Primeiro, um ótimo comentário da Marjorie no meu post sobre Polanski (veja o comentário na íntegra na caixa do post).
Lola, o que está em discussão não é o direito penal dos EUA. Há, portanto, um descompasso no foco dos comentaristas e o seu. A gente tá aqui batendo em velhas teclas feministas e você tenta puxar a questão pro lado jurídico. A gente puxando pro macro e você puxando pro micro. São duas vibes diferentes.
Para mim e, pelo visto, para os demais comentaristas, a discussão nao é essa. Pouco importa exatamente do que o Polanski foi acusado. Pouco importa o que vai pesar na possível prisão dele agora—se o crime em si ou a fuga. O que está em discussao aqui é a sociedade considerar grave o crime do estupro. E não um crime menor. [...]
Se a menina disse que não queria, fechou a questão. É estupro, cabou, nao tem mais o que discutir. A gente pode ate debater statutory rape, a mudança de mentalidade em relação à pedofilia, etc. São temas muito pertinentes. Mas o X da questão, neste caso específico, não é esse. [...] Se ela não quis, foi um estupro, estupros têm de ser punidos. Porque estupros têm de ser considerados inaceitáveis. Ponto. É só isso.
Para mim, este caso é bastante emblemático de muita coisa que nós, feminstas, tanto falamos. A gente gasta a maior saliva combatendo a tal da cultura do estupro, que faz as pessoas considerarem estupro um crime menor, dependendo dos antecedentes da moca. Que acha que homem tem instinto de estuprar e que é a mulher que tem que evitar ser estuprada, não o homem que tem que evitar de estuprar. Que diz que mulher quando diz não, quer na verdade dizer sim. Que bota a culpa na mãe e não no estuprador. Enfim. Tudo isso que a gente tanto combate está aí, reunido no caso Polanski. A não-punição do Polanski corrobora todas essas desculpas. Porque é assim que o público em geral justifica a sua não-punição. Não importam as acusações formais, porque, se o Polanski não é punido, o que há é um reforço dessa linha de pensamento. [...]
Por fim, quando comparei tua posição com o caso Henrique Goldman, é porque a discussão, naquela época, era justamente essa. Das pessoas não verem que aquilo era um estupro e da gente ter que ficar desenhando. Então me surpreende que você, desta vez, se prenda às desculpas que estão dando para não considerar este um crime grave. São dois pesos, duas medidas então. Dá a impressao de que, quando você simpatiza com o diretor, você aceita as desculpas que dao para considerar estupro um crime menos grave.
Eu ia responder na caixa de comentários, mas ficou tão longo que vai aqui mesmo:
Marj, obrigada por me dizer qual o foco desta discussão. Digo isso sem ironia. É que eu realmente não sabia que o que estava sendo discutido era a cultura do estupro. Porque não é isso que tenho visto nos posts que li. Aliás, os blogs que abordam o caso Polanski fazem isso em textinhos superficiais de duas, cinco, dez linhas. E acho meio difícil discutir a cultura do estupro em tão pouco espaço. Um texto bem interessante, mas que não é da blogosfera brasileira, foi um da Kate Harding que saiu na Salon. Ela repete inúmeras vezes que “Polanski raped a child”. Eu não o acho muito eficiente, até porque a definição de criança que ela dá é sentimental, não necessariamente penal, mas pelo menos há uma discussão da cultura do estupro. E lá tem um link pra uma crítica pertinente ao documentário Roman Polanski: Wanted and Desired, que é tendencioso, não há dúvida, mas também é excelente (e as pessoas, sem saber, acham que foi feito por Polanski ou por um amigo, quando foi feito por uma feminista). E é isso que me incomoda nessa discussão toda: a ausência de discussão. As pessoas simplesmente dizem “Polanski é um pedófilo. Acabou”, “Polanski é um estuprador. Acabou”. Ué, cadê a discussão, nessas afirmações, sobre a cultura do estupro? Eu vejo um certo orgulho da ignorância em várias dessas ocasiões: “Não, não vou ver o documentário jamais, porque Polanski é um estuprador e isso é tudo que preciso saber”. “Não, não quero ler a versão de Polanski porque ele é um pedófilo e acabou” (na terça vou publicar o que traduzi da autobiografia do Polanski sobre o caso). Então eu vejo tantas sentenças incisivas sobre o Polanski que só posso perguntar: o que vocês querem? Porque o que mais vejo é gente pedindo prisão perpétua, pena de morte ou castração pro Polanski. E gente, se é isso que vocês querem, não vai acontecer. Porque não tem como a justiça americana condenar o Polanski por um crime (estupro) no qual ele, 32 anos atrás, se declarou inocente. Não tem como voltar no tempo e falar: “O acordo que foi feito entre a promotoria, o advogado de defesa e o advogado de Samantha não vale nada. Vamos julgar e condenar Polanski por estupro mesmo, não por sexo ilegal com menor”. Eu tô vendo uma gritaria enorme por gente que não sabe nada do que se trata o caso e, pior, não quer nem saber. E mais: gente que não está com nenhuma vontade de discutir. A “conversa” é toda nas linhas de ofender quem não entrou tão rápido no trem do linchamento do cineasta: “Você não é feminista, Lola!”, “Putz, a Monica Bellucci assinou a petição Free Polanski? Que decepção!”, ou “Claro que o Woody Allen ia assinar. Ele também é pedófilo!”.
Eu não estou discutindo se foi estupro. Pra mim, após ler o depoimento de Samantha (que só li na segunda, pela primeira vez), foi. E fico feliz que a maioria das pessoas concorde nesse ponto. Talvez por isso eu não esteja vendo o foco da discussão na cultura do estupro—porque tanta gente concorda que seja estupro. Estou discutindo que, para mim, e para outras pessoas que nem por isso são nojentas e insensíveis por pensarem assim, Polanski já foi suficientemente punido. Também levo em consideração a opinião da vítima. E reflito sobre a função da prisão (se é pra reabilitar, e eu acredito que, em parte, deveria também ser para isso, Polanski não estaria já reabilitado, após 32 anos sem cometer outro estupro?). E sobre como é a nossa relação de perdão ou condenação às celebridades. No entanto, Polanski está preso, e sua sentença, agora, não vai levar em consideração nada disso. Vai decidir quantos dias, semanas, meses ou anos Polanski pegará por um crime menor (sexo ilegal com menor) e, acima de tudo, pela sua fuga.
Se você me diz que essas reações exageradas que estou lendo têm conexão com o caso Henrique Goldman, eu acredito. Mas esta não foi a reação que eu tive pro caso do artigo na Trip (meu post da época tá aqui. Nele, eu digo que foi estupro, e critico, principalmente, a atitude do autor e do editor da revista em tratar algo tão sério como se fosse uma brincadeirinha. Eu não peço punição. Em nenhum momento falo pra começarem um julgamento contra o Goldman ou pra jogá-lo na cadeia. Porque isso seria absolutamente ridículo—afinal, o caso tem 32 anos, Goldman não foi acusado de estupro ou de qualquer outra coisa (legalmente falando) e, pra complicar a situação, ele só tinha 14 anos na época. Mas muita gente que discordava da nossa reação dizia: “O que vocês querem? Prender o Goldman por estupro?”. E o que eu respondia era “Claro que não; nem se se eu quisesse, daria pra fazer isso”. Porque dizer que sim é uma impossibilidade que automaticamente enfraqueceria a discussão. E não pedi boicote pra revista ou, mais tarde, pro filme Jean Charles (que, vocês bem me lembraram, se eu já não lia a Trip antes, não posso dizer que a estou boicotando agora. Ainda não vi o filme porque ele não chegou, nem chegará, a Joinville). O que eu queria, e promovi no meu blog, era uma discussão de como o ato que ele e o amigo cometeram foi estupro, e que estupro não é tema pra humor.
Porque discutir a cultura do estupro (algo que faço com tanta frequência aqui no blog que muita gente me chama de repetitiva e paranoica) é uma coisa; outra é exigir providências incabíveis, que vão contra a lei e que não têm nenhum pé na realidade. Nas discussões que leio sobre o caso Polanski, não vejo nenhuma objetividade. Tive altas discussões com a minha mãe, mas é difícil, porque ela se contradiz a cada frase. Primeiro, diz que Polanski é pedófilo. Quando eu digo que, pelas definições psiquiátricas para pedofilia, ele não se enquadra (mas, claro, a gente sabe mais que os psiquiatras que o examinaram), ela diz “Não importa a idade da menina!”. Quando eu digo que Polanski não foi, e nem pode ser (por causa do acordo firmado) condenado por estupro, ela diz que ele é um ser desprezível de qualquer jeito (no que concordo). Finalmente, consegui uma resposta para “O que você quer?”. Ela respondeu: “Eu quero desprezar o Polanski”. Como?, eu quis saber: vai boicotar os filmes dele? Hmm, não. Só vai desprezar a pessoa, não o cineasta. Então tá.
Infelizmente, é bem esse tipo de eficiência que estou vendo nas discussões do caso.
Mas pelo menos aqui temos maturidade para discordar sem precisar ficar de mal pro resto da vida.
28 comentários:
Pessoal dos comentários do tópico passado e dos comentários que virão neste tópico,
A Lola acertou ao escolher discutir o caso do ponto de vista do Direito e da Criminologia. Vejam, poderíamos ficar aqui discutindo sobre a personalidade de Polanski, sobre o mal, sobre o horro do estupro. Tudo isso é extremamente válido e merece toda a discussão do mundo.
Mas não confundamos as coisas.
Os mesmos indignados e esclarecidos que discutem a cultura do aborto, não devem se esquecer que nosso Direito Penal é de inspiração iluminista e possui três séculos de amadurecimento no sentido de garantir as prerrogativas do individuo. Não conheço os detalhes técnicos do caso concreto, mas a prescrição é uma dessas formas de garantir que o Estado não possa perseguir o individuo para sempre e da forma como lhe aprouver. Não é subvertendo todos os critérios objetivos que há 300 anos vem tentando humanizar o Direito Penal que conseguiremos combater o machismo ou a cultura do estupro.
E, também do ponto de vista das finalidades da pena, há muito o que se dizer. Há décadas que a pena privativa de liberdade vêm mostrando sinal de sua inutilidade e da mentira da ressocialização. A pena tem efeitos contrários. Hoje, a aplicação da pena deveria obedecer a critérios de finalidade do Direito Penal, a saber o último instrumento que deveríamos utilizar. No caso de Polanski, um velho de 76, que nunca mais estuprou pessoa alguma e que foi perdoado por sua vítima, qual seria a finalidade de se lhe aplicar uma pena?
Pura expiação. E aí os iluminados, letrados e esclarecidos revelam a contradição de seu discurso e a natureza irracional de suas vontades. Vamos refletir melhor.
Abraços,
Renan
Olá, Lola!!
Quantas questões!...
Difícil, muito difícil,
essa vida de blog.
...beijos...
A solução NÃO É punir. NÃO É encarcerar. Pode ser muito bonito falar isso no caso do Polanski, a maior exceção de todas. Não funciona no Brasil. Também não funciona nos EUA, aliás. Quem vai preso, pasmem, é o pobre. Para variar, né? O sistema penal foi criado, funciona e é legitimado por uma lógica de classe e uma lógica patriarcal. Eu fico triste quando vejo feministas clamando pela prisão do sujeito. Como se o estupro fosse algo INDIVIDUAL. NÃO É. As mesmas que urgem pela PENA são as que admitem a CULTURA DO ESTUPRO. À parte dos tecnicismos penais do caso (que são relevantes), a gente tem que perceber que NÃO ADIANTA PRENDER. NÃO ADIANTA PUNIR. CASTIGO NÃO ADIANTA. Colocar um estuprador preso não faz com que todos os outros homens do mundo parem e pensem antes de objetificar uma mulher. Não há mudança radical, porque o sistema penal precisa do patriarcado que o legitima. Acompanhem um processo penal! Vejam a que papel é reduzida a vítima! Vejam nos casos do processo quando o que se discute é estupro, vejam a realidade da dupla vitimização, vejam mulheres tendo suas vidas vasculhadas de início ao fim como meio de questionar o estupro ("será que foi? mas ela não era virgem. mas ela bebeu. mas ela estava vestindo uma saia"). A solução está fora do sistema penal, como está a solução para todos os outros crimes. É uma pena que as feministas ignorem a criminologia feminista. Teria muito a dizer. O Polanski não merece ir preso. Merece ser educado, afora os tecnicismos, como eu já disse. Merece ser mostrado a ele que mulheres são sujeitos históricos. E tudo mais aquilo que a gente já sabe. Mas enfim. Não adianta bradar aqui, vocês tem que ler. Indico a prof. Vera Regina Pereira de Andrade, que é a quem tenho mais acesso. Leiam mesmo o texto sobre crimes sexuais. Acho que vai abrir a cabeça. A realidade é outra. A resposta não é essa.
Lola,
1) pelo que soube, o Polanski, logo depois de voltar p/ Europa, depois do crime, saiu com outras jovens em festas.
2) Tb acho que, agora, não dá pra mudar a tipificação do crime para estupro, mas foi isso que ocorreu. E não é só por conta da menina ter dito não, e sim por conta da idade dela.
3) O fato de ele supostamente ter se comportado bem durante esses anos, não anula a punição merecida. Se ele se comportasse mal, mais um crime, oras. A pena não é só para reabilitar, é pra punir, pra mostrar q tá errado tbm.
4) Parem de falar do godmann. Deviam se informar melhor e ver que foi uma história fictícia. af..
Sobre o comentário do Victor...
Entendo que a solução seja mudar a cultura. Isso pra mim é muito claro. Jamais vou dizer que o cara é um monstro que deve arder no fogo do inferno. Mas me diz que contribuições o discurso "free Polanski" traz pra mudar essa cultura?
Porque eu vejo é um cara que estuprou, conseguiu um acordo e assumiu parte da culpa, não cumpriu sua pena, fugiu, e vive numa boa na Europa, com apoio e admiração de seus colegas. O único "senão" era não poder ir aos EUA que, ó, ninguém vai me convencer que é: "o cara já tá pagando". Não tô falando de castração química, nem do cara morrer na cadeia. Tô falando de aplicarem a pena que os EUA prevêem pra um cara que acha que pode zombar da justiça, que foi o que ele fez. E provavelmente não vou boicotar a obra de ninguém que assinou o tal manifesto, porque não acredito que esse tipo de boicote mude a mentalidade das pessoas de fato. Nem demonizo ninguém por apoiá-lo. Não acho que preciso concordar com tudo quando dialogo com quem quer que seja. Mas também não acho que o Polanski fez seja algo assim tão irrelevante pra deixar passar batido e dizer "life goes on"...
Bem, foi uma escolha do Polanski viver como foragido, ele tem que viver com as consequencias do que ele fez. Provavelmente seria mais util puni-lo onde doi e faze-lo pagar uma idenizacao substancial que seria direcionada a programas com foco nessa area de estupro, violencia contra a mulher etc. Mas por mais que nao tenha utilidade prende-lo a essa altura da vida, essa situacao foi causada por ele mesmo (livre arbitrio). Fazer o que^?
Iara, eu pergunto o que vai mudar nessa cultura com a prisão do Polanski. Nada, né? Homens vão continuar reduzindo, objetificando e violentando mulheres. A prisão do Polanski não tem caráter educacional e preventivo algum. Pelourinho não funcionava, agora prisão de uma personalidade vai funcionar? A pena e a execução públicas nunca reduziram a chamada criminalidade, e agora isso vai fazê-lo? Não. A verdade é que a gente percebe que o problema é anterior e posterior ao "criminoso". Mas a gente não consegue lidar de uma maneira que não seja individualista. Que não veja o indivíduo como causa primeira ou última do problema, e sobre o qual, ou sobre o corpo do qual, haja de recair uma pena. E isso não é motivo de resignação. Isso não é justificativa para cair no discurso fácil da punição como método de dar cabo dos problemas. Porque é tapar o sol com a peneira, a gente sabe. E se não faz bem, por que fazer mal?
Honestamente, dadas as peculiaridades do caso, o fato de ter transcorrido tanto tempo (suficiente no direito brasileiro para prescrever a pena -- aliás, ser fugitivo NÃO É crime no direito brasileiro, e não o deveria ser em qualquer estado de direito. acho que desde Hobbes e os contratualistas daquela época a filosofia e a sociologia já se ocuparam desse fato), acho que dadas as peculiaridades do caso, o melhor a fazer seria criar um debate em cima disso. Mas um debate radical, de exposição da misoginia e do patriarcado reinante nos meios de mídia, no seio social, nas relações interpessoais. E, claro e sempre, uma educação radical. Parafraseando Mészáros, uma educação para além do patriarcado. Mas aí abre-se um debate importante desses, como do Polanski, e tudo o que se vê é a necessidade imediata de repressão de um indivíduo que, a bem da verdade, não é a real causa do problema. E aumenta-se o caráter individual que a rigor é uma coisa tão pequena. Enfim. Tô andando em círculos na argumentação. Só espero que se comece a ver as coisas sob uma outra perspectiva. Já recomendei a prof. Vera, recomendo agora Loïc Wacquant (Punir os Pobres), Alessandro Baratta (Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal), entre outros. Mas, mais do que tudo, recomendo analisar o sistema penal e identificar suas relações com o patriarcado (uma rápida visita às estatísticas do sistema carcerário evidencia qualquer coisa) e suas limitações no enfrentamento de um problema do porte do estupro. Se uma coisa eu aprendi nesses anos, é que o estupro é SEMPRE uma demonstração de poder. Quase nunca um meio de obter-se prazer. É atacando esse lado político do estupro que as coisas vão ser solucionadas. Não achando que o estuprador é um maníaco sem superego e que deve ser encarcerado por 30, 15, 5, 2 anos.
Lola,
Desta vez não deu, você já pode encerrar o assunto. Você perdeu.
Polanski é um estuprador sim. Pode não ser um pedófilo, mas é um estuprador, e tem que pagar pelo seu crime.
Ah, você diz que ele estuprou só uma vez e parou, agora está recuperado. Que é isso ?
Se ele matasse a garota ? seria um assassino, não?
Aí você vai dizer " ele matou só uma, já faz 32 anos, não matou mais ninguém, está recuperado, ficou sem filmar nos EUA por muito tempo, já foi punido" ??
Não importa se foi ontem, ou foi no seculo passado, crime é crime.
Escreve para ele voltar para os EUA, quem sabe ele fica uns 06 meses na cadeia, sai com a alma lavada, porque pagou pelo seu ato, e nos brinda com mais um belo filme, rodando em NY.
Ari.
Justamente, Aristides: ao tratar da discussão como um caso de perder ou ganhar um debate, vc está encerrando o assunto.
Mas taí uma boa discussão: quanto tempo o Polanski teria que pegar de cadeia pra ser “perdoado”? Claro que isso varia, cada pessoa vai dar uma sentença. E boa parte não vai perdoá-lo nem se ele pegasse pena de morte.
Victor, é muito importante oq vc disse, mas eu discordo quando vc diz que a presão não serve p/ nada.
No minimo ela serve p/ evitar que o mesmo criminoso volte a ferir alguem.
E outra, mesmo falando de eu contexto social eu acredito piamente que somos responsaveis por nossas ações e que devemos sim encarar as consequencias dessas decisões.
Lola, eu respeito seu ponto de vista, apenas não o apoio.
E gostaria de dizer que nem todo mundo que seu uniu ao free Polanski o fez por ter o "distanciamento" certo, ou por tem "bom senso".
Da mesma fortma, nem todo mundo que discordou de vc estava apenas sendo incoerente, ou vingativo, ou vendo as coisas sem o contexto, ou moralista, etc.
Tirando o pessoal que te ofendeu e que nesse caso perdeu a razão quaisquer que fossem seus motivos.
Mas pelo que li a maioria, até endendeu seu pontos de vista, simplesmente não concordaram e expuseram o pq.
Sem maniqueismo.
Lord, achar que o criminoso é um ser abominável que sai por aí ferindo pessoas já mostra como sua análise é precária. E, se isso fosse verdade, i.e., se todas as dezenas de milhões de pessoas encarceradas hoje no Brasil (estou sem tempo de procurar as estatísticas) fossem seres desprezíveis e desumanos, bom, aí eu teria duas perguntas: 1) essas pessoas vão sair de lá um dia. Como fica? e 2) Não é uma grande coincidência que dessas dezenas de milhões, quase 90% sejam negros, pobres, de 20 a 30 anos -- justamente o maior alvo do preconceito e segregação racial no Brasil? O discurso de "prender para evitar" é falho, porque ele não faz diferença alguma. De novo, você reduz um caso social ao indivíduo, e peca por isso. O indivíduo deve ser tratado como um transgressor? Provavelmente, mas de uma maneira diferenciada caso a caso, porque cada pessoa é uma pessoa e deve ser tratada em sua subjetividade, não jogando na vala comum dos presídios lotados de hoje, que não servem. Mas, mais do que isso, é hora de começar a pensar políticas que venham a modificar estruturalmente a sociedade. Não se trata de dar lazer e esporte pros pobres na favela para "evitar que eles caiam nas drogas" (isso não é a coisa mais hipócrita do mundo? vindo dos jornalistas cheirados da Globo?). Trata-se de políticas que visem a mudanças radicais na sociedade, como as que têm no seu âmago a questão de gênero, de raça, de classe. Até lá, a gente só prende pobre e preto.
(um grande amigo uma vez disse que, se o sistema penal funcionasse de verdade, prendesse todo mundo que tivesse de ser preso, a gente já teria arranjado a solução perfeita. Mas é conveniente, não? Que os pobres e negros, essas pessoas completamente fora do nosso círculo de vivência classe-média, continuem sendo presos. A gente não vê. A gente não se importa. E parece que está sendo feita a justiça)
Oi, Lolete!
Eu sou a moça que queria mandar o seu blog para o Mário Quintana, lembra??
Então. Bom, eu em primeiríssimo lugar quero dizer que a primeira providência que tomo ao abrir a internet é olhar o seu blog que já está salvo nos meus favoritos, depois de ler o seu blog começo meus trabalhos.
Pois é, eu gostaria muito de agradecer vc por me introduzir no pensamento crítico, acho que é isso que esse seu bloguinho faz comigo. Eu era\sou meio alienada e acabo comprando o que os jornais vendem bem do tipo Polanski merece prisão perpétua blá blá blá, mas comecei a me questionar sobre tudo o que leio e devo isso a vc. Adorei esse seu post, adoro sua elegância ao receber e responder os post que são contrários às suas ideias.
Eu quero muito que a UnB lance um concurso para professor aqui em Brasília e que vc se interesse em fazê-lo porque acho que deve ser muito enriquecedor ter vc as a teacher.
Te chamei de Lolete porque gosto demais de vc e tenho o costume de chamar as pessoas especiais por apelidos, meu namorado tem um monte deles há há há.
Obrigada e parabéns, qdo eu crescer quero ser assim como vc que antes de tudo é lúcida e muito educada e gentil.
beijoca
Pati
Sobre, polanski, há uma lei e há uma pena não cumprida. E justamnete por Marjorie ter levantado a questão de se trabalhar no macro, é que ela deve ser cumprida. Independentemente de ele ter sofrido qualquer outro tipo de punição. Trabalhar nesse ponto é voltar pro micro.
Resolve jogar estuprador na cadeia? Acho difícil alguém acreditar que sim. Corroborando com a idéia do Victor, acho muito difícil alguém discordar que é melhor educar do que punir. Como todo problema, o melhor é resolver pela base. Mas o problema é como, né? Como a gente dá conta de resolver um problema que tem como base um sistema de mais de tres mil anos? E enquanto a gente não dá conta de resolver o como, já que se mudar cultura demora séculos, o que a gente faz com os crimes e criminosos que estão aí? Então, tem que se pensar nas duas frentes - a curto e longo prazo. E ambos os desafios são extremamente dificultosos.
Eu passei quase um ano dentro de cadeias no Brasil. E poucas coisas me deram mais nojo de ser humana do que isso. Dá desespero mesmo. É sentar e chorar. Total desesperança. Ninguém pode sair de um lugar como aquele melhor. Ninguém.
Lola, querida, tenho uma pergunta pra vc. O que seria inaceitável sob todas (nenhum relativismo tá valendo) as condições? Mais de semana pensando e eu só consegui pensar em três coisas: estupro, pena de morte e tortura.
Polanski tinha 44 anos ou mais ou menos isso. A menina tinha 13. Ele ofereceu a ela álcool e outras drogas e depois pediu por sexo oral, vaginal e anal. Foi feito. E isso basta. Uma menina de 13 anos, mesmo nos dias de hoje, em que praticamente todas são acusadas de serem terríveis Lolitas, é ainda uma menina. Um belo par de seios e coxas redondas nunca definiram a maturidade de ninguém. O Polanski fugiu, trabalhou, produziu blablablá. E daí? Isso anula o fato? Retira o sexo? Devolve a menina a sua condição anterior? Importa, sim, o horror do estupro, independente do que diz o direito e a criminologia. O direito e a criminologia não devem ter vida própria a ponto de banalizarem a violência que pode sofrer um ser humano porque suas palavras são mais consistentes do que a aparente realidade.
Hum.
Primeiro dizem que punição não é necessário e que prender as pessoas é errado. Depois alguns dizem que Polanski já foi punido o suficiente (como se virar diretor de cinema na Europa fosse realmente uma coisa monstruosa e horrível).
Sobre essa história de "prender não resolve" eu me pergunto que fazer com os psicopatas e serial killers que, se não ficarem presos serão reincidentes (como um caso de um estuprador solto em Salvador para o dia dos pais que, em um dia, já foi procurar uoutra vítima e acabou matando uma mãe com um bebê de colo - muito "humano"). Também me pergunto se a prisão é só um "centro educativo" e se o termo PUNIÇÃO não serve para nada. Prisão é "vingança" sim. É punição sim. Não é e não deve ser só para "re-educar" ninguém. É também para isso. Mas primordialmente é para evitar que gente que comete crimes a torto e direto seja impedida de fazer isso e também para avisar a sociedade de que o crime tem punição.
Ah, mas o Polanski não é um maníaco sexual em série. Até concordo. Mas isso não significa que ele não tenha cometido um crime. E que o crime tenha sido um dos mais imorais possíveis. E sobre essa história de "já sofreu muito", "o crime já prescreveu", etc. eu gostaria de fazer um raciocínio hipotético.
Vamos nos colocar no lugar do Polanski e supor que o Charles Manson (que matou brutalmente sua esposa grávida) por algum motivo estivesse até hoje foragido no Brasil (afinal, aqui é o paraíso de criminosos estrangeiros mesmo). Eis que, após uma longa sessão no STF (após o Tarso Genro ter defendido o pobre hippie cheio de ideais, mr. Manson), ele fosse extraditado para os EUA para cumprir sua pena. Será que haveria manifesto? Será que o Polanski não iria achar justo? Será que prenderam o louco do Manson no intuito de reeducá-lo? Ou foi para evitar que um serial killer fizesse ainda mais vítimas? Ou ainda, não foi para, merecidamente, puni-lo por um crime hediondo?
Criminoso têm de ser punidos. Pelo simples fato de que se não houver punição, as pessoas passam a perder medo de cometerem crimes. Aliás, bem vindos ao Brasil, o país que viu uma ascensão inigualável de criminalidade nos últimos 20 anos EXATAMENTE porque os crimes não são punidos adequadamente.
Afinal, a pobreza diminuiu, a desigualdade diminiu e a criminalidade aumentou (duvida? leia aqui: http://logica-inversa.blogspot.com/2009/10/desigualdade-social-leva-violencia.html).
Se nós, potenciais vítimas, começarmos a sermos tolerantes com os agressores, o barco vai desandar demais. Polanski é um ótimo cineasta, brilhante mesmo. Polanski já se ferrou bastante, especialmente com o crime cometido por Manson. Mas NADA disso o redime do fato de ter cometido um crime também. E criminoso tem que pegar pela cagada que fez. Não quisesse ir para a prisão, pensasse duas vezes antes de embebedar e estuprar uma menina de 13 anos.
Lola, compartilho da opinião da Marjorie e, infelizmente, também fiquei com a impressão de que seu posicionamento foi influenciado pela sua admiração ao Polanski e todo seu trabalho como cineasta.
Acho que ele deve, sim, ser punido. E por que motivo essa punição seria inútil hoje? Por que Polanski já foi punido suficientemente? Todos nós passamos por adversidades na vida e, mesmo assim, estamos sujeitos ao poder punitivo do Estado e pautamos também nisso a nossa forma de convívio em sociedade.
Gente, ele cometeu um crime grave. Todos nós sabemos as consequências psicológicas em que ficam mulheres que foram vítimas desse tipo de delito. Sabemos como é difícil, numa sociedade patriarcal, machista e desigual como a nossa, diminuir os índices de estupro e reabilitar as vítimas para o convívio. Ou melhor, dificilmente haverá essa reabilitação, tendo em vista a marca deixada para sempre na vida dessas mulheres.
Fico muito triste em pensar que a obra de Polanski está se sobrepondo tudo isso. Ele tem um trabalho maravilhoso, sim, mas isso não o redime do crime bárbaro que cometeu. A punição existe não só para punir o infrator, mas também para mostrar a sociedade que aquilo é errado. Deixar Polanski livre seria considerá-lo um cidadão especial em detrimento de todos os demais reles mortais sujeitos à lei.
Isso seria justo com os prisioneiros que cumprem pena pelo mesmo crime que ele? Pessoas que não produziram grandes obras mas estão lá, pagando por um ato impensado, como acredito que Polanski deveria fazer.
Ele estava foragido. Sabia exatamente as consequências de seus atos e fez uso de sua fama e do decurso do tempo para tentar cair no esquecimento. Crimes como esse não devem ser esquecidos. Independente de quem os tenha praticado.
Lola,
pra mim, o problema não é tipificar o crime como estupro ou não. Na época, houve um acordo entre defesa e promotoria para mudar a natureza da acusação, retirando o estupro. A gente pode achar que esse acordo não deveria ter sido feito, mas paciência, isso é permitido e acontece o tempo todo. Também acho que não dá pra ficar voltando e trocando a acusação agora, uma vez que ela foi feita, acordada e julgada.
Minha cisma é outra, e não tem nada com questões de feministas como a Harding. Polanski admitiu um crime. Foi condenado. E fugiu. Ainda estou procurando nesses 32 anos qualquer evidência de punição (não poder pisar em solo americano não chega a ser uma penalidade, né?). Ele continuou trabalhando, recebendo seus milhões, seus prêmios, tomando champagne 'nacional'. Não sei como funciona na Califórnia - nos EUA os estados têm leis às vezes bem diversas - mas em muitos estados a confissão faz com que o crime não prescreva. Se esse for o caso, ele ainda seria considerado um fugitivo da justiça até ser preso.
Se RP vai pra cadeia, se vai pagar uma multa gigantesca, se vai ter que fazer trabalhos comunitários pro resto da vida ou por um mês, isso eu deixo pro juiz decidir. Mas ele deve voltar sim, e responder pelo crime que confessou por acordo, e cujo lado do acordo ele ainda não cumpriu.
Poderia ser por crime de estupro, roubo ou multa por excesso de velocidade. Ao fugir, sabia das consequências de seus atos. Que atenuantes ou agravantes o juiz vai considerar, isso é com ele. Ele pode até concordar com você e dizer que Polanski já foi punido o suficiente e deixá-lo livre. Mas deixar pra lá, como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse havido o crime, o acordo, a confissão e a sentença, seria um erro da justiça, e se tem uma coisa que a Justiça não pode fazer é deixar pra lá.
Putz, comentário enorme. Sorry...
abr.
Mônica
Marjorie disse tudo aqui:
"Se a menina disse que não queria, fechou a questão. É estupro, cabou, nao tem mais o que discutir. A gente pode ate debater statutory rape, a mudança de mentalidade em relação à pedofilia, etc. São temas muito pertinentes. Mas o X da questão, neste caso específico, não é esse. [...] Se ela não quis, foi um estupro, estupros têm de ser punidos. Porque estupros têm de ser considerados inaceitáveis. Ponto. É só isso."
Houve o crime, houve o estupro, julgamento e sentença mas não houve punição porque o reu fugiu. Se mandou e foi continuar sua vidinha feliz e faceiro, fazendo seus filmes e se relacionando com mulheres lindíssimas.
E ninguém em sã consciência vai considerar que um homem que cometeu um crime como ele, não foi punido e levou a boa vida que ele leva até hoje já tenha sido punido suficientemente... Ah, me poupem!!!
Uau. Tá cheio de especialistas em direito penal californiano aqui./sarcasmo
Aí, Lola: se o advogado do Polanki precisar de argumentos é só você traduzir seus textos pro inglês e ele já tem a defesa pronta.
Até entendo fanatismo por ídolos em adolescentes, mas em mulher de mais de 40 anos, não dá!
E todo esse papo de perdão é um idéia muito cristã pra quem se diz atéia.
Lola, eu concordo na maior parte. Também acho que prendê-lo não vai fazer alguma diferença além de estragar o resto de vida do velho desprezível. E acho que depois desse tempo todo a vontade da vítima deveria pesar mais. Ela poderia estar mais ressentida ainda depois desse tempo todo. Se é que ela ficou em algum momento. Mas acho que o ressentimento maior vem da justiça americana, que fez aquele circo todo com ele e nunca o julgou de fato, e só veio a levar o caso a sério depois que ele fugiu. E sendo sincero, no lugar dele eu tinha feito a mesma coisa. Mas se bem que acontecer o mesmo comigo ia ser muito difícil...
E de fato a maior parte das pessoas querem condená-lo por um crime que ele cometeu mas não é acusado. Também concordo com a questão do contexto, da época que meninas eram sexualizadas, mas continuo achando estranho esse desejo por uma menina de 13. Ele deve ter tendências para a pedofilia sim, até porque ele já havia se relacionado com outras meninas da mesma faixa etária.
Li o seu post, Lola e uma vez mais, discordo.
Prisão educa? Cadeia desfaz o que aconteceu com a vítima? Com certeza não. Mas no momento, é o que pune. Deixar o culpado circulando livre, leve solto é que não é solução.
Por que se for ver por esse ângulo, então deveria haver libertação em massa dos detentos de nossas cadeias, não sei os dos EUA, mas as nossas não reeducam MESMO.
Ah, mas a vontade da vítima deve prevalecer... mas peraí, como ela está realmente se sentindo? Será q perdoou o cara no sentido de achar q ele não precisa ser preso? Será q não rola um certo sentimento de culpa na verdade por conta dos antecedentes dela na época? (Ah, era novinha mas já não era virgem).Tá, eu não sei de toda a situação; mas são coisas a se pensar.
Se Polanski já pagou pelo crime dele ( o q não acredito) então outros criminosos tbm têm esse direito, não? Quantos deles já não pagaram de certa forma pelos crimes cometidos? E quantos q não têm metade do privilégio de ser um Polanski da vida?
Sheila.
No entanto, quero deixar claro que respeito a sua opinião.
Sheila.
Eu pra ser bem sincera gostaria que ele fosse preso, porém, olha, eu sou estudante de cinema e essa questão fica ainda mais delicada.
Porque está em conflito o que o cara é na profissão (diga-se de passagem perfeito e imaculado) e o que ele é como pessoa (ou seja o que ele é?).
Com certeza o que ele fez é imperdoável, mas mesmo assim quem sou eu pra condenar?
Se fosse só o Polanski tudo bem...
Vários produtores de Hollywood dos anos 20-50 (quiçá até hoje) eram (são) uns podres que estupraram muitas meninas e diziam que em troca disso elas seriam grandes atrizes.
Elas eram usadas feito lâmina de barbear descartável.
Meu intuito nesse comentário não é defendê-lo e nem acusá-lo, é mostrar o quanto a justiça nos Estados Unidos foi hipócrita e omissa porque isso já acontecia há mais de 30/40 anos antes disso aconetecer e ninguém nunca fez nada! Agora querem "matá-lo", "esquartejá-lo" e espalhar "seus pedaços" ao redor da cidade pra servir de "exemplo".
E porque? Porque a menina falou na imprensa na época? Ótimo ela ter falado, mas porque as outras meninas de outras gerações anteriores não fizeram?
Porque elas eram ameaçadas e ninguém daria crédito.
Se fosse em outros tempos de Hollywood provavelmente essa menina não teria contado história alguma.
Eu li uma notícia de 88 que a mulher (antes a menina violada) tentou processá-lo e o que aconteceu, dizem que eles fizeram um acordo. Bonito, não é?
Eu também ponho em cheque a tal "inocência" dela.
Você acha mesmo que alguém que passou por uma experiência trágica dessas teria retirado o processo por dinheiro?
E porque ela estava sozinha com ELE?
Onde estava a filha-da-mãe da matriarca dela?
Agora eu ponho a culpa na mãe, é lógico que sim!
Se eu fosse modelo desde adolescente minha mãe não me deixaria sozinha nem com um bebê, minha mãe estaria junto aonde eu estivesse.
Por que só acusar o Polanski?
Eu sei que ele virou o diabo da história mas, até onde eu sei ninguém é santo e de total confiança.
Então, pra mim nessa ciranda que foi armada ninguém é inocente.
Victor,
Seu comentário foi uma das coisas mais pífias que escutei na minha vida. Nunca na história da humanidade, do sistema solar, da Via Láctea ou qualquer dimensão que seja, isso faria algum sentido. Isso é simplismente contra a tendência humana. O que você sugere é algo totalmente utópico. O ser humano não aprende desta forma.
Eu poderia apostar minha mãe que, caso uma filha ou sua esposa fosse estuprada, você exigiria a prisão do estuprador.
Eu ralmente gostaria que a inércia humana tendesse à evolução, sem precisar punição.
Ah, e dizer que punição não serve de exemplo é uma besteira sem tamanho. Apenas imaginemos a cena: Fim das prisões no rio de Janeiro. Apenas vamos dar aulas mostrando os perigos das drogas às crianças e Adolecentes, e uma escolinha de religião para que os traficantes se conscientizem do quão mal eles fazem à sociedade. Imaginou? Pois é, não foi uma coisa muito bonita que você viu, né... Se você for realista, verá uma cidade tomada pelo tráfeco. E crianças saindo da escola e indo cheirar.
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