Respondendo de forma geral aos ótimos comentários no post de ontem, sobre minha decepção com a Unimed: um dos motivos pelos quais nunca tive plano de saúde até agora (só num breve período enquanto vivia com meus pais e era adolescente) é ideológico. Na minha concepção, saúde é um direito de todo cidadão. E saúde deve ser pública e de boa qualidade, simples assim. Outro motivo é que eu não sou uma alienada, e sei muito bem que as empresas de sáude são recordistas (acho que só perdem pra empresas de telefonia, né?) em número de reclamações. Os planos de saúde são ruins e cheios de exceções nas suas coberturas. Nunca confiei neles, e nunca achei que, por ser de classe média, eu tinha a obrigação de contratar um. Tanto que, quase sempre, eu era a única do meu grupo de amigos sem plano. E, pra ser sincera, nunca me fez falta, até porque sou muito saudável, apesar de obesa. E o atendimento pelo SUS em Joinville é bastante bom. Não vou me esquecer jamais quando tive um pequeno incômodo ginecológico e, seguindo a recomendação de uma amiga, fui consultar a ginecologista dela, pagando uma consulta social (que hoje custa entre 100 e 160 reais; aqui em Fortaleza, esse termo nem existe). Lembro que, além de eu ter que ficar uma hora e pouco esperando, a médica, que nunca tinha me visto, me atendeu em dez minutos. Pô, eu fazia papanicolau no posto de saúde próximo de casa a cada dois anos, e conhecia bem o atendimento pelo SUS: era excelente! Quem fazia o exame eram enfermeiras super competentes, que conversavam contigo antes e depois e faziam o máximo pra você não se sentir desconfortável. Pra marcar consulta é que demorava, e antes tinha que passar por uma palestra em que a mesma enfermeira explicava a todas as pacientes como funcionava o exame, e falava de métodos contraceptivos, de prevenção a doenças etc. Eu chamo isso de saúde de qualidade. E a que eu recebi pela médica particular – e paguei por ela – foi totalmente diferente.
Acho também que nós, de classe média, sofremos propaganda demais, e acreditamos nela. Imagine só, todos os seus amigos têm plano de saúde, todos alardeiam os perigos terríveis que é depender da saúde pública (apesar de uma boa parte deles nunca ter chegado perto de um SUS). É meio como a propaganda que fazem contra o sistema de transporte público. Aquilo: “Você TEM que ter um carro! Carro é um item de primeira necessidade! Ônibus é horrível!”... vindo de gente que nunca andou de ônibus na vida. Isso eu sempre ouvi. Ouvia em SP, em Floripa, em Joinville, em Detroit, ouço agora em Fortaleza. E eu sempre andei de ônibus, e não é tão traumático assim. Aliás, sorry, mas o sistema de ônibus em cidades menores, como Joinville e Floripa, é bastante bom. Aqui em Fortaleza, fiz a opção de comprar uma casa bem perto do trabalho para poupar tempo (e, a longo prazo, dinheiro), então não ando muito de ônibus. Mas já andei, e não achei ruim. Um colega meu, professor também, não sabe dirigir, e sempre andou de ônibus. E a propaganda que ele ouviu contra o transporte público daqui foi tamanha que ele quase desistiu de largar Floripa pra vir morar em Fortaleza. E agora ele tá aqui, e pega ônibus numa boa todo dia, e não vê problema nenhum.
Não sei se, no fundo, essa propaganda com que somos bombardeados contra tudo que é público (menos educação superior) não é uma forma de esnobismo, de nos colocarmos acima da massa ignara. SUS é coisa de pobre, sabe? Ônibus também; você até encosta naqueles seres fedorentos, argh! E nós, óbvio, estamos tão acima disso... E não porque tivemos a sorte descomunal de nascer classe média, mas porque merecemos! Nós nos esforçamos! Nós sustentamos esse país! Etc etc (já ouvimos esse discursinho antes).
Mas, como eu disse, fiquei mal-impressionada com a saúde pública em Fortaleza logo que cheguei. Acredito também que falhei ao não dar uma segunda chance. Pode ser que eu fui querer ser atendida da minha surdez temporária num hospital de emergência, e lá me deixaram claro que estar surda, com pouca dor, não era uma emergência – emergência era ter um objeto dentro do ouvido, ou sangramento, ou coisa pior (o que pode ser pior, eu não sei). Naquela ocasião, no final de fevereiro, uma assistente de enfermagem do hospital, muito simpática, recomendou que eu procurasse um médico popular, e me explicou aonde era. Eu fui lá. São várias clínicas numa mesma rua, com as mais diversas especialidades médicas. A consulta custa uns 50 reais, e posso imaginar como deve ser o atendimento (médico nem olha pro paciente, já tem a receita pronta etc). O problema é que também tem fila de espera, e estava lotado. Mas essa é uma modalidade que vem crescendo no Brasil; eu já tinha notado em SC – a medicina privada “acessível” à classe C e, talvez, D. Quando um dos meus milhões de exames médicos venceu, fiz uma bateria de exames (sangue, detecção de doença de chagas, o diabo a quatro) numa clínica particular popular em Joinville, e paguei menos de 50 reais. Foi rápido e indolor, o que realmente me faz pensar se ter plano de saúde faz sentido do ponto de vista econômico. Se eu e o maridão, que, com sorte, não vamos precisar de mais que uma consulta de rotina uma vez por ano, pagarmos 50 reais cada por uma dessas populares, e mais, sei lá, 50 por algum exame, não vale mais a pena que os 180 que estamos desembolsando todo mês? Se a gente aplicar esses 180 por mês pra usar numa emergência, num pronto-atendimento, não sai muito mais em conta? Sem dúvida que sai. Sei que o risco maior é precisar ser internado, precisar de uma cirurgia – isso sim sai uma nota. Mas será que esse terror de que “o SUS vai me deixar morrer na porta do hospital!” não é só mais um mito, uma lenda urbana espalhada por pessoas da classe média para outras pessoas da classe média? Um mito, inclusive, alegremente divulgado pela mídia, que tem entre seus anunciantes empresas de saúde privada?
Por outro lado, no dia em que fui atendida da minha surdez temporária no hospital de emergência em Fortaleza, eu (e o maridão, que estava comigo) perambulamos pelos corredores do hospital até encontrar o local certo, e o que vimos não foi bonito. Havia macas nos corredores. E todo mundo (menos os médicos) era muito mais pobre que a gente. E eu me senti mal por eu, prestes a ganhar 5 mil reais por mês, salário de rico, estar tirando o atendimento de alguém que precise mais do que eu, e que não pode pagar. Na semana seguinte, eu e o maridão já estávamos pesquisando empresas de saúde privada.
E mais: comecei a fazer pressão para que meus dois irmãos ajudassem a pagar um plano para a minha mãe. O mais barato, da Hapvida, custava 270 mensais. O da Unimed, mais de 500. Minha mãe sobreviveu numa boa em Joinville sem plano, e olha que, por ser idosa, ela precisa de muito mais atendimento que pessoas da minha idade. O que nos incomodava é que ela estava com catarata, progredindo bem rápido, sem grandes expectativas de ser operada logo. Em Joinville, ela estava na fila de espera de uma consulta para uma futura cirurgia havia vários meses, e nós estávamos preocupadas com o quanto demoraria até ela ser operada em Fortaleza. Minha mãe não foi atrás nem nada, mas eu falei com uma amiga cuja mãe está relacionada com a saúde pública daqui, e ela marcou uma consulta pra minha mãe com uma oftalmologista do SUS. Esse foi o único empurrãozinho que ela deu – marcar a consulta. Minha mãe foi lá, foi muito bem atendida, e a cirurgia foi marcada pra três dias depois da consulta. Quer que eu repita? Três dias depois da consulta! Isso foi em abril. Sábado último minha mãe operou o segundo olho. Tudo pelo SUS. Hoje ela não tem mais catarata.
E aí eu comparo com o atendimento que eu recebi pra uma simples alergia, e penso: acho que minha mãe está melhor servida pelo SUS que pela Unimed! Quer dizer, você acha que eu vou pagar 500 reais por mês pra minha mãe esperar 3,5 horas por uma consulta de 7 minutos? A verdade é que ainda não sabemos como funcionam por aqui os postos de saúde, o hospital universitário, e outros serviços. Certamente um hospital para emergências não é o melhor lugar para uma consulta com otorrino!
Sobre os anônimos que ahn, começaram comentários com “você, que se diz comunista...” (quando que eu disse que sou comunista? Favor fazer uma busca: digite comunista no espacinho aí de cima e veja se aparece alguma revelação. Eu tô curiosa, porque nem sabia que era comunista!), e querem saber por que o SUS é uma droga se o governo Lula é tão maravilhoso. Primeiro que eu acho incrível comentários assim, já que a minha crítica toda é para a Unimed, uma empresa privada. São vocês que acham que tudo que é privado é bom, e tudo que é estatal é uma droga. São vocês que querem privatizar tudo, inclusive saúde, educação, e segurança, não nós. Pelo contrário: nós votamos em partidos e candidatos que não têm essa sanha privatizante que vimos no governo passado. A saúde no Brasil é ruim, mas privatizar tudo não é a solução. Recomendo fortemente o documentário Sicko - SOS Saúde, do Michael Moore, pra ver como é o sistema de saúde naquele país onde tudo funciona, os EUA. É o pior sistema de saúde no mundo entre os países desenvolvidos. O Brasil é um país em desenvolvimento. Já estamos muito distantes de países pobres, e hoje a comunidade internacional realmente nos vê como o país do futuro. Mas falta pra chegar lá. E é uma besteira achar que dá pra chegar lá só pensando no econômico, sem investir no social. O governo Lula deu passos importantes, mas a situação está longe da perfeição, e falta muito a fazer. O que não devemos fazer é voltar a eleger um governo sem um projeto social. Como sabemos que o PSDB/DEM não tem um projeto social? Bom, é só analisar os oito anos de FHC e, se isso não for suficiente, ver o nível de perfeição na saúde e educação em SP, estado governado pelo PSDB há 16 anos. Mas por que nós, da classe média, vamos nos preocupar com o SUS? A gente tem plano de saúde! E tudo que é privado é magnífico, e o senhor é meu pastor e nada me faltará.
Não sei se, no fundo, essa propaganda com que somos bombardeados contra tudo que é público (menos educação superior) não é uma forma de esnobismo, de nos colocarmos acima da massa ignara. SUS é coisa de pobre, sabe? Ônibus também; você até encosta naqueles seres fedorentos, argh! E nós, óbvio, estamos tão acima disso... E não porque tivemos a sorte descomunal de nascer classe média, mas porque merecemos! Nós nos esforçamos! Nós sustentamos esse país! Etc etc (já ouvimos esse discursinho antes).
Mas, como eu disse, fiquei mal-impressionada com a saúde pública em Fortaleza logo que cheguei. Acredito também que falhei ao não dar uma segunda chance. Pode ser que eu fui querer ser atendida da minha surdez temporária num hospital de emergência, e lá me deixaram claro que estar surda, com pouca dor, não era uma emergência – emergência era ter um objeto dentro do ouvido, ou sangramento, ou coisa pior (o que pode ser pior, eu não sei). Naquela ocasião, no final de fevereiro, uma assistente de enfermagem do hospital, muito simpática, recomendou que eu procurasse um médico popular, e me explicou aonde era. Eu fui lá. São várias clínicas numa mesma rua, com as mais diversas especialidades médicas. A consulta custa uns 50 reais, e posso imaginar como deve ser o atendimento (médico nem olha pro paciente, já tem a receita pronta etc). O problema é que também tem fila de espera, e estava lotado. Mas essa é uma modalidade que vem crescendo no Brasil; eu já tinha notado em SC – a medicina privada “acessível” à classe C e, talvez, D. Quando um dos meus milhões de exames médicos venceu, fiz uma bateria de exames (sangue, detecção de doença de chagas, o diabo a quatro) numa clínica particular popular em Joinville, e paguei menos de 50 reais. Foi rápido e indolor, o que realmente me faz pensar se ter plano de saúde faz sentido do ponto de vista econômico. Se eu e o maridão, que, com sorte, não vamos precisar de mais que uma consulta de rotina uma vez por ano, pagarmos 50 reais cada por uma dessas populares, e mais, sei lá, 50 por algum exame, não vale mais a pena que os 180 que estamos desembolsando todo mês? Se a gente aplicar esses 180 por mês pra usar numa emergência, num pronto-atendimento, não sai muito mais em conta? Sem dúvida que sai. Sei que o risco maior é precisar ser internado, precisar de uma cirurgia – isso sim sai uma nota. Mas será que esse terror de que “o SUS vai me deixar morrer na porta do hospital!” não é só mais um mito, uma lenda urbana espalhada por pessoas da classe média para outras pessoas da classe média? Um mito, inclusive, alegremente divulgado pela mídia, que tem entre seus anunciantes empresas de saúde privada?
Por outro lado, no dia em que fui atendida da minha surdez temporária no hospital de emergência em Fortaleza, eu (e o maridão, que estava comigo) perambulamos pelos corredores do hospital até encontrar o local certo, e o que vimos não foi bonito. Havia macas nos corredores. E todo mundo (menos os médicos) era muito mais pobre que a gente. E eu me senti mal por eu, prestes a ganhar 5 mil reais por mês, salário de rico, estar tirando o atendimento de alguém que precise mais do que eu, e que não pode pagar. Na semana seguinte, eu e o maridão já estávamos pesquisando empresas de saúde privada.
E mais: comecei a fazer pressão para que meus dois irmãos ajudassem a pagar um plano para a minha mãe. O mais barato, da Hapvida, custava 270 mensais. O da Unimed, mais de 500. Minha mãe sobreviveu numa boa em Joinville sem plano, e olha que, por ser idosa, ela precisa de muito mais atendimento que pessoas da minha idade. O que nos incomodava é que ela estava com catarata, progredindo bem rápido, sem grandes expectativas de ser operada logo. Em Joinville, ela estava na fila de espera de uma consulta para uma futura cirurgia havia vários meses, e nós estávamos preocupadas com o quanto demoraria até ela ser operada em Fortaleza. Minha mãe não foi atrás nem nada, mas eu falei com uma amiga cuja mãe está relacionada com a saúde pública daqui, e ela marcou uma consulta pra minha mãe com uma oftalmologista do SUS. Esse foi o único empurrãozinho que ela deu – marcar a consulta. Minha mãe foi lá, foi muito bem atendida, e a cirurgia foi marcada pra três dias depois da consulta. Quer que eu repita? Três dias depois da consulta! Isso foi em abril. Sábado último minha mãe operou o segundo olho. Tudo pelo SUS. Hoje ela não tem mais catarata.
E aí eu comparo com o atendimento que eu recebi pra uma simples alergia, e penso: acho que minha mãe está melhor servida pelo SUS que pela Unimed! Quer dizer, você acha que eu vou pagar 500 reais por mês pra minha mãe esperar 3,5 horas por uma consulta de 7 minutos? A verdade é que ainda não sabemos como funcionam por aqui os postos de saúde, o hospital universitário, e outros serviços. Certamente um hospital para emergências não é o melhor lugar para uma consulta com otorrino!
Sobre os anônimos que ahn, começaram comentários com “você, que se diz comunista...” (quando que eu disse que sou comunista? Favor fazer uma busca: digite comunista no espacinho aí de cima e veja se aparece alguma revelação. Eu tô curiosa, porque nem sabia que era comunista!), e querem saber por que o SUS é uma droga se o governo Lula é tão maravilhoso. Primeiro que eu acho incrível comentários assim, já que a minha crítica toda é para a Unimed, uma empresa privada. São vocês que acham que tudo que é privado é bom, e tudo que é estatal é uma droga. São vocês que querem privatizar tudo, inclusive saúde, educação, e segurança, não nós. Pelo contrário: nós votamos em partidos e candidatos que não têm essa sanha privatizante que vimos no governo passado. A saúde no Brasil é ruim, mas privatizar tudo não é a solução. Recomendo fortemente o documentário Sicko - SOS Saúde, do Michael Moore, pra ver como é o sistema de saúde naquele país onde tudo funciona, os EUA. É o pior sistema de saúde no mundo entre os países desenvolvidos. O Brasil é um país em desenvolvimento. Já estamos muito distantes de países pobres, e hoje a comunidade internacional realmente nos vê como o país do futuro. Mas falta pra chegar lá. E é uma besteira achar que dá pra chegar lá só pensando no econômico, sem investir no social. O governo Lula deu passos importantes, mas a situação está longe da perfeição, e falta muito a fazer. O que não devemos fazer é voltar a eleger um governo sem um projeto social. Como sabemos que o PSDB/DEM não tem um projeto social? Bom, é só analisar os oito anos de FHC e, se isso não for suficiente, ver o nível de perfeição na saúde e educação em SP, estado governado pelo PSDB há 16 anos. Mas por que nós, da classe média, vamos nos preocupar com o SUS? A gente tem plano de saúde! E tudo que é privado é magnífico, e o senhor é meu pastor e nada me faltará.
48 comentários:
Como assim vc não é comunista??? Vc é comunista sim!! Quem é da esquerda, visitou a Russia pelo menos uma vez na vida, defende estatização de tudo, e interferencia do Estado na vida privada é coisa de comunista! Alem disso, vc vive criticando o capitalismo. Pq vc nao se assume comunista? Tem medo??
Isso ai Lola, assuma que vc é uma comunista, ai poderemos manter as criancinhas longe do seu blog revolucionario.
heheeheh
Bem, bem, falando mais seriamente.
Concordo com suas observações no geral. Como morro em cidade pequena vejo que o sistema de transporte e de saude publicos não são essa calamidade todo.
Mas quando visito parentes em grandes cidades sou obrigado a discordar sobre todo o problema ser só propaganda da midia malvada.
Como eu disse antes, aqui o problema é marcar cirurgias e outros atendimentos mais graves.
Fico feliz que sua mãe tenha sido atendida tão rapido, como não conheço ninguem ligado a area da saude, a minha teve que ficar meses na fila.
Outro problema é a grande falta de remedios na distribuição gratuita. Felizmente eu posso comprar, mas muitas familias com renda mais baixas vem tendo dificuldades.
Essa é um dos nossos principais pontos de revindicações junto ao governo municipal
(até pq não adianta só reclamar, tem que fazer pressão em cima)
O SUS é uma otima ideia, mas tem que ser otimizado, mais recursos (e mais bem utilizados), profissionais, etc.
Esse é um ponto muito importante p/ se cobrar dos candidatos atuais em todas as esferas.
Olá, Lola! Quanto tempo!!! Acabo de ler o post de ontem, mas decidi comentar no de hoje, já que o assunto continuou. Lamento que você tenha passado o que passou para conseguir essa consulta aí em Fortaleza! Lamento mesmo!
Agora, acho uma pena você misturar alhos com bugalhos! Você está falando de algo como o (péssimo)atendimento dos órgãos de saúde, está sentindo na pele o "tratamento" que é dado aos que têm plano de sáude assim como àqueles que são atendidos pelo SUS, vê problemas, e insere frases criticando o governo anterior? Lola, que isso? O Lula está aí há 8 anos e você vem criticar o FHC? Será que foi o FHC que privatizou os planos de saúde e ninguém me avisou?
Para ver como você exagera quando critica a oposição, você até criticou a educação paulista! Olhe o disparate! Acaba de sair o resultado do Enem (não vá dizer que não aceita como confiável, pelo menos até certo ponto, afinal, foi conduzido pelo Governo Federal!) e São Paulo ficou só em PRIMEIRO LUGAR no Brasil! Será que a educação lá é tão ruim mesmo? Santa Catarina, também governada pelo PSDB (como São Paulo), ficou em segundo. Minas Gerais, também governada pelo PSBD, ficou em terceiro. Será que isso não significa nada? E não me diga que é porque SP é um estado rico; isso não tem quase nada a ver (até porque municípios paupérrimos da BA e do PI, por exemplo, também conseguiram notas relativamente altas!).
Lola, expresse suas ideias, mostre sua inteligência, mas não subestime a dos leitores.
Um ótimo fim de semana a todos!
Ah, não entendo a sua reação aos comentários dos anônimos. Que nem sempre são anônimos, já que alguns colocam o nome no final. Ademais, quem garante que quem coloca o nome ali (no início) não o inventou? Você acredita que o nome que aparece antes do comentário realmente é nome verdadeiro?
Ô anônimo, no comunismo não existe estado... Se você tivesse lido Marx saberia disso, como você nunca leu, mas odeia, fica falando sandices.
O problema maior é que a qualidade do transporte público e da saúde pública varia do insuportável para muito bom em todo país.
Eu já pensei em investir o dinheiro do plano em uma poupança, mas meu marido não gostou muito da ideia. Creio que a necessidade disso já foi vendida com muita eficiência, pra muita gente (pelo menos ele - hehe).
Mas Lola já você entrou no assunto... Poderia escrever um post sincero sobre a melhoria (ou nem tanto) no ensino público e na saúde.
E eu, sinceramente, queria muito ouvir sua opinião sobre o isolamento que a Dilma vem impondo à imprensa. Não entendo o que ela pode ganhar com esse afastamento. Isso é estratégia, problema de agenda mesmo, ou o que?
Verdade, Lola, pq vc não se assume comunista? E pq o anônimo não assume q tem nome? huahuahuahauhua...
Tbm sou obrigada a discordar um pouco sobre a propaganda da mídia malvada. Moro em Sampa desde q nasci, e posso te dizer: o sistema de saúde testa a sua paciência e o transporte público é às vezes um inferno pra quem depende dele...minha irmã trabalha a três quadras de casa e nunca me canso de dizer a ela o quanto é sortuda, qdo dás 17 horas são aqueles ônibus lotado de gente. Dá mais dó de quem mora em periferia, q é pior ainda.
Mas é claro q há outros fatores q contribuem para isso: o bando de manés q vão trabalhar de carro só pra dizer q tem um (imagine vc o trânsito lotado de carros com UM só passageiro cada, o alto custo para morar próximo do centro(o q faz com que um monte de gente more na periferia e trabalhe do outro lado da cidade), a falta de planejamento da cidade para tantas pessoas q vivem aqui, e assim vai...
Até esse ano, sempre pude contar com o SUS. Moro em uma cidade média, pólo e no sul. Sempre fui atendida no postinho do bairro, onde o agendamento é semanal, e se espera algumas horinhas para a consulta na data marcada. Poucas vezes precisei de atendimento de emergência, acho que a única vez foi quando eu tive estomatite. Cheguei a sala de espera vomitando a bile e fui imediatamente atendida.
Eu e meu irmão já fomos operados pelo SUS. Eu tirei um fibroadenoma, cerca de 1 mês depois do encaminhamento (porém, paguei pelo ultrassom, cheguei a entrar numa fila de espera, mas fui chamada 1 ano depois). Meu irmão operou a fimose quando era criança. Minha mãe faz todos os exames de rotina, e não tem reclamações.
Porém, existem falhas, claro. Por alguns anos não tivemos traumato na cidade, os pacientes eram transferidos e operados na cidade vizinha. Minha avó quebrou o fêmur, e felizmente pudemos optar por fazer a operação pelo convenio do meu avô, evitando toda a mão de obra de acompanhar a recuperação dela em outra cidade.
Esse ano, passei por uma via crucis, em busca de atendimento psicologico e psiquiatrico. Simplesmente, não tem, a não ser que a pessoa já esteja completamente debilitada, suicida ou viciada. Depois de muita procura, encontrei um planinho bem basico, mas que me oferece atendimento psicologico bem em conta e sem limite e desconto com o psiquiatra, cujas consultas são beeeem esporadicas.
Vi noticias que o governo regulamentou, ou está regulamentando, um aumento na cobertura com psicologos nos planos de saude, pra parece que 12 consultas anuais o que ainda costuma ser insuficiente. Então, continuo só não continuo com o sus porque agora tenho o plano do trabalho novo. Não vejo grandes vantagens em plano de saúde.
Poiseh, o SUS tem programas ótimos e médicos excelentes. Essa realidade é conhecida pelos profissionais de saúde. Porém, a população dos grandes centros sofre com a falta de atendimento. O SUS não recebe investimento suficiente para atender a todos. As consultas, priincipalmente de acompanhamento, demoram uma eternidade para serem marcadas. Porém, essa realidade não minimiza os problemas dos planos de saúde. E sempre é bom lembrar: quem presta serviço de primeira necessidade (saúde, educação, infra-estrutura) tem que ser regulado. A ANS está aí para apurar a negligência dos dois lados: SUS e planos de saúde.Temos que aprender a fazer uso da nossa cidadania e cobrar serviços de qualidade públicos ou privados.
Oi Lola, tenho Unimed aqui em São Paulo e não é a melhor coisa do mundo, mais com certeza é melhor que o SUS, nem digo pelo atendimento mas o nosso problema é tempo, pra marcar no SUS vc tem que perder muito tempo e depois quase o dia inteiro para ir ao médico, como nossos queridos chefinhos querem morrer qdo faltamos e acabam nos mandando embora facilmente, somos "obrigados" a contratar um plano de sáude.
Fui tratada pelo SUS qdo era criança, tenho problemas no coração, e sempre fui muito bem atendida.
Ah, quanto à unimed, todas as vezes que precisei fui bem atendido. A última vez foi terça-feira desta semana: marquei a consulta às 17h00 e havia horário disponível às 18h40 - do mesmo dia (era com especialista). Fui, porque queria que fosse o mais breve possível. E fui atendido às 18h50. Razoável, não? Ah, pago 160 reais por mês, tendo meus dois filhos como dependentes. Acho que a empresa paga uma parte.
Pelo visto, a Unimed tem atendimentos bem diferentes nos variados lugares deste país.
corrigindo: Então, só não continuo com apenas o sus porque agora tenho o plano do trabalho novo. Não vejo grandes vantagens em aderir a um plano de saúde.
A ideia de poupar o valor do plano em uma poupança ja me ocorreu tb. Quero ver se ponho em prática.
ah... e já que os anonimos estao de volta: Jornais nos EUA passam a proibir comentários anônimos em sites
a justificativa é o teor sexista e racista adotado pelos mesmos, que diminuem a reputação dos jornais.
Bom, há uns 5 anos eu vendi meu carro porque levava quase três horas para chegar do trabalho até em casa, em comparação com os 40 minutos de ônibus (agora o detalhe ridículo: não são nem 6km de distância. Se eu subir 3Km a pé, o que eu faço de vez em quando, e pegar o metrô na avenida depois para o resto do percurso, eu levo o mesmo tempo e ainda faço exercício!).
Mas também tenho que levar em conta que a maior parte do caminho que eu faço tem corredor de ônibus e é atendida por mais de uma linha, portanto sou bem privilegiada. Tem lugar aqui em que não chega ônibus, nem metrô, nem trem, nem nada, mesmo em bairros de classe média. Meu noivo, por exemplo, se não tivesse carro, teria que andar uns 2Km para pegar o trem, fazer não sei quantas baldeações, para depois tomar mais um ônibus e chegar ao trabalho (tempo total: três horas e meia, comparando a 1:15h, 1:30h de carro, mas pelo menos isso é justificado por um baita de um percurso enorme, não a distânciazinha ridícula que eu faço).
Vc toca num ponto importante, Lolinha: menção honrosa para as enfermeiras da rede pública. O diferencial que elas impõem ao serviço mereceria uma dissertação ou tese talvez, até por sabermos que o trabalho das enfermeiras é visto como secundário, há toda uma questão de gênero inclusive. É impressionante o trabalho que elas fazem no SUS, agilizando e humanizando o serviço - lógico que já tive experiências ruins com enfermeiras também, mas as boas sobrepujam.
Realmente, é complicado traçar diagnósticos definitivos sobre atendimento na rede pública, a gente sempre acaba pendendo para a generalização. Não é lenda urbana o fato de que as pessoas morrem no hall e nos corredores, pode ter certeza. Mas, é também verdade que ele varia muito, de cidade para cidade, de pessoa para pessoa e há situações em que o SUS é muito superior ao atendimento proporcionado pelos convênios.
Em Natal, a saúde pública municipal se encontra em crise há uns cinco anos, há questões administrativas envolvidas, há corporativismo do médicos também, não tenho como resumir aqui, se houver interesse há inúmeras matérias publicadas e acessíveis na versão online dos jornais, já em Mossoró, segunda cidade do estado, o atendimento é bem melhor estruturado, com as Upas, o fluxo fica mais equilibrado. Outra coisa: algumas amigas que foram mães há pouco tempo, fizeram pré-Natal e parto pelo SUS e contam maravilhas sobre o acompanhamento num serviço de parto humanizado que tiveram num Hospital de referência local.
Beijos, Lola.
O SUS é uma construção social, antiga, que esbarra todos os anos nos interesses vários de políticos, corporações médicas, planos de saúde... O SUS na teoria é fantástico, mas precisa de verba, de investimento. Há municípios em que o prefeito prioriza a saúde e aplica adequadamente o repasse federal (como vários municípios do sul e do interior de Sao Paulo), mas há cidades que não recebem dinheiro suficiente e não sabem como administrá-lo (como o Rio!). A saúde do Rio é caótica sim, mas a gente percebe pequenas diferenças com as mudanças de governos. A saúde mental (abandonada pelo Cesar Maia) está voltando a respirar com o atual prefeito, da mesma forma as emergências. Mas esse negócio de UPA, gente, é pra inglês ver! UPA é coisa de militar, que não sabe prestar um atendimento humano. Depois de 5 horas na fila, com febre e dores (na época do surto de H1N1), minha irmã ouviu do médico que "as pessoas tem que saber melhor o que é uma emergência e não vir à toa para a UPA".
Se eu morasse em Joinvile, provavelmente não teria plano, mas no Rio...
Assino embaixo do que a Carolina Pombo disse.
Lola, acho que vc falou do ponto de vista de quem morava numa cidade como Joinville ( claro que vc só pode escrever sobre o seu ponto de vista). No Rio e na região metropolitana, a saúde pública é caótica.
Quanto ao transporte público, aqui no Rio tb é uma loucura! Andar de ônibus, metrô, trem é um inferno. Todos esses meios são lotados, mal-conservados e caros.
hm, não concordo muito com o que tu escreveu, hehe. aqui em porto alegre o sus não é dos melhores. quando minha vó era viva ela chegava a ficar horas na fila do posto de saúde, antes de conseguir uma ficha e poder marcar consulta e essas coisas todas, e comentava que a consulta era assim, "por cima".
meus pais nunca me deixaram sem plano de saúde até esse ano haha usei unimed acho que a vida inteira. nunca tive um problema de saúde sério. a única vez que eu realmente precisei (sem ser dermatologista, consulta pra ver se não era algo mais sério que gripe, catapora, etc) eu fiquei mais de uma hora esperando pra coisa mais simples do mundo. explico: tenho um cisto no cóccix, e ele inflamou. a inteligente aqui ficou um mês tentando esperar a dor passar (tenho horror a médico) e quando eu não conseguia mais caminhar e sentar sem chorar de dor fui ao hospital. resultado, fiquei uma hora tentando ficar em pé/sentada numa salinha com mais gente que cadeiras, chorando de dor esperando por um procedimento que durou pouco mais de 30 minutos.
então, acho que tanto o sus quanto as empresas de planos de saúde têm seus problemas. na verdade não consigo confiar muito em profissionais e estabelecimentos de "saúde" ahhaha mas isso é problema pessoal, nem vale a pena expor aqui.
e sobre o transporte público, já ouvi pessoas dizendo que o daqui do rs (ou de porto alegre) é um dos melhores do país. mas sinceramente? quem chegou a essa conclusão só andou nas linhas "turísticas" que passam nas melhores partes da cidade, então. esses tempos peguei um ônibus cujo chão tinha FUROS, impressionante haha. sem contar que, de noite, vários pontos de ônibus são visados pra assalto e é perigosíssimo esperar. e também há as linhas de ônibus que são assaltadas regularmentes, em determinadas partes da cidade. eu detesto transporte público, não gosto de aglomeração de pessoas e nem de estranhos tocando em mim (toc) MAS é o único jeito que eu tenho pra ir de um lugar a outro e provavelmente vai continuar sendo pelos próximos dez anos, não tenho muito o que fazer. é uma porcaria, na hora de pico. em alguns ônibus o painel interno, ou sei lá como se chama aquilo, informa que a lotação "máxima" é de 60 pessoas, algo como 40 sentadas e 20 de pé. assim, mas o mais comum é ver mais de 80 pessoas se acotovelando e o cobrador implorando pra que alguém desça. é...
lola, extrapolando um pouco o assunto, esse seu post me fez pensar numa situação pela qual eu passo.
aproveitando essa sua reflexão sobre a crença de que tudo que é público não presta e tudo que é particular é ótimo, fiquei pensando nas coisas ditas sobre a escola pública em que trabalho. A minha escola é um CIEP ou BRIZOLÃO, um estabelecimento pensado pra oferecer ensino público em horário integral. Quando escolhi trabalhar nessa escola, que é pertinho da minha casa, recebi várias críticas de colegas e conhecidos. A opinião geral sobre CIEPS é a de que criança que estuda lá não aprende, que os professores não são qualificados, que só crianças marginalizadas são aceitas lá.
Daí que chego no colégio e vejo uma realidade totalmente diferente. A escola tem todos os problemas que uma escola pública no RJ tem ,mas é bem administrada, a equipe de professores é qualificada, há um empenho para que as coisas funcionem.
Dia desses, uma mãe apareceu lá toda surpresa porque tinha recebido um telefonema da direção, pedindo que fosse conversar sobre seu filho, que não estava indo à escola. Ela disse que o menino tinha saído de uma escola particular , que tb matava aula na escola antiga, mas que nunca imaginou que no CIEP alguém fosse prestar atenção nesse problema do menino.
Pois é , há escolas e escolas; há planos de saúde e planos de saúde.
Desculpe fugir do assunto.
Nossa, a unimed daí é muito ruim mesmo. Aqui em MT é excelente, estou super satisfeita com o meu plano de saúde. Minha irmã já precisou operar e a unimed tem convênio com os melhores hospitais (enquanto os outros planos de saúde tem convênios com hospitais bem ruinzinhos), com uma gama gigantesca de médicos, etc. Enfim, se não estivesse satisfeita, não pagaria o que eu estou pagando.
A minha avó, que também tem alguns probleminhas de saúde (embora esteja bem para uma pessoa de 80 anos), precisa do plano. Porque assim: uma consulta social, a gente até consegue pagar sempre. Mas e os exames? existem exames complexos, caros mesmos (não estou falando de exames de sangue), e as vezes a gente tem urgencia (não se brinca com saúde). Aí não dá pra recoorrer ao sus e nem pagar o preço do particular. O convênio é a salvação.
Quanto a 'propaganda negativa' que fazem do SUS, bem.... Eu já me deparei com situações medonhas e não dá pra dizer que a qualidade (e principalmente a humanidade) impera. pelo menos por aqui. Minha prima faz medicina e, no hospital universitário (federal!), ela diz que as vezes sai ate triste de lá. É gente sofrendo nos corredores, e daí pra pior.
Mas também já ouvi falar de cidades em que a coisa toda funciona.
Como não moro em uma assim, fico com a unimed. Pelo menos ela funciona aqui em cuiabá.
Juliana, que maravilha o seu comentário! Parabéns! É tão comum ver as pessoas achincalhando o público, não é mesmo? Se quiser, repasse à direção da escolha os parabéns de alguém que mora em outro Estado e respeita e admira ações como as da sua escola. Quem dera que houvesse comprometimento de todos (ou da maioria, pelo menos) que trabalham nos órgãos públicos!
Ih, Lola... feminista, vota no PT, atéia, não tem filhos... assume logo que é comunista e que come criancinhas, rsrsrs... Brincadeira...
Sobre o SUS e transporte público, na minha cidade pelo menos não posso reclamar tanto, se levar em consideração que em outros lugares é bem pior, pelo número maior de pessoas (fora que o preço do ônibus aqui é o mesmo de BH, mas o trajeto dos ônibus é infinitamente menor). Mas aqui só tem setenta mil habitantes (e mesmo aqui tá longe de ser o ideal), cidade pequena e, presencio de perto a (desculpe!) merda que é a saúde pública e o transporte público nas cidades próximas e na própria capital de Minas.
Lola, não posso falar da saúde pública no sul, mas na maior do nordeste é caótica mesmo. Tive diversos familiares que dependiam dela, e nos casos de necessidade a disponibilidade não existia. E o ambiente é deprimente, às vezes muitos dos pacientes conseguem se recuperar mais ficando em casa do que presenciando tanta tristeza. Macas nos corredores é muito comum. Pacientes deitados em colchonetes no chão, além de pessoas muito mal precisando de atendimento sentadas em filas de espera. Falta remédios, curativos, a infra-estrutura e as instalações são precárias, os funcionários são mal pagos. Concordo demais com você que privatizar está longe de ser a solução, porque aí mesmo é que pobre não vai ter direito à saúde mesmo, mas os governos (municipais, estaduas e federais) precisam investir mais na área. O atendimento em hospitais privados e planos de saúde também não é nenhuma maravilha, mas por enquanto é uma garantia de que pelo menos o paciente vai ser atendido.
Lola,
Acho que meu comentário vai ser um livro, mas vamos lá.
Concordo com vc, em parte, que o que tem rótulo "público" já é interpretado como porcaria, e que isso não necessariamente representa a verdade. Mas eu disse que concordo em parte! Por quê? Vou listar minhas razões abaixo:
1. Transporte público pode ser uma merda em alguns lugares, outros não, como já falaram aí nos comentários. Eu tenho três experiências diferentes pra contar.
A primeira é a mais bem sucedida de todas, que é o transporte público de Curitiba. Realmente é muito bom, mas é uma excessão. Pelo que me lembre, nunca teve prefeitura do PT lá (sou curitibana e vivi lá até 2000).
A segunda experiência é SP, que tem um sistema de metrô muito bom e um sistema de ônibus péssimo. A Marta até tentou melhorar, mas o resultado não parece ter vingado, que são os corredores de ônibus. Melhorou um pouco, talvez 10%, mas isso não é suficiente para uma cidade como SP. Eu morei lá 5 anos, e só usava transporte público. E não estou falando de usar transporte público em periferia, estou falando em usar na Av. Paulista!
A terceira é Bagé, onde moro. Por que eu vou falar de transporte público em uma cidade pequena? Porque aqui é prefeitura do PT há dez anos. E no mandato do Mainardi (de 2000 a 2008), o transporte era péssimo: ônibus caindo aos pedaços, frequência ridícula (a cada meia hora, quarenta minutos para ônibus do centro da cidade)... enfim, era ruim. E eu sei porque eu também só uso transporte público aqui! E agora, no mandato de outro prefeito do PT, as coisas começaram a melhorar, com ônibus novo, pelo menos.
2. Saúde. A única vez que usei o SUS foi em SP, quando morava perto do Hospital das Clínicas - que, por sinal, deve ser um dos melhores hospitais do Brasil e é sim público, mas do estado de SP. Foi num domingo, na emergência da ortopedia. Esperei 2 horas para ser atendida, e o cara tirou um raio X do meu pé, que a princípio eu tinha torcido um dos dedos. Atendimento normal, sem nenhum problema. Mas a espera de 2 horas na emergência me fez temer a espera de atendimento em dia normal. Mas tive um amigo que foi atrás de atendimento lá, por causa de uma dor de cabeça constante, e foi internado e recebeu atendimento de qualidade; fizeram PET e ressonância para descartar, por exemplo, tumor no cérebro e não deram alta até constatarem que ele estava bem. Mas quando fui visitá-lo, fiquei meio chocada, pois ele estava numa maca, num corredor, no meio de mais outras pessoas mais enfermas que ele.
Em Curitiba, o HC é referência, inclusive nacional. Nunca precisei usar o SUS, pois minha mãe, enquanto era funcionária da Caixa, tinha a FUNCEF pra nós, e depois meu avô começou a pagar pra mim a Unimed, plano que tenho até hoje. E quanto a Unimed lá... bem, eu tenho um plano desses caros, então não posso falar sobre como é o atendimento para um plano mais básico.
E em Bagé (prefeitura do PT há dez anos, volto a lembrar) nada é bom: nem os hospitais públicos, muito menos os particulares. Eu e meu marido fomos vítima de erro médico aqui, e temos MEDO de ficar doente aqui. Não há curso de medicina na universidade (nem na pública e nem na privada), e este fato pode corroborar na péssima situação da saúde deste município, afinal de contas hospitais universitários em geral têm um bom nível, e acredito que não cometeriam erros tão graves como foram cometidos conosco e com outros colegas meus.
Faltou falar da educação, mas vou colocar em outro comentário.
Bom, a parte de educação. Aqui eu tenhi muito o que falar, porque estou vivenciando a expansão universitária na veia.
Primeiro, queria dizer que não sou contra a expansão das universidades; sou contra a expansão feita de qualquer jeito, como está acontecendo aqui. Sou professora da Unipampa (Universidade Federal do Pampa) desde que ela ainda não era Unipampa (o projeto de lei que criou a universidade só foi aporvado em 2008) e era tutorada pela UFPEL e UFSM. Foi por causa da expansão que eu consegui emprego, aliás não só eu, mas meu marido também. Mas o que está acontecendo aqui é absurdo, e o resto do país não tem a mínima noção, porque o governo faz questão de abafar.
A Unipampa é uma universidade multicampi - tem dez campi em dez cidades diferentes. As distâncias entre um campus e outro podem chegar a 800km! É uma universidade que gasta rios de dinheiro com diárias e combustível, pois para administrá-la, a reitoria não pode apenas ficar prostrada aqui em Bagé, que é a sede.
Falando no campus Bagé, que é onde eu trabalho: nós não temos ainda prédio pronto, pois por várias questões, que vão desde problemas com licitação até incompetência da admnistração. Nossos alunos não têm restaurante universitário (RU) e nem casa de estudante. Sofrem com a falta de professores, falta de laboratórios, falta de estrutura física, e já vamos ter turma de formandos neste semestre. Com o Enem, a coisa piorou: alunos dos mais diversos lugares do Brasil vieram pra cá sem ter onde morar, porque não podem contar com casa de estudante, e o mercado imobiliário da cidade tem tirado o couro deles. Isto quando tem coisa pra alugar!
Nossa reitora é o braço do MEC aqui dentro, e vem enrolando há dois anos para fazer o estatuto e o regimento da universidade, quando ela tem que chamar eleições para reitor. Veja, no projeto de lei de criação da universidade, está claro que o prazo para que o estatuto e o regimento fossem feitos era de 6 meses! Só agora estes dois documentos estão prontos, e ela ainda não marcou as eleições.
Nossos alunos são o retrato da precariedade dos ensinos fundamental e médio: mal sabem interpretar um texto, quem dirá somar frações! Eu sou professora das disciplinas de matemática aqui, e minha taxa de reprovação é altíssima - chega a 90%! Não é que eu seja uma professora absurdamente rigorosa, pois isto acontece nas disciplinas dos colegas também. O fato é que os alunos têm tantas falhas em sua formação que não podiam estar cursando a universidade! E ficam patinando nas disciplinas de primeiro semestre porque não há um trabalho diferenciado com eles para sanar estes problemas de formação.
E por que não há este trabalho? Porque nós somos obrigados a abrir turmas de 50, 60 alunos, para atender a demanda. Estamos sobrecarregados com carga horária e atividades burocráticas que não são da nossa alçada, justamente pela falta de recursos humanos e infra-estrutura. Trabalho numa sala com mais 20 professores! Há condições de eu poder fazer um trabalho decente com mais 20 professores, todos atendendo alunos (porque não temos espaço para atendê-los em outro lugar)?
E pra finalizar, porque já falei demais: aqui no RS há o exemplo de uma universidade multicampi que está morrendo, a UERGS. Já estava morrendo antes de pensarem em fazer a Unipampa. Mas por que diabos o governo não pensou que seria uma péssima ideia repetir o erro? Porque a criação da própria Unipampa foi uma jogada política, iniciada aqui em Bagé e liderada pelo prefeito da época, do PT. As outras cidades entraram para contentar os parceiros políticos do governo. E agora temos esta realidade.
Desculpe os 5000 comentários, mas este tema, pra mim, é fundamental!
Abraço
Lola, você viu essa reportagem? O que acha disso?
http://www.violenciamulher.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=457:sociologa-e-contra-a-lei-maria-da-penha&catid=19:reportagens-artigos-e-outros-textos&Itemid=6
Gi
João, como paulista que estudou na rede pública e que está prestes a trabalhar como professora, posso te garantir que a educação no estado de São Paulo, governado há anos pelo PSDB, está a beira da falência, e se é p/ falar das notas do ENEM te digo que as escolas públicas c/ melhores notas são federais e que a diferença das médias entre instituições públicas e privadas deveriam fazer corar os governadores dos estados mais ricos do país.
Só fiz questão de comentar,pois no final deste ano tenho q entregar um relatório de 200 hrs. de estágio p/ concluir meu curso de licenciatura, e durante essas 200 hrs. vivenciei episódios suficientes p/ me envergonhar do modo como governo do meu estado enxerga a educação.
Nem tinha visto o comentário do João, e como paulistana da gema posso dizer (de novo); o ensino aqui tá uma POR-CA-RI-A. Quando eu era colegial já era uma porcaria, e agora q meu sobrinho estuda, piorou...
Disse tudo! É claro que saúde, educação e transporte público no brasil é uma merda...porque durante 40 anos - desde o início da ditadura até 2003 - os governos fizeram questão de destruir o que havia de bom e não investir nada nessas áreas.
Eu nasci em 63, num hospital público, embora meus pais fossem da classe média. A gente usava o serviço público de saúde que era muito bom. Meu pai só foi ter plano no início da década de 70, depois que os militares já tinham carcomido toda a estrutura de saúde pública.
Eu e minha irmã mais velha estudamos em escola pública até 1975. As escolas públicas eram consideradas as MELHORES...Só ia para escola particular quem não gostava de estudar. Havia até uma expressão para definir escola particular: "papai pagou passou". Mas a ditadura fez questão de destruir isso também. Até cassaram os melhores professores...todos comunistas como a lola kkkkkk.
Eu não sei bem porque, mas no meio da década, mudamos de escola e fomos para uma particular. Eu adorei porque era um colégio muito legal mesmo, tinha quadras, piscinas, eu fui nadadora pelo colégio...ou seja, foi legal. Mas, será que meus pais acharam que o colegio q eu estudava era ruim ou será que eles acharam que sendo classe média deviam pagar por um "bom estudo"? Sei lá. Verdade é que a classe média debandou das escolas públicas e ai a coisa degringolou de vez...
Com transporte acho que ocorreu o mesmo. A indústria automobilistica norte americana - que havia apoiado o golpe de 64 - apoiou também o desmantelamento das ferrovias e impulsionou a construção de estradas...o que eles queriam: que todo brasileiro desejasse ter um carro.
Eu sou super a favor de todo mundo ter carro, mas não de TER QUE TER. Explico: em londres, as pessoas tem carro, mas elas não usam por obrigação. Elas vão para o trabalho de metro/onibus/trem...porque existe e é muito bom.
Aqui a gente tem que ir de carro para todo lugar, porque o transporte público não funciona...e porque o transporte público não funciona? Porque eles querem que a gente tenha carro...e a classe média comprou isso como status. Andar de onibus é coisa de pobre, portanto, eu classe média, nem ligo para os problemas do transporte público. Luto sim por mais ruas, viadutos, pontes...
Um exemplo absurdo disso é o aeroporto. Você tem que usar carro (seu ou taxi). Não tem outro meio de transporte para ir ou sair de um aeroporto (pelo menos não com conforto e rapidez). No resto do mundo é o oposto: todos os aeroportos são dotados de sistemas de transporte variados para vc chegar ou sair deles.
Lola, obrigadão pelo toque! Já deletei a enquete capenga do Blogspot e providenciei uma terceirizada no lugar...
Beijão e obrigado tb por ter citado meu blog dia desses :D
Nossa, Lolinha! Realmente... Eu moro aqui nos EUA e, apesar de achar a vida mais facil aqui em varios aspectos (costumo dizer que os EUA sao a Disneylandia do mundo), tenho que dizer que o sistema de saude aqui realmente eh vergonhoso, horrivel mesmo.
Lola,
O SUS é algo a ser preservado, trouxe avenços importantes e oferece aquilo que nem o privado oferece, como os transplantes. Concordo com você no poder da mídia de apresentar o que falha e esquecer o que funciona. E mais: depende de quanto cada administração investe em "vender" seu trabalho. Algumas preferem mesmo que o SUS não funcione ou se recusam a pagar pra imprensa divulgar o que fazem.
E Dai, eu trabalho no SUS de Natal há mais de 15 anos (sou concursada) e posso garantir: a saúde pública daqui não está em crise há 5 anos, sempre esteve! Aliás, pelo contrário, foi exatamente a gestão anterior que fez um trabalho revolucionário aqui. Por exemplo, foi a única gestão a enfrentar o corporativismo dos médicos (que cobravam plus de 100% em cima de seus procedimentos de alta complexidade), a aumentar a oferta de exames, a implantar o plano de cargos e salários, a promover a humanização em seus serviços, a trabalhar Arte e Saúde (a Casa da Ribeira, grupo teatral mais importante daqui) foi contratada e fez um trabalho lindo nas unidades de saúde, com servidores e usuários. A atual gestão, por sua vez, está acabando com todos os avanços, inclusive contratando OS pra administrar UPA (absurdo que o MP está investigando, felizmente). Ou seja, dando início a um processo de privatização que visa destruir o SUS.
O SUS tem problemas? Com certeza. Mas trouxe atendimento de qualidade a muitos que não tinham sequer escolha entre ter um plano ou ser usuário SUS.
Sou médica, trabalho em um hospital público e em um privado, conheço bem os dois lados da moeda. O atendimento no sistema particular ainda não está caótico porque a quantidade de pessoas que podem pagar um plano de saúde, mesmo dos 'baratinhos', ainda é razoavelmente pequena, ante a oferta de vagas no sistema privado. Existem, sim, alguns nichos de excelência no sistema público de saúde, uma fundação pública que desenvolve um trabalho de qualidade em cirurgia ortopédica ou um hospital universitário que é referência nacional em alguma área específica. E na maioria das grandes cidades tem pelo menos um setor de saúde pública com bom funcionamento. O maior problema é para quem precisa de internação, realmente as vagas são absolutamente insuficientes. Pequenas cirurgias com altas quase imediatas geralmente são feitas sem grandes retardos, mas aquelas que precisam de dias de internação...
Enfim, como todo mundo sabe, o problema é de poucas vagas nos hospitais públicos para a demanda existente.
Aconselho às pessoas pagarem ao menos um plano de saúde hospitalar, para não precisarem do serviço público em caso de necessidade de internação.
Ah, esqueci de dizer, sou nordestina, de Recife.
Lola,
Fiquei até espantada com as pessoas que defenderam ou disseram que tiveram uma boa experiência com a UNIMED, as minhas foram as piores possíveis e nas piores circunstâncias (acidente), depois de pagar caríssimo por esses planos, quando você precisa deles (foi o meu caso, pelo menos) ter que ficar correndo a torto e a direito pedindo para aprovarem cirurgia, exames...horrível. Conheço muita gente que chama esse plano amigo da Unimed de 'plano inimigo'.
Meu pai fez exatamente essa opção na qual você pensou, preferiu não pagar plano de saúde e deixar um dinheiro de lado reservado para isso, confesso que até eu pensei que fosse meio irresponsável levando em conta a idade dele e da minha mãe....um dia ele teve um infarto e foi para a emergência num hospital particular, minha irmã foi assinando todos os papéis que colocaram na frente dela. Ele foi atendido, fez uma cirurgia e pagou por ela (ou por tudo, não sei bem) 14.000 reais. Ele tinha deixado o dinheiro de lado para isso, embora fosse muito para ele, pagou calado. Depois ele teve que refazer a mesma cirurgia, mas com tempo para pensar, sem infarto, consultando aqui e ali, fez pelo SUS, com um excelente médico, não pagou nada. Aparentemente ele poderia até receber pelo SUS os medicamentos que agora ele tem que tomar pelo resto da vida, ele disse que não pega porque sabe que tem gente que precisa mais que ele.
Hasta la vista, comunista. ha ha ha, adorei essa história de comunista.
Abraço
Lola,pq vc não fala do caso em que o Psdb disse que o pt faz parte das farc?Meu irmão,um diretista nato,disse que um prefeito do pt(Celso Daniel) foi morto a mando do Lula pq ele ia entregar que o pt tá aliado as farc
Fala sobre isso:D
oi...
primeiro quero parabenizá-la... acho ótimos seus textos... profundos, densos e fluídos...
agora, puxação de saco (sincera) de lado, quero apenas acrescentar uma observação sobre transporte coletivo... é uma constatação que fiz e venho fazendo desde q era adolescente e ia de bus pra escola (cerca de 40min todo santo dia, tanto na ida, commo na volta)...
"o transporte coletivo é o tipo de transporte q te pega LONGE de onde vc está; te deixa LONGE de onde vc quer chegar; e ainda te leva DESCONFORTAVELMENTE de um lugar pro outro".
onde está "desconfortavelmente", costumo colocar "mal à beça", mas tinha dúvidas se vc ou seus leitores a entenderiam no contexto q eu pretendia... :)))
é... já deve ter dado pra notar q, apesar de todos os benefícos q o transp coletivo traz para o mundo (menor poluição, facilitar a sociabilidade, etc), sou um incorrigível fã dos carros - do tipo q fica com a janela fechada em pleno calorão e sem arcond...
alguém poderia pensar "pô, o transp coletivo onde esse cara mora deve ser uma bomba"... e eu concordaria: é!!!
acontece q moro em curitiba... dizem q aqui é o melhor do brasil... eu já andei de bus (desses municipais, normais), de trem metropolitano (metrô), de trem de subúrbio, de caçamba de caminhão e até de carona, de belém a porto alegre, com passagens no nordeste e no centro-oeste... e em todas e cada uma das vzs q os utilizei, a definição acima apenas se revelou verdadeira e recorrente... ecaaa...
:)))
Lola, é realmente uma bobagem sem tamanho falar mal do SUS. minha mãe, que atua na área de saúde pública há mais de 30 anos e tem muito conhecimato de leis e de como as coisas funcionam na prática, sempre diz: "Todo mundo fala mal do SUS, mas todos os casos de alta complexidade esbarram é lá", inclusive porque os planos de saúde e suas milhares de exceções nãocobrem casos de alta complexidade. Um exemplo disso ocorreu em minha família: minha avó teve o seu tratamento de câncer inteiramente feito por meio do sistema público de saúde e hoje está ótima. Deixasse ela depender do sistema privado pra você ver a fortuna que iríamos gastar. Além do quê, muitos tratamentos que ela fez não eram nem sequer previstos pelo plano mais caro da UNIMED. Quem fala mal do SUS é porque nunca teve nada brabo pra tratar...
Abraços!
Está explicado, Maíra, porque sua avó teve um bom tratamento: sua mãe trabalha há mais de 30 anos no setor de saúde público.
Um amigo meu descobriu que estava com linfoma na região do pescoço. Apesar de ser uma doença assustadora, Graças a Deus ele foi muito bem atendido em todas as etapas... desde psicólogos, exames, cirurgia, quimio, radio... conseguiu se tratar inteiramente pelo SUS, e num hospital da zona leste de São Paulo (Santa Marcelina). Alguns exames específicos ele fez no IBCC.
E apesar de simpatizar com o PSDB, infelizmente tenho que dizer que a qualidade do ensino tem decaído muito sim. Sempre estudei em escola pública; meu primeiro grau foi maravilhoso, ótimo nível (isso há mais de 13 anos atrás). Meu segundo grau foi numa ETEC, e peguei bem a época da transição de desmembrar a escola técnica do segundo grau. Por um lado, isso foi bom pra muita gente. Mas também foi a época de não existir mais a tal repetência... e aí vemos o nível de ensino.
Mas percebo também que a mentalidade da "criançada" mudou muito. Eu há 14 anos atrás tinha uma mentalidade e uma postura diferentes das meninas de hoje. Tá tudo muito precoce. A estrutura familiar tem mudado vertiginosamente. Sei que isso depende muito da escola também, mas a real é que muito adolescente não tá a fim de levar escola a sério.
(Lola, licença para uma resposta)
Para Karina:
Oi, Karina, desculpe se errei nas contas, é que eu só mencionei a época em que morei em Natal, nos últimos cinco anos, não poderia falar de há quinze anos - ou mais - quando não estava lá. Foi nessa época que eu precisei utilizar o SUS, não apenas para mim, mas acompanhando familiares que aí vivem, e vivi o caos em que ele se encontrava, infelizmente meu testemunho é negativo, deve haver experiências melhores por parte dos/as usuários/as. Realmente Natal teve péssimas administrações, eu sei que a anterior tentou impor mudanças, enfrentou o corporativismo e na época houve greve dos médicos e todas aquelas consequências que nos já sabemos - que sempre atingem os que estão na base masi fortemente. Agora parece que está ainda pior. Eu ouvi falar do trabalho de humanização e sei que houve sim, o ensejo em se modificar o atendimento. O que não sei é se teve o impacto desejado - ao menos nos setores que acessei. Como vc falou, são mudanças que precisam de uma continuidade e de apoio da gestão pública, assim alcançado, com o tempo, o resultado de um impacto estrutural. E concordo que a administração atual é péssima e inferior a anterior, não só para a saúde, mas para a educação, para a moradia, para o meio ambiente (embora seja do PV, né, implicância eterna com essa legenda). Uma pena. Beijos, Dai
Olá Lola, vou ter que discordar de você em alguns pontos do texto, principalmente quanto a questão do SUS e do transporte público. Eu não sei como funciona em cidades pequenas pq sempre morei no Rio, e aqui a situação é bem ruim. Nós tivemos uma melhora, com as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), mas a situação é BEM crítica, hospitais muito sujos, mal equipados e todos aqueles clichês de sempre, por isso, não ter um plano de saúde aqui, se você não puder pagar consultas particulares, é um grande problema.
Quanto a questão do transporte público, não, ele não é bom, pelo menos aqui. Os ônibus são cheios, demoram, além dos assaltos, etc. No último episódio do A Liga, um programa de reportagens da Band, eles fizeram o teste e utilizaram o transporte público de SP e Rio. Nós aqui no Rio, não sei se por causa da Copa e das Olimpíadas, obtivemos uma melhora quanta a qualidade do transporte, mas uma coisa muito pequena. Caso queira ver o video da Liga, fica o link: http://videos.band.com.br/c_233_a_liga.htm
Conheci o blog indicado pelo meu namorado e adorei! :)
Caro anônimo desinformado, a minha avó que se tratou é a paterna. Meus pais são separados há mais de 10 anos e minha mãe não interferiu em nada para que minha avó conseguisse ser tratada pelo SUS. Embora você não acredite (talvez por nem ter tentado), o sistema de saúde público funciona...
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