Dei sorte de encontrar um homem não-consumista, que pensa como eu. Já contei que, quando conheci o maridão, ele só jogava xadrez e ganhava meia cesta básica por mês. Mas sobrevivia numa boa. Essas coisas me lembram um diálogo de um filme desconhecido mas fofinho, Office Space (que no Brasil recebeu o nome nada-a-ver de Como Enlouquecer seu Chefe), em que um cara reclama que gostaria de ser rico pra não precisar fazer nada na vida. Seu amigo responde: “Você não precisa ser rico pra não fazer nada. O meu primo não tem um centavo e não faz nada”. Estou considerando isso seriamente.
Mas, enquanto não me torno uma vagal completa, faz mais de uma década que anoto tudo que ganho e tudo que gasto. E faz uns dois anos, notei que eu e o maridão estávamos gastando demais nos supermercados. Em Joinville, o maridão costumava passar em algum supermercado quase que diariamente, e sempre comprava pouquinha coisa. No final do mês, estávamos gastando uns 600 reais em compras. Pra duas pessoas. Sem cometer exageros nem nada. Ou seja, um absurdo total. Então eu falei pro maridão: isso não pode continuar, não podemos gastar mais que 400 por mês nisso, e já é muito. Decidi quebrar o valor pra cada semana. Não poderíamos gastar mais que cem reais entre todas as nossas compras (incluindo supermercado, frutaria, padaria, açougue, tudo). E isso de passar no super todo dia? Finito. Nunca mais. Agora iríamos passar a ir a uns dois supermercados por semana, mais uma frutaria pertinho de casa, e só. E, com tão poucas compras, nem precisaríamos anotar os gastos a cada ida. Bastava guardar o valor mentalmente, e só anotá-lo a cada semana. Se gastássemos mais que cem numa semana, na semana seguinte teríamos que gastar menos. No começo foi mais difícil, depois nos acostumamos. Nos sete meses de 2007 que vivemos no Brasil, nossa média por mês em super ficou em 330 reais por semana. Quase a metade de antes. E não é que a gente deixou de comprar alguma coisa, ou em menor quantidade.
Daí, quando chegamos aos EUA, planejei gastar uns 400 dólares por mês em super. Sabia que não dava pra converter real em dólar. Que praticamente tudo que custa um real no Brasil custa um dólar nos States, independente da taxa de conversão. No primeiro mês gastamos muito mesmo, porque tinha a mudança e tal. Foram 389 dólares. Mas depois vimos o valor baixar mês a mês. No total, gastamos cerca de US$ 2.750 em supermercados durante nosso ano de estada nos EUA. Uma média de 230 dólares por mês. Se pensarmos em reais, daria uns 370 por mês, não tão distante do que gastávamos no Brasil. O que compramos aqui [nos EUA] é diferente, porém. O maridão come muito menos frutas do que comia no Brasil. Ainda come frutas diariamente, só que em quantidade bem menor. No primeiro semestre, comprávamos sorvete e fudge (uma espécie de cobertura), uma delícia, mas altamente engordativo. Paramos. No Brasil a gente comia muito mais frango. Aqui o frango é meio esquisito, mais ossudo, e como nunca soube que parte comprar direito, parei. A única carne que comemos é moída de porco, que é também a mais barata (entre US$ 1 e 1,20 o pound, ou meio quilo). De vez em quando compramos costelinhas de porco para um assado. Comemos muito penne ao alho e óleo e queijo. Na realidade, estamos enjoando totalmente dessa comida. Mas ela é rapidíssima de fazer, e é barata.
E descobrimos algo muito interessante. Passamos oito ou nove dos nossos doze meses indo a dois supermercados, como íamos em Joinville. Aqui era necessário, já que não temos carro e vamos andando, e os supers são longe de onde moramos; por isso, não dá pra fazer uma compra semanal em apenas uma viagem. Mas, depois que fomos praticamente expulsos de um dos supermercados, estamos indo a apenas um. Ainda são duas viagens por semana, só que nossos gastos caíram uns 10%. Acho que, indo a dois mercados diferentes, a gente acaba comprando o que tá em promoção em cada um, e muitas vezes são coisas que não precisamos, e que só adquirimos porque estão em promoção. Não vale a pena.
(Então, pra responder: ainda não sei. Acho que sim, por enquanto tá dando. Mas o maior update que este post receberá é este: umas duas semanas atrás, o autor um grande blog americano de finanças pessoais disse que ele, sua mulher, e dois filhinhos com menos de 3 anos gastavam 770 dólares por mês em comida. O mundo veio abaixo. Montes de leitores consideraram essa quantia absurda de tão alta. O autor, bastante arrogantemente, mencionou um estudo mostrando que essa é exatamente a média americana para uma família com quatro pessoas. Minha colocação foi: como que um expert em finanças pessoais, que tá sempre dando dicas de frugalidade, gasta o mesmo que a média? Ele tem uma mini-horta no jardim, troca um monte de cupons, nunca come fora, e mesmo assim gasta essa fortuna? Comigo não, violão!).
41 comentários:
Oi, Lola;
Questiono um pouco essa conta e nem sei que parâmetros usar no caso dele, que é americano. Mas meu supermercado sempre foi um absurdo de caro porque, além das toneladas de sabão em pó e amaciante (que não contam como comida - são oito quilos/ quatro litros por mês) tudo o que as crianças comem é infinitamente mais caro do que eu como.
Um exemplo: elas tomam Ninho +6 - uma lata custa R$ 14. Consomem uma lata por semana. Leite de soja (com cálcio, mais caro): R$ 4,50 a caixa de um litro. E elas bebem uma por dia. Carne de primeira e de segunda, alimentos integrais...
Comida de crianças é infinitamente mais cara (mesmo cheia de verduras, legumes e frutas que, essencialmente, não são caras), se você realmente quer dar algo mais saudável que a dupla Miojo + nuggets.
No caso dele, que tem dois filhos menores de três anos, imagino que entre na dieta uma infinidade de comidas prontas/ semiprontas, que são absurdamente caros - já que o americano, me parece, tem preferência por esse tipo de produto.
Bjs
Aqui em casa somos 4: eu a patroa e dois pequerruchos (22 e 19). Super uma vez por mês (ela vai e eu vou busca-la + ou - 2hs depois). A média é de 300 a 350 pilas, depende do humor e da época. Segundo minha dona, ela só compra o básico... (pausa pra chorar).
Soma-se a isso açougue, padaria e vários picadinhos... Meu mais velho quase não come pão, mas o caçulinha, tadinho, come numa sentada uns 5 ou 6 pãezinhos de cada vez...(outra pausa pra sniff)
Semanalmente tem feirinha de frutas, verduras, legumes, queijos e outras porcarias básicas... (nova pausa pra buaaaaaaa)
Não podemos esquecer os artigos de primeira necessidade: cigarros e a cervejinha quase que diária... (pausa final, vou me jogar pela janela)
Lembrei de uma cena que paga o ingresso/locação/tempo baixando na net... de Sicko, que Michael Moore, impressionado com o sistema público de saúde, pergunta a um casal francês:
- Qual a maior despesa mensal da família?
A Francesa responde: "Peixe".
Eu sempre compro as coisas bem no limite, e gasto (eu, esposa e um toddler de 2 anos e 5 meses) algo em torno de 400 reais por mês, incluindo grãos, frutas, verduras, legumes, carne e material de limpeza (o áico e outros vicios, como o delicioso espetinho da esquina cujo aroma insiste em invadir nosso apartamento e narinas, não inclusos, além de pannis essencial, mas que não dá pra comprar por mês...)
Suzana, estou boba com o preço que você paga pela lata de Ninho +6! Aqui em Recife chego a comprar por metade do preço no Carrefour! Bege fiquei. :)
Beijo, Lola.
Su, média é média, né? Até acredito que a média americana deve mesmo ser 770 dólares pra uma família de 4. Eles gastam muito mais que os outros povos em TUDO, por que seriam diferentes com supermercado? Mas é um bom ponto esse que vc faz, de que coisa pra criança sai mais caro. (no caso dele, eles comem muitas verduras e coisas orgânicas, cuidam da alimentação). É difícil eu imaginar como são os custos de uma criança, já que não tenho filhos. Evidentemente gastaríamos mais. E cada um vive de acordo com o seu padrão. Teve um dia, num supermercado aqui em Joinville, que eu tava conversando com um caixa, e falei pra ele que nossa conta tinha que fechar em até 100 reais por semana. E ele disse: "Eu gasto 100 reais por mês". Ele e a esposa juntos. Portanto, tudo é muito relativo... E não fala de Nuggets, que isso é caro pra caramba. É só pra classe média alta aqui no Brasil.
No fundo, acho que a maior parte das pessoas não sabe quanto gasta. Não anota, não controla, e não tem como saber. Quem não controla acaba gastando mais, sempre.
Mario Sergio, muito folgado vc, hein? Sua patroa faz tudo sozinha? Sem comentários pros seus "artigos de 1a necessidade", tá? Bebida e cigarro?! Um amigo meu, tb americano (que mora no Brasil), decidiu parar de fumar quando chegou aos 50, após décadas fumando. Como incentivo, ele decidiu ver quanto estava economizando por parar de fumar. Deu mais de 200 reais por mês...
Sicko é o máximo, Gio! Amei o filme. Mas peixe... Uh! Odeio peixe. Não como nada que venha do mar.
O pessoal diz que a gente deve separar material de limpeza e outros (papel higiênico, ração pros bichos etc) do restante das coisas que gasta em supermercado, mas pra mim isso começa a complicar. Até porque a gente só deve gastar em super uns 10%, no máximo, em coisas que nãos sejam alimentos. Pelo menos aqui em casa é assim. Claro que a casa não é muito limpinha. Minha mãe, que é fanática por limpeza, certamente gasta mais.
Anyway, pão tem que entrar na conta do mês, Gio! Churrasquinho e coisas assim eu calculo como "comida fora". Que pra mim entra como lazer, mais que como alimento. E não é essencial como super. Pra gente essa conta dá uns 70 a 100 reais por mês...
Kenia, eu não sei quanto custa leite Ninho! Mas sei que em supers maiores dá pra conseguir ofertas melhores.
Uma coisa que americano adora fazer é estocar. Eles vêem um produto em promoção e compram o estoque todo, como se estivessem esperando um desastre nuclear...
Lola adorei este post.
Preciso mesmo de quem faça artigos assim detalhados.Aprendi muito.
Não gosto de carnes. Adoro peixes.
Substituí o leite de vaca por leite
de soja que custa o dobro.
Voce tem razão, se a gente não colocar na ponta do lápis, é um absurdo o que se gasta em supermercado.Material de limpeza é
MUITO CARO! Volte sempre com temas assim Lolinha. Bj da Fatima.
Lola
De link em link acabei lendo seu post sobre problemas no super com preços diferentes. Meu marido e eu tb sempre tomamos cuidado e conferimos tudo, especialmente qdo tá marcado promoção. E volta e meia acontece de passar o preço diferente. Mas sempre tivemos boa experiencia em reclamar. Já até ganhamos o produto de graça. Uma vez fomos so super perto de casa e um pacote de laranja organica tava em promo por 1.99. Qdo passou no caixa: 4.99. Meu marido pulou na hora (ele fica vigiando a tela do caixa) e a caixa quis se justificar que ele devia ter visto errado pq aquelas era laranjas organicas e nao deviam custar 1.99. Ela foi até educada mas meu marido insistiu e o gerente já veio ver o que estava acontecendo. O gerente, muito educado tb, foi com meu marido na seção de hortifruti conferir e voilá: era 1.99. Qdo os dois voltaram, o gerente disse para a caixa que as laranjas eram de graça pra gente pq o preço estava errado. Meu marido ainda sussurou pra mim que se ele soubesse que sairia de graça teria pego uns 10 pacotes.
Essa foi a unica vez que ganhamos o produto com o preço errado mas uma amiga minha tb ganhou um gatorade pq o preço tava errado. A maioria das vezes eles só consertam o preço. Nunca passei pelo que vc passou e tb não acontece 80-100% das vezes comigo de pegar preço errado. Vai ver aqui no CO as coisa funcionam um pouquinho melhor.
Agora comentando este post, tb tenho uma nenem de 10 meses e sei o qto se gasta com crianças. Aqui nos EUA uma lata de leite em pó, que se chama FORMULA, custa 27.00 doletas!!!! E dura 2 semaninhas...Fora as fraldas: 40 dolares se vc comprar no COSTCO (loja de atacado, tipo o falecido MACRO) e vem 180 no pacote. Usa-se no mínimo 6 a 8 fraldas por dia se o nenem nào estiver com problemas instestinais (diarréias, por exemplo). Mais os wipes pra limpar o bumbum....enfim, uma graninha considerável!!!
Ana, eu só usava lencinhos umedecidos quando saía com as meninas. Era artigo de luxo. Em casa, ou lavava com chuveirinho (quando estavam maiorzinhas) ou usava algodão umedecido com água morna (água + uma colher de chá de amido de milho) que eu deixava no trocador, numa garrafa térmica.
Porque senão... E fralda não dá pra comprar vagabunda, né?, porque vaza e tem que trocar a roupa inteira da criança - e o lençol, e o cobertor, e às vezes até a fronha do travesseiro.
Kenia, leite em pó para crianças tem um preço absurdo. Eu normalmente chego a usar o "Buscapé" para achar um preço mais em conta, mas nunca é menos que R$ 10. Como as meninas têm uma certa intolerância a leite de vaca, uso esse leite em pó (por causa do cálcio) em quase tudo que faço para as meninas: bolos, purê de batatas, vitaminas. E elas complementam com leite de soja.
Qualquer coisa vou te pedir um carregamento :o)
Lola, falei da dupla Miojo + nuggets porque é a comida mais rápida de fazer para as crianças - comida de mãe preguiçosa (que eu mesma faço, às vezes, num sábado que eu absolutamente NÃO estou a fim de cozinhar - sem contar que eu AMO Miojo :o)
Bjs
Que bom que vc gostou, Fátima. Eu gosto de falar e escrever sobre dinheiro. É um assunto importante pra mim. Só não sei se é do interesse dos meus leitores... Bom, eu não tomo leite. A gente compra mais pelos gatinhos (e acho que o maridão mistura um pouco com o iogurte e sucrilhos no café da manhã). E pra alguma receitinha que pede leite. Carne bovina ou suína a gente come bem pouquinho, praticamente só quando come fora, porque aqui em casa é raríssimo. A gente compra e usa mais ou menos um quilo de frango por semana. E eu não gosto de peito de frango, acho completamente sem gosto. Prefiro sobrecoxa. Tinha uma marca, não lembro qual, muito boa, temperada, que custava R$ 3,78 a bandeja de um quilo, em promoção. Compramos durante duas semanas. Aí acabou, e da última vez que comparecemos ao super, não tinha nenhuma bandeja de sobrecoxa! Nada mesmo. Então acabei comprando uma de sobrecoxa sem osso, que custou caríssimo, 8,40. Lá se foi 10% do nosso orçamento semanal...
Ana, nessas duas cidades do Colorado deve ser diferente. Lá mesmo em Detroit provavelmente não era assim em todo lugar. Nos subúrbios ricos, por exemplo, como meu co-orientador disse, um supermercado jamais trataria um cliente assim como nós fomos tratados em supermercado “de pobre” (acho que éramos os únicos clientes brancos). Só isso já prova como o racismo é forte nos EUA: num super assim, onde a clientela é toda negra, o tratamento é terrível. Rouba-se no preço e tal. E quando o cliente reclama, ele é colocado pra fora. Mas isso de preço diferenciado encontramos em todo super que fomos nos EUA. TODOS! E o gerente/caixa/whatever sempre tentava mostrar como nós estávamos errados. Isso de “o cliente sempre tem razão” nós não encontramos em nenhum momento nos EUA. Nem em super nem em qualquer outro lugar. Então levar um produto sem pagar parece piada pra mim...
Ah, obrigada por me dizer o que é FORMULA! Eu lia, lia, e nunca entendia o que era. Isso que dá não ter bebê... Então, lá no Simple Dollar, o autor conta 770 dólares apenas pra comida. Ele inclui nessa conta comida fora de casa também, mas ele nunca come fora, então... Outros gastos, como fraldas, ração, wipes, material de limpeza e tal, ficam à parte. Não estão inclusos nesses 770! E a maior parte dos leitores achou exagerado. Sei que fraldas custam uma fortuna, mas ele tava falando só de alimentação... Será que o pouquinho que uma criança de dois anos come custa mais que alimentar um adolescente que come como um cavalo?
Meus meninos, coitadinhos, não comem como cavalos... põe aí uma tropa inteira, he he he.
Eu quase não bebo leite, não é bom misturar com a branquinha...
Meu problema maior é o seguinte: gosto de fartura, comida simples mas farta... mas tenho trauma de desperdício... fico brabo demais quando acontece aqui em casa. O pior é que vejo acontecer muito....
Querida Lola, vou começar a anotar tudo que gasto.
Sabe que eu anoto os gastos principais, mas nao as besteiras.
Outro dia fui fazer as contas, fiquei boba d ever qto gasto com besteira!
Vc podia escrever um post sobre ser "economicamente responsavel," (adorei esse termo)!
Fico com a impressão que poderia economizar bem mais.
beijos
Aqui deve ser diferente mesmo, a começar que o numero de negros é muito pequenininho. Aqui todo mundo é loiro de olho azul, nem tem graça mais...Mas tb tem muito erro em preço como te disse, e logo de cara claro que o caixa quer dizer que vc ta errado, isso que vc passou foi o cúmulo pra mim. Não importa a classo social, cor, desenvolviemnto do país, é inadmissível.
De vez em qdo recebo aqueles emials de power point reclamando que o povo brasileiro vota em massa no BBB que é alienado opr isso ou por aquilo e me da raiva. Eu trabalho 40h/semana (desconta aí as horas que passo lendo seubllog :P) e sei que estaria tendo uma qualidade de vida bem melhor com minha nenem se morasse no brasil. Minha licensa maternidade aqui foram 3 meses sendo 2 semana pagas como férias (tive que usar minhas ferias de 2 semanas, pq aqui pra ter ferias de 1 mes só se vc trabalhar 10 anos na mesma empresa), 4 semanas com 60% do salario (isso pq eu pago um plano de short term disability) e o resto, em casa sem receber um tostãozinho. Então odeio a frase: "se fosse nos USA não seria assim ou assado" ou que o povo acha que tudo aqui funciona e é melhor que no Brasil.
Suzana
Aqui nso EUA não tem chuveirinho no bwc não. Usava o algodão com agua morna qdo ela era pequeninha, mas agora que ela ta gde não dá mais...seriam 250 aldogões pra limpar. Uma amiga minha lava o bumbum da filha dela na pia do bwc mas minha filha vai pra escolhinha pois trabalho e lá usa-se wipes. E todo mes tenho que levar 2 caixas pra escolinha...
Eu não quero nem saber quanto gasto em super porque tenho filha de 4 anos - o que exige gastos altos em iogurtes, bolachas, leites etc. que jamais compraria não fosse por ela; tenho marido com colesterol alto e portanto, gasto com pães integrais muito mais caros que o francesinho e outros produtos sem gordura trans que também são mais caros que a média (hipocondria aumenta o custo de vida) e pra completar, tem o vinho tinto de todo dia, que eu não sou de ferro. Enfim. Brincadeira, adorei o post e vou voltar a anotar os gastos (eu fazia isso qdo éramos só um casal). Bj
Também tenho o hábito de anotar todos os meus gastos e tento não ultrapassar minha cota mensal.
Mas é como a Cris comentou, a gente gasta mais em bobeiras, por isso só levo comigo no dia-a-dia 10 reais para a semana inteira, cartão/cheque eu deixo em casa para não cair em tentação.
Sou super a favor de um post sobre economia responsável, a gente sempre pode aprender mais um pouco.
Votei nessa enquete. Cerna da personagem de Mia Farrow descobrindo que há a tal conspiração. Ninguém desbanca Polanski! Nem o próprio "mestre do suspense" - na mnha opinião, claro! ;-)
Falar nisso, gostei do novo visual do blog. A garotinha de olhos claros com cara de sapeca é você, é? ;-))
lola, quando vou ler outro post "PROCUROU, NÃO ENCONTROU? AQUI TEM"? li hoje e morri de rir uhauahuahauha!!!!
eu vim parar aqui através de um comentário teu no blog da sarah (não faz muito tempo), pensando que fosse a lolla moon.
nossa, lolla...lendo esse post lembrei que o arroz tá caro (coisa que mais gosto de comer/preparar)!
Aqui a gente compra comida diariamente, à medida que vai fazer. Não estocamos quase nada, mas usamos tudo o que estocamos. Tenho evitado o desperdício, o que pra mim é ainda pior do que gastar demais. Infelizmente os preços em Jersey são bem mais caros do que na "ilhona", mas isso porque não temos supermercados predatórios como Tesco e Asda, e pagamos um preço justo pelos produtos produzidos aqui. Ainda assim, acho que rola um abuso por parte de certas redes. Mas no nosso caso, não temos opção.
Eu andei lendo na web uns preços praticados em supermercados no Brasil e me caiu o queixo. BEM caro. Mas outro dia o Marido diz que, na Europa, todo mundo trabalha para ficar rico e poder pagar férias deitados sem fazer nada num lugar de clima quente. E eu respondi que, no Brasil, os pobres fazem isso todo final de semana e nem precisam esperar pelas férias. :)
E com relaçao ao comentário da Suzana, eu discordo. Não acho que comida pronta seja mais barata; a longo prazo, um pouquinho de carne e bastante legumes saem mais em conta e são melhores para a saúde. E nem precisa ser carne de primeira, já que miúdos são bem mais ricos em ferro e vitaminas. Fruta só é cara se for importada ou estiver fora da estação. E eu só engulo esse papo de "leite especial" pra criança caso ela tenha alguma alergia comprovada. Eu fui criada a leite de vaca mesmo, e desde cedo comia o mesmo que meu pais, só que em versão liquidificada e/ou menor.
Ai, ai. Parece que sexta é dia oficial de dar problema com o Blogger... Agora estou tentando publicar a crítica de Mamma Mia... E não consigo!
Respondendo os queridos comentaristas de ontem: Mario Sergio, eu também odeio desperdício. A gente já teve uma época em que um ou outro alimento chegava a estragar – tremendo desperdício! - , mas isso não acontece mais.
Isso, Cris, sem anotar não tem como saber quanto se gasta. E é isso mesmo que vc falou: quando a gente calcula as “besteiras”, fica pasma! Vou ver se consigo dar mais alguma dica...
Ontem passei num Angeloni aqui em Joinville. Deve ser o super mais caro. O poder aquisitivo da clientela deste super que fui é muito alta. E aí tinha um queijo Gorgonzola em promoção: R$ 16,59 o quilo, dizia uma plaquinha no alto. Ótimo preço. Então eu passo a procurar um pedacinho pra levar daquela marca. Só que tava tudo misturado, e vários pacotinhos da mesma marca (a que deveria estar em promoção) constavam como R$ 50 o quilo! Um consumidor mais desatento ia acabar sendo roubado!
Entendo perfeitamente o que vc diz, Ana. O pessoal que acha que brasileiro não reclama deveria conhecer os americanos. É um povo bem passivo. O Michael Moore compara a índole do americano com a do francês, por exemplo, que tá sempre protestando. Claro que tem muita coisa boa aí, mas não sei se, pra uma pessoa de classe média, vale tanto a pena viver aí. É muito sacrifício. Eu vejo pela minha irmã, que mora na Califórnia faz mais de 12 anos, tem Greencard, ganha bastante bem... e não tem nada. Dificilmente vai conseguir comprar uma casinha. Se é pra viver trabalhando um monte, parece melhor fazer isso no Brasil. Quer dizer, claro que tem gente que vai pra lá e junta dinheiro, mas é fazendo trabalho pesado e guardando tudo. Pra fazer um trabalho braçal, óbvio que lá é melhor. Ganha-se muito mais (ainda que gasta-se mais tb, e não existem garantias trabalhistas). Mas pra exercer uma profissão “classe média”, realmente tenho dúvidas se vale a pena optar pelos EUA.
E não tem jeito: quem diz “se fosse nos EUA não seria assim” ou nunca pisou nos EUA ou teve muita, muita sorte por lá.
Oi, Lolla;
Eu nunca disse que comida pronta é mais barata; ao contrário:"comida de crianças é infinitamente mais cara (mesmo cheia de verduras, legumes e frutas que, essencialmente, não são caras), se você realmente quer dar algo mais saudável que a dupla Miojo + nuggets."
Além de serem infinitamente mais caras, não são tão saudáveis (às vezes não são NADA saudáveis).
É, Tina, eu acho importante anotar os gastos, porque só assim se pode ter mais controle de quanto gastamos. Se não fica só no chute, e a gente erra sempre. Além do mais, funciona como um diário. Eu quero saber quanto gastava e quanto ganhava em setembro de dez anos atrás? Tá anotado. Fiquei curiosa pra saber quantos anos de vida tem a televisão? Tá anotado também. Quer comparar quanto pagou de seguro pelo carro dois anos atrás? Tá lá. Ajuda!
E aqui a gente só costuma comer pão integral também...
Legal, Ashen Lady, isso funciona também: só levar um pouquinho na carteira. Por isso que cartão de crédito é um perigo! A gente se esquece de quanto gasta, não se dá conta, é dinheiro fácil. Olha, algumas pessoas (tipo minha mãe) realmente não deveriam ter cartão de crédito. É até perigoso (ela não tem faz alguns anos, depois de ficar endividada N vezes).
Gi, Polanski é o máximo, concordo, mas ele é do tipo que faz um filme especial por causa do clima coeso, mais que por uma ou outra cena, não acha? Eu não acho nenhuma cena de Bebê de Rosemary especialmente marcante, mas o filme como um todo é incrível e inesquecível. Por exemplo, pra mim, é muuuuuuuuito superior a Tubarão e Exorcista (mesmo que algumas cenas de Tubarão e Exorcista fiquem mais na minha cabeça).
Ah, sou eu sim a menininha do cabeçalho do blog. Escreva na busca “Lolinha prodígio” ou “Lolinha precoce”, que eu comecei a contar a história da minha infância. Tem mais fotos lá!
Ju R, eu tenho que voltar com esses textos sobre as buscas do Google. Eram legais, gostava de fazer, depois cansou um pouquinho. E as buscas que chegam aqui às vezes são muito repetitivas. Mas vou escrever mais. Ah, vc pensou que eu fosse a Lolla? Note que ela tem dois eles, e eu só um. Além do mais, pra ela Lolla é pseudônimo. Pra mim, é meu nome real. Quer dizer... Quase! Que bom que vc chegou aqui, Ju! Ah, arroz. Eu não gosto muito não. Mas a gente come, integral. Daqueles em saquinhos, que cozinham mais rápido, sabe? É mais caro e tal, mas como não comemos muito (um saquinho a cada dois dias, por aí)...
Oi, Lolla, acabamos de falar de vc e de como vc usa o meu santo nome em vão! (leia o comentário acima). Legal vc aparecer aqui, ainda mais agora, que não dá mais pra comentar no seu blog. Temporariamente, I hope? O que aconteceu? Os trolls andaram te incomodando?
Sobre o preço dos alimentos, a Inglaterra é um dos países mais caros do mundo, né não? E mesmo que vc não more oficialmente na Inglaterra, deve ser beeem caro aí. Aqui pertinho de casa (Joinville) é bom, muito melhor que Detroit, porque tem bastante comércio (padaria, mercados, verdureira, frutaria, até uma lojinha de produtos naturais, onde compramos linhaça, farinha de trigo integral, aveia, gergelim, e outros grãos que fazem meu intestino deixar de ser tão preguiçoso). A gente compra nos supermercados grandes, do centro, coisas que são mais caras aqui no bairro, como frango, ração pros gatinhos, queijos, etc. (e chocolate, quando tem por um preço mais acessível. Porque em mercado pequeno não dá pra comprar. O chocolate tem pouca saída e estraga!). Mas frutas e verduras, é só aqui pertinho, com muito boa qualidade. Só não gosto porque a gente não vê ao certo quanto tá pagando. Eles pesam na balança e vão somando numa calculadora. Espero que sejam honestos por serem crentes (ok, ok, eu sei).
Isso que vc diz sobre ser rico na Europa e pobre no Brasil tá relacionado com o que eu e a Ana discutimos, sobre a qualidade de vida no Brasil e nos EUA. É por aí mesmo.
E sobre o comentário da Suzana, ah, cada um sabe o que as filhas precisam. Eu nem me arrisco a opinar nada sobre criança porque não faz parte da minha realidade. Sei que os custos pra quem tem filhos são infinitamente maiores que pra quem não os tem. Mas sim, comida pronta acaba sendo mais cara e menos saudável, por isso que ela só dá pras filhas muito de vez em quando, pelo que entendi. Agora, Lolla, TENTA dar miúdos pra uma criança. Aliás, tenta dar pra mim! Não rola.
Muito se discutiu em outros posts sobre alimentação das crianças. E o que eu vejo no meu dia-a-dia é uma afronta ao bom-senso.
Acredito, sim, em comidas especiais para as crianças. E quando digo "especial" refiro-me à comida que eu vejo que se come em outras casas - até mesmo na escola das meninas, que tem uma nutricionista.
Sempre incrementei a dieta das meninas com cálcio - nada exagerado, mas dentro do que minha mãe me ensinou. Assim, em vez de potinhos de chocolate compro iogurte integral. Farinha (incluindo arroz) integral. Isso é mais caro. Frutas, legumes e verduras, quando meus pais não trazem do sítio deles, eu compro no Zona Sul, um supermercado que é caro mas que tem uma bancada de hrotifruti de encher os olhos. Ou então no Hortifruti, que é mais barato mas às vezes a qualidade não é tão boa.
Compro queijos bons, manteiga boa. Não uso margarina. Pão de uma moça que faz aqui, em Santa Teresa, e que não tem conservantes e usa farinha integral.
As meninas comem carne de primeira e de segunda; miúdos, peixes e frango. Eu fui ensinada por meus pais que existem duas coisas que constituem a herança básica que você deixa aos seus filhos, sem contar (obviamente) a genética: a educação e a saúde. Eu invisto nas duas.
Porém, o que eu vejo hoje é a mentalidade do Miojo, do nuggets, do McDonald, do refrigerante, do suco pronto (daqueles que tinge a língua). As meninas levam um lanche quando têm ensaio de GRD no sábado: normalmente um sanduíche de peito de peru com alface e suco de frutas ou de soja. É um tal de tirar saco de batata frita e cheetos das merendeiras que, na semana passada, a professora e a nutricionista mandaram uma circular pedindo delicadamente aos outros pais que as meninas levassem algo saudável de lanche.
É por isso que eu invisto em leite enriquecido, leite de soja, frutas, legumes e grãos integrais; em carne (incluindo tudo, de miúdos a alcatra), frango e peixe. Não privo as duas de comerem as porcarias que os outros comem (como McDonald's, balas e pirulitos) mas com uma moderação que me faz ser criticada por outros, considerada "chata" pelas duas e "cricri" pelo meu ex-marido.
Paciência.
Lola, eu tirei os comments como primeira etapa. Estou muito inclinada a tirar o blog logo em seguida. :)
Sim, a Inglaterra é um país muito caro. Mas não com relação a comida. Com a chegada da Tesco e sua concorrência enlouquecida, alimento se tornou uma coisa barata. Rolam várias promoções de comida a 50 centavos (pão, carne, legumes, leite, tudo). Isso não existe em Jersey. Não que o povo de Jersey não seja louquinho pra ver um Tescão chegando aqui... Sinto que as pessoas querem gastar o MÍNIMO possível com comida pra poder comprar outras coisas. Respeito a opção, mas não partilho dela. Fiz um post sobre, mas arquivei e é claro que não vou postar. Enfim, Jersey é MUITO mais cara do que a Inglaterra.
Eu compro em vários lugares; supermercado, mercados do produtor (que é como a gente chama os lugares onde os próprios fazendeiros vão vender seus produtos, sem middle man), peixarias, etc. Pena que aqui não tem padaria ou verdureiro. Eu sempre preferi comprar legumes em feiras, sempre com uma cara bem melhor (e mais baratos) que no supermercado. E well, padaria tem a dor supermercado. Mas não tem CARA de padaria, então pra mim não é a mesma coisa.
Sobre comida de criança, é que rola meio que um trauma meu. Quando eu estagiava num hospital, quase no fim do curso de Nutrição, eu participava de um programa do Governo fornecia leite gratuito para as mães mensalmente se elas topassem trazer as crianças
para pesar e ouvir a nossa "lenga-lenga" sobre alimentação saudável. Não dá pra recomendar leite caro pra filho de pobre, infelizmente. Mas dá pra deixá-los fortes e saudáveis com outras coisas. Dá pra ensinar a utilizar até a casca dos legumes, a colocar um pouquinho de óleo na mamadeira para aumentar o teor calórico, a não comer o tal miojo (pelo menos, não o "tempero" que vem nele) e a cuidar da HIGIENE na hora de preparar as refeições.
E aí eu via mães de classe média alta chegando no hospital dizendo que davam leite importado pros rebentos senão eles tinham "crise alérgica" e me perguntava até que ponto aquelas alergias eram reais, porque elas nunca afetavam os filhos das mães pobres. Acho que tem a ver com a síndrome da redoma. A criança não é exposta a alérgenos e, por isso, reage mal a tudo. Mas vai falar isso pra uma mãe?
Agora você é chata mesmo. :) Eu AMAVA coraçãozinho de galinha, bife de fígado bem macio, ensopadinho de rim com batata, etc. Nham, nham. Minha mãe nunca fez comidinha especial pra mim depois que criei dentes, então eu aprendi a comer e a gostar de tudo. Menos de chocolate, é claro. ;)
Lolla, concordo com você. Em QUASE tudo. Quando eu fiz biologia também estagiei em creches na favela da Maré e via crianças inchadas de tanto carboidrato - enche, é barato e não alimenta. E também falava do leite.
Quando minha filha mais velha quase morreu, ainda tive que esperar um ano para fazer o teste de alergia dela. Não deu nada - nem a alergia a leite. Voltamos à alergologista e ela diagnosticou a tal "imaturidade de sistema imunológico". Enfim. Tirei o leite de vaca da dieta dela (eu amamentei até quase dois anos - só parei porque engravidei novamente). Mas mesmo depois que a médica liberou o leite, notávamos que ela tinha gripes mais recorrentes, e vivia de nariz entupido, o rosto congestionado, os olhos lacrimejando. A pediatra então conversou comigo e decidimos suspender de novo o leite de vaca. Pronto. Nunca mais nenhuma das meninas - mesmo gripadas - tiveram pulmões cheios de catarro, bronquite ou nariz entupido.
A filha da minha empregada vivia tomando antibiótico, os pulmões chiando continuamente. Passei a comprar para ela leite de soja. As crises diminuíram e ela parou de tomar antibióticos com a freqüencia de antes.
O problema está no que você disse: pobre não toma leite de soja (nem de cabra) porque é caro. Não vende em todo lugar. Tem gosto esquisito. A mãe não pode se dar ao luxo de faltar ao trabalho para ficar em casa. E, em contrapartida, eu vejo o contrário em algumas poucas mães da escola das meninas, que é particular e uma das mais tradicionais do Rio)- a frescura quanto aos importados e a desinformação é de chorar. Uma mãe, cuja filha (única) é amiguinha da minha caçula, alimenta a filha com Nan - e a menina tem 8 anos!
As meninas, com algumas exceções (de gosto) comem de tudo. O mundo está aí pra todo mundo se virar. E a gente entra no refeitório da escola e só ouve "Ah, o que é isso? DETESTO isso!" e nem sabe o que é o "isso". Uma outra mãe, como a filha se alimentava basicamente de arroz, numa reunião perguntou se era possível a escola diversificar o cardápio com um filezinho de salmão, um cremezinho de aspargos... Porque era o que a filha comia em casa. Oi, tá boa, amiga? E o arroz-com-feijão (integral ou não), o bife de fígado com cebola, a batata cozida, o chuchu com ovo?
E o mais engraçado: eu sou a única mãe que é chamada pra fazer bolo para a turma. Inacreditavelmente, nenhuma outra mãe sabe fazer. A única que tentou usou bolo de caixa. As crianças odiaram.
E, quando você falou da sua infância, me lembrei de minha tia (que é obstetra), conversando sobre a proibição da minha ginecologista em me deixar pintar o cabelo: "Eu tive cinco filhos, sua mãe três, sua tia Fátima oito filhos; todo mundo pintava o cabelo, passada água oxigenada nas pernas. Todos vocês nasceram saudáveis, pesando mais de três quilos e com mais de 50 centímetros. Ninguém teve doença de infância, todo mundo brincou e cresceu bem. Hoje mãe não pinta o cabelo, tem dieta balanceada, come comida especialmente vendida como de gestante e acaba parindo crianças de dois quilos e 200, dois quilos e 500... Uma paciente me disse que a filha pequena tem celulite ocular! Celulite no olho!"
A gente era feliz e não sabia...
E eu também adoro miúdos. Coração e fígado com cebola...O único que eu não faço é miolo - moooorro de nojo e agonia. Mas dobradinha com linguiça... Yummi!
Su, dá pra ver que vc investe muito na educação e na alimentação saudável das suas filhas. Isso é louvável. Deve ser difícil mesmo, hoje em dia, com tantas guloseimas disponíveis, controlar a alimentação. E olha que muitas dessas porcarias eu nem acho gostosas: cheetos? Fica tudo nos dentes, bem nojento. Refrigerante? Argh, doce demais, e pra mim sempre dá sede. Tenho que tomar água correndo depois de tomar um golinho sequer de refri. Por isso, parei de vez. Fico só na água. Balas, chicletes? Nem pensar, sempre detestei. Agora, chocolate e frituras, isso é outra história...
Quando preciso, uso creme vegetal, que não é nem margarina nem manteiga. Não tem gordura trans e tem muito menos calorias que manteiga (menos da metade). E, claro, não estraga. Adoro comida que não estraga!
Mas obviamente, se eu tivesse filhos, teria que repensar toda a alimentação que entra em casa. E não há dúvidas que gastaria muito mais.
Essa “defesa dos seus gastos” é parecida com a que o autor do blog americano fez pra justificar os 770 dólares por mês. Realmente, é difícil comparar gastos, já que cada família faz suas próprias opções. E, se vc tem dinheiro pra gastar mais em super, ótimo, a vida é sua. É só que pra mim ficou estranho um autor de um blog hiper visitado, expert em finanças pessoais, que tá sempre pregando frugalidade, falar que gasta a média americana em alimentos.
Lolla, como assim? Por que vc quer tirar o blog? Não faz isso! Tem toda uma rodinha (eu inclusa) que adora o seu blog, as suas fotos, os seus posts, até os posts mal-humorados. Não tira não. Vc tá com algum stalker, troll, sei lá? Por que vc não vai postar o texto sobre comida em Jersey?
Concordo contigo que padaria de supermercado não tem cara de padaria... Mas dependendo do super, e da padaria, às vezes o pão do super é melhor.
E concordo que, quando a pessoa tem um padrão mais alto, muitas coisas que a maioria da população vive numa boa sem passam a ser imprescindíveis, inevitáveis. E isso afeta tudo na vida, da alimentação às roupas, dos adultos e das crianças. Ontem no ponto de ônibus tava falando com uma mulher que é assistente de cabeleireiro de um salão chique em Joinville (um corte custa 70 reais, ela dissa, pra tingir, mais 80). E ela contou que há muitas clientes que vão ao salão quatro vezes por semana. É que elas não lavam o cabelo em casa. Só lavam no salão. Pra mim seria tão estranho não lavar mais meu próprio cabelo! Mas pra essas mulheres essa babaquice (na minha opinião) é muito importante, assunto de vida ou morte.
Ah, vc não come chocolate e eu que sou chata?! Não, nem a pau eu chego perto dessas coisas que vc menciona. Rim, fígado, coraçãozinho – eu passo mal só de cheirar. Nem me lembro o que comia quando era criança. Só que fiquei com trauma de sopa de arroz! Mas também, convenhamos: sopa de arroz?! Não tem algo mais saboroso pra se fazer uma sopa?
Suzana, é vero - existem alergias verdadeiras; minha mãe tem alergia a poeira e precisou fazer vários testes e sofrer um bocado até que confirmasse. Mas aqui por exemplo acontece uma "modinha" de alimentos orgânicos e vegetarianismo. Nada a ver com ideologias ou saúde - as pessoas fazem isso porque acham "chique". Então várias crianças crescem numa dieta bastante restritiva, e aí vão na casa de um coleguinha, a mãe relaxa, elas engolem um salgadinho com maionese e pronto - quase morrem. Acredito que boa parte desses problemas poderiam ser evitados. Mas inglês é um dos poucos povos que gostam de COMER, mas não gostam de COMIDA. Compram tudo pronto (comida de microondas) pra não ter que ver sangue, gordura, tendões, pele... Tudo é muito asséptico. Não acredito que isso faça bem, não.
Haha, realmente - NAN aos oito anos é pra rir (ou chorar, né?). Salmão? Aspargos? Nussa, a situação deve mesmo ter melhorado no Brasil nesse tempo em que estive fora. :) Meus priminhos ricos comiam pior do que eu, porque a empregada cozinhava mal e a mãe tinha preguiça. Uma vez passei uma semana na casa da minha tia no Leblon (eu tinha uns dez anos) e minha mãe levou um susto ao ir me buscar: eu perdi quatro quilos. Ela ligava pra pizzaria, pedia UMA pizza média e tinha que dividir entre ela, namorado, as duas filhas e eu. Ou então fazia a pheeeena e pedia camarão. UM CAMARÃO PRA CADA. Tô falando sério.
Meus primos ficavam encantados quando vinham à minha casa e tinha bolo, feijão fresquinho, bife à milanesa, nhoque de batatas...
Sobre as crianças nem reconhecerem os tipos de comida, fiquei passada na minha primeira aula de "técnica culinária" (haha... percalços do curso!), onde uma garota ficou observando uma abobrinha extasiada. Nunca tinha visto. Fruta de conde, jamelão, romã, ruibarbo, alcachofra, etc. Todas as meninas (zona sul, curso na Uni-Rio da Urca), ficaram apavoradas porque não conheciam nada. E gente, como assim bolo de caixa? Até eu que sou uma desgraça completa na cozinha sei assar um bolo.
Celulite ocular?? Péra. Pára tudo. Será que ela não quis dizer conjuntive?? Eu ainda quero acreditar no futuro da humanidade.
Su, Lolla, vcs estão falando em código? What the f*** is Nan? É tipo Vietnam?
E tô aqui pra defender bolo de caixinha. Toda vez que fiz, ficaram bons. Eu jogo uma cobertura de chocolate em cima e todo mundo come e ainda diz “Já pode casar, etc”. Aí eu revelo que quem já pode casar é a Sadia (ou whatever).
Ah, mas isso dos ricos é real! Eu me lembro quando fui jantar na casa da amiga mais rica que tive, ou pelo menos uma das mais. Assim, podres de rico. Donos da Bunge, que tem a Sadia, entre muitas marcas. Então, quando eu era adolescente, às vezes ia dormir na cobertura (nada tão luxuoso) dessa minha amiga, em SP. E eu sempre me admirava com a comida. Era comida bastante simples (nada de salmão, camarão, caviar – que, aliás, eu nem comeria), em quantidades minúsculas! Eu saía da mesa com fome. Nunca dava pra repetir, por exemplo. Era um bifinho irrisório pra cada uma, e olhe lá. Será que é por isso que rico é rico?
E eu ia fazer o maior sucesso na sua aula de técnica culinária, Lolla. Eu não consigo distinguir a maior parte dos alimentos. Sou do tipo que vai a uma verdureira e tem que perguntar pra alguém: “Ahn, isso é um couve-flor?”
lola: estou 'devorando' seus textos. sou administradora de empresas, estudei fincancas na faculdade, mas isso nao garante o sucesso nas financas pessoais, nao e mesmo? aperfeicoei-me muito nos ultimos anos, mas ainda assim, as vezes gasto mais que o necessario.
o estilo de vida belga nao privilegia o consumo. diferente do americano (ao qual o brasileiro segue). aqui, aprendi a economizar, comprando o que e realmente necessario, a andar de transporte coletivo ou bike (eu nao uso, mas o marido sim) pq e mais barato.
no brasil, gastava uma fortuna comendo fora...aqui,todos convidam os amigos pra vir em casa. nos convidamos e somos convidados. outra coisa e a ideia de reciclar (muito forte aqui na belgica), que termina te limitando de comprar coisas inuteis. vc vai comprar e pensa...quando isso ficar velho vou ter que levar no container...entao, se nao preciso...nao vou comprar hehe...preguica de levar pro lixo depois ;-) haha...
e assim melhoramos...
bjos
Oi, Jamine, que bom te ver por aqui! Não, claro que ser administrador de empresas não garante sucesso com finanças pessoais (é como achar que uma psicóloga “entende” melhor os filhos). Mas legal que o estilo de vida belga te leve a essas reflexões. Nem preciso dizer que estou muito mais inclinada a essa rotina que vc descreve que à americana. Sempre preferir visitar e ser visitada em casa pelos amigos que sair pra um barzinho e ter que competir com música alta, barulho, cigarro. Agora, com a Lei Seca, espero que mais brasileiros percebam que pode ser muito agradável jantar (e mesmo beber) numa outra casa, ao invés de em bares e restaurantes. E sobre comprar coisas... A pergunta sempre tem que ser essa que vc faz: eu preciso mesmo disso? Acho que o que faz os americanos consumirem tanto, em parte, é essa total falta de preocupação com o meio ambiente. Cansei do produto? Jogo fora, dou pra alguém. Acho que só em alguns lugares isolados nos EUA não seja assim. Abração!
Concordo contigo que Polanski é assim. Talvez por isso eu seja completamente "in love" por ele. Toda minha vida! ;-))
Lola,
Nan é um leite feito especialmente para crianças muito pequenas - a linha começa para os recém-nascidos. É a tal "formula" já citada aqui.
Lolla, uma das coisas boas de uma criança que vai para a creche ou fica em período integral na escola é que elas acabam comendo de tudo. Minhas filhas comem rúcula. EU não como rúcula. Irc!
:o)
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