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Mas é também uma história pra cima, que faz com que saiamos alegrinhos do cinema. É baseada no livro de Nick Hornby que não li, que antes já havia escrito o ponto de partida para o supervalorizado e bastante medíocre "Alta Fidelidade", e dirigida pelos realizadores de, cof cof, "American Pie". Portanto, quem em sã consciência poderia apostar nas credenciais de "GG"? É lógico que, sendo a crítica séria que sou, não estou elogiando o filme apenas porque o Hugh Lindo! Lindo! Lindo! Grant é seu ator principal. Nem me ligo a esses detalhes fúteis. Ó Céus, estou apaixonada pelo Hugh. É seu melhor papel desde "Quatro Casamentos e Um Funeral". E digo mais: ele merece ser indicado ao Oscar. Do jeito que a película vem sendo aclamada, é bem provável que isso ocorra. Pode anotar no seu caderninho que "GG" será o azarão das nomeações da Academia.
Fiquei com a impressão que o maridão se identificou com o personagem do Hugh. De fato, se minha alma gêmea não fosse pobre e não tivesse uma mulher que lhe ordenasse o tempo inteiro "Vai trabalhar, vagabundo!", seria idêntico. E não é incrível que a gente se deixe encantar pelo mau caráter do Hugh? Eu espumaria de raiva por uma perua que passa o dia todo no cabeleireiro ou vendo programas cretinos na TV. Mas, por algum motivo, no Hugh esse tipo cai bem.
Há umas similaridades entre "GG" e "O Sexto Sentido". Primeiro, o ótimo ator mirim Nicholas Hoult menciona o Haley Joel Osment. A mãe dele é interpretada pela mesmíssima Toni Collette. E os diretores ainda inseriram uma cena de trinco pra nos lembrar do clima de estranheza que une os dois filmes. A qualquer momento, ao menos no comecinho, eu achava que o Nicholas iria ver dead people. Mas tudo bem, talvez a semelhança maior se dê com "Billy Elliot". Não sei direito por que. Provavelmente por "GG" ser britânico e contar com um moleque como seu protagonista, mas sobretudo por ambos serem os típicos "feel good movies". Mesmo que "GG" cometa o pecado de rotular cantar "Killing Me Softly" em público como suicídio social. Chuif. E eu que adorava essa canção dos anos 70 antes de ver o filme. Magoei.
Então, recapitulando, "GG" é tão cheio de graça e tenro que eu perdôo o final previsível. E, Hugh, se você ainda estiver à procura de mães solteiras para namorar, conte comigo. Só me dê nove meses pra resolver a questão. Bem, talvez nove meses e alguns dias, sabe como é, pra dispensar o maridão.
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