quinta-feira, 18 de setembro de 2008

GUEST POST: GARÇOM DE RESTAURANTE CHEIO DE CELEBRIDADES NO HAVAÍ


Apesar de ter apenas 23 anos, Vitor é um leitor antigo. Mora em Recife, acabou de terminar a faculdade de Design, e é cinéfilo, como pode-se perceber pelo seu blog. Eu pedi e ele contou como foi sua experiência em trabalhar como garçom num hotel de luxo no Havaí, EUA.

Eu trabalho em uma agência de intercâmbios e o programa mais vendido é o Work Experience USA, onde universitários vão trabalhar no inverno americano. Como eu nunca tinha feito um antes, e pretendo fazer pós fora, decidi fazer o programa, pra ir entrando no clima. Detesto frio, logo, minhas opções praticamente se resumiam a Flórida (que tem brasileiro em todas as esquinas), costa da Califórnia (que nem é tão quente assim – em torno de 10 graus) e Havaí. Como eu sempre quis conhecer o Havaí, decidi ir pra lá. Aproveitei que havia um empregador (a cadeia de hotéis Four Seasons) entrevistando no Brasil para tentar a sorte. Deu certo. Fui contratado junto com mais 13 brasileiros.

O Four Seasons Hualalai é o resort da cadeia de maior sucesso. É famoso por ficar num local de difícil acesso e por hospedar celebridades. Lá no resort eu fui designado para trabalhar no Beach Tree, um restaurante na beira da praia, vendo o por do sol todos os dias. Nessa época do ano as baleias iam passear lá e faziam a alegria dos turistas. A gente que via todo dia nem dava bola.

Trabalhar no restaurante era interessante. Era diferente de tudo o que já fiz antes. Eu gostava. Só não gostava quando a subgerente de Bali trabalhava também. Na verdade ninguém gostava dela. Nos dias de folga dela era uma paz! Pagamento lá era por quinzena. E eu ganhava bem mais lá por quinzena do que ganho por aqui por mês! Mas o custo de vida lá era beeem caro. Comer bem, então, era um absurdo. Ainda bem que eu normalmente comia no hotel. A gente aproveitava o que sobrava no buffett, que ia sempre pro lixo no final do dia. Comia o que agüentava, antes do desperdício... E tudo comida fina! Camarões, lagostas, queijos caros, etc.

Lá havia todo tipo de hóspede. Normalmente os americanos eram ótimos, comunicativos e davam boas gorjetas. Estragam muita comida também. Europeus e orientais eram cordiais e educados. Comem até a última migalha, mas as gorjetas eram menores. Latino-americano mal se via. Acho que o hotel era caro demais para os padrões daqui. A diária mais barata (dentro de uma caixa de fósforo) custava mil dólares. A suíte presidencial sai por 10 mil a diária. Jim Carrey pagou...

Dentre os famosos, passaram por lá:

Julia Roberts, bem simpática, nada bonita. Não a servi, mas vi de perto.

Reese Witherspoon, com os filhos pequenos, muito simpática. Conversava com as pessoas sobre política, meio ambiente, direitos das mulheres. Pareceu-me ser a mais inteligente de todas as celebridades que foram lá.

Britney Spears, linda até careca. Não era mais escultural como antes (e hoje voltou a ser), mas não era gorda como diziam.

Cyndi Lauper, que eu não vi, mas disseram que é louca de pedra. Ela fez show lá. Cada entrada custava 150 dólares. Um horror!

Madonna foi lá e eu não vi também! Droga!

Dave Grohl (da banda Foo Fighters), que eu atendi no restaurante. Ele é cool! Adoro as músicas dele também.

Goldie Hawn e Kurt Russell. O casal tá bem acabadinho. A TV engana mesmo. Mas são muito simpáticos. Ela realmente tem aquele jeito serelepe dos filmes.

Leonardo DiCaprio e Tobey Maguire, super amigos. Tobey é vegetariano e o hotel preparou um cardápio especial para ele. Os chefs (dois franceses e um italiano) bolaram saladas bem incrementadas. Ótimas gorjetas. E o Tobey tem mesmo aquela cara de pamonha dos filmes. O Leonardo parece ser o irmão mais velho que toma conta dele.

Ellen Pompeo, do seriado Grey’s Anatomy. Só vi de longe. Não despertou comentários do staff.

Zac Efron. Uma boneca de porcelana. Usa quilos de maquiagem. Ficava na piscina o tempo inteiro tomando drinques coloridos. Tudo smoothie, já que é menor de idade. Se ele foi ao restaurante, eu tava de folga.

Sarah Michelle Gellar e Freddie Prinze Jr. Outro casal que eu atendi. São ótimos. Até hoje lembro de alguns pedidos deles. Ela é um amor, simpaticíssima. Ele é caladão, mas nada rude ou grosseiro.

Houve outros também que eu não soube reconhecer e alguns que não lembro mais. Acho que só reclamamos da gorjeta da mulher do Bill Gates.

No hotel era tudo tranqüilo, mas a vida em si no Havaí era difícil. Principalmente porque os brasileiros eram todos muitos dependentes uns dos outros. O custo de vida era caro e a gente dividia tudo. Claro que sempre causava atritos. Não havia transporte público na ilha, então a gente comprou carro pra dividir. Nossa vida era baseada nos horários de trabalho de cada um. E nisso as personalidades não se cruzavam e sempre dava confusão. Além do mais, a gente morava num condomínio cheio de aposentados, que normalmente não gostavam da gente. Brasileiro é barulhento por natureza, e jovem então... Além do mais, fazer todos viverem sobre regras era impossível. No Brasil existe isso de que regras foram feitas para serem quebradas... Lá a realidade é outra.

Nem sei bem quanto eu fazia de gorjeta por dia, porque a gente entregava as gorjetas direto pro hotel no fim do dia, mas no final no paycheck elas eram em torno 70% do valor. Não precisei tirar nada do próprio bolso. Nesse programa de trabalho o pessoal que viaja normalmente se sustenta nos EUA e ainda volta com dinheiro que cobre o custo inicial pra viajar. Não foi o meu caso, mas com o dinheiro que ganhei lá, deu pra me manter. Saí de lá com 2 mil dólares e passeei na Califórnia depois. Cheguei com 100 dólares no Brasil... Mas recebi depois o último pagamento por correio. Foram 500 dólares, por uma semana de trabalho. Eu trabalhava em média umas 35 horas por semana. Nessa última até menos. O salário era mais ou menos 6 dólares por hora, mais tips [gorjetas].

As despesas foram mais ou menos: casa (US$ 2,900 por mês, dividido por 10 pessoas), carro (1100 dólares dividido por 2 pessoas. Depois a gente vendeu e voltou 200 pra cada um, porque um amigo nosso lá que vendeu ficou com uma parte), e tinha gasolina que eu não sei ao certo quanto dava, porque todo mundo pagava, mas era sempre um assunto polêmico.

A vida era dura e chegou um momento que eu contava os segundos para voltar. Mas hoje em dia até que me divirto lembrando dos ocorridos. C’est la vie!

Leia os outros guest posts: Cavaca explica como são as gorjetas em Portugal e conta alguns "causos", Cris narra seu flerte com a morte quando foi anoréxica, e Patricia ri da cara das dietas. Se quiser contar algo interessante neste espaço, é só falar comigo.

34 comentários:

Anônimo disse...

muito bom depoimento! só meficou uma curiosidade: o que vc indica para se divertir nessas condições?

Unknown disse...

Fiquei co medo do Chuck e com vontade de perguntar se ele viu o Sayid de Lost, hehehe.

Kurt Russel. Meu Deus! Se fosse naquele filme "A fuga de Los Angeles" ele seria um dos degredados...

Por que comentar que Reese é inteligente? Só porque é (legalmente) loira? huahuah

Anônimo disse...

Parece que foi uma boa experiência, em lugares assim se aprende em um mês muito mais de inglês do que numa sala de aula em um semestre. E ter contacto com outras culturas também faz expandir algumas opiniões que achavámos que eram corretas. É divertido ver tantas celebridades assim, não é? Mas no fim são só pessoas, como você e eu...E de facto ter que dividir a casa e outras coisas com colegas de trabalho é complicado mesmo. Pena que era uma ilha, a disponibilidade de quartos talvez era pouca. Aqui em portugal a maioria dos imigrantes alugam um quarto para estarem sozinhos.

Gabriel disse...

Oi Lola, acho legal que você escreve coisas de sua infância. Eu também estou tomando essa iniciativa faz algum tempo, porque tenho 9 anos. Se quiser ver meus posts de infância/atuais, eles estão aqui: gabriel-aleatorio.blogspot.com

lola aronovich disse...

Espero que o Vitor apareça por aqui pra responder esses comentários, porque eu não sei como responder.


Cris, o Kurt nasceu em 1951, ele tem 57 anos já! E a Goldie já tem 62. A idade alcança todos nós, não tem jeito. E o Paul Newman, então? 83 anos! Não dá pra esperar que eles fiquem sempre com o rostinho e corpinho de 30 e poucos (se bem que o Paul só começou a ficar bonitão mesmo depois dos 40).
E a Reese, pelos papéis que faz, não parece ser a atriz mais inteligente do mundo... Legal saber que ela conversa sobre assuntos importantes e é simpática.

lola aronovich disse...

Cavaca, aí em Portugal vcs alugam um quarto só? Não dá pra ser uma quitinete?



Oi, Gabriel! Difícil de acreditar que vc tem apenas 9 anos. Vc é a única criança que usa circunflexo no tem quando é plural. Na realidade, conheço pouquíssimos adultos que sabem usar isso. Muito sucesso pra vc, e escreva sempre!

Vitor Ferreira disse...

Lola, ficou legal o post. Só o link do blog da viagem que saiu errado.

http://blog.ieintercambio.com.br/hawaii/

Respostas às perguntas:

batatatransgenica:
Nesse blog tem um vídeo mostrando o que a gente fazia pra se divertir. Aproveitar a natureza é a melhor opção! E a ilha é pequena, apesar de ser a maior do arquipélago, mas é muito diversa. A altitude faz a vegetação é o clima mudar drasticamente. Tem até neve lá! E há duas horas de carro da praia ensolarada e cheia de ondas. Sem contar nos vulcôes, vales, rios, cachoeiras, piscinas térmicas, etc. Dá pra fazer muita coisa lá!

Cris, eu não vi ninguém do Lost! Eles gravam, em Oahu, a ilha mais desenvolvida, onde fica a capital. Eu ficava na Big Island. Até fui pra Oahu, mas foi por poucos dias e fiquei em Honolulu só. E comentei sobre a Reese porque ela foi a única celebridade que se mostrou politizada, mesmo durante "férias". Isso pra mim mostra que ela de fato é interessada nessas causas. Não é fachada pra fazer marketing pessoal.

Cavaca, lá de fato acomodação é difícil. Até porque eles não têm estrutura pra receber pessoas nessas condições. Só turistas ricos que ficam nos resorts.

Liris Tribuzzi disse...

Morro de vontade de fazer um intercâmbio. Só preciso tomar vergonha na cara e falar algo além do português.
Quero ir pra Finlândia, pra Itália e pra Austrália, porque tá na moda. hehehe

Anônimo disse...

vitor, neve no havaí! que demais!! é uma imagem que quero ver. brigada por compartilhar com a gente [e brigada à lola por publicar].

agora dá licença que vou ali, apostar na mega sena.

Vitor Ferreira disse...

Tem as fotos da neve no meu blog.

http://blog.ieintercambio.com.br/hawaii/

E no vídeo também tem imagens na neve.

Anônimo disse...

vitor, desculpe, me expressei mal... quis dizer "ver pessoalmente", hahahah!

lola, off-topic: descobriram a senha do e-mail pessoal que sarah palin utilizava para assuntos governamentais. tem capturas de tela no blog gawker.

Kaká disse...

legal vitor!! curiosidades das celebridades foi 10!

meus primos fizeram esse intercâmbio de trabalho esse ano mas eles foram para estação de esqui em Nevada (um bando de cearenses virando picolé).

Ahh o Hawaii é uma aventura só, de Oahu a Maui. Vi as suas fotos e me deu vontade de voltar lá, já!

E o surf? Vc tentou fazer? era época de ondas grandes?

Esse negócio de não ter transporte público é muito chato (nos EUA tirando algumas poucas cidades grandes, é quase inexistente), imagino os problemas de dividir esse carro, mas toda experiência vale né?

lola aronovich disse...

Vitor, já corrigi. Obrigada por vir aqui responder!
Ah, nem tinha me tocado que Lost é filmado no Havaí. Quando alguém perguntou, eu pensei: pô, por que essa mudança radical de assunto agora?
Estranho, Vitor. Assim como tá cheio de resort rico no Havaí, deveria estar cheio de lugares pros empregados desses resorts ficarem, não?


Finlândia, Li? Vc disse Finlândia?! Naquele lugar que deve fazer mais frio que Detroit e Moscou juntos? Tem gente que parece que bebe! Se beber não dirija.

lola aronovich disse...

Batata Naomi, o Vitor foi pro Havaí sem ganhar na megasena (pelo menos que eu saiba). Legal ter neve, vulcões e praia no mesmo lugar. Quer dizer, vulcões eu dispenso. Neve também.
Ah, pois é, os emails da vice. Mas me diga, tem alguma coisa útil ali? Eu gostei de alguns comentários no blog que vc indicou. Um, por exemplo, disse que num dos emails Sarah se correspondia com a víuva de um general queniano para ver se, depositando 10 mil dólares, conseguia 20 milhões. Outro dizia: “Eu nem sabia que havia computadores no Alasca”. Mas o melhor comentário foi este: “Cadê o email que diz que se ela mandar a mensagem para mais doze pessoas ela será indicada vice-presidente do partido republicano?”. Essa é ótima!


Kaká, vc já foi pra Sidney, Liverpool, mas nunca foi pro Havaí?! Ish, pobreza, hein?

Vitor Ferreira disse...

Liris, como eu trabalho numa agencia de intercambios, tenho ate algumas informações que vc pode gostar! Pra Finlândia, o único intercâmbio vendido em agências eh High School. Acho q vc ja passou dessa fase... Conheço uma única pessoa que foi pra lá. As aulas são em inglês. Na Itália, além de High School, curso de italiano.
Já na Austrália, há diversas opções, tanto de trabalho quanto de estudo. O ruim da Austrália é o preço da passagem. O visto também é muito caro... Se não me engano sai em torno de mil reais.
Se você quiser estudar, fazendo contato com universidades essas opções já se multplicam.

Kaká, era época de ondas sim, mas eu não surfei. Nunca tentei na vida. Pra falar a verdade, acho que só entrei no mar umas 3 vezes. Ou 4... E a maioria das pessoas realmente preferem ir pra lugares frios, principlamente por ser diferente da realidade da gente aqui no Brasil. Lake Tahoe, Aspen, Vail, Pak City, Salt Lake City, são os principais destinos escolhidos. Eu nem gosto de frio. Só de ver neve algumas horas já me satisfaz!

Lola, normalmente os empregados desses resorts são nativos ou pessoas que mudam de mala e cuia pro Havaí, junto com a família e tal. Não há lugares pra pessoas ficarem temporariamente, tipo pensionatos, albergues, ou coisas do tipo. E lá dificilmente alugam imóveis por menos de 6 meses. Por isso é complicado. Em Maui, ilha que tem mais resorts que a que eu estava, muitos brasileiros foram lá e não conseguiam acomodação também. Alguns moravam meses em carros e usavam os banheiros públicos que ficavam nas praias ou casa dos amigos.
Já em Oahu, existem essas opções. E transporte público também. Mas há menos empregos.

Kaká disse...

hahahahahaha! Lola, eu já fui para o Hawaii sim, mas já faz tanto tempo (mais de 15 anos) que eu disse que queria voltar lá. :)

Anônimo disse...

lola, respondendo apenas agora sua pergunta sobre mostrar os comentários mais recentes na barra lateral do blog: essa opção existe, assim como várias outras que antes só tinha no wordpress [como ocultar parte do post se ele for muito extenso - que eu uso muito, lol!] *mas* [e sempre tem uma *mas*] primeiro tem que ver se o seu painel de controle é o antigo ou o atualizado.

se for o moderno ele apresenta uma aba chamada layout; se for o antigo, essa aba chama-se modelo. como o escreva lola tem enquetes eu acredito que já esteja atualizado.

clique na aba layout, depois em elementos da página e depois em adicionar um gadget. na tela pop-up que abrirá localize a opção 'feed' e clique no botão de + equivalente.

no campo url do feed coloque o endereço
http://escrevalolaescreva.blogspot.com/feeds/comments/full

clique em continuar e daí pra frente deve ser fácil...

aaah, se o painel não estiver ainda, copie e salve o código html antes de fazer qualquer alteração!!

Anônimo disse...

lola, perdão, o link correto para adicionar é este:

http://escrevalolaescreva.blogspot.com/feeds/comments/default

o final é 'default', não 'full'. mal aê...

Anônimo disse...

Também tem gente que faz isso lola, aluga as quitinetes...aqui as pessoas chamam de "estudio". Tem gente que adora disfarçar a pobreza né? Tem gente que também aluga uma casa grande e divide com outras pessoas, mas isso é sempre complicado. Encontra-se um quarto por 150 euros por mês com casa de banho onde se vive com total privacidade e bem. Não há cozinha, muita gente vive sem cozinha por aqui, come sempre fora.

Anônimo disse...

Adorei ler sobre esta experiência. Por anos foi um dos meus sonhos de consumo, mas, infelizmente nunca rolou.
No ano em que me animei para trabalhar num navio, me chamaram para um belo emprego e não tive como recusar - mesmo tendo sido demitida em menos de dois anos...
Beijocas,
Chris

Liris Tribuzzi disse...

Eu não sou uma bêbada desmiolada, Lola. Só tenho vontade de conhecer uma cultura beeem diferente da nossa. Além do mais, a Finlândia é o berço de várias bandas que eu curto (tudo bem que é capaz delas fazerem mais shows por aqui do que por lá). Dias inteiros a noite e noites inteiras de dia também deve ser uma experiência interessante.

Valeu pela dicas , Vitor.
High School já não dá mais pra mim mesmo. Mas fazer um semestre da faculdade fora seria muito interessante. Só falta eu escolher o curso direito e me arranjar com a grana.

lola aronovich disse...

Ai, gente, tô com preguiça de responder os últimos comentários. Mas foram todos devidamente lidos e registrados por mim, tá? Por exemplo: registrei que a Kaká, além de conhecer Sidney, Liverpool e Marselha (duas vezes!), ainda conhece o Havaí. Que o Cavaca disse que um quarto em Portugal custa cerca de 150 euros por mês, sem cozinha! E que a Liris não é uma bêbada desmiolada. E que a Batata Naomi faz tudo pra me ajudar. Aprendo muito com vcs. SÉRIO!

:-P disse...

Lola, eu tenho um questionamento: o povo sempre acaba voltando sem um corno tostão. São mão de obra barata e não raro entusiasmada por trabalhar pros gringos.

Pq não ficam no Brasil e pegam algo tipo projeto Rondon? A coisa mais doida que vi semana passada foi uma menina que estuda BIOLOGIA preferir ser atendente de loja no Colorado a pegar um lance bacana na Amazônia!

Ma che ciuccia!

Vitor Ferreira disse...

Malena, o pessoal não volta sem nenhum tostão não. Eu voltei por escolha própria. Eu viajei pra Califórnia, aproveitando pra visitar e conhecer universidades para fazer pós graduação. Morava no Hawaii, e tinha gastos que o pessoal que morava no continente não tinha, principalmente relacionados a transporte. E ainda aproveitei pra comprar coisas que no Brasil seriam muito caras.

Também não éramos mão de obra barata. Ganhávamos o mesmo salário que os americanos. E além disso, a gente imergiu num país diferente, com cultura diferente, fazendo coisas totalmente diferentes do que estávamos acostumados, aprendendo a lidar com os problemas do dia à dia sozinhos. Nos faz amadurecer muito. E ainda praticamos inglês que é essencial para a carreira profissional. É uma experiência válida para pessoas de qualquer área.

Quanto ao projeto Rondon, eu sinceramente não vi nenhuma forma de seleção ou recrutamento na vida. Nem sei como funciona. Apenas ouvi falar. E mesmo se fosse melhor divulgado, eu dificilmente participaria porque não me sentiria confortável lá na Amazônia. Creio que não seria de muita serventia ou ajuda.

:-P disse...

Oi Vitor, sinto mto se chateei vc. Vc mesmo escreveu que não voltou com mto dinheiro, e meus ex alunos costumam voltar sem tb.

Mas prosseguindo: É que realmente estou espantada com o caso dessa moça, que estuda Bio - que não parece ser seu caso - vai constantemente aos EUA para compras e tem dinheiro a dar com o pau. Tanto que escrevi ma che ciuccia, e não ma che ciuccio.

Vcs podem ganhar a mesma coisa que os americanos, mas não têm union nem os direitos - parcos, mas existem - que eles adquirem após algum tempo de serviço. Em relação á cultura, acredite, a Amazônia, o Norte do Brasil, em geral, são outra cultura bem diversa. Vc faz coisas diferentes, faz coisas diferentes e está sozinho, mas talvez menos sozinho do que entre americanos, concordo. Até pq a maioria não se chega mto aos brasucas, infelizmente. Ah, e tb se aprende outro idioma. Talvez não tão úteis quanto o inglês, mas pra ir nessas WE, vc já deve dominar bem o idioma - pelo menos aqui no Rio, é condição pra poder ir.

O Projeto Rondon é mais divulgado nas universidades públicas, infelizmente. É voltado pra quem faz antropologia, medicina, biologia, educação, etc. Pra nós, dessas áreas, vale muito mais a pena ir pra lá ou pra qualquer outro canto - com os Médicos sem Fronteiras, por exemplo, que é bem divulgado - do que pra um hotel de artistas.

Pelo seu perfil, realmente vc não teria aproveitado coisa alguma do Rondon, ou do MSF ou de qualquer trabalho desse tipo. Por isso mesmo não me referi a vc.

Vitor Ferreira disse...

Oi Malena, você não me chateou não. Eu só quis explicar também o que leva diversas pessoas a participar do intercâmbio. Além do mais, é uma experência fora do país, e a grande maioria das pessoas tem essa vontade de passar uma temporada no exterior. (Meu teclado desconfigurou agora, esta sem acentos)
Realmente para poder viajar, ha necessidade de se ter nivel intermediario, ate porque voce tem que se comunicar para trabalhar. Eh uma experiencia muito boa, e essa menina com certeza vai sentir o choque la, uma nocao de realidade muito importante para ela, ja que ela nao vai depender dos pais la, e sim do seu trabalho.
Nao eh burrice nao. Talvez nao seja de fundamental importancia para o futuro profissional, mas vai ela amadurecer e dar mais valor as coisas.

Anônimo disse...
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