Pensava que, após minha crítica de Histórias Cruzadas, algumas pessoas iriam dizer: Ah, só porque muitas negras americanas detestaram o filme, é pra eu não gostar também? Ninguém disse, mas vou responder: Não. Pode gostar do filme. Mas procure aprender com gente que sabe mais do que a gente (e historiadoras americanas negras são um bom parâmetro de quem conhece história negra nos EUA). Traduzi alguns trechos da nota que a Associação de Historiadoras Negras divulgou sobre o livro e filme:
“A representação que Histórias Cruzadas faz dessas mulheres [nada menos que 90% das mulheres negras no sul segregado dos anos 1960 eram empregadas domésticas em casas brancas!] é uma ressurreição desapontadora da mammy –- um estereótipo mítico de que mulheres negras estavam propensas, através da escravidão ou da segregação, a servir famílias brancas. Retratadas como assexuais, leais, e babás satisfeitas de brancas, a caricatura da mammy permitiu que a América mainstream ignorasse o racismo que prendia as negras a trabalhos pesados e mal-pagos em que patrões rotineiramente as exploravam. A popularidade desta mais recente repetição é problemática porque revela uma nostalgia contemporânea por dias em que uma negra só podia sonhar em limpar a Casa Branca em vez de presidi-la”.
“Não reconhecemos a comunidade negra descrita em Histórias Cruzadas, em que a maioria dos personagens negros são retratados como bêbados, agressivos, ou ausentes. Essas imagens distorcidas são enganosas e não representam as realidades históricas da masculinidade negra”.
“Retratar os racistas mais perigosos do Mississippi dos anos 60 como um grupo de mulheres da sociedade, bem-vestidas e atraentes, enquanto o filme ignora o reino de terror perpetuado pela Ku Klux Klan e pelo Conselho dos Cidadãos Brancos, reduz a injustiça racial a atos individuais de maldade”.
“Histórias Cruzadas não é uma história sobre as milhões de negras dignas e perseverantes que trabalharam em casas de famílias brancas para sustentar suas famílias e comunidades. Na realidade, é uma história de iniciação de uma protagonista branca, que usa os mitos sobre as vidas das negras para fazer sentido de sua própria vida. A Associação das Historiadoras Negras considera inaceitável que livro ou filme removam a precisão histórica das vidas das negras pelo valor do entretenimento”.
Ainda bem para os realizadores brancos do filme que a Academia de Artes e Ciências não é feita de historiadoras negras...
Com todas essas críticas que merecem ser ouvidas, surgem as besteiras de sempre, como jornalista americano branco dizendo que racista não é o filme, mas quem acha o filme racista (já ouvimos isso antes).
O diretor Tate Taylor, que é branco, têm feito o que pode para se esquivar das críticas (fala contra o racismo; diz pra todo mundo que sua melhor amiga é Octavia Spencer, que concorre a atriz coadjuvante por fazer a empregada Minny), mas também se ressente, e pensa que, se o diretor tivesse sido negro, não haveria tanto incômodo por parte da comunidade negra (nisso ele provavelmente tem razão): “Acho que qualquer um vendo este filme vai sentir que Aibeleen e Minny são as humanas mais corajosas, brilhantes, espertas, espirituais e carinhosas do planeta, e ah sim, elas usam um uniforme. Não filmei essas mulheres esfregando latrinas”. Não, filmou uma delas dando uma torta feita de estrume pra ex-patroa comer.
Tate dá escorregadas típicas de alguém que não tem a menor ideia do que seja violência ou racismo: “A cena em que Viola Davis está sentada num vaso sanitário numa garagem a 108 graus, e então uma mulher branca aparece e lhe diz para se apressar, foi visualmente brutal. Pra mim isso é pior que ver um linchamento. Apenas é”.
Não sei, Tate, pra mim linchamentos parecem um pouco piores.
“A representação que Histórias Cruzadas faz dessas mulheres [nada menos que 90% das mulheres negras no sul segregado dos anos 1960 eram empregadas domésticas em casas brancas!] é uma ressurreição desapontadora da mammy –- um estereótipo mítico de que mulheres negras estavam propensas, através da escravidão ou da segregação, a servir famílias brancas. Retratadas como assexuais, leais, e babás satisfeitas de brancas, a caricatura da mammy permitiu que a América mainstream ignorasse o racismo que prendia as negras a trabalhos pesados e mal-pagos em que patrões rotineiramente as exploravam. A popularidade desta mais recente repetição é problemática porque revela uma nostalgia contemporânea por dias em que uma negra só podia sonhar em limpar a Casa Branca em vez de presidi-la”.
“Não reconhecemos a comunidade negra descrita em Histórias Cruzadas, em que a maioria dos personagens negros são retratados como bêbados, agressivos, ou ausentes. Essas imagens distorcidas são enganosas e não representam as realidades históricas da masculinidade negra”.
“Retratar os racistas mais perigosos do Mississippi dos anos 60 como um grupo de mulheres da sociedade, bem-vestidas e atraentes, enquanto o filme ignora o reino de terror perpetuado pela Ku Klux Klan e pelo Conselho dos Cidadãos Brancos, reduz a injustiça racial a atos individuais de maldade”.
“Histórias Cruzadas não é uma história sobre as milhões de negras dignas e perseverantes que trabalharam em casas de famílias brancas para sustentar suas famílias e comunidades. Na realidade, é uma história de iniciação de uma protagonista branca, que usa os mitos sobre as vidas das negras para fazer sentido de sua própria vida. A Associação das Historiadoras Negras considera inaceitável que livro ou filme removam a precisão histórica das vidas das negras pelo valor do entretenimento”.
Ainda bem para os realizadores brancos do filme que a Academia de Artes e Ciências não é feita de historiadoras negras...
Com todas essas críticas que merecem ser ouvidas, surgem as besteiras de sempre, como jornalista americano branco dizendo que racista não é o filme, mas quem acha o filme racista (já ouvimos isso antes).
O diretor Tate Taylor, que é branco, têm feito o que pode para se esquivar das críticas (fala contra o racismo; diz pra todo mundo que sua melhor amiga é Octavia Spencer, que concorre a atriz coadjuvante por fazer a empregada Minny), mas também se ressente, e pensa que, se o diretor tivesse sido negro, não haveria tanto incômodo por parte da comunidade negra (nisso ele provavelmente tem razão): “Acho que qualquer um vendo este filme vai sentir que Aibeleen e Minny são as humanas mais corajosas, brilhantes, espertas, espirituais e carinhosas do planeta, e ah sim, elas usam um uniforme. Não filmei essas mulheres esfregando latrinas”. Não, filmou uma delas dando uma torta feita de estrume pra ex-patroa comer.
Tate dá escorregadas típicas de alguém que não tem a menor ideia do que seja violência ou racismo: “A cena em que Viola Davis está sentada num vaso sanitário numa garagem a 108 graus, e então uma mulher branca aparece e lhe diz para se apressar, foi visualmente brutal. Pra mim isso é pior que ver um linchamento. Apenas é”.
Não sei, Tate, pra mim linchamentos parecem um pouco piores.
63 comentários:
É uma questão de empatia: as pessoas que não são de um determinado grupo muitas vezes têm dificuldade em entender uma ofensa por não fazer parte do contexto. Natural, não vou dizer q sou 100% compreensiva tb. Nesse caso,o melhor é entender q, se um grupo inteiro se sente ofendido por algo, aquilo provavelmente foi ofensivo. Ainda mais com tão bons argumentos como as negras americanas apresentam.
E a gente passa por situações similares tb né? Q brasileiro nunca se sentiu ofendido com o estereótipo em filmes? Provavelmente os americanos não acharam nada demais.
Acho que eu preciso aprender a ver as coisas de outro modo, porque não enxerguei nesse filme nem racismo nem uma luta pelos direitos civis.
O que vi foram histórias de mulheres, cada uma com suas limitações (e muitas maldades) que, no meu ver, ainda se repetem. Até hoje se vê babás negras, vestidas de uniformes brancos, cuidando de bebês brancos, cujas mães não fazem idéia de quem seja o próprio filho. E sim, felizmente algumas fazem isso com amor. Só posso pensar que é felizmente, porque quando se vê uma criança que não tem atenção nenhuma do pai ou mãe, agradeço pela carinhosa babá.
Pra quem não é mãe, até hoje vemos empregadas domésticas sem direito a descanso semanal, destinadas a limpar "latrinas", mas que não podem se sentar à mesa com a família para terem uma refeição juntos.
Acho que o filme poderia ter se aprofundado mais, poderia ter ao menos iniciado alguma discussão sobre racismo, mas pra mim ele retrata história particulares, que repito, no meu ver, ainda se repetem. Podem servir sim para alguns olharem para dentro do seus lares e criticarem seu modo de lidar com seus empregados.
Poxa Ari, eu entendo co que vc quis dizer e concordo em parte. O problema é q, como o filme é situado em um contexto tão emblemático como o sul dos Estados Unidos na década de 60, o posicionamento mais claro acaba ficando meio obrigatório mesmo, é algo q o público vai cobrar. Ainda mais pq as negras estão em foco na narrativa.
Pra mim, o maior erro do filme foi amenizar um período brutal da história dos EUA a ponto de o filme ficar semelhante a uma novela das 6 da globo. Dá a impressão de que ser negro no Mississipi naquela época só era um pouco desagradável prq vc não podia usar os banheiros. Ou que quase ninguém era realmente racista (afinal, somente uma personagem, a Hilly, tem comportamentos e discursos abertamente racistas). Sem contar os homens brancos, que são uns amores e nada racistas.
Isso é revisionismo histórico puro. O equivalente seria se fizessem um filme em que o anti-semitismo alemão na década de 30/40 fosse retratado como uma coisa apenas desagradável e não como o horror que foi.
Sem contar que a vida da Minny e da Aibileen não tem absolutamente nada que de bom até as personagens brancas entrarem nas vidas deles. Esse filme (e o romance também, claro) é um retrocesso imenso. Sem contar que é patético ver o esforço do diretor para limpar a própria barra: só piora a situação.
Não vi o filme, não sei se é bom ou ruim.
Mas me parece que ele peca bastante em sua contextualização de época e as críticas copiadas no post apresentam bem isso.
Restringir a opressão racial do período apenas aos infortúnios do trabalho doméstico me parece uma omissão bastante perigosa num filme que tentar retratar um período.
Alguém se lembrou que esse é um filme da Disney e, provavelmente por isso, não representou fidedignamente a realidade violenta da época?
Mississipi em Chamas.
Lola, quando vi a premiação do "Globo de Ouro" e soube minimamente do mote principal, me interessei pelo filme. Imaginava o roteiro pegando pesado nas relações patroa-empregada e criticando abertamente o racismo no Mississipi.
Mas depois de ler as críticas...desanimei. Porque não dá para suavizar a segregação racial nos sul dos EUA.
Só não gostei quando você comparou "Histórias Cruzadas" com "Um Grito de Liberdade". Tá certo que os dois entram na categoria "escritor/a branc@ contando histórias do negr@", mas as semelhanças param por aqui. A represália em cima do Woods (o jornalista interpretado pelo Kevin Kline) é por ele demonstrar o mínimo de empatia por uma luta. Tal "empatia pela causa do oprimido" acho que não aparece em "Histórias Cruzadas".
E eu continuo esperando as críticas dos outros filmes. Só não participo do bolão porque sou uma péssima palpiteira!
O bom desse filme foi mostrar a contribuição decisiva das mulheres brancas com o racismo
Mulheres brancas sao extremamentes racistas
É um filme neutro, logo, é um filme racista.
A história de luta árdua para sustentar a família é a história da resistência sobre-humana dos negros, mas não da desigualdade em que eram enfiados. Alimenta uma perspectiva retardada e conservadora, muito boa para ser um falso motivo de orgulho, ao invés de um motivo para luta.
Os brancos dão empregos e são racistas.
Lola, vc se superou mesmo
Melissa cara-pálida,
E você não para de se superar em burrice.
Melissa, vc falou como um mascu.
Tudo é mascu pra vc Lola
Pois é, principalmente uma anônima que se denomina "Menina Branca" e demonstra exatamente o mesmo nível de racismo/machismo/estupidez que os mascus. E fala igualzinho a um.
O preconceito está nos olhos de quem vê Lola
Para com essa mania de achar que tudo é mascu!
Oba! Oba! Mais um néscio hasteando a bandeira do argumento "falaciosoestúpidorasteiro".
HUAhuaHUah Me pergunto se idiota dá em árvore...
"O preconceito está nos olhos de quem vê!"
HUAhuHAuhUAhuHAUHUAH
PQP!!! Realmente só pode dar em árvore...
Olha Shisiu se idiota dá em árvore eu não sei, mas esquerdista aduba o chão que uma beleza...
Esquerdista que não pensa aduba mesmo! Veja bem minha cara garotinha branquinha, eu não me prendo a rótulos quando se trata dos ignorantes, vão todos para o mesmo bojo, qual seja, dos imbecis.
Gente, parem com isso, vamos todos agradecer pela sensacional caridade dos brancos: abdicar do prazer inenarrável de lavar a própria privada e arrumar um negro mal pago para isso. Iei, como somos bonzinhos, do q esses negros estão reclamando?
Lola, vc já viu esse anúncio?
http://tinyurl.com/7e2n9ps
Parece que ele não é novo, mas começou hoje a ser compartilhado no facebook. É a mesma fórmula de sempre, liga o corpo feminino à cerveja em si. Só que como a cerveja é escura, o anúncio pegou mal porque aí virou racismo (porque machismo pode, a gente sabe).
Um amigo fez essa outra imagem:
http://tinyurl.com/86f8aja
Ele "passou no photoshop um filtro que se chama 'Reveal True Contents'". Ele conseguiu explicitar ainda mais o que já estava bastante explícito. Preconceito tão explícito, mas tão explícito que eu me pergunto o que se passa na cabeça de quem cria e de quem aprova anúncios assim.
A luta contra o racismo é tão antiga. Racismo já é crime e ainda assim acontecem coisas como esse anúncio e essa história do filme. Eu fico pensando qto ainda temos pela frente na luta contra o machismo, que é uma luta antiga também (mais antiga que a contra a homofobia). As pessoas entendem que não se pode coisificar um negro (embora as vezes o façam), mas é muito mais dificil explicar que se coisifica a mulher o tempo todo, toda hora e que isso é errado também.
melissa,
nem aqui na Alemanha o povo tem paciência com teu papo.
aproveita que tá online e vai jogar qualquer coisa
deixa a gente conversar em paz aqui com a Lola, vale? ;)
Faço das suas, as minhas palavras Beatriz...
Lola, concordei com todas as críticas que você fez em relação ao filme, mas discordei do principal: eu gostei do filme. Não como um filme para reflexão, abordando o racismo nos EUA na década de 60, porque também não vi comprometimento com isso, mas como uma história de draminhas pessoais e personagens que não me pareceram muito reais. Quando vi o filme fiquei bastante incomodada com a forma como os homens se ausentam dos problemas e, por isso mesmo, se ausentam da culpa. Não são eles os responsáveis por demitir as empregadas, nem por vigiar qual banheiro elas usam. Aliás, a culpa pela indiferença dada às crianças é da mãe e não do pai. Lembro de ter pensado que o drama daquelas empregadas negras estava parecendo uma briguinha entre mulheres no melhor estilo Mean Girls, onde Hilly seria uma espécie de Regina George dos anos 60. Aliás, a própria vingança com a torta de merda me lembrou daquelas sabotagens feitas com a Regina George, só que num nível muito pior. Foi impossível para mim achar engraçado. Sei lá, acho que fiquei mais descrente com as críticas do filme que o enalteciam por abordar o racismo, porque né.
Na boa, acho super chato essa crítica de que o filme tenta maquiar o racismo. Será mesmo que todo filme dessa época deve ser "a la Mississipi em Chamas?". O racismo não se resumia a Ku Klux Klan e, sinto dizer, não só os homens eram racistas. Digo isso pq acho que o que incomoda aqui é o fato do filme explorar isso pelo lado feminino, o que não é nem um pouco errado. O filme não nega o racismo, só expõe outro lado dele. Aceitem isso
um texto sobre a devassa...
A COISIFICAÇÃO DO GÊNERO FEMININO NA MÍDIA
“É PELO CORPO QUE SE RECONHECE A VERDADEIRA NEGRA
DEVASSA NEGRA ENCORPADA ESTILO DARK ALE DE ALTA FERMENTAÇÃO CREMOSA E COM AROMA DE MALTE TORRADO” cerveja devassa dark ale
Serei bem sucinta quanto a imagem e ao reclame. Não me apegarei as palavras e a cada detalhe “implícito”.
É cotidiano as pessoas comentarem que é só fetiche. Mas esse “só fetiche” está relacionado aos nossos corpos! Então não é só um fetiche e não é só uma propaganda.
É invasivo e violento em tantos sentidos que eu não sei como alguém pode realmente expressar tais frases: “é só fetiche” e “é só uma propaganda”.
É que para complementar por conveniência que “racismo no Brasil não existe" e que “feminismo é histeria” tem que iniciar com "é só".
É UM FETICHE DE ESCRAVOCRATA.
“É PELO CORPO QUE SE RECONHECE A VERDADEIRA NEGRA”.
A mulher negra ainda é vista como uma peça mercantil. A propaganda se sustenta nessa coisificação. Não são reconhecidas como pensantes, mas como corpos ambulantes para a satisfação. Onde a mulher negra não teria qualquer autonomia de si mesma, a passividade e o gênero feminino exposto como complementares, o natural.
Agora, aquela frase de Malcom X “NÃO HÁ CAPITALISMO SEM RACISMO” fica mais nítido, não fica?
123 anos de Abolição da Escravatura?
Ponte para a permanência da estrutura: De escravocrata para patrão.
As mulheres negras são as maiores vítimas de tráfico humano e de desemprego.
PELO FIM DO CAPITALISMO E SOCIEDADE DE CLASSES!
PELO FIM DA VIOLÊNCIA ESTRUTURAL!
Não é Só Uma Propaganda
De: Olga Rosa Teix
abobrino, achei seu nick bem apropriado ao seu post
OFF TOPIC
O companheiro de time do Tom Brady mandou a Gisele continuar bonita e calar a boca!!
huiahuahauhahauhahauhauha
Mais uma vez, se um dia escrever de um jeito tão errado e vulgar assim, acho que como meus livros com geléia de damasco.
Eu vi uma série de defeitos no filme, muitos mesmo e minha crítica está aqui. Mas percebo como um tanto exageradas algumas reações. Primeiro, era um filme com mulheres e focada no espaço doméstico. A ausência dos homens, sua pouca participação, é mais do que esperada. Segundo, os homens negros estão presentes no filme também nas cenas de igreja, lugar marcado pela positividade no filme (*ou não?*), só não tem tantas falas. Fica parecendo em algumas críticas que se desejava um filme não focado nas mulheres negras – mammy, ou não – mas, de novo, que o filme fosse "universal", leia-se, sobre homens. Será que já não temos muitos? Terceiro, não percebo a nostalgia, ainda que muita gente possa ter achado liiiiindos os cabelos e os figurinos e os carros (*sempre impecavelmente limpos e polidos, meu marido pontuou várias vezes*). O filme em nenhum momento vende aquele mundo como perfeito ou "os bons tempos". Quarto, ainda que o filme estereotipe as personagens (*e nisso eu concordo*) o racismo não é apresentado como individual, ele é sistêmico e as leis que Skeeter aparece lendo e várias cenas apontam para isso.
O problema é o caráter superficial do filme e, claro, a briga (*aparentemente justa*) com a autora que já vem de antes. Sinceramente? Não quero que Histórias Cruzadas leve o Oscar principal, mas acho que algumas críticas estão sendo bem injustas. E, em alguns casos, fica parecendo que, bem lá no fundo, um filme protagonizado somente por mulheres e que faz muito dinheiro incomoda muita gente... mesmo algumas mulheres.
Ditto, Shoujofan!
Dani, legal a paródia que seu amigo fez do absurdo anúncio da Devassa, mas... pede pra ele tirar o “estupre com moderação”. Não dá pra escrever isso daí nem como brincadeira. Sério. Eu já ia tuitar a ilustração, mas aí vi o “estupre” e desisti. É forte demais. Que tal “use com moderação”? Dá pra entender no contexto sem recorrer a uma palavra tão carregada como estupro.
Flasht, pensei que vc tivesse morrido. E estava muito feliz.
Shoujofan (Valéria), concordo que, se o livro tivesse sido escrito por uma negra, e o filme tivesse sido dirigido por um branco (por que não uma branca?), a reação negativa da comunidade negra seria diferente. Mas também seriam diferentes o livro e o filme! Tem coisas que eu gosto em Histórias Cruzadas. Não considero um filme ruim. Mas não consigo empatizar de forma alguma com uma personagem que faz torta de m**** pra outra comer. E minha queixa é essa, que é um filme com uma protagonista branca ajudando negras tão impotentes, o que é um clichê em Hollywood. Por outro lado, fico feliz que o filme esteja indo tão bem de bilheteria, já que dizem que filmes com histórias “femininas” não atraem público. Duvido muito que a Associação das Historiadoras Negras dos EUA esteja incomodada por isso!
Beatriz, não se preocupa não. É muito fácil ver quem é a Beatriz verdadeira e quem é o idiota que não sabe escrever e que clona várias comentaristas. Geralmente dá pra notar na primeira sílaba do comentário. Aí eu deleto rapidinho.
Shoujofan, eu tb acho legal um filme sobre a questão no ambiente doméstico e td. Minha opinião é q ele falha nisso tb pq, como alguém disse, fica um clima meio Mean Girls mesmo, superficial, td reduzido a picuinha de mulher entediada. Aí achei q ele ficou superficial em todo o resto. Mas assim, como disse do post da Ari, entendo mesmo, pq acredito q o q vc disse foi ate o q o roteirista pensou. Mas tb entendo pq as negras ficaram ofendidas. Parece o caso de boa intenção q levou ao inferno.
Beatriz, to confusa, o primeiro comentário é seu mesmo né??? rs:)
Foi com ele que me identifiquei...
Sabe, Lola, conscientemente, elas podem até não estarem incomodadas, mas podem, sim, estar muito incomodadas com o fato de um filme (teoricamente) sobre domésticas (the help) negras escrito por uma branca e dirigido por um branco estar. Percebe?
É um filme clichê, eu não discordo disso. Mas me parece que alguns críticos - e algumas das falas dessas historiadoras caminham por aí - estão sendo mal direcionadas. Muito mesmo! E, embora eu compreenda as razões, parte do movimento negro americano tem uma série de recalques, para não dizer preconceitos. Lembra da polêmica com o ator negro de Amistad? Ele dizendo que nunca tinah sofrido tanto racismo quanto na comunidade negra norte americana, porque tinha aparecido com uma namorada branca?
Eu preferia um filme sobre Rosa Parks, para fugir do estereótipo da mammy. No entanto, se essas domésticas eram maioria, é preciso falar delas e, claro, deixar que elas falem. É aí que a porca torce o rabo, afinal, a fala é dos brancos no filme, mesmo quando saem da boca das mulheres negras.
E, quanto à torta, não me incomodou a vingança, mas a coisa ser retomada a todo o tempo e a ingenuidade de venderem que aquele "segredo" impediria qualquer ação contra aquelas mulheres.
É meu sim Relicário, a Lola já apagou o lorde que postava em meu nome :D
Beatriz, nem sei se a questão é de "boa intenção". ao que aprece, pelo que eu fui ler sobre a autora, ela era a tal mocinha entediada mesmo que decidiu escrever e fazer uma boa ação e (SURPRESA) ganhar muito dinheiro com isso.
O filme é superficial, infantil em muitos momentos. O problema, e isso já foi apontado por alguns críticos por aí, é que nos dias de hoje estão fazendo filmes para crianças crescidas ou eternos adolescentes fugidos de uma High School americana, não para adultos.
Opa,
Lord aqui no blog, só eu...
heheheh
Por enquanto Lord...por enquanto rs:)
Lord Anderson, desculpa, vc não merece a comparação.
Shoujofan, definiu com isso de filme de adulto infantilizado hein? Eu sinto muito isso no cinema ultimamente. No caso de Histórias Cruzadas estragou uns 60% do filme para mim.
Relicario, Beatriz
Igual que nem eu só eu.
heheheh
Eu achei esse filme muito chato. Eu prefiro os filmes do Mississipi em que os brancos fazem cerimônias com cruz pegando fogo e enforcam os negros. Esses filmes em que um monte de dona de casa fica discutindo os seus problemas de manicure e cor de esmalte para a unha são insuportáveis. Prefiro o Sylvester Stallone ou o Arnold Schwarzenegger. Eles fazem filmes mais divertidos e viris.
Valéria Shoujofan disse...
S..., estar muito incomodadas com o fato de um filme (teoricamente) sobre domésticas (the help) negras escrito por uma branca e dirigido por um branco estar...
OK, exercício simples.
Liste filmes escritos e dirigidos por negros. Entendeu? Eu encontrei uma lista com 156 diretores de filmes que são negros(as). Um único conhecido do público.
Denzel Hayes Washington Jr.
O resto é tudo filme semi-profissional feito com equipamento simples e geralmente tratando sobre questões locais. Um ou outro é famoso por produzir clipes musicais.
Alguns diretores negros quase famosos:
Black Magic Tim - video clipes, musicais e humor B.
Chris Robinson - video clipes de rappers
Scott Sanders - da Sony, todos os seus filmes são cooproduzidos com diretores brancos.
É como o Vitor falou: na página inicial do blog tem, no canto superior à esquerda, um campo de busca. É só digitar a palavra. Mas de fato fica mais fácil encontrar pelo Google, porque o Google é capaz até de encontrar comentários de leitor@s, coisa que a busca limitada do blogger não faz. Escreva no Google a palavra ou a frase que procura e um lola escreva no final, que o Super Google acha o post.
Lola,
Acho que seria melhor registrar que a nota da Associação refere-se ao livro e ao filme (e não só ao filme como está no primeiro parágrafo "Traduzi alguns trechos da nota que a Associação de Historiadoras Negras divulgou sobre o filme")
Esse detalhe faz diferença porque há críticas mais relevantes ao livro que ao filme e vice versa.
Por exemplo, acho que no livro a desproporção entre negros "maus" e brancos bonzinhos fica mais evidente (ex. o livro menciona o pai branco da Constatine e o retrata como sendo um amor, no filme não tem isso, além das ações do namorado da Skeeter são justificadas/compreendidas, dentre outras) e, me parece, que os problemas das personagens negras com seus maridos/pais também é mais explorado no livro (falo por outras críticas que li, já que o livro mesmo não cheguei a ler, mas aqui tem uma bem detalhada: http://acriticalreviewofthehelp.wordpress.com/2011/08/13/the-backlash-against-the-help/).
Por outro lado há críticas da Associação feitas diretamente ao filme que valem menção. É o caso da referência ao medo da violência sexual vivido pelas empregadas e que no filme é tratado de forma leviana, quase que o alívio cômico. A Associação tabém pontua que, apesar de o filme ter dado alguma atenção ao assassinato de Medgar Ever, todo a leva de protestos que se espalhou pela cidade, em função dessa morte, foram muito pouco ou nada retratados no filme. Em vez disso a Minny estava tomando coca cola com a patroa e a Aibleen batendo um papo com a jornalista branca...
Essa descontextualização histórica realmente foi um tremendo vacilo e entendo e concordo com a bronca da Associação com livro e filme.
Mas também gostei muito do comentando pela Shoujo fã, principalmente sobre o filme ser sobre mulheres e não um filme sobre homens. E gostei mais ainda da caracterização "filme para crianças crescidas".
Abs!
LoLa, acabei de ver um filme na TV e vim dar uma busca no livro que deu o filme. Em inglês o filme é "Sins of the Mother" e o livro é "Orange, Mint, and Honey" -- Trata do relacionamento entre mãe e filha que passou a infância e adolescência convivendo com a mãe alcoólatra e depois ela, a filha, se vê diante da decisão em fazer um aborto ou não... ela estava fazendo o mestrado. O filme não aborda racismo. -- Talvez vc curta ler sobre a carreira de Lorene Cary, autora do livro.
Lorene Cary
http://en.wikipedia.org/wiki/Lorene_Cary
“A verdade é que pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco. Na verdade, nós precisamos muito mais de humanidade do que de máquinas. Precisamos mais de bondade, de ternura do que de inteligência. Caso contrário, a vida se tornará cada vez mais violenta e tudo se perderá.” --Charlie Chaplin
Lord, de fato, "lord" como vc tá pra nascer. Sou sua fã!
Mas brinquei com relação aos trols que andam clonando, muito mal por sinal, os comentariastas daqui...
Aiii que medo de vc seu grande idiota!
Imagino a quantidade de tempo e neurônios que vc perde pra conseguir clonar uma foto e um nick, use um tempinho para umas aulas de gramática, vai te fazer bem.
De todas as críticas que li no post, a de que mais gostei, e a com que mais concordei, é a de que a estória é mais a iniciação de uma escritora branca do que uma crítica pesada ao racismo. O filme realmente não faz uma crítica pesada ao racismo. Talvez esse aspecto tenha decepcionado a muitos por se ter criado, principalmente lá nos EUA, uma expectativa nesse sentido. Graças a Deus eu fui ver o filme sem expectativa nenhuma. Muito pelo contrário. Como já tinha lido as críticas da Lola antes de ir vê-lo, minha expectativa era de não gostar de Histórias Cruzadas e felizmente me surpreendi. Agora acho exagerado quando se diz que o filme leva a acreditar que os homens negros são todos bêbados e cometem violência contra a mulher, como o marido da Minny (é assim mesmo que se escreve? Esqueci). Mostrar um personagem com essas características não autoriza ninguém a fazer uma generalização. É o mesmo que ocorre com as mulheres brancas racistas. Não é porque há muitas personagens com essas características que se vai poder afirmar que apenas as mulheres eram racistas. O filme dá um enfoque na violência moral e emocional de que as empregadas negras eram vítimas de suas patroas brancas. Mas não dá pra concluir que o filme quer fazer com que acreditemos que essa forma de violência era a única por que o racismo se manifestava. Havia violências físicas muito atrozes, das quais o filme dá notícias apenas de forma indireta, como nos programas de televisão que são mostrados de relance e no assassinato de um rapaz negro pela KKK. Dar um enfoque num determinado objeto acaba excluindo uma parte de sua complexidade e do seu todo. Se um fotógrafo der um foco na pétala de uma flor, todo o resto ficará de fora do retrato. Mas não se pode dizer que o fotógrafo teve a intenção de comunicar que aquela pétala é toda a flor. Enfim, Histórias Cruzadas tem sim, como vi num texto da Folha On Line, ritmo de novela, mas muitas interpretações são tão boas que fazem o filme valer a pena. Parece mesmo um capítulo longo de seriado de TV. Acho que não merece um Oscar, mas é um filme bem agradável. E, apesar de eu não ter sentido empatia com a atitude de Minny (de fazer a torta com matéria marrom), já disse e repito: um(a) cozinheiro(a) enfezado(a) é capaz de coisas terríveis quando prepara um prato para o alvo de sua ira. Cinza de cigarro, moscas misturadas às passas, insetos misturados às hortaliças... Sempre trate muito bem a pessoa que cozinhe pra você. E, se brigar com ele ou ela, nesse dia prefira comer fora. E nem se atreva a discutir com o garçom ou com o cozinheiro do restaurante. Caso contrário, passe num supermercado e compre um daqueles pratos que vão ao micro-ondas.
“A verdade é que pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco. Na verdade, nós precisamos muito mais de humanidade do que de máquinas.(Charles Chpalin/Lisan)
Duas imprecisões aí.
1. Os sentimentos são gerados por pensamentos.
2. Máquinas não pensam.
Ei, Melissa White Girl.
Mude seu nome para:
Melissa BLACK Girl e você será tratada como um semi-deusa aqui.
Uma heroína.
Acabei de assistir o filme! Antes de mais nada o filme é muito bem executado formalmente, tem um ritmo bom que prende o telespectador e vigorosas atuações de seus vários protagonistas.
Porém... o filme volta ao passado histórico não para nos ajudar a entender a realidade da permanência dos vários preconceitos, discriminações e racismos na sociedade estadunidense, ao invés, o filme, complacente e conformista, procura mistificar-nos, dando a entender que a opressão e o racismo dos pretos no sul dos Estados Unidos já não existem.
Preciso falar, pois sei que tenho me omitido em todas as suas postagens. Até rascunhei um post sobre seu bingo gordofóbico, mas não tive coragem de terminá-lo. Sem contar que ainda lhe devo motivos para considerar o filme "A Sogra" relevante.
Lola, preciso lhe dizer que você tem aberto meus olhos pra muitas das questões sociais que permeiam esse nosso mundinho de Deus. Faz mais de um ano que possuo um computador com internet em casa, mas só nos últimos tempos é que tenho me atentado pra certas coisas, como as que você debate em suas postagens,por exemplo.
A primeira vez que ouvi falar sobre Histórias Cruzadas, foi num blog literário e sobre o livro que deu origem ao filme, ou vice-versa. Lembro que a capa me chamou um pouco de atenção, mas o julguei como uma moda literária, vide crepúsculo, jogos vorazes, etc.
Não dei a devida atenção até que visitei outros blogs que falavam sobre o filme, pr uma ótica muito diferente da sua, diga-se de passagem.
Aí, uma história sobre empregadas negras e ainda de cara com a Octavia Spencer, deve ser uma maravilha. Realmente digno de um oscar. Foi o que pensei no começo. Como sempre digo pra minha mãe, "sou muito fã dessa negona".
Beleza, aí venho visitar a Lola, né? (mesmo sem comentar, me perdoa?) e já deparo com um outro lado, uma outra opinião. Bah, putamerda, Lola tá dizendo que não é bem assim. Fico com um pé atrás e já decepcionado, porque não esperava algo como diz sua postagem de um filme assim.
Detalhe: ainda não vi o filme.
Outro detalhe, que nunca me pareceu fazer falta, mas que tenho notado muito há algum tempo, é que não somos ensinados a assistir um filme levando em conta seu conceito. Não somos ensinados a refletir sobre o material que temos.
Veja bem, a primeira vez que assisti Norbit com a minha família (dvd da locadora, onde esse tipo de filme faz muito mais sucesso do que um tipo Histórias Cruzadas) eu achei maravilhoso. Engraçado mesmo. Rimos a valer. Na segunda vez que assisti, já parei e pensei: não, tem alguma coisa errada. Na terceira eu me perguntei como alguém pode rir de um tipo de material assim?
Olhe, eu acho a ideia da Rasputia engraçada. Seria um bom personagem se ela não fosse tão nojenta, mentirosa e manipuladora. Eu acho que se fosse bem tratada, a ideia daria um bom filme. Mas não foi.
Eu não entendo grande coisa do contexto histórico americano da década de 60, 70, 80 o ano que for. O que eu sei foi prestando atenção em filmes e lendo. Lendo muito. Mas não sou ninguém pra discutir com uma historiadora. E se elas dizem que tem algo errado aí, é porque tem.
Não importa se atuação das atrizes seja um espetáculo, tem alguma coisa errada e essa coisa ofende as pessoas e faz elas se sentirem mal.
Tenho estranhado muito a forma como o negro é mostrado em filmes ou mesmo na nossa televisão. A forma como gay, a mulher é mostrada.
Aí eu sempre penso que talvez o diretor, elenco, os responsáveis, não tivessem essa intenção, Não quisessem mostrar esse preconceito disfarçado, isso da mocinha branca ser o centro da história, uma pessoa boa...
Eu me sinto mal com o fato de que pessoas a quem admiro, pessoas que tem a chance de mostrar a realidade, de mudar pensamentos ajam de uma maneira totalmente egoísta e fora da realidade.
Desculpe se soei infantil no meu comentário. Ainda tenho muito o que dizer, mas fica aqui minhas impressões antes do filme. Assim posso compará-las com o depois, onde espero que as coisas não sejam assim como você diz, você mais um monte de historiadoras competentes e um bando de críticos mais experientes ainda.
Tenho o direito de sonhar, não tenho?
{http://umgurientregurias.blogspot.com/}
OFF TOPIC
http://www.youtube.com/watch?v=XPC5XPZXT50&feature=related
(o vídeo é sobre políticos suecos e nada a ver com o país ser ou não ateu)
Decisiones Extremas
"La Marimacho" (The Tomboy)
http://www.youtube.com/watch?v=EhxaMQhl7P8
LoLa, é uma série da TV espanhola, com legenda em inglês britânico.
Eu que sou fã da Lola fiquei bem decepcionada ao ler isto aqui, porque pensei que ela ao menos tivesse entendido o filme. O diretor e o roteiro em si não estavam desmerecendo a cultura negra ou atenuando os linchamentos e nem a violência cometida pela KKK, O ponto era o seguinte: mostrar o racismo alojado na sociedade. As donas de casa machistas e racistas brancas que criavam associações e comitês para discutir meios de como infernizar cada vez mais a vida das domésticas que via de regra eram negras.Realmente fiquei um tanto invocada com os sofismas e inferências cometidos pelo post.
Particularmente achei o filme interessante e tocante.Um longa-metragem que não era tão pesado como outros que abordam o mesmo tema, tinham vários alívios cômicos ao longo da trama que de forma nenhuma desmereceram ou tiveram a intenção de desmerecer o movimento.
Mesmo com 11 anos entendo que ainda tenho muito a aprender sobre meu povo,mas se tenho algo a dizer é o seguinte: o filme não tinha como objetivo deixar a violência "maior" despercebida e sim mostrar uma outra face dessa violência presente até nos dias de hoje considerada erroneamente "menor" que era marcada e caracterizada como verbal.
Tudo bem, querida Mariana, decepcione-se comigo, mas entenda que tudo que o post faz é praticamente citar opiniões mais balizadas do que a minha -- a de movimentos negros, principalmente movimentos feministas negras, que fazem MUITAS críticas ao filme. Como eu disse no post, não é dever concordar com elas, mas é interessante ouvir seus argumentos.
Lola, Vi o filme ontem, fiz um comentário nas redes sociais e primeiramente, muitas pessoas elogiaram o filme, até que uma amiga me problematizou algo que eu tinha pensado: a protagonista é branca, falando de negras. A mim soou algo estilo Jane Auten, de um ideário liberal extremo, em que mocinhas se dizem abolicionistas... ainda colonizador o filme, não?
Gostei de seu artigo porque traz o lugar de fala e me situou quanto a direção do filme e perspectiva do diretor, que como colocado aqui amenizou barbáries.
Bom mas o filme suscitou pensar toda essa problemática, li alguns comentários que tomam a discussão para o contexto atual... e brasileiro.
Enfim, quero agradecer você ter publicado algo sobre.
Acho que você tem que começar a ver as coisas com outros olhos.
O filme retrata mulheres batalhadoras que se conformaram com o padrão da sociedade, e se não tivessem se conformado talvez estariam mortas.
No filme a parte da torta, serviu para dar uma certa graça ao filme e também para ter um asseguramento de que o livro poderia ser publicado sem que alguém afirmassem que fossem alguma delas.
Sua resenha foi PÉSSIMA,quando você não tiver o que escrever,vai dormir.
RUIM NÃO É O FILME, RUIM É SUA CRITICA !!!!
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