quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

QUEM LIGA PRA UM ERRO?

Todos nós cometemos erros, diz a frase corrigida por liquid paper.

(Este post eu escrevi muito antes do de ontem, em que eu ria de um comentário em inglês que um leitor do Estadão deixou diretamente pro Robin Williams. Algumas leitoras acharam que eu estava sendo preconceituosa com os brasileiros que não sabem inglês. Expliquei que não, que o que me fez rir foi a tradução atrapalhada do Babel Fish e o fato de um brasileiro que aparentemente não domina o inglês escrever nessa língua num jornal brasileiro. Bom, espero que este texto esclareça um pouquinho minha posição sobre brasileiros que não falam inglês e sobre preconceitos linguísticos em geral).

Eu tava lendo
um post do Bruno sobre quando saiu o resultado do país escolhido pra Olimpíada de 2016. Ele diz que estava no aeroporto de Brasília, e que todo mundo parou, emocionado, pra ver uma declaração do Lula. Lá pelas tantas, Lula disse “esses país”, e um dos espectadores sacaneou o presidente e se pôs a corrigi-lo.
É de uma estupidez sem tamanho fazer algo assim, né não? Independente de quem cometa o erro. No caso do Lula, como fica difícil pros críticos falarem mal de um governo que tantos benefícios trouxe pro país, eles se centram no português do cara. É uma lembrança de sua origem social. É como chamá-lo de analfabeto. É tentar colocá-lo no seu devido lugar.
Eu vejo gente usando essa estratégia falida na internet. Ao invés de discutir ideias, tentam desqualificar o que a pessoa está dizendo através de um eventual erro de português. É mesquinho. É preconceito linguístico, como apontou Marco Bagno. (E, antes que alguém fale alguma coisa das minhas colunas sobre as buscas do Google, eu explico: é diferente zoar de um anônimo. E, na maior parte das vezes, eu faço troça de como o Google foi trazer essa busca pra cá, não dos erros de português da pessoa. Sem falar que é uma coluninha de humor).
Acho que todo mundo que fala comete erros. Todo mundo. E falar em público, então, faz com que a gente fique nervosa e cometa mais erros ainda. O maridão sempre acha graça quando criticam o português do Lula, porque ele lembra que o FHC cometia mil e um erros, e ninguém falava nada. Mas isso é realmente importante?
Fui professora de inglês durante uns dez anos. E, pra tentar ser boa professora, estudei um pouco. Uma das coisas mais importantes que aprendi foi sobre como e quando corrigir erros de inglês dos alunos. O que os especialistas explicam é que há uma diferença enorme entre um mistake (erro) e um slip (deslize). Por exemplo, se um aluno diz “We is” ao invés de “We are”, é absolutamente inútil um professor interrompê-lo pra dizer “Olha, é We are, viu?”. Porque o aluno tá cansado de saber que é We are e conhece a conjugação do verb to be desde a primeira série. Então cortar seu fluxo de pensamento só atrapalha, além de mostrar que você tá mais interessado em como ele diz alguma coisa do que no quê ele está dizendo. Na vida real, se você for aos EUA (ou à Inglaterra, ou à Austrália), será raríssimo ser corrigido por um native speaker. Eu posso contar nos dedos de uma mão quantas vezes o maridão foi corrigido por um americano durante o ano em que vivemos em Detroit. O que acontecia às vezes é que eles pediam mais esclarecimentos. Eles não entendiam algo e gentilmente pediam pro maridão explicar melhor. Os especialistas consideram grave o erro que interrompe a comunicação ou que gera dúvidas. Assim, se um aluno de inglês está falando de um casal, e de repente ele usa He pra se referir à mulher, esse é um erro grave, porque não vamos saber de quem ele tá falando. Mas o We is? For God's sake, né?
Eu sempre falava com os alunos sobre correções no início do semestre. Porque todos querem ser corrigidos o tempo todo! Eles acham que é assim que se aprende e que o professor é fraco se não corrige. Aluno fica muito incomodado ao ouvir um erro e o professor não corrigir. Então eu sempre dizia: olha, people, eu sou professora, e pra mim seria a coisa mais fácil do mundo corrigir vocês o tempo todo. Porque professor tem antena ligada e sempre capta erro de aluno. Mas simplesmente corrigir não ajuda. Estudos mostram que as formas mais eficientes de correção são, pela ordem: self correction (quando você mesmo percebe que errou), peer correction (quando um colega te corrige), e, por último, teacher correction. Portanto, um professor que corrige o tempo todo é no fundo um preguiçoso. É automático pra gente. Difícil é decidir como e quando corrigir. Em geral, os alunos gostavam de ouvir isso. Sempre tinha um ou outro que pedia pra ser corrigido o tempo todo de qualquer jeito. Geralmente eram aqueles tão obcecados em falar tudo certinho que não conseguiam melhorar a fluência. Eles eram accurate, precisos, não fluentes. E pergunta prum professor de idiomas quem ele prefere, um aluno que se arrisca e fala pelos cotovelos, mesmo com erros, ou um que comete pouquíssimos erros, mas que pensa três horas antes de pronunciar cada frase? Quem será mais bem sucedido no uso da língua?
Pessoalmente, não conheço nenhum outro orador como o Lula. Eu já estive em vários comícios, já o vi falar ao vivo muitas vezes. E ele é simplesmente brilhante, do tipo que levanta multidões. Multidões compostas de pessoas que também cometem erros. E que nem por isso deixam de se comunicar.

26 comentários:

L. Archilla disse...

sabe, Lola, eu sou do tipo q corrige (principalmente na linguagem falada), mas na maior inocência. não faço pra humilhar, muito pelo contrário. faço pq gosto q me corrijam tb. não quero ficar pra sempre usando uma palavra, uma flexão de verbo ou uma concordância errada. mas tenho me policiado, ultimamente, porque a maioria das pessoas entendem como humilhação. às vezes escapa e eu corrijo mesmo assim, mas estou tentando mudar.

Giovanni Gouveia disse...

De um professor de inglês (colega de Cris), na inglaterra:

"Where is the subway?"

A mulher:
"Are you amrerican?"

Ele:
"No, I'm From Brasil"

Ela:
"We don't say subway here, we say Tube, repeat, please, tuubbbe".

Indo ao cerne da questão, errado está quem diz que o outro fala "errado", não existe "erro gramatical" em língua falada, se fosse assim, a maioria dos brasileiros falaria errado ao colocar artigo definido antes de nome próprio (O fulano, A fulana), isso, por exemplo, é cultural.

Quanto a Lula, O Cara tem uma qualidade ímpar, ele é, de fato, comunicador, fala de forma que o povo entende, ou como diz Manuel Bandeira:
"...lingua certa do povo, porque eles que falam o português do Basil, ao passo que nós o que fazemos é macaquear a sintaxe lusíada..."

Giovanni Gouveia disse...

Olha esse texto, na "tradução ao pé da letra do samba do crioulo doido"

Felix um-de olhos, o gato de earless, resolve em casa nova
Da Agência Ao Pé da Letra do Samba do Crioulo Doido

Felix, o gato sem orelhas e um olho, está resolvendo na casa nova dele seguindo uma atração de RSPCA que atraiu interesse mundial.

O três-ano-velho tinha se adoecido em um Cornish centro animal durante quatro meses, como outros foi escolhido à frente dele. Ele perdeu o olho dele por dano, enquanto câncer reivindicou as orelhas dele.

A casa de Sandra Gannoy era escolhida pelo RSPCA de centenas de amantes animais. Ela disse que era " melhor que ganhando a loteria ".

Amantes de gato na Austrália tinham 400 anos que contatou que o RSPCA centram, perto de Columb Major.

Os cortaram abaixo as ofertas para uma lista curta de cinco ou seis, e finalmente escolheu a casa de Mrs Gannoy a Gorran, perto de St Austell, Cornwall.

Ela aplicou para alojar Felix depois que o gato anterior deles/delas teve que ser derrubado em janeiro, velho 19.

" Tudo que nós dissemos eram que quem a substituiu teria que ser especial - e Felix é certamente isso ".

fonte:http://911digitalarchive.org/REPOSITORY/MISC_COLLECTIONS/911_weblogs/www.patio.com.br/anta/index.html

Rita disse...

Oi, Lola

como ex-professora de inglês (também por cerca de dez anos), concordo com você: corrigir pequenos erros gramaticais a toda hora é muito pouco produtivo. Mais vale criar uma atmosfera descontraída em sala de aula que motive a participação efetiva dos alunos do que truncar o andamento da aula com interferências dessa natureza. Existem outras formas de tratar de deslizes gramaticais, com exercícios próprios que, no meu entender, não devem ser longos ou enfadonhos, apenas uma olhadinha para revisar uma ou outra regra. A precisão vem com o uso, com a convivência que se trava com o idioma.

Quanto ao preconceito linguístico, acho que depende um pouco da situação. Por exemplo (pessoal, ajuda aqui: o que vocês acham?): erros de português cometidos pela professora da escola dos nossos filhos? E aí? Como reagir? Ela também, como todo falante da língua portuguesa, está sujeita a deslizes. Mas e os erros lá estampados no material didático, que já foi usado várias vezes, que ninguém percebeu... material que está sendo usado para alfabetizar crianças... complicado, né?

No caso específico do Lula, o viés político fica mais evidente. Praticamente todo político comete deslizes nas entrevistas que vemos todos os dias na TV e ninguém liga a imprensa não fala um A. E diante do significado maior que tem o Lula na presidência, a coisa fica totalmente insignificante.

Mas eu costumo me policiar em relação aos meus próprios erros e, quando os percebo, geralmente peço desculpas, corrijo. Então não sou indiferente a eles, né? E quando leio um texto com vários erros gramaticais costumo ficar com uma impressão ruim quanto à capacidade profissional da pessoa. É preconceito? Pode ser, porque raramente volto a um blog, por exemplo, quando ele está recheado de atropelos gramaticais. Acho que essa discussão vai ser muito boa, né? A gente teremos muito o que debater. ;-P

Maikon K disse...

Lola,

ontem, no vivo na cidade, escrevi sobre adoção pelo casal de mulheres em joinville. no a notícia de hoje saiu mais uma carta assustadora da geane, veja aqui : http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2736406.xml&template=4191.dwt&edition=13650&section=882


em relação linguagem tem essa pagina: http://www.marcosbagno.com.br/

abraço
mk

Leila Silva disse...

Lola,
Eu também trabalho com línguas, francês, e gostei muito deste seu post. Sou professora e coordeno o curso, ainda na semana passada uma professora veio me dizer que um aluno dela que assistiu aula numa outra turma disse que não tinha gostado da 'outra' professora (que é excelente) porque a professora 'não o corrigia'. Essa que falava comigo, claro, adora corrigir.

Enfim, é como você diz e com a enorme quantidade de cursos de línguas por aí que oferecem as coisas mais exóticas do mundo, às vezes é difícil dialogar com o aluno, mas eu ainda prefiro tentar.
Abraço

Lord Anderson disse...

Ó eu fugindo do post de novo:

Lola, eu recebi um mail com paradias hilarias de filmes famosos e na hora lembrei de vc.

Tem como eu te enviar?

Anônimo disse...

Oi Lola, também sou do seu time, fui professora de inglês por 5 anos e dei aulas nos mais variados métodos, mas não tem jeito, a proposta comunicativa pra mim é a melhor. Eu sempre avisei aos meus alunos que não iria corrigi-los imediatamente, que o melhor jeito era a ajuda mútua entre eles para uma melhor negociação de sentido entre o que eles diziam. A estratégia básica que utilizávamos na minha escola preferida era: se o aluno 'errava', o professor repetia corretamente, mas sem dizer que aquilo era um erro. Dava certo em 90% dos casos. É como se o aluno dissesse 'I go to the movies yesterday' e eu repetia 'ohhh, you went to the movies yesterday?' com uma ligeira ênfase no went. Geralmente os alunos e alunas captam na hora e nem é preciso perder tempo corrigindo.

É claro que há aqueles que insistem em ser corrigidos o tempo todo, e a melhor estratégia, nesses casos, era tentar conversar com essas pessoas à parte para tentar dar-lhes mais confiança e diminuir o tal do filtro afetivo que de certa forma os bloqueava.

Ahhh... deu saudades do meu tempo de teacher! Era um trabalhão mas era tão recompensante. Hoje atuo como tradutora e intérprete, os desafios são outros, eu gosto muito de atuar nessa área, mas parece que dar aulas tem um gostinho especial, sei lá [/nostalgia]

Bjão, já viciei no seu blog!!!

Jux disse...

quando aprendi inglês - há zilhões de anos atrás - eu era tímida demais para conversar. Meu conhecimento técnico era impecável, mas a fluência era silenciosa... até que, em 2003, conheci uma pessoa maravilhosa - um polonês que mora em NYC há mais de 30 anos, um native speaker definetely. Quando nos encontramos pela primeira vez, pedi desculpas por meu inglês "enferrujado" e ele disse o seguinte "não se preocupe com isso. Converse do modo que você sabe e eu buscarei entender". Ele nunca me interrompeu enquanto conversamos - e isso foram alguns belos anos. E hoje, as pessoas perguntam "nossa, onde você aprendeu a falar inglês assim? vc morou fora?", eu simplesmente digo que estudei aqui mesmo. Mas sei que minha fluência é graças a esse mestre querido que sempre ouviu o que eu tinha a dizer, sem se preocupar em como eu iria dizer.
Abraço Lolak!

LIVIA disse...

sABE,EU SOU COMPULSIVA NA HORA DE FALR POU ESCREVER PARA NAO PERDER O FIO DAS IDEIAS,COM ISSO OS ERROS TAMBEM.mAS NAO FICO MUDA POR MEDO DE ERRAR E MUOITO MENOS DEIXAR DE ESCREVER.eSCREVO TORTO E FALO TORTO,QUAL O PROBLEMA ,TEM COISA PIOR POR AÍ:FALTA DE CARATER,NÉ.VEJA OA POLITICA NACIONAL>OS CARA ATÉ FALAM DIREITO(???)MAS COMO ERRAM NA HONESTIDADE.ABRAÇO.

aiaiai disse...

O mais engraçado nessa história de corrigir ou desqualificar o presidente lula pelos erros que comete, é que muitos dos que fazem isso também cometem muitos erros. As pessoas das classes alta e média alta no Brasil não sabem falar português. Eu não sei como é em outros países, mas aqui a correção gramatical nem é privilégio de classe. Só poucos que realmente se interessam, leem muito e estudam conseguem escrever e falar corretamente o português. É raro. Então, vira sempre aquela história do roto falando do esfarrapado kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Lud disse...

Oi, Lola! Fiz um post que é mais ou menos sobre maternidade no meu novo blogue. Se encaixar na linha editorial do seu concurso de blogueiras, count me in!
Beijos,
Lud

Anônimo disse...

Oi Lola

Sim, todos cometemos erros.
Mas sabado ao apresentar o TCC na faculdade, uma das minhas colegas de grupo conseguiu em 5 minutos cometer diversos erros de português.
A cada palavra eu fazia careta, sem perceber. 'as população' Uma das poucas coisas que eu lembro.
Nos 20minutos de perguntas e comentarios da banca, nossa coordenadora deu um belo de um esporro sobre o portugues.
Claro, não citou nomes 'Prestem atenção no portugues, tentem falar de maneira formal. Vocês acreditam que o cliente sentiria confiança com tantos erros no vacabulario'.
Por partes sim é normal errar, e de fato estavamos todas nervosas com a situação.
Mas não foi o nervosismo que a atrapalhou, ela fala assim mesmo.
Quando a conheci eu achava que era vez ou outra que isso acontecia, depois foi piorando. Cheguei a corrir, e não por mal mas era bem discreta.
Ela não dá importancia, nenhuma, e agora a unica coisa que consegue fazer é rir.
Ela não tenta, não quer...então pra que continuar tentando ajudar?
Se é preconceito? Sim
Pois acredito que uma pessoa que já esta cursando a segunda faculdade não pegar um livro pra ler é desleixo.
Por mais que nosso curso seja totalmente voltado para Programção de sites e hipermedia.
Considerando ainda que temos aulas como Hipertexto e Redação, Teoria da Comunicação entre outras que envolvem muito mais do que o conteúdo visual.
Não são apenas deslizes.
(e olha que até eu tenho meus erros e devem ser encontrados nesse comentario...outro detalhe odeio acentuar)

Bjos queijos e folhas de Alface

Sheryda Lopes disse...

Concordo praticamente em tudo com vc, mas continuo não gostando de quando vc fala dos erros de português nos textos sobre as buscas no Google. E quando vc justificou como sendo porque se tratam de textos de humor, para mim foi pior ainda, porque eu considero essa justificativa muito ruim e ótima quando falamos em preconceitos, e vc mesma fala disso em vários textos seus. O humor quase sempre é usado para discriminar. Sabe como é "é só brincadeira".

babsiix disse...

Concordo com a Sheryda qto às buscas do google, Lola.
A gente sabe q falar "isso é só uma brincadeira" impede qqr tipo de crítica ou reflexão. Da mesma maneira q "é só um filme" ou "é só uma piada".

Marcos Vinicius Gomes disse...

Lola

Existe um jequismo no Brasil na busca pelo Português 'erudito', o Português Visconde de Sabugosa /Rui Barbosa. Um dia numa aula trabalhando um texto que tinha um trecho "...então a gente disse..." uma aluna me corrigiu:"Professor o certo é "nós dissemos".Perguntei porque achava aquilo e ela disse que uma professora uma vez tinha 'ensinado' que quem falava 'a gente' era ignorante... Depois de tentar explicar que as duas formas estavam corretas de acordo com a situação e contexto onde eram empregadas disse a ela:"Você assiste à Rede Globo e lá eles falam 'Globo, a gente se vê por aqui' e você não repara, porque?". Ela ficou sem resposta.
Esse jequismo também se aplica quando aprendemos inglês pois somos puritanos. Você tem que usar uma aula inteira de Inglês para explicar para o aluno 'Sr Explicadinho-gramaticalmente correto' porque Argentina tem duas pronúncias no idioma do Tio Sam, assim como daughter e outras palavras. Isso é culpa do ensino da língua materna.Vejam o caso do novo acordo ortográfico...é muita burocracia e pouca arte pro meu gosto! Implicamos até na pronúncia, se alguém do nordeste abre mais a vogal 'Pérnambuco", lá vai a paulistaiada metida corrigir (obs, sou paulista)o falante...
Aproveitando o assunto sobre preconceitos e variedades linguísticas deixo minha impressão sobre o presidente: "É, o Lulaça é firmeza, não é fraco não! Eu pago o pau para ele..."

Mirella Nogueira disse...

Legal esse post, também não entendo a mania do povo de corrigir alguém sendo que muito dificilmente uma pessoa falará e escreverá correto 100% das vezes. Fora que é isso mesmo que vc disse, na maioria das vezes fazem isso quando querem rebaixar alguém ou rechaçar alguma idéia numa discussão.

Giovanni, legal vc falar agora que não se importa com isso, sendo que, naquela discussão sobre a Transposição do Rio São Francisco, vc usou dessa tática para tentar desqualificar o argumento de uma leitora, que estava contra o Lula.
Enfim, acho que vc não é hipócrita, acho que na verdade vc mudou né? Evolui! Parabéns!

Ariadne disse...

Olha, eu queria falar algo sobre essa questão do humor, que a Sheryda e a babsiix levantaram. Acho superválido e importante alertar sobre como o "é só uma piada" pode ser uma desculpa fácil e que encerra a discussão. Mas acho que é preciso saber diferenciar as posturas em relação ao riso, se a piada se leva a sério ou não, se ela quer apontar um defeito E corrigir e se quem ri se coloca como superior. Eu vejo a postura da Lola, que sempre está pronta a rir de si mesma, como bem diferente da atitude de um cara que faz um blog para humilhar minorias e se retratar como "o" cara ao mesmo tempo ou das piadas da publicidade, que têm como mensagem "enquanto você não comprar, será ridículo". É claro que isso, às vezes, é muito sutil e é claro que existem coisas que não deveriam ser alvo de riso de maneira alguma, mas eu acho que não SE levar a sério também é muito importante. Já o caso dessa pessoa que escreveu em inglês como se o Robin Willians fosse ler e sem, na verdade, saber a língua, eu acho totalmente distinto de alguém que sofre preconceito linguístico. Ele está do outro lado, é daquelas pessoas que querem tanto dizer que falam inglês, ou seja, que estão acima em termos de classe, que acabam por meter os pés pelas mãos.

Bárbara Reis disse...

Eu fiz 2 anos de curso de inglês, particular, depois continei estudando sozinha, e eu falava pelos cotovelos, errado ou não, com qualquer pessoa, com a parede, com a porta, com o gato, com o cachorro. E eu adorava falar.
Ai, eu namorei um exú, hahaha... digo uma pessoa 'boa', que falava inglês fluente, e eu na minha doce ilusão achei que iria aprender com a pessoa, mas muito pelo contrário, eu fui TÃO corrigida, e tive que ouvir que meu inglês era péssimo, minha pronucia era errada, que eu não tinha sotaque nenhum. Conclusão, eu fiquei completamente bloqueada, e eu não consigo falar mais, nem sozinha. Penso 3 horas pra formar uma frase. E não sei como fazer pra me desbloquear. :/

Você que já foi professora, o que faria se eu fosse sua aluna?

Beijão!

Bárbara Reis disse...

Outra coisa: Eu Amoooo a Sakura *-*

não sou fã de desenhos japonêses. Mas eu amo amo amo a Sakura!

Já li todos os mangás e queria assistir a série de novo, e de novo, e de novo...

Marjorie disse...

Meio o off-topic, mas sabe o que eu achei super engraçado? que o museu da língua portuguesa, aqui em Sampa, que fez um trabalho magnífico de reconhecer os diferentes sotaques e maneiras de se falar o português brasileiro (e tem inclusive uma parte que lista o "nóis fomo e nós viemo" como português legítimo, ressaltando isso mesmo: que erro é aquilo que impede a comunicação e não o desvio à norma considerada culta naquela época)... foi todo financiado pela fundação Roberto Marinho, que dia sim dia não mete o pau no Lula por ele ser analfabeto ou falar errado.

Marjorie disse...

Giovanni -- e nas outras partes da europa, eu percebi que, se vc pergunta "where is the subway?", as pessoas não te entendem MESMO, mesmo que falem inglês perfeitamente, como na Holanda. Só te entendem se você diz "metro".

Sheryda Lopes disse...

Ariadne,

Eu concordo com vc que a Lola não demonstra esse preconceito quando publica esse post sobre o menino que tentou se comunicar com o Robin Willians. Eu também achei muito engraçado, e sei que a intenção não é humilhar. Me refiro mesmo aos posts sobre as buscas do Google, que muitas vezes se mostram preconceituosas na minha opinião.

Vivien Morgato : disse...

Há alguns milênios desisti de assistir o programa de entrevistas do Jô Soares. Porque o cara é um pentelho.
Mas, enfim, vi parte dele essa semana, parte suficiente para mudar de canal.
Nesse trecho, ele mostrava placas com erros de gramática, diante das gargalhadas da platéia.
Os erros demonstravam, em sua maioria, baixa escolaridade: o que não poderia ser, de forma alguma, motivo de troça.
Um deles, ainda apresenta aquela primeira escrita da criança, onde as palavras estão todas juntas. Uma tentativa de comunicação de quem não estudou.
Engraçado?
Seu post é muito interessante, gostei muito.

Alessandro RC disse...

Não gostei do texto, discordo. Quando alguém fala errado (como o Lula e todos mundo), eu não dou bola para o erro e sigo prestando atenção no relato. Beleza. Mas que fica feio falar mal, fica.

Quando eu corrijo alguém ou quando sou corrigido, é uma atitude normal. Aprendemos coisas todos os dias, porque não podemos aprender a falar/escrever corretamente? Ou no caso de um deslize, um erro de digitação, por exemplo, talvez não seja necessário corrigir. Mas que fica feio, fica.

Agora imagine um advogado mandando um e-mail para um cliente cheio de erros de português. Ele pode até ser um grande advogado. Mas que fica feio, fica!

Não se irrite comigo, Lola, seus textos quase não possuem erros! aiuhiauha

bete disse...

Lola,

tenho te lido, só não tenho comentado. então aqui vai curto e grosso: atire a primeiar pedra quem nunca errou e o problema do pessaol contra o Lula é mágoa de caboclo, inveja pura. Além de uma loucura generealizada de achar que ele é um Stálin e vai, sei lá , confiscar o sítio da tia ...