segunda-feira, 15 de agosto de 2011

“A MAIOR CRUELDADE É QUE A GENTE APRENDE A SE ODIAR”

"Ame a si própri@", diz a mensagem deixada na areia

Janaína, uma leitora muito triste, me enviou os dois emails que reproduzo abaixo.

Lola, li seu post sobre padrão de beleza e sobre os corpos dos atletas. Concordo com você que somos condicionados a gostar de determinado padrão de beleza, mas eu não sou forte o suficiente como você: eu me deixo afetar.
Sabe, Lola... Sou gorda. Muito gorda. Sempre fui. Quando tinha 14 anos, o meu apelido era baleia. Também me chamavam de feia e gozavam do meu cabelo, que era bem crespo. Um dia, perto do meu aniversário de 15 anos, um dos meninos da minha turma descobriu que eu era a fim de outro garoto, da outra turma, amigo dele. Por "diversão", os dois fizeram uma aposta. Se o cara ficasse comigo, ganharia 20 reais. Não preciso nem dizer que ele ganhou os 20 reais e todos me zoaram. Mudei de escola.
Dez anos se passaram e agora alisei o cabelo e já emagreci bastante, mas continuo gorda. E tenho estrias horrorosas e celulite e flacidez. Estou juntando dinheiro para plásticas. Os tratamentos para estrias são caríssimos e muito dolorosos. Já ouviu falar em carboxiterapia, Lola? Nossa, dói demais. E custa mais de mil reais o pacote com dez aplicações! E, apesar de tantos gastos, não há garantias de que as estrias vão sumir completamente: vão apenas diminuir.
Eu moro perto do mar, mas não vou à praia, embora goste muito de água. Também não vou ao clube e não frequento piscinas. Tenho muita vergonha do meu corpo. Também não faço sexo. Não por ser moralista, religiosa, ou por esperar o "cara certo", mas porque acho que, por mais que o cara esteja a fim de mim, quando eu tirar a roupa e ele se deparar com minhas gorduras, minhas celulites, minhas estrias, vai rir de mim.
Aliás, nesse ponto, eu me pareço com os "masculinistas". Eu não acredito em homem-exceção. Para mim, todos eles vão rejeitar minha aparência. Também não acredito em amor verdadeiro, Lola. Acho que ninguém (homem ou mulher) se apaixona por gente feia. Sei que o que estou dizendo não é nada racional.
Até porque, o problema nem é o que os homens pensam ou deixam de pensar. É o que eu penso. Imagina, não vou à praia por vergonha de minhas gorduras, Lola. Eu me privo de um prazer por medo do olhar dos desconhecidos da praia.
Sabe, Lola, não é que eu seja fútil: eu nem queria ser admirada pela beleza. Só queria não ser rejeitada e só queria não me rejeitar por conta da aparência.
Acho essa história de beleza interior a mais cruel das piadas.
Por enquanto, continuo nos dolorosos e CAROS tratamentos estéticos e tentando juntar dinheiro para as plásticas.
É triste, Lola. Mas a auto-estima nem sempre é tão fácil de se ter quando a gente está fora do padrão. A maior crueldade de todas é que a gente aprende a se odiar.
(agosto) Mais uma vez seu post foi feito para mim. Eu sou dessas que sofrem e sofrem e sofrem por conta do corpo. Como já te contei, até hoje tenho problemas que não passam. Sinto-me excluída do mundo, pois a beleza, que me falta, é fundamental para a felicidade. Para ter um bom emprego, é necessário ter uma boa aparência. E a vida amorosa, então, Lola? Todos os dias publicam-se matérias sobre como a BELEZA está em primeiro lugar para homens. Eu tenho problemas sexuais, não pelo sexo em si, mas pela não aceitação de meu corpo. Não fico nua na frente de ninguém. Não vou à praia. Não coloco biquíni. Nunca. Tenho horror por meu corpo e achei que as plásticas e tratamentos estéticos ajudariam, Lola, mas parecem mais fábricas de ilusões.
Daqui a poucos anos, terei 30 anos de idade. E ainda não superei o bullying, ainda não aceitei meu corpo, ainda não desaprendi a me odiar.
Continue escrevendo, seus textos são maravilhosos.

Eu aqui. Janaína, publico esse dois emails porque tenho certeza que eles falam a muita gente. Quantas mulheres você conhece que gostam do seu próprio corpo? Eu conheço pouquíssimas. Em maio participei de um seminário no Sesc sobre Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado. Uma pesquisa do Sesc junto a Fundação Perseu Abramo nacional, muito abrangente, com 2.365 entrevistas com mulheres e 1.181 com homens, foi feita em 25 estados, com resultados interessantíssimos que ainda preciso tratar aqui. Mas um dos números que chamou minha atenção foi que 70% dos homens e 50% das mulheres diziam estar totalmente satisfeitos com a aparência. Aquele número altíssimo — metade das mulheres se aceita como é! — não bate com a realidade que conheço. O coordenador da pesquisa, o muito simpático Gustavo Venturi, professor da USP, me explicou o que acontece: parece que, a partir de uma certa idade (40, 50 anos), as mulheres passam a se aceitar. Quando elas percebem que já estão fora do padrão de beleza mesmo (que é sempre ligado à juventude), quando a pressão social (de que toda mulher deve ser decorativa acima de tudo) já não pode mais ser exercida, as mulheres começam a se sentir melhor. Ou seja, a invisibilidade pode ser positiva! Essa invisibilidade é assim: como mulheres só têm duas funções, ser mães e ser belas, e como essas duas funções já não podem mais ser cumpridas após uma certa idade, nos tornamos “invisíveis”, ninguém mais presta atenção na gente. O lado bom é que ficamos livres da patrulha!
Certo, não é bem desse jeito que as coisas funcionam. Continuamos sendo avaliadas e julgadas, só que bem menos do que antes. Mas o principal é que talvez nós mesmas passamos a ser mais boazinhas conosco. Porque vamos pensar: por quantas pessoas precisamos ser aceitas? Se somos hétero, quantos homens precisam nos achar lindas e sensuais? A menos que você seja miss, modelo ou atriz, a resposta é: um só. Não precisamos conquistar o mundo, até porque nem dá. Nem a Gisele Bundchen é universalmente aceita. Não existe unanimidade.
E esse homem (a menos que não queiramos ser monogâmicas) vai gostar da gente por uma série de fatores que vai muito além da aparência. Desculpa a comparação, mas sabe como a gente se apaixona pelo nosso cachorrinho e passa a considerá-lo o cão mais lindo do mundo? Pra outras pessoas ele é um cão normal, nem bonito nem feio, mas pra gente ele é especial. E por quê? Porque ele é nosso, porque a gente o conhece bem e o ama. Agora imagine só o que a gente sente por alguém da nossa espécie, que fala a nossa língua, com quem fazemos amor.
Mas eu disse que basta uma pessoa nos aceitar? Me enganei! Na realidade, o primeiro ser que precisa se aceitar é... você mesm@. Isso fica claríssimo nos seus emails, Janaína. E você tem total ciência disso. Você sabe que está se privando de prazeres (de praia, de sexo) por causa do que você acha do seu corpo e pelo que você tem certeza que os outros (desconhecidos, em sua maior parte!) vão achar. E você já percebeu que plásticas e quilos a menos não resolverão a sua rejeição. Você sabe que ainda não superou o bullying, e que ainda não desaprendeu a se odiar. Você já sabe de tudo isso. Então minha pergunta é: até quando você quer se odiar? Será que com 40, 50 anos você se aceitará? Vale a pena ficar mais uma ou duas décadas ou a vida toda sem sexo e sem mar (que você gosta!) porque você aprendeu que é horrível, e isso porque você acreditou num bando de cretinos que te chamaram de baleia?
Eu me identifico muito com você, Janaína. Tive a sorte de não ser bullied na escola, depois tive a sorte de levar pra cama todos os garotos que sempre quis (apesar de ser gorda!), e mais tarde tive a sorte de me apaixonar por um cara muito lindo (é você, ô maridão! Antes que ele pergunte “Quem é ele?”) e ser correspondida. Mas nem o meu feminismo, nem os meus estudos, nem a minha perspicácia pra saber que as imagens que nos cercam são mentiras, foram capazes de me livrar de anos e anos de desgosto de mim mesma. Foi só com 40 anos, por aí — e devo dizer que ler O Mito da Beleza (disponível online) e escrever este blog me ajudaram demais —, que comecei um processo de autoaceitação. Não vou dizer que me odiava antes (ódio é uma palavra forte demais), mas eu me sentia inadequada sempre que me olhava no espelho. Hoje continuo vendo defeitos, lógico. Só que estou mais tolerante.
Os bullies que nunca tive hoje são trolls, que me detestam não pela minha aparência (eles nem me conhecem!), e sim pelo que eu penso e escrevo. No entanto, quase sempre tentam me ofender dizendo que sou feia, gorda, boba e chata, o que eu chamo de argumentação da quarta série. Esses insultos tão maduros e embasados me afetam muito menos que um mosquito aqui em casa (pois mosquito pica, enquanto troll só faz ruidinho). Porque pensa só: um babacão que aparece pra me xingar de baleia está depondo contra mim ou contra si próprio? Ele sabe que é contra si próprio, tanto que tem vergonha de fazer isso sozinho. Precisa fazê-lo anonimamente ou estar no meio de um grupinho de amigos, porque pega mal. Não pega mal pra mim — eu não me deixo afetar, acho baleias divinas, não acho gord@ sinônimo de feiura —, mas pra ele. Você acha que muita gente acha legal o que seus colegas paspalhos fizeram contigo quando você tinha 15 anos? Não, só os trolls acham legal. Ou fingem que acham. É bem provável que aqueles adolescentes que te humilharam amadureceram. E, se lembrarem do que fizeram com você, sintam vergonha.
Eu acredito na diversidade das pessoas, Janaína. Acho que, assim como nós existimos em todos os tamanhos, formas, e cores — e que essa diversidade é linda e positiva —, existe gente que se deixa contaminar menos por um padrão único de beleza e aprende (precisa ser autodidata!) que há beleza em tod@s. Não há nenhuma lei dizendo que gord@s devem morrer sós e infelizes. Mas não será um blog que melhorará seus problemas de aceitação. Você precisa de ajuda psicológica, Janaína (não é demérito — acho que todo mundo se beneficiaria de terapia. Principalmente os bullies e trolls).
Você aprendeu a se odiar. Agora precisa desaprender. Quanto antes, mais tempo te sobrará pra fazer sexo, pegar praia e ser feliz.

128 comentários:

... disse...

Olha gata, vou te dizer que eu era assim até ter minha filha. No pós-parto mesmo eu já desistí de ser "mulher gostosona" e me dedicar à minha filha prioritariamente. O marido? Nunca na minha vida recebí tantos elogíos, mesmo com uma barriga mole e flácida (alow, tinha um bebê lá dentro, aposto que a minha tava mais flácida que a sua), com estrias que íam da marca do biquini até o umbigo, o peito pingando leite na cara dele e tudo o mais. Óbvio que vaidade é importante, mas acho que não precisa exagerar. Ninguém saiu de uma forma de mulheres perfeitas e alimentar esse tipo de pensamento é cruel com as outras mulheres! Tem muito cara que se amarra numa gordinha, e pra mim esses sim são homens de verdade, até porque todo mundo tem defeito e homem tb tem estria, braço mole e uma infinidade de coisas que torna o corpo deles mais atraente, justamente por mostrarem que eles tb são normais. Gosto de ter um corpo "melhorzinho" pq eu me amarro em esportes e essas coisas, mas bah, se não der pra voltar tb, nada que um bom maiô não resolva! :D

beijocas,
Aretha
www.oquehadeerrado.blogspot.com

Paut Khepera disse...

Engraçado como é a vida e a sincronicidade.Eu escrevi sobre isso num blog meu.E em como depois de 34 anos eu consegui olhar cara a cara para meus seios que nunca foram dentro do padrão.Como manter dentro do padrão se eu visto sutiã 46 e 48?

Na adolescencia eu andava com a menina mais bonita e mais gotosa do bairro.Ela era minha amiga mesmo...eu que era paranoica e passei anos achando q ela era melhor e u...pq era magra. Eu poderia ter aproveitado melhor aquela fase e aquela amizade.Mas passou...agora eu aproveito muito bem que eu sou e a vida que tenho.Ergui a cabeça e segui.Hoje eu posso dizer que sou feliz.Nãio uma felicidade babaca,mas uma felicidade simples e calma.

Se ajudar alguem,o texto é esse: http://rubraalma.blogspot.com/2011/08/momento-de-prazer.html

Adoro seu blog! =)

Lucas disse...

Perfeito Lola!
Tudo que foi aprendido pode ser desaprendido. É assim com o machismo, a homofobia, o desrespeito e o egoísmo da sociedade, e também o ódio. Pelos outros e por si mesmo.

A moça é um exemplo perfeito das crueldades que a ditadura da beleza podem impor a uma pessoa.

Eu também acho que terapia é uma alternativa super válida. É muito difícil lidar com todos os tijolos quebrados da construção da nossa personalidade sozinhos, ajuda sempre é bem vinda.

Porque o primeiro passo é ela aprender a se amar. Ser gord@ ou fei@ para um determinado padrão não é sentença de sofrimento eterno.
Você vê milhares de pessoas fora do padrão que são muito bem resolvidas consigo mesmo, com vidas sexuais saudáveis e ativas e com companheir@s que @s amam e aceitam.

E o segredo para isso é você se amar e viver a vida que quer viver, não se esconder. Mostrar pro mundo todas as suas qualidades, mostrar que você é um ser humano completo, não só uma aparência. E quem tiver que te desejar ou te amar, vai fazê-lo.

E viva a diversidade!

Flávia Simas disse...

Janaína, se eu fosse vc eu pegava esse dinheiro gasto com plásticas, carboxi e afins e viajava muuuito! Sijoga no mundo, conheça outras culturas, com certeza vc vai conhecer lugares (e pessoas!) muito interessantes, que vão muito além desse pensamento medíocre de que mulher tem que ser perfeita e malhada. Eu conheço muita gente que voltou renovada de viagens assim, com outra cabeça, e isso ajudou e muito a vencer obstáculos. E eu sou uma delas - na minha cidade natal eu era invisível, fora de lá não é assim, e eu não mudei nada, a barriga continua grande, o cabelo continua crespo, as celulites e manchas na pele tão tudo aqui comigo, mas minha auto-estima melhorou, simplesmente pq eu vi que esse padrão de beleza brasileiro é MUITO cruel. Quando eu viajo ao Brasil eu volto a ser invisível, mas sabe, isso não me irrita mais, isso não abala mais a minha auto-estima nem um pouco. Hoje, com 30 anos, eu estou muitos quilos acima do peso e me acho linda, mesmo quando vou ao Brasil e tudo parece me dizer o contrário.

Andréa disse...

Achei o texto da Janaína triste demais... Talvez pq eu saiba o que é sofrer bulling na pele quando criança. Talvez pq eu saiba que existem MUITAS mulheres passando exatamente pela mesmo coisa que ela. Talvez pq eu tb não me aceite completamente...

Fato é que nós, mulheres, precisamos mesmo entender que não existe perfeição e que modelos e atrizes não acordam bonitas daquele jeito.

Precisamos aprender a ter amor próprio ou nunca nos sentiremos felizes.

E precisamos fazer a nossa parte para não perpetuar essa cultura do inatingível.

aiaiai disse...

Janaína, a lola já disse tudo. Vou apenas reforçar.

Não adianta a gente ficar aqui dando exemplos e tentando te convencer a mudar. Você já sabe de tudo isso. Você mesma diz q o padrão é absurdo, q vc tem vergonha de você, q você se sente assim por causa de um bando de babacas q te sacanearam na juventude...e vc sabe que eles eram babacas.

Então, minha querida, procure ajuda de um profissional e tenha cuidado também ao procurar essa ajuda. Não vá aceitando qq um como senhor da verdade. Eu acho que terapia em grupo seria muito bom para você e para as pessoas q participarem do grupo, pq você tem muito a dizer e ensinar!

Faça isso logo...e vá a praia!!!

Te garanto: ninguém nem vai notar q vc está acima do peso. As pessoas vão a praia para se divertir, não para reparar nas outras. Se alguém ficar reparando em você é porque esse alguém faz parte do grupo de Babacas q não sabe se divertir!!!

Anônimo disse...

Eu me identifiquei horrores com as palavras da Janaína. Até queria conhecê-la e conversar um pouco =)

Passei por exatamente as mesmas coisas que ela. E, neste ano, agora com 24 anos, finalmente resolvi consultar um psiquiatra e começar uma psicoterapia. Junto a isso, conheci o blog da Lola e de diversas outras feministas, passei a acompanhaer diariamente e devorei todinho o livro "O mito da beleza". Posso dizer que isso tem sido mais do que 50% da minha terapia e me ajudou MUITO a começar um processo de auto-aceitação.

Ultimamente, sinto-me "Invisível" como a Lola citou. E é MUITO libertador! Eu simplesmente não me submeto mais a julgamentos, e quem quiser julgar, que se dane. Não to aqui pra isso. Passei a ir a praia novamente (que eu adoro) e não ligo pra mais nada.

Não é fácil não, mas garanto que se você, Janaína, começar a ler mais sobre isso, frequentar blogs como o da Lola e conviver com pessoas que pensam parecido, você vai enxergar que o mundo não se resume ao que a mídia e os mascus dizem pra gente. Garanto! E é ótimo. Você vai se sentir tão bem consigo e é capaz de amar cada gordurinha sua. Eu aprendi a fazer isso!

Leia "O mito da beleza". Sua vida vai mudar! Hehehe. Sério, seu olhar sobre certas coisas vai ficar bem mais apurado e você vai se sentir tão superior a tudo isso... vai ser muito, muito libertador!

Fico à disposição se quiser conversar comigo.

Novas Descobertas disse...

Janaina, acho que vc precisa de um tratamento mesmo, com psicologo, eu tenho um problema de depressão e stress que foi provocado desde baixa estima até comportamento, rejeição, familia, amigos, sociedade. Agora estou bem melhor depois que encontrei um psicologo bom. Não se deixe levar por preconceitos e procure ajuda, quanto mais antes melhor, no meu caso até remédio estou tomando por causa desses problemas ai em cima. Eu já tenho 35 anos, sou gorda, feia, desajeitada, etc. Mais para mim isso é os olhos dos outros que veêm assim, eu estou me amando, eu preciso disso.
Você também precisa. Abraços.

Ginger disse...

Hey Janaina! \o/

Eu entendo vc, tenho muitos problemas com aceitação do meu próprio corpo...tenho o cabelo "ruim" pra piorar sou ruiva, (odeio ser ruiva) me chamam de cabelo cor de agua de salsicha, falam que ele parece mais um cobre velho do que um cabelo. Não me deixam em paz na escola e não tenho muitos amigos.

As pessoas não entendem muito bem pq eu fico quieta no meu canto, querem que eu vá interagir com as outras meninas, mas como vou fazer isso? Sei que vou me machucar...

E essa coisa de beleza interna me irrita profundamente se vc quer saber!!! Acho muito hipocrita, na boa, kd a beleza interna dos outros? Se eles tivessem a gente não estaria sofrendo avacalhação. Mas ai eu pensei bem.

Não importa o que os outros vão pensar da gente, quer dizer, não muito, só vc sabe como vc é realmente, das suas qualidades e defeitos como pessoa, essas criaturas chatas não conviver contigo pro resto da vida, elas passam...

As vezes a gente meio que se perde,mas posso te garantir, vc tem tanto direito de ser FELIZ como qualquer outra pessoa, já pensou que não pode provar o contrário? Está ai a maior prova que vc tem tanto direito de sorrir.

Ha! Eu acabei achando uma coisa legal pra fazer por acidente, na educação fisica acabei optando por jogar de goleira no Hand, pq a calça cobre minhas pernas (tenho vergonha mil delas). Mas dai eu descobri que gosto muito de Hand! Sonhando um pouquinho quando as olimpiadas começarem no Brasil terei meus 20~21 anos...quem sabe não estarei lá na seleção?

Pode ser uma motivação boba (eu acho) mas dai pensei melhor e descobri que posso fazer da minha vida algo incrivel, so basta me aceitar como sou, descobri naquilo que posso ser boa e me dedicar muito!

Dedicação não é uma qualidade só de pessoas bonitas ou feias, é uma capacidade que só pessoas especiais têm.

Vc tem essa dedicação, está lutando com as armas que conhece para vencer este seu problema, e sei que vai superá-lo e descobrir um potencial enorme dentro de vc.

:) seja feliz! e lembre-se o nosso pior castigo é sermos inimigas de nós mesmas, não faça isso com vc, vc não merece!

Lady Sybylla disse...

Que dor no coração, Lola. Eu também fui adolescente gorda, sei como ela se sente, bem como milhares de mulheres, mas assim como você, mesmo gordinha, sempre tive o homem que quis. Isso não me impediu. A gente sempre se sente mal quando aquela blusa, aquela calça não entrou ou ficou apertada, mas o que me impede de comprar um número maior? Por que o excesso de peso é visto como incompetência?

Janaína, invista esse dinheiro em uma bela viagem, se jogue no mar e ria e transe muito. A vida é muito curta pra gente ficar se odiando.

Bjão!

Bruna disse...

Não são só as gordas que sofrem.

Eu sempre fui magricela (com 13 anos eu tinha 1,67m e 46 kg, pense!)e já vi/ouvi muito homem tirando sarro porque eu não tinha bunda e tinha perna fina.

Sem contar no bullying que sofri a vida inteira por ser muito branca. Isso me rendia ainda muito mais xingamento do que ser magricela. Eu cheguei ao ponto de só usar blusas de manga comprida até no verão, pra ninguém ver a cor do meu braço.

É claro que hoje eu me aceito. Eu acho super sem graça morenas "normais" e gosto da minha perna fina.
Mas as marcas sempre ficam. Até hoje não me sinto bem usando saia,apesar de AMAR saia.

Maíra disse...

O bullying @s gord@s não é praticado / vivido apenas na infância, e acho que isso é o mais triste. No dia que fomos comemorar minha defesa de mestrado - uma coisa grande, vcs sabem - meu próprio pai veio me lembrar de como eu era linda quando estava magra (emagreci muito e engordei tudo e mais um pouco na dissertação), e que agora que sou mestre, ele só não falou "vc é linda, inteligente e bem sucedida. Como não quer ser magra e atingir a perfeição?", mas insinuou. O que ele - e a maioria das pessoas - não entende é que ser gord@, além de não ser opção, e causa de dor, mas, pelo menos no meu caso, também resultado de dor - aquela dor só nossa, que em outras pessoas pode ter outro resultado, autodestrutivo ou não.

Li seu tweet sobre o post, Lola. Não sei se me sinto "esperançada" ou algo assim. Pra mim é uma dor (causa e consequência da gordura) pra qual não consigo ver luz no fim do túnel - a não ser me adequando ao padrão. Que, além de não resolver tudo (a dor está lá, magra ou gorda) é uma coisa que simplesmente não consigo fazer agora.

Arlequina disse...

E sabe qual é o mais interessante? É que as pessoas vão sempre te odiar. Por um motivo ou por outro.

Sabe, pra usar de exemplo, o grupo no qual eu frequentava tinha um ideal de padrão de beleza... era JUSTAMENTE a ruivice com a qual a Ginger parece sofrer tanto!

E, enquanto tem meninas que sofrem, de verdade, por serem super magras, e fazem cirurgias pra colocar implante de silicone e ficar com sutiã 42... eu, aqui, sofrendo com meus quilinhos a mais e meu sutiã 46.

Enquanto a gente não aprende a se amar, a se gostar, vamos sempre ser infelizes. Porque a voz do próximo É infeliz e o único modo que ela tem de se sentir um pouquinho melhor é fazer você se sentir um pouco pior.

E não tem vergonha em procurar aconselhamento psicológico, ou mesmo, a companhia de pessoas que não são babacas.

Eu cresci em cidade de praia, moça, eu sei a merda que é você não estar no padrão do biquini.

Eu já fui chamada de gorda, de baleia... Até fizeram musiquinhas com relação à isso, pra me deixar mal. Quando era menor e usava cabelo curto (por causa do calor), passei anos da minha vida ouvindo que eu era um menino.

E, é lógico, não é todo dia que eu acordo me sentindo bonita, mas isso tem acontecido cada vez mais. Cada vez mais eu posso ignorar as pressões da sociedade.

Acho que é um exercício que é bom pra todas nós, acordar todos os dias, olhar no espelho e procurar todas as coisas boas que existem em você. Parece besta, mas ajuda.

E tente ser forte, moça. Porque esperar mais 20 anos pra ganhar sua invisibilidade... Duas décadas perdidas em self-hate, sem contar as que já foram - essa, SIM, é a maior crueldade que podem fazer conosco.

Maíra disse...

Ah. Faço análise e vivo em psiquiatra, endocrinologista e a lista não para por aí. A coisa é bem mais séria e profunda. Não estou desfazendo dos comentários de vocês. Só não sei até onde vocês entendem que esse é um problema com uma série de camadas muito maiores e mais profundas do que parece.

Niemi Hyyrynen disse...

Janaina

Como já foi bem pontuado aqui pelas nossas amigas, quem odeia não precisa de um motivo verdadeiro para isso, eles inventam um!

Vc pode ser branca, magra, loira, alta, olhos claros, o que seria o "padrão" mas alguem vai te odiar por isso mesmo assim não importa.

As vezes nem é questão de aparencia, só de vc ser de outro lugar já basta para idiotas te odiarem.

E sobre beleza interior, não deixa que a falta dela nos outros tire a sua.

Não se odeie, nem vc nem as pessoas ao seu redor tem motivos verdadeiros para te rejeitar.

um grande abraço

Fabiana Zardo disse...

Todo mundo faz tanto esforço pra ser normal, igual. A beleza da vida está na variedade, na diferença, na soma!

Procure uma terapia e pare com o carbox! Eu fiz uma vez para tratamento de olheiras e só ganhei manchinhas vermelhas em volta dos olhos. Pô, tomar picada por causa de marcas de pele? Não rola não.

Viajar tbm seria mto legal. Mudar de ares, de pessoas, de rotina, de paisagem. Mochilar é a melhor opção, na minha opinião. Os mochileiros de verdade são um grupo mto especial de pessoas, com uma finalidade: trocar experiências. Não importa se você é brasileira, gringa, branca, amarela, magrela, baixinha...

Boa sorte, Janaína. Respira bem fundo e se jogue numa nova vida! Você merece!

Luiz Prata disse...

Como já disseram aqui, terapia com um(a) bom(a) profissional pode ajudar muito.
Já tive problemas de autoestima (por outros motivos) e TOC e a terapia me ajudou a superá-los. No caso do TOC, com auxilio da psiquiatria.
Melhorar é possível. Tenha fé, sobretudo em si mesma.

Bruno S disse...

Ninguém melhor que as outras moças, que também tiveram e ainda tem seus problemas de aceitação para aconselhar a autora dos e-mails, mas eu também deixo meu pitaco.

Todos os tratamentos que a Janaína pretende fazer só terão algum efeito se ela conseguir se aceitar primeiro. Se não foi assim, não existirão tratamentos suficientes para que ela se sinta bem.

Escarlate disse...

Janaína, acho q praticamente todas as mulheres sabem o q é isso, mesmo as q nasceram com o padrão de beleza. Temos q ser perfeitas o tempo todo! Somos julgadas por isso sempre. Eu tb sofri muito bullying, principalmente do meu irmão, e isso me fez ter vários problemas com a minha auto-estima.

Mas eu conheci o feminismo, tb li o Mito da Beleza e vi q tudo era uma farsa. Estavam ganhando uma grana absurda com o meu auto-ódio e a cada dia mais alimentavam esse ódio para q eu nunca me libertasse dessa escravidão. E comecei a ver q eu era bonita e q não precisava passar fome para as pessoas gostarem de mim.

Não posso dizer q me livrei disso tudo totalmente, ainda aliso o cabelo e faço dieta as vezes, mas nem se compara há 3 anos atrás, qdo eu passava fome pra parecer modelo. Não é fácil, é uma luta diária, mas vale a pena. E nessa jornada eu conheci um homem q me ama como eu sou, q me acha a mais linda das mulheres. Mas eu só pude amá-lo quando eu aprendi a me amar tb.

Branca disse...

Engraçado, que leio esse texto agora com serenidade. Há alguns meses, eu teria morrido de chorar com a identificação. Mas hoje isso mudou.

Tenho 22 anos, sou "falsa magra" de 1,80m, branquinha de cabelos ondulados. Estereótipo de lindeza? Não: odeio meu rosto e meus olhos, tenho celulite, fiz tratamento dentário por anos e anos para corrigir meus dentes que insistiam em ser tortos. Sou virgem. Por ser alta e ter muita personalidade (não, nada de fazer cara de alface e rir das piadinhas de todo mundo) os caras ficam com medo de chegar. Sofri bullying na escola por ser aquela ratinha de biblioteca. Não Nunca gostei de tirar fotos, porque semrpe achava que saía horrível. E aí? Como faz?

Há poucos meses a bolha estourou e entrei em crise. Em especial, por causa dos meus dentes. Eu já não aguentava mais usar aparelho e continuarem horríveis, apesar de estarem em franca melhora. Me achava horrível, que ninguém nunca ia gostar de mim, que quando as pessoas me olhavam, estavam rindo de mim. Comecei a chorar todas as noites, absolutamente down. Não queria mais sair de casa, não queria mais usar bermuda nem blusinha, não queria mais nem pentear o cabelo. Olhava meu rosto e via uma deformidade.

E nada do que me diziam era bastante. Bem, nunca tinha sido, mas agora era crítico. Quando me diziam "mas você É bonita" eu respondia com aquele olhar de "pára de me zoar que não tem graça". Eu sempre tentei compensar com a inteligência, mas naquele momento aquilo não me supria mais. Eu queria ser bonita. E uqueria que olhassem pra mim e dissessem: "que moça mais linda" E não conseguia...

Até que chegou um dia que cansei de chorar. Simplesmente assim. Estava andando na rua, pensando na minha miséria, e me dei conta de que não era uma miséria maior do que as que passam as pessoas todas na rua. Me deu um estalo, assim e pensei que oras, meus dentes são tortos e meu rosto e corpo não são fenomenais, mas... e daí? Logo teria os dentes mais ou menos retos e poderia sorrir de novo. *Isso* era importante pra mim; o resto viria de brinde. E levantei a cabeça.

Tentei manter essa atitude positiva até mês passado, quando finalmente tirei o maldito aparelho. Agora, uso o de contenção, e vejo que os dentes ainda saem um pouco do lugar. Tiro fotos e vejo que meu rosto é ainda fora do padrão, e sou desengonçada pela altura. Mas agora eu tiro fotos e sorrio! E posso não ser a nova Audrey Hepburn, mas sei que estou na minha melhor época, que nunca serei tão linda como agora; então ando por aí confiante, com cara de "sou linda" e valorizando-me com roupas, acessórios, e acima de tudo: atitude. Porque mesmo de calça jeans e camiseta de banda você ainda pode ser considerada uma gata.

Coragem, Janaína. Não se sinta assim mal. Você já sabe que as atitudes que você toma agora não surtirão efeito se você não se sentir bem consigo mesma. Tem de pensar: "ok, não gosto das minahs estrias, nem do meu peso; vou emagrecer e tirar as estrias, e vou ficar boa!" Que nem doença. Foi como eu fiz com o aparelho. O problema é que, se você não muda sua atitude interna, você pode virar a próxima miss mundo que vai continuar infeliz. (...)

Branca disse...

(...)O outro é seu espelho. Vão te ver pelo rosto que você mostra. Você não imaginaria quantos caras agora olham pra mim depois que comecei a andar de cabeça erguida. Talvez já estivessem todos lá, mas não me notavam porque eu não me valorizava. Ninguém gosta de gente que não gosta de si mesma; é triste, mas é verdade. Você gostaria?

É importante - e talvez a Lola não concorde totalmente comigo neste ponto - que você valorize o que tem de bom, e disfarce o que tem de ruim, pelo menos a princípio, para começar a se sentir bem. Você tem vergonha de ir à praia por causa das banhas? Use um maiô então. Mas não deixe de ir. Disfarce as falhas, e valorize o que tem de bonito. Se dê um "dia de princesa" no cabelereiro; ele te dirá o que combina com seu tipo, e você se sentirá mais forte. E se permita achar bonita. Com o tempo, verá que a única opinião que conta é a sua opinião, é como você se acha.

Sorte pra você. Você pode ficar boa. ^^

Eliane Ramscheid disse...

Janaína, você já pensou que depois de fazer as sonhadas plásticas e tudo o mais, você vai continuar não se aceitando? Ontem vi uma menina na rua, ela devia ter uns 14 anos e era visivelmente anoréxica. Os cabelos compridos e alisados, roupas de vitrine de loja em um corpo que parece que vai quebrar e que, com certeza, ainda tem "gorduras a mais" aos olhos da sua dona.
Talvez a minha sorte para saber me aceitar tenha sido a minha mãe. Uma feminista, admirada por todos por sua sabedoria, professora universitária, o que lhe deu uma visão muito ampla dos jovens. Tenho 1,50 de altura e sutiã 46. Hoje juram que coloquei silicone, mas na minha adolescência a moda era reduzir as mamas. Ouvia muita piada, os meninos olhavam muito para os meus peitos e as mulheres até hoje falam mal da minha altura. Mas vou fazer o que? Talvez você me olhe e me ache linda e sem problemas para não me aceitar. Mas as outras pessoas não. Mas isso não me incomoda, sabe por quê? Porque sou assim. Não posso deixar que pessoas desocupadas e fúteis mandem na minha vida. Não vou deixar de ir à praia, não vou usar saltos altos diariamente para agradar ninguém.
Concordo com a Lola. Procure uma análise e se liberte do olhar dos outros e passe a viver a sua vida. Não deixe que por causa de comentários alheios você deixe de viver. Ninguém tem o direito de fazer isso e você não deve deixar que façam isso com você.
Perfeito ninguém é. Mas podemos ser felizes, ou pelo menos tentar sê-lo! rsrsr Pare de viver para os outros e viva para você!
Beijos e sucesso!

Nadja G. disse...

Olha, eu concordo com a Maíra... fazendo uma análise de meia-tigela, também acho que o buraco pode ser mais embaixo. Os problemas dela (e de tantas outras) podem nao ser só por "nao se encaixar no padrao". Isso pode ser apenas o "bode expiatório" pra outros problemas mais profundos.

Eu também sempre fui "fofinha" e, apesar de muito extrovertida e cheia de amigos, por muitos anos tive sérios problemas para me relacionar com os rapazes.

Na terapia descobri que inconscientemente eu usava minha "capa de gordura" como um esconderijo, como uma defesa pra nenhum homem chegar perto - por razoes que agora nao vêm ao caso. Tanto que eu achava que eles iam me querer apenas como "a gordinha amiga", e quando algum se aproximava com outras intencoes, tomava um fora mesmo se eu estivesse a fim! Hoje sei que na verdade eu me colocava neste papel, mas as pessoas nao necessariamente me viam assim.

Essa é só minha experiência pessoal. Claro que cada pessoa tem suas próprias experiências, e por isso concordo com todos que disseram que seria ótimo se a Janaína procurasse uma terapia. Boa sorte, Janaína! E lembre-se de uma coisa: nao se cobre tanto assim, porque ninguém é perfeito! Se nao é a banha, é a chatice, se nao é nem banha nem chatice, é a arrogância, e assim vai... hahaha

Unknown disse...

Sem dúvida a vida da Janaína deve ter muitos momentos tristes, mas acho que ela devia investir o dinheiro dela em tratamentos psicológicos ao invés de tratamentos estéticos. O sofrimento dela é psicológico e deve ser tratado antes de tudo por um bom psicólogo no qual ela tenha confiança.

Acho que as mulheres sofrem um pouco mais do que os homens por estarem fora do "padrão", eu mesmo fui gordo minha vida toda e ainda sou, mas não me importo muito com a desaprovação dos outros em relação a minha aparência (embora sempre haja algum ressentimento).

Boa sorte Janaína, espero que um dia perceba que você é muito mais do que o seu corpo.

EriCab disse...

O bullyng é praticado muito mais em quem demonstra fragilidade emocional do que pela aparência em si. Obviamente os padrões impostos pela mídia contribuem para que quem não se enquadre nesse padrão tenha mais problemas emocionais e sejam alvo fácil para os agressores.

Sempre fui linda, dentro dos padrões, mas com um comportamento tímido e emocionalmente abalada (por outros motivos - problemas familiares). Me tornei alvo dos agressores na minha escola. Mas o contraditório é que me xingavam de feia, de "mosca morta", de "cambito fino", e uma série de outros xingamentos sem sentido (nunca tem sentido, o sentido é humilhar).

Por causa disso passei a me achar feia, a não gostar de meu corpo, a ter vergonha de ir a praia. Mas um dia meu pai (apesar de seus problemas) conseguiu me mostrar a realidade, e compreendi que eu precisava mudar minha atitude, não minha aparência.

Me tornei emocionalmente mais forte e Passei a ignorar meus agressores, dentro de poucos meses eles pararam de me agredir. Mas o dano emocional deixa uma marca difícil de extirpar.

Percebo que para quem está fora dos padrões de beleza deve ser muito mais difícil superar, me solidarizo com Janaina e com quem mais sofre ou sofreu com esse mal da nossa sociedade.

Nosso corpo é nosso melhor companheiro de jornada e nossa maior fonte de prazer, devemos valiriza-lo, não importa como ele seja.

Eu fiz psicoterapia por um bom tempo e recomendo.

Menina disse...

Janaína,
Quando eu era adolescente eu era magra, magérrima, tipo essas modelos ai da TV e de revistas. Não tinha estrias, e tinha um peito de temanhoa razoável para uma garota ente 12 e 14 anos. Mesmo assim eu era chamada de OLIVIA PALITO, VARA-PAU, PÉ-DE-BAMBÚ, etc...
Aos 16 anos eu engordei um pouquinho e fiquei com o corpo dos meus sonhos, eu era o que chamavam por ai de "GOSTOSA", era magra, com o peito grande, coxas grossas, cabelo liso. Mesmo assim eu sempre achava um defeito em mim mesma... Mesmo com todos os garotos querendo ficar comigo, querendo transar comigo. E olha que levei pra cama quantos eu quis, aproveitei muito.
Mas essa "beleza" me trouxe algo ruim: fui estuprada. Eu já contei essa história aqui no blog da Lola...
Uma pessoa com quem eu convivia e que não aceitou que eu dissesse não a ele, já que eu saia com outras pessoas, me violentou, me machucou.
Depois disso, entrei em depressão e passei a odiar o meu corpo, a odiar a "beleza" que eu tinha.
Engordei bastante, passei de 52 para 87 KG.
Cortei meus cabelos que eram bem compridos, passei a fugir dos homens.
COnheci pessoas especiais que gostaram de mim mesmo assim e me ajudaram a superar.
Hoje, assim como você luto para ter uma aparencia melhor, para ir a uma loja e conseguir comprar algo que eu goste e não simplesmente o que fica MENOS PIOR.
Quero emagrecer, mas não tenho força de vontade, não consigo deixar de comer e gostaria muito de fazer cirurgias estáticas. Para tirar gordura da minha barriga, para deixar os seios mais duros, para tirar estrias.
Mas eu tento não me odiar. Tento me ver de maneira positiva.
Eu tive problemas com um psicologo e o que me ajudou foi o voluntáriado e a amizade de algumas pessoas.
Te digo que psicologos podem ajudar, mas procure referências antes.

Um beijo.

Menina.

Veronica disse...

Lendo o que Janaina escreveu, lembrei de mim mesma. Desde criança, sempre me achei gorda e desejeitada. Enfretava piadinhas mesmo na minha familia. Na adolescencia emagreci muito, comia mal, me sentia mal - pois ainda não era suficiente. Aliás, nunca seria. Agora, com vinte anos, engordei muito por diversos problemas pessoais... muito mesmo, uns 30 quilos. E, finalmente, olhando as fotos antigas, consegui ver que eu era MAGRA.. nem normal, nem gordinha, magra mesmo. E aí eu percebi que eu não era mais feliz por causa disso. Independente do meu peso, sempre me achei inadequada. E foi só assim, muitos choros e quilos a mais depois, que descobri alguma graça no meu proprio corpo, alguma graça no meu jeito. Ainda ouço que estou gorda, que estou "cheinha", que estou "fortinha", e que isso não é saudavel. Minha resposta é que comer pouco e mal também não é saudável, e que ser gorda não quer dizer ser feia ou infeliz. E finalmente quando eu me olho no espelho vejo uma pessoa bonita. Acho que para que eu pensasse assim, o ganho de peso, foi, inesperadamente, positivo. Além disso, a terapia (à qual recorri por outro motivos) também me ajudou muito pois descobri que ao me abrir pros outros, posso ser amada. Independente do meu peso.

Anônimo disse...

Janaina, querida...
Eu sou considerada uma moça bonita, estou dentro dos padrões socialmente aceitos. Sou jovem, sou inteligente, me formei em uma boa universidade, tenho o emprego que eu quis, com um salário decente. Tenho hobbies, leio livros, pinto, pratico esportes.
Um homem me quis, eu me casei.

...e cheguei num ponto de desespero e depressão por não ser "suficientemente boa" que só terapia e remédios.

Quem faz isso com a gente? Os homens? A socieade? Nós mesmas? Não importa o quanto a gente se corte, o quanto a gente se esforce para entrar em uma fôrma de perfeição. Mesmo se a gente conseguir alcançar tal "meta", alguém - os outros ou nós mesmos - vamos encontrar algo em que somos "um desastre completo", e nele vamos ficar presos.

As pessoas, as mulheres em especial, sempre foram ensinadas assim: não somos boas o suficiente para nós mesmas se não somos boas o suficiente para o(s) outro(s).

Cabe a cada um de nós procurar maneiras de desaprender, e aprender outra forma de ver e viver a vida que não nos empurre à autodestruição. Termos compaixão por nós mesmas e pelos outros.

Teapia ajuda. Remédios, em situação de emergência, ajudam a gente a se focar e perceber qual é REALMENTE o problema. Pessoas legais ao redor é fundamental. Mas aprender a amar a si mesma, que é difícil, requer paciência, é o único caminho definitivo para um pouco mais de paz.

Vá à praia, querida. Você gosta. Ninguém tem o direito de tirar isso de você.

Estamos todas juntas nessa luta.
Força pra gente.

Escarlate disse...

Menina, mas vc não foi estuprada pq estava nos padrões, nenhuma mulher é estuprada pq é feia ou bonita, ou magra ou gorda, ou virgem ou pq sai com muita gente. Mulheres são estupradas por causa do machismo, do ódio que muitos homens sentem pelas mulheres. Até pq estupro é arma de guerra em muitos lugares. É uma forma q o homem força seu poder e sede de controle contra uma mulher. Não é por desejo, por tesão; por raiva, por ódio.

Anônimo disse...

Janaína
Assista este video:


http://www.youtube.com/watch?v=tFqgHPKexNs

Carol disse...

Mais uma com história de adolescente feia: gordinha, cheia de espinhas, auto-estima baixa e tudo isso e mais um pouco. Já fiz milhares de dietas, fui a nutricionistas, mas no final, acabava largando e comendo errado de novo.

Aliás, comendo errado? Bom, eu como muito bem, mas tendo a comer comida mesmo, não bolacha, salgadinho, essas coisas.

Faço análise há muito tempo e sem dúvida isso ajudou. Ter um namorado que me ama também.

Hoje me aceito bem melhor, não que não gostaria de uns 10 quilos a menos, gostaria sim, mas acho que o prazer que eu tenho nas minhas experiências gourmet não valem esses 10 quilos.

Sobre empregos: bom, aparência conta sim, mas currículo bom, rede de contatos e uma dose de simpatia contam muito mais.

Se eu tivesse que dar algum conselho à Janaína, simplesmente diria o que já foi dito aqui: se aceite, curta pequenos prazeres que te façam feliz (e se ir à praia é um deles, vá, com gorduras e tudo mais). Pode ser vaidosa, isso é bom e faz bem, mas não deixe que a vaidade tome conta da sua vida.

Faça alguns tratamentos, mas não radicalize. Faça esportes, que isso faz bem e melhora demais o corpo na aparência e no bem estar. Use filtro solar, batom e roupas coloridas, mostre para o mundo que você se sente bonita e feliz. Dê um sorriso para quem passa do seu lado, para quem trabalha com você, para seu vizinho, para a moça da padaria. As pessoas retribuem e a sensação é ótima.

Palavra de quem ainda tem algumas espinhas de vez em quando e muitos quilos a mais (1,74, 77 quilos), mas que descobriu que não é só isso.

Jorge André disse...

Posts como esse confirmam uma reflexão que faço: não existe o feio; nós é que não ampliamos nossa noção de beleza. E excluímos quem não se enquadra no padrão definido socialmente.

Aí a gente lê um relato doloroso desses e ouve na televisão uma música assim e fica mais revoltado(podia ter sido em qualquer lugar, e seria ruim do mesmo jeito):

"Ainda por cima é uma tremenda gata, pra piorar minha situação.
Se fosse mulher feia tava tudo certo, mulher bonita mexe com meu coração." (Seu Jorge, Amiga da Minha Mulher).

Jéssica Lane disse...

Lola, um menino que sempre me apelidava na escola, depois de uns anos, me pediu desculpas por tudo o que fez. Achei incrível a atitude dele, fiquei boquiaberta na hora e nem sabia como reagir. Hoje a gente se dá bem.
Eu sou gorda, e sempre fui, e na escola também sofri muito com isso. Mas, no comecinho da minha infância, eu não entendia como as pessoas podiam me achar feia, porque eu me achava muito bonita! Eu pensava: "como assim eu sou feia? mas meu rosto é lindo, tá tudo no lugar, minhas mãos são tão fofinhas..." Eu nem ligava pra minha gordura.
Mas claro que aprendi rápido que era justamente essa gordura que eu não ligava que fazia tanta gente rir de mim e me achar feia. Aí, eu passei a me achar feia também.
É claro que de vez em quando todo mundo tem suas dúvidas quanto à própria aparência, mas agora, lendo e dialogando muuuuito sobre toda essa questão da imagem FEMININA, eu superei em grande parte esse trauma. Mas compreendo totalmente o que a Janaína sente.
Acho que é como você diz no fim do texto, Lola: a gente sabe que o problema não é a gente, então quando é que vamos finalmente ter coragem de nos aceitar?

Thiago disse...

Olá, Lola!

Essa é a primeira vez que vejo seu blog, que foi indicado pela minha irmã. Sou gay, assumido e assim como a moça do email, era muito gordo e tbm sofri muito bylling ao longo da minha vida. E assim como ela, já pensei em preciso fazer procedimentos estéticos sem fim p'ra eliminar as estrias que marcam o meu corpo desde que eu me entendo por gente.

Não sei se tenho uma contribuição a fazer, só sei que a autoaceitação é dura e ainda passo por ela diariamente. Mas, por sorte, acho que minha personalidade deve irradiar acima das minhas imperfeições e qualquer pessoa que a enxergue pode se encantar por ela, que é o que eu tenho de melhor.

Desejo muita sorte à Janaína p'ra conseguir lidar com seus demônios e te parabenizo, Lola, por esse texto que mexeu muito comigo nessa segunda...

Bjo!
Thiago

Niemi Hyyrynen disse...

E outro importante:

Janaina,

Vc vai superar, como? Não sei, ajuda psicologica ajuda a resolver.

Então invista nisso, vc não ira se arrepender disso com certeza, não digo que vc va se arrepender das cirurgias, como quando estiver se aceitando como é, (independente de como vc vai ficar). Vc vai imaginar que esse dinheiro poderia ser melhor gasto.

Não nos envergonhamos de nossos corpos a vida inteira (isso é uma crença).Mas podemos repensar como lidamos com isso.

Anônimo disse...

Lola,
nunca foi gorda mas ainda assim me identifico um pouco com a história da Janaína. Sempre fui magrinha e nunca me preocupei com dietas nem peso até chegar em uma idade em que comecei a sair com meninos.
Eu comecei a sentir que só iam gostar de mim se eu fosse magérrima e sem nenhuma barriguinha. E mesmo já estando magra (o que eu não via), passei por uma pequena fase em que eu passava dias sem comer nada ou muito pouco pra tentar ficar com a barriga lisinha. E depois disso minha alimentação nunca mais foi a mesma, porque depois de ficar muito tempo sem comer eu tinha compulsões e comia muito e sem controle, e acabava engordando.
Hoje já estou um pouco melhor mas ainda não consigo me sentir bem comigo se estiver com uma barriguinha. Fico me culpando, me sinto a pessoa mais feia do mundo. Como vestígio até hoje ainda tenho compulsões de vez em quando, coisa que eu nunca tive antes de começar com essa besteira. Por causa das compulsões eu acabo engordando, e pra compensar depois volto a comer quase nada pra voltar ao normal. É um ciclo que nunca acaba...
É complicado, deixei meu comentário aqui pra verem que o problema é muito mais psicológico do que outra coisa, e que as meninas magrinhas também sofrem com isso, mas exatamente por isso ninguém imagina.

B.

Experiência Diluída disse...

Teve uma época da minha vida que me achava horrível. E eu era esquelética, depois passei para cheinha e hoje estou gordinha comparada ao padrão que pregam por aí. Algumas coisas são ruins, roupas que nunca tem do tamanho certo ou não ficam legal, pessoas que ficam fazendo gozação, tias chatas que acham que eu tenho que me enforacar numa academia. Destesto tudo isso. Se eu ligo? Até ligo, fico triste, pensativa, mas depois lembro da minha consciência feminista e percebo que as pessoas que agem assim não tem a mínima noção do que estão fazendo ou falando. Então, melhor não ligar! Gostar de gente como a gente é o passo principal e fundamental para superar todos esses problemas.

Ana Vitória disse...

Esse comentário eu escrevo diretamente para a Janaína. Não sei se vai ajudar, mas espero que a faça pensar além de sua própria lógica.

Eu sempre fui muito magra, corpo de modelo de passarela, e nunca fiz nenhum esforço para isso. As pessoas no geral imaginam que mulheres magras não sofrem preconceito, bullying e pressão social, mas faço o favor de desmentir isso. No colégio fui vítima de bullying e até hj as feridas não cicatrizaram completamente. Me chamavam de tábua, Olívia Palito, sempre ressaltando que mulher que é mulher tem que ter carne, pq se vc não tiver carne vc é menos mulher. Conheço várias meninas que são magras tb e sofrem muito com a auto-estima baixa. Muitas entram na academia e começam a malhar loucamente. Outras não só malham em excesso, mas tb tomam suplementos e algumas chegam ao cúmulo de tomarem anabolizantes.

Então veja: a sociedade nunca está feliz. Se vc é magra demais, é inapropriada. Se vc está acima do peso, é inapropriada tb. Se vc faz o tipo da mulher gostosona, poderá não sofrer com problemas de auto-estima com a aparência, mas o que vai ter de gente achando que vc é incapaz não está no gibi. Afinal mulher bonita e gostosa só pode ser burra. A verdade é essa, não importa se vc está esteticamente dentro dos padrões. Se vc é mulher, será sempre julgada de acordo com a sua aparência, por mais linda que vc seja. Nunca estão satisfeitos.

Não se prive dos prazeres da vida. Não se prive da praia que vc gosta, do sexo que é a melhor coisa que inventaram, pq não vale a pena. Nunca iremos agradar 100% das pessoas, então que tal darmos prioridades a nós mesmas?

ps: e essa coisa de que ngm gosta de gordo é mentira! Há gosto para tudo. Conheço muitos homens que adoram uma gordinha. Eu mesma já fui apaixonada por homens com mais de 100 kg. Então se joga mulé.

Juliana disse...

Lola, esse teu post e o texto da janaína me fizeram chorar um bocado aqui.

Assino embaixo do que o pessoal todo vem dizendo e acrescento que a tristeza da Janaína faz com que a gente queira ir até ela e dar um abraço bem forte.

Eu também sou gorda, também amo o mar e também já fiquei anos sem ir à praia pro vergonha. E sabe de um coisa, janaína, quem tá na praia pra sentir a sensação maravilhosa que é estar dentro do mar não está preocupado em olhar estria nem celulite de ninguém. eu deixei de lado a minha vergonha porque não compensava abrir mão de algo que amo por causa do que podem dizer.


Fico aqui torcendo por você, querida!

Maíra disse...

Sério, gente, coisas como "viaje, vá à praia, goste de você como é, sempre tem quem goste" são legais, entendo que é pra ajudar, e com o que há de melhor no coração. Mas não é isso, o buraco é muito mais profundo, a dor é uma dor de alma - para gordos ou para magros, baixinhos ou altões. E essa dor alimenta o ciclo a que B. se referiu com muita propriedade. E isso se resolve com temporariamente remédio (como alguns disseram) e com terapia, essas coisas. Não é fácil. Eu ainda não consegui.

Flávia disse...

Janaína, leia essa post da Deborah(que é gorda E linda!):
http://aqueladeborah.wordpress.com/2010/03/16/gorda-e-linda/
e leia todos os outros posts dela sobre o assunto tb...

Digite "Mayara Russi" no google e veja q linda ela é, a modelo gorda q foi entrevistada pela Marilia Gabriela outro dia. Aki ela de maiô: http://3.bp.blogspot.com/-IQifb8walzM/TaXxZO7e9EI/AAAAAAAAAX0/vOIwnI6k65A/s1600/Mayara+Russi+50.JPG

Sara disse...

Janaina, como vc deve ter percebido quase todas nós mulheres lidamos com a baixa estima, vc tem nossa empatia total, mas não podemos fazer mais por vc do que vc mesma, acho q vc esta no caminho certo, esta tentando melhorar, só não exija demais de vc mesma, ninguem é perfeito, um abraço....

Mauricio disse...

"Você precisa de ajuda psicológica, Janaína"
Também acredito nisso. Acho mesmo que todo mundo deveria ter a oportunidade de passar por um psicólogo.
É muito raro você conseguir se conhecer e se aceitar de fato sem uma ajuda desse tipo, ainda mais na sociedade em que vivemos.
Faz um bem danado poder falar com alguém sobre tudo o que trazemos sufocado.
Janaína, invista um pouco desse dinheiro dos tratamentos estéticos em um tratamento para a sua alma. Pode fazer maravilhas à sua auto-estima e à sua qualidade de vida.

Annah disse...

Não sei se já falaram nos comentários, mas os bullies não estão nem aí se você é gorda ou magra, só querem achar um jeito de te sacanear, não importa o tipo de aparência que você tenha.
Por exemplo, eu sempre fui muito alta para o padrão feminino, além de magra e pálida. O pessoal da minha escola me zoava muito, muito por causa de minha aparência. Me chamavam de "tábua", "poste" e "trave de futebol" e eu me achava muito feia por conta disso, sem falar que tive muitas espinhas e usava aparelho nos dentes, além de ser muito míope (e não pretendo operar a miopia! agora gosto bastante de usar óculos, acho que são bonitos). Teve uma vez que a escola fez uma viagem a uma fazenda com piscina e eu realmente não quis entrar na água porque estava com vergonha e medo do que o pessoal poderia dizer.
Tinha uma menina negra que fazia teatro comigo e eu achava lindo o cabelo crespo dela. Aliás, até hoje gosto muito de penteados "estilo afro". Aí de repente ela acabou alisando, para agradar um padrão de estética - e eu sabia que as pessoas tiravam sarro do cabelo dela.
Só que tiravam sarro também de uma garota japonesa, porque ela era bem pequena e tinha aquele cabelo de "menina d'o chamado".
É perda de tempo ficar agradando essa galera, nada vai estar bom enquanto todas as mulheres não derem um jeito de se transformar na Jéssica Rabbit. :P

lola aronovich disse...

Como a Roberta disse, este clip é um arraso:
“Por que fazemos isso?” Não deixe que te digam que vc é menos que perfeita.

Adoro também este clip de três belas cubanas. Mais uma prova de que atitude é tudo.

Os comentários aqui estão divinos, suas lindas e seus lindos. Obrigada por toda a solidariedade a Janaína e a tod@s nós. É bom saber que não estamos sós.

Dária disse...

"Quantas mulheres você conhece que gostam do seu próprio corpo?" - É uma pergunta boa. Mesmo mulheres que conheço que se encaixariam em diversos padrões de beleza hoje escolhem - ou o mundo escolhe por elas - algo para se odiar.

Um cabelo enrolado, uns quilos a mais, uns quilos a menos as vezes. Tive minha fase de baixa auto-estima na adolescência, por excesso de espinhas, perfil diferente, timidez... tanto faz. Mas tive sorte, pois esta fase passou tão rápido que nem consegui sentir seus efeitos pouco tempo depois. E em meus dias felizes, me senti orgulhosa de ouvir de um amigo, que comentava o quanto as mulheres que ele conhecia eram insatisfeitas com a aparência, um "exceto você" sorridente e em tom de elogio.

Recentemente tenho me preocupado realmente com uma colega, uma garota linda a meu ver, que por estar um pouco acima do dito "peso ideal" me parece sempre tendente a crises depressivas. Lembro-me de vezes em que me achei desarrumada para ir a um lugar qualquer, e ouvi dela um "mas você é magra" como isso encerrasse qualquer questão. Na verdade, lembro-me muitas vezes que este é magra soou na boca dela como "obviamente bonita", e do quanto ela ficou triste ao ver seu namorado perdendo peso - embora ele apenas fizesse, e por questões realmente de saúde, uma leve dieta para baixar suas taxas elevadas. O fato dele perder peso com facilidade, enquanto ela não consegue, a deixa com raiva ou triste, não sei, ainda que conscientemente saiba que a finalidade dele não é estética. Não há como não achar esta comparação exceciva com os outros nociva!

Lembro-me também, ao pensar em corpo, em auto-imagem, da minha irmã... que não me parece ter crises de auto-aceitação constantes, mas que sempre trancou a porta do quarto para trocar uma blusa que fosse, talvez por timidez apenas, talvez não, enquanto eu sempre tomei banho com a porta aberta e etc. Acho estranho o medo de se mostrar, o pudor mesmo para com os de casa, embora não tenhamos sido criadas assim. Ela que tem longos cabelos lisos, mas que faz escova para sair, por uma razão que nunca compreendi. Enquanto eu criança já gostava dos meu cachos, e eles sempre me pareceram serem bem vistos por ai também.

No rol de memórias, lembro-me de chegar um dia na faculdade, a cerca de um ano, contente, contando aos meus amigos do delicioso chocolate quente que meu namorado - um verdadeiro príncipe - fizera para mim. Enquanto descrevia os ingredientes e a maravilha que ficou, escuto um perplexo "e você gostou??"
Demorei para entender como alguém não gostaria de algo assim, e a resposta que o amigo me deu foi algo do tipo "é que minha namorada reclamaria por atrapalhar a dieta". É a facilidade de se privar de prazeres, de prazeres bobos as vezes, simples, mas capazes de mudar nosso dia. Tenho sorte realmente! Tenho uma boa auto-estima, e se não sou linda, ela me deixou mais bonita e confiante para conseguir estar com quem eu quiser. Para não pensar em estrias ao ir a praia, mas em conforto e lazer. Para não acreditar que devo me matar numa academia, se não tenho vontade de estar nela... enfim.

Gostaria que algmas pessoas lessem estes e-mails da Janaína e, se indentificando com a tristeza, tentassem mudar. Gostaria que o mundo fosse mais parecido com você, e que não precisasse seguir padrões para se aceitar, mas entendo que seja difícil. Lindo post de qualquer forma, inspirador.

Anônimo disse...

Acho que a Lola falou coisas bem importantes. Quase ninguém fica satisfeito com o corpo, com a vida que tem e tal. Alguns encaram melhor, outros sofrem mais.

Mas eu acho essa história de auto estima uma porcaria. Sabe pq? Porque é baseada muito em comparações, com pessoas que são "melhores" ou "piores" que vc.

Não adianta, é assim que essa tal auto estima funciona na maioria das vezes, vc vai lá procurar ficar magra igual as atrizes, para se sentir adequada e feliz socialmente. E isso não funciona!!!! Não funciona!!! A gente precisa se gostar, se gostar mesmo, ter carinho pela gente, ter compaixão. E não tratar com tanta crueldade.

Pili disse...

mesmo sabendo que a imagem perfeita nao existe corremos atrás dela. porque?

oras, a resposta pra pergunta chave é algo simples mas difícil de encarar.
é porque sabemos superficialmente, mas não temos tanta consciência assim.

Se vc continua fantasiando uma vida sem chateação quando tiver uma aparencia X, putz, conversa com as pessoas que tem essa aparencia X pra ver o nível de chateação da vida delas.

essa é uma dica.
tem outras.
Se coloca no lugar de alguém com um problema grave diferente dos seus, que seja uma motivo prático pra te impedir de ir a praia, transar ou o que quer que seja. Veja o mundo com outros olhos. Na volta desse exercicio a gente dá mais valor ao que é.

Ou ainda,
fica um final de semana sem espelho.
E vai reaprendendo a sua própria vaidade através do que vc sente, através de tato, do cheiro, da temperatura, das possibilidades de movimento...

Enfim, se convença!
Vc já sabe que a tal perfeição não existe, e mesmo as mulheres que por acaso estão nesse padrão de perfeição nào estão livres das mesmas pressoes, chateaçoes, e injustiças que vc.

e se nada disso funcionar, manda este video para aqueles que te já te incomodaram:
http://www.youtube.com/watch?v=oOmZLTkJO04

Dai disse...

Janaína,

É como bem já te disseram por aqui: ninguém é feio o suficiente nem bonito o suficiente para se encaixar nas expectativas dos outros.

Sobretudo se "os outros" forem babacas o suficiente para nos empurrar tais expectativas, pobres de espírito que irão tentar usar a insegurança de alguém para descontar das frustrações deles...

Não se deixe levar por esses 'outros'. Eu sei que é difícil simplesmente ignorar, mas quanto menos bola vc der, melhor se sentirá. "Eles passarão, eu passarinho", já dizia o Quintana.

Como todo mundo, já tive problemas de auto-aceitação. Antes por ser magra, depois por ser gorda, por ter muita estria - efeito sanfona mode on - por ter pêlo demais no corpo (buço e sobrancelhas a la Frida Kahlo, rs). A lista de descontentamento é infinita. E não só para mim, né? Para todas as mulheres que não tenham mínima gordura corporal, pele de mármore, cabelo impecável, sejam brancas, loiras, etc. Acho que acaba sobrando a Barbie, totalmente encaixada nos padrões, todas as outras devem ter seus momentos de estresse com o espelho.
Quando vc conhecer alguém que te amar de verdade, pode apostar, detalhes como uns pêlos na cara ou uns pneus na cintura serão detalhes. Insignificantes mesmo. Há infinitas coisas que podem nos encantar e dar prazer em alguém que não passam necessariamente pela aparência. Sem falar que nem preciso vê-la para saber o quanto vc está sendo dura consigo mesma.
E o quanto precisa descobrir a subjetividade da beleza, ainda.
Acho que vc poderia se curtir mais, se entender melhor consigo mesma, descobrir-se. Terapia é sempre bom, mas também concordo com as outras sugestões: viajar, começar algo novo, um curso, quem sabe fazer um blog? Uma coisa que nos ajuda a conviver com as exigências à nossa aparência é saber o quanto o que somos transcende a nossa aparência. No meu caso, duas coisas me ajudaram. Uma foi a arte - ler bons livros, HQs, ver filmes que me trouxessem algum conteúdo. A outra, a internet, onde conheci pessoas parecidas comigo, isso fortalece pacas. Enfim, estou certa de que vc encontrará lindos caminhos e será muito feliz consigo mesma, num futuro próximo. Beijos.

Roberto Lima disse...

Janaína,

Na minha profissão eu trabalho com pessoas, e já vi inúmeros casais ( inúmeros mesmo!) onde o homem era bonitão, do tipo Gianecchini, e a mulher bem acima do peso ( ou "gorda", como se diz). E mulheres muito bonitas com homens feios pra caramba ( eu me incluiria dessa classe ). Então, o problema não é o peso ou a aparência em si, mas a auto-estima.Quando a gente passa a gostar de quem a gente é, as coisas ficam muito mais fáceis. E não podemos dar bola para os comentários que ouvimos, tipo "Se esse cara bonitão está com essa feiosa aí, alguma coisa tem..." Na verdade, entre o céu e a terra há mais coisas do que a gente pode imaginar. Há pessoas que procuram uma figura parecida com o pai ou a mãe, sem que isso signifique um complexo de Édipo ou Electra, mas sim porque essas pessoas foram exemplos de vida, de carinho, honestidade ... muitas vezes, a moça gordinha "dá de dez" em termos de inteligência , cultura e amor em comparação com a bonita mas sem essas qualidades. Claro que há as bonitas , inteligentes e tudo o mais, e não se pode tentar diminuí-las só porque nasceram assim, mas não estar nesse padrão de beleza "europeu-midiático" não quer dizer que a pessoa vá fizar sozinha. Os padrões de beleza variam muito no mundo, nos países árabes as gordinhas são a preferência, bem como em muitos países escandinavos, onde a gordura é sinal de saúde...e na África, então ?
O negócio é desencanar e valorizar o que temos de bom. Nunca fiquei sozinho , e estou longe de ser um Gianecchini , Brad Pitt ou George Clooney...:)

Anônimo disse...

É muito triste essa pressão que nós mulheres sofremos e nenhuma de nós consegue ser imune a ela. Realmente aprendemos a nos odiar. Odiar aquela estria, celulite, aquele cabelo crespo, aquela ruga na mão... Temos que aprender a nos amar e concordo com a Lola, terapia ajuda muito.

Anônimo disse...

A crueldade é que todas nós estamos dia a dia aprendendo a nos odiar, nenhuma de nós consegue ser o padrão das redes de TV e revistas femininas/masculinas com as suas modelo/atris/dançarina nas capas. Concorremos com photoshop e cirurgias plásticas de quem mais nada faz da vida a não ser se dedicar a explorar o próprio corpo. Nós mulheres comuns estamos condenadas a termos nossa auto estima levada ao zero e a sermos humilhadas.É bastante difícil aprender a se amar e se respeitar quando o mundo inteiro esfrega na sua cara que você não é bonita e nem deve se sentir bonita. Haja terapia! Na próxima vez que nos revoltarmos devem ser as revistas com seus padrões de beleza impostos a serem queimadas ao invés dos sutiãs.

Mariane disse...

Tenho 44 anos. Vou à praia com frequência e pela primeira vez nos ultimos 20 anos, com o encorajamento de uma amiga,tirei a saída de banho e fiquei de biquini!Andamos 5 km a beira mar, cheia de mulheres e homens com corpos diversos.No início fiquei constrangida , mas no final achei libertador! Vi que o enfrentamento pode ser a saída!

Sara disse...

Acho que, assim como nós existimos em todos os tamanhos, formas, e cores — e que essa diversidade é linda e positiva : eu acrescentaria aí a palavra SAUDÁVEL! Nossa genética pede variedade, a diversidade é saudável. A Janaína ainda vai ver seu valor no mundo!

Anônimo disse...

Eu tenho problemas parecidos como o da Janaína, sempre me achei feia e insignificante, principalmente porque os rapazes pelos quais me apaixonava sempre queriam as moças 'mais desenvolvidas' - peitões, bundões,etc. Sofro com isso até; tenho 25 anos, só transei uma vez na vida, o cara nem se importou com estrias, celulite e até queria repetir! Eu é que me senti mal, não acredito até hoje que alguém possa se interessar por mim. É uma luta diária, eu praticamente me tranquei no quarto e meti a cara nos livros durante todo esse tempo tentando acreditar que era apenas o meu jeito, que quando fosse a hora sairia por aí e ficaria com alguém legal. Mas isso não acontece, eu morro de medo da rejeição, da crueldade das pessoas. É difícil, sei que deveria parar de pensar nesses padrões, mas para quem cresceu acreditando nessas bobagens e se odiando por não ter nascido com sorte de ser minimamente bela, desconstruir toda essa imagem negativa é uma árdua batalha contra si mesma.
Só mais um desabafo.
Abçs a todos.

Anônimo disse...

gente, vamos com calma. a janaína sabe dos seus problemas melhor que ninguém e parece bem esclarecida, portanto sabe que 'deveria' procurar ajuda profissional. bater nesse ponto o tempo inteiro é ser simplesmente chato: só você pode se ajudar, mas desde que procure (e pague) alguém pra te ajudar. dá pra supor pelos emails que ela não procura ajuda psicológica com terapia, mas ajuda física com tratamentos estéticos. então dá também pra supor que ela é uma pessoa prática. nesse caso, ela mesma é capaz de superar essa questão da auto estima com certas atitudes práticas.
janaína, posso estar simplificando o seu caso, mas fica aqui o que realmente me ajudou: em algum dia qualquer vá à praia, vestida normalmente, e fique lá observando o mar. faça isso o número de vezes que for necessário até se sentir confortável nesse ambiente. aos poucos reduza as roupas, vá à praia com camiseta e bermudão, e quando se sentir pronta, tire a camiseta. olhe em volta e note que as pessoas não estão focadas em você. mesmo que você dobre o corpo e o cubra com as mãos, perceber que você consegue ficar com uma parte do seu corpo exposta por vontade própria é libertador. em algum tempo você conseguirá ficar sentada na areia usando biquini ou maiô. e disso até passear tranquilamente pela praia é um pequeno pulo.
é óbvio que ir à praia é só uma parte do longo processo de aceitação, mas por ser um dos obstáculos que mais te afeta, compreender que você pode vivenciar essa experiência em paz é basicamente quebrar os obstáculos menores.
você consegue ficar semi-nua na frente de esteticistas que, bem, só querem o seu dinheiro. quando você conseguir ficar semi-nua entre centenas de pessoas que não estão nem aí pra você, vai conseguir ficar completamente nua na frente de um homem que te quer.

Anônimo disse...

Parece que fui eu que escrevi o e-mail. A diferença é que estou na 5ª plástica e não aceito o que vejo no espelho. Vou ao psicólogo, psiquiatra, terapeuta. Ainda assim, é difícil de me aceitar - é como se esse corpo não me pertencesse.

Gabriela disse...

Parabéns Lola, parabéns! Gostei muito do seu post como sempre! Sei bem o que é aprender a se odiar e para isso, não é preciso estar acima do peso.
Fui vítima de distúrbios alimentares e cheguei a perder 10 kg no ano passado, quando foi o ápice do problema, tinham dias que não conseguia levantar da cama de tão fraca que estava. Sendo que na verdade, nunca tive sobrepeso, mas me via dessa forma. Talvez pelo fato de me sentir diferente das outras meninas, acabava descontando na alimentação. Não sei se já me curei totalmente desses pensamentos ruins. Mas estou melhor. Atualmente sei que sou diferente das outras sim, mas não pela minha aparência mas talvez pelo meu modo de vida, e até gosto disso!

um abraço
você é uma mulher muito forte!
ótimo post!

vivi disse...

eu sei bem o que é isso, tenho 34 anos sou baixinha e... gorda!! ja tentei de td umpouco para emagrecer, sabe? e, ano passado depois de um casamento de 10 anos fui traida e trocada por uma menina de 19 anos (magra,mageeeeeeeerrima) e ouvi insultos em relacao a minha aparencia que prefiro nem descrever aqui/ nao é facil... vou aos lugares e é dificil servir ainda apenas como mero ponto de refencia , sabe? `ah na mesa da gordinha,ao lado da gordinha`. Ainda doi e me olhar no espelho me causa ataques de panico. a pessoa que me deixou ainda zombz e mim e ainda ha gente em minhavolta que pergunta `vc nao vai emegrecer nao?`nao consigo me achar quanto mais me achar bonita, ao menos apresentavel. e ontem ouvi minha filha de 13 anos linda, esbelta perguntar a uma amiga... `sera que eu vou ficar gorda como a minha mae? Deus me livre!`E eu lola, mais uma noite fui dormir chorando e , confesso sem muita vontade de acordar!

Anônimo disse...

Terapia ajuda muito























ter a pia cheira de louça para lavar

Anônimo disse...

A história dessa moça, e de tantas outras aqui ( estou chocada com a da Vivi!) me lembrou a Meg Griffin, a filha mais velha do desenho Uma Família da Pesada. A garota tem uma aparência normal, levemente acima do peso, mas sofre humilhações na escola e em casa, na mão de colegas e do próprio pai (que é um completo idiota). Mesmo sendo o pai e o irmão obesos mórbidos, é a garota que sofre pressão para emagrecer e se encaixar no padrão de mulher bonita.
Muita gente acha engraçado, mas teve quem deixou de assistir o programa por conta disso.

Unknown disse...

Recomendo a ela ler "PQ os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor"
Tem uma tabela lá que mostra as prioridades que os homens veem numa mulher e o que a mulher acha que o homem prioriza

Rayssa disse...

Eu sou loira, tenho olhos azuis, não tem nada anormal no meu corpo... mas mesmo assim, em alguns momentos, me olho no espelho e não gosto nada do que vejo. O prblema é quando a gente vê isso o tempo todo.
Janaína,
pode ter certeza que o seu problema não está no corpo, mas na sua mente.
Homens estão acostumados com diferentes corpos. Vou parafrasear um amigo meu: "Quem não gostade celulite não gosta de mulher" ;)

letícia disse...

Eu fui uma criança gorda e hoje eu tenho uns 10 kg. acima do peso. Na infância, eu tive diversos apelidos. Free Willy (que um garoto que eu era apaixonada na terceira série inventou) e também uma vez fui com uma blusa colorida e os meninos da sala ficavam "elefante colorido...que cor?" (sabe? aquela brincadeira).
Na adolescência eu emagreci um pouco, mas só usava camisetas grandes e pretas. (devido a isso e ao fato de eu não ficar com enhum menino, havia pessoas que gostavam de comentar que eu era lésbica, o que na época eu nem sabia direito o que era, só sabia que eles usavam como ofensa).
E eu sofri muito, por anos e anos. Fiz tratamentos estéticos também, gastei mais de 2 mil reais com aplicações de enzimas e procedimentos diversos.
Não comia em público, pq eu pensava que iam dizer "olha la a gordinha, comendo...por isso ta desse jeito!".
Eu nunca liguei mto para celulite, mas estrias sempre foram uma vergonha, pq eu tenho várias. Eu morria de vergonha de ter qualquer intimidade com meu primeiro namorado e ele me tratava mal por causa do meu corpo, vivia dizendo para eu fazer dieta.
Mas, eu me libertei do primeiro namorado, dos tratamentos estéticos, do medo de comer em público.
Eu cansei dessa coisa toda de falarem, de darem apelido e passei a valorizar o que eu tenho.
Hoje, eu só to tentando, aos poucos, melhorar minha alimentação, pois tenho hipertensão (e 23 anos...rs) então é algo necessário e claro, vai refletir no meu corpo. Também penso 'ah, se eu emagrecer uns quilinhos, poderei colocar aquele vestidão comprido - por exemplo - que eu acho bonito, sem neuras' mas não pq alguém iria gostar de mim mais magra, mas pq eu iria gostar de uns quilinhos a menos.
E acredite: existem homens que são amorosos, compreensivos e que não ligam para marcas ou quilos a mais, pois amam e quando se ama, qualquer coisa corporal, nem é levado em consideração.
Vai por mim: eu sofri demais, eu não gostava de mim.
Quando vc tenta deixar isso de lado, aos poucos, sua mente abre e vc para de pensar tanto nos outros.
E olha, eu conheço pessoas gordas que são lindas. Lindas pq não se preocupam se tem 10, 20 ou 30 kg. a mais, elas querem apenas serem elas mesmas, são aquelas pessoas que vc tem gosto de estar por perto e sinceramente? Vc nem repara no tipo físico, quando a pessoa gosta de quem ela é.
Ao invés de tratamentos estéticos, tente alguma atividade física que vc goste. Pense na possibilidade de ir a um psicólogo, assim vc vai tratar do corpo e da mente e poderá ter paz, independente dos seus quilos.

Anônimo disse...

na minha escola tinha uma menina que o apelido dela era caranguejeira
e ela nem era gorda

Raquel disse...

Geralmente não comento no blog, mas tive uma vontade imensa de te conhecer, Janaína, e te fazer feliz. Porque eu sei do que você está falando - muita gente sabe. Tem muitas pessoas cruéis no mundo, tem muita pressão... E no final a gente acaba acreditando nessas pessoas, cedendo a essa exigência de ser perfeita - sem nem saber o que é perfeição. Mas de uns tempos para cá percebi que o que faz alguém perfeito não é o recipiente, mas o conteúdo. Não é papo furado: essa é a única explicação pra existência do amor, da solidariedade, dos heróis. Heroína de verdade não é aquela que é magra, tem seios fartos, cabelo liso. Heroínas são aquelas que lutam para mudar o que elas acham que está errado, aquelas que se esforçam para fazer diferença quando têm a oportunidade. Aposto que você admira a Lola como eu a admiro, Janaína. E, para mim, os motivos são bem claros: ela é inteligente, ela é crítica, ela é ela. E não faço ideia de qual é a sua aparência, e nem faço questão.
Eu acredito que você vai começar a se amar. Tente se conhecer, aos poucos, e quando você menos esperar vai estar apaixonada :) Experiência própria.
Te desejo muita sorte!

Caroline disse...

Vc fez um post de algo que eu tenho refletido há alguns dias. Em todo lugar que eu olho e vou, eu vejo uma mulher desesperada pra ficar magra. E dizem com todas as letras: "preciso ser magra" ou "preciso emagrecer". Tá, daí eu me pergunto, precisa ser magra por que? Ou, pra quem? Eu pensava que as pessoas precisavam de água, ar, alimento, teto, de alguém pra amar e ser amado. Agora as pessoas precisam ser magras. Eu vejo isso como obsessão, e não uma necessidade. Mulheres com o emocional abalado fazendo um monte de dietas malucas, chorando pq não podem comer um pedaço de chocolate, tomando um monte de remédio, se lamentando todo dia por causa de peso. E o máximo que eu faço é caminhadas de 40 minutos todo dia até a escola que leciono. E comer o que eu gosto e o que me dá prazer. Assim eu sou feliz!!

E outra coisa que acontece é quando alguém me diz que estou/sou/fiquei gorda, como se isso fosse algo que me tirasse o sono. Felizmente não é. Das três filhas, eu sempre fui a mais cheinha. A barriguinha saliente me acompanhou desde pequena. A única vez que sofri de bullying foi por causa dos óculos e aprendi com a minha mãe a ignorar os trolls do colégio e funcionou muito bem e hoje não sou traumatizada por isso. Nunca sofri por causa do peso.

E hoje estou acima do peso. E vc acha que isso me incomoda? Cuido da minha saúde, vou no médico e nenhum deles me disse que ser gordinha do jeito que eu sou é sinal de falta de saúde. Graças a Deus na maior parte do tempo me aceito como sou. E nas poucas vezes que aquele sentimento ruim vem, eu afasto logo ele da minha cabeça. Sou vaidosa, me arrumo pra sair. Vou na praia, piscina, uso biquini. Ser gordinha não me impede de fazer as coisas que eu gosto. Quem acha feio, que não olhe, ou não saia de casa, mas deixa as pessoas viverem, né. Tenho mais preocupação com as espinhas do meu rosto e com o meu cabelão, do que com as gramas ou kilos que eu ganhei ou perdi. Sempre tive namorado sendo assim, sempre as pessoas gostaram de mim do jeito que eu sou. E hoje tenho um maridão que adora minhas gordurinhas!!
Ser gorda não é sinal de feiúra. Se a gente não se aceitar e não se amar, quem é que vai?

Anti-Troll disse...

Lola, você é FODA d+
Me apaixono por você a cada post que leio seu.
Você é um exemplo de como um humano deve ser...
Você é LINDA!!

Z. disse...

Sou homem e este e-mail da Janaína poderia ter sido escrito por mim. Sem dúvida, a pressão pela beleza e perfeição é maior nas mulheres, mas não restrito a elas.
Como a Janaína, sempre fui gordo e sofria bullying na escola por isso. Apelidos, risadinhas e humilhações. Lembro que no 1º ano do colegial duas colegas, ambas bem bonitas, fingiram que estavam a fim de mim, mas com único intuito de me zuarem quando eu afirmasse que também estava a fim delas.
No 2º colegial, eu tinha um colega que parecia ter como meta de vida me humilhar. Ele começou a chamar de Quindim, por causa do personagem do Sítio do Pica Pau Amarelo, que é gordo, o que bastou pra que todos seus amigos também passasse a me chamar assim. Chegou ao ponto de que até pessoas que eu nunca tinha falado, de outras turmas, me visse e gritassem “Quindim” Um inferno. O bullying é mais difícil de superar do que se pensa. No meio deste ano, eu vi na rua esse cara que me apelidou e, apesar de já ter passado anos, minha reação, sem pensar, foi me esconder. Lola, vc acredita que eu me escondi atrás de um dessas caçambas de material de construção? Me senti tão ridículo, patético.
A Janaína também falou pra mim quando descreveu a dificuldade de ter relações sexuais ou mesmo ficar nu em frente a outras pessoas, mesmo depois de ter perdido peso. Hoje eu não sou mais considerado gordo, mas apenas gordinho, tenho 23 anos e sou virgem, não tenho coragem de fazer sexo. Tenho medo de ser ridicularizado. E, pra dizer a verdade, nem mesmo procuro. Semana retrasada eu tive um problema nas costas, tive que ir ao médico e tirar a camiseta. Fiquei com uma vergonha imensa. Racionalmente, eu sei que é idiotice. Eu só ia ficar sem camisa na frente de um profissional, que, provavelmente, nem iria reparar no meu corpo. Mas na hora eu só conseguia pensar que ele devia estar com vontade de rir.
O estranho é que eu não acho que outras pessoas têm que ser bonitas. Mas eu tenho essa obrigação, é a única forma de eu ser aceito, desejado ou amado. Tem várias pessoas gordas que eu acho bonitas, mas por alguma razão eu não consigo me achar bonito sendo gordo – na verdade, não sei se, uma magro, um dia me considerarei menos do que muito feio.
Eu também gasto bastante em tratamentos estéticos, bem mais do que a maioria dos homens. Minha família me critica muito por isso, acha bobeira e que estou desperdiçando dinheiro.
Não vai ser fácil, mas acho que um dia vou conseguir passar por cima de tudo isso.

Anônimo disse...

Auto imagem tem sido contantemente trabalhada de forma desinformativa pelos grandes meios de comunicação, o que tem deixando tanta gente impotente com relação a isso que Freud provavelmente faria um discurso como o de Fermi se soubesse das implicações de seus estudos, mesmo que não seja uma coisa exclusivamente ruim em suas implicações como a bomba atômica foi.

ana lucia disse...

ei menina, pense que vc pode se melhor do que a apaência q vc faz de vc.
Não deixe que essa autoimagem tão contaminada seja mais forte do que sentimentos de amor próprio.
Como já colocaram aqui, tente falar com alguém; psicologo, ou reuna-se com um grupo de pessoas que trabalham o espírito ( sugiro o budismo/ taoismo ) e quem sabe vc se fortalece sai dessa sombra?!
Boa sorte
Abs
Ana

Isabel SFF disse...

Janaina, sinta-se muito acolhida aqui entre nós! Pode ter a certeza de que te entendemos muito bem. Acredito que tod@s nós já sofremos com o ódio alheio, ou por nossa aparência, ou por nossas idéias, por nosso estilo de vida.

Aceitação não é um processo simples, de fato. Mas pensa se vale a pena esperar tanto para ser feliz? Para ficar em paz com você mesma? Sei não, mas essa grana toda da carboxi poderia ter uma finalidade melhor se fosse investida numa terapia. Pensa só: vale a pena amar sua pele "perfeita" (afinal, nada é perfeito. A pele pode ser arranhada, perde elasticidade com a idade...) ou amar você mesma inteirinha?

Se eu puder ajudar com um exemplo, serve o meu cabelo: eu o alisei aos 15 anos e parei de fazer isso aos 21. Nunca me senti mais livre e feliz! Outro dia, depois de muito tempo, tentei fazer chapinha novamente e me perguntei como consegui fazer isso todos os dias por tanto tempo. Nem percebi que me tornei dependente de um pedacinho de plástico e cerâmica que detonava meu cabelo para ser feliz!

Beleza não é um valor absoluto e estático. Felizmente! Além disso, a gente passa a ser muito mais bonita quando faz o que gosta e se sente bem assim. Muito mais do que passando a vida inteira envergonhada e triste.

Boa sorte pra você!

Liana hc disse...

Independentemente do caminho que se escolha, as nossas atitudes de melhora passam pela auto-aceitação, não há fórmulas.
Querer-se bem é um mantra que devemos entoar todos os dias mesmo quando não acreditamos no que estamos dizendo, mesmo quando dizer 'Eu me amo e me aceito. Eu sou forte, mereço ser feliz e estou pronta para a mudança.' soe longe da realidade.

Acho que uma das coisas mais difíceis é que para passarmos por estas mudanças que tanto queremos temos que fazer algo impensável quando já estamos fragilizadas, precisamos baixar a guarda, ficar vulneráveis.. às mudanças, às experiências que vão funcionar como alavancas para chegarmos onde queremos. É um exercício de coragem. Para fazer isso em segurança precisamos nos cercar de pessoas positivas e que nos querem bem, porque uma hora a gente cai mas aí tudo bem, pois construímos uma rede de segurança à nossa volta. E seguimos levantando, que nem bebê aprendendo a andar, quando nos dermos conta já fomos longe.


Eu gostei bastante desta entrevista dada pela analista junguiana Marion Woodman, fala de corpo e aceitação, vale a pena dar uma olhada.

http://www.empoderandoasmulheres.com/2011/02/o-corpo-e-alma-feminina.html

Hel disse...

Desista dessa história de querer ser aceita. Essa nossa mania de querer agradar é que nos deixa inseguras e vulneráveis.

Eu sou "magra gostosa" e mesmo assim ja fui chamada de tudo quanto é coisa e já me senti horrorosa, inadequada por N motivos.

Uma coisa que ajudou... parar de olhar tanto fotos de revistas femininas/de moda/etc.
Eu desenho e também sou meio tarada, então coleciono fotos de pessoas nuas (eróticas/porn e etc, sendo muitas caseiras). Em pouco tempo descobri que diversos tipos de corpos são bonitos, que certas imperfeições são muito atraentes e que pessoas perfeitinhas photoshopadas de revista me dão aflição.

Eu não sei explicar direito como eu me "descontaminei", mas... é uma das melhores sensações do mundo.

A propósito, eu namoro um cara barbudo, cabeludo e gordinho. Ele é o maior tesão, exatamente o tipo de homem que eu gosto, e mesmo assim tem gente que me acha louca por namorar ele. Que eu deveria procurar alguém que combine mais comigo (???), que eu poderia arranjar fácil alguém melhor. hahahahaha
Só rindo, mesmo.

Hel disse...

Eu acho esse papo de "beleza interior" meio bobo, meio ursinhos carinhosos demais. Não acho que isso faz uma pessoa que tem problema com a auto-imagem se sentir melhor.

Essas pessoas querem andar com confiança, se sentirem sensuais, fortes. E não "queridinhas".

Eu sei que quem diz isso tem a melhor das intenções, mas acho que o problema é outro.

André Filipe disse...

Nossa, esse post me encheu os olhos de lágrimas... me bate um desgosto e um desespero muito grande quando vejo os estragos causados pela nossa criação, essa parada de impor padrões é dolorosa pra mim... não tive tempo de ler os outros comentários, então não sei se é de bom tom falar um pouco sobre mim aqui, mas sinto que quero fazer isso: passo por prolemas semelhantes, sou gordo, meu corpo é cheio de estrias e talz, quando criança só usava camiseta regata e tudo mais até que um colega de classe (quando eu tava na 5ª série) me chamou num canto e disse que estria era coisa de mulher e tudo mais (oi?), a partir daí fiquei aguniado com elas, dois anos depois, umas colegas me chamaram a atenção pra isso (de forma não tão discreta quanto havia feito o coleguinha anterior) e, desde então, não uso mais camiseta regata fora de casa. Sempre gostei de natação (pratiquei o esporte por pouco tempo, adorava a forma que dava às minhas pernas xD), mas larguei quando as estrias apareceram nas costas e aumentaram na barriga. Sempre que alguém vem me visitar em casa, a primeira coisa que faço é trocar a regata por uma camiseta de mangas, mas isso é o de menos, já tinha me acostumado. O problema veio quando, dias atrás, tava saindo com um cara e as coisas foram esquetando (pela 1ª vez na minha vida), pra ele, não pra mim, porque eu não conseguia relaxar, ele ficava falando que tava tudo bem, que não tinha problemas com meu corpo, mas eu não conseguia acreditar nele, porque não eu não tava bem com meu corpo, então achava que ninguém estava ou estaria, resultado: um total desastre! não rolou nada e acabou esfriando tudo.... enfim, o comment acabou ficando gigante e meio superficial, mas já me sinto diferente por postar isso num lugar onde muitas pessoas poderiam ler, o que quer dizer, pra mim, que já consigo me abrir mais sobre essa questão do corpo. Pois é, é isso, não tá muito coerente, mas queria postar assim mesmo, acho até que vou de regata amanhã pra Universidade haha -não.... ainda!

Ághata disse...

Assim, querida Janaína, acredito que fazer Dança do Ventre ou Tribal ajude muito. Só tem que achar uma escola ou ambiente legal, onde vc se sinta confortável.

Já fiquei sabendo de uma fotógrafa que tirava fotos de várias mulheres nuas em várias poses artísticas para melhorar a auto estima delas e teve resultados.

Enfim, querida, lhe aconselho a investir nesses pequenos exercícios que possam fazê-la conhecer mais o seu corpo e a observá-lo em outra perspectiva.

Anônimo disse...

Chocada, encaminhei o texto a uma amiga e ela ficou com raiva da Janaína por ela ter "deixado" os problemas com aparência dela afetarem tanto sua vida! (Sendo que ela mesma é obcecada por alisar o cabelo, pensei que o texto a ajudaria Oo)

Iseedeadpeople disse...

Lola, vc já viu que matéria absurda o Terra colocou ?

http://mulher.terra.com.br/noticias/0,,OI5297758-EI16612,00-Homem+gosta+de+mulher+que+topa+tudo+na+cama+diz+sexologa.html#tarticle

Pérolas:

. "Segundo a psicóloga e sexóloga Carla Cecarello, "homem gosta de mulher sem frescuras, que topa tudo na cama". O tipo conservador, cheio de "não me toque" e que não gosta de experimentar novas posições foge ao que eles consideram uma boa performance feminina na cama"

Carla diz que a cultura latina caracteriza o homem como o personagem que faz o cortejo e a mulher no papel de quem é conquistada, com traços delicados e sensuais. Segundo a sexóloga, existem casos em que a primeira atitude precisa partir da mulher, mas quando não há necessidade, o homem pode mal julgar o caráter da parceira.


Durante o sexo, a dica do terapeuta sexual Amaury Mendes Junior é elogiar a performance e o corpo dele. "É estimulante, o homem se engrandece", de acordo com Mendes Junior. O terapeuta diz que além da relação sexual, duas variações não podem faltar: "o anal e o oral são necessidades unânimes entre os homens".

Ághata disse...

Nossa, quantos depoimentos importantes neste post...!

Luciana disse...

Sabe aquele Its gets better? Acho que precisamos de uma campanha dessas para a autoestima.

Liana hc disse...

Eu acho que 'beleza interior' só enxerga quem aprendeu a não reduzir pessoas(e si mesma) a estereótipos. Difícil falar nisso quando o exterior é motivo de angústia. A pessoa simplesmente não se vê dessa maneira, as qualidades que possui parecem insuficientes diante de uma auto crítica tão pesada.

Concordo que um aconselhamento psicológico com profissional competente pode ajudar. É bom ter um espaço e um momento para falar certas coisas para alguém neutro, sem ser julgada e aos poucos reorganizar seu emocional. Uma das piores coisas que pode acontecer é a estagnação. Tem hora que a gente se sente perdida, sem saber o que fazer, a terapia pode dar aquela sensação de que estamos indo na direção certa e progredindo. Às vezes isso é tudo o que precisamos naquele momento.

Gre disse...

O ser humano é muito complexo. Não nos contentamos facilmente independente do corpo que temos.

A busca pela perfeição tão utópica nos faz perdermos os detalhes, aqueles que fazem a diferença. Por pudor, vergonha, timidez deixamos de ser quem somos e nos acovardamos diante da vida.

Precisamos criar mecanismos para que essa luta diária de aceitação se torne menos dolorida.

Não podemor transferir nossas frustrações aos outros. A exemplo de que não temos namorados por isso ou por aquilo. Penso que "para cada pé há um sapato sim, mas será percebido somente se o sapato não estiver debaixo do sofá, atrás da porta".

Pode parecer fácil discursar sobre um problema não vivenciado, mas todos temos questionamentos sobre aparência ou comportamentos por conta da necessidade de aprovação.

Janaína, seja você mesma sempre. Aceite-se e seja feliz. Somos todos diferentes uns dos outros e isso deve ser valorizado e não menosprezado. Para os que não tem sabedoria e respeito com nossas diferenças não merecem nossa atenção. Nos respeitar como somos, respeitar nossas limitações quando não alcançamos tudo que almejamos e saber que temos muito a oferecer e viver,isso é amor-próprio. Sorte na sua caminhada.

Renata Frigeri disse...

Oi Lola,
bom, eu passo por aqui todos os dias, mas só hoje resolvi me manifestar.

Gostaria que você e a autora destes emails conhecesse o trabalho da Fernanda Magalhães, ela é artista e professora da Universidade Estadual de Londrina (PR), sobre... mulheres gordas! Além de super premiado no Brasil e fora dele, a Fernanda tem uma história linda, que vale a pena conferir!

http://www.seer.ufu.br/index.php/neguem/article/viewFile/378/403

É o link de um artigo, mas há inúmeros outros na internet, com detalhes do trabalho dela!

=D

Esc. disse...

Eu já quis mandar um guest post assim para ser postado aqui, mas nunca me dispus a separar e organizar todo o meu lixo psicológico para o expor. Tenho problemas sérios com a aparência também, não por ser semi-gorda, mas pelo meu rosto ser incrivelmente feio. Tenho 25 e isso já se arrasta desde os meus 11 anos. Já há pelo menos uns 7, tenho contato com todo esse discurso de autoaceitação (sob todas as perspectivas que existem, inclusive a feminista), e deixe que eu lhes conte uma coisa: tudo isso só faz com que eu me sinta mais e mais miserável por ter que escolher entre os rótulos "mocreia horrorosa" ou "alienada, fútil, burra, fraca e covarde". Acho que não dá para dizer que eu não consigo me aceitar, e sim que eu não faço tanta questão assim, porque sou bastante cética quanto a essa história da beleza ser puramente subjetiva. E mesmo que fosse; para que a gente consiga admirar uma aparência fora dos padrões, a gente precisa associá-lo mentalmente a uma pessoa muito admirável. E eu não sou e nunca serei essa pessoa, porque não é só beleza que me falta...

Outra coisa é que nem sempre "it gets better": depois de passar anos sofrendo bullying na escola, hoje eu sofro agressões verbais diárias na rua e não posso andar mais de 5 minutos sem que alguém me lembre o quanto eu sou feia. Tem gente que diz que é só não ligar - mas não ligar não mudaria o fato de que eu sou a piada do dia para muita gente. Esse abuso faz com que eu tenha frio na barriga toda vez que tenho que sair de casa e cada vez mais vontade de trancar a faculdade e me trancar em casa pelo resto da vida. Ou até me conformar com essa minha condição de pária.

alemdaporta disse...

Olha...de certa forma eu tive sorte. Não eu não estou nem perto dos moldes de beleza convencionais. Apesar de quando criança ser gordinho, meu cabelo não ter forma definida e um nariz muito grande pra passar como complemento da face, até certo ponto eu nem notava essas diferenças entre mim e os outros. Era muito inocente mesmo sabe. Eu não entendia por que tinham diferenças entre meninos e meninas e por que alguns meninos me chamavam de bixinha por eu ser mais quieto, mais sensível mesmo. Aquilo não era da minha realidade em casa. Fora que uso óculos desde os 4 anos de idade, era gordo, feio, e de brinde era gay. Quando as criticas, as brincadeiras começaram a piorar eu comecei a me sentir pior a cada dia e o jeito que arranjei pr sair disso e me destacar foi estudando, eu não brincava na rua pra evitar as piadas e só estudava. Aí veio a adolescência. Se você tira notas boas é colocado de lado, se você é feio é colocado de lado, se você é gordo só piora. E quando vem a primeira paixão? Nossa...pior é quando a sala descobre e te humilha na frente de todo o colégio, por ele ser um garoto. Então ser gordo começou a me incomodar tanto, que desenvolvi bulimia. Pois é vomitava tudo, até a água que bebia. Resultado? 35 quilos perdidos em menos de 3 meses...Meus pais me forçaram a fazer tratamento e eu não aceitava por medo de engordar de novo...Quando tudo começou a mudar? quando um dia um cara na rua me deu uma cantada. Aquilo foi tão chocante que nem tive reação, fui pra casa me perguntando se não tinha imaginado. Aí outra vez me chamaram de bonito...tinha alguma coisa errada com aquela gente só pode. Lembro que peguei um album antigo e fiquei me olhando...mas olha aquela boca carnuda até que combinava combinava com aquele nariz...e poxa eu tinha olhos bonitos...e nem era tão gordo assim...olha só como minhas pernas eram bonitas...e fui me olhar no espelho. estava muito magro, o cabelo caindo e doente. As coisas só começaram a mudar quando me achei bonito, quando vi que eu não era "lindo" mas poxa, alguém me achou bonito, deve ter mais gente q acha e eu aqui me fazendo mal e isolado, perdendo os melhores anos da minha vida. Entrei para um tratamento e comecei a ganhar peso, fiquei saudável...Meu nariz ainda é enorme, minha boca ainda é grande e minhas espinhas ainda se fazem presente (hormonios qual é? 21 não basta?) eu não sou um tipo que se enquadre nos moldes de beleza masculino, mas me aceitar me fez um bem tão grande que se tornou mais fácil respirar. Amiga, sei que é complicado que o discurso do se aceite é foda e deixa agente com mais raiva, mas se agente não da o primeiro passo, não vai piorar vai é melhorar. mas isso depende de vc, ajuda profissional faz bem, mas se você não está disposto não há tratamento que de jeito. Boa sorte estou torcendo por você.

Anônimo disse...

Me indicaram seu blog hj e vim espiar!
Gostaria mto de reproduzir seu texto e gostaria da sua permissão...convido a todos tbm a conhecerem O PESO DO PRECONCEITO e nos ajudarem an nossa campanha que tá rolando no blog !

http://opesodopreconceito.blogspot.com/

Unknown disse...

Como muitas das pessoas por aqui, eu tenho uma história relativamente semelhante à moça do desabafo - nunca vou esquecer @s menin@s bonitinh@s da turma comentando e rindo do fato de eu ter estrias no antebraço - e posso dizer que isso estragou pelo menos uns 3/4 da minha adolescência, a ponto de eu por um tempo ter preferido a morte à engordar de novo.

Mas depois de sair da escola, começar faculdade, terapia e todas as mudanças internas que essas três etapas implicam na vida de alguém, comecei a perceber que o problema não era comigo. Nem com meu peso, com meu cabelo,ou com minha aparência, nem com minha idade, ou qualquer coisa assim. E que ser diferente não precisa ser ruim, que se havia pessoas em minha volta que me consideravam uma pessoa digna de admiração, então eu não podia ser tão ruim quanto me julgava.

E bem, de algum modo, hoje eu acho essa diferença o máximo. Estou muito longe de ser uma pessoa perfeita, mas pelo menos eu consigo sentir orgulho de mim ao me olhar no espelho hoje. Mesmo sabendo que nunca serei MAGRA, tanto pela genética quanto pelo meu amor pelos doces.

Mas o mundo já tem tanta gente ridiculamente igual, é bom ver algo diferente às vezes, eu acho. Eu ao menos fico feliz quando vejo alguém que não tenta parecer um clone.

Letícia disse...

Janaína, a Lola já falou tudo; assim como ela, eu tb me identifico com a sua história. Tb passei anos em depressão por causa da minha aparência, graças ao bullying que sofri na escola... e, olha, eu nunca fui gorda. Sou branca, loira, tenho cabelo liso. Tô querendo me vangloriar? Não. Quero dizer que gente frustrada consigo mesma, gente que sofreu violência em casa, gente violenta por natureza sempre vai arranjar um motivo pra descontar nos outros; e esses outros podem ser a menina fora dos padrões de beleza, o menino tímido, a CDF da sala... enfim. Não tem a ver com vc ter um "defeito" ou não, sabe? O problema não está e nunca esteve em vc. E vc demonstra compreender isso qdo diz que as "correções" na aparência não te fariam mais satisfeita!

Vc fala em "gente feia", mas essa feiúra é uma questão tão, tão relativa! Se vc se preocupar em estar nos padrões de beleza durante a vida toda, vai enlouquecer, pq de tempos em tempos esse padrão muda. Uma modelo magérrima atual nunca faria sucesso nos anos 50; uma mulher dos anos 50 nunca posaria pra um quadro renascentista. Beleza é abstrato...

Mas olha, Jana, vc só vai descobrir isso se tiver coragem de sair pro mundo, tentar, viver! Eu tenho amigas "fora do padrão" que se divertem, transam, namoram, são felizes... pq elas se curtem como são, se aceitam, e ACREDITE, os outros percebem isso, isso atrai as pessoas. Eu levei muito tempo pra me dar conta disso e, assim como a Lola falou, até hoje fico infeliz com certos detalhes da minha aparência. Mas consegui progredir e tenho certeza que vc vai conseguir tb - mas precisa ter coragem e sair pro mundo, gata!

Adriano Magesky disse...

A cada post seu, me sinto mais feminista, sendo homem... rs Sera possivel isso ? :)

Adriano Magesky disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

oh mundo cruel, como é horrível o padrão de beleza imposto pela mídia, o negócio é assistir mike & molly, ficar em paz com o próprio peso e ser feliz.
Até o dia que a tua gordura te der um ataque do coração e te deixar inválida, and here we go again, oh mundo cruel...

lola aronovich disse...

Gente, muito obrigada pelo show de solidariedade que foi a caixa de comentários deste post (tirando um ou outro como o sopa de letrinhas acima). É muito bom saber que tem tanta gente com problemas de autoaceitação. E que é possível superar esses problemas.

Mas Esc, que triste o que vc conta. Ser sacaneada na rua por desconhecidos... Mas, sinceramente, tem certeza que seu rosto é tão “incrivelmente feio” assim? Ou vc passou a acreditar nisso? E puxa, por que vc tem que escolher entre dos rótulos (mocreia horrosoa ou alienada, fútil, burra), ainda mais se esses dois rótulos são tão negativos? E vc tá com uma imagem rastejante de si mesma. Não é só beleza que te falta? Sério mesmo que vc não vê uma só qualidade em vc? E é verdade, Esc: it gets better. A juventude é uma época linda, mas também complicada. As pressões parecem maiores, e a gente, como quer ser aceita, cede demais a elas. Só que depois de um tempo vc aprende a “ligar o f*da-se”, como dizem. Alguém riu da sua cara na rua? Sei lá, isso é terrível, mas se realmente acontece com tanta frequência como vc diz, já saia com uma expressão pra devolver pra essa pessoa estúpida, ridícula, patética que precisa se autoafirmar sendo rude com as outras. O problema não é vc, pô! É quem te xinga, quem ri de vc. Nada de trancar a faculdade, nada de se enfurnar dentro de casa. Vc não merece isso. Vc não merece se privar de viver por causa da sua aparência (ou de qualquer outra característica tão terrível que vc acha que tem). Mas acho que vc precisa fazer terapia (se é que já não faz) pra conseguir se valorizar mais e também pra não dar a mínima pro que pessoas mesquinhas dizem. Boa sorte, Esc! Fico aqui torcendo por vc!

Carol Nogueira disse...

Lola, Janaína, escuta. Ninguém é completamente aceito. Ninguém é completamente feliz. Vocês acreditam mesmo que a loira perfeita é perfeita e é feliz? Que os trolls, bullies são felizes? Eles ainda menos. Viu que aqui há 92 pessoas dizendo "eu me identifico com você"? Todo mundo de sensato e de sincero consigo mesmo se identifica. E somos nós que estaremos na praia, tomando nossa cerveja, aproveitando o sol, acompanhados de todos os nossos complexos de estimação, no belo dia que você decidir ir nadar no mar. Convida a gente. :o)

darkgabi disse...

lola e janaína,

eu não li todos os comentários e não sei se alguém já disse algo parecido aki, mas vou falar como EU me sinto. espero q sirva de ajuda o ponto de vista de alguém q está do outro lado.

eu sempre fiz esportes, mt, mt esporte. e desde criança.. papo de 10 horas semanais. é pq eu curto msm. qs fui atleta, mas não quis continuar.. mas sei q ainda estou distantes das pessoas "normais". apesar de grande [ombros largos, coxa grossa], eu sempre tive uma tendência pro magro - apesar de não ser "seca" [como mencionado no site da desenhista linkado num dos posts q a janaína leu: There’s often a layer of fat over the muscles, making them less visible for some]. enfim, eu sei q eu sou, e fui.. gostosa.

meus pontos:
1. digitar essa palavra não foi fácil.. pq eu raramente admito pra mim mesma q eu sou gostosa! não lhes parece absurdo? mas é verdade. eu gosto muito do meu corpo, mas acho q nunca estive 100% satisfeita com ele [tem sempre alguma coisa q poderia ser melhor]. então, reafirmando clichês, é mt ilusório achar q com as cirurgias vc vai chegar lá. talvez melhore a sua auto-estima, te ajude na luta à auto-aceitação... mas um trabalho psicológico é indispensável. e eu acho q eu preciso de um, mas vivo arrumando desculpas pra fugir disso. e concordo com a lola q todo mundo deveria visitar um psicólogo [confesso q tenho certa repulsa de psiquiatras]

2. por saber q eu sou gostosa, eu algumas vezes fiquei triste ao me relacionar com alguém por medo de q a pessoa só estivesse comigo pela minha beleza física e não pelo ser humano q eu me esforço pra ser. então o clichê máximo é q o q importa está dentro e ninguém, seja fora ou dentro dos padrões, consegue fugir disso... pq é a verdade; é o q importa. e mesmo isso é relativo!

qd a gente termina um relacionamento, costuma ouvir dos amigos "vc é uma mulher bonita e interessante, pode arrumar outro". ser bonita definitivamente nunca, nunca mesmo, me deu garantias de ter alguém q eu realmente tenha gostado. e msm interessante tb não! tudo é tão, mas tão relativo, depende do outro, de nós e da ligação outro-nós, q não existe nenhuma garantia q "arrumaremos outro".

de q adianta ser bonita se eu sou burra? de q adianta ser inteligente se eu não sou uma pessoa interessante? de q adianta ser uma pessoa bonita e interessante se msm assim o outro gosta de outra pessoa?? vc vai ter sempre mil e uma desculpas pra ser sentir miserável. vc pode ser bonita, inteligente, rica, liberal, moderna, desencanada... e nada disso vai fazer a mínima diferença se vc não estiver de bem com aquilo q vc é, se vc não souber akilo q vc quer, se vc não tiver amor próprio.. e não só pra se aceitar, mas pra parar de depender da opinião dos outros, seja ela de q vc é feia ou gorda ou seja ela de vc precisa necessariamente agradar àkela uma pessoa no mundo e se humilhar e se diminuir diante disso.



... ok, isso foi um desabafo! nem eu esperava por isso. na vdd acho q sou eu falando pra mim mesma... bom, espero q o recado tenha sido passado e q não tenha ficado muito confuso!

=]

Anônimo disse...

Claro que p quem não se encaixa nos padrões, é muito mais difícil, mas ninguém passa impune dessas gozções, maldades. Nem a Gisele B.

Eu me encaixo nos padrões. Cabelo ondulado mel, 1,72, 56kg, peitos bonitos, perna grossa, pele lisa. Celulite e estria tem um cadinho, mas nada exagedarado.

Mesmo assim, na minha adolescencia, sofri. Usava cabelo curto e fui chamada de guri até os 13, porque nessa época ainda não tinha peito, e meu corpo ainda não tinha curvas. Tinha acne também, mas não era nada exagerado, mas fui zoada por isso também. Era desengonçada por ser sempre a mais alta da turma. Detesto ser alta, tanto que não uso salto, apenas em ocasiões como casamento/formatura. E nada de saltos 15.
Depois, deixei meu cabelo crescer. Ele é volumoso ao extremo, mas é bonito. Só que não se encaixa nos padrões, por isso fui zoada. Usava trança ou cabelo preso o dia todo.

Até que um dia, aos 16, um garoto me disse que eu era a garota mais bonita do colégio. E que não entendia pq eu me achava feia. Era meu melhor amigo. (um pouco suspeito né? rs). Eu citei p ele todos os motivos de eu me achar feia: o aparelho no dente, o cabelo volumoso, as espinhas, a altura, os óculos. Ele disse que eu estava louca e que só não me beijava por um único motivo. Foi quando ele me contou que era gay. Nos caimos na gargalhada e desse dia em diante, passei a não ligar p isso. Minha pele hoje é boa, e eu amo meu cabelo sem nunca tê-lo alisado ou pintado, e gosto do meu corpo (n pq ele se encaixa no padrão, mas pq me aceitei mesmo).

EneidaMelo disse...

"Mas não será um blog que melhorará seus problemas de aceitação."

Aí é que você se engana Lola.

Você realmente não tem noção do poder deste blog, não é mesmo?

Por que a gente só dá valor à palavra ruim?

Por que a gente consegue entender o mal que as palavras utilizadas no bullying (ou nas piadas machistas, ou nas piadas de estupro, ou no discurso de um bolsonaro) podem causar, mas tem mais dificuldade de entender o poder da palavra anti-tudo-isso-aí-em-cima?

Anônimo disse...

eu gosto mesmo é de ver minha cunhadinha. ela tem 15 anos, é gorda, cabelos encaracolados e já teve mais namorados do que eu, que tenho 22.

Ela é extremamente bem resolvida. Quer dizer, pretende emagrecer, mas não deixa de ficar com ngm por não ter conseguido.

Pelo que eu sei, ela nunca foi zoada no colégio, o que mostra que o bullyin atinge mesmo aquelas pessoas mais inseguras (deixando-as ainda mais inseguras, embora, pelo amor, a culpa não é delas, claro). É engraçado ela contar dos inúmeros garotos.. só namorados oficiais em conheci uns quatro, rs.


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PS: p vocês verem o absurdo que são essas cobranças p estarmos perfeita. Lembram da larissa riquelme na copa? pois então. Mês passado ela esteve na mídia de novo, por conta da copa américa. O assunto é que ela está mais gorda. Ela confirmou que engordou 10 quilos. Agora, ela tem 1,71 e pesa 60kg. Ou seja: toalmente dentro do peso normal, jamais alguém assim deveria ser chamad de gorda né? pois ela está sendo chamada de gorda. Ela disse (e eu adorei) que não vai emagrecer, q aquele peso é saudável e que na copa ela estava doente, por isso tão magra, e que agora ela está gostosa (não antes).

É o fim né gente?

Pili disse...

e de novo, a revelação do peso da Larissa Riquelme saiu onde?
No caderno de saúde? No caderno de Famosos? No caderno de fofoca?
Nãããão!
No caderno de esporte.

Unknown disse...

Mariana se sua cunhada é assim... e se seu namorado for semelhante?

Sarah disse...

Janaina, gostaria de colar um trecho de uma entrevista que li sobre uma pessoa que trabalhou na África: "E nos outros lugares onde você foi, como era vivida a questão da beleza? O que era o belo?
Debora – Em Masisi (Congo), as pessoas têm os dentes bem separados. E elas serram para ficar mais separados. Isso, esteticamente, é muito bonito. Eu sempre pergunto: “O que é um homem muito bonito aqui? Uma mulher muito bonita?”. Eu sou muito perguntadeira. E eu me lembro de um dos psicólogos nativos me contando: “Ah, uma mulher bem bonita aqui é a minha mulher. A minha mulher é a coisa mais linda do mundo”. O nome dele era Dodô. “Ah, Dodô, e como é a sua mulher?” E ele a descreveu: “Minha mulher é bem alta, é bem gorda, ela tem os dentes bem separados, e ela tem umas tranças...” Na minha cabeça ocidental, eu fiz a imagem de uma mulher com seios grandes, bem magra, acinturada, com bunda, perna firme. E eu fui fazer uma seleção, e a mulher dele também era psicóloga e concorreu. Quando eu a vi, levei um susto. Então essa é a mulher linda dele! Era uma mulher muuuuuito grande, muuuito gorda, com os dentes muuuito separados. Uma mulher bem masculina, bem forte. Bem, mas bem gordona. Do tamanho desse sofá (de dois lugares). E eu pensei: “Essa então é a beleza”. E depois eu fui perguntando para outras pessoas no caminho o que era uma mulher bonita, quem era uma mulher para casar... Porque eles sempre diziam: “Essa é para casar, essa não é para casar”. Aí eles respondiam: “Como assim, você não sabe o que é uma mulher para casar?”. Porque quando você está dentro da sua cultura, você acha que todo mundo compartilha, né? Uma mulher para casar, naquele lugar, é uma mulher grande, forte, que consegue suportar o peso de dois bebês sobre o próprio corpo, que consegue capinar e preparar a horta e que ainda tem forças para, quando chegar em casa, arrumar as coisas. Só que eles estão falando isso não com uma conotação machista, mas com uma conotação de: “Como você não sabe? É assim”.

Você, pequena e magra, estava completamente fora do padrão de beleza local...
Debora – Eu sempre estou completamente por fora dessa beleza. Eu sou o lado B da beleza desse lugar... (ri). Lembro que uma vez um homem de lá até falou: “Você é tão bonita, pena que seja muito magra. E os dentes, também, são muito juntinhos...” (ri muito) Eu fico pensando que uma pessoa que não se sente bem com sua aparência só precisa rodar o mundo. Você sempre vai encontrar alguém que procura exatamente você.... e nada mais do que você mesmo. Tem gosto, cultura e estrutura para tudo nesse mundo."

lola aronovich disse...

Muito obrigada, Eneida. Grande elogio:

" 'Mas não será um blog que melhorará seus problemas de aceitação.'

Aí é que você se engana Lola.

Você realmente não tem noção do poder deste blog, não é mesmo?"

Eneida, eu recebo muitos emails, tweets, e comentários carinhosos falando de como o blog ajudou a ver as coisas por um ângulo diferente, e fico super feliz com isso, lógico. E acho que blogs podem ser ajudar a melhorar a autoestima das pessoas, e que esse é um ato FEMINISTA, porque é lutar contra um sistema que nos oprime. Mas, no caso da Janaína, e também no da Esc e de outras moças LINDAS que comentaram aqui -- todas vcs são lindas -- acho que só leitura não resolve. Recomendo terapia.
Mas vc tem toda razao, Eneida. A gente fica se centrando demais na influência negativa da mídia e da palavra em geral, e esquece que estamos exercendo uma influência positiva. Precisamos sempre nos lembrar disso.

Vanessa Medeiros disse...

Janaína, a Lola está mais do que certa de te dizer (o que vc já deve saber) que o problema está nas suas mãos. Uma terapia é a melhor coisa que você pode fazer, porque é difícil demais desconstruir a imagem que temos de nós mesmos. Mas esta é uma imagem muito, mas muito imbecil que é enfiada goela abaixo por anos e anos.

Eu tenho 24 anos, peso 125 quilos, alguns a mais do que o meu marido, que também é gordo. Somos casados há pouco menos de seis meses e completamente apaixonados. Ele me acha linda e eu sei que sou mesmo, concordo plenamente com ele. ;-)

Queria recomendar para você e para quem mais comentou neste post um site que pode ajudar muito os gordos a fazerem as pazes com a auto-estima. É o Papo de Gordo (www.papodegordo.com.br) feito por um amigo querido, o Eduardo Sales. O podcast deles é um dos melhores do Brasil, e traz dicas e conversas bem humoradas sobre o sobrepeso e as vantagens e desvantagens das curvas a mais.
Enfim, o importante é se sentir à vontade com quem você é. Eu me sinto tão bem com meus quilos que emagreci 10 nos últimos meses, só por causa da saúde mesmo, e agora que estabilizei meus exames de colesterol, etc, estou me controlando para não emagrecer demais. O marido já avisou que se eu emagrecer muito ele me processa por propaganda enganosa. :-)

Beijos e boa sorte pra você, Janaína!

cymaras disse...

Olha, Janaína, o meu caso é um pouco parecido com o da Esc. Eu não fui uma menina nem uma adolescente gorda, mas sempre fui (chamada de) feia. Os garotos, entre outras gentilezas, me chamavam de "forma de fazer demônios" e "Sofia" (alguém lembra da Sofia do Nazareno, do programa do Chico Anísio?). Também diziam que plástica não adiantava, eu tinha era que nascer de novo. Minha mãe, coitada, me dizia que o meu problema não era feiura, era antipatia, que eu precisava ser mais alegre, mais querida. Aprendi a engolir os insultos por conta disso. Alguns garotos se interessaram por mim, mas rejeitei todos porque tinha medo que fosse gozação. O único cara que tive foi meu marido, alguém com quem me relacionei porque tinha todas as garantias de que era alguém muito, muito legal. Gostaria de dizer que encontrar o amor da minha vida solucionou meus problemas de auto-aceitação, mas a coisa é mais complicada. Na verdade, ainda estou nesse processo.

Concordo com quem disse que dança do ventre ajuda: eu fiz e descobri que todo corpo é bonito, a dança deixa isso muito claro. Fazer plásticas também me ajudou (pra "piorar", meu corpo "deformou-se" depois de duas gravidezes). Descobri que sala de espera de cirurgião plástico, ao contrário do que possa parecer, não é um templo de futilidade (embora exista, também, e é até engraçado). Conheci algumas mulheres interessantíssimas, admiráveis, mesmo, por lá. Insatisfeitas com seus corpos, talvez "fracas" por isso, mas fúteis, nunca.

Terapia também ajuda. Foi na terapia que descobri que, no fundo, no fundo mesmo, eu não me acho feia. Quando me olho sozinha no espelho, o que vejo é uma mulher bonita. Eu não vejo a monstra que muitos diziam ver. O que acontece é que eu fiquei achando que o mundo todo me acha feia como esse povo me dizia. Foi um passo importante, porque assim como sei que estou certa ao pensar diferente deles em outras questões, eu acho que posso estar certa a respeito de minha própria aparência. Sabe aquela cena de "Preciosa" em que a protagonista se olha no espelho e não fantasia mais que é uma mocinha magra e loira? Ela finalmente se vê como é e diz: "eu sou bonita". É por aí. A gente tem tanta coisa bonita e boa pra dar pro mundo, não pode entregar os pontos pra quem só enxerga raso.

Eu não sou uma mulher muito segura. Leio esse blog direto porque aprendo muito e me liberto um pouquinho a cada dia. Sei lá, também perdi a coesão, mas ao final só queria dizer: força, Janaína, as coisas realmente melhoram. E Lola: obrigada, eu te amo.

Barba Negra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juliana disse...

É muito triste saber de histórias assim.
Eu só posso dizer, Jana, que beleza não é tudo. De verdade. Além de ser algo completamente subjetivo. Mas entendo perfeitamente que você não consiga enxergar isso agora. Quando o problema é com a gente, costumamos ter essa dificuldade.
Não existe uma mulher ou um homem feios por unanimidade. Aliás,não acredito que exista unanimidade para nada nessa vida (inclusive para o que deveria haver: como esses crimes grotescos que vemos por ai diarimanente).
Às vezes acho até engraçado quando uma gordinha reclama do peso, sendo que o que eu mais vejo por ai é homem dizendo que "quem gosta de osso é cachorro". E eles, apesar da brincadeira "bruta", me parecem tão sinceros!!!
Conheço duas mulheres acima do peso que pra mim são referência, apesar de não sermos muito próximas. Elas estão sempre bem arrumadas, bem maquiadas, cada uma ao seu estilo. Fora o cuidado com a aparência, o bom humor dessas meninas é um cartão de visita irrecusável. O negócio é tão "up" que elas nem querem saber de relacionamento estável. E, vale lembrar, isso tudo só é possível também porque elas não se escondem.
É muito mais difícil criticar uma pessoa que percebemos estar segura de si, do que uma outra que exala insegurança.
"Bonito(a)" para mim é um estado de espírito. Tem dias que acordo com um bom humor inexplicável e está tudo lindo. Mas tem dias que já sei que Murphy vai me pegar de jeito! Ai ou escolho uma roupa qualquer e já começo o dia "mais ou menos", ou (nos dias mais inspiradores) vou a luta com alguma "super armadura" do meu guarda-roupa. É o que eu poderia chamar de plástica superficial de caráter urgente. (morro de medo de um bisturi!)
Jana, e eu realmente espero que você tenha escrito isso tudo num dia muuuuuuuito ruim. E que você não se sinta tão mal assim todos os dias.
No mais, eu poderia ter falado da subjetividade da beleza; ou que as pessoas que valem a pena não se aproximam de nós apenas por causa da nossa aparência; ou que uma amiga minha já trocou um cara fora do padrão de beleza (dela) por um "bonitinho" que deu a ela de presente um belo par de chifres com uma outra que não era magra como ela, não tinha cabelo liso como o dela; etc etc mas resolvi tentar falar de alguma coisa que você pudesse tentar fazer e que proporcionasse resultados a curto prazo.
E eu não poderia desejar outra coisa senão que logo você mande um novo e-mail para a Lola dizendo que já se sente melhor :)

PS: claro que o cuidado com a aparência (maquiagem entre outras cosinhas) vale para quem realmente curte essa coisa de cosméticos e se sente bem com isso. o que vcs podem perceber que não é o meu forte, já que não conseguir ampliar meu rol exemplificativo dos tais apetrechos! rs

Amanda A. disse...

Eu sou magrela, desde sempre. Pode parecer que não, mas eu sofria bullying também - porém reconheço, claro, que bem menos que as minha amigas mais gordas. Eu também demorei pra me aceitar porque, não, o mundo não é feito pras magrelas. O mundo é feito para as gostosas, e isso quer dizer ter nenhuma barriga, sim, mas bem mais peito e bunda do que eu jamais tive. Não é fácil pra gente também, e por isso eu sei o que a querida do post passou. Só melhorei quando me convenci que o que eu via no espelho não era o padrão, nunca iria ser e dane-se. Não podemos querer ser o padrão, não mesmo. Eu não quero mais. E não digo que esteja totalmente feliz com meu corpo - gostaria muito de ter pernas mais grossas, por exemplo, entre outras coisas. Mas enfrento isso, me aceito, na maior parte do tempo. É mesmo uma luta diária. Força, minha cara!!

Anônimo disse...

Lola Amo seu blog e é primeira vez que venho aqui comentar...

Acho você maravilhosa e me identifico demais... =D

Esse seu post é realmente pontual e por acabar de completar 40 anos concordo com cada linha dele.

Já fui uma gordinha que se preocupava com o que os outros pensavam...

Já emagreci horrores e já engordei de volta tudo de novo.

Cansei dessa luta imperativa por uma moldura que seja fiel aos padrões, porque não existe padrão... cada um é o que é.

Eu comecei a perceber essa questão da diversidade olhando para as flores...

Nunca vi um girassol indo no cirurgião plástico para diminuir o tamanho do miolo, uma orquídea ansiando por ser menos exótica, fazendo dieta para engordar ou mesmo uma rosa reclamando porque suas pétalas estão caindo...

Tá eu sei que é difícil, mas a natureza está aí de prova, de que a diversidade é necessária, de que há beleza em cada ser que veio aqui dar o seu recado...

Já pensou se todo mundo fosse de uma cor só, de uma forma só? Que tédio...

Parece meio clichê, mas é muito escravizante lutar para ser o que o mundo quer que você seja... e mesmo que você alcance... ainda assim surgirá aquela frustração por não ser quem você quer ser... porque você só está agindo assim num movimento que vem de fora para dentro e não de dentro para fora...

Por isso minha querida Janaína, seja muito amável com você, seja generosa com cada pedacinho do seu corpo e descubra através de uma terapia, auto conhecimento... quem você quer ser...e BE YOURSELF!

Beijos

Andrea

Samis disse...

sempre precisa! Lola, tomei a liberdade de encaminhar seu posta a amig@s.

Garot@s: obrigada pelas mensagens e parabéns a quem abriu o coração: isso só reforça a crueldades deste padrão de de beleza sem sal sem açúcar e sem graça que temos.

A vida é mais
;)

Patrick disse...

Há alguns meses eu fui com minha noiva ao cinema para ver Carmen 3D. Durante a sessão eu comentei pra ela: "Ju, você tá notando? Como não é um filme de Holywood o padrão das pessoas em cena é completamente diferente, tem gente de todo tipo!"

Minha modesta sugestão é essa. Deem uma olhada no mundo ao redor e vocês vão começar a perceber que a realidade é muito mais variada e divertida que o padrão. Como já sugeriram aqui, melhor se divertir viajando - e descobrindo que nem todo mundo sucumbiu a essa ditadura da moda - do que com tratamentos dolorosos que não resolvem a questão.

Anônimo disse...

SEU MARIDO É UM HERÓI LOLA;PORQUE PRA TE ENCARAR TEM QUE SER HERÓI NACIONAL

Bia disse...

Q horror oq aconteceu com vc, é horrível oq as pessoas fazem só para as que consideram fora do padrão, e me pergunto q padrão é esse sendo q a maioria das pessoas não são magras, e muitas pessoas magras não possuem a saúde que uma pessoa gorda possui eu não sei porque ligam os pontos de saúde e magreza. Eu já sofri mto bullying na escola e foi por causa do meu cabelo q é crespo, tinha apelido de bombril e me arrastavam pelo cabelo, com 9 anos já queria fazer escova definitiva por causa disso. Como resultados disso nunca mais me aproximei das outras pessoas até msm qdo não me excluíam eu me excluía pq achava q iam me excluir pq é oq sempre aconteceu. Até pouco tempo eu não aceitava meu cabelo como era, agora q estou me acostumando mais com ele, e qto ao corpo mesmo eu não sendo gorda, eu não me aceitava mto, pq sempre é exigido da mulher q seja perfeita, e quem me ajudou a me aceitar e gostar do meu corpo do jeito q é foi o meu namorado. Saiba q a pessoa q ama realmente não liga sobre como é o corpo da outra, gosta do corpo da outra do jeito q é e não nesses esteriótipos e ainda ajuda a outra pessoa a aprender a se gostar, embora seja raro e difícil de encontrar, há pessoas sim q não se prendem as esteriótipos impostos. Olha, eu desejo o melhor para vc e q vc aprenda a se amar q é o mais importante e deixar de pensar nesses babacas q te fizeram mal q como a Lola disse, devem se envergonhar hj do q fizeram, e se não se envergonham são um lixo q só ocupam lugar no planeta q seria mais bem ocupados por animais. Infelizmente não podemos ligar para a maioria das pessoas pq elas só prejudicam, temos q olhar para nós e aprender a nos aceitar pq a maioria nunca vai aceitar alguma coisa, ou o cabelo, ou o corpo ou a forma de pensar da outra pessoa, ou a escolha sexual no caso dos gays.

amorefuria disse...

Também me sinto super ma com minha aparecia. Parece q todos os meus problemas são por causa do meu peso, da minha cor, da minha aparencia. Nao consego, olhar no espeho sem me odia, sem cer milhares de deefeito em mim, nao consigo imagina q um dia alguem possa gostar de mim, me sentio super deslocada do lado de homens, nao consigi se qr ser amg, meus parentes chegaram acharam q eu sou lesbica, eu cheguei a achar, por 23 anos e nunca se qr ter beijado, mais eu escondi minha sexualidade junto com meu corpo, por q só de pensar em alguem me tocar, me dá vontade de chorar, se q isso só faz ma a mim, mais tá dificil de aprender a me aceitar
leio sempre seu blog, um dia eu vou aprender

Anônimo disse...

Bom, a Janaína reclama de se odiar por causa do padrão de beleza imposto, e que tem vergonha de suas estrias e gordura, porem agora vamos ao outro lado, que é a correta teoria de que 20 % dos homens comem 80 % das mulheres. Se para vocês mulheres as coisas estão complicadas, imagina para nós homens, visto que as mulheres atuais só aceitam um tipo de homem hoje em dia, o rico, bonitão, sarado e com barriga tanquinho, e que se o cara não é assim, é sumamente desprezado por TODAS as mulheres como LIXOS humanos.

Enquanto no caso das mulheres só as muito regaçadas não conseguem sexo, no caso do homem, apenas os destacados, ricos, bonitões, sarados é que transam.

Anônimo disse...

Recebi esse video hoje:

http://www.youtube.com/watch?v=1teAJZE1ark&feature=youtu.be

Y ♥ disse...

Fui acompanhada da mesma insegurança por muitos anos e nem gorda eu era, nunca fui, hoje aos 21 anos peso 47 kg. Sofri bullying por causa do cabelo, por causa dos dentes tortos, por causa do aparelho, por causa dos óculos... e quando pareceu que tudo tinha sido "resolvido" começaram a implicar com o tamanho do meu nariz, as estrias, as minhas pernas finas...

Aí eu cansei. Cansei de ser julgada, medida, analisada. Sou como sou e pronto.
E para minha surpresa, fui então considerada bonita. Achei um cara que me adora, gosta do meu humor, do meu cérebro e me acha linda, até quando durmo de cabelo molhado e acordo o um sayajin.

Só quando eu cansei de me chatear e decidi que as pessoas iam ter que se acostumar com eu ser feia, que eu descobri que eu não era tão feia. As pessoas vão sempre criticar(teve uma até que me falou que gente magra é horrorosa, que eu parecia doente, blá blá blá e sofreu horrores com um personal trainer pra chegar perto do meu peso. Legal ne?).

Não se deixe abater, você é linda sim!

Anônimo disse...

Uma rosa é só uma rosa em um milhão de outras rosas até que você comece a amá-la. O Pequeno Príncipe que o disse, porque depois que ele esperou pela rosa desabrochar, colocou-a numa redoma por causa do frio, se livrou das lagartas - excedo duas ou três, pelas borboletas -, então sua rosa passou a ser única.

Para que nos tornemos rosas, só é necessária a aparição de um Pequeno Príncipe em nossas vidas. E o primeiro passo, é nosso.. ;D

Anônimo disse...

Finalmente uma gorda com quem eu me identifico nesse blog. Tem sempre uns guest posts de mulheres gordas que começam chorando pitangas mas logo emendam com "mas meu namorado/marido não se importa/gosta de mim do jeito que eu sou".
Olha, se eu tivesse 1 que me aceitasse do jeito que sou (como a Lola fala) já estaria bem satisfeita. Mas o que pesa mesmo é a falta de auto estima, né? Também fui bullied, é uma merda..

Renata disse...

Leio muito o seu blog, mas acho que nunca postei nenhum comentário aqui... Hoje acabei lembrando de uma coisa que sempre me fez rir, mas que é meio triste, por fazer todo o sentido. Você disse :

"Quando elas percebem que já estão fora do padrão de beleza mesmo (...), quando a pressão social (...) já não pode mais ser exercida, as mulheres começam a se sentir melhor"

A minha avó sempre amou a praia. Ela nasceu em Recife e morou no litoral durante boa parte da sua vida. Um dia, em Guarapari, de férias, ela me disse, feliz da vida: "adoro ser velha! Velha não tem que ser bonita, não tem que ser magra ou bronzeada, pode vir pra praia cheia de pelanca e ninguém pode achar ruim!"

Minha avó sempre deu importância demais para as opiniões dos outros... Ao menos neste aspecto, ela conseguiu relaxar, depois da velhice.

Entrei na terapia há alguns meses e já estou vivenciando os benefícios. Aconselho isso para todo mundo, todo mundo mesmo; é incrível como dá resultado, e rápido. Eu gosto de dizer que, depois que comecei a terapia, eu não mudei em nada, mas o resto do mundo ficou muito mais simples.

Estou divagando demais (por isso que não comento com frequência hehe!); só gostaria de reforçar seu conselho para a moça do email entrar em uma análise e poder viver uma vida mais feliz, o quanto antes. Força pra você, pra todo mundo que ler esse comentário; as coisas ficam muito difíceis, às vezes, mas nós temos o poder de superá-las. Somos mais fortes do que pensamos.

Leio Lola Leio disse...

Lindo seu comentário, Renata! Também faço análise e acho que foi uma das melhores coisas que me propus a fazer nesses últimos tempos. A gente gasta dinheiro no dia a dia com TANTA bobagem, que vale a pena deixar de fazer algumas coisas para fazer terapia e tornar todos os outros aspectos da vida melhores.
Acabei de ler O Mito da Beleza esses dias, o conheci através do blog da Lola e o melhor de tudo é que ele está disponível online, mas, já tenho a intenção de comprar vários exemplares dele em Sebos e dar às minhas amigas aconselhando-as a o lerem e em seguida presentear outra pessoa com ele. Nunca me pareceu com tanta clareza que certas dores que vivencio no dia a dia NÃO SÃO frescuras, viagens da minha cabeça, falta de adaptação a essa sociedade tão bem resolvida (rsrsrsrs), mas que são sintomas da "violência" a qual sou exposta e submetida todos os dias, no trabalho, na faculdade, na roda de amigos... E nunca me pareceu tão IMPORTANTE que as mulheres se solidarizem umas com as outras e mesmo com os homens no sentido de que todos somos afetados e prejudicados pelo Mito da Beleza. Chega! Cansei de sofrer sozinha, aliás, cansei de ser uma solitária vítima, quero sair dessa ótica de vítima e partir pra luta! =)

Chicazil disse...

Acho que mesmo as mulheres que estão dentro do padrão se olham alguma vez e encontram defeitos, coisas que gostariam de mudar. Não sei muito sobre esse assunto, mas desde de pequena soube que se alguém vai gostar de você vai gostar de você pelo que você é e não pelos seus atributos físicos. Porque até as que estão dentro dos padrões não ficarão nos padrões pra sempre porque o tempo passa, né? Então... acho mesmo que você devia se dedicar a ser melhor pra vc, a se sentir melhor com vc mesma. Uma das teses que tenho comprovado nesses 21 aninhos de vida é que não adianta queremos agradar o mundo. Há uma frase do Shakespeare que diz que nós devemos "Plantar nosso jardim e decorar nossa alma, em vez de esperar que alguém nos traga flores." (Não são as palavras exatas) É isso aí. É um exercício diário aprender a não ligar para a opinião dos outros, mas é necessário. A pessoas mais bem quistas que conheço são verdadeiras e não tentam ser quem não são. É isso. Sejamos felizes como somos. ^^

Ana disse...

Olá, tbm tenho vergonha do meu corpo, sou magra e tal´s, mas por conta da buling que tive na adolescência, tenho vergonha
das estrias que tenho nos seios e bumbum, além de meus seios terem ficado flácidos, tenho 19 anos, e jamais coloco blusinhas decotadas ou biquine, não frequento nada que tenha que usar esses modelos de roupa, ainda morro de vergonha de ser rejeitada, por um futuro namorado e de nunca conseguir casar por conta disso, hj em dia os homens falam muito em corpão, e tal´s eu não tenho esse corpo que eles querem, por isso tenho medo de me mostrar >< sou super tímida, mas jah tive vários pretendentes haha, não sei oq fazer :(

Anônimo disse...

Sou uma pessoa feia e jamais alguém irá se apaixonar por mim.

Anônimo disse...

O problema da feiura acredito que não seja no corpo, e sim, na mente.
Tem tanta gente que faz tempestade num copo d'agua e não se dá conta nisso.
A beleza realmente conta pra muita gente, mas não é fator crucial. Se alguém quiser amar, vai ser pelo que a pessoa é interiormente.
Eu também acho que as vezes tenho um problema, porque a minha alto estima vive baixa. Mas não gordinha, mas as vezes acho que algo em mim atrapalha...

Anônimo disse...

Esse blog é muito bonito, dá esperanças pras pessoas, ajuda-as a serem felizes.

Caroliny disse...

Se a gente não se ama, as pessoas parecem não nos amar também. E quando nos amamos, parece que elas nos amam... Quando nos odiamos passamos a odiar as pessoas... achando que todas são más conosco, como nós somos maus conosco. Mas quando nos amamos, passamos a amar o próximo, não julgamos o próximo, porque não julgamos a nos mesmos. Acho que é por isso que Jesus disse: ame ao seu próximo, como você ama a você mesmo.

Caroliny disse...

Até parece que vc e o único feio do mundo. Toda panela tem sua tampa

Caroliny disse...

Os homens não ligam pra estrias e celulite eles não ficam olham esses detalhes.