Como hoje é dia de eleição, vou aproveitar pra dizer que adoro votar. Tem gente que odeia, eu sei, e reconheço que não entendo essa gente. Ou melhor, talvez entenda. É gente que acha que seu voto não faz diferença. Que político é tudo igual, tudo farinha do mesmo saco. E é gente que vota em qualquer um e, se puder vender o voto, vende mesmo, já que pra eles o voto não tem nenhum valor. Depois não se lembra em quem votou, não fiscaliza, não acompanha. Essas pessoas acham que o voto não deveria ser obrigatório, porque assim, elas poderiam ficar longe desse processo desgastante. Não sei se tenho opinião formada sobre a obrigatoriedade do voto. Existe o lado de que, se fosse opcional, apenas as pessoas mais conscientes se dariam ao trabalho de ir às urnas e assim, provavelmente, escolheriam melhor. Imagino que isso daria vantagem aos partidos de esquerda, porque eleitor de esquerda geralmente é mais politizado que de direita (que pensa que governos só atrapalham e que o estado deveria ser mínimo, de qualquer jeito). Mas nos EUA o voto é opcional e, ainda que indiretamente, a população lá reelegeu o Bush. E fica aquele negócio de falta de legitimidade, de apenas 40% do pessoal votar, e de não ser a maioria que elege o seu governante.
Pra mim votar é uma alegria por vários motivos. Primeiro porque só pude votar pela primeira vez em 1997, quando finalmente me naturalizei brasileira (não é um processo simples). Então eu realmente tive que conquistar esse direito de votar, e sempre vou com um grande sorriso às urnas. Depois porque sou de uma geração que viu bem o que era não poder votar. Eu participei das campanhas das Diretas Já em São Paulo, em 1983 e 84. Tinha uns 16 anos, mas me lembro muito bem. A gente lutou pra que a ditadura terminasse e pra reconquistar o direito de voto. Tudo bem, não fomos bem sucedidos naquele ano em que o colégio eleitoral escolheu, sozinho, a dobradinha Tancredo/Sarney. Mas foi um movimento importante. Ir a um mega comício desses com 16 aninhos mexe com a gente, nos politiza, nos faz sentir parte de uma comunidade. Assim como gritar “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, reclamando da Globo porque ela fingia que os comícios não aconteciam. Eu amava aquilo lá. Lembro que o primeiro comício que fui foi com meus pais e irmãos, a família toda reunida pedindo democracia.
Em 1989 finalmente pudemos escolher nosso presidente, e lembro como se fosse hoje da campanha toda. Eu lutei pra caramba. Fazia colagem de jornais, escrevia artigos próprios, xerocava, e ia militar sozinha, à noite, depois do trabalho, em São Paulo. Eu nem achava perigoso. Ia na Praça Ramos, na Estação da Luz, e conversava com as pessoas. As pessoas queriam muito conversar. O clima era eletrizante. Fui a montes de comícios e passeatas do Lula em São Paulo. Fui até o Rio, sozinha, só pra ver Lula e Brizola no mesmo palanque, no comício da Candelária. Era incrível, porque quem votava no Collor tinha vergonha de declarar. Por isso, eu conhecia muito mais gente que votaria no Lula que no Collor. Mas aí o Collor venceu, por três motivos principais: o depoimento devastador que a ex-mulher do Lula deu na campanha do Collor, dizendo que Lula insistira pra que ela fizesse um aborto (o que me lembro que pegou era que ela chamou o Lula de racista. Ouvi bastante gente dizer “Não vou votar no Lula, ele não gosta de preto”); a captura dos sequestradores do Abílio Diniz, a um dia do segundo turno, posando pra TV com camisas do PT (sendo que eram todos estrangeiros); e, claro, a edição que a Globo fez do último debate. O Lula perdeu por muito pouquinho e estou convicta de que, se qualquer um desses três fatos não tivesse ocorrido, ele teria vencido. Se teria feito um bom governo ou não é outra história, que não dá pra saber. Certamente ele e o PT eram muito mais de esquerda na época do que são hoje.
O clima no dia seguinte às eleições era de velório. Até hoje acho aquilo estranho. Eu andava de metrô e ônibus e não via uma só alma feliz. Nenhum sorriso. Zero de comemoração. Mas como, se foi São Paulo que elegeu o Collor?
Collor foi um desastre, e o mais irônico é que ele fez, imediatamente depois de empossado, exatamente o que sua campanha pregava que Lula faria: confiscar a poupança. Eu não perdi um centavo nessa brincadeira, já que nem conta em banco eu tinha. Tudo que eu conseguia juntar trabalhando eu trocava por dólares. Mas sei que todo mundo perdeu muito. E lembro da inflação gigantesca, do preço de uma coisa à noite não custar mais o que custava pela manhã...
Participei também das passeatas pró-impeachment. Eram muito legais. Quem não foi à nenhuma não tem condições de avaliá-las, eu acho. Os caras pintadas sabiam exatamente o que estavam fazendo. Lógico, eles eram jovens e cheios de energia, mas não estavam lá pra fazer festa (e nem eram a maioria). Queriam mesmo que o Colllor renunciasse. Por outro lado, sempre achei que os caras pintadas não teriam existido se a Globo (olha a ironia: a emissora que ajudou a eleger o caçador de maracujás também ajudou a derrubá-lo, indiretamente!) não tivesse exibido, pouco tempo atrás, a ótima minissérie Anos Rebeldes. Toda uma nova geração, que não sabia muito sobre os anos de chumbo, se comoveu vendo a Claudia Abreu como revolucionária, morrendo por seus ideais. Tenho cá pra mim que essa série mexeu pacas com os adolescentes da época. Se a Globo a reprisasse em 2010, e a campanha martelasse bastante o passado revolucionário da Dilma, a candidata do PT ganharia bem mais fácil.
Só tenho uma foto da minha participação pró-impeachment (da qual muito me orgulho). É essa com um amigo finlandês, o Risto, que estava de passagem pelo Brasil. Eu o convidei e ele aceitou, fascinado, porque essas passeatas e comícios eram um mar de gente. Se reuniam 500 mil, um milhão de pessoas, como se dizia, eu não sei. Mas que era uma multidão como eu nunca vi na vida, não há dúvida. O Risto dizia: “Mas tem mais gente amontoada aqui na Avenida Paulista que a população total da minha cidade, Helsinque”. E era verdade.Portanto, pra mim, há tanta emoção, tantas lembranças, tanta esperança, por trás de cada voto, que fica difícil entender quem não gosta de votar, quem sente saudades da ditadura, quem acha que um votinho não faz diferença. Eu sou apaixonada por eleições. Se meu conselho vale alguma coisa, vá à urna com orgulho e consciência e escolha quem você quer que te represente na câmara dos vereadores e quem você quer que governe a sua cidade. Que é sua, é nossa, vale lembrar. É nosso país, nosso planeta, e o único que temos. Bom voto!
Pra mim votar é uma alegria por vários motivos. Primeiro porque só pude votar pela primeira vez em 1997, quando finalmente me naturalizei brasileira (não é um processo simples). Então eu realmente tive que conquistar esse direito de votar, e sempre vou com um grande sorriso às urnas. Depois porque sou de uma geração que viu bem o que era não poder votar. Eu participei das campanhas das Diretas Já em São Paulo, em 1983 e 84. Tinha uns 16 anos, mas me lembro muito bem. A gente lutou pra que a ditadura terminasse e pra reconquistar o direito de voto. Tudo bem, não fomos bem sucedidos naquele ano em que o colégio eleitoral escolheu, sozinho, a dobradinha Tancredo/Sarney. Mas foi um movimento importante. Ir a um mega comício desses com 16 aninhos mexe com a gente, nos politiza, nos faz sentir parte de uma comunidade. Assim como gritar “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, reclamando da Globo porque ela fingia que os comícios não aconteciam. Eu amava aquilo lá. Lembro que o primeiro comício que fui foi com meus pais e irmãos, a família toda reunida pedindo democracia.
Em 1989 finalmente pudemos escolher nosso presidente, e lembro como se fosse hoje da campanha toda. Eu lutei pra caramba. Fazia colagem de jornais, escrevia artigos próprios, xerocava, e ia militar sozinha, à noite, depois do trabalho, em São Paulo. Eu nem achava perigoso. Ia na Praça Ramos, na Estação da Luz, e conversava com as pessoas. As pessoas queriam muito conversar. O clima era eletrizante. Fui a montes de comícios e passeatas do Lula em São Paulo. Fui até o Rio, sozinha, só pra ver Lula e Brizola no mesmo palanque, no comício da Candelária. Era incrível, porque quem votava no Collor tinha vergonha de declarar. Por isso, eu conhecia muito mais gente que votaria no Lula que no Collor. Mas aí o Collor venceu, por três motivos principais: o depoimento devastador que a ex-mulher do Lula deu na campanha do Collor, dizendo que Lula insistira pra que ela fizesse um aborto (o que me lembro que pegou era que ela chamou o Lula de racista. Ouvi bastante gente dizer “Não vou votar no Lula, ele não gosta de preto”); a captura dos sequestradores do Abílio Diniz, a um dia do segundo turno, posando pra TV com camisas do PT (sendo que eram todos estrangeiros); e, claro, a edição que a Globo fez do último debate. O Lula perdeu por muito pouquinho e estou convicta de que, se qualquer um desses três fatos não tivesse ocorrido, ele teria vencido. Se teria feito um bom governo ou não é outra história, que não dá pra saber. Certamente ele e o PT eram muito mais de esquerda na época do que são hoje.
O clima no dia seguinte às eleições era de velório. Até hoje acho aquilo estranho. Eu andava de metrô e ônibus e não via uma só alma feliz. Nenhum sorriso. Zero de comemoração. Mas como, se foi São Paulo que elegeu o Collor?
Collor foi um desastre, e o mais irônico é que ele fez, imediatamente depois de empossado, exatamente o que sua campanha pregava que Lula faria: confiscar a poupança. Eu não perdi um centavo nessa brincadeira, já que nem conta em banco eu tinha. Tudo que eu conseguia juntar trabalhando eu trocava por dólares. Mas sei que todo mundo perdeu muito. E lembro da inflação gigantesca, do preço de uma coisa à noite não custar mais o que custava pela manhã...
Participei também das passeatas pró-impeachment. Eram muito legais. Quem não foi à nenhuma não tem condições de avaliá-las, eu acho. Os caras pintadas sabiam exatamente o que estavam fazendo. Lógico, eles eram jovens e cheios de energia, mas não estavam lá pra fazer festa (e nem eram a maioria). Queriam mesmo que o Colllor renunciasse. Por outro lado, sempre achei que os caras pintadas não teriam existido se a Globo (olha a ironia: a emissora que ajudou a eleger o caçador de maracujás também ajudou a derrubá-lo, indiretamente!) não tivesse exibido, pouco tempo atrás, a ótima minissérie Anos Rebeldes. Toda uma nova geração, que não sabia muito sobre os anos de chumbo, se comoveu vendo a Claudia Abreu como revolucionária, morrendo por seus ideais. Tenho cá pra mim que essa série mexeu pacas com os adolescentes da época. Se a Globo a reprisasse em 2010, e a campanha martelasse bastante o passado revolucionário da Dilma, a candidata do PT ganharia bem mais fácil.
Só tenho uma foto da minha participação pró-impeachment (da qual muito me orgulho). É essa com um amigo finlandês, o Risto, que estava de passagem pelo Brasil. Eu o convidei e ele aceitou, fascinado, porque essas passeatas e comícios eram um mar de gente. Se reuniam 500 mil, um milhão de pessoas, como se dizia, eu não sei. Mas que era uma multidão como eu nunca vi na vida, não há dúvida. O Risto dizia: “Mas tem mais gente amontoada aqui na Avenida Paulista que a população total da minha cidade, Helsinque”. E era verdade.Portanto, pra mim, há tanta emoção, tantas lembranças, tanta esperança, por trás de cada voto, que fica difícil entender quem não gosta de votar, quem sente saudades da ditadura, quem acha que um votinho não faz diferença. Eu sou apaixonada por eleições. Se meu conselho vale alguma coisa, vá à urna com orgulho e consciência e escolha quem você quer que te represente na câmara dos vereadores e quem você quer que governe a sua cidade. Que é sua, é nossa, vale lembrar. É nosso país, nosso planeta, e o único que temos. Bom voto!
32 comentários:
Eu também adoooro votar. Uma das primeiras coisas que eu fiz depois de fazer 16 foi providenciar o título. A minha irmã já não estava nem aí. Só fez ele esse ano, com 19, porque não podia mais adiar. Fico chata em época de eleição. Quero discutir as propostas, falar dos candidatos. Não entendo como as pessoas conseguem ignorar a política, achar que não faz diferença nenhuma. Aí, aí. E eu aqui, votando em Caxias e louca para saber se a Manuela vai ou não passar a Rosário em Porto Alegre...
Não gosto de votar!
Detesto a obrigatoriedade. Claro que quando você acredita em alguém, ou alguma coisa, é legal fazer parte disso. Mas isso nem sempre acontece. E a meu ver, tem acontecido cada vez menos.
Hoje voto contente. Acredito que meu candidato seja uma boa escolha. Mas ele pode não chegar ao segundo turno. E se isso acontecer, encaro uma escolha entre o bispo Crivela ou Eduardo Paes, no segundo turno. Entre os dois, sem dúvida voto no Paes. Mas não me agrada fazer essa escolha. Näo me agrada o fato de que daqui há quatro anos, eu possa estar pensando que ajudei a eleger essa pessoa, não porque acreditava nela, mas porque eu abominava o outro e era obrigado a dar minha opinião em uma discussão em que não pedi para entrar.
Isso não quer dizer que não ache meu voto importante, ou que não fosse votar, caso tivesse essa opção. Apenas acho que seria mais interessante se eu tivesse a escolha. Acho que os políticos teriam mais trabalho para conquistar os eleitores.
Se os americanos elegeram o Bush sem legitimidade, foi porque não se engajaram e, pra mim, merecem o presidente que têm. Depois de uma eleição como aquela, acho que muito mais pessoas votam hoje. Isso é um exercício da democracia. Você ter vontade de votar, porque quer ajudar a colocar o seu candidato no poder. Ou pelo menos ajudar a fazer o outro perder. Quando você não acredita nos candidatos e não tem a menor esperança no governo deles, se torna apenas um exercício de tortura.
Eu gosto de votar, na eleição passada eu estava no Rio e voltei só para votar, mas acho que não devia ser obrigatório pelas mesmas razões que o Leo já disse aí em cima.
caramba, Lola... até chorei lendo seu post, sabia? algumas das primeiras lembranças que tenho da minha vida foi da campanha de 89 (eu tinha 2 ou 3 anos, nasci no final de 86). Lembro da campanha fervorosa que fazíamos pro Lula, lembro da boca-de-urna (eu AMAVA boca-de-urna, era quase uma ida ao playcenter), do meu pai me carregando nos ombros nos comícios pra ver o Lula, das carreatas, e claro, da esperança de um futuro mais justo, já q na época, com meu pai desempregado e minha mãe sustentando a casa sozinha, a gente só não passou fome porque Deus não quis. E, como não podia deixar de ser, lembro da minha mãe chorando ao ver o Collor subindo a rampa do palácio do planalto.
O plano collor não afetou diretamente minha família, já que tb não tínhamos quase nada no banco. porém, com a crise, o consultório da minha mãe, q já era fraco, esvaziou. ninguém tinha dinheiro pra tratar os dentes.
Por último (pra não entrar nas memórias políticas da minha adolescência), lembro do meu irmão segurando o jornal em 92 e dizendo: "Este ano vc vai ter o melhor presente de aniversário do mundo, adivinha o q é!" - e lembro de comemorar meus 6 anos em frente à tv, com o meu ursinho Totó, acompanhando a votação do impeachment, que foi em 29/09!
Resumindo, pra mim, a vida política está tão impregnada de memórias afetivas, q, embora nao seja mais uma militante roxa, é impossível não se emocionar com as eleições, por menos q vc acredite numa mudança, ou por menos chance q seu candidato tenha de ganhar.
Que pena eu não posso escolher meu candidato hoje, pois eu estou na bahia e meu titulo eh de Buzios, RJ, aonde certamente eu votaria no Mirinho Braga....
assim estou eu aqui a te ler e ouvir o Bob Dylan.....
Não é questão de gostar ou não gostar. É questão de consciência. Voto com prazer, não acho "uma carga" ter que sair pra ir votar.Nesta eleição, por ex., optei por um candidato que não vai ganhar. Isso pode dar o voto pra quem está na frente, mas não podia fazer diferente, visto que não gostei dos primeiros colocados. Não temos bola de cristal, mas pelo menos pensamos que "nosso" candidato é o melhor. O que nos falta é cobrar depois, seja quem for o eleito, e isso não fazemos.
Mesmo que o voto não fosse obrigatório, votaria do mesmo jeito. Sou cidadã, tenho que ter consciência e acreditar que alguém, um dia, fará a diferença nesse nosso país.
Oi, Lola.
Fui uma cara -pintada, com muito orgulho.
E é isso mesmo, nós, adolescentes, fomos mesmo influenciados pela minissérie Anos Rebeldes.
Mas eu e minha turma não estávamos brincando, não, a gente queria mesmo tirar o Collor, a minissérie foi um pontapé.
Lembro que pedimos à diretora do colégio apoio para nossa passeata, ela não deu e ainda, a polícia acompanhou de perto nosso manifesto.
Voto desde os 16 e me sinto privilegiada por ter podido votar toda minha vida, graças ao valor e trabalho e tanta gente que lutou pela democracia!
beijos
Eu adoro eleição, campanha, tudo. Fui fiscal do PT (apesar de só ter votado no Lula no segundo turno de 89), criei campanha de graça pra candidatos sem verba, acho necessária a obrigatoriedade (ops, agora apanho) e não entendo por que as pessoas não gostam de política, sendo que acompanham novelas tão chatas, campeonatos de futebol ainda mais corruptos e tudo. Eu tinha tanto pra falar sobre teu post, acho que depois volto. E hoje vc votou?
Eu também fui cara-pintada, foi na época em que eu frequentava um grupo de discussão sobre o Manifesto Comunista numa sede do PSTU.
Também faço questão de votar, mas entendo quem não goste e vá apenas por obrigação, a sensação de impotência, de que nada vai mudar é muito grande nesses tempos, diferente de antes onde a gente acreditava na mudança.
Lola!
Desde que comecei a ler teu blog o que mais me encantou foi a tua pessoa politizada!! Melhor ainda quando notei que és "esquerdista"!!
Lendo o teu post de hoje, concordo integralmente.... até mesmo com a ausência de opinião formada a respeito da obrigatoriedade do voto!
INFELIZMENTE não votei! Apenas justifiquei!!
Penso que a política é inerente à vida em sociedade, quer gostes ou não! Portanto, para viver melhor temos que pensar e discutir política!
Também acho que a política está cada vez melhor! Não acho que seja tão nojenta assim, como tantos dizem.... acho até que nunca foi tão limpa! Penso que estamos caminhando no sentido certo!
"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa
dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra,
o corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais."
Texto de Bertold Brecht, escritor e teatrólogo alemão (1898/1956)
Oi, Lola!
Eu teria, supostamente, mais chances de votar já que voto em mais de um país, mas eu só votei uma vez na minha vida por nunca estar no local e por uma outra série de questões. Mas eu sou totalmente contra a obrigatoriedade do voto, tendo também nascido num pais que era uma ditadura na época (e tendo fugido de lá!) nunca me senti menos cidadã por não ter votado, muito pelo contrário, o que eu adoro da democracia é o fato de que deveria dar ao cidadão direitos, direito de se expressar, de ter voz, etc. Mesmo essas pessoas que acham que o voto não tem valor, que não se lembram em quem votaram, que não acompanham, elas também são cidadãs, elas também tem deus direitos e quem é eleito deve governar não só para quem votou nele, mas para todos! Os eleitos devem satifação a todos os cidadãos e não só àqueles que votaram. Eu não sei se o fim da obrigatoriedade no Brasil, em específico, ajudaria a fazer com que as pessoas mais "politizadas" votassem ou acabariam por favorecer àqueles "caudillos" que conseguem uma grande mobilização sempre. Mas em ambos os casos, eu me pergunto, e daí? Eu não acho que o meu voto ou o meu candidato tenha mais valor que o voto de outrem e o candidato de outrem. O que me deixa triste é quando certas pessoas ficam criticando outras pessoas ou falando que não sabem votar, como se a escolha delas não valesse. A mim parece que essas pessoas só são democráticas quando os votos vão para os candidatos delas! Enfim, divago... Acho que o voto algo maravilhoso, uma conquista mesmo! Mas o exercício da democracia vai muito mais além do próprio voto para mim.
Beijos, Alê
E não é só o votar. É todo o processo, as campanhas, as discussões (saudáveis), a vontade do melhor pra nossas cidades - é tudo maravilhoso. Melhor ainda, se os resultados forem positivos! Boa sorte pra nós :)
Bruna.
www.brunadj.blogspot.com
Paula, votar é ótimo mesmo! Vc preferia a Manuela?
Pois é, Leo, pode ser impressão minha, não conheço pesquisas a respeito, mas posso apostar que isso de “não gosto de votar” é muito mais comum entre pessoas que votam na direita que nas que votam na esquerda. A esquerda é muito mais engajada. Até porque a direita muitas vezes se caracteriza pelo governo mínimo. E, se a pessoa acredita que o governo não deveria interferir na vida das pessoas (e, principalmente, na vida das empresas), como acreditar em algum governo? É até contraditório votar e ser de direita ao mesmo tempo.
Sobre os EUA, espera-se que mais gente vote nessas eleições de novembro que nas duas últimas. Mas apenas pelo fator novidade. O Obama puxa muito o voto dos jovens, de gente que nunca votou antes. Ao mesmo tempo, pode ter um monte de gente de direita que faz questão de comparecer às urnas apenas porque gostam da Sarah Palin. Talvez tenha mais a ver com o/a candidato(a) que com as propostas ou o partido, e isso eu acho um erro enorme, porque o candidato não vai governar sozinho.
Kaká, como eu disse, não tenho opinião formada sobre a obrigatoriedade do voto. Eu tenho a impressão que, se o voto não fosse obrigatório, a esquerda teria mais chances de ganhar, porque só o pessoal mais engajado votaria. Só que conheço um monte de gente de esquerda que não vota. Monte mesmo. É gente que não transferiu o título pra cidade onde mora. Já mora na outra cidade há anos e prefere justificar a transferir. Em compensação, muitos alienados políticos ficariam longe das urnas se não precisassem votar por lei. E alienado tem propensão a votar na direita, na pessoa, no candidato que acha mais bonitinho...
Lauren, não sabia que vc era tão jovem! Pensei que vc já tivesse seus 30 anos. Ah, eu também amava boca de urna. Fiquei tristíssima quando a lei proibiu de fazer. Continuei fazendo, mas é um saco ser ameaçada de prisão por estar CONVERSANDO com as pessoas sobre política. Incrível como vc tem todas essas memórias afetivas da campanha de 89 mesmo sendo uma criancinha na época. Essa é uma aprendizagem pra vida toda. Não adianta, se vc foi criada assim, vc vira um animal político pra vida toda. Claro que eu considero isso uma grande qualidade!
Que pena que vc não possa votar, Fátima. Mas vale a pena transferir o título pra cidade onde se mora. Não é tão difícil (o maridão também levou um tempão pra transferir. Só quando eu consegui o meu título é que ele começou a votar em Joinville).
Lucia, concordo que votar seja questão de consciência. Mas dá pra ser consciente e sentir prazer ao mesmo tempo, não? Por isso eu adoro votar. Sinto uma alegria muito grande, orgulho mesmo, em votar. Concordo também que precisamos cobrar dos eleitos, sempre. Mas é bom pensar micro ao invés de macro. Ao invés de querer uma pessoa que vai “salvar” o país, dá pra votar com consciência em gente relacionada ao governo da nossa cidade - vereadores, prefeito... Assim é até mais fácil fiscalizar, e a administração de um prefeito afeta mais a minha vida que a de um presidente, eu acho.
Ah, Cris, é por isso que o pessoal de esquerda tem birra com a polícia. Quantas vezes a política já “acompanhou” manifestações políticas totalmente pacíficas? Quase sempre é pra intimidar mesmo. É horrível jogar um aparato policial armado em cima de uma multidão que está apenas exercendo um direito seu de protestar, de reivindicar. Mas que legal que vc foi uma cara-pintada. Hoje o pessoal fala mal dos cara-pintadas, ficam revoltados, dizendo: “Cadê eles agora, que não participam de movimentos 'populares' (ha!) como o Cansei pra tirar o Lula?”. Não entendem que quem faz passeata é a esquerda, não a direita. A direita fica em casa reclamando.
Tina, então, eu consegui votar. Fiquei muito feliz. Não tenho certeza sobre a obrigatoriedade, mas tampouco entendo gente que diz odiar política. É verdade, como que dá pra acompanhar novelinhas chatas e campeonatos de futebol e não querer saber nadinha sobre partidos políticos, projetos de lei, história? Acho que a maior parte das pessoas opta por se alienar. E essa é uma decisão consciente.
Ashen Lady (esqueci seu nome real de novo!), pois é, bem o perfil de um cara-pintada: leitor do Manifesto Comunista! Sobre a sensação de impotência de quem odeia política, acho que uma pessoa assim nem pode esperar muito de um governo (qualquer governo). Conheço bastante gente que poucos meses depois não se lembra mais em quem votou. E às vezes penso que, se essas pessoas não precisassem votar, o resultado das eleições seria mais coerente.
Daniela, que bom que vc gosta da minha postura politizada! É, eu fui alienada em pouquíssimos períodos da minha vida. Às vezes dá vontade sim de ver novela ao invés de ler jornal (aliás, não leio mais jornal, só sites e blogs, porque não aguento mais ser tratada como débil mental). É verdade, a política envolve a todos, faz parte da nossa vida, mesmo da vida daqueles que dizem odiar política. Gosto desse texto do Brecht! Como existe analfabeto político...
Oi, Alê. Concordo que os políticos têm que governar para todos, mesmo para aqueles que não votaram, ou não votaram neles. Mas cada político vai se guiar de acordo com sua ideologia e a do seu partido (que deveriam ser muito próximas), então fica difícil um prefeito do DEM governar “pra mim”. Eu só tenho que acatar o resultado de que o meu voto não foi a da maioria e, claro, fiscalizar pra que esse político não seja corrupto. E me mobilizar se alguma de suas ações for péssima pra mim e pra minha comunidade (como, por exemplo, o cara querer fechar uma escola ou um hospital). Mas tudo isso é muito mais fácil de fazer se o eleitor for politizado. E eu acho que os meus candidatos têm mais valor que os outros, sim. Não sei se meu voto tem mais valor (afinal, é só um voto), mas, por ser politizada e conversadora, eu me enquadro um pouco nessa categoria (meio fajuta) de “formadores de opinião”. Isso de acusar os outros de “não saber votar” é sempre assim: quem perde sempre diz isso. Pra mim, não saber votar é votar em quem é mais bonitinho, ou não se lembrar em quem votou, ou vender o voto, ou, inclusive, ignorar o passado de cada candidato. Mas concordo também que o processo político de cada cidadão vai muito além de simplesmente comparecer às urnas.
Bruna, é isso mesmo. Eu tava pensando que, nesse ponto de “fazer o melhor pras nossas cidades”, os políticos americanos de direita parecem ser mais honestos que os nossos candidatos de direita. Pelo menos eles dizem que esse negócio de direito à saúde pública não tá com nada, e que as mulheres deveriam pagar pelas creches... Os nossos políticos de direita nunca dizem isso durante a campanha!
meninaaaaaa!!!! quem é esse pedaço de mau caminho ao teu lado, na foto??
Eu não sou fanática por este 'direito/dever' cidadão, não.
Confesso que, na maioria das vezes teria ficado em casa tranquilamente, em vez de sair para votar.
Desta vez, não.
Votei num candidato que confio, gosto muito, cujo rosto não enfeitou uma única filipleta/cartaz/poster/banner/bottom ou adesivo (olha a ecologia aí, gente) e, estou radiante em vê-lo no segundo turno.
Vamos ver se ele consegue se eleger contra o favorito.
Beijos
Bem, eu sou militante o PT desde os 15 anos, apesar de só ter podido votar aos 18 (outros tempos), acompanhei toda a campanha das Diretas, fui ameaçado de expulsõa da escola técnica por isso, vesti Amarelo (horrível, mas era a cor da campanha Diretas Já), chorei quando a emenda Dante de Oliveira não foi aprovada (embora tenha tido maioria), e a cada eleição eu fico com o coração na boca.
Lola, ganhamos no pirmeiro Turno aqui no Recife, com 51,54%, 25.827 de diferença para a soma dos outros candidatos, ainda há uma "batalha" judicial a ser cumprida que se se ativer aos critérios meramente jurídicos já está ganha...
Quanto a Joinvile, bota essa militância velha (e nova também) na rua, que eu quero comemorar Carlito Merss Prefeito da maior cidade catarinense...Bota o DEMO pra correr, vade retro
Eu tirei título aos 16, fiz campanha quando era criança e reabriu eleição pra governador. Gosto mesmo da coisa, mas esse ano não fui. Escrevi minhas razões no blog, mas basicamente foi carro ruim e doença, senão tinha ido.
Mas já que não fui, aproveitei a sensação....foi estranho.
beijos
Tb achei o finlandês tudo de bom.Por onde ele anda? ;-)
Tou perguntando pela colega jú, claro.
Bjos
Eu sou dessas pessoas que você não consegue entender. Odeio votar. Adiei até onde eu pude, mas esse ano não tive escapatória.
Acho que eu odiaria menos política se tudo não fosse um grande circo de marketing, onde ganha que tem a melhor agência, as melhores musiquinhas, a melhor foto. E isso fica pior quanto menor é o cargo.
Dou graças a thor que isso tudo está perto de acabar.
Eu nunca gostei de votar. E continuo não gostando. Tenho 27 anos.
Ju R, então, esse é o meu amigo finlandês, Risto. Faz muito tempo que não falo com ele. Perdi o contato. Mas ele era muito boa gente. Eu não o achava muito bonito não, mas simpático e querido, sim.
Chris, que bom que vc se entusiasmou! Eu realmente adoro votar, mas às vezes tenho que anular o voto. Não sinto muito orgulho disso, mas não tenho opção. Aqui em SC sempre tem segundo turno entre a turma do Luiz Henrique e a turma do Esperidião Amin. E como não voto em nenhum dos dois, acabo anulando. Mas mesmo assim gsoto de comparecer às urnas.
Gio, eu gostava de vestir amerelo! Nunca achei uma cor feia, pelo contrário. Prefiro o vermelho, claro - essa cor que o pessoal de direita olha e grita: “vermelho não faz parte da bandeira do Brasil, sua comunista!”. Pois é, sei o que tá acontecendo aí no Recife. Espero que o candidato do PT consiga assumir. E sobre o Carlito aqui em Joinville, falta só 13%. Nunca estivemos tão perto. Mas claro que não será nada fácil! Se fosse, o PT ou algum outro partido de esquerda já teria vencido aqui. Lembro que quando cheguei aqui, em 93, havia um Lula nojento, do atual PP, que era prefeito da cidade. E, como muita gente tinha ódio do PT, referia-se a esse podre como “o nosso Lula”. Ainda há muita gente aqui que odeia o PT...
Malena, acho o máximo poder votar aos 16 anos! Aliás, acho ótimo haver eleições a cada dois anos, pro pessoal se acostumar com a democracia. Foram muitas décadas sem nada de urna!
Ah, vc é tão altruísta, Malena! Perguntando pelo findandês por causa da Ju! Então, perdi contato com ele. Lembro que ele dizia que morava num país com temperaturas negativas boa parte do ano, mas que nunca tinha passado tanto frio na vida que quando esteve no Paraná... Porque aqui não temos calefação, roupas especiais, essas coisas.
Ai, Li, como que vc pode querer ser jornalista e odiar votar? O marketing é importante numa campanha política, não resta dúvida. São muitos candidatos, e eles tentam se destacar como podem. Seria melhor se as pessoas votassem pelo partido, porque aí se discutiriram mais propostas, mas não é assim que funciona no Brasil. Aqui em Joinville vamos ter segundo turno. Vai ser tão emocionante!
Alessandro, bom, quem sabe algum dia vc se empolgue e vibre com as eleições tanto quanto este animal político que vos fala.
Lola, nao conhecia seu blog, obrigada pelo seu post!! Eu nao fui cara pintada e nao lutei pela democracia porque nasci em 83... mas me lembro de 89, na escola, do Lula, da Globo, do meu conversando sobre política comigo e etc...
Seu post foi o melhor post sobre uma eleicao!! Obrigada por dizer tudo isso!! E eu com 16 fui correndo fazer meu título!! Adoro votar! Pena nao estar morando no Brasil agora.
Um beijo pra vc
Adorei a foto!!!!!!!!!!!!
Lola querida, parabéns! Se tivesse que fazer um top 5 dos seus melhores posts, esse entrava fácil. Me deu saudades e orgulho de uma época que não vivi, mas que agora queria ter vivido.
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VCS GOSTAM DE VOTAR, TUDO BEM EU RESPEITO, MAS EU DETESTO VOTO PORQUE SOU OBRIGADA, A COISA, MAS CHATA ESSAS CAMPNHA POLÍTICA É AQUELE BARULHO ENSUPORTAVEL, PAPEL JOGADO PELAS RUAS E AINDA NÃO BASTA PARA ELES, TEM QUE TER HORÁRIO POLITICO MEU QUANDO ESTOU ASSISTINDO TV AQUELE POGRAMA LEGAL, DERREPENTE TEM INTERROMPER TODAS PRGRAMAÇÕES SO PRA TER HORARIO POLITICO NINGUÉM ALGUENTA MAIS, TOMARA QUE NINGUE IMPATA, PELO AMOR DE DEUS. ESSA É A MINHA OPINIÃO.
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