quarta-feira, 21 de outubro de 2009

CRÍTICA: DISTRITO 9 / Mistureba sul-africana

Preconceito contra os ETs: o ferro velho que veio do espaço.

Não vou escrever uma crítica inteirinha sobre Distrito 9 porque tenho preguiça, e também porque, mesmo que tenham passado apenas cinco horas entre ver o filme e escrever essas maltraçadas, confesso que minha memória seletiva se encarregou de apagar quase tudo sobre a bomba. Ok, não é uma bomba, estou sendo injusta. Já vi produções muito piores. Mas quer saber se eu veria o troço de novo? Jamais! E eles deixaram um gancho pra uma sequência, cruz credo.
A produção é sul-africana; portanto, não conheço nenhum ator. Mas o filme é “apresentado” (ou seja, produzido) pelo Peter Jackson. Mais um motivo pra minha coleção pra eu não gostar do Peter. Quer dizer, embora eu tenha odiado Senhor dos Anéis com todas as minhas forças (só o primeiro, porque depois das ameaças de morte que recebi, me poupei de ver a trilogia inteira), eu acho Almas Gêmeas (Heavenly Creatures) criativo, e fui a única, fora a mãe do Peter, que não detestou King Kong. Mas dá licença. O mundo precisa mesmo de Distrito 9, uma mistura de A Mosca (dentes e unhas caindo de um cara; o pênis fica), Robocop e Predador, com uma pitadinha de Jardineiro Fiel?
A trama até que podia ser interessante. Um programa de TV nos conta que, vinte anos atrás, uma nave espacial pousou em Joanesburgo. Os alienígenas lá dentro não eram seres hiper evoluídos, que é o mínimo que se espera de um ET, e sim bichos nojentões (a cara do Predador) e, blargh, pobres. Sem saber o que fazer com eles, o governo isola os alienígenas num bairro chamado Distrito 9, que logo se transforma num favelão. Infelizmente, o filme não tem vontade de explorar outros aspectos da chegada dos ETs, como a comunicação entre eles e os humanos, o que eles vieram fazer aqui, afinal, ou o que eles comem (comida de gato. Com lata). Só mostra o preconceito contra eles. Em pouco tempo a população local já odeia os ETs, os apelida de “camarões”, e quer mandá-los pra mais longe ainda. É triste ver do que o ser humano é capaz, lógico, mas o filminho é bastante racista, porque todas as pessoas em posição de comando pertencem à minoria branca da África do Sul, e aos negros sobram papéis muito, muito ruins. Pra piorar, os nigerianos exploram os alienígenas, acreditam em feitiçarias, e, aparentemente, são canibais (não pergunte). Pra ver uma análise um tiquinho mais avançada sobre o racismo do filme, clique aqui (em inglês).
Tem muita violência e carnificina, e a ação corre solta, mas o filminho parece se arrastar por umas cinco horas, embora não dure nem a metade. Tudo que eu podia pensar é que ao lado tava passando Bastardos Inglórios, que merece uma terceira visita. Carnificina por carnificina, fique com a tarantina. Tá, essa foi fraca. Culpe o Peter Jackson.

38 comentários:

Lu Ribeiro disse...

o bichinho do predador era bem mais 'elaborado'...rs... mas em termos de ET meu preferido é do filme "Inimigo meu" pena q não passa mais...

Lola, tem um novo comercial de carro 'caprichado' rolando aqui no Rio, acho q é ford focus, enquanto os itens do carro vão aparecendo na tela o locutor ressalta: "na comparação em tecnologia, venceu o ford; no quesito segurança, venceu o ford; na comparação namorada do motorista (pausa + risinho de canto de boca) venceu o fox...

Unknown disse...

Eu vi 'District 9' e até gostei dele. Mas tou com preguiça de escrever sobre isso.
hehe.

Só hoje fui ler seu post sobre 'Senhor dos Anéis'...eu assisti a triologia umas 5 vezes(ou mais nem sei), mas antes tinha lido os livros e os reli depois dos filmes. Bom, gosto é gosto e saber do que se trata a estória(mesmo que Peter Jackson tenha dado uma "mexidinha", já que é uma adaptação)ajuda bastante. Mas eu achei bem bom e muito bem feito.

Mas quando você tiver tempo, dá uma lida nos livros com carinho. E leia outros do Tolkien, se puder. O trabalho dele é muito interessante, juro.

Mônica disse...

o filminho é mesmo aquela coisa de ficção científica meia-boca, né? Pra minha sorte, não sou muito fã do gênero, então me divirto com qualquer bobagem que inclua baldão de pipoca e Coca Cola Zero.

Coincidentemente, também falei do filme lá no blog, tive que escrever rapidinho, antes que tudo fosse deletado da minha memória...

abraço,

Mônica

Bárbara Reis disse...

Nossa, até que enfim achei alguem que também não goste de Senhor dos Anéis. \o/ Eu sai do cinema revoltada! Com cara de '...e ai ele foi para a montanha... e???' '¬¬
Já assisti a trilogia, e mesmo assim. Me irrita, começa do nada e termina do nada. Harry Potter tem 7 livros, todos continuação, e tem começo, meio e fim.

Eu já tinha ouvido falar que esse Distrito 9 era péssimo, e agora nem vou vou perder meu tempo e dinheiro para me certificar. hahaha...

Beijão, Lola!

Luma Perrete disse...

Não vi esse filme e provavelmente nem vou ver.

Falando de um assunto mais relacionado ao post anterior, viu esse absurdo? http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/posts/2009/10/19/mulher-espancada-em-trem-por-ser-gorda-233492.asp

Daniel disse...

Não gosto de filmes de ficção científica, então nem pretendo ver esse...
Mas eu tinha lido o que a Mônica escreveu antes. Opiniões bem diferentes as de vocês :P



Ps: Como assim não gostou de SdA? Sacrilégio :P
Se bem que do primeiro filme eu também não gostei. O livro é 500 mil vezes melhor. Os outros até gostei bastante do filme, embora prefira o livro o/

Junior disse...

Lola, seu preconceito com o Peter Jackson tá muito forte coitado, ele só "produziu" o filme, não esteve nem envolvido no roteiro. E eu também gosto de King Kong. E de Alams Gêmeas, e de Senhor dos Anéis, e de Fome Animal...rs Não gosto daquele filme de fantasmas dele.

Dentro de sua linha de raciocínio, eu teria que dizer que Cidade de Deus é um filme racista, pois a maioria dos bandidos é negro. E que tem muita carnificina, e então eu deveria ver, sei lá, Cães de Aluguel em vez de ver Cidade de Deus.

Distric 9 não é uma obra prima, mas merece uma avaliação menos "tendenciosa" :)

Vi o filme a um tempão atrás, e gostei muito. Na verdade ele é uma alegoria ao Apartheid, e foi apenas filmado na África do Sul, não foi produzido todo lá não. Gostei da forma como a trama é construída, e acho que o terço final do filme, com mais pegada de ação/clichês realmente mais fraco, mas a primeira metade é excelente, e o formato de "documentário falso" só ajuda a envolver o espectador. Pô, um filme de ficção científica que não foca só na ação e nas explosões, e tenta construir uma história com alguma relevância? Perto de outros exemplos do gênero ele é quase um Cidadão Kane...rs :)

Espero continuar sendo um leitor querido depois desse comentário.

Alba Almeida disse...

Olá, Lola.
Aproveitando vc já assistiu "Um ato de liberdade", com Daniel Craig???
beijos...

rizk disse...

Achei "Distrito 9" um filme bosta, mas daria um ÓTIMO videogame. :D

Valney.gama disse...

Ah, não sei. Acabei não concordando com boa parte do texto. O filme tem um 'sal' de originalidade, apesar de ser uma cópia de Halo, o jogo [Na verdade, o Neill Blomkamp iria produzir Halo pro cinema, mas não deu muito certo e ele partiu pra uma história digamos... parecida.]

Adriano Martins publicou no Sedentário uma crítica também, que exprime minha opinião muito melhor que eu: http://www.sedentario.org/colunas/cinefilia-sa/o-apartheid-alienigena-de-neill-blomkamp-20609

Também não acho que o filme tenha um gancho explícito para uma eventual seqüência. O final daquela forma tira aquele gosto de novela, em que todos precisamos saber o que, como e o porquê de tudo, e ainda descobrir o que acontece com cada personagem, ao final. Infelizmente, quando um filme é bem visto, o $$ fala mais alto e sempre se arranja um jeito de se criar uma sequência.

É.. acho que é só isso.
Como mamãe dizia, opinião é um negócio deveras estranho.

Marcela disse...

Ih, Lola, eu concordo com o Junior e gostei bastante do filme! :)

Realmente os atores negros no filme estao relegados ao segundo plano, mas eu me pergunto se nao foi de proposito...

O diretor, que se preocupou em ser o mais realista possivel em um filme de ficcao cientifica, talvez tambem tenha sido realista or retratar a participacao dos negros no mercado de trabalho da Africa do Sul...

Eu acho que algumas escolhas do diretor foram propositais, para de uma certa maneira tratar a questao do preconceito tambem fora do filme. Eu acho que se os "canibais" e prostitutas no filme fossem suecos ninguem acreditaria... Mas sendo nigerianos e muito mais crivel (sim, estou sendo ironica)...

Mica disse...

Sinceramente? Amei o filme. Achei fantástico. Inteligentíssimo e muito bem feito. Mas é arrastado, isso não posso negar. Principalmente o primeiro terço do filme, que tem aquele climão de documentário.
Mas adorei o ator principal e aquele final meio aberto, meio conclusivo.

Leila disse...

Você entendeu tudo errado! o filme é uma critica ao apartheid!!!
E o Peter fez uma otima escolha, o diretor é sul africano, um grande nome vindo por ae!
E os negros na africa do sul a maioria mora em uma favela (que é real by the way).
os ets nao comem comida de gato, eles sao viciados nela, é como se fosse a droga deles, o extase, ou o chocalate pra alguns de nós.
sei lá penso q você viu o filme com olhos inviesados, fora q os caras foram geniais, procure sites do filme, você vai enteder o que estou falando.
Bye

Anderson disse...

Também acho que você não entendeu nada. Com vontade de ser cri-crítica, foi só cri-cri. Acabou se precipitando e, digamos, pagando um "king kong" para ficar nos universo do querido Peter Jackson.

Vamos lá aos pontos.

1. O filme é racista? Como assim? A elite branca da África do sul não foi inventada pelo diretor. Nem é mostrada de modo edulcorado, como se fosse a redentora do caos provocado pelos negros, muito pelo contrário. E, na A. do Sul, a elite branca, apesar do Mandela, continua lá, mandando, desmandando e segurando as pontas da segregação que lhe interessa em tempos de democracia mais aberta. É disso também que o filme fala.

2. Não entendi porque o pinto do cara tinha que cair. Nem porque vc acha que não caiu... Mania de colocar o falo no meio de tudo! (E até acho que ele está lá, discutido, mas não nesses termos bobocas que você colocou.)

3. Você nota que o filme foge do clichê do et high tech, você notou que o filme também fugiu do clichê da ficção científica à Asimov, que tem de explicar tudo tim-tim por tim-tim para construir a verossimilhança. Não dava para creditar isso como ponto positivo do filme? Até porque ele se vale de um recurso que se não é original, é incomum e eficiente para construir a verossimilhança: jogar com (e ironizar) nossa crença na imagem, principalmente na imagem jornalística, bem como na palavra acadêmica, para construir nossas verdades.

4. O fato de os ets serem nojentos, gosmentos, é para mim o ponto alto do filme. Não precisa explicar porque ninguém os queria lá. A aparência deles é tão asquerosa que eu não os quereria como vizinhos, provavelmente nem você. Até porque eles são violentos, e não conseguem se comunicar direito. São primitivos, selvagens, feios... enfim, diferentes demais de nós para que possamos considerar a possibilidade de tê-los por perto. Gosto muito de narrativas que conseguem nos chamar a atenção para um conflito em que haja injustiça, e que faz com que nos identifiquemos, constrangidos, com os algozes. E o filme faz isso. Constrói uma alteridade que ninguém aceitaria. Mas, por que não aceitar? É aí que está. O filme não perde tempo explicando, porque é irracional, e é naturalizado. E nós como espectadores, percebemos essa construção. Mas não conseguimos discordar de que seria difícil conviver com aqueles monstros. Muita gente acha que outros monstros são nojentos, asquerosos, inaceitáveis. E nessa conta coloque os negros, os gays, os gordos e, muito mais frequentemente, os pobres. Não dá para perder de vista o caráter alegórico do filme.

5. Os nigerianos são canibais, primitivos, selvagens e, concordo com você, tem uma boa dose de racismo nessa história. Carrega-se muito na dose da violência sanguinária intrínseca que não é só de um grupo social, mas de um grupo étnico-nacional. Mas não dá para desconsiderar que o filme está mexendo o tempo todo com os clichês do preconceito. E esse pode ser um deles. Como alguém lembrou aí, é como dizer que Cidade de Deus é racista porque os bandidos são negros... O problema é outro, o buraco é mais embaixo, e se há de se construir uma representação que, embora alegórica, flerte com o realismo, não dá para desconsiderar que a marginalização de determinados grupos étnicos, especialmente na África do Sul, os empurra para a miséria e para a necessidade de desenvolver formas alternativas de resistir, acumular poder e sobreviver. O mesmo acontece com os ets no filme. Eles são empurrados para a marginalidade.

É isso aí. Gosto sempre das suas críticas, mas, nessa, você pisou na bola.

Unknown disse...

Estava louca para assistir, mas agora já fiquei com o pé atrás... Das pessoas que conheço só meu aluno Habib não falou muito bem, mas ele também não achou "Bastardos..." tão bom assim (!) e achou "Up" fraco. Pra ele "Coraline" foi melhor.

P.S. Meu IMC está acima de 40, mas todos dizem que eu tenho o rosto muito bonito (huauaauau)

Indira disse...
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Indira disse...

Puxa, Lola, q decepção! Vc não entendeu nada ou não quis entender.
O filme é bom e original - mesmo não sendo uma obra-prima.
Nao vou me estender pq o Anderson já disse tudo aí atrás.

lola aronovich disse...

Olá, fãs de Distrito 9! Eu nem podia imaginar que o filme tivesse fãs tão fervorosos, mas li que ele tem um verdadeiro following na internet. Eu realmente acho o filme muito fraquinho. É como eu disse na crítica, a ideia é boa, mas não é bem desenvolvida. Eu gosto da parte do documentário, mas não gosto nem um pouco da de ficção científica. E quando se transforma num banal filme de ação, então, com um monte de gente atirando contra outro monte de gente, fica completamente tedioso. E não acho que o filme funcione como alegoria do apartheid na África do Sul. Até poderia ser, se fosse mais trabalhado, mas não é, fica completamente na superfície. É original a ideia dos alienígenas serem pobres e terem que ser isolados, mas, again, isso não é desenvolvido. E concordo com a crítica do Racialicious (tá linkada no post, vcs leram?), que diz que o filme seria mais sofisticado se os “camarões” não fossem seres violentos e perigosos. Se eles fossem pacíficos, teríamos mais motivos para nos revoltar com o tratamento que é dado a eles.
O filme é racista sim, gente! Pelamordedeus! Como já disse, o fato de fazerem os nigerianos bandidos irracionais, canibais, ligados à feitiçaria, é muito racista. Que haja uma gangue controlando a favela, zuzo bem. Poderiam ser os nigerianos. Mas por que fazê-los tão supersticiosos e ignorantes? O líder vê um homem, humano, branco, com o braço de um ET—o que é uma total novidade, o primeiro e único caso em 20 anos—e tudo que ele pensa é “Preciso comer esse braço!”? Ele não tentaria lucrar com o sujeito, como os cientistas? Não o faria manusear armas? Não, porque o filme opta por mostrar os nigerianos como canibais idiotas! E também a parte da prostituição, da mistura entre as espécies (ainda que, again, a ideia seja apenas introduzida, não desenvolvida), também é muito racista.
Não tem nada a ver a analogia de vcs dizendo “Se Distrito 9 é racista, Cidade de Deus também é”. Em Cidade praticamente todos os personagens são negros, e a maior parte dos personagens é traficante. Mesmo assim o narrador da história é um negro, aspirante a fotógrafo. E há vários personagens nobres entre os negros. Há variação de maldade, inclusive, entre os traficantes. Totalmente diferente de Distrito 9, em que o herói é branco. Todos os postos de comando na África do Sul ainda são ocupados por brancos? Mas o principal componente racista do filme é a caracterização dos nigerianos mesmo.
Ah, e claro que o filme termina com gancho pra sequência, gente! Eu não chamaria aquilo de “final aberto” de jeito nenhum. (spoilers) Pela primeira vez os “camarões” terão um líder (que era humano—essa noção também é racista! Por que não surgir um líder entre os próprios ETs? Por que não o ET “cientista” e piloto da nave ser um líder?). E o ET diz que voltará. Quando um dos personagens principais diz que voltará (e ainda marca uma data: dentro de três anos), é porque o roteiro já conta com uma sequência. Se o filme for bem-sucedido financeiramente (e tudo indica que é), vai haver sequência. Alguma dúvida?
E eu fico pasma que um filminho tão meia-boca, com alienígenas tão malfeitos, tão pouco desenvolvidos, com aquele clichêzão de pai e filho, seja tão cultuado.

Valney.gama disse...

[Aviso: Este comentário poderá ter um eventual spoiler :p]

Ainda discordando:

Realmente, o racismo sobre os nigerianos tá dando uma polêmica mesmo, como se vê aqui e aqui.
Mesmo assim, ainda acho o racismo proposital, o que seria facilmente pensável em um filme que foca a intolerância [saudades d'A Vida, O Universo e Tudo o Mais].

Sobre a questão do fim do filme, vc diz que 'os “camarões” terão um líder (que era humano)' (sic). Na verdade, o líder em um eventual filme de continuação será o ET. Wikus Van de Merve é só mais um em meio a multidão agora.

O diretor Neil Blomkamp não descartou a possibilidade de uma continuação do filme, infelizmente. Criar um segundo filme de Distrito 9 vai torná-lo mais um daquelas repetições de Hollywood. Então aí, concordarei plenamente com você.

Unknown disse...

Lola...eu continuo gostando de District 9 e assitiria mais vezes. Eu discordo que o filme seja racista...e não, o branco não é o herói!

lola aronovich disse...

Ô gente, sem ingenuidade, por favor. É claro que o que está no filme é proposital. Ninguém coloca toda uma nacionalidade (no caso, “os nigerianos”) como vilã num filme sem saber o que está fazendo. Pensem só se fossem “os brasileiros”. Se o grupo que explorasse os ETs, comandasse gangues assassinas, tráfico e prostituição, e ainda por cima fosse canibal, fosse descrito no filme como “os brasileiros”. A gente não iria estar chiando? E com razão! E se os nigerianos realmente comandam o tráfico em favelas sul-africanas, isso é secundário. Decerto não são os únicos. E eu só posso rir quando alguém fala que o diretor fez de tudo pra ser realista... num filme de ficção científica sobre ETs!
Valney, o fato que o líder, a que tudo indica, será o Wikus, que era humano, é totalmente relevante. E racista. Só porque ele virou um alienígena na aparência, isso não apaga suas origens. Aliás, nem quem ele é por dentro. Ele ainda está apaixonado pela sua mulher, que é humana. Dizer que ele é agora “apenas mais um” é ignorar toda a história racista do mundo. De como a miscigenação em muitos países foi usada eugenisticamente, para “clarear” as populações nativas. Como eu disse, Distrito 9 não se aprofunda em nenhuma das suas muitas alegorias possíveis. Mas essa do líder ser humano pode facilmente ser interpretada como o suprassumo racista “negro de alma branca”, ou não?
E como assim, “o diretor não descartou a possibilidade de uma continuação do filme”?! Gente, todo o final já tá preparado pra uma sequência. Não é assim, caiu do céu, e agora o diretor não descarta essa possibilidade! Ela tá lá, plantadérrima, e pensada desde antes do roteiro, certamente (já no planejamento do filme, na pré-pré-pré produção). E isso não é nenhuma novidade. Montes de filmes são pensados pra serem 2, 3, 4, uma franquia inteira. Só não dá pra dizer que os ganchos não estão lá, todos montados em Distrito 9, e gritar “Imagina, não é gancho pra sequência, é final aberto!”. Isso é ingenuidade de quem nunca foi ao cinema, gente. Vamulá, vcs não são assim.
Mei, como assim, o branco não é o herói? Só porque ele não começa como herói não impede que ele seja o herói no final. Ele é o salvador, que se sacrifica pelos outros, que salva a vida do ET-mor, e que será o líder, uma espécie de messias. A narração diz isso! Se esses não são componentes típicos de herói, eu não sei o que são...

Marcela disse...

Oi Lola,

Sin, eu acho que o diretor fez de tudo para ser realista sim. Voce pode rir o quanto quiser, eu tambem rio de mim mesma! ;)

Nao sou nenhuma cinefila, mas acho que quando um diretor se apropria do carater "realista" de um documentario e utiliza locacoes reais (o Distrito 9 em si), entre outros approaches (desculpa, nao lembro a palavra em portugues, que vergonha!) esta tentando ser realista sim, mesmo que seja um filme de ficcao cientifica!

Voce mencionou varias vezes que o filme na questao do racismo (so que foi um filme racista). Entao, o que voce mudaria no roteiro?

Junior disse...

Oi Lola, olha, continuo achando que você está de má vontade com o filme, por isso essa avaliação.

Sobre o Wicus ser herói, é um arco clássico de personagem, quantos filmes vemos onde alguém sofre certas mudanças ao longo do seu arco dramático? Ele começa com um burocrata escroto ao máximo, e acaba sendo obrigado a mudar a forma de pensar para poder sobreviver. Não acho que ele seja um herói, uma vez que ele só ajudou os ETs por egoísmo, para que ele fosse ajudado depois.

Quanto a discussão sobre a continuação, não dá para comentar como será o filme. Sim, também acho que o final é um gancho, se vai haver ou não, não sei, se vai ser bom ou não, menos ainda. Tem alguns filmes bons que tiveram uma continuação bacana, e tem filmes bons que tiveram continuações péssimas. Então é esperar pra ver, certo? E quem não gostou do primeior, nem perde tempo com o segundo né?

Valney.gama disse...

E eu que achei que falávamos apenas de um filme.

Infelizmente não consigo argumentar com alguém que, ao que parece, não aceita opiniões contrárias. Sem ao menos aceitar essas opiniões, fica difícil perceber quando estiver errado.
Não estou definindo que você está errada sobre o filme, mas na ociasião em que estiver, julgo que será difícil você perceber.

Tá, tô sim.

É que fica parecendo que 99% de quem assistiu o filme gostou. Ou o gosto da maioria está torto - o que é raro, mas não impossível - ou o 1% está equivocado - que é possível e digamos, mais comum.

Acaba deixando aquela sensação felipe neto de ver a vida.

lola aronovich disse...

Ué, Valney, vc (e outras pessoas) disseram que não concordaram com minha opinião sobre o filme, e eu respondi numa boa, sem agressividade mas com um tanto de pressa (porque realmente estou sem tempo), que apesar do que alguns disseram, continuo achando Distrito 9 racista. Assim como continuo achando o Wikus o herói do filme. E continuo achando que o filme foi feito já pensando numa ou mais sequência (o que não é um defeito, montes de filmes são feitos pra virar franquia). Eu convivo com opiniões contrárias todo dia no meu blog, não costumo brigar com ninguém, não censuro comentários. E nunca briguei com alguém por não concordar comigo sobre um filme. Se bem que pessoas já brigaram comigo por eu ter falado mal de um filme que elas amam... Como se fosse algo pessoal, e não uma mera questão de opinião. Como se eu tivesse xingado a mãe do diretor, e a pessoa que briga comigo fosse a mãe ofendida, sabe?
E não sei onde está escrito que, se 99% gostam de alguma coisa, o 1% discordante não pode existir. Não tem certo ou errado nessa história. Não quero que ninguém deixe de adorar Distrito 9 ou não assista à sequência que inevitavelmente vai haver. Eu escrevo minhas opiniões aqui, e ninguém precisa concordar comigo. Agora, vir aqui, expor a sua opinião com toda a liberdade, e se zangar porque eu automaticamente não mudo de opinião sobre um filme é um pouco de arrogância, não acha?
A propósito, não sei quem é Felipe Neto.

Valney.gama disse...

Eu realmente disse que não concordo com sua opinião, mas a aceito.
Como eu disse[ou não disse - preguiça de ler os outros comments], só não pareceu que vc aceitou nossas opiniões, assim como o Felipe Neto, dono do blog controleremoto.tv, daqueles que não muda de opinião nem se o mundo mostrar que ele está errado [exagero? onde? :p]. Se pareci grosso, desculpe.

É.. é arrogancia mesmo.
*anota na lista de coisas que vai ter que mudar*

Enfim, perdemos tempo só pra dizer que eu não concordo com o que vc escreveu e que vc não concorda com minha discordância.
Novamente, desculpe pela chateação. Mas foi até divertido. o/

Unknown disse...

Concordei com tudo o que você viu, e dei risada.
No entanto, minha sensação ao final do filme foi completamente oposta!
Como ninguém vai me dar dinheiro por gostar de filme, vai ficar por isso mesmo.
Escreva, Lola, escreva! Até filme ruim serve de inspiração pra coisa boa :)

canis sine dentibus disse...

Lola,
Qual o motivo de os ets serem sempre parecidos com insetos asquerosos como baratas? Assustar criancinhas ou não causarem compaixão em quem assiste sendo assassinados de maneira cruel pelos "mocinhos do bem armados até os dentes com armas inferiores às de raio lazer e feixe de prótons do alienígenas hostís"? Buscanco lá no fundo, os ets do filme seriam uma alusão ao submundo dos imigrantes ilegais e refugiados do mundo globalizadoocidentalcapitalista?

amorfati disse...

eu diria : corra lola ...procure um parque ...

Unknown disse...

Por Favor!

Você não gostou do filme só porque os ET's lhe parecem nojentos a um primeiro momento!!!

Mas vou lhe dizer uma coisa: O Cristopher tem muito mais "humanidade" que os próprios seres humanos do filme. Inclusive pediria pra ir junto na nave dele pra sumir deste planeta tão destruído e sujo que é o nosso.

Se manca, o filme é ótimo e mostra o que a sociedade já fez e continua a fazer com muitas pessoas, que são iguais a mim e a você. Segregação Social (mas você não deve saber o que é isso).

Vá olhar Lua Nova, talvez você goste porque tem um monte de cara bonitinho lá e um enredo péssimo.

Anônimo disse...

olha o filme e otimo e vc lola uma ignorante ta ainda bem q entreiaqui por engano mas voudeixar meu comentario aqui e um lugar p pessoas q nao gostam de nada so deseus umbigos vao se catar p ser moderado o filme e otimo e mais de 100milhoes de pessoas gostaram quem sao vcs gatos pimgados burgueses q acham q entendem de tudo?

Anônimo disse...

o filme é muito bom,segue uma linha diferente dos demais,é dirigido por peter jackson que é sinal de ótimos filmes,depois de senhor dos anéis não existe nehum filme ruim dele e eles ficam cada vez melhor não sou fã d ficção cientifica mas esse se superou,e sei reconhecer quando um filme é realmente bom,lola eu sinto muito em te dizer mas você é uma ignorante quanto a esses tipos de filme que são bem trabalhados,e peter jackson é o melhor diretor da atualidade.

O Cavaleiro Errante disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
O Cavaleiro Errante disse...

Não acho que esse filme seja um filminho, ele é um bom filme, e vc expressa somente sua opinião e não é a opinião da maioria. mas respeito.
Distrito 9 é um bom filme, eu gostei muito, pois adoro ficção cientifica.
quanto a senhor dos aneis assisti a trilogia varias vezes e perdi a conta, mas gosto não se discute.
nada aver com predador, o predador era evoluido e caçava humanos, e o Jardineiro Fiel? putz nem falo nada. nada aver! robocop hum...

Os meus preferidos são inimigo meu e predador!!

abraços!!

Leo disse...

Eu não tinha visto o filme com esses olhos... Acho que você tem sim parte de razão. Mas não achei um filminho, não. Mesmo considerando o terço final, que é realmente bem mais clichê.
Depois de ler os comentários acho que ele é racista sim. Mas, como já disseram, é uma alegoria do apartheid.
Estive na Africa do Sul dois anos atrás. Eles realmente não gostam dos nigerianos. Tem toda uma nuance de preconceitos dentro da Africa, que a gente não faz nem idéia que existe. E se parece preconceito mostrá-los dessa forma, talvez seja apenas um retrato do senso-comum no país. E acaba sendo uma crítica disso.
Não concordo que o filme seria mais sofisticado se os ETs fossem bonzinhos. Como pobres índios exterminados injustamente. Acho interessante toda a nuance em torno da relação entre os ETs e os homens.
Também não os entendi como pobres, como você colocou. Até onde pude entender, eles estavam enfermos. Até porque o simples fato de eles terem chegado aqui, e nós não chegarmos a lugar nenhum, mostra que a tecnologia deles é mais avançada. Realmente o filme não desenvolve esse aspecto, mas também não acho que tenha prejudicado o entendimento não saber isso. Seria um outro filme...
Eu realmente gostei do filme. Não vou virar um follower, mas certamente não acho que seja tão ruim quanto você disse!

Unknown disse...

kkkkkkkkkkkkkkkk!

O povinho aqui tem mais é que assistir filminho gay de vampiro purpurina que brilha mais que Jesus brilha na terra.

huahauhauahauhauhauhauahuah

Distrito 9 nasceu cult!

claudiamay disse...

Comentário inútil e atrasado: AMEI Distrito 9. ahahahaaha o/

Alexsandra Fabre disse...

Caramba, adorei o filme faz uma otima critica social, achei o roteiro mt mais profundo que toda essa coisa esquisita do cenario e tal...