Paris não podia pedir um cartão postal tão sedutor quanto o 41o filme de Woody Allen, Meia Noite em Paris. Não são só as ruas limpinhas, largas, belas, cheias de monumentos, arborizadas, feitas pras pessoas andarem. É a noção de que em cada esquina da cidade a gente vai esbarrar em algum marco histórico. Dá pra entender por que todos os artistas e inteletuais viviam em Paris na Era do Jazz, assim como é compreensível que o personagem do Owen Wilson, um roteirista de Hollywood e aspirante a romancista, queira ficar lá pra sempre. Ele não quer só ficar em Paris por toda a eternidade ― ele quer é permanecer naquela Paris dos anos 1920 com sua nova gangue de amigos, entre eles F. Scott Fitzgerald, Zelda, Hemingway (melhorou muito a imagem que eu tinha dele! Quero um Ernest assim), Gertrude Stein (Kathy Bates, ideal), Salvador Dali (Adrien Brody, muito engraçado), Buñuel (deu vontade de rever o grande O Anjo Exterminador), Man Ray, T. S. Eliot, Cole Porter (todo mundo conhece a versão que o Chico canta com a Elza Soares, né?), e uma moça divina que já fora amante de Modigliani e agora é de Picasso, Adriana (interpretada por Marion Cottilard, que parece mesmo teletransportada de décadas passadas pra cá). Meia Noite é mais gostoso pra quem já ouviu falar nesses nomes famosos, mas creio que pode ser bem aproveitado até por quem pensa que Man Ray é marca de óculos escuros (vai dizer que não parece?).
Meia Noite deve ser o filme do Woody que tá recebendo a acolhida mais calorosa (de público e crítica) desde Ponto Final, e é uma gracinha. Tem um clima de nostalgia que lembra A Rosa Púrpura do Cairo. Praticamente todo os protagonistas da obra do Woody (tirando o de Ponto Final, que é talvez o que faça esse suspense tão diferente) são o Woody, o próprio ou imitadores. Não se pode esperar que um ator fraquinho como o Owen Wilson faça algo original. Mas ele é o Woody mais convincente dos últimos anos. Owen funciona bem porque seu personagem parece estar tão deslumbrado em compartilhar a sala com as figuras históricas dos anos 20 quanto o ator parece estar em atuar num filme do Woody. Já Rachel McAdams destoa e se sai mal num papel um pouco antipático e não desenvolvido (fica claro que Woody, apesar de ser milionário há décadas, não se identifica com os ricos de direita dos EUA). E nem reconheci o Michael Sheen como o intelectual chatinho disposto a corrigir a guia em Versalhes. Reconheci a Carla Bruni como a guia mas não achei nada de mais.
Além de divertido, Meia Noite traz algumas questões interessantes: por que preferimos uma outra época que não seja a nossa? E, se pudessémos viajar no tempo, em que década gostaríamos de viver? Não sei se eu gostaria de voltar atrás. Por mais que eu e a torcida do Flamengo tenhamos fascínio pela Idade Média, duvido que alguém realmente gostaria de viver naquelas condições. O pessoal da minha geração fala com saudosismo do final dos anos 1960: revolução sexual, protestos mil, mudanças sociais e, no Brasil, a luta pra derrubar a ditadura militar. Parece um propósito nobre viver nesse período, se não lembrarmos que toda a resistência à ditadura foi esmagada, torturada, morta, exilada, presa. Prefiro viver numa democracia do que numa ditadura, lutando pra retornar à democracia. Até porque tenho outras lutas. Fico com pena de quem acha que não há mais por que se lutar hoje em dia.
A gente quase sempre vai achar que uma outra época foi mais interessante do que a que vivemos. Não estou falando do hábito da gente dizer que a década de tal era melhor que a de hoje, que é uma ideia nostálgica ― pensamos que filmes e músicas e costumes da década da nossa adolescência eram mais legais, mas isso só significa que sentimos saudades da nossa juventude. Enfim, não é isso. É voltar bem mais atrás mesmo. Pro personagem do Owen Wilson, a melhor década é a dos anos 1920. Pra Marion, que vive na década de 20, é a Belle Époque, na virada do século 19 pro 20. Mas o pessoal que vivia em Paris naqueles tempos não tinha ideia de que seu tempo seria tão especial a ponto de receber a alcunha de Belle Époque. E taí outro problema: a gente não tem como saber como nossa época será vista depois. Quando eu vivia minha adolescência nos anos 80, nem imaginava que aqueles tempos seriam apelidados de década perdida. Pra mim não pareceu perdida!
É fascinante também como a gente tem o costume de exagerar a beleza do passado (um passado em que a expectativa de vida era muito menor), mas não tem a mesma condescendência com o futuro. Geralmente pintamos o futuro mais como distopia, um pesadelo de ficção científica, do que como utopia. Por mais avançada que seja a ciência daqui a cem anos, por mais que as pessoas que fazem as cidades tenham se tocado e descoberto que vale mais a pena investir em transporte público que individual, por mais que a miséria diminua (vamos ser otimistas), o futuro sempre terá um enorme defeito, impossível de ser corrigido: não estaremos lá. E isso me parece muito injusto. Eu adoraria viver mil anos. Juro que se eu fosse um vampiro imortal você nunca me pegaria reclamando.
Foi um presente ver Meia Noite logo depois de conhecer essa cidade realmente mágica. Na vida real, ninguém conta que chove tanto em Paris quanto em Londres. São pelo menos 250 dias de chuva por ano entre os 365. Mas na comédia romântica do Woody temos dois personagens que acham que Paris fica ainda mais encantadora molhada. Isso sim é amor.
Meia Noite deve ser o filme do Woody que tá recebendo a acolhida mais calorosa (de público e crítica) desde Ponto Final, e é uma gracinha. Tem um clima de nostalgia que lembra A Rosa Púrpura do Cairo. Praticamente todo os protagonistas da obra do Woody (tirando o de Ponto Final, que é talvez o que faça esse suspense tão diferente) são o Woody, o próprio ou imitadores. Não se pode esperar que um ator fraquinho como o Owen Wilson faça algo original. Mas ele é o Woody mais convincente dos últimos anos. Owen funciona bem porque seu personagem parece estar tão deslumbrado em compartilhar a sala com as figuras históricas dos anos 20 quanto o ator parece estar em atuar num filme do Woody. Já Rachel McAdams destoa e se sai mal num papel um pouco antipático e não desenvolvido (fica claro que Woody, apesar de ser milionário há décadas, não se identifica com os ricos de direita dos EUA). E nem reconheci o Michael Sheen como o intelectual chatinho disposto a corrigir a guia em Versalhes. Reconheci a Carla Bruni como a guia mas não achei nada de mais.
Além de divertido, Meia Noite traz algumas questões interessantes: por que preferimos uma outra época que não seja a nossa? E, se pudessémos viajar no tempo, em que década gostaríamos de viver? Não sei se eu gostaria de voltar atrás. Por mais que eu e a torcida do Flamengo tenhamos fascínio pela Idade Média, duvido que alguém realmente gostaria de viver naquelas condições. O pessoal da minha geração fala com saudosismo do final dos anos 1960: revolução sexual, protestos mil, mudanças sociais e, no Brasil, a luta pra derrubar a ditadura militar. Parece um propósito nobre viver nesse período, se não lembrarmos que toda a resistência à ditadura foi esmagada, torturada, morta, exilada, presa. Prefiro viver numa democracia do que numa ditadura, lutando pra retornar à democracia. Até porque tenho outras lutas. Fico com pena de quem acha que não há mais por que se lutar hoje em dia.
A gente quase sempre vai achar que uma outra época foi mais interessante do que a que vivemos. Não estou falando do hábito da gente dizer que a década de tal era melhor que a de hoje, que é uma ideia nostálgica ― pensamos que filmes e músicas e costumes da década da nossa adolescência eram mais legais, mas isso só significa que sentimos saudades da nossa juventude. Enfim, não é isso. É voltar bem mais atrás mesmo. Pro personagem do Owen Wilson, a melhor década é a dos anos 1920. Pra Marion, que vive na década de 20, é a Belle Époque, na virada do século 19 pro 20. Mas o pessoal que vivia em Paris naqueles tempos não tinha ideia de que seu tempo seria tão especial a ponto de receber a alcunha de Belle Époque. E taí outro problema: a gente não tem como saber como nossa época será vista depois. Quando eu vivia minha adolescência nos anos 80, nem imaginava que aqueles tempos seriam apelidados de década perdida. Pra mim não pareceu perdida!
É fascinante também como a gente tem o costume de exagerar a beleza do passado (um passado em que a expectativa de vida era muito menor), mas não tem a mesma condescendência com o futuro. Geralmente pintamos o futuro mais como distopia, um pesadelo de ficção científica, do que como utopia. Por mais avançada que seja a ciência daqui a cem anos, por mais que as pessoas que fazem as cidades tenham se tocado e descoberto que vale mais a pena investir em transporte público que individual, por mais que a miséria diminua (vamos ser otimistas), o futuro sempre terá um enorme defeito, impossível de ser corrigido: não estaremos lá. E isso me parece muito injusto. Eu adoraria viver mil anos. Juro que se eu fosse um vampiro imortal você nunca me pegaria reclamando.
Foi um presente ver Meia Noite logo depois de conhecer essa cidade realmente mágica. Na vida real, ninguém conta que chove tanto em Paris quanto em Londres. São pelo menos 250 dias de chuva por ano entre os 365. Mas na comédia romântica do Woody temos dois personagens que acham que Paris fica ainda mais encantadora molhada. Isso sim é amor.
39 comentários:
Eu não amei o filme. Achei divertidinho, mas só.
O que amei (e já falei em outro post) foi o figurino. A Marion (olha eu, já íntima) está ótima, como sempre. E os vestidos que ela usa são um arraso. Quero todos!
Beijo.
Lola, concordo contigo! Só um parênteses: vc trocou as letras e escreveu Pole Corter no lugar de Cole Porter... bj
:D To querendo ver hoje! Depois que assistir, comento aqui!
E que bom que a Lolinha ainda assiste filmes O_o! foco Lolinha, de pensar que there was a time onde até trailers tinham críticas por aqui!
Bjo do melhor fã!
Adorei o texto. Principalmente pela abordagem da relatividade do tempo e da desmistificação de imagens românticas. Penso que somos uns privilegiados por vivermos neste tempo de tanta inovação e exigindo, sempre, novas lutas.
eu não quero viver em nenhuma época do passado. talvez, se pudesse, gostaria de reviver a segunda metade dos anos 70 sendo adulta (uns 20 e poucos anos tava bom)...eu era de criança para adolescente e sentia q tava perdendo muita coisa kkkkkk
Eu tenho a fantasia de viver no futuro. Falo com meu filho sobre isso: queria viver num futuro com menos preconceito, pessoas mais livres, sustentabilidade, o fim das religiões (TODAS)...eu acredito mesmo que a gente vai chegar lá. Falo pro meu filho: quando isso acontecer (sendo "isso", um desses meus desejos de humanidade mais livre...), por favor, diga para os meus bisnetos: sua bisavó previa (e desejava) q a humanidade conseguiria chegar a esse ponto!
Não vi o filme, mas gostei muito das suas observações sobre nossa perspectiva do passado.
Nos anos 90, a decada de 80 passou a ser chamada de decada perdida, mas desde a virada do seculo passou a ter um revivar desse periodo.
Vejo muitos comentarios agora de que foram os 90 que não tiveram nada de especial.
Parece que é necessario um certo distanciamento para se apreciar um periodo.
Eu gosto muito de ler sobre a Idade Media, a Era Vitoriana e a decada de 20, mas nunca pensaria em viver nesses periodos.
Eu amei o filme, mas isso quase nem vale porque sou descaradamente fã do Woody Allen (e quanto mais vejo os filmes de outros diretores mais me torno fã dele). Gostei muito das reflexões (no filme e das suas) sobre nossas relações com o tempo. Eu gosto do tempo que vivo, tenho prazer nisso e nenhuma vontade em viver no antes nem no depois. Mas se fosse pra dar uma passadinha, podia ser tanto a Paris dos anos 20 como a Nova Iorque, começo dos anos 40, com 20 clubes noturnos em um quarteirão e cruzando frequentemente com gente como Charlie Parker,Hedy Lamarr,Bob Hope e Dizzy Gillespe.
estava meio receosa de ir ver e ficar doida de saudade de paris (que sabe-se lá quando eu volto). engraçado que não fiquei, ou não mais do que todos os dias mesmo. acho que, até certo ponto, eu esperava um manhattan versão paris, sabe? aquele amor declarado e deslumbrante pela cidade a cada frame.
ainda assim, achei um filme delicioso. me diverti horrores com zelda e buñuel, meus queridinhos. e com o resto da trupe, claro. gostei bem do owen wilson, achei que ele ficou bem no papel de woody allen (embora a scarlet johansson também fique, em geral). e a marion, claro, um espetáculo à parte, e, como a Letícia diz, que figurino! esse sim achei deslumbrante rs.
ótimo texto! eu não gosto muito dos filmes do Woody, vou falar. E achei Vicky Cristina Barcelona uma perda de tempo bizarra. Mas me deu vontade de ver Meia Noite em Paris!
Eu gostei muito do filme e até fiz comentário dele no blog. Achei uma graça. E quem é que não teve vontade de bater naquele cara pedante que corrige a guia???? Affe
Eu não sei se gostaria de viver em outra época. Eu sempre digo que queria ter sido adolescente em Los Angeles em 1976 e pegar toda onda glam e The Runaways e depois Joan Jett. Mas talvez seja melhor viver agora onde posso ter meu blog, falar minhas idéias sem medo. E bem, o legal de viver essa época em que temos democracia e tecnologia é que podemos reviver o passado, né? No sentido de que podemos ler os livros, ouvir as músicas. Tem dias que eu coloco Runaways tão alto aqui em casa que quase sinto que é Los Angeles em 1976 e Joan Jett está cantando "You Drive Me Wild" ali na esquina. hahahahaha
Poxa...deu vontade de ver esse filme do Woody. Alguns comentários extras:
1- Doida para ver Adrian Brody de Salvador Dalí e, finalmente, ver a cara do Man Ray. Dele, só conheço as obras expostas numa exposição sobre o Surrealismo, em 2001. O adesivo de peixinho que dava acesso a exposição está grudado na porta do meu armário até hoje.
2- Idade Média... leio sobre ela quase todo o mês. E por mais que seja o meu objeto de estudo, não queria viver na época não!
3- Coisa engraçada sobre a ficção científica: ela tem mais a ver com as expectavivas de cada época sobre o futuro do que com o futuro em si. Pois a ficção científica de 1950 é bem diferente da ficção cinetífica de 1990.
Fazia muito tempo que eu não tinha tanto prazer em ir ao cinema como tive com esse filme.
Só se via pipoca e nada mais.
A propósito: "Eu gosto de rinocerontes" ...
O filme é muito bom. E a citação sobre a chuva é verdade. Se bem que eu acho até o Rio de Janeiro mais bonito quando chove.
O mais irritante do sujeito pedante é que ele ainda corrige errado as informações. E é interessante que tipos assim existem aos montes. Basta ir em algum museu dos mais famosos por lá e vai ter alguém falando besteira em inglês ou português.
Lola,
O filme é genial. Lúdico, leve, inteligente...
Você sai do cinema mais leve do que quando entrou - pode-se quere mais do que isso?
A fotografia é magistral, o figurino é impecável e a trilha sonora é esplendorosa. As atuações de Kathy Bates, Owen Wilson e Corey Stoll (que faz Hemingway).
Um programaço, que demonstra que o cinema ainda pode encantar e enternecer. Mais uma vez, Woody Allen presta uma declaração de amor ao cinema e, porque não dizer, a todas as formas de arte.
Flavia
Verdade, o nosso conceito de futuro é bem maleavel.
Sempre sendo visto pelos nossos olhos de hoje.
Como fã de ficção cientifica eu gosto de ler obras de diferentes epocas para comparar essas visões.
Eu vi o filme há mais ou menos um mês e meio e adorei. Não só a questão da nostalgia de algo que não vivemos, mas também a alfinetada nos pseudo-intelectuais (e seus inevitáveis seguidores) que saem por aí desfilando 'conhecimento' sem conhecerem nada de verdade.
E Buñuel está certíssimo: O Anjo Exterminador não faz mesmo o menor sentido. Cansei de falar isso pro meu professor de cinema na faculdade, ele não acreditava. Fico feliz que o próprio diretor concorde comigo, rsrs...
abraço,
Mônica
Concordo com o Lord Anderson, que falou sobre a necessidade de distanciamento para se apreciar uma época. Acho que isso acontece porque, olhando em retrospectiva, vemos sentido nas coisas. O modo de pensar, a ciência, a arte, a literatura, a música (etc) de uma determinada época, está tudo conectado. No presente, é difícil ver isso, parece tudo uma bagunça...
E já ouvi muitos jovens (da minha idade para menos, quero dizer, a geração que nasceu depois do fim da ditadura) idealizando essa época por causa das lutas, como se não houvesse nada pelo que lutar hoje.
Que falta de visão crítica, né?
Eu também adorei o filme!
Paris está idealizada, claro. Woody Allen fez uma declaração de amor à cidade e à França, que costuma ter mais identificação com seus filmes do que os EUA. E também porque Paris aparece como contraponto às críticas que Woody Allen faz aos americanos, que também aparecem estereotipados (conservadores, preconceituosos, arrogantes...)
Não gosto muito do Owen Wilson, mas ele estava bem no papel, e imitou direitinho o jeito de falar do Woody Allen!
Mudou a visão que eu tinha do Hemingway, e fiquei com vontade de ler Zelda Fitzgerald.
Adorei o detalhe de bicicletas aparecendo em todas as cenas externas do filme! Viva a bicicleta! ;-)
Ah, Lola, se tem algo que eu nunca quis nessa vida é voltar ao passado.
Tive umas coleguinhas rabugentas que ficavam falando mal da nossa geração porque era 'acomodada' em referência as anteriores (as 'revolucionárias'), diziam que tinham nascido na década errada.
Yo juro que se dependesse de mim, teria nascido ainda mais pra frente ou viveriam mil anos tranquilamente - só pra ver como será o futuro, sou mais otimista do que gostaria de admitir.
Viver no passado pra mim é um pesadelo. Não entendo mesmo essa vontade de querer ir pro passado.
Fantástico, vi há dois dias e não sai da minha cabeça. Sempre adorei Woody, mas acho que ele se superou. Está enamorado com Paris e é uma graça presenciar esse amor.
Gostei da sua comparação com Rosa Púrpura e os elogios ao Owen Wilson. Nunca gostei desse ator, achei que fosse uma escolha errada como o Jason Biggs de Anything Else, mas não! Ele estava ótimo! Parecia encantado com o diretor, como seu personagem estava com os ídolos que encontrou no caminho.
A seleção de atores foi muito feliz, também nutri simpatia pelo Hemingway e confesso que vou dar uma nova chance ao velho e o mar.
Tenho lido seu blog e gostado muito, parabéns!
Eu não vi o filme, vou esperar lançar nas locadoras pois já fui ao cinema 2 vezes esse mês e to sem grana. Mas to querendo muito ver, adoro o Woody
Adorei sua reflexão sobre o tempo, eu gosto muitos dessas questões de tempo, espaço, cara, às vezes me pego viajando demais nessas questões, já cheguei a me sentir tonta (juro!), e tive até um pouco de vertigem, quando me peguei um dia pensando sozinha e calada nessa coisa de tempo, do tamanho do universo, aquela velha questão do "de onde viemos, pra onde vamos", qual o sentido da nós, da vida, de tudo???
afff, desculpe, me empolguei nas divagações hehehe bjsss
Eu também não AMEI AMEI o filme, mas achei tão gostosinho, tão... Woody Allen! O Owen Wilson é fraquinho mesmo, mas achei que ficou ótimo naquele papel - bom, meio sem ação, meio bobinho, quase nem precisou atuar hahaha
Obviamente, é tudo bem esteriotipado, Paris, a noiva, os pais da noiva, o pedante, tudo bem caricato quase. E tem essa coisa de sempre contar a moralzinha como se não fôssemos capaz de perceber sozinhos rs. Mas os personagens estão divertidíssimos, é o 'Paris é uma festa' filmado.
Só faltou dar a dica de que para entender essa Paris de 1920, o melhor guia é Paris É uma Festa, de Hemingway, que dá o título ao post. Bjk.
O saudosismo ficcional das pessoas distorce a história.
Agora eu e contentaria com jogos de realidade virtual, passeio pela hist...sem apuros.;0)
Eu amei o filme!
Achei que era exatamente o que o Woody tava precisando pra subir sua moral nas críticas cinematográficas dos últimos tempos.Embora eu tenha apreciado bastante o Whatever Works, tenho que reconhecer que não é dos melhores filmes de Allen. Mas ainda assim guardo a mágoa das críticas de Vicky Cristina Barcelona, que na minha opinião foi injustiçadíssima pela crítica.
Achei o filme maravilhoso, leve, engraçado e nada superficial, já que traz algumas reflexões bem filosóficas em relação ao tempo, como bem desempenhou a Lola entre outros questionamentos existenciais.
Pontuaria praticamente os mesmos momentos que a Lola no filme, e as mesmas apreciações suas, inclusive, também quero um Ernest assim... hehehe
Adorei o Owen Wilson no papel, achei que ele fez um Woody ótimo, e isso é realmente um elogio, já que o diretor não se densvincularia de ser ele mesmo, e isso comprometeria a "neutralidade", digamos, do papel- a meu ver.
Ao ouvir Porter logo lembrei também da versão da Elza e do Chico.
Achei o elenco super bem selecionado, desde Rachel McAdams e a antipatia perfeitamente encenada, passando pela naturalidade de Carla Bruni, a brilhante insanidade de Adrien Brody como Dali com seus hipopótamos, a interpretação brilhantemente ingênua de Marion, -a ideal mesmo- Kathy Bates na pele de Gertrude Stein e parando na atuação "rude- romântica- embasbacadora" de Corey Stoll. rs
Confesso que saí do cinema direto pro Google imagens pra ficar babando pelo gato, mas optei por ficar com ele só se for de Hemingway mesmo.
Bom, ficaria horas aqui falando bem de Meia Noite, vale a pena conferir o pós quarentão do gênio.
Beijos, Lola, adorei sua crítica!
Sempre achei Woody Allen mais ou menos. Parei de assistir a seus filmes depois que ele transou com a própria enteada ( filha adotiva de Mia Farrow), um caso, para mim, monstruoso e absurdo.Essa história de separar a genialidade da sacanagem não cola. Michael Jackson era pedófilo e acabou. Woody idem.
Lola, aqui tem um link da petição pelo veto do Dia do Orgulho Hetero.
http://www.petitiononline.com/orhtnao/petition.html
Desculpe, o assunto não tem nada a ver com o texto, haha.
Também não faço questão de viver em nenhuma outra época que não esta, prefiro imaginar o futuro ou, se pudesse, viajar para o futuro sempre, e também queria viver 1000 anos! quem sabe daqui uns anos a gente já não tenha subido a expectativa de vida para 150 e subindo, né! :p Eu seria uma imortal feliz e saltitante!
Não vi o filme, mas gostei da ideia de aparecerem tantas personagens históricas interessantes.
filme apaixonante
ai que vontade de ir pra Paris!!!
se eu pudesse teria vivido muitas épocas, ma sgosto do hoje em dia também
queria poder viajar no tempo
só pra curtir um pouquinho mais de algumas coisas e conhecer algumas épocas que nunca conheci
Eu adorei o filme!
Fui assistir num dia que queria descansar a cabeça, aí fugi com o namorido pro cinema! E acho que nada seria melhor pra conseguir desligar.
Saímos comentando o quento seria legal ler vários dos escritores que ainda não lemos. Deu uma vontade de fazer uma incursão cultural ao longo das da história... hehehhe.
Eu recomendo! Principalmente pra quem quer relaxar!
Muito legal a critica. Realmente, o maior defeito é que não estaremos lá. Amei essa passagem do texto.
E posts sobre sua viagem, Lola, onde estão? Queremos tanto ler :DD
Ai, Lola, e os diálogos sensacionais do filme? E aquilo que o Hemingway falou sobre "amar uma grande mulher"? Coisa mais linda, se for pra ter diálogos e cenas lindas dessas, a gente topa até aguentar uma hora e quarenta com o Owen Wilson na tela!
Enfim, Lola, vi que você falou sobre a plastificação da mulher (e do homem) num post recente e eu tenho aqui um tema que eu me identifico muito e queria muito que você desenvolvesse: dentes tortos. Hahaha sério, parece banal, mas eu tenho um dente levemente torto e as cobranças para consertá-lo são tantas! E tipo ele não me incomoda nem um pouco - por que incomoda tanto assim aos outros? Ninguém é obrigado a ter a dentição do Depp, poxa! Hahaha
Beijão.
Lola, passo por aqui só pra deixar um link interessantíssimo sobre o quadro do Zorra Total que banaliza o estupro. Vale a pena ler, beleza?
http://eusoqueriaestudar.wordpress.com/
Beijos =*
Oi Lola!
Assisti o filme assim q saiu aqui nos EUA porque sou apaixonada por Paris, not so much por Woody... mas amei o filme! Acheio super leve, simpatico... como vc nessa critica, nunca de vi tao ZEN! hahahahaha
PS: tome um vinho antes de ir para o cinema, o filme fica ainda melhor!
eu gostei muito d filme, assisti aqui em Paris e sai di fime eia noite e estava chovendo. Foi muito gostoso passear pelas referencias, embora eu nao conhecesse qze nenhum escritor. O q achei mais gostoso foi voltar a sentir a magica da cidade, eu tinha perdido ela pelos metros lotados e na delicia do bom humor, da pressa e otimismo parisience. Tb me irritei muito com o cara q corrigiu errado a carla bruni la no museu do Rodin, e acho a Marion Cotillard perfeita.
Ai Lolissima, mesmo sem tempo nenhum neste exato momento eu nao aguento e páro pra comentar!
Eu nao tenho mais conseguido ir ao cinema, mas consegui uma noite sem as criancas e fui com Renato... queria mesmo este filme! esta cidade com quem eu tambem tive sonhos de viver um dia! nunca viiv! rs...
O filme do Woody é tudo isso que voce falou! Eu literalmente mergulhei na história... em dado momento eu juro! achei que voltaria pro hotel em paris quando saisse do cinema... tudo bem eu sou louca! mas e isso o legal do filme! A gente vive entre um mundo real e o mundo fantasiado por nos!
Acho que o mais legal da historia foi a ideia de se perceber, como voce disse, que ha tantos momentos historicos incriveis e o presente, quando for passado, jamais sera visto da mesma forma! A escolha do personagem pelo meio termo, ou seja, ele nem volta a ter a vida miserenta de conformado com aquela mulher sem sal e superficial... ele nao decide ficar no passado porque o passado também teria la os seus problemas... como ser ele mesmo numa outra epoca? impossivel! então ele escolhe o caminho do meio... não abandona seu sonho maior que no fundo era paris... era um lugar onde ele tambem poderia ter um tantto do que sonhava antes...
eu amei o filme, embora eu saiba que ele nao seja suuuper cabeca nem nada... eu normalmente gosto de dramas! mas adorei!
e voce tem toooda razao! pensei o mesmo sobre o cartaz do filme! Van Gogh, Paris e Woody allen? muuuito bom!
Lola, também achei maior força essa história de ser mais bonita com a chuva. Escrevi sobre isso no blog do Noblat, olha: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/07/21/humor-cinza-393558.asp
Beijo!
Não assisti ainda, mas pela sua crítica parece ser ótimo.
Beijo :)
Lolíssima! já imagino quantas respostas voce tera para meu convite, ainda mais com o início das aulas e loucura de tudo, mas ainda assim vai meu convite para voce e quem passa por aqui e tambem gosta de escrever: participar do concursito que estou fazendo de textos narrativos. O tema é "uma foto, mil lembranças" e maiores detalhes estão no seguinte link: http://borboletapequeninanasuecia.blogspot.com/2011/08/concurso-de-melhor-narrativa-uma-foto.html
Embora eu saiba que é meio impossível voce participar fiquei pensando em voce falando de uma daquelas fotos lindas da sua infância... haha... claro! que se vc fosse participar poderia ser a foto que vc quisesse.
A idéia tá na cabeca desde os seus concursos dissertativos sobre temas polêmicos e atuais... mas só agora eu consegui tirar da prancheta.
beijoca, somnia
Oi Lola, tudo bem? Eu acompanho o blog e gosto muito das suas opniões sobre cinema. Mesmo quando eu discordo, saber o que você acha me estimula de uma forma elevada.
Justamente no dia que você publicou o post, eu conversei sobre esse sentimento de nostalgia que é comum a muitas pessoas. Pela minha opnião fui acusado de nada romântico, mas vou tentar fazer dela menos agressiva.
Nós não somos capazes de compreender nosso próprio tempo por mais que as coisas estejam passando na frente dos nossos olhos. Seria necessário um cérebro descomunal pra acompanhar tudo, e mesmo assim ainda não seriamos capazes de avaliar as conseqüências futuras do que acontece hoje e que possivelmente influenciam se seremos considerados uma belle epoque ou um medievo.
É na reação a essa incompreensão que nos dividimos. Alguns buscam conforto no passado, que já está ali, prontinho pra ser apreciado, enquanto outros - e acredito que esses talvez nem se preocupem com isso - simplesmente vivem suas vidas, seus presentes; muitos se envolvendo com fatos marcantes de seu tempo (como quem é entusiasta da internet hoje) e serão responsáveis pela sua imagem futura.
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