quinta-feira, 5 de junho de 2008

CLÁSSICOS: INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA / Graças a Deus o Dr. Jones não vive para sempre

(Análise opinativa de Caçadores aqui e de Templo da Perdição aqui).

Peguei o dvd e dormi em algumas partes de Indiana Jones e a Última Cruzada (1989), confesso. Achei chata a aventura, que eu só havia visto inteira uma vez. O maridão disse que, durante o filme, falam sempre em sopro de Deus, mas ele tava era ouvindo um trovão no quarto – eu roncando, segundo ele.

Tá certo que Indy 3 tem o River Phoenix (bem sem sal, vamos admitir. A parte que eu mais gosto dele é quando ele diz pro amigo: “É só uma cobra”) no começo, e o Sean Connery fazendo as melhores piadas como pai do Indy. Mas o interesse romântico/vilã é fraco (ou alguém se lembra da Alison Doody?). Ela é bonita com o penteado a la Veronica Lake, só que o personagem não vai a lugar nenhum.

A Última Cruzada é o mais religioso dos Indys, e considero isso um erro, porque faz que a trama se leve demasiadamente a sério em alguns momentos. O Sean, Dr. Jones, estapeia seu filho por blasfemia, e mais tarde diz pra ele: “Você tem que acreditar, Junior”. Mas o Deus que Spielberg, Lucas e cia. acreditam é bem cruel. Primeiro, qual a vantagem de viver 700 anos se é pra passar toda a existência sozinho dentro de uma caverna, sem livros, filmes ou internet? Segundo, pra que o cavalheiro precisa guardar o cálice sagrado? É dificílimo entrar lá. Se por ventura o sujeito conseguir entrar vivo, vai precisar escolher o cálice certo entre dezenas de tacinhas, senão morre. E aí ele não pode sair com o cálice, ou tudo desaba. Sorry, mas parece que o cálice estaria bem guardado mesmo sem o velhinho de 700 anos junto, que nem tem mais força pra empunhar uma espada.

E se tanto Indy quanto seu pai bebem o elixir da vida eterna, eles não viverão pra sempre? O maridão, que já viu o filme muito mais vezes do que eu (três vezes seguidas no cinema, inclusive, quando Última Cruzada foi lançado – mas eu o conheci no ano seguinte e o salvei dessas coisas), explica que é uma questão de interpretação (o que significa que ele não tem certeza). Diz que, pra obter vida eterna, só bebendo a água milagrosa sempre. Ele até fez um adendo: “Você não entende nada de marketing? Que tipo de produto seria esse se você só precisasse consumi-lo uma vez?”. Tá, então tem que entrar na caverna semanalmente pra beber o elixir, já que não dá pra tirá-lo de lá. Não é preciso ficar lá como o velhinho solitário. Razoável. Mulheres fazem sacrifícios maiores, como ir ao cabeleireiro toda semana.

Se bem que é um tanto estranha a dificuldade que o pessoal tem pra entrar na caverna pela primeira vez. Depois que o Indy realiza a façanha, todo mundo entra. O maridão disse que vira a casa da Noca. Eu: “Amor, acho que já faz 700 anos que ninguém usa essa expressão”.

É engraçadinha a cena que Hitler assina o diário (seria mais ainda se o ator tivesse a mínima semelhança física com o Hitler – só bigodinho não basta). Opa, notou que cansei de seguir a ordem dos filmes?

Acho que um dos meus problemas com Indy 3 é o personagem do Sean. Apesas das gracinhas e do grande carisma do ator, Dr. Jones é um carinha bem desprezível (não dá atenção pro filho, gasta sua vida toda atrás de uma obsessão, não reconhece seus erros, é meio que um fanático religioso). E Indy não fica à vontade perto dele. Há algumas piadas que funcionam, mas no geral eu capto mais desconforto que diversão. Indy pedindo pro pai não lhe chamar de Junior é engraçado nas primeiras três vezes, talvez. Mas em todas as vinte?

Sei que muitos de vocês, meus queridos leitores(as), acham A Última Cruzada melhor que Caçadores. Acho que vocês deveriam parar de beber.

- A Lolinha atirou na nossa cauda!

14 comentários:

Liris Tribuzzi disse...

Sem muito argumento contra a sua cri-critica. Mas eu ainda gosto mais desse.

Silvio Cunha Pereira disse...

gostei da legenda no final.

Anônimo disse...

Concordo com a maiores dos pontos positivos e negativos que você levanta nos seus comentários sobre os 3 primeiros filmes de Indy!
No fundo, a verdade é que as histórias do Dr. Henry Jones Jr. são apenas para puro e simples divertimento!
Não existe muita coerência e nem explicação para a grande parte do roteiro... Mas é isso que a maioria do povão gosta?!

Andie disse...

Cacadores foi o primeiro Indy que eu vi, e eu gosto muito! Minha mae sempre me contava historias do tal calice perdido, e eu me envolvi bastante com a trama.

Mundando de assunto, parabens adiantado! :) Voce e o Silvio vao no Festival of the Arts? Vai ter uma apresentacao de malabarismo/stilts muito legal as 9pm todas as noites em frente ao DIA. Querem ir?

Christina Frenzel disse...

Awwwwwwwww, eu adoro 'Don't call me Junior!" Principalmente na cena em que Indy regata o pai no castelo Nazi rsrsrs
Como sou fã das histórias do Rei Arthur, também adorei a procura pelo Graal.
A moçinha é um pé no saco, pelamordeDeus...
Sinceramente, eu achei o Dr Jones pai, muito fofinho, aquele velhinho arqueologista que passou a vida inteira estudando um assunto, e que quando consegue 'partir para a ação ' (sic) fica completamente atônito com as práticas do filho.
Sei lá, acho que Indy tá na mesma categoria que James Bond: é para curtir, rir, comentar os absurdos e de vez em quando rever alguns trechos!
Bacci

lola aronovich disse...

Tudo bem, Li, pode gostar.

Silvinho, esses comentários seus são como as suas declarações de amor pra mim. Bem lacônicas mesmo!

Greg, eu também gosto muito da série, no geral. Caçadores e a primeira metade do Indy 2 são o máximo. E gosto do 3 e 4 tb. A série é muito divertida, não dá pra negar. Mas tem quem veja a série como o Santo Graal, sabe? Acima do bem e do mal, e aí fica difícil...

lola aronovich disse...

Qual foi o primeiro Indy que vc viu, Andie? Caçadores ou Última Cruzada?
Obrigada pelo parabéns adiantado! O seu aniversário tb não falta muito. Eu não me lembrava que vc faz aniversário no dia dos namorados. Romântico, hein? Parece que 12 de junho tb é dia internacional do enxadrista, essa profissão bizarra do maridão. Opa, vamos ver malabarismo em frente ao DIA! Quando vc vai? Amanhã?

Chris, eu gosto do "don't call me Jr" nas primeiras vezes. Tipo, primeiras duas vezes? Depois cansa, e no final fica muito artificial. E já que vc gosta da procura pelo Graal, me explica: como os dois Dr Jones, pai e filho, tomam o elixir da juventude, eles não deviam viver pra sempre? Ou a hipótese do maridão tá correta? (eles teriam que beber regularmente).
A impressão que eu tenho é que o velhinho, Dr Jones Pai (que nem é tão velhinho assim, doze anos de diferença só), fica admirado com as práticas do filho: "Do you call this archeology?". No bom sentido. E por que ele tem tanto pavor a ratos? Isso não é bem explorado (quer dizer, quem não tem pavor a rato?). Mas será que ele sofreu um trauma como o Indy com as cobras?
Ah, eu me divirto muito mais com o Indy que com o James Bond!

Anônimo disse...

Eu gosto bastante daquela cena na praia em que o Dr. Jones faz as gaivotas derrubar os aviões.
"A pena é mais forte que a espada."
.
E a cena da ponte ("Só o homem penitente passará") também é legal.
.
E toda a parte com o River Phoenix.
.
(tô demorando pra pegar o box da trilogia pra rever todos eles, por isso que tô escrevendo essas bobagens)

Suzana Elvas disse...

Tô me sentindo ofendida.
Como assim não se usa "na cada da Noca" há 700 anos????
:o)

Bebo porque líquido é; se sólido fosse, come-lo-ia. Indy 3 nas cabeças, ééééé!!!!!

Luciano disse...

Eu adoro o filme inteirinho. Adoro! Mas acho que ele cai muito quando Indy entra na caverna. Bem, não acho melhor do que Os Caçadores, mas acho melhor do que O Templo da Perdição (não tão melhor, um degrauzinho).

Lola, só uma vez? Caramba!

Silvio Cunha Pereira disse...

Feliz aniversário Lolinha!

Anônimo disse...

FELIZ ANIVERSÁÁÁÁRIOOOOO!

:-)

lola aronovich disse...

Ricardinho, do homem penitente eu não gostei. Já do Dr. Jones/Sean derrubando o avião com os pássaros... mais ou menos (fiquei com pena dos pássaros, pô. Quantos não devem ter tido uma morte violentíssima pra derrubar aquele avião?).
Não acha que o River Phoenix tá meio apagado? Agora que revi Última Cruzada, achei ele desperdiçado. Aliás, por que ninguém mais fala do River? Parece que ele morreu... Tudo bem, morreu, mas foi um ator importante.
Vc tem o box da trilogia?

lola aronovich disse...

Su, desculpas, não queria te ofender! Esqueci que vc tem quase a idade do maridão. Ele tem uns 700 anos, e vc? Uns 650?
(Tem tanta expressão que ele usa que eu nunca ouvi... Ele tava lecionando português pra 3 jovens americanos que vem fazer intercâmbio no Brasil. Aí eu falava com ele: "Vc não ensinou ESSA expressão pros seus alunos, ensinou?". Já não bastava ele levar MPB pros alunos? Ele mesmo admitia: "Eles dificilmente vão escutar esse tipo de música no Brasil, mas...").

O que, Luciano? Tá surpreso que eu só vi Última Cruzada uma vez no cinema? Vc viu quantas, hein, hein? Nem tinha nascido em 89, aposto...