Tudo isso que vou dizer não é minha experiência pessoal, já que não sou mãe. Mas é o que leio e ouço de amigas. Então. Para mães de primeira viagem, amamentar não é fácil. São muitos os mitos do “não tenho leite o suficiente”, “o bebê não pega bem”, etc etc. Junte a isso uma condenação social ao ato (vinda às vezes do próprio parceiro!), e o que vai acontecer? Menos mães vão amamentar. E amamentar é ótimo tanto pro bebê (é o único alimento feito especialmente pra ele) quanto pra mãe, que cria um vínculo maior com o bebê, reduz os riscos de câncer, ajuda a perder o peso da gravidez, entre outros. Não é horrível que uma atividade que só traga benefícios ― há estudos aos montes mostrando as vantagens da amamentação ― seja algo que tanta gente condena? Uma leitora me disse outro dia: quem é contra a amamentação em público é contra a amamentação, ponto. E é verdade. Porque se a mãe trabalha (e a maior parte trabalha), e não há creches no local, e ela precisa se locomover ao trabalho levando o bebê, e bebê não escolhe hora pra sentir fome, como ela poderá amamentar se não for ocasionalmente na rua, no ônibus, na praça? (e não estou condenando qualquer mulher que tenha pouco leite e não possa amamentar o filho. Ninguém deixa de ser mais ou menos mãe por causa disso, assim como não engravidar e parir não faz de uma mulher menos mulher, ou o que seria das mulheres inférteis e das mães adotivas?).
Vi uma pesquisa dizendo que, na Inglaterra, 55% das mães têm vergonha de amamentar em público. Inacreditáveis 25% (um quarto das mães inglesas!) já ouviram de estranhos para procurarem um lugar mais privado quando estavam amamentando em público. O que dá direito a um completo estranho chegar pra uma mãe e mandá-la prum outro lugar? O que você, mãe, faria num caso desses? Qual palavrão você usaria primeiro contra esse intrometido ridículo?
Imagino que, de forma abstrata, até aqueles filhos de chocadeira que acham “nojento” ver mulher amamentar sabem que é algo bom. Não creio que eles realmente defendam que o bebê seja alimentado com leite em pó de vaca (apesar das inúmeras campanhas de multinacionais querendo nos convencer que leite de outro mamífero é melhor que o nosso próprio), ou que queiram ver um bebê chorando de fome. O problema não parece ser com o bebê, portanto. Se não é com ele, é com quem? Ué, com a mãe. Com a mulher que amamenta. Esse pessoal também não tem nada contra seios, imagino. Eles até gostam, se tais seios estiverem estritamente dentro do padrão de beleza. Sim, porque essa galera costuma pensar que todos os seios são iguais. Mas o que os molesta é ver esses seios servindo pra outra coisa que não seja poder ser encarados.
Outro dia assisti a um episódio antigo do seriado Friends, em que um dos amigos, então já casado, recebe a visita dos outros. Sua mulher está com um bebê no colo, e quando ele começa a chorar, ela lhe dá o peito. Assim, na sua própria casa, num lugar particular, fechado. E qual é a atitude dos dois rapazes que não são pais? Eles se levantam correndo, envergonhados, e fogem pra cozinha, pra não ter que ver aquele “espetáculo degradante” de uma mulher amamentando! O outro que é pai vai atrás deles, perguntando “Qualé? Isso é natural. É a coisa mais linda do mundo!”. E a resposta dos dois: “É, e tem um bebê chupando nele!”.
Eu adoro essa piadinha, porque ela diz horrores do conservadorismo americano. Não tem jeito não: pra eles, seios são objetos sexuais masculinos. Quer dizer, seios não pertencem nem à própria mulher, mas aos homens. Seios só servem, segundo eles, pra causar desejo. Aquela outra função tão primordial que é amamentar? Tudo bem, desde que ninguém mais fora a mãe e o bebê estejam presentes. Isso pra não chocar os homens, que ficam indignados ao verem seu playground usado pra outra utilidade. O terrível é que é este cenário que estamos trazendo pra cá, pro Brasil.
Uma outra leitora levantou a questão de que o desconforto que algumas pessoas têm ao ver mães amamentando é religioso. Interessante isso. Não duvido. Religião é uma das maiores causas de desconforto para todas as funções fisiológicas.
Não que eu ou qualquer outra pessoa defensora da amamentação (e isso inclui amamentação em público) esteja obrigando uma mãe a amamentar em público, ou a não se cobrir quando amamenta. Esse argumento de que nós é que queremos proibir alguma coisa é estúpido, e é parecido com aquela confusão ignorante de que defender a legalização do aborto equivale a forçar as mulheres a abortar. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. A palavra-chave é liberdade. O corpo é da mulher. Se ela quiser amamentar em público, deve ter todo direito de fazê-lo. Se ela não quiser amamentar em público, deve ter todo direito de não fazê-lo. Se ela quiser se cobrir com uma burka pra amamentar, a decisão é dela. É ela quem decide, não eu. Não você.
Mas veja só como esta ― como todos os outros temas que envolvem o corpo da mulher ― é uma questão feminista sobre liberdade e delimitação de território. Um leitor reacionário disse que deveríamos poder processar mães que amamentam em público por atentado ao pudor. Pode isso?! Como alguém tem um pensamento desses? Pois é, sei que é difícil de acreditar, mas nos EUA ― terra da liberdade ― já há vários casos de mulheres processadas por amamentar em “local inadequado” (parece que 12 mil mulheres por ano são levadas à delegacia por amamentar em público, e outras 30 mil por alguma outra atividade topless). É isso mesmo que queremos? Um estado policial para pessoas que não estão fazendo nada de errado (muito pelo contrário)?
Outro dia recebi um email de um rapaz revoltado por eu ser a favor da legalização do aborto. Ele disse que “feminismo é suicídio social”, porque, graças ao feminismo, segundo ele, as mulheres estão cada vez mais infelizes. E a única coisa que ele gostou de tudo que eu escrevi foi ver que sou a favor da amamentação. Mas com uma ressalva: “Isso não é direito da mulher, é direito da criança!”.
Preciso falar mais?
Imagino que, de forma abstrata, até aqueles filhos de chocadeira que acham “nojento” ver mulher amamentar sabem que é algo bom. Não creio que eles realmente defendam que o bebê seja alimentado com leite em pó de vaca (apesar das inúmeras campanhas de multinacionais querendo nos convencer que leite de outro mamífero é melhor que o nosso próprio), ou que queiram ver um bebê chorando de fome. O problema não parece ser com o bebê, portanto. Se não é com ele, é com quem? Ué, com a mãe. Com a mulher que amamenta. Esse pessoal também não tem nada contra seios, imagino. Eles até gostam, se tais seios estiverem estritamente dentro do padrão de beleza. Sim, porque essa galera costuma pensar que todos os seios são iguais. Mas o que os molesta é ver esses seios servindo pra outra coisa que não seja poder ser encarados.
Outro dia assisti a um episódio antigo do seriado Friends, em que um dos amigos, então já casado, recebe a visita dos outros. Sua mulher está com um bebê no colo, e quando ele começa a chorar, ela lhe dá o peito. Assim, na sua própria casa, num lugar particular, fechado. E qual é a atitude dos dois rapazes que não são pais? Eles se levantam correndo, envergonhados, e fogem pra cozinha, pra não ter que ver aquele “espetáculo degradante” de uma mulher amamentando! O outro que é pai vai atrás deles, perguntando “Qualé? Isso é natural. É a coisa mais linda do mundo!”. E a resposta dos dois: “É, e tem um bebê chupando nele!”.
Eu adoro essa piadinha, porque ela diz horrores do conservadorismo americano. Não tem jeito não: pra eles, seios são objetos sexuais masculinos. Quer dizer, seios não pertencem nem à própria mulher, mas aos homens. Seios só servem, segundo eles, pra causar desejo. Aquela outra função tão primordial que é amamentar? Tudo bem, desde que ninguém mais fora a mãe e o bebê estejam presentes. Isso pra não chocar os homens, que ficam indignados ao verem seu playground usado pra outra utilidade. O terrível é que é este cenário que estamos trazendo pra cá, pro Brasil.
Uma outra leitora levantou a questão de que o desconforto que algumas pessoas têm ao ver mães amamentando é religioso. Interessante isso. Não duvido. Religião é uma das maiores causas de desconforto para todas as funções fisiológicas.
Não que eu ou qualquer outra pessoa defensora da amamentação (e isso inclui amamentação em público) esteja obrigando uma mãe a amamentar em público, ou a não se cobrir quando amamenta. Esse argumento de que nós é que queremos proibir alguma coisa é estúpido, e é parecido com aquela confusão ignorante de que defender a legalização do aborto equivale a forçar as mulheres a abortar. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. A palavra-chave é liberdade. O corpo é da mulher. Se ela quiser amamentar em público, deve ter todo direito de fazê-lo. Se ela não quiser amamentar em público, deve ter todo direito de não fazê-lo. Se ela quiser se cobrir com uma burka pra amamentar, a decisão é dela. É ela quem decide, não eu. Não você.
Mas veja só como esta ― como todos os outros temas que envolvem o corpo da mulher ― é uma questão feminista sobre liberdade e delimitação de território. Um leitor reacionário disse que deveríamos poder processar mães que amamentam em público por atentado ao pudor. Pode isso?! Como alguém tem um pensamento desses? Pois é, sei que é difícil de acreditar, mas nos EUA ― terra da liberdade ― já há vários casos de mulheres processadas por amamentar em “local inadequado” (parece que 12 mil mulheres por ano são levadas à delegacia por amamentar em público, e outras 30 mil por alguma outra atividade topless). É isso mesmo que queremos? Um estado policial para pessoas que não estão fazendo nada de errado (muito pelo contrário)?
Outro dia recebi um email de um rapaz revoltado por eu ser a favor da legalização do aborto. Ele disse que “feminismo é suicídio social”, porque, graças ao feminismo, segundo ele, as mulheres estão cada vez mais infelizes. E a única coisa que ele gostou de tudo que eu escrevi foi ver que sou a favor da amamentação. Mas com uma ressalva: “Isso não é direito da mulher, é direito da criança!”.
Preciso falar mais?
67 comentários:
Texto ótimo Lola! Acho que você foi bem ao ponto, como sempre. Clara e direta.
Vou divulgar no Facebook, ok? Beijos! =)
Lolinha,
Acho que você já está até careca de saber que falo MUITO disso, e fico muito muito feliz de ver um post tão sensato de uma pessoa que não teve experiência com isto.
Existe uma ENORME pressão para que não consigamos amamentar, parece que a sociedade toda se esforça para provar que amamentar é o melhor, mas que você não vai conseguir - e que deve se sentir culpada por isto. Pior: mulheres que não conseguem amamentar são TAMBÉM apontadas. Isto é, amamentar ou dar a mamadeira vai dar na mesma em ser julgada!
Amamentação é uma época que estamos muito frágeis. Conseguir é um misto de confiança e apoio. E olha só, vc não encontra nenhum dos dois dando sopa por aí! Somos 'ensinadas' que nosso corpo é defeituoso, precisa de ajuda pra conceber, menstruar direito, para gestar, parir, amamentar, entrar na menopausa sem 'bagunça', tudo. Parece que todos os ciclos femininos são 'tortos' e precisam de remédios para entrar no certo.
Ok, lola, concordo com você. apenasu ma correção irrelevante:
Ross não era casado com a mãe do bebê. Era apenas pai do filho dela. A moça o deixou porque descobriu que gosta de mulheres. a outra moça ao lado dela é sua namorada :)
Ah Lola, esqueceu de comentar os infelizes que comparam amamentação em público com masturbação em público, e que tem gente até que fala que é igual a defecar em público...
O que fazer com essa gentinha, né?
Como pode algo tão natural incomodar tanto as outras pessoas (ops as outras pessoas não, alguns homens).
A pervesão esta exatamente em quem fica desconfortável ao ver uma mãe amamentando seu filho, chega a ser nojento...
Ola
então, eu amamentei minha filha ate ela completar 1 ano e 9 meses, nunca me constrangi em amamentar em público, quantas vezes a amamentei dentro do ônibus, em restaurantes, em parques e nunca vi problema algum nisso, é claro que ja sofri preconceito, é claro que muitas pessoas ja se sentiram incomodadas com isso e sairam de perto ou me olharam com desaprovação. Mas nunca deixei minha filha chorando com fome devido a isso.
Como vc mesmo disse é um direito da criança e isso não é discutível.
O que eu não consigo entender é aonde esta o problema, aonde esta a vergonha em amamentar. Hoje sinto muita falta dessa época, como eu não tive problema algum em amamentar era super prazeroso poder ficar esse tempo com ela, em vê-la alimentada e feliz.
Noh
Putz, o ultimo comentario do carinha ai foi de doer...
o tipo de idiota para quem mulher está sempre errada. não importa oq faça.
me da raiva e preocupação esse surto de conservadorismo e preconceito que tem ganhado cada vez mais força.
ainda bem que tem reações contra isso, como o seu blog.
Depois vem um babaca dizer que ele como homem tem seus direitos (não seriam previlégios?) tolhidos.
A frase “Quem é contra a amamentação em público, é contra a amamentação.” Define bem Lola. Porque só quem já amamentou sabe da impossibilidade de ser diferente do que esta dito nessa frase, com a única ressalva em se tratando de alguma milionária que tenha quem faça tudo pra ela, e possa ficar em casa o tempo inteiro em que o bebe deve ser amamentado.
A imensa maioria das mulheres tem que trabalhar, ir a bancos, mercados, shoppings, repartições públicas, comércios em geral e tudo o mais que um cidadão comum faz, e essas rotinas não se interrompem pelo simples fato da mulher estar amamentando, e se lhes é negado que amamentem em público como a mulher que esta nesse período da vida vai exercer seus direitos de cidadã.
Bem ao contrario a vida de quem esta nessa fase deveria ser facilitada ao máximo, já que não é exatamente fácil carregar uma criança para todos os lugares pra onde se vai, mas é necessário levar, visto que a criança deveria ser alimentada quando tivesse fome, e isso pode acontecer em qualquer lugar que a mulher precise estar no momento.
Realmente acho que preciso uma capacidade mental muito maior da que eu tenho pra poder entender, as pessoas que se posicionam contra um fato tão natural em todos os outros mamíferos.
O que mais dói são mulheres e mães que também acham que amamantar é algo privado e que as que tem que amamentar em público tem que procurar um lugar recluso e usar a burka (o tal paninho). E o pobre bebê? Como fica? Ou passa fome ou sufoca...
Eu não consegui amamentar direito. É um dos maiores traumas para mim. Quando minha filha nasceu, fui parar no CTI e deram leite em pó na mamadeira para ela. Tudo o que eu não queria (além de ter tido ela em um hospital). Ela nasceu pequena e minha prioridade foi que ela ganhasse peso. Tentei que ela pagasse o peito durante 3 meses (só tenho um funcional devido a um câncer de mama) mas nunca foi algo tranquilo e ela não mamava o suficiente, tinha sempre que suplementar. Aí fiz o que eu podia, tirei leite com bomba durante 1 ano e dei para ela na mamadeira. Chorei muito, me senti péssima mãe. Mas ela está aí, grande e saudável. As poucas vezes que tentei amamentar em público ( quando ela esta com fome e eu fora de casa) não tive problemas, ninguém falou nada. Não sei o que teria falado, sinceramente. Estava tão sensível neste assunto que acho que teria feito um discurso!
Enfim, uma pena que minha única experiência tenha sido assim. E é por isso que essas atitudes ultra conservadoras me revoltam. Não quer ver? Saia de perto e depois vá se tratar!
Oi Lola seu post está sensacional, vai direto ao ponto. Partilho desta ideia sobre amamentação em público. Vergonha é violência ao outro, é pensar que um ato tão sublime como amamentar em público é impróprio. Abraço.
Meu bebê tem 7 meses e continuo amamentando. Não sei quando encerraremos esse capítulo: ele pode não mais querer, vou ter de aceitar; pode acontecer algum imprevisto e eu ter de secar o leite, são situações inesperadas da vida; ele pode já passar dos dois anos e então creio que já terá de partir de mim o encerramento. O certo é que amamento. Durante 4 meses e meio foi amamentação ao peito em exclusivo, mesmo com uma mastite no primeiro mês e com as dificuldades normais iniciais de uma mãe de primeira viagem. Mas nunca me envergonhei de alimentar meu filho em público. E nunca notei olhos de reprovação por estar amamentar. Mas e se houvesse?
Só lamento! Tantas outras coisas pra me preocupar, vou lá querer saber sobre o que "os outros" acham. Meu filho é extremamente saudável e é uma criança feliz é isso que me importa.
Não há nada melhor do que essa cumplicidade: http://dl.dropbox.com/u/178967/251369_10150230760888281_615338280_7018291_824132_n.jpg
Estou revendo minhas prioridades na vida e a cada dia sinto mais vontade de ser mãe, espero que se for o caso, ter a liberdade de amamentar o meu filho onde ele precisar!
Acho tb que a frase “Quem é contra a amamentação em público, é contra a amamentação.” Define bem a idéia central da discussão.
:)
Estes "lencinhos" de amamentação parecem burkas de bebê.
Ótimo post.
Eu acho irônico ser normal anúncios de publicidade com mulheres semi-nuas serem suuuper aprovados e mães amamentando ter esse tipo de situação!
Amamentar é algo natural, que não é a mãe que escolhe o local e sim o bebê, quando está com fome (quer dizer, ele não escolhe o local né, ele só 'anúncia' que está com fome) e ela vai deixar o(a) filho(a) com fome? Não né.
Eu não sou mãe, mas não sei o que faria se ouvisse algum comentário se estivesse amamentando em público. Certamente iria responder algo, porque é uma situação absurda!
O povo é todo puritano quando se trata de amamentar, mas quando é para ver moças de decotes enormes e mini-shorts, ai é super-aprovado por boa parte das pessoas...
Concordo com a Denise: " Não quer ver? Saia de perto e depois vá se tratar"
Mariana, o Ross era sim casado com a mãe do Benjamim, durante o casamento ela arrumou uma namorada.
Lola, a amamentação aqui onde moro é um assunto complicado. Ainda que eu não acredito que mulheres terão problemas em amamentar em publico são as proprias mães que deixam de amamentar os filhos muito cedo. Conversando com uma médica de familia que atende quase que exclusivamente mulheres e crianças ela me disse que como começam ter filhos muito cedo, por volta dos 13, 14 anos deixar de amamentar é importante pra voltar logo pra vida sexual ativa, principalmente levando-se em consideração que o pai do bebê rarissimas vezes vive com a mãe. Complicado e triste, mas a base seria a educação não é? E disso, infelizmente, estamos muito carentes por aqui.
A primeira coisa que eu pensei quando li o título foi "erm, claro que a mãe não decide onde e quando amamentar" - ai cheguei no adendo "E o bebê", que é o verdadeiro rei dessa cocada. Aliás, toda a discussão é justamente por isso: porque não decidimos, respondemos a uma necessidade da criança. Eu duvido que se a gente pudesse decidir quando e onde amamentar fossemos escolher estar no meio do shopping ou dentro do ônibus. SE fossemos escolher, estariamos em casa, com tempo, em silêncio, com um belo copinho d'água do lado, em uma cadeirinha de balanço, pés pra cima, almofada sob o braço para aconchegar a criança...
Mas NÃO, a gente NÃO decide. A gente também não faz para ofender, nem por ativismo, nem por coisa nenhuma que não para alimentar uma criança exatamente quando ela tem necessidade. Se nego acha que pode mijar em árvore porque PRECISA MUITO mijar, tem que admitir que estamos amamentando porque ELES PRECISAM MUITO COMER. Bebês não controlam seus impulsos, por isso mesmo eles usam fraldas. E nós, mães, cumprimos nosso papel que, na real, é bem mais desagradável para nós do que para os outros, aposto (ao mesmo tempo que é uma delícia, mas dai é outra história). E, de fato, quem tem problemas com isso deve procurar ajuda ou voltar pro fundamental e relembrar as funções das partes do corpo.
sâmya, ele foi casado. mas na cena que ilustra o post eles já não estavam mais juntos (durante a gravidez eles já estavam separados e a mãe do ben já estava com a outra namorada, que na cena em questão, tá ao lado dela).
Lola, ótimo post. Parece mesmo que uma onda conservadora tem quebrado por aqui.
Na maternidade a primeira mamada da minha filha foi com leite de fórmula. A direção do hospital disse que aquilo é padrão lá. Achei um absurdo e me senti violada. Sequer me avisaram. Cheguei ao cúmulo de ainda na maternidade ter que tirar leite do peito e jogar fora na pia porque tava vazando e ela não iria mamar nas próximas horas. Quando eu perguntei se podia pôr aquele leite na mamadeira para dar para ela, a enfermeira sorriu e disse que não precisava pois o Nan já estava pronto. O último mês de gravidez saía muito leite sem que eu fizesse nada e nos primeiros dias depois que minha filha nasceu, acho que o estresse foi tanto no hospital que saiu quase nada. Os médicos ME culparam, ridículo. Só em casa que voltou a sair normalmente. Era tanto que eu jogava fora para não empedrar, cheguei a doar o excedente para uma maternidade.
Na rua eu nunca ouvi nada mas já me olharam torto. Não estava nem aí. Eu só cobria os seios com um pano porque os olhares de alguns homens me irritavam, pareciam que iam começar a se masturbar ali mesmo. Nojento e depois tentam dizer que o problema é com a gente. Mas no geral foi tranquilo, eu tava tão absorta na minha filha na época que o resto do mundo parecia não ter lá muita importância. Só fui racionalizar essas situações muito mais tarde.
Sabe, não é só na rua que as pessoas se sentem incomodadas. Como no episódio do Friends, eu e meu bebê, praticantes da livre demanda já fomos abandonados em diversas situações por amigos e familiares que não con-se-guem ficar perto de um peito amamentando.
Eu acho graça. Mas não muita.
Seguimos peitando!
Lola, adorei seu texto, na minha cidade ainda é comum se amamentar e os homens não correm, como em friends. hahaha Pretendo amamentar meus filhos onde eles sentirem fome!
Mas vou te mostrar uma corrente que tá circulando no Facebook, carregada de preconceito! Esse texto abaixo, tá sendo compartilhado, e é uma forma de preconceito manipulador, na minha opinião, normalmente compartilhado por religiosos.
Queria sua opinião sobre, quem sabe um post, né! =*
Eu acredito que os homossexuais devam ter os mesmos direitos básicos: educação, saúde, segurança,etc...
Mas casamento gay é algo que sou contra pois o casamento está intimamente ligado a cultura judaico-cristã ocidental, tanto que o casamento é monogâmico nos países com maioria cristã, então casamento homossexual acaba soando como uma afronta a cultura e os costumes locais.
Sempre o mesmo papinho: se critica gays é homofóbico. Isso deixa clara a falta de argumentos de gente q quer privilégios e não direitos.
Aceitar os gays e concordar com o q eles fazem são duas coisas TOTALMENTE DIFERENTES. A LIBERDADE garantida na Constituição dá a qualquer um o direito de discordar, INCLUSIVE DOS GAYS.
Se eu estou com uma mulher e beijo ela num shopping eu posso ser expulso mas se for um casal gay, o segurança é homofóbico. Se um hétero apanha, é uma simples agressão, se um gay apanha, é crime de ódio. Vai pra PQP quem faz essas leis diferenciadas!
Os gays merecem os direitos E DEVERES básicos. Merecem respeito e não PRIVILÉGIOS. Seus direitos já estão garantidos nas leis autais e não tem q fazer lei especial menhuma para eles, tão pouco cotas, ou cartilha gay, ou qualquer coisa q IMPONHA PARA OS OUTROS o homossexualismo. Nada q saia dos direitos para se tornarem privilégios. Isso é uma clara violáção da Constituição q diz q todo cidadão é igual e não deve ser privilegiado.
Quem é gay q viva sua vida e dê aos héteros o direitos de viverem suas vidas tranquilamente tb, COM OS MESMOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES, INCLUSIVE DE RESPEITO.
Fantástico, Lola! Eu, que tive muitos problemas com a amamentação da primeira filha, fui salva pela livre demanda (dar de mamar quando o bebê quer e não em horários estipulados pelo médico, pela sogra ou mesmo pela mãe) com a segunda. Se eu não pudesse amamentá-la na rua, provavelmente ela já estaria desmamada e tomando leite artificial ou estaríamos as duas com raquitismo, sem ver a luz do sol há um ano.
Aliás, por falar em amamentação em público, hoje iniciei uma nova seção no meu blog com um especialista em aleitamento, que pode ser de interesse de suas leitoras que são mães. É a seção Pergunte ao Pediatra, com o Dr. José Martins Filho, professor emérito da Unicamp e autor de sete livros sobre a infância, entre eles, "A Criança Tereceirizada", que é outra discussão que dá muito pano pra manga. Vejam lá: http://fotocecilia.blogspot.com/2011/08/pergunte-ao-pediatra-jose-martins-filho.html.
Beijos
Acho que nesse debate temos um fato: tem pessoas que ficam constrangidas ao ver uma mulher amamentando. A isso podemos atribuir como causa a cultura que vê o corpo da mulher como objeto do homem e faz do seio mais importante como atrativo sexual do que como fonte de alimento de uma criança.
Mas eu acho que a reação dessas pessoas diz muito sobre o tipo de pessoa com quem lidamos.
O cara(ou a cara) que sai de perto, muda lugar e evita qualquer forma de contato visual me passa a impressão de perceber que a prioridade no momento é a necessidade da criança.
Já sobre quem se dá ao trabalho de questionar o ato da mãe e até pedir para parar, ou sair, ou se cobrir, não tenho muito o que dizer.
Amamentei por 1 ano, 8 meses e 12 dias. Neste período amamentei por 1 ano em livre demanda.
Nunca ninguém ousou a me falar algo, e assim que notava olhares estranhos já encarava a pessoa em tom agressivo, rapidinho mudavam o foco.
Meu menino mamou na maternidade, carro, trem, metrô, ônibus, taxi, avião, bonde.
Mamou em supermercados, restaurantes, cafés, lanchonetes, praças de alimentação, aeroportos, estações de trem, pousadas e hotéis.
Mamou na casa dos avós, amigos, primos, tios, colegas e da Bisa-avó.
Mamou em consultórios, repartições públicas, pracinhas, parques, bosques, ruas, shoppings, lojas, farmácias e festas.
Mamou em um Cassino e na praia também.
Claro que sempre tive o cuidado de usar uma fralda para cobrir os meus seios, mas isso é algo meu.
Amei o post Lola, amamentacao é um tema que me interessa e só de lembrar os bons momentos me emociono.
Beijos :)
Eu bem que queria que a mãe do meu filho o tivesse amamentado. Mas, procurando todas as formas possíveis de se "vingar" de mim, ela não o amamentou. E o pior é que acho que se arrependerá tanto por isso...
Liana, fiquei revoltada por vc.
Qualquer mãe tem o direito de estar com seu bebê e de amamentar em livre demanda após o parto. Só podem te separar do seu bebê se vc ou ele precisar de cuidados especiais. E sendo esse o caso, explicações claras e detalhadas sobre que tipo de cuidados e suas causas também são um direito.
E dane-se se a praxe da maternidade for outra. O direito do paciente está acima de regimentos internos, eles que se virem pra te respeitar.
gaaah.
as notícias q vem dos EUA estão me deixando assustada. Como um país pode caminhar tão rapidamente para o passado remoto?
Junte essa história de mães processadas por amamentarem em público, com outras como "mulher processada por plantar verduras e legumes no jardim" e "candidato mais votado prega fuzilamento de imigrantes"... ou ainda "candidato a presidente da extrema direita acredita q os dinossauros não existiram" e, pessoal, tá até pena. E assusta.
acho q o brasil tá na corrente contrária a isso. embora ainda tenha muita gente doida desse jeito, nós estamos mostrando para eles q não queremos isso e nós somos maioria.
minha experiência de amamentação foi super tranquila. No primeiro dia foi difícil, porque eu não sabia exatamente e q fazer. o pai do meu filho foi um pai nota 10, me ajudando muito. Depois foi tranquilo.
Não amamentei muito em público porque naquela época já trabalhava em casa. Mas aconteceu algumas vezes e se alguém fez cara feia, confesso, ñ vi. Sempre ficava extasiada vendo o meu pequeno mamando. Ai q saudades!
Mais uma vez vc foi direto ao ponto!
só faço algumas considerações:
1- Se tem uma classe que vai fazer de tudo pra que uma mulher deixe de amamentar sue próprio filho é a classe dos pediatras. Principalmente se for pediatra de plano de saúde. Sofri isso na pele, o canalha passou leite artificial pro meu filho de 1 mês e meio, e nem me ouviu quando eu disse que meu peito tava empedrando. E eu, inexperiente, aceitei o que ele disse sem pestanejar. Hoje só consigo jurar hemorróidas presse verme. Daquelas remissivas, que vc opera e elas voltam.
2- Quem diz onde e quando a mulher deve amamentar é o bebê. Há bebês que adoram mamar no meio do fuzuê da rua;
outros, preferem um lugar calmo, sossegado e (portanto) reservado pra mamar na mamãe. Se você está incomodado, é VOCÊ quem está incomodado. Não o bebê. e quem deve se retirar é o incomodado.
Achei extremamente contraditórios os dados nesse texto em relação as prisões de mães que amamentam em público e alguns textos abaixo no "GUEST POST: MEXEU COM UMA, MEXEU COM TODAS" a impunidade em relação aos estupradores. Como assim? Vivemos em um país onde é crime um ato tão belo quanto amamentar e destruir a dignidade de mulheres é normal?!
Disso sim da nojo.
Sempre digo que consegui amamentar pois sou turrona e não dou ouvidos a ninguém. Meu marido sempre me apoiou, o que ajudou demais. O restante da família não, principalmente na amamentação prolongada, após meu filho completar 2 anos então foi um inferno! A mulher precisa estar muito segura p/ conseguir peitar tanto preconceito. Excelente txt!
Processar por atentado ao pudor??? Que pudor é esse??? Ele é pudico? É daqueles que não se masturba vendo Playboy? É daqueles que não sente tesão vendo uma bunda na TV? Pra mim, isso sim é atentado ao pudor. Expôr nossas crianças à tv aberta (a maioria da população brasileira não tem acesso à tv por assinatura) que, nos finais de semana, coloca mulheres seminuas dançando e rebolando para as câmeras em horário livre.
Isso sim é atentado ao pudor. Então vamos nós, mulheres ofendidas com a "objetação" do corpo feminino processar Gugu, Silvio Santos, Luciano Huck, Pânico (...) por atentado VIOLENTO ao pudor.
Ah, vá!
E se um idiota viesse me mandar me retirar, ele tomava logo um esguicho de leite pela cara! Quem amamenta sabe! Quando o bebê tá no auge da mamada, empolgadão, o leite jorra! E ai de quem estiver por perto se o bebê largar o peito! É leite para todo lado. Essa seria a minha única resposta. Ou, melhor: "porque você não vai comer no banheiro? É muito feio ver você mastigando, me dá nojo! Eca!"
Ah, vá, né?!
Desculpa, precisava falar!
Se quiser, pode mandar minha resposta pro "leitor" que falou do processo... ele que venha discutir o tema comigo pra ver o que lhe acontece!!! rs
Beijos
A Pili tocou em um problema seríssimo: a maternidade. Os procedimentos dos hospitais em relação ao parto, durante e depois, são absurdos, antiquados e na maioria desnecessários. Isso quando não são cruéis e colocam a mulher e a criança em maior risco.
Esse é um assunto femisnista muito importante, mas do qual pouca gente fala ou questiona.
Pili, até hoje me sinto mal quando lembro disso. Aquela é uma hora em que tudo o que queremos é paz, infelizmente muitas mulheres têm histórias ruins para contar. Aquilo me marcou porque sonhei com aquele momento, li muito sobre a mamentação, conversei com médicos, parteiras, doulas e acabou acontecendo isso. Mas no geral a minha gravidez e o primeiro ano da minha filha foram tranquilos.
Divulgar essas informações é muito importante. A mulher muitas vezes nem imagina que esse tipo de coisa aconteça e quando ocorre deixamos pra lá, já que a prioridade não é discutir, é cuidar do bebê. A mãe está ali muito vulnerável, os parentes nem sempre ajudam, muitos hospitais proíbem acompanhantes e a mulher fica ali à merçê do que a equipe médica decidir. E eles fazem o que é melhor para eles. A grávida entra, obedece, pari e sai. Hospitais não foram feitos para pacientes, foram feitos para médicos. São poucos os que tem o tal do parto "humanizado", seja lá o que for que eles entendem por isso.
Madrasta, a pediatra da minha filha também fez isso e passou suco de frutas para ela quando tinha 4 meses para "reforçar" a amamentação. Hoje me arrependo, minha produção de leite diminuiu depois disso.
É uma pena porque eu gostei de amamentar apesar de que às vezes era chato. Essa coisa de que bebê mama de 3 em 3 horas é uma furada. Alguns dias parecia que eu fazia tudo pela metade e só amamentava. Mas aí aprendi que podia tirar leite do peito e estocar na geladeira que não perde suas propriedades, quando tava muito ocupada, minha mãe esquentava e dava pra ela. Facilitou um pouco minha vida.
Comparar amamentação com masturbação ou defecação é doentio, bem como a sugestão de procurar um banheiro público ou limitar a amamentação às mães "comíveis", mas não custa usar um lencinho ou procurar um local mais reservado para gerar um pouco de privacidade. Claro que quando for possível e não exigir esforço da mãe. Mas também não acho certo impor aos outros o que eles devem achar incômodo ou não.
Oi Lola. Posso contar minha experiência com a amamentação?
Quando dei à luz, tinha 19 anos, e sofri por mais de um mês com a amamentação. Perdi pedacinhos do mamilo, minha filha golfava o sangue que saía de minhas mamas e eu tinha que enfiar o punho na boca quando ela vinha mamar, para não gritar. Sem contar o peito empedrado.
Depois desse sofrimento todo, ela aprendeu a mamar. Não tive ninguém para me ensinar, apenas um amor muito grande pra suportar essa tortura que é amamentar errado.
Hoje, minha filha tem 3 anos e 4 meses e ainda mama. Sim, três ANOS e ainda mama em mim.
E adivinha de onde vem o maior preconceito por amamentar uma bezerra tão grande?
Da minha própria família, é óbvio.
Minha avó, meu pai, tios e tias, todos me condenam.
Sem falar das pessoas que você nem conhece vem com essa de "não tá na hora de tirar o peito?"...
Tem que ter muito saco pra amamentar, viu, e nem é pelo desgaste físico, é pelo desgaste dos ouvidos!
Vc é demais! Já arrumei tanta discussão por conta desse assunto, eu amamentei meus três filhos, e por mais de dois anos cada um. E por várias vezes amamentei em público, inclusive durante o batizado dos três, em plena igreja lotada, e o padre, no batizado do meu último, ele era o cara, porque existem alguns exemplares de padres que são o máximo, e esse era um. Ao me ver amamentando, parou e utilizou o meu exemplo como exemplo de ato de amor, de dignidade e motivo de contemplação, pois o amor deve ser contemplado em todas as suas formas, disse ele, e esse era um momento em que todos deveriam se espelhar e amamentar-se de amor...pois bem, faço das palavras do Padre Paco, um Haitiano ilustríssimo, as minhas palavras, e para aqueles que não conseguem contemplar um peito de forma diversa de sua lacívia, fica a dica para procurar um tratamento psiquiátrico URGENTE!!
Lola, se você quiser posso preparar um texto sobre o patriarcalismo e machismo no parto. É meu foco de estudo ;)
Mas que absurdo! Processar a mãe por estar AMAMENTANDO em público??
Bom, eu sou mãe, tenho 25 anos, meu filho tem 1 ano e 10 meses.. e ainda MAMA.. e MAMA no meu peito seja ONDE FOR! Nunca privei ele da vontade dele de querer mamar..! Já dei mamá na praça, na rua, em loja, no consultório, em fila de espera, na igreja, no taxi.. em QUALQUER lugar!
EU AMO AMAMENTAR! E ainda gostaria de "acrescentar" no seu post mas uma coisa sobre amamentação.. assim como eu, muitas mães têm muuuuito leite.. desde q meu pequeno nasceu eu fui uma "vaca leiteira" mesmo! E eu tirava o 'excesso' de leite e DOAVA pro Banco de Leite Humano do hospital.. eles davam para os bbs q estavam em tratamento na UTI Neonatal.. pois não tem nada MELHOR para o recém nascido do q o leite materno (seja da mãe ou não).. O projeto é muito interessante, eles buscavam o leite aqui em casa. Doei durante 5 meses, e só parei pq comecei a trabalhar..
Enfim.. super-apoio o ATO de amamentar.. é mt bom.. pro bb e para a mãe! E eu não quero parar.. deixo meu bezerro mamar o quanto ele quiser.. até quando ele quiser!!
Só mais uma coisa.. conheço um caso da mãe ter o leite e não querer amamentar.. por ser mais cômodo dar a mamadeira.. (?!) nunca entendi.. bati de frente.. mas... a mãe é ela.. e uma das tantas justificativas para tal.. era que o marido dela não queria q ela colocasse o peito pra fora na frente dos outros em qq lugar.. Aff!
Bejo Lola! Parabéns pelo Post!
Desculpe a falação!
Ps. Num episódio de Friends dessa temporada q vc citou, tem uma hora q o Joey bebe o leite materno por engano.. hahaha.. eu bebi o meu! É um sabor muito esquisito.. hahahah.. #nojinho! :P
Oi LOla! Recebeu as fotos? Enviei sábado.
Lola e comentaristas: vocês não acham que a campanha de incentivo à amamentação do governo federal com a Juliana Paes é uma "resposta" às merdas que os idiotas do CQC disseram e o fuzuê que se originou daí?
Amamentação é Lindo demais!
Acho super bonito esse momento todo especial das mães com seus filhos, é sagrado! Quem não se emociona com uma parada dessas não tem coração na boa.
Há algum tempo eu li essa matéria no ig :http://delas.ig.com.br/saudedamulher/dor+de+parto+e+ironizada+nas+maternidades/n1238112528354.html
Ela é tão, tão absurda, e parte do mesmo principio que a condenação por amamentar em público. A mulher não é dona do próprio corpo, ela pode ser um ótimo enfeite (se estiver em forma e afim de se exibir), mas amamentar e parir não é estético. Deve ser feito em silêncio e em privado para não ferir a sensibilidade de quem está por perto.
Ingrid!
Escreve sim! A gente precisa divulgar isso! A questão do parto é uma dos maiores atentados as mulheres e pouco se fala sobre isso. Eu li e estudei muito sobre isso e escolhi ter minha filha com parteiras.
Não entendo como a taxa de cesárea as no Brasil é tão alta e a mulherada se submete a isso!
Se precisar de ajuda, referencias, etc pode contar comigo.
Esse tema é complicado pra mim, como já falei, porque tive que amamentar pouco tempo:ums Três meses apenas, por conta da medicação ferrada que tomei depois e que ia todinha para o leite.
Amamentar foi o máximo, me sentia uma super mulher, capaz de produzir o alimento do ser que eu havia gerado. Uau, eu quase saia voando..
Sempre me lembro da minha avó, a pessoa mais envergonhada do mundo, que, quando amamentava, ficava de peitos ao léu felizinha da silva, ela seeeeempre disse isso.
Friends tem um bom ritmo de humor, mas é tão moralista que dá engulhos.
Lolissima, eu gosto desse assunto: amamentação! e incrivel pensar como aqui no Brasil a gente e tao contraditorio... para umas coisas liberdade e apoio total a corpo de fora, por outro ideias retrogradas quanto essas de que e feio, nojento ou qualquer coisa amamentar em publico.
ja falei bastante disso antes e mesmo la no blog, da diferença absurda entre a liberdade de uma mae sueca amamentar em qualquer lugar que for e a brasileira... mas ainda me falta escrever um texto que tenho meio rascunhado entre a diferenca de ter um parto normal la e aqui...
uma hora sai!
Lola, acho que no Brasil não é tão comum essa forma de preconceito contra a mães que amamentam em público (pelo menos ainda não). Em outros países "mais evoluídos" ouvi dizer que não é algo muito bacana de se fazer. Tenho uma amiga que morou na Inglaterra e diz que quando amamentava a filhinha dela, todos a olhavam com uma cara de nojinho. Agora entendo bem, com o seu post, o porquê.
Cofesso algo pessoal. Se fosse eu na situação, até amamentaria em público, mas sem mostrar os seios. Encontraria alguma forma de tapar. Não por preconceito, mas por ser tímida quando o assunto é mostrar meu corpo, ainda mais para desconhecidos. Admiro aquelas que não sentem vergonha de amamentar sem se importar se um de seus seios está à mostra ou não. Porque na verdade esse não é o objetivo principal : tapar os seios... E sim amamentar a cria sem se importar com os outros que ali estão.
É algo realmente natural. E acho uma hipocrisia isso de chamar a amamentação em público de "atentado ao pudor", já que peitos vemos por todos os lados. A internet mesmo tá cheia. E olha que nem é preciso abrir uma página pornográfica pra se deparar com eles.
Me surpreende, ainda mais, ver esse número absurdo de estadounidenses processando mulheres por causa disso. A cultura deles é tão de "peitos", mulheres semi-nuas cantando e dançando em videoclipes, mulheres nuas em filmes e convenhamos que adoram um "porn". A mídia americana está tão cheia de mulheres superficiais mostrando o peito e a bunda pra ficarem famosas... Esse tipo de coisa não os incomoda.
Não te parece hipocrisia?
Beijo
Eu não vejo nenhum argumento racional para proibir a amamentação em público.
Me espanta o número de situações em que a mulher pode ser reprimida, e depois ainda dizem que temos direitos iguais e o feminismo não tem pq existir...
O que resta fazer é ridicularizar qualquer tentativa de coibir a amamentação (ex: CQC), e divulgar iniciativas em sua defesa.
Excelente o texto, Lola! Eu ainda não sou mãe, mas acho um absurdo que se proiba/censure/condene a amamentação em público! É um direito da mãe e da criança. Algo tão natural.
O pior foi ver recentemente uma conhecida minha - com a idade próxima da minha (por volta dos 30), metida a moderninha, típica menina da Zona Sul do RJ, com um pai artista e conhecido - de repente fazer um comentário estapafúrdio no Facebook condenando a amamentação em público, dizendo que "é horrível quando uma mulher coloca os peitões pra fora na frente de todo mundo para amamentar". Tentei rebater, mas ela se manteve firme em dizer que "não gosta", que as mães tem que cobrir, evitar... Olha, a única coisa que pude fazer foi aconselhá-la a procurar um psicólogo. Aliás, fica a dica para todos os que se sentem mal com algo tão natural: procurem ajuda, vocês estão com problemas psicológicos.
Liana, eu não sou mãe, e não sei o que faria se tivesse passado pela sua situação. A prioridade é cuidar do bebê, a mulher está frágil e aceita tudo que dizem no hospital, com medo de prejudicar o bebê, mas é decepcionante ver profissionais da SAÚDE privando o recém-nascido da amamentação.
Também acho legal o guest post oferecido pela Ingrid!!
Perfeito, Lola!
Estou compartilhandoooo!!!
Barbara, foi mesmo frustrante aquilo. Nem consegui entender o motivo pois eu e minha filha estávamos bem.
Tiraram minha filha do quarto duas vezes, dizendo que iam fazer uma coisa, fizeram outra e deram o Nan. Falaram que estes procedimentos são para que a grávida tenha o mínimo possível de estresse no primeiro dia e que muitas não conseguem amamentar na hora. Eu falei entendia mas que não era o meu caso. Disseram que não poderiam fazer nada, que as regras eram essas.
Resumo, fiquei preocupada e não deixei mas ninguém tirá-la do quarto. Não consegui nem dormir direito e só pensava em ir pra casa. Desnecessário o meu aborrecimento. O pior é que quando fui amamentar, meus seios lotados mas não saiu uma gota e tive que pedir a uma enfermeira para trazer o Nan. Não preciso nem dizer a cara de deboche que elas fizeram depois.
O médico entrou depois pra me dar esporro dizendo que eu desperdicei colostro quando joguei o leite do peito fora, respondi que meu peito vazava muito e se não tirasse o excesso ia doer além do que não teria sido necessário se tivessem me deixado amamentar mas o sujeito nem ligou e saiu irritado. As enfermeiras me olharam como se eu tivesse feito algo abominável. Ridícula aquela situação.
Quando cheguei em casa meu leite tinha empedrado e meus seios estavam muito quentes. Tive que fazer massagem e tive febre. Depois consegui amamentar normalmente.
Detalhezinho da minha filha, ela nasceu com um dente já crescido e outro com a pontinha aparecendo, é de família eu também nasci assim e outras mulheres. As enfermeiras se amontoavam pra ver. Bonitinho até a hora em que ela mamou e doía um bocado na hora de pegar mas logo passava :) A danada ainda fazia meu seio de chupeta aí eu corria dela rs
Bem, eu reclamei, me aborreci e aconteceu isso. Por essas e outras muitas mulheres se calam. É mais fácil deixar pra lá. Só que eu não consigo ficar quieta. Esse tipo de "procedimento", além de coisas ainda piores, precisa ser revisto. Não podem deixar que a mãe se virar sozinha numa hora dessas.
A primeira vez que pensei nisso foi quando estavamos em uma pizzaria, comemorando um aniversário em família. A minha prima tinha acabado de ganhar nenê e em dado momento foi amamentar, alí na mesa mesmo. Um cara sentado próximo se incomdou, ao que parece, e ficou falando alto para que ouvissemos "tem gente que não tem vergonha na cara, pondo o peito pra fora em qualquer lugar". Minha prima ficou muito constrangida. O cara ainda teve coragem de chamar o garçom pra reclamar e este foi até a nossa mesa pedir que minha prima fosse amamentar a criança no banheiro!
Bom, nessa hora foi demais para mim.
Reclamei com o garçom, mas reclamei mais com aquele cara folgado. Com certeza não foi amamentado quando pequeno, pois lhe faltou alguma proteína no cérebro.
Bom, como eu nunca passei por um parto não posso falar disso especificamente, mas o que noto em profissionais da saúde - médicos, enfermeiros - é que eles tem muita dificuldade em tratar o paciente como pessoa. Fazem procedimentos sem te explicar o porquê, sequer olham na sua cara, como se você estivesse em coma. É terrível. Em uma simples consulta a gente se sente à mercê do profissional, imagina em um parto?? Entendo que para eles aquilo tudo é cotidiano, mas pra gente não. Falta muita empatia da parte deles. E é comum ouvir mulheres reclamando do tratamento recebido durante e após o parto.
Isso de desencorajar a mãe a amamentar devia ser crime. A minha mãe, infelizmente, levou tanto as 'críticas' (até do meu pai) a sério que eu e meus irmãos fomos pouquíssimo amamentados. Acho muito triste.
Aqui alguém explica pq as mulheres sofrem... http://semdeusnocoracao.tumblr.com/post/9263923427
[o tumblr é muito bom]
Olá, Lola!
Que tal usar seu espaço para apoiar o aleitamento materno?
Não podemos esquecer que a amamentação não envolve apenas duas pessoas – mãe e bebê -, mas a todos nós: família, namorado, marido, amigos, empregadores.
A mulher que amamenta precisa de apoio, carinho, companheirismo para passar ao bebê tudo que ele precisa. A amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida da criança e o leite materno na alimentação do bebê até 2 anos são fundamentais para a saúde dos pequenos.
Apoie essa causa, seja um amigo do peito!
Para saber mais sobre amamentação, acesse: http://on.fb.me/oL9ILc
Se quiser receber material de divulgação para incluir no seu blog, entre em contato com comunicacao@saude.gov.br
Obrigado,
Ministério da Saúde
Essa é apenas mais das retaliações que sofremos todos os dias e que, para mim, não deixa de ser uma violencia de cunho sexual. Por isso mesmo entendo perfeitamente o porquê de muitas dessas mulheres sentirem vergonha de se "expor" para amamentar nas ruas: medo dessa violencia sexual (ainda que ela não seja expressa por meio de palavras. é a questão do tal do "playground" que vc mesma citou), mais do que pelo medo de sofrer algum outro tipo de hostilidade. Infelizmente, assim como acredito que muitas aqui, já deixei diversas vezes de usar a roupa que queria pelo simples fato de não estar com saco de ouvir os comentários sujos dos homo "but not sapiens" (falo dos passantes porque sempre tive o devido respeito dos meus parceiros).
Acredito que isso tem relação também com as políticas públicas deficientes. Não sentimos segurança suficiente para exercer nossos direitos, seja de amamentar em público, seja de colocar um bom decote. E ainda há a possibilidade de ouvirmos de algum delegado ou policial que o crime quem está cometendo somos nós.
Excelente texto Lola, sempre acompanhei suas postagens, mas nunca havia comentado. Me identifico muito com o tema e concordo quando você diz que quem é contra a amamentação em público é contra a amamentação.
Tenho dois filhos, amamentei o 1º até os 8 meses a a 2ª até 1 ano e queria muito ter amamentado por mais tempo, mas eles decidiram parar. Amamentava na rua e em qualquer lugar, e já olharam torto para mim algumas vezes, mas nunca me importei, preocupava somente em saciar a vontade do bebê. Uma coisa que me ajudou muito a amamentar na rua foi o sling, são carregadores de pano para o bebê, com ele conseguia amamentar até caminhando no shopping...
Acho que outro tema importante de ser abordado (que outras meninas também já mencionaram) é com relação ao parto e o tratamento recebido pela mulher na maternidade. É um absurdo, a maioria dos médicos nos tratam como defeituosas, incapazes de gerar e dar a luz sem suas intervenções. a quantidade de cesarianas chega a 90% nos hospitais particulares (sendo que a OMS recomenda que somente 15% dos partos sejam cesários). Sei que muitas vezes é a própria mulher quem decide assim, já que no Brasil a cultura da cesariana como melhor opção é muito forte. Mas na maioria dos casos, os médicos fazem a cesariana por ser pais prática para eles (com a cesariana agendada eles não correm o risco de serem chamados a qualquer dia e horário, são mais bem remunerados e não precisam esperar por todo o trabalho de parto que as vezes pode ser muito demorado) e não por vontade da mãe ou por necessidade (em casos de risco de morte para a mãe ou o bebê).
Tive meus dois filhos por parto normal, o primeiro foi pelo SUS, fui tratada como um animal, mas pelo menos não cortaram a minha barriga. Já o segundo foi pelo plano de saúde, e sofri muito até achar um médico que faria o parto do meu jeito, natural e de cócoras. Muitas pessoas me olham como se eu fosse um ET por ter parido meus filhos (como se isso fosse coisa de outro mundo, pois nesse planeta os bebês só vêem ao mundo através de uma intervenção cirúrgica).
Bom, acho que exagerei um pouco, mas foi bom para desabafar...
Se alguém aí, mamães, futuras mamães ou simpatizantes com o assunto quiserem ler mais sobre parto, amamentação e maternidade indico um blog muito legal que sempre acompanho: http://www.blogmamiferas.com.br/
Abraços
Conheço quem é a favor de transar na rua, "fazendo a alegria de porteiro", mas faz cara de nojinho e diz que amamentar em público é "estranho". Texto ótimo, Lola! Jamais deixei de amamentar minha filha só pq estava na rua, no shoping, ou com visita em casa (é, me pediram pra sair da sala pq meu avô estava em casa...). Se você, caro cidadão respeitável, não se incomoda com uma mãe enfiando um Big Mc criança adentro, dá chilique por causa de leite?
Muito bom!
Não devemos nos revoltar com os homens que urinam em público?
Gostaria de postar comentários mais bem elaborados, mas está faltando tempo rsrs
Respondendo à Teresa, eu não acho que a campanha do MS é uma resposta às baboseiras anti-amamentação, simplesmente porque ela é uma campanha anual. Ano retrasado foi a Cláudia Leitte. Esse ano, a Juliana Paes. A famosa da vez com bebê em idade amamentável vira personagem.
Muito bom o texto, Lola. E obrigada por falar disso.
Não subestime a inteligência dos divergentes. "Se caírem os impérios para onde iria o mal? E se não o encontrarmos nos lugares onde imaginamos que estaria? E se mesmo assim destruirmos todos eles, para que o mal desaparecesse? Para onde iria o mal? O mal poderia ir para o outro, certamente iria para um outro que não sou eu. Temos que destruir o outro para acabar com o mal. Mas e se o mal não estiver no outro, onde estaria o mal? Não, isto não, o mal não estaria em mim porque eu sou bom. Se destruir o outro finalmente o mal desapareceria, mas como saberíamos que somos bons? Para isto inventamos o mal, porque não suportaríamos carregar dentro de nós tudo aquilo que depositamos sobre o mal."
Lola, certa vez ví um videozinho em espanhol, com várias imagens de mulheres amamentando, cobertas, descobertas, nuas, de burca, de fraldinha... A moral do vídeo era: quem escolhe o quanto se vai cobrir é a mãe.
Procurei muito, mas não consegui encontrá-lo de novo, tenho certeza de que você iria gostar.
Sou totalmente contra a mulher se expor tem que a ver lei de proibição
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