri bullying sei o que a menininha com bulimia deve estar passando...

Fou conversar com e pequena, não vou citar nomes aqui, mas isso é irrelevante.

Perguntei se a amiguinha falava alguma coisa, desabafava... ela disse que sim, que a amiguinha dizia que não queria mais ser gorda por que ninguém gostava dela.
As outras crianças não queria que ela participasse dos jogos nas aulas de educação física e não deixavam-na pular corda no intervalo...
E além de fazerem isso, ainda chegavam na filha da minha amiga e falavam: Por que você anda com essa gorda, você não tem nojo?

Chamam a garitinha de gorda nojenta...

Perguntei pra ela, o que ELA pensava sobre a amiguinha...

Ela me disse que adora a amiga, que é uma das pessoas mais legais e inteligentes que ela conhece, mas que na escola ela está sendo excluída junto com a menina.

Então eu falei pra ela que, quando eu conheci a mãe dela, a mais de 10 anos atrás, eu era chamada de olivia palito, por que era muito magra e algumas pessoas me excluiam também... E a mãe dela era a gata, a linda, a gostosa e mesmo assim a mãe dela sempre foi minha amiga, apesar de qualquer coisa que pudesse ter acontecido, até mesmo quando as pessoas diziam a ela que não me queriam por perto, ela não saia de perto de mim e isso fez com que nossa amizade durasse tanto.

As outras pessoas que conheciamos? Não sabemos nem o que estão fazendo ou onde estão mas a mãe dela e eu continuamos amigas, mesmo eu estando gordinha e não mais uma Olivia Palito, e claro que a mãe dela continua sendo linda... falei que essas pessoas que criticam a amiguinha dela são superficiais e que não serão companheiras para sempre e que se ela apoiar e valorizar essa amiga, que está precisando muito, mas muito mesmo, ela terá alguém em quem confiar pra sempre, falei que a amiguinha precisa do apoio dela e que um dia ela pode precisar do apoio dessa amiguinha e disse pra ela que se elas quiserem posso levá-las em algum lugar legal e conversar com a amiguinha dela também, se a mãe da amiguinha quiser...

Ela disse que não vai se afastar da amiguinha e que quer ter uma amizade tão legal quanto eu e a mãe dela temos.

Espero estar ajudando essas duas garotas, que não mereciam estar passando por isso...

Aline

Arashi disse...

Se ela não tem nojo da garotinha gorda???

Meu Deus, a que ponto chegamos. Sério, eu não me lembro de coisas assim na minha infância, mas talvez eu só tenha sorte.

Espero que você consiga ajudar essas meninas, e que elas consigam superar essa coisa absurda. Espero também que alguém possa ensinar as outras crianças, que as maltratam e excluem, o quanto isso é errado.

Laura disse...

Oi Lola, toda minha solidariedade com a situaçao Yohana e das tantas outras q nao conseguem roupas nem biquinis do tamanho certo. Ou de qq tamanho q seja, mas que caiba.

Eu sou magra, no entanto tenho os seios um pouco maior do que o "normal", e adivinha: a vida inteira tive problema pra comprar biquini. Isso pq o Brasil é pais do silicone heim!

As lojas que não vendem peças separadas nunca viram a cor do meu dinheiro, lojas como Renner, C&A e Riachuelo também não.

Sabem qdo tive a felicidade de encontrar biquini e sutiã bonito que me servisse? Depois que vim morar na França. Aqui mesmo, onde todas a mulheres "normais" reclamam que não tem nada bonito, é tudo grande demais, feio demais, sei la o que demais, mas ao menos tenho calcinha e sutia de biquini que me servem ao inves de eu ter que servir neles. Bjs

Anônimo disse...

Meninas, estou tão mal e não sabia onde desabafar... Lola, me desculpe, mas eu preciso falar com alguém, muito...
Desde que eu comecei a engordar, sinto que meu marido não sente o mesmo interesse por mim. Ele nunca me procura, sou sempre eu que toma a iniciativa, sempre.
Hoje estou me sentindo extremamente mal, pq passei em uma sex shop, comprei um gel pra sexo oral, uma lingerie nova e um brinquedinho... Mostrei tudo pra ele, vestida na lingerie nova e ele só me disse: "não quero amor..."
to aqui chorando na frente do computador e ele está dormindo aqui do lado.
Quando tento falar com ele sobre isso, ele fica bravo, diz que eu só penso em sexo e que não adianta o carinho que ele me dá e tal, que eu só me preocupo com sexo...
Não é verdade, eu adoro o carinho que ele me dá, mas ficar mais de 2 meses sem sexo é duro demais, eu não me sinto desejada e não sei o que fazer.
Só faço regime pra emagrecer por causa dele, eu só quero que ELE volte a me olhar como antes...
Não me importo com outras pessoas, não mesmo...
Me sinto tão triste.

bjs e obrigada.

Mariana disse...

É, esse é um assunto beeem cabuloso. Quem nunca se sentiu péssima experimentando essas roupas irreais dessas lojas??

Eu, por exemplo, não sou gorda, apesar de estar no auge do meu peso (tenho 1,69 e devo estar com uns 65kg), o que me deixa com alguma banha na barriga e quadril, bunda e pernas beeeem largos, já que esse é o biotipo que herdei da minha mãe. Alèm disso, tenho MUITO PEITO (manequim 48), o que não é nada comum no Brasil (a não ser que a pessoa tenha silicone) e me dá muito trabalho pra achar blusas que caiam bem e soutiens que cubram tudo.

O meu problema é instabilidade: engordo e emagreço com uma facilidade enorme, o que não é nada bom, já que isso castiga o corpo e enloquece o metabolismo. Em uma outra vida, de outubro de 2009 a fevereiro do ano passado, eu perdi mais de 10 quilos trabalhando em um navio de cruzeiro. O trabalho lá é escravocrata, vc não tem folga nenhuma, trabalha 12 horas por dia e só se alimenta com a comida extremamente mal feita que eles servem pra quem trabalha. Quando saí de lá, muuuuuitos quilos mais magra por conta da rotina insalubre de trabalho, as pessoas elogiaram muito a minha "boa forma", sem desconfiar de tudo o que sofri pra ficar desse jeito. Passado alguns meses, engordei de novo e as pessoas passaram a me criticar por ter "relaxado". Tento argumentar em vão que aquela magreza foi resultado de muito sofrimento e humilhação, mas as pessoas não se interessam por isso... Acham que eu simplesmente "quis" ganhar gordura... Isso nada mais é do que efeito desse discurso hipócrita de ligar gordura a relaxamento com a aparência e a saúde. Só que trabalhar como escrava e não comer por não aceitar ingerir algo que me faria mal é muito mais prejudicial à saúde do que ganhar uns centímetros no quadril, posso garantir!

Mariana disse...

Sobre roupas, vejo que o Brasil está muito atrás de outros países na questão da oferta para vários tipos de corpo. Minhas roupas que caem melhor em mim eu comprei na Europa, onde visto 38 e às vezes 40. Aqui, tem loja que é 40, 42 e até 44, notadamente nesses estabelecimentos que se acham mais "trendy".

Lá na Europa, além de servirem em mim e não deixarem cofrinho ou pedaço do peito aparecendo, as roupas são bizarramente mais baratas, a ponto de um casaco de vinil que aqui custaria uns 300 reais sair lá por módicos 30 euros. O que eu noto aqui é um desespero das marcas em fingir que suas roupas só vão ser usadas por "gente bonita". E "gente bonita" na linguagem do mundinho féxion é gente magra, que nem parece saída da puberdade. E, claro, roupa pra "gente bonita" também tem que ser cara, já que não podem ser usadas por "qualquer uma". Sabe como é, pra valorizar, né?

Acontece que Europa e Estados Unidos já saíram dessa fase. As marcas lucram muito mais quando passam a incluir uma maior variedade de tamanhos. Não estou dizendo que a indústria de roupas lá é "boazinha" ou "consciente" em oferecer mais tamanhos: tudo o que eles fazem é visando o lucro. Mas pelo menos lá eu não tive problemas em achar blusas que caiam bem no meu corpo de seios gigantes ou calças que não sejam excessivamente apertadas e baixas. E todas as gordinhas que vi por lá eram bem vestidas.

lola aronovich disse...

Uau, Mariana! É tão ruim assim trabalhar num cruzeiro de navio? Quero um (outro) guest post seu, por favor! Conta essa experiência aí pra gente. Tenho curiosidade porque já tive várias alunas universitárias que trancaram a matrícula por um ano pra passar por isso. E depois nunca fico sabendo como foi. Porque a IDEIA é ótima, né? Passar vários meses viajando, ganhar bastante bem, e não gastar praticamente nada... Aí vc vem e diz que é trabalho escravo e que a comida é péssima? Adoraria saber mais detalhes.

EneidaMelo disse...

Falando de trabalhar 12 horas, eu sou super a favor da redução da jornada de trabalho. Mas já ouvi histórias horríveis de quem trabalha em jornadas intermináveis bem debaixo do nosso nariz. A sociedade precisa pressionar por mais fiscalização. Sem fiscalização não adianta reduzir a jornada.

Uma vez foi uma mulher no ônibus conversando com a colega (olha eu ouvindo a conversa alheia), dizendo que não aguentava mais trabalhar num determinado supermercado de uma dessas redes grandes (ela disse o nome mas não posso repetir sem provas). Eram 12 horas fácil. Em fins de semana ou feriado, faziam a pessoa ir pro trabalho e se o movimento não estivesse grande mandava de volta pra casa, sem nem pagar o vale-transporte.

Outro dia foi o garçom do restaurante onde costumo almoçar (essa conversa foi conosco mesmo). Ele dando graças por estar trabalhando ali, porque a filha dele ia nascer e antes ele trabalhava em churrascaria e, em época de fim de ano, ele disse que chegavam a segurar os garçons por até 15 horas.

Bendito seja o Lula e o aumento de oferta de emprego que permite às pessoas ter outra opção.

Kamila disse...

Olá Lola, sou nova aqui e conheci o blog pelo compartilhamento do reader por um amigo.

Eu sofro ao comprar roupas há, sempre fui gorda e sempre foi um tormento.

Não acho calças jeans, qdo acho é um absurdo e ai tantas outras peças...

Ai, vou numa loja especializafa em roupas para gordinhas, e, oba meu problema está resolvido!

Nada, sempre, o menor numero deles, ficam enormes em mim...

Então vou seguindo, qdo acho uma roupa q serve, compra sem questionar o valor na etiqueta, sabe Deus lá qdo vou achar algo que me sirva...

Bjooookas

Priscila disse...

Essa história me fez lembrar de quando tinha 16 anos e desenvolvi anorexia nervosa.
Tenho 1,62m. Na época estava com 47kg e uns 68cm de cintura. Ou seja, era magra. Fiz balé clássico dos 4 aos 14 anos. Curiosamente, na época do balé nunca me importei com meu peso ou minhas medidas, mesmo convivendo diariamente com garotas magérrimas, bem mais magras que eu (que já era magra). Foi depois que parei que enfiei na cabeça que PRECISAVA deixar a cintura em 60cm. É claro que perdi ainda mais peso nessa história. Não sei a que ponto a coisa fugiu do meu controle, se é que algum dia esteve, mas chegou um ponto em que eu não conseguia mais parar. Tinha me viciado em emagrecer. Podia emagrecer o quanto fosse, reduzir medidas o quanto fosse, eu queria mais e mais. Parei de menstruar, meu cabelo ficou duro e começou a cair, minha pele estava horrível, todos comentavam sobre como eu andava "abatida" e como minhas roupas estavam cada vez mais largas em mim, mas isso só me fazia querer emagrecer mais: "ah, se estão falando assim é porque tá funcionando!" Só parei quando, com 38kg e começando a apresentar sinais de osteoporose, um dos n médicos que minha pobre mãe consultou compreendeu que o problema era mais embaixo e me encaminhou a uma psicóloga.
O tratamento psicológico funcionou, no sentido de que recuperei o peso e nunca mais tentei emagrecer. Mas sinto que nunca curei o problema da aceitação totalmente. Hoje tenho 24 anos e uns 50 kg; continuo bem magra, mas por algum motivo não consigo ainda me aceitar como sou. Mesmo depois de uma doença tão séria, mesmo carregando até hoje algumas sequelas das complicações decorrentes da anorexia, mesmo depois de passar a frequentar blogs fantásticos como esse, mesmo sabendo, racionalmente, que sou magra. Talvez eu simplesmente ainda tenha muito o que aprender na vida.

Carla Rodrigues disse...

Meninas,

Essa idéia de que moda para gordinhas é contra-indicada em faculdades de moda é um grande equívoco! Sou estudante de moda e posso garantir que há um enorme incentivo vindo dos professores para criação de moda para diversos públicos que carecem dessa atenção profissional: idosos, crianças, homens heteros, deficientes, mulheres normais e felizes. E esse movimento na verdade é fruto de ares europeus. Agora existe mesmo uma pressão das confecções que produzem as peças. Eles acreditam que roupas maiores gastam mais tecido, demandam mais tempo e por esta razão, só compensam se vendidas num alto custo. A modelagem pode ser algumas vezes mais complexa, mas pra vocês terem uma idéia, é muito comum fazermos modelagens em miniaturas e depois alterarmos a escala.
Há de vir das clientes as reclamações. Vocês são o termômetro - que sinaliza ao mercado quais as necessidades.
Não chorem, não se envergonhem. Se indignem! Digam MESMO que se decepcionaram, que é um abuso, um absurdo, um consumidor não ter seus desejos atendidos! Desejo é palavra mestra no mundo da moda. É ordem! Quem não atende a este desejo sabe que está no caminho da falência. Cabe a todos nós mudarmos essa visão equivocada do mercado.

night-night, friends. disse...

é engraçado, estava passeando pelo blog e vi esse post. não li nenhum coment, nem sei se já falaram sobre isso, mas eu entendo dessa dificuldade. e olha que sou magra, tenho 1,68, uns 52 kg. bem no estilo que as roupas são fabricadas. o problema é que eu não tenho muito seio e tenho muita bunda. comprar biquini é um saco, porque mesmo os P foram feitos pras modelos: muito peito, pouca bunda...

priscila disse...

puxa... minha situação é a oposta, mas a mesma dificuldade para encontrar roupas!!! fico feliz quando encontro alguma calça tamanho 34, blusinhas pp... :P
normalmente, um biquíni p fica pegando na virilha, de tão grande, o sutiã fica sobrando no bojo... aff...

lendo os comentários, vi mulheres com os mais variados perfis... e as roupas das lojas não cabem nelas também!!!!! isso me faz pensar no "molde" que estão usando, deve ser baseado em alguma forma não-humana, não é possível!!!!!

Aline Silva Dexheimer disse...

Olá! Não conhecia teu blog e achei muito bom. Eu estou tentando emagrecer há bastante tempo desde que meus trigêmeos nasceram porque tive problemas disfuncionais também. Mas devagar chego lá. É muito difícil mesmo achar roupas.Eu cheguei aqui porque escrevi um post sobre mães gordas! Escrevi pois fiquei indignada com um outro post que li hoje: http://www.alinedexheimer.com/m%c3%a3es-gordas-ou-magras-o-que-conta-%c3%a9-a-felicidade.aspx
Dá uma olhada la no meu blog que fica dentro do site neste link acima.
Beijos,Aline

Fabiana Zardo disse...

Esses dias no trabalho, as meninas discutiam sobre dietas, coisas menos calóricas e todo esse bla-bla-bla. Eu tenho 1,52 e estou pesando 61kg. Não estou muito feliz com isso, mas não perco um jantar gostoso com meu namorado porque estou de dieta. Bom, elas naquele papo e eu só ouvindo. Gente, tanta coisa interessante e inteligente pra se discutir e elas comparando calorias de iogurte light (pq 65 para 72 calorias deve engordar uns 3kg, né?)

Enfim...cada um sabe do seu. E eu canso de falar que o prazer de comer um prato bonito e gostoso (e por vezes, calórico) é uma das melhores coisas da vida.

Mas ser acima do peso parece crime!

alice disse...

nossa, chorei com a historia da menina que foi chamada de nojenta. eu passei por isso, em várias fases da minha vida. desde os meus 7 anos até os meus 19.

durante todo esse tempo eu era essa "gorda-quase-normal" (hj eu n considero gorda, mas na época me achava monstruosa), o maximo q eu vestia era 44/46 (e sempre tive uma dificuldade imensa de achar roupa q prestasse)

sempre fui bem zoada, os homens faziam questão de mostrar desprezo por mim (não é nem por não se sentirem atraídos. é fazerem questão de DIZER pra mim q eu era "feia, não-pegável, gorda". tanto garotos da escola qt estranhos na rua (em um ambiente supostamente de pegação, tipo boates ou blocos de carnaval. sendo q eu não estava lá por isso, eu estava lá pra curtir e dançar com minhas amigas!!!)


fui chamada de nojenta qd tinha uns 12 anos por todos os meninos da turma (q ficavam me comparando à minha melhor amiga bonitona). eles fizeram um concurso de "miss canhão" da sala e vcs não sabem o ALÍVIO q foi qd nomearam outras 3 garotas (coitadas, mas eu fiquei me mijando de medo de estar nesse podium às avessas). é aquela coisa patetica mesmo, de darem nota e colocarem no quadro negro pra todo mundo ver.

eu via mto q oq mais incomodava era q a minha auto-estima n era tao destruida nessa epoca. eu era capaz de botar uma roupa legal e me sentir bonita. eu praticamente perdi esse sentimento de uns anos pra cá. e aí parece q as implicancias pararam tb.

sério, eu tenho ZERO tolerancia com gente gordofobica. minhas amigas da faculdade vira e mexe fazem comentarios sobre o peso de alguem e eu fico mto ofendida (elas n entendem pq eu tomo as dores, embora eu ja tenha tentado explicar. parece ma vontade delas mesmo em me respeitar. nao preciso nem dizer q n consigo mais me sentir à vontade com elas)

enfim, esse papo de saúde é balela. nunca tive problema algum, sempre tive o peso bem acima do meu IMC ideal (com 80 kg eu fico bem, com o rosto magro, sem barriga. mas "essa ciência" diz q eu deveria pesar 58 kg ahahahaha)


ah, eu não vou à praia há 7 anos. e durante a adolescência eu só devo ter ido umas 4 vezes (não com a galera, mas em algum dia de semana menos movimentado, só com uma amiga de confiança). isso pq eu moro a 2 ruas da praia.

não encontro maiô q caiba em mim hoje em dia. até encontro tamanhos grandes, mas são curtos!!! é feito pra uma mulher com o meu formato, mas com 10 centimetros a menos de ALTURA! cabem com folga nas coxas, na bunda, na barriga, no quadril, mas não cobrem os peitos direito e machucam os ombros pq são curtos demais!!

teve uma ocasiao q precisei comprar roupa de banho (era uma festa, tinha piscina, eu sabia q n ia entrar, mas quis ir disfarçada de banhista). acabei comprando um bikini de tamanho especial, mas tenho vergonha de tirar a saída de praia e mostrar minha barriga e minhas coxas.

eu queria mto ser diferente e me aceitar mais, mas qd vejo meninas de 45kg (!!!) sendo chamadas de gorda, perco a coragem.

NiNa disse...

hAHAHAHA PARECIA ESTAR ME VENDO NESTE TEXTO... tenho 1,67 m e peso 74 kilos... e o meu problema nao e o busto e sim a bunda q sempre foi grande e com os quilinhos a mais ela ganhou proporçoes ainda maiores..!! Se e dificil achar biquini pra caber em peito... na bunda entao e quase impossivel!!! O conforto é zero a nao ser q vc use um daqueles biquinis bemmm grandes... !! È incrivel como nao existe calça jeans bonitas a partir do numero 44/46... tenho procurado um jeans normal com a boca normal corte reto e agradavel porém ele nao existe.

E horrivel ver este padrao de moda q as mulheres tem q ser cada vez mais magraas..ainda bem q o meu marido gosta de mim do jeito q eu sou...cheinhaaaa!!!

li disse...

meu depoimento sobre saúde e gordura corporal (com um pouco de delay, mas fazer o que? fui ler o post há poucos dias):

não bebo, não fumo, não como carne, faço exercícios, tenho os exames de sangue invejáveis, e adivinhe! sou gordinha. sob nenhum parâmetro moderno considerada obesa, mas gordinha. e, cá entre nós, sofro uma pressão imensa (IMENSA) -da família, dos amigos e minha mesmo- pra perder peso. são anos de sofrimento e tentativas em vão. adoro doces, e tendo a engordar quando os como, mas até onde isso me faz mal?

minha última história de terror: um professor falar, diante da turma toda, que eu tenho que fazer mais exercícios porque tenho a bunda muito grande. foi: o fim da picada.

Lia disse...

Há 4 anos eu pesava 57 kg (tenho 1,68m) e me achava gorda. Hoje tenho 66kg e no começo do ano ficava noiada que queria emagrecer a todo custo, mas eu gosto de comer e nem como muita porcaria, mas mesmo assim está difícil perder peso. Após conhecer o seu blog e outras feministas vi o quanto era refém da mídia e queria ter um corpo de modelo, sendo que eu NÃO PRECISO DISSO, isso NÃO VAI ME FAZER MAIS FELIZ... Esses dias fui comprar biquini e consegui achar vários modelos mais largos, mais altos.. Fiquei mto feliz pois posso ficar à vontade qdo for à praia e DANE-SE se julgando minha barriga+celulites+estrias... LIBERDADE!!!

Adriana C.Casali disse...

Meninas que estão acima do peso gostaria de deixar aqui minha experiencia , tenho um micro negocio vendo roupas para Mulherão ,não vendo para "gorda",porque é pejorativo na minha no dia a dia, percebo o receio de clientes que já chegam na loja dizendo se referindo a uma peça , eu sei que não tem para mim! , e eu respondo é claro que tem!Ou, é que eu uso mais preto.E eu respondo aqui eu vendo so roupas alegres tenta esta cor ,olha na frente do espelho como fica linda em você e não é papo de vendedor ,porque se não ficar bacana eu falo e sugiro outra coisa.Mais do que vender e encantar minhas clientes eu quero e elevar a alto estima,pessoas são únicas e se a dieta não deu certo eu acho que o melhor é comer o máximo de alimentos saudaveis que pudermos e de vez em quando, uma delicia calórica não mata ninguem.Uma obs:hoje uma pessoa que usa 44 já é considerada gorda , pela industria de moda digo por experiencia própria, tenho 1,63 e 63kg blusa pra ficar bacana tem que ser G.
Beijos.

Anônimo disse...

Se a apessoa quiser fumar, ela fuma.
Se a pessoa quiser beber, ela bebe.
Se ela quiser ser gorda, ela seja.
Saúde é submissão. Mulheres vivem mais por ficarem em casa, confinada a trabalhos domésticos, enquanto o homens saem por aí. Morte é um destino saudável, seja ao 60 anos, seja arrastando a velhice para depois dos 90, que nem querem que as mulheres façam, viver só por viver, sem aproveitar nada. Depois dos 80 não existe mais vida, mesmo quando continuamos respirando.
Reflitam.