domingo, 29 de maio de 2011

OBRIGADA PELA GRAÇA ALCANÇADA

Diálogo da semana passada entre eu e o maridão:

Eu: Não te contei o que aconteceu. Eu tava voltando pra casa andando e fui atravessar a rua perto da igreja, sabe? Aí um motoqueiro quase me atropelou. Ele não tava olhando pra mim ou pra rua, esses detalhes. Sabe o quê ele tava olhando?
Ele: O quê?
Eu: A igreja! E ele tava dirigindo com uma mão só. Com a outra ele fazia o sinal da cruz. Porque saudar um ser invisível e possivelmente imaginário é mais relevante que se importar com a pessoa bem na frente dele.
Ele: Viu? E vocês dois sobreviveram, graças a deus!
Eu: Mas se ele estivesse olhando pra rua, e não pra igreja, ele...
Ele (interrompendo): Aleluia, irmã!

Mais diálogos altamente românticos: beijos, apelidos, exercício, loteria, herança, cheiros, educação, sensualidade, mais sensualidade, engano, energia, nova fonte de energia, dominó, mini-kabongs, autoestima, reflexos, fidelidade, comunicação, efeito isidoro, desejo ardente.

15 comentários:

Thiago Nogueira disse...

"Olha, você ou pode aceitar a ciência e encarar a realidade ou pode acreditar em anjos e viver num mundo infantil." Lisa Simpson

mariatereza cichelli disse...

Olá, venha conhecer meu novo blog

http://fofocasdobem.blogspot.com/

DH disse...

Hahaha, muito bom.

Agora vai ter que subir a escadaria de joelhos.

Edmilson Borret disse...

Run, Lola, run! lol

Vivien Morgato : disse...

Vou nadar contra a maré. I love you, Lola, mas esse post ficou tão intolerante quanto um religioso radical, só mudou a ótica...mas o principio é o mesmo.;0)
Não sei se estou sendo politicamente correta no limite, mas o deboche ficou agressivo. Sei lá.

Robson Fernando de Souza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Robson Fernando de Souza disse...

Religiosos, sempre contraditórios, tanto quanto a Bíblia.

Se houve um arrastão na avenida principal e algum motivo não deixou a pessoa sair de casa naquele dia, ela agradece a Deus - "graças a Deus não pude sair hoje" (e que se danem os assaltados no arrastão).

Se um terremoto matou milhares de pessoas mas um único bebê foi resgatado dos escombros de um prédio com vida, é "graças a Deus" (Deus matou, ou permitiu que morressem, milhares de pessoas mas é bom porque salvou aquele bebê).

Se a pessoa teve a genial ideia de criar uma firma especializada em chocolates (a grande maioria ao leite de vaca), "Deus é muito bom pra mim", diz a pessoa (e que se danem as vacas que têm seus bezerrinhos roubados e são obrigadas a entrar em parto de 12 em 12 meses pra darem o máximo possível de leite).

Sem falar nas orações nos rodeios e nas vaquejadas. Orações pra um deus que odeia os animais e premia aqueles que os maltratam mais.

Sara disse...

http://bibliadocetico.net/mulher1.html
Eu ja li a biblia 3 vezes inteirinha, foi duro mas li, me interesso por esse assunto, mas nesse site acima eles compilaram alguns assuntos bem interessantes, eu ha muito tempo ja me desiludi com todoas as religiões, porque em maior ou menor grau todas igualmente tratam a mulher como um ser humano de segunda ou terceira categoria.
Mas esse incidente que vc passou é apenas um de milhares de contradições , divisões, guerras que as religiões nos trazem.

Anônimo disse...

Lola, uma vez vi uma moça passeando pela Praça em frente à Igreja de Fátima, na Av. 13 de Maio, aqui em Fortaleza. Ela caminhava olhando para a igreja, fazendo sinal da cruz e QUASE deu de cara com um poste. Teria sido uma trombada feia, viu.

É sempre assim: as pessoas preferem "olhar pro céu com muita fé e pouca luta", como já disse Gabriel o Pensador, do que encarar a realidade ao seu redor. E depois dizem que nós, ateístas, somos insensíveis. Tsc, tsc.

T. Guerra disse...

Aleluia Grazadeus

Ariane disse...

Oi Lola, tudo bem? Aii, espero que com tantos comentários você veja o meu aqui.
Sou estudante de Jornalismo e estou fazendo um trabalho sobre o conceito de beleza e moral em Kant e sobre como hoje em dia essa conceituação mudou, ou não. Li um post seu sobre o caso do Realengo, de ser um crime de ódio, e achei muito interessante, porque penso em usar justamente esse exemplo pra falar sobre moral e beleza nos dias atuais... será que vc me daria uma entrevista, por telefone? Tô mandando um e-mail pra você sobre isso, o comentário é mais uma forma de fazer contato ;)
Espero que você aceite. Um beijo, e adoro seu blog!

Jackeline disse...

Lola, imma let you finish, mas também não achei mt legal o teor do post e comentários contra religião. :/

Eu sou agnóstica, não tenho religião, mas eu acho que o princípio de respeitar algo mesmo que vc não concorde com ele é um dos princípios fundamentais pra acabar com problemas como discriminação, e é inclusive uma das idéias que vc passa aqui, né. :)

Eu sei que comento pouco e os comentários que deixo nem são lá tão úteis (prefiro ler e ponderar comigo mesma do que comentar sobre algo que não tenho 100% de certeza :s), mas eu adoro o blog, acho que me fez amadurecer e ver certas coisas de forma diferente, mesmo nem sempre concordando 100% com oq tá escrito. Beijos e bom final de domingo pra vc. :*

lola aronovich disse...

Vivien querida, leitora de longa data, sempre carinhosa, e Jackeline, que comenta pouco, sem problema, não me ofendo com a crítica de vcs, e acho que vcs têm um pouco de razão. Às vezes eu sou um pouco intolerante com religiões, eu sei. E sei que não deveria ser assim. Mas nesses dias em que religiosos fazem tanta questão de interferir na minha vida laica (como no caso das bandeiras cristãs contra kit anti-homofobia, por exemplo), sei que minha intolerância vem ainda mais à tona. E acho ótimo que vcs estejam aqui pra me lembrar disso.
Mas, no caso desse episódio que eu narrei no post, ele realmente aconteceu do jeito que relatei – um cara numa moto quase me atropelou porque (ele) estava com seus olhos na igreja e um dos braços fazendo sinal da cruz, e que se danem os mortais atravessando a rua na faixa de pedestres. E, como o Robson captou bem, essa é uma alegoria do que muitos religiosos costumam fazer. Na teoria é paz e amor, respeito ao próximo, dar a outra face, mas na prática é perseguição implacável a qualquer coisa que seja diferente, como a homossexualidade. E seria deboche se eu estivesse contando um caso como a Débora (não que eu esteja chamando essa menina linda e arretada de debochada ou desrespeituosa), esse da mulher que quase trombou com um poste enquanto fazia sinal da cruz pra igreja. Aí seria um caso bem irônico mesmo. Mas no meu caso com a moto, pô, eu realmente não fui atropelada por pouco! E pra mim é absurdo demais que alguém, num espaço público que é a rua, seja capaz de deixar o seu lado religioso falar mais alto que o seu convívio com seres humanos. Se o motoqueiro quisesse rezar diante de uma estátua de santa na sua casa, ou se ele estacionasse a moto e fosse até a igreja rezar, ou se ao menos ele parasse a moto para só aí fazer o sinal da cruz, bom, aí não tenho problema algum. Mas, no caso, a minha segurança, o meu direito de ir e vir, a minha sobrevivência ao atravessar uma rua na faixa de pedestres, deveria vir antes da religiosidade do motoqueiro!
Também sei, claro, que o post revela um diálogo entre duas pessoas (eu e o maridão) claramente ateias. E que só isso já pode ser ofensivo pra pessoas religiosas.


Ariane, tudo bem, manda um email pra mim que aí a gente tenta agendar uma entrevista por telefone.

Sharon Caleffi disse...

Ixi, Lola, e pra onde você estava olhando quando foi atravessar a rua e não viu o motoqueiro?

Anônimo disse...

Texto bem medíocre para criticar a religão einh...