quarta-feira, 1 de outubro de 2008

SESSÃO NOSTALGIA: MEU PRIMEIRO EMPREGO

Ao tentar me lembrar do primeiro filme que vi na vida – e falhar miseravelmente -, veio uma nostalgia que não tem nada a ver com o tema. Me lembrei do meu primeiro emprego com carteira assinada (antes disso, tinha apenas dado aulas particulares de inglês e, pasme, algebra básica), aos 19 anos. Tal qual o Tarantino, trabalhei numa locadora de vídeo. Isso foi em 1986, imagina. O mercado de vídeo engatinhava, havia pouquíssimas fitas seladas, a imensa maioria piratas, e nem era tanta gente que tinha um aparelho de videocassete. Eu vi um anúncio no jornal e consegui a vaga na então Montevídeo, que ficava na Consolação (vivi em SP entre 77 e 93). Era uma locadora de vídeo que também vendia montes de acessórios pras locadoras. Acho que o slogan era “o supermercado para o seu vídeo”, ou para a sua locadora, não sei. Eu tinha dois chefes que eu adorava e são meus amigos até hoje, o Paulo e o Elísio. Lembro que uma vez levei bronca por ser honesta demais com os clientes. Se alguém perguntava “Esse filme é bom?”, eu tinha que responder que, na minha opinião, não era, mas quem apreciava tal tipo podia gostar. Só que às vezes eu já condenava um filme mesmo sem o cliente perguntar, e isso lógico que é errado (fiquei irada quando, décadas mais tarde, um atendente em Joinville me viu pegando o hiper-clássico Um Bonde Chamado Desejo e disse: “Ugh! Você vai pegar isso? Um cliente viu e não gostou”).

Havia uma confeitaria perto da locadora, onde eu comprava um bombom de café quase todo dia. Meu amado pai às vezes ia me buscar no trabalho, e a gente ia comer frango lá perto ou ia ao cinema, no Bijou. Pouco depois passei a emendar o trabalho na locadora com umas aulas particulares de inglês para um engenheiro que morava num prédio da Praça Roosevelt (ao lado da Montevídeo). Ele era um amor e foi meu primeiro amigo abertamente gay (meus pais tinham alguns amigos gays, mas eram amigos deles, não meus).

Não trabalhei na locadora muito tempo. Foram apenas alguns meses, e nem sei por que saí. Sei que eu levava dois ou três filmes por dia pra casa e estava ficando alienada. Só queria saber de cinema. Mas, depois de sair, mantive contato com meus ex-patrões. Eu andava de moto com o Paulo e às vezes a gente pegava um cinema à tarde. Continuo achando um luxo supremo ir ao cinema à tarde, no meio da semana. Pra mim essa sempre foi uma grande sensação de liberdade.

Já o Elísio era meu amigo noturno. Ele é uma das pessoas mais divertidas que conheço, e sempre foi um tanto louquinho. Seu programa era me levar pra passear pelo centro da cidade. A gente andava, andava, ria, conversava, e eu nunca tive um pingo de medo, apesar dos lugares escabrosos. Era um tour de SP by night. Fui observando que ninguém mexia com a gente porque ele tinha pinta de perigoso.

Segui trabalhando um pouquinho pra eles também. Eles mudaram a locadora pro Copan e, como havia muitos filmes sem capa, eu passei a elaborar algumas. Recortava fotos, colava, escrevia uma recomendação. Faz pouco tempo, o Elísio me disse que gosta de crer que essa minha experiência com capas de vídeo influenciou a minha “carreira” de crítica de cinema. Nunca tinha pensado nisso, mas faz sentido.

O Elísio vendeu a parte dele da locadora há anos, mas o Paulo mantém a locadora no Copan. Ele mal tem fitas de vídeo hoje, apenas dvds, embora guarde algumas das minhas capas. Quase toda vez que vou a SP procuro vê-los.

E nem sei por que estou falando disso. Acho que foi só por ter lembrado, e bateu saudade.

30 comentários:

Andréia disse...

Que delícia de história! Quando eu era adolescente morria de inveja de quem trabalhava em video locadora. Era época de "Cães de aluguel" e eu andava meio apaixonada pelo Tarantino. Quando soube da "formação" dele na locadora, então...
Adorei. Bj

Giovanni Gouveia disse...

Meu primeiro filme foi "A moreninha", 70 ou 71, não me lembro bem (e não adianta ver a data de edição do filme, pq a distribuição à época nõa era tão just in time como é hoje), há uns dois finais de semana estava passando na rede Brasil, e meu filho ficou entretido, só se desligou pq chegou o sono...
Meu primeiro emprego foi numa construtora, primeiro como datilógrafo, depois como "apontador de obra", ou seja, o cara que anotava faltas, atrasos e fazia o pagamento da peãozada, quizeram me mandar pro outro lado da cidade e eu arrumei as trouxas, soube depois que a peãozada queria fazer greve por causa de minha saída...
Tenho ex patrões que são meus amigos até hoje, na verdade eram amigos antes, e a amizade sobreviveu à relação cpital/trabalho, mesmo eu sendo militante de esquerda (eles também votam na esquerda), e foi na CEASA (aqui é central de abastecimento, por isso é feminino).

Samara L. disse...

Gostosura de relato! Escreve bem demais, fia. Amei.

Raiza disse...

Lola,como é que você consegue atualizar o blog todo dia? eu passo o maior sufoco pra tentar atualizar uma vez por semana e as vezes eu não consigo.tem algum segredo?
www.garrafaaomar.zip.net

Anônimo disse...

o nome da locadora também é uma boa sacada. :o)

kelly marciano disse...

não me lembro do primeiro filme que vi na vida. deve ter sido bambi, quando fui convidada a me retirar pois meu choro estava assustando as outras crianças.
lembro do começo do vhs, e as locadoras, pelo menos em sorocaba, eram chamadas de videoclubes. vi muita coisa naquelas fitas piratas.

Giovanni Gouveia disse...

Me lembrei de uma coisa, quando proibiram as locadoras de alugarem filmes "piratas" foi uma festa por estas bandas, comprou-se toneladas de filmes "trangênicos" (nada Pessoal, Naomi :D), comprei alguns, mas eles sucumbiram, quando encontrei alguém pra recuperar apareceu o DVD...

Tina Lopes disse...

Uia, que delícia de texto e lembranças. Posso contar também? Meu primeiro filme - no cinema - foi o Mágico de Oz, e tinha um curta (acho) chamado Os Três Bigodes de Ouro do Diabo. E tinha um diabo mesmo. Eu tinha uns 6 anos (1976). Claro que era reprise, né. O primeiro emprego de carteira assinada foi numa agência de propaganda. Antes disso, tive dois estágios: um na Biblioteca Pública do PR e outro no Teatro Guaíra. Tudo o que queria hoje era retroceder na carreira ... mas com salários melhores, claro. Bj!

Mica disse...

Já pensei em trabalhar em uma locadora quando era adolescente...mas nunca rolou.
Meu primeiro emprego foi num escritório de contabilidade. Meio período. Meio salário mínimo (que era mais ou menos uns R$ 35,00 na época).
Mas adorei o seu relato. Bonito. Saudoso. Tem um clima gostoso.
E como a princesa (acho que foi ela) eu também gostaria de entender como vc consegue atualizar o blog com tanta freqüência e com tanta qualidade. Eu mal consigo escrever umas merrequinhas de palavras no meu live journal e estou ensaianso fazer review das séries que eu assisto há meses, mas nunca saio do papel (só faço review em cima da hora para o Telesérie quando meu limite está estourando, e isso pq me forço, pois já me comprometi). Acho delicioso como vc consegue escrever...escrever...escrever...e ainda achar tempo para ir ao cinema, viver, fazer a sua tese. Eu só consigo fazer uma coisa ou outra, e geralmente fico frustrada que nada saiu como eu queria ou no tempo que eu queria.

Anônimo disse...

Bem pensado, será que veio dái seu amor pelo cinema?
Adorei o post.
Beijos

Masegui disse...

Aos visitantes de plantão:

Lola, a ingrata, disse que não iria conseguir responder aos comentários durante sua viagem.
Muito provavalmente ela, a ingrata, responderá a todos quando voltar... ou fará um post especial só com as respostas aos comentários.

Anônimo disse...

Meu primeiro filme no cinema foi Labirinto com o David Bowie, até hoje ainda cito o poço do fedor eterno.
Meu primeiro emprego foi um estágio na reitoria da Fatec, dois anos antes de eu estudar lá.

Lolla disse...

AMO ir ao cinema à tarde, sozinha. Com um baldão de pipoca salgada. DELÍCIA.

Eu também trabalhei em locadora de vídeo. Era uma bem chumbrega, perto da minha casa. Peguei o trabalho JUSTAMENTE pelos aluguéis gratuitos, e porque estava economizando para comprar uma câmera fotográfica (de filme, na época) que custava muito caro. A parte dos aluguéis não deu muito certo porque a qualidade dos filmes não era lá essas coca colas (mas assisti a muitos lançamentos e também muitos pornôs, haha). Mas pelo menos consegui a câmera. :)

Anônimo disse...

Meu melhor amigo trabalho durante muitos anos numa locadora de videos e fazia ótimas piadas com os clientes, do tipo:
cliente:
_ Você tem instinto selvagem?
_ Tenho mas hoje estou bem calminho.

ou.
cliente:
_ Tem Spaw?
_ Aquele herói que veio da madeira?
_Hã?
_ Ex-pau.

Era sempre muito divertido e poder ver tantos filmes de graça dever ser uma grande fortuna. Quem é que precisa ganhar na loteria frente a isso não é?

Laíza disse...

às vezes a gente pegava um cinema à tarde. Continuo achando um luxo supremo ir ao cinema à tarde, no meio da semana. Pra mim essa sempre foi uma grande sensação de liberdade.

pra mim tb, lola.

principalmente qdo a gente tá de bode da vida e entra num outro mundo qdo as luzes apagam. parece q td qto é coisa chata ficou lá fora =]

Mica disse...

quando eu morava em sampa eu trabalhava até às 14h. Achava delicioso ir ao cinema à tarde.
Em Jlle eu só fui ao cinema à tarde durante a semana em dia de super estréis...de Star Wars e um outro filme que não lembro qual era. Lembro que achei uma deculpa e saí do trabalho ao meio dia, hehehehe

Anônimo disse...

Minha primeira vez num cinema eu lembro bem, foi no Cine Colon, que nem existe mais, e o filme tenho quase certeza era Asterix, desenho animado. Eu lembro que não entendi nada, não era dublado e eu não sabia ler.
Beijo

lola aronovich disse...

Andréia, vc pode imaginar como me senti quando ouvi que o Taranta tinha trabalhado pela primeira vez numa locadora. Eu fiz isso antes dele! Pena que minha carreira cinematográfica não tenha ido tão longe...


Gio, nunca vi A Moreninha. Pelo menos não inteiro! É, dá pra ser amiga/o de patrões. Não é utopia não.

lola aronovich disse...

Samara, obrigada, obrigada.


Princesa, segredo pra atualizar blog? Bom, eu tenho muita história pra contar, opino sobre tudo, adoro escrever e sou prolixa. Eu não consigo escrever uma linhazinha só. Sempre acaba virando um post imenso. Agora, sempre me falta tempo. Eu tento escrever um pouquinho todo dia. Meu blog é recente, nasceu em janeiro, não sei se em outubro do ano que vem ainda estarei com esse pique todo... Mas dois posts por semana é fácil, fácil!

lola aronovich disse...

Batata Naomi, e não é?


Kelly, vc também alagou uma sala de cinema vendo Bambi? É um trauma pra muita gente!

lola aronovich disse...

Gio, eu tive algumas fitas de vídeo, poucas. Em Joinville elas duram em média 5 meses. Sério. A umidade é tamanha que elas mofam antes de completarem meio ano. Com dvd é muito melhor...


Tina, pode contar sempre, óbvio. O Mágico de Oz tudo bem, mas esse dos bigodes eu nunca ouvi falar! Esses tempos nossos da juventude são tão saudosos às vezes... Até que a gente lembra do salário! Mas naquela época a gente vivia com menos.

lola aronovich disse...

Mica, meio salário mínimo é dose. Nem posso falar muito, porque quando eu era novinha fiz quase um ano de estágio numa agência de propaganda. Estágio não-remunerado! Nem vale-transporte eles davam. Nada. Sobre atualizar o blog, leia a minha resposta pra Princesa. Na realidade não tenho tempo. E gasto um tempão imenso respondendo os comentários e lendo e comentando outros blogs. Eu adoro fazer isso, e poderia fazer isso em tempo integral. Mas não dá. Como opero muito mal pelas manhãs (não funciono bem) e costumo enrolar mesmo nesse período, procuro deixar esse tempo “livre” reservado pro blog. O ideal seria que eu fizesse as coisas “sérias” (principalmente escrever a tese) depois do almoço. Mas fiquei muitos e muitos dias só fazendo o blog...

lola aronovich disse...

Cris, eu lembro de amar cinema antes do meu primeiro emprego. Minha família tinha vídeo numa época (começo dos anos 80) em que pouquíssima gente tinha. Eu ia sempre a uma locadora pegar filmes pro fim de semana. Tudo pirata. Havia pouquíssimas locadoras. Mas acho que já amava cinema antes da invenção do vídeo também...


Mario Sergio, obrigada pelo aviso aos visitantes de plantão. Só não entendi o “a ingrata”. Só falta eu me ajoelhar pra agradecer de joelhos todos os meus leitores queridos!

lola aronovich disse...

Ashen, Labirinto é de 86, né? Eu realmente não lembro qual foi o meu primeiro filme, mas deve ter sido no início dos anos 70. Vou perguntar pra minha mãe pra ver se ela se lembra.


Lolla, pois é, acho um luxo imenso ir ao cinema à tarde durante a semana. Dá a maior impressão que a gente não tem nada pra fazer na vida! Sobre trabalhar em locadora, foi bom vc lembrar: todos os filmes pornôs que vi na vida (não foram muitos; uns três?) foram enquanto eu trabalhava nessa locadora. E acho que era tudo piratão, pra piorar.

lola aronovich disse...

Cavaca, há, boas piadinhas! Acho que em geral quem trabalha com o público tem sempre causos pra contar, né? É, poder ver montes de filmes é muito legal. Mas juro que chega uma hora que cansa! É muita alienação fazer só isso.


Laíza, sem dúvida, cinema nos faz esquecer das agruras da vida. Mas às vezes a vida é muito boa, e o filme é que é péssimo... Anyway, cinema à tarde é uma maravilha!

lola aronovich disse...

Ah, Mica, boicotar o trabalho pra ir ao cinema à tarde é diferente de, sei lá, PODER ir ao cinema à tarde. Aliás, nem precisa ser cinema. Sair do trabalho durante o expediente também é tudo de bom.


Simone, mas pelo menos vc viu os desenhinhos se mexendo...

Bárbara Reis disse...

HAHAHA.. me identifiquei totalmente, trabalho numa locadora de finais de semana e feriados, chama 2001 video 'O cinema está aqui', e é uma locadora conhecida por seu acervo. Não é uma Blockbuster da vida... é muito melhor, na minha opnião, é uma locadora inteligente, há clássicos, documentários, uma parte só pra arte... eu viajo nos filmes, tenho vontade de assistir todos... e confesso que também estou ficando alienada. Estou com pneumonia, de molho em casa, e passei o dia inteiro lendo suas criticas, vendo trailers, lendo suas críticas, baixando filmes, lendo suas criticas, assistindo filmes e lendo suas criticas... hahaha, to viciada. E me identiquei com a parte de ir ao cinema de tarde, porque eu só vou de tarde... e eu costumavaa ir umas 2 ou 3 vezes por semana... é muito bom... e ir sozinha, é o auge do 'eu me amo', pra mim. HAHAHA...

Lola como assim você não tem uma critica sobre 'Corra Lola Corra', estou baixando em sua homenagem. AHAHAHA... eu ia pegar na locadora pra assistir, mas estou proibida de sair de casa.

=/

Beijão, Lola! :]

Leio Lola Leio disse...

Eu também trabalhei em locadora e foi sensacional! Antes disso não me interessava por cinema, não tinha muitas referências além do que tinha visto na infância de filmes em tv. Guardo ótimas lembranças também, dos colegas e creio que esse trabalho contribuiu muito para minha formação cultural.
Sim, via vários filmes por dia, era um pique insano por cinema.
Mas, eu não era sincera com os clientes, era até bem cara de pau, sabe. Apostávamos entre os atendentes quem conseguiria fazer o cliente alugar um determinado filme, geralmente um extremamente encalhado, valendo chocolates. Nossa, sua nostalgia despertou a minha! Abraço.

Daniela disse...

Boa Tarde Lola!

Adorei seu relato (apesar de me sentir um pouco enciumada com as 'andadas' de moto e sessões de cinema a tarde com o Paulo, hahaha) Sou filha do Paulo, esse a quem você se refere com tanto carinho, e saiba que ele e tio Elysio sempre falam de você com essa mesma ternura!
Sabe, somos umas das últimas vídeo locadoras de SP, e temos até hoje fitas VHS com capas que você fez!
Se não for incômodo, me escreva contando como está sua vida hoje, tenho certeza que meu pai ficaria muito feliz em saber de você, e se quiser, lhe enviarei algumas fotos de suas capas para recordar!! Meu email é danicbpereira@hotmail.com .

Beijos,
Daniela C. B. Pereira

lola aronovich disse...

Querida Dani,

Ha ha ha, como eu amo a internet! A filha do meu ex-patrão deixou um comentário num post meu de 8 anos atrás!
Que legal que vc entrou em contato comigo, Dani! Mande um abração pro Paulo e pro Elísio. Infelizmente, perdi contato com eles. Faz tempo que não os vejo. Mas sempre lembro deles com muito carinho. E fico muito feliz em saber que vcs continuam com a locadora! Nossa, haja persistência, hein?
Não sei bem quando foi a última vez que vi seu pai. Deve ter sido há mais de cinco anos, não sei! Certamente eu devo ter passado pelo Copan (que gosto muito). Eu me lembro de ter visto a sua mãe também, uma simpatia. Não sei se seus pais me levaram pra rodoaviária... Se foi isso, faz bem mais de 5 anos!
Eu moro em Fortaleza agora, desde fevereiro de 2010. Em 2009 terminei meu doutorado em Literatura em Língua Inglesa na UFSC e prestei um único concurso, aqui pra Universidade Federal do Ceará. E passei e me mudei pra cá, com meu marido (estamos juntos há 26 anos) e minha mãe. Está tudo bem aqui, temos uma boa vida. E do nordeste eu não saio mais. Agora estou com 49 anos. Se der, eu queria me aposentar com 56 e ir morar em alguma cidade praiana pequena e próxima de alguma capital nordestina.
Desde janeiro de 2008 eu tenho esse blog que vc encontrou. São quase nove anos, o que é uma eternidade na internet. O blog é bem grandinho, tem cerca de 400 mil visualizações por mês. É o maior blog feminista do Brasil. Ou um dos maiores, não tem como saber.
Por ser um blog feminista, eu recebo muitas ameaças de morte e de estupro. Mas eu sigo escrevendo, não me calo. Hoje vai passar um programa na TV Brasil, Caminhos da Reportagem, às 23 h. Será sobre defensores de direitos humanos e eu fui entrevistada. Se lembrar, assista!
Eu sempre fui feminista, desde criancinha. Mas infelizmente não sou mais crítica de cinema. Escrevi sobre cinema pro 2o maior jornal de SC entre 1998 e 2011, mas encerraram a coluna um ano e meio depois que me mudei pra cá. Hoje nem vou mais ao cinema. Falta tempo.
E vcs? Contem sobre vcs! Quero saber tudo!
Eu não estou no Facebook porque não tenho tempo, mas estou no Twitter @lolaescreva
E claro que vou querer fotos das capas de vídeo que eu fiz à mão! Acho que o Paulo me mostrou algumas capas da última vez que estive aí, mas faz um tempão!

Abração, querida!