quarta-feira, 24 de junho de 2009

CRI-CRÍTICA DE TRAILER: JEAN CHARLES


Quando eu vi o trailer de Jean Charles nos cinemas, algumas semanas atrás, automaticamente pensei: “Ih, é daquele nojento! Será que vou querer ver isso?”. Aquele nojento, pra quem não se lembra, é o diretor Henrique Goldman. Como diretor não posso julgá-lo, porque nunca vi nada dele. Mas ele é também colunista da Trip, e escreveu aquele texto revoltante sobre a empregada que ele e um amigo estupraram, quer dizer, “convenceram” (apesar do “você não queria, Luisa”), quando eram jovens (e ainda tinha aquele adendo da Trip dizendo como hoje Henrique “é mais jeitosinho com as mulheres”. A cereja no bolo). A repercussão foi grande, revista e colunista vieram com uma desculpa esfarrapada que aquilo era ficção, não realidade, e imagino que todas as mulheres (em sua maioria) que reclamaram foram taxadas de histéricas com tempo demais de sobra. Uma das coisas que me mais me indignaram no texto, além do autor fazer pouco do estupro de Luisa, foi um ódio contra o Brasil. A culpa por dois adolescentes estuprarem a empregada foi deste país desigual! Olha, eu posso dizer isso, Luisa pode dizer isso, considerando como esse tipo de comportamento “casa grande e senzala” é comum no Brasil, mas é revoltante um carinha que cometeu tal ato culpar o sistema, pra não ter que culpar a si mesmo. O filhinho de papai, nascido em berço de ouro, reclamando do que ele fez a Luisa, é muita hipocrisia pro meu gosto.
Então a gente fica pensando como um privilegiado desses pode entender o que se passou na cabeça de um imigrante ilegal, pobre (caso de Jean Charles), assassinado pela polícia. Mas se a gente for ver só por esse ângulo, nenhum cineasta brasileiro (aliás, de lugar algum) pode filmar histórias de gente miserável. Porque quem faz cinema (que é a arte mais cara que existe, disparado) é classe média pra cima. É o poder dominante, o que também explica como a vasta maioria dos diretores no Brasil e no mundo é composta por homens brancos. Se fosse por aí, Walter Salles (herdeiro do Unibanco) não poderia ter feito Central do Brasil, e Fernando Meirelles (publicitário bem-sucedido), não teria realizado Cidade de Deus, entre tantos outros.
Mas não dá pra negar que há um abismo entre Henrique e Jean. Existe uma tentativa no trailer de unir os dois mundos, de dizer que brasileiro no exterior é tudo igual. E essa tentativa de aproximação é importante porque, assim como quem faz cinema é classe média pra cima, quem vai ao cinema também é. Não é todo mundo que pode desembolsar entre 10 e 25 reais por duas horinhas. Eu fiquei um pouco desconfortável com o trailer porque esse público, do qual faço parte, tem uma tendência a considerar brega o que os pobres fazem. Tipo gostar do Sidney Magal, sabe? Não sei se o longa levará esse passatempo de “rir dos pobres” adiante, mas eu vi brotar uma sementinha dessa possibilidade no trailer. Uma pessoa de classe média vai achar graça de um pobre encher a boca pra falar de um utensílio doméstico.
Aí tem a questão do boicote. Já na época do texto na Trip, em outubro, muita gente prometeu que não iria ver o filme em represália. Vamos boicotar Jean Charles (que estreia esta sexta) porque o diretor é um cretino? Sinceramente, eu não sei. Faz três meses, escrevi sobre condenação das celebridades. O tema rendeu, eu prometi redigir uma continuação sobre o assunto, mas, por falta de tempo, ainda não consegui. Era aquilo: o que uma celebridade precisa fazer de ruim pra eu boicotar sua obra? O Sean Penn foi um notório espancador de mulheres, e hoje eu e um monte de gente gostamos dele pela sua postura pró-minorias (ele até foi a Nova Orleans socorrer as vítimas do Katrina). O Polanski, se não estuprou uma menina de 13 anos, deu álcool a ela e se aproveitou da fama pra transar com, pô, uma menina de 13 anos. Mas eu ainda assim considero o Polanski um dos grandes diretores da história do cinema. E o Michael Jackson? Tremendo de um esquisitão, provável molestador de meninos... Mas o cara dança e canta bem pacas. Quanto tempo demora pra gente perdoar uma celebridade que fez algo muito errado? No caso do Henrique, que nem é exatamente uma celebridade, mas escreve pra uma revista e é cineasta, o problema não foi tanto ter estuprado a empregada quando ele tinha 14 anos. Foi fazer pouco do episódio três décadas depois, provando que ele era e continua sendo um boçal. Trinta anos de vida não foram suficientes para que ela amadurecesse. Mas boicotar um filme porque eu não gosto do diretor? Tudo bem, eu não chego perto de um livro se não gosto do escritor. Mas cinema é um meio muito mais coletivo. Eu estaria “punindo” também o Selton Mello e o resto do elenco, o editor, o diretor de fotografia, e uma trama (sobre o imigrante morto pela polícia no metrô de Londres) que me interessa. Não, acho que não vou fazer isso.
Nota 3 pro trailer (de 1 a 5).

56 comentários:

Unknown disse...

Certeza que vc vai assitir;... se for bom e vc recomendar aqui no blog eu tb assito... to cansado de filme brasileiro que mostra violência e pobreza. Parece que se especializaram nisso. Ah, tb tem a classe media carioca da globo que onde cada mulehr ecebe pensao mensal de 4 mil.

Raiza disse...

Lola,eu vou boicotar o filme.Concordo com você que por esse raciocínio eu teria que boicotar muitas outras coisas,mas você mesma fez uma distinção.O Sean Penn por exemplo,de alguma forma mostrou que mudou,já esse cretino da Trip,30 ANOS depois ainda zomba da empregada estuprada.Talvez o boicote não adiante de nada,provavelmente ele vai encher o bolso de dinheiro,mas pelo menos eu vou ter a consciência tranqüila de que não vai ser com o MEU dinheiro.
E se tiver que boicotar outras coisas de outras pessoas,boicotarei.
Obs:Fora isso,eu dúvido que alguém desse tipo,consigo contar bem a estória do Jean Charles.E aposto também que a família não está ganhando um vintém com o filme.
Enfim,boicotarei,e pedirei pra que outros boicotem também.
www.garrafaaomar.zip.net

Unknown disse...

Li no blog da Paola que o xampoo chegou!! Q bom Lola.... depois faz um guest-post!

Anônimo disse...

Lola você não sabe se o que ele escreveu é ficção ou não. É ruim, é machista, é de mau gosto, mas não se pode acusar uma pessoa de um crime desse jeito.

Anônimo disse...

Ah, o anônimo de cima sou eu, Lúcia.

Anônimo disse...

Aliás, sobre estupro, você viu isto aqui? http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u583931.shtml
Fiquei absolutamente chocada.
Lúcia

Lord Anderson disse...

Anonimo

A coluna dele na Trip é de cronicas, ou seja historia reais, não havia nenhuma aviso de que aquilo era ficicional, essa historia só veio meses depois, quando as manifestações contrarias se mostraram forte.

Se vc ler o texto vai ver que aquilo é real sim, não tem como desculpar.

Priscilla disse...

Lola, situação muito bem colocada por você, com nuances demais prá ser resolvida com simples "boicote e pronto", que lembra política externa israelense e bushismo que só negociam com pré-condições. Sim, o texto foi deplorável, a falta de auto-crítica da TRIP também, mas é muito complicado crucificar alguém e boicotar.

O concurso de melhor post me fez conhecer outros blogues. Não deu prá conhecer todos ainda, por enquanto li a Sonia e a Srta T.

Comecei pelo texto da Sonia, que que tem a ver com meu momento de vida, de mãe de primeira viagem.

Difícil votar porque não tenho disciplina suficiente para ler apenas o post indicado. Entro num blogue e se gosto, fico lá mesmo lendo outros textos, e aí meu tempo livre vai todo num blogue só...Então, já votei, mas sem ler todos.

Gostei muito dos dois blogues (..) e acabei encontrando um texto da Srta. T que começa relembrando a TV Pirata e toca no assunto da tentativa de boicote ao filme Ensaio sobre a Cegueira. Achei relacionado com este post de hoje: http://calmaqueficapior.blogspot.com/2008/11/acho-que-muitos-dos-poucos-que-lem-esse.html

Abraços e tudo de bom. Priscilla

Vitor Ferreira disse...

Lola, pode deixar que eu boicoto por vc. Nao pelo ocorrido, mas pela trama q me desagrada. Desde que aconteceu o incidente, eu ja sabia q ia virar filme, e sinceramente, nao gostei do trailer. Mas lerei sua critica. Talvez no futuro eu venha a conferir.

Barbara disse...

Ola Lola, uma coisa eh boicotar o cara pela vida particular dele (se ele estupra empregadas, bate em mulher, trata mal a secretaria, sei la). Outra coisa eh boicotar um cara pela figura publica que ele eh e sobre um texto publico que ele escreveu. O texto da trip nao eh vida particular, eh parte da figura publica e da vida profissional do cara. Portanto para mim faz total sentido associar uma coisa a outra.

E eu ja tinha mencionado no meu blog que nao vejo como ele pode ter alguma relacao com o Jean Charles. Aposto que todo dia ele esbarra com varios brasileiros assim aqui em Londres e trata que nem... que nem ele tratou a Luisa.

De qualquer maneira, nao tenho nenhum interesse em ver esse filme, acho essa historia toda um circo danado, e nao veria mesmo que fosse do Meirelles (va la, do Meirelles eu veria, mas vc entendeu).

b disse...

Acho que a questão é mais social do que pessoal. Boicotar o cara pela atitude dele? Não sei, isso eu deixo pras mulheres. Como a lola, não assisto um filme pensando no diretor que o fez. Afinal, o trabalho foi coletivo.

Agora, a questão da empregada estuprada é comum (não correto). Grande parte das empregadas sofre com discriminação, piadinhas, risadinhas nas reuniões sociais...

São mundos diferentes..

Eu trabalhei na montagem do SPFW deste ano. E entre a galera que estava lá, no serviço braçal, o papo era o mesmo: "Gente idiota.. umas roupinhas feias, mulheres magrelas, gente insuportável...afffff..."

Se a classe média se diverte com a nossa cara, não perdemos a oportunidade de fazer o oposto...

PS: O asnalfa voltou? Nãããããão.....

Unknown disse...

Voltei sim.... pq? não gosta de mim? eu sempre gostei de vc!!! Me fala mais do SPFW!!! vc viu algum gatinho modelo de cueca?

Marjorie disse...

Bom, eu deixei claro lá no meu blog que vou boicotar o filme. Conclamo todo mundo que se sente desconfortável o suficiente para querer boicotar o filme que o faça. Não condeno quem vai ver o filme. Só acho que a gente precisa ter em mente quem é o diretor e o tipo de coisa que promove fora das telas. E se a gente quer dar dinheiro pra quem faz essas coisas.

Eu sei que um filme é uma obra muito mais coletiva, mas, pelo trailer, não parece que o filme seja tão bom assim a ponto de eu relevar que estou dando dinheiro para um cara que perpetua a cultura do estupro.

Afinal, com o texto na Trip, ele demonstrou que não entende a opressão das trabalhadores de baixa renda. Ou pelo menos não entende quando o gênero está envolvido. Como é que ele pode se sensibilizar com a opressão do imigrante ilegal, mas passa panos quentes no estupro da empregada doméstica?

Enfim, se eu quiser incentivar o Selton Mello, por exemplo, eu vou assitir a algum dos outros filmes dele. A mesma coisa com os demais atores. Se eu quiser saber da história do Jean Charles, vou pesquisar sobre. Eu acho que tem modos de valorizar o trabalho dos demais participantes do filme e de valorizar a história do Jean Charles SEM dar dinheiro pro Goldman.

Anônimo disse...

Olá Lola. Não vou assistir o filme por várias razões, entre elas não aguento mais o Selton Melo, sério o cara começou como um ator muito bom e virou um tremendo canastra. Será que não existe no país nenhum outro ator na faixa dos 30 minimamente competente? Isso já desanima, fora o diretor cretino, fora dar mais dindin pra Globo etc. Se eu fosse seria só pra ver o Magal. Sobre o Sean Penn, o cara me dá medo, sério, mesmo quando ele faz papel de deficiente mental, parece que a qualquer momento ele vai sacar uma faca e tocar o terror. Ele tem cara de doido perigoso, mas é um p*** ator.
Roberta, Curitiba

Tina Lopes disse...

Lola, eu não pretendo ver esse filme porque simplesmente não entendo metade do que o Selton Mello diz. Fui assistir Meu Nome Não é Johnny (que achei uma bomba) e ficava o tempo todo “hã”, “hein”, “que-que-ele-disse?”. Parecendo aquele personagem da Corrida Maluca. Mas não é boicote. Um filme é uma obra grande demais, com gente demais participando. Diretor, roteirista, produtores, atores, diretores de cena etc. Não dá pra desrespeitar o trabalho desse povo todo porque o diretor é um idiota (que ele é). Mas sério mesmo, não vou ver o filme porque o cinema brasileiro tem me desagradado bastante no que diz respeito a roteiro e à “globalização” – no sentido, claro, de mimetizar a Rede Globo. Bjks.

Anônimo disse...

O que que o *&% que escreveu "Boicotar o cara pela atitude dele? Não sei, isso eu deixo pras mulheres" quis dizer com isso?

b disse...

"Boicotar o cara pela atitude dele? Não sei, isso eu deixo pras mulheres"

JA cansei de dizer aqui no blog da Lola que as vezes ela me parece neurótica. Sei que vivemos em uma sociedade desigual e tudo o mais. Mas ver misoginia em tudo (de comerciais de TV, livros, peças de teatro, tudo)...

E sempre que eu digo isso, alguém diz que eu penso dessa forma por ser homem.

O que eu quis com isso foi ser irônico....Afinal eu sou homem e os homens não se incomodam com essas coisas.

Achei interessante sobre esta história da carta a moça estuprada pelo diretor do filme, que não achei nada da moça. nenhum pronunciamento, dizendo como se sentia, o que achava, naada...Logo, as conclusões são tiradas sem conhecer todos os fatos.. Simples assim....

Lord Anderson disse...

Thiago, a moça era jovem empregada da familia a mais de 20 anos.

Oq vc esperava? que ela fize-se intrevista coletiva? que reportes começassem a procurar por ela, no estilo "onde esta Luisa?".
nem sabemos se ela leu a revista, ou se leu resolveu preservar a si mesmo ou a familia da exposição gerada pela publicação.

Não vamos querer culpa-la por estar em silencio.

Drixz disse...

"As maiores almas são capazes dos maiores vícios tanto quanto das maiores virtudes" Descartes. O problema é concordar com isso. Eu acho vou boicotar pq não aguento não esses riquinhos filhinhos de papai do cinema brasileiro como tbm não tenho paciencia para esses "novo cinema brasileiro" feito por gente com pensamento engessado e atolados na mesmice.

b disse...

Anderson, assim vc esta distorcendo o que eu disse.
Em nenhum momento disse que era ela culpada. Disse que não acho legal tirarmos conclusões sem saber.

Dizemos que ela sofreu, que ela odeia o cara...ou até o oposto: que ela permitiu ser violentada... mas de fato, ngm sabe dela. Então há uma conclusão baseada em suposições. E foi justamente isto que apontei aqui.

De forma alguma disse que ela era culpada pelo ocorrido, ou que deveria falar. Nós é que deveríamos conhecer os fatos antes de concluir qualquer coisa.

Se a própria vítima não se pronunciou (e vale atentar ao fao de que nós não sabemos a razão do silêncio) pq eu perderia tempo odiando o diretor do filme pela sua idiotice (mesmo que anos depois ele não tenha amadurecido tanto)??

A mim, só restam suposições. Agora, eu não me deixo levar por estas. Se a Lola tem sua opnião sobre o assunto, OK. Por isso eu não entrei neste ponto. Eu não boicotaria um filme por esse motivo. Só isso. Nada mais.

Anônimo disse...

Olá!

Passei por aqui e gostei muito do blog, parabéns! Quando tiver um tempinho convido a conhecer o Compartilhando Leituras!!!

Abraços...

Barbara disse...

Thiago, a gente nao sabe nada do estupro, alem do que o cara escreveu. Mas o ponto eh que ele foi babaca o suficiente para escrever um texto na Trip contando a historia como se nao fosse nada demais. Dizendo que esperava que a moca hoje em dia pudesse rir disso e outras atrocidades.
E isso eh razao suficiente para eu nao querer ver o filme. Nao o estupro em si, mas o texto. E imagino que outras pessoas aqui pensem o mesmo.

lola aronovich disse...

Asn, obrigada pelo shampoo! Eu me vendo por pouco, e leitor que sua a camisa pra ganhar uma promoção e me mandar shampoo tem todo o meu carinho. Mas pô, deixa desse preconceito contra o cinema brasileiro. Isso de dizer que cinema brazuca só mostra miséria e violência é tão demodé... Até pq Jean Charles não mostra exatamente isso, pelo que entendi. Ah, e guest post não é isso que vc tá pensando não. Guest post é texto de leitor(a) convidado pra escrever sobre um assunto específico. Eu não posso escrever um guest post no meu próprio blog!


Princesa, bom, tenho que confessar uma coisa. Eu geralmente não pago pra ir ao cinema. Tenho um cartãozinho maravilhoso que me permite entrar na sessão que quiser nas salas da minha cidade, e com acompanhante (geralmente o maridão), sem pagar. Então não estou dando dinheiro pro Henrique Goldman. (além disso, não creio que JC vai estrear por aqui). E, pelo pouco que sei, o Goldman não vai ficar pobre sem o nosso dinheiro. Tem pouca biografia sobre ele, mas ele parece ser filho do tucano Alberto Goldman, vice-governador de SP.

lola aronovich disse...

Lúcia, eu não estou acusando Henrique Goldman do crime de estupro. Ele mesmo confessou o crime, com a diferença que ele não considerou aquilo um estupro. Mas não é isso que está em discussão (se ele estuprou ou não a Luisa trinta anos atrás. Afinal, ele tinha 14 anos, a condenação seria difícil). É a coluna que ele escreveu pra Trip falando sobre esse caso.
Que horrível essa notícia sobre a África do Sul! Eu tô com todas as anotações pra escrever sobre o romance Desonra e pretendo fazer isso em breve.


Anderson, pois é, não dá pra negar que aquele episódio pegou muito mal pro Henrique e pra Trip.

lola aronovich disse...

Priscilla, que bom que vc conheceu outros blogs. Mas volte àqueles que vc ainda não teve tempo de ler. Todos são muito bons.


Vitor, obrigada por boicotar o filme por mim! Ei, vc já não devia estar em São Francisco?!

lola aronovich disse...

Barbara, então: pra pessoas públicas (e acho que o Henrique se enquadra nessa categoria) é complicado distinguir vida particular da vida pública, não acha? Mas, como vc disse, o cineasta publicou aquele texto numa revista, fez da sua vida pessoal algo público. E depois, covardemente, negou. Inventou que foi ficção. Concordo que ele não tenha nada a ver com a realidade do Jean Charles e dos imigrantes ilegais. Mas tenho interesse em ver o filme - apesar do diretor.


Thiago, também não entendi o que vc quis dizer sobre “deixar pras mulheres” a decisão de boicotar ou não o filme. Vc, homem, não pode se posicionar ao lado das mulheres? E sobre os bastidores do SPFW: eu não seria pega a dez km de distância de um evento tão nada-a-ver-comigo desses...
O Asn voltou, agora mais educado e bonzinho, espero. Quer dizer... Pode cantar os outros leitores?

lola aronovich disse...

Marj, entendo sua posição, e concordo com tudo o que vc disse hoje na sua Carta Aberta. Acho que a gente já disse tudo isso em outubro. Não nutro a menor simpatia pelo diretor, pelo contrário. Mas também não sei se dá pra ficar boicotando-o por tanto tempo. Não sei, pra mim, boicotar a Trip foi fácil: eu não lia aquela joça mesmo. Mas aqui onde moro há sete salas de cinema. Raramente passa filme nacional. Se Jean Charles ocupar uma das salas, eu irei. E tá difícil prestigiar o Selton Mello em outros filmes, hein? Pelo que li, Mulher Invisível é uma bomba... que eu iria ver com prazer se chegasse aqui. Quer dizer, eu vejo QUALQUER coisa. A história do Jean Charles me parece interessante. Pode virar um bom filme. (Se bem que o episódio é muito recente ainda. Claro que vai haver pergunta de “Os parentes da vítima receberão dinheiro?”). Pra mim toda essa questão é fascinante, porque tem a ver com perdoar ou não uma celebridade. O que alguém tem que fazer pra que eu boicote sua obra? E por quanto tempo eu manterei o boicote? No caso do Henrique, é um pouco complicado, pra mim, porque uma coisa é boicotar o que ele escreve na Trip. Outra é boicotar um filme que ele dirige. É a mesma pessoa, mas são meios muito diferentes.
(Sem falar que eu me identifico um pouco. Tipo, quando fui tentar dar aula numa faculdade daqui, ouvi que tem gente lá que odeia o que escrevo pro jornal. Odeiam porque consideram superficial, sem teoria, ou porque o que escrevo é feminista e de esquerda, o que não pega bem pra uma faculdade religiosa numa cidade conservadora. Mas eu sou doutora numa cidade que tem poucos doutores. Consigo diferenciar as duas atividades. Uma coisa é escrever pro jornal, outra é dar aula no ensino superior. Acho que algo parecido se aplica ao nojentão do Goldman).

SandraM disse...

Lola, nao sei. Ainda estou pensando se assisto!! Tinha decidido que nao, agora fiquei meio na dúvida.

Lola, pensei em voce quando li isso aqui e achei que voce iria gostar:
http://www.empireonline.com/features/hitchcock-cameos/2.asp
Só espero que sua conexao seja boa - sao 36 fotos!

Anônimo disse...

Como assim "deixo isso para as mulheres"? Se acontecesse com uma mulher de sua familia, vc nao se envolveria? Deixaria para as mulheres da familia resolver?

E como assim "nao se sabe se a empregada domestica denominada Luisa permitiu-se ser violentada"?

E como assim o porque de Luisa fazer esse 'silencio'? Eh muito facil ir a publico falar que foi estuprada, neh? Facilimo! Mas facil do que se lavar constantemente, repetidamente, alucinadamente ateh o sabonete acabar a ir ao IML fazer exame de corpo delito e ter de olhar a cara das pessoas olhando ateh a altura de sua saia para ver se "oh, ela se permitiu ser violentada vestindo assim.."

Cansei!

lola aronovich disse...

Roberta, sobre não aguentar mais o Selton Mello, pois é. Ele tá pra virar um novo Wilson Grey do cinema nacional: tá em todas! Gosto muito dele, não o considero canastra, mas ele tem que escolher melhor os papeis pra não haver exposição demais, né? O Sean Penn tem a maior cara de perigoso, concordo totalmente.


Ha ha, Tina! É, esse é um bom motivo pra boicotar alguém: não entender o que ele diz! Sobre Jean Charles, taí um filme que não é da Globo! É um dos poucos, aliás. É uma co-produção entre Inglaterra e Brasil.

lola aronovich disse...

Thiago, ué, o estupro ocorreu trinta anos atrás! A gente nem sabe se a moça tá vida ou morta. Se “Luisa” é o nome real. Há grandes chances que Luisa não leia a Trip! E o que vc quer que ela diga? Como vc quer que ela se pronuncie? Henrique já se auto-acusou! As conclusões são tiradas através da leitura do texto do colunista. A única diferença é que ele não chama estupro pelo nome.


Realmente, Anderson, não faz sentido nenhum querer começar um “Onde está Luisa?”.

lola aronovich disse...

Drixz, bom, tem diretores dessa nova leva do cinema brasileiro que eu adoro, caso do Walter Salles e do Meirelles. Eles são ótimos.


Thiago, diga que vc não escreveu “ela permitiu ser violentada”! Por favor, diga que foi um erro de digitação! Que horror. Sim, Thiago, muitas mulheres “permitem ser violentadas”. Elas podem optar entre serem mortas, serem violentadas, ou serem mortas e violentadas. E às vezes o estuprador diz “Se vc ficar quietinha, eu não te mato”. Isso, por exemplo, está em “Sorte: Uma História de Estupro”, que pretendo resenhar em breve. Ela fez tudo que o estuprador mandou, pra que não fosse assassinada. Mas daí a dizer que ela “permitiu ser estuprada” é um passo incrível. Essas coisas realmente revelam que vc ainda não conseguiu se colocar no lugar das mulheres, Thiago.

lola aronovich disse...

Obrigada, Mariane. Apareça sempre!


Barbara, exatamente. Repito: ninguém tá julgando o Henrique pelo estupro em si. Esse crime tem 30 anos, já preescreveu. O que deixou tanta gente chocada foi a coluna que ele escreveu, dizendo asneiras como “Espero que vc possa rir disso hoje em dia, Luisa”. Sim, porque toda vítima de estupro morre de rir com o estupro no decorrer da sua vida! Se o próximo filme do Henrique for “Estupro: Uma Razão para Gargalhar”, eu juro que boicoto!

Mari Biddle disse...

Ola Lola,

eu nao vou ver o filme nem se ele entrar aqui para a lista do Netflix que é o que eu uso morando nas bandas de cá.

Eu coloquei na Marj que boicotarei também. Eu já contei minha história de horror por aqui uma vez. O estupro não chegou a ocorrer mas me da agonia até hoje ao tentar me lembrar mais detalhadamente daquilo. E da angústia de me perguntar porque meu primo tava fazendo aquilo comigo. Era normal aquele comportamento? O que eu ia fazer? O que eu devia fazer aos 11 anos de idade? Foi, parar ser 'leve', uma confusao eu sobreviver a aquilo.

Entao imagine o que esse texto (ficcional ou nao) deste senhor alardeando a cultura do estupro causou em mim. O que mais me chocou foi o final algum idiota da redacao de Trip colocar que agora o fulando "é mais jeitosinho com as mulheres". O que vem a ser isso?

Marjorie disse...

Lola,

É preciso fazer, claro, uma diferença entre obra e autor. Polanski é FDP, mas sua obra é muito boa. O filme sobre Jean Charles tb pode ser bom. O Henrique Goldman pode ser um diretor muito talentoso. Não estou entrando nesse mérito.

A questão é que todo mundo que está indo assistir ao filme está dando dinheiro a uma figura pública irresponsável, que, se soltou uma "pérola" daquelas, pode soltar outra. O erro que ele cometeu é grave. Ele perpetua a cultura do estupro -- uma questão que é de extrema importância pra mim. Logo, eu acho que, como mulher, a minha responsabilidade é boicotá-lo. O que eu puder fazer para não incentivá-lo, eu vou fazer. Infelizmente, há pouco que eu. pessoa comum, possa dazer. Só o que está na minha alçada é boicotar o filme, a revista e tudo mais quanto ele produzir.

Porque eu acho que não adianta nada descer o sarrafo no cara quando ele solta a coluna, mas meses depois dar dinheiro para ele -- o que, indiretamente, ajuda a mantê-lo visível frente à opinião pública. Quanto mais pessoas assistem seus filmes, mais entrevistas ele dá. Logo, mais asneiras nocivas às mulheres ele tem a probabilidade de dizer.

Se eu estou dando dinheiro a ele e contribuindo para a sua visibilidade, a minha crítica à época da coluna terá perdido a eficácia. Porque a minha crítica, dado que velha, terá perdidoparte da visibilidade.

Essa é a minha linha de raciocínio... Beijo!

Laura disse...

Lolinha
Adoro seu blog! Muito bom mesmo!
Esses dias, fuçando na internet fiquei indignada com esse site MACHISTA ao extremo. O autor se assume um cafajeste e dá "dicas" amorosas para as mulheres. REVOLTANTE!
Dê uma conferida:
www.manualdocafajeste.com

S. disse...

Esse e' um filme facil de se boicotar, nao estava levando muita fe' nele de qualquer forma.

Acho que da' pra separar a obra do autor e tentar ignorar a vida pessoal do sujeito quando se esta' falando de um trabalho acima da media, de otimo pra cima (nao exatamente o caso aqui). E cada caso e' um caso mesmo, na maioria das vezes nao me sinto no dever de "punir" ninguem. O sujeito que fique com a consciencia dele, se ele tiver alguma isso e'...

Sou mais chegada a um boicote corporativo, pra mim a Trip tinha que ter se retratado por ter publicado a historia - como corporacao eles estao ajudando a propagar o problema principal: achar que estupro e' normal, acontece, no fundo ela queria etc etc etc etc ao cubo. Mesmo que o culpado seja pessoa fisica, acho que a juridica tambem tem que se retratar e assumir responsabilidade.

Bem, como os outros, aguardo a critica do filme... mas que nao devo ir ve-lo no cinema, nao devo mesmo.

Gabriela Martins disse...

Bom, eu pretendo boicotar o filme, e pra mim nem vai ser difícil porque eu nçao planejava assistir de qualquer forma. Não curti a forma como a história parece ser conduzida, o auê que tão fazendo com esse caso, enfim...

Mas eu fiquei revoltada com a coluna do Goldman. Como já falaram aí, não é culpando ele pelo que fez anos atrás (até porque o cara tinha 14 anos, talvez não tivesse muita noção do que fazia), mas pelo que fez agora: escreveu um texto tirando onda da situação, rindo do caso e relevando tudo. Além de mostrar que não amadureceu e que não tem um pingo de compreensão do que fez, tornou público um pensamento nojento desse.

Enfim, não é tanto pela vida pessoal do cara - até porque se virássemos a de muitos famosos pelo avesso capaz de não sobrar muita coisa (o próprio Selton Mello, diga-se passagem, recebeu umas acusações não muito legais do Pedro Cardoso). É pelo trabalho do cara.

Anônimo disse...

Oi Lola.É a Roberta, Curitiba, de novo. Esse filme é uma produção, pelo menos foi o que passou na propaganda na tv, do Telecine, que aqui no Brasil é da Globo. Então, quem pagar entrada, vai sim estar dando dindin pra Globo.

AnNa G. disse...

Na boa tô nem ai para oque o cara fez, a galera aqui vai pagar de mea culpa? por que quem não cometeu nenhum pecado que atire a primeira pedra sacou? lembrando que mentira, traição, furto, cobiça,gula, estorção, não assinar a carteira de trabalho da empregada entre outros pequenos delitos que "não fazem mal a ninguem" são "pecado", erro ou como quer que vcs estejam chamando isso...então na boa eu vou prestigiar o cinema nacional sim...vou prestigiar o selton mais ainda, e a super exposição nõ foi culpa dele os filmes foram filmados em epocas diferentes os pancada da cabeça que decidiram lançar tudojunto, alias por que tudo junto escreve separado e separado escreve tudo junto?
BJundas

ps: não estou defendendo o ato em sí nem o cara só acho irrelevante falar nisso pois não há oque se possa fazer..aconteceu a 30 anos a pessoa nunca se pronunciou contra o individuo e duvido que ele falaria nisso assim abertamente sem motivo ou razão.
penso eu!

Anônimo disse...

Oi, Lola, gosto do seu blog, tdo q poderia ser comentado sobre o assunto já foi dito...
só uma coisa dizer:
Madrecita (se é q vc é mulher),pra vc estupro é "pecadinho a toa"? O dia q acontecer contigo aí vc terá licença poética pra escrever asneira, tá? Enquanto isso, introduza o seu teclado onde o sol não pega, sim?

Ana disse...

Lola, se voce nunca comprou nem pretende comprar uma revista Trip, entao voce nao esta boicotando a revista por causa do artigo desse fdp. Boicote seria se voce nao assistisse a um filme que, normalmente, assistiria.

Valéria Fernandes disse...

Estava disposta a assistir o filme, mas depois de saber o que o nome deste estuprador confesso e não arrependido (*já explicaram que a tal seção era de crônicas e ele canta vantagem depois de 30 anos*), me sinto obrigada a boicotar. Se não assisto fimes dirigidos ou estrelados por figuras do cinema norte americano que vomitam opiniões cretinas, racistas, misóginas, etc, por que aliviar para este cara?

E mais, se fez há 30 anos e não se arrependeu e ainda conta vantagem dizendo que hoje está "mais jeitosinho", há problema, sim. E essa de atirar a "primeira pedra" não se aplica, ou então, nivelaremos todos os crimes e ninguém vai mais pagar por ele.

Sinto muito pelo Selton Mello e o resto do elenco.

Bárbara Reis disse...

Eu não gostei muito do trailler...

Já vi umas 5 vezes... não gostei.

Eu assisti ontem: Tinha de ser você / Last Chance Harvey.

Acho um luxo essa tradução perfeira dos titulos. '¬¬
Enfim, filme estilo aqueles que passam de madrugada na globo, que ninguem vê. HAHAHA... Eu achei que ia ser aqueles que eu ia me acabar de chorar, e eu chorei por uma coisa nada a ver com a história principal, mas tudo bem. Depois disso eu só ri, e não, não era uma comédia, eu acho que fiquei bebada com Coca-cola, a unica explicação possivel pra eu ter rido tanto.

Depois do cinema, eu fui ao teatro, assistir uma comédia: 'Até que a Crise nos separe', a peça em si, era um casal discutindo a relação. Despois que eu comecei a ler o seu blog minha visão sobre as coisas mudou muito. E na minha opnião a peça foi um lixo. Pra começar a classificação era 12 anos, e a peça só falava de sexo, palavrão, discriminava mulheres, gordas, magras, feias, orgãos genitais masculinos, gays e etc...nada tava bom, se nem eu estava aguentando o nivel, imagina uma criança. Outra coisa, o roteiro era péssimo, dava pra adivinhar o que o ator ia falar, piadas do tipo 'casamento é igual avenida Paulista, começa na Paraiso e termina na Consolação'... coisas assim... foram quase 2hrs de tortura. Tinha tudo pra ser bom, o teatro era bom, cenário, iluminação, acustica, o tema... mas.. foi péssimo. Eu ri mais comigo mesma, no cinema. hahahah

Em compensação, fui numa peça na segunda-feira chama 'Como passar num concurso público' do grupo G7, se chegar ai onde você mora, assista! É espetácular. Passei mal de tanto rir. :D

Ahh e tudo isso é evento de teatro, patrocinado por vários orgão culturais, no qual estão distribuindo ingressos gratuitamente, aqui em São Paulo. ^^

E eu vou bastante no cinema, porque aqui tem um esquema de que há um filme todo dia às 15hrs por 4 reais a inteira, e 2 a meia-entrada. Logo, eu aproveito bastante. :D

Comentário gi-grande, pra compensar o tempo sem comentar.

Beijão Lola!!

Srta.T disse...

O texto do cara é nojento. O comentário do "jeitosinho" é uma das coisas mais infelizes que já li. Mas enfim, uma observação: não se sabe se o estupro realmente ocorreu. Pode realmente ter sido um texto de ficção ("ah, mas ele escreve crônicas"; bom, muitos escritores não se atém a esses formalismos, e simplesmente escrevem textos). E aqui no Brasil. goste ou não, impera o princípio da presunção de inocência (muito embora, na prática, o mesmo seja invertido). Achei o texto de extremo mau-gosto e, mesmo que ele não tenha cometido o crime, deixa transparecer um machismo e uma falta de respeito imensos com as vítimas dessa violência. Entendo que boicota, mas não dá pra chamar o cara de "criminoso", não há prova nem sentença comprovando isso. Eu acho que ele é um tremendo babaca que não merece um centavo da minha grana, nda além. Mas não digo que vouo boicotar, porque nem estou a fim de ver esse filme mesmo (e se der vontade, eu baixo e pronto).
Concordo com quem disse que boicote nós praticamos deixando de comprar/consumir algo que normalmente consumiríamos por um determinado motivo. Eu não posso boicotar a "Caras", por exemplo. Mas não compro nada nada nada que tenha o nome da Xuxa, Galvão Bueno (ele tem um bar em Ldna) e outros desafetos meus. Querem uma boa dica de boicote? Os shows de Caetano Veloso e Ivete Sangalo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u586230.shtml (eu não vou boicotar simplesmente porque NEM AMARRADA iria a um show de nenhum dos dois).

Anônimo disse...

Madrecita, obrigada por me explicar que quando um molestador da minha propria familia ficou anos e anos introduzindo desde escovas de cabelo até o penis em mim era só uma questão de "pecadinho a toa". Esse molestador que já morreu só tem que estar agora ao lado de Deus todo Poderoso e pedir perdão pelo pecadinho a toa. Para mim não é necessário pedir perdão. O estuprador deve pedir perdão ao Deus homem imagem e semelhança ao homem com um falo que me estuprou. E ele será perdoado. E não é crime. É só um pecadinho atoa. Se tivessem me explicado isso antes.

Srta.T disse...

Ah Madrecita, uma observação: "pecado" é uma coisa, "crime" é outra BEM diferente. Não confunda. Estupro é crime, e quem o comete tem que sofrer as consequências legais, pouco importando a fé do criminoso, da vítima ou do juiz que o sentenciará. Ira, gula, luxúria, cobiça, vaidade, inveja e preguiça, além de lindas cores de esmaltes, são pecados para aqueles quem assim os consideram, não pra todos. E não são crimes.

aiaiai disse...

meio off: É impressão minha ou o selton mello está em todos os filmes brasileiros????
não cansa não? Eu, que nem vou a cinema a um tempão, já to de saco cheio do cara kkkkkkkk

Carla Mazaro disse...

Estava procurando uma receita de bolo e por acaso vi seu blog indicado em outro!!
Que bom que o titulo me chamou atenção!!!

Estou horrorizada com os comentários de algumas pessoas!!

Li o comentario de alguem dizendo q odeia o Tom Cruise por ser da Cientologia... tá é uma religião bizarra, mas se esquecer de que a maior parte das pessoas no pais seguem o catolicismo me parece um pouco hipocrita...
Não só pelas barbaries cometidas no passado, mas recentemente uma menina de oito anos (era isso?!) foi excomungada por fazer um aborto... gravidez que foi resultado de um estupro (!!!).. o estuprador continua pertencendo (se é q pertencia) a religião... mas a vitima foi excomungada!!

Me perdoem, mas ter uma religião ruim não é motivo para odiar ninguem...

Ah desculpe o desabafo, mas hipocrisia para mim é a pior coisa que se pode cometer!!

Bel Butcher disse...

Olá, conheci o escreva, lola, escreva a partir do blog da Camila (www.camigoestonorway.blogspot.com). Passei e fiquei por aqui algum tempo, tentando ler posts anteriores.
Realmente, essa história de perdoar ou não celebridade que faz besteira é complicada. É o que chamo de reconstrução da imagem. É preciso muito para fazer a reconstrução. Parece-me que o dito cujo não fez nenhuma e não faz questão de reconstruir nada. Ao contrário do Sean Penn que fez uma bela reconstrução da imagem - engajamento político, social, além de filmes maravilhosos -, apesar de a gente não saber se ele parou de esbofetear as mulheres que passam por ele...

Dai disse...

Lola, não li todos os comentários, então pode ser que eu me repita - desculpaê. Mas eu já estou boicatando o filme e o diretor desde que li a crônica. Sério, nem sei se isto se enquadra em 'ativismo', eu boicoto tudo o que desprezo, é assim que vivo a vida. Empregos, pessoas, festas, revistas, programas de TV baixaria, livros, blogs. E este diretor entrou na minha vasta lista de coisas das quais meu universo não precisa nem faz a menor questão. O que não faz bem ao meu estômago, não vejo. O fato de saber que 'ele' fez um filme já me enoja o suficiente. Agora vou te explicar porquê ele e não outros.
Sei que sua discussão sobre produção cultural e a não personalização da obra artística de um FDP é algo que pede uma reflexão mais aprofundada. Eu mesma tenho meus dilemas (vide o tema Lars Von Trier, que já debatemos).

Mas, daí, acho que temos de usar a lógica interpretativa e analisarmos o contexto para lidar com cada caso. Esse cara faz cinema no Brasil - ou seja, faz cinema com dinheiro público. Esse cara é um filho de tucano, rico que há anos deixou o país. É o estuprador confesso de uma moça indefesa cuja desgraça teve o prazer de expor, tripudiando do episódio publicamente.
Pra completar, o cara não tem nada no currículo que valha a pena - do ponto de vista do mérito artístico - além de tudo é vil, um mala, oportunista e aproveitador.
Conhecendo esta biografia, o momento oportunista de lançamento do filme e os incentivos fiscais e financeiros que ele teve do estado para produzir o seu longa, acho o boicote uma atitude super válida. Não estou fazendo campanha para ninguém deixar de ver. Mas eu, por mim, já boicoto faz tempo.
Ele já teve o privilégio de produzir o seu filme. E só por isso acho que ele já foi suficientemente premiado, sendo o mediocre que é. De minha parte, a curiosidade sobre a história de Jean Charles contada por ele é zero. Passo, sabe.

Jack disse...

Querida, acompanho seu blog há cerca de um mês e concordo com quase tudo o que você escreve, ou, ao menos, acho sua forma de expor os assuntos muito interessante. Acabei lendo agora, por conta desse post sobre o filme, o texto que você escreveu sobre o episódio lamentável da TRIP. Engraçado como não ouvi nada a respeito na época, talvez por ser gay. Eu até já comprei a revista agumas vezes, acho engraçado algumas coisas lá e interessante ver como os chovinistas pensam. Como diz uma amiga minha, é uma revista para os "ogros com verniz". Mas esse texto desse senhor não tem, de fato, nada de engraçado. Aliás, também sempre achei meio bizarra essa história de eles colocarem as funcionárias para tirar a roupa. Como será que é a abordagem do editor? Será que não rola um certo assédio moral? Talvez tenhamos que perguntar a elas.
De qualquer forma, lendo aquele seu texto do ano passado, achei muito interessante uma parte em que você analisa, de certa forma, os limites entre o que é consentido e o estupro. Você falava do episódio envolvendo o Mike Tyson. Certa época tive um namorado que me deu uma preciosa lição a respeito. Ele era apenas ativo e eu não gostava muito de ser passivo (desculpe o conteúdo, querida, mas não há outra forma de abordar a questão), mas fomos tentando por um tempo. De qualquer forma, muitas vezes estávamos lá, no meio do ato, e eu já não estava mais gostando, pedia para ele parar, e ele sempre obedecia imediatamente. Disse-lhe que achava isso legal da parte dele, porque realmente não é fácil controlar o tesão nessa hora. E ele me respondeu: "se você me pede para parar e eu não paro, a partir deste momento o negócio deixa de ser uma relação sexual consentida e passa a ser estupro". Levo essa lição comigo até hoje, principalmente por ter "me assumido" como um ativo convicto. Pois é, no meio gay esse tipo de situação também acontece, e muito, infelizmente. Muita gente acaba tolerando muita coisa porque, afinal de contas, foi na casa do cara, ou topou ir a um motel com ele, transar no banheiro da boate etc etc, e acaba achando normal. Não é. Não é porque a gente consentiu com o que aconteceu até ali, porque estávamos com tesão e queríamos fazer algo, que não temos o direito de mudar de ideia, de parar. As pessoas precisam entender isso. Beijos e continue escrevendo, Muito.

Anônimo disse...

Boicotar o filme ?? Quem tem essa cabecinha de pudim ?? Sinceramente o abismo q existe e' o cultural entre os brasileiros e os europeus. Eu tinha o maior tesao pela minha empregada qdo eu tinha 10 anos e ela 13. Po a gente se divertiu bastante qdo minha mae sai pra trabalhar. E ela adorava brincar comigo. Estupro ?? Onde ??. Acordem pra vida galera. Ja' assisti o filme e curti viu. O Selton e' o cara !!! E a Vanessa linda !!!!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Luisa disse...

afe, baixa logo o filme da internet se está curioso...o importante é não fazer com que sua ida ao cinema ou algo parecido gere lucro a essa pessoa, e assim, ele fique prejudicado de verdade...
e aliás, selton mello tbm ficou mostrando aos amiguinhos o vídeo da graziele moreto pelada em corte bruto , ele é tão inocente...