Em outubro, por conta de uma mesa redonda da qual iria participar, pedi pra vocês que narrassem casos de assédio sexual e discriminação por parte de professores. Foram mais de 250 comentários, de todos os cantos do país, contando a mesma história de desrespeito às alunas, impunidade e descaso das instituições. Um desses casos, um que aconteceu na UFPE no ano passado, finalmente foi levado adiante. O julgamento será nesta segunda, dia 27 de fevereiro, na 13a vara da Polícia Federal de Pernambuco, às 14 horas. Neste guest post, uma graduanda da universidade conta o que aconteceu, e faz um apelo: "A violência não é um problema só de quem a sofre, é um problema de tod@s nós. Ontem foi ela, amanhã pode ser você". UPDATE: Veja no final a condenação, que saiu em maio.
Um dia as máscaras caem. Alguns indivíduos acreditam na impunidade, amedrontam, ameaçam e violentam, certos de que seu status, seu dinheiro e seu prestígio lhe darão segurança, mas um dia se deparam com pessoas para as quais toda essa casca de nada vale, pessoas que colocam a boca no trombone.
Pois bem, pode parecer que estou divagando, mas estou somente iniciando mais um relato de violência contra a mulher. Mais um entre milhões que acontecem todos os dias, e confesso que muito me desanima ver que as estatísticas pouco têm diminuído e muitas vezes são até invisíveis em certos casos, como em ambientes acadêmicos. Então vamos lá...
Em meados do ano passado, uma aluna e funcionária da Universidade Federal de Pernambuco afirmou ter sido estuprada por um professor. Como qualquer orientanda, numa bela tarde, ela tinha uma reunião marcada com ele em sua sala para discutir sobre sua pesquisa, cujo próprio acusado se convidou para orientar. Ele inicia a conversa falando da sua enorme coleção de máscaras e blá bla bla bla bla... A aluna, por sua vez, começa a falar sobre o projeto; afinal de contas, era para isso que ela estava lá. Nesse momento, ele pega em suas mãos e diz: “Você está muito tensa, relaxe”. A partir daí, o circo dos horrores se forma e mais uma violência se concretiza. Prendendo as mãos dela, ele apalpa seus seios. Ela então, se solta e junta suas coisas, e sai da sala. Ele vai atrás dela, e a segue pelas escadas do prédio da faculdade, cínico e no intuito de continuar a violentá-la psicologicamente. Em um dado momento, ele apalpa sua bunda, ela se esquiva e pede para que ele pare. “Só se você pegar na minha”, foi sua resposta. Ao chegar ao térreo, ela busca ajuda em seu ambiente de trabalho e é encaminhada à coordenação de sua pós-graduação. Chorando e desesperada, ela espera quatro horas até a coordenadora aparecer e pedir para que ela se acalme. A coordenadora insinua que ela pode ter se confundido, que talvez ele não tivesse feito aquilo, mas por ela estar nervosa, pode ter imaginado coisas. Oi? Então ela imaginou ter sido apalpada? Imaginação fértil, não é? E para finalizar com chave de ouro, a coordenadora pergunta a ela se não quer que ligue pro professor e peça para ele lhe pedir desculpas...
Corajosamente, ao sair da universidade, a aluna vai à Delegacia da Mulher e presta queixa. As delegadas no plantão indiciam o professor por estupro [já que, segundo a lei 12015 de agosto de 2009, para que haja estupro não é mais preciso a conjunção carnal; logo, o que era antes tido como Atentado Violento ao Pudor é hoje considerado estupro] e encaminham o caso ao Ministério Público Estadual. Entretanto, o promotor que recebe o caso rejeita a acusação e afirma no processo que tudo não havia passado de uma “passada de mão”, palavras dele.
Por que isso aconteceu? Podemos especular? Primeiro, o acusado é uma pessoa muito influente, pois trabalha na área de segurança pública. Segundo: para muitos desses cidadãos que estão no poder, violência de gênero é algo que não existe e tudo acaba por se resumir em falácias, mentiras por parte das vítimas e absolvição do agressor.
Para completar, é marcada uma audiência de conciliação! Colocar frente a frente vítima e acusado. Acreditando na incompetência do Ministério Público de julgar o caso, o advogado da vítima entra na instância federal.
A própria leva todo o processo à Promotoria Federal e depois de quinze dias entra em contato com o promotor que pega seu caso. No processo ele pede a exoneração do acusado, dá veracidade à versão da vítima, e encaminha o caso para a juíza.
Nesse momento a aluna está esperando ser chamada para que o processo de depoimento e tudo mais comece. Por mais incrível que possa parecer, a justiça está fazendo a sua obrigação, que é investigar o que houve, e punir, caso o acusado seja considerado culpado. Tudo parece ir bem se não fosse o esquecimento do caso por parte tanto da universidade, quanto dos professores e profissionais e, sobretudo, por parte dos alunos.
Esse caso não foi o primeiro do professor. Junto com esta vítima, outra também o denunciou. Há outros que por medo as mulheres, alunas, professoras e profissionais não denunciam. Não é o primeiro dentro da instituição. É sabido por todo mundo que violências, sejam elas simbólicas, psicológicas e físicas acontecem no ambiente acadêmico, lugar da ciência, dos letrados e de toda sapiência, mas isso não é divulgado. As vítimas sofrem sozinhas e caladas, e a universidade fecha os olhos para isso. E o pior de tudo: os próprios professores sabem, mas nas suas funções de educadores nada podem fazer, empurram a poeira para debaixo do tapete e dizem: “É, isso acontece mesmo, mas não podemos acusar ninguém sem provas”, ou “A pessoa pode alegar perseguição política”. No fim das contas o corporativismo predomina, e nada é feito.
No entanto, para mim há uma omissão e uma negligência que me parecem ainda pior: a dos alunos. Simplesmente não falam sobre o assunto. Logo que ocorreu esse último caso (até onde sabemos), eles fizeram algum burburinho, mas hoje? Uma borracha foi passada em suas memórias. Não sabem eles que com esse silêncio ajudam para que mais e mais pessoas, sejam homens ou mulheres, sejam violentad@s e passem por mais e mais situações desse nível.
Por isso venho, através desse relato, trazer uma reflexão: é necessário que tomemos partido. Chega de imparcialidade que só leva à impunidade; violência contra as mulheres existe sim e está batendo a nossa porta. Não precisa, se não quiserem, defender a versão da vítima, o que deve ser exigido é a apuração do caso e o não esquecimento. Cobrar, cobrar, cobrar. Cobrar para que o professor seja afastado enquanto o processo acontece. No momento não importa se ele é isso ou aquilo -- ele está sendo acusado pela justiça e continua dando aula.
Se a justiça é para todos, que julguemos todos igualmente e não ofereçamos regalias. Mas enquanto a violência contra a mulher for tratada com esse desrespeito e conivência por parte de todos, mais e mais meninas e mulheres serão vítimas. Vítimas de seus “educadores”, de seus pais e, por que não, de toda a sociedade. No caso especifico das universidades, depois de muita luta, nós mulheres conseguimos entrar no espaço acadêmico, e não podemos aceitar ser expulsas de lá pela violência.
P.S.: A condenação saiu em maio, e desta vez a Justiça foi exemplar. O professor da UFPE e cientista político Jorge Zaverucha foi condenado a um ano e nove meses de prisão (a ser cumprido em regime aberto, mas com restrição de direitos), a pagar R$ 50 mil de indenização à aluna e dez cestas básicas por mês (durante toda a sua pena) para uma entidade beneficente, e a perder seu cargo na Federal. Obviamente, seus advogados vão entrar com recurso, pois a punição foi dura. Espero que ela seja mantida. Muitos parabéns à aluna, que teve a coragem de denunciar, e a tod@s que se mobilizaram em seu apoio. Eu, de minha parte, tenho orgulho de ter publicado este guest post. Obrigada.
55 comentários:
Gente, desculpem, sou completamente leiga mas...um promotor pode NEGAR um caso e alegar sua impressão pessoal da acusação?! Como assim?!
Outra coisa: SEMPRE tem alguém pra dizer: "Será que você não imaginou algo? Você estava muito nervosa..."
Pra a-c-a-b-a-r com essa pergunta completamente idiota basta engolir o ódio e responder: "E por que será que eu estava nervosa, né? Porque ele estava mascando chiclete?"
Impossível. Parem o mundo que eu quero descer e já dei sinal há 5 pontos.
Caso triste, ainda mais por ser um no oceano de abusos.
Que a justiça realmente seja feita e que inspire mais vitimas a denunciar e ir em frente.
Parabens e força pra denunciante.
Helen,
O promotor pode sim arquivar o inquérito e não mover uma ação pena;.
Para isso, ele tem que fundamentar por quais razões ele entende que nao há crime ou então que não há indicios de que um crime tenha sido cometido ou de quem o tenha cometido.
Se o juiz entender que esse ato é correto, homologa. Se não, remete ao superior do promotor para dar seu entendimento. Se entender tb pelo arquivamento, a ação penal nao vai ser mesmo proposta.
Se entender que ouve crime, vai pra um outro promotor denunciar.
É assim que funciona essa parte legal...
***HOUVE
Nossa... que situacao triste. Também sou estudante e dependente de bolsa. Sempre tive muita sorte e nunca se passou algo assim tao grave comigo (mas já ouvi muitos comentários machistas). Ela foi muito corajosa em ir adiante com o processo.
Penso que muitas estudantes devem passar por situacoes semelhantes, mas por medo de perderem a bolsa ou medo de qualquer represália nao vao em frente ou as vezes até desistem de continuar os estudos.
Esse caso é mais uma prova de que assédio sexual ou estupro nao se trata de sexo - como muita gente afirma - se trata de exercer poder, coagir, humilhar...
Espero que a justica seja feita
Lola, sou de Maceió/AL, no meu 2º ano do Ensino Médio em um colégio particular (com certo prestígio), entrou um professor substituto, ele era novo, ainda estava cursando Química, tinha uns 22 anos. Ele ficou responsável por corrigir as provas do professor que ele substituiu (afastado por motivos de saúde), eram as provas mensais do último bimestre. Uma colega precisava de alguns pontos e havia tirada uma nota baixa na prova. Com isso, ela foi falar com o professor, papo vai, papo vem, ele pede um beijo na boca e que ela pegue no pênis dele; prometendo assim, não só aumentar a nota mensal, como ajudá-la na prova bimestral, a garota com medo de ser reprovada teve que aceitar. Resultado, ele mudou a nota mensal, mas foi afastado antes da bimestral, o colégio não explicou bem o motivo do afastamento, mas ficamos sabendo de algumas reclamações. Eu acho que, além das reclamações, viram na câmera de segurança o assédio do professor. Eu estava sentado na primeira fila, em frente à mesa dele, conversando com uma colega (que era amiga dela) nós escutamos tudo, vimos o beijo (mesmo colocando o livro na frente) e percebemos a mão dela, a sala estava uma bagunça, ele estava tirando dúvidas dos alunos em relação às provas (quem precisava). Depois, a garota pediu para que, nós dois não comentássemos com ninguém, ela estava com medo de ser reprovada. Chegamos a pensar em uma denúncia anônima, mas, de qualquer forma, ele foi afastado logo em seguida.
Lola, entro aqui no blog todo santo dia, e hoje quando vejo um post sobre um assunto tão próximo de mim!
Eu fui aluna desse professor e nesse semestre, acredite, serei novamente aluna dele! Todos os meus colegas de curso ficaram chocados com o que aconteceu, algumas alunas já tinham sido 'cantadas' no meio da aula por ele, mas sabe que eu nem prestava muita atenção?
Ler o blog mudou muito a maneira que eu percebia essas coisas e apesar de já ter passado um certo tempo, nós alunos não nos esquecemos!
Faltou dar nome aos bois. Fica dificil repercutir o caso na base de fulano e fulana, professor e aluna.
Vitor, eu troquei vários emails com a aluna que me enviou o guest post. Já faz vários meses que ela me pediu para publicá-lo, e agora, com o julgamento que acontecerá na segunda, o guest post finalmente saiu. Ela não pediu, mas eu quis poupá-la e não publiquei seu nome, porque como ela está na universidade, pode ser prejudicada. No post que ela mandou (e no manifesto que circula; foi feito um blog também) está o nome do professor. Saiu inclusive em alguns jornais no ano passado. Não é difícil descobrir quem é. Eu não quis colocar o nome dele porque não quero ser processada. E também porque, no fundo, não faz muita diferença. Não é um problema individual de UM professor que não sabe respeitar as mulheres e de UMA aluna corajosa que o denunciou. Não é problema apenas na UFPE. É problema corrente em todas as universidades. E é muito sério, porque, como diz a autora do post, algo assim pode fazer com que muitas alunas sejam excluídas da universidade. É discriminação por gênero, única e simplesmente.
Pergunta: como num caso desses pode ser provado o crime?
É que no estupro propriamente dito existem sequelas físicas, mas na passada de mão não fica nada. Sem testemunhas acho que fica difícil provar, e por mais improvável que seja a lei não pode se basear na palavra ou "honra" de ninguém. Até porque ele poderia dizer que a passada de mão foi dela, que ela é que o "estuprou", e aí seria palavra contra palavra, sendo que acreditar em um e não no outro baseado apenas no sexo seria necessariamente sexismo.
Obs.: Não tô querendo criar caso, só estou questionando os critérios nesses casos.
Helen, o(a) Anônimo(a) lhe respondeu a questão do ponto de vista jurídico, mas do ponto de vista "ético", você pode "entender" também porque o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, teve sua absolvição pedida pela promotoria de Nova Iorque. E lá a situação era pior, pois havia um laudo médico/pericial atestando o estupro. É a dupla machismo/poder.
Entendi Lola, só acho que o post relata um caso específico e depois fica bem geral, justamente por não citar nomes (o do acusado seria o mais importante). Acho que o caso deve sim repercutir, e que servisse de exemplo, como o da mineradora dos anos 80 e que virou filme com a Charlize depois. Mas aí realmente haveria a necessidade de rostos e nomes serem associados ao caso. Já isso deveria ser uma escolha que a vítima, se quer se expor ou não. O que normalmente não ocorre, convenhamos, mas o ideal seria que
Não sei ao certo, mas eu acho meio despropositado a população se mobilizar por uma causa, mesmo o assédio sendo algo corriqueiro, sem ter um caso específico de fato para tal, como a autora do post pede ao fim, se as vítimas não se expuserem e relatarem suas experiências. O silêncio, de certa forma, acaba virando conivência. Essa exposição ajudaria os milhares de casos de ocorrem diariamente a não caírem na impunidade, porque o silêncio das vítimas só perpetua essa condição. E, infelizmente, ainda vivemos num mundo onde a sanção é que funciona como regulador.
Abobrino, veja o que você pode encontrar procurando por estupro e prova testemunhal na área de jurisprudência do STJ:
"Para a comprovação da prática do crime sexual, a palavra da vítima, corroborada por provas testemunhais idôneas e harmônicas, autorizam a condenação, ainda mais porque o Juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo se utilizar, para formar a sua convicção, de outros elementos colhidos durante a instrução criminal."
Neste caso que a Lola citou, há várias testemunhas do estado emocional característico da vítima na sequência imediata dos fatos.
faltou completar uma frase:
o ideal seria que todas mostrassem sua cara e publicamente dessem voz ao seu relato. Tornar o assédio algo que ele realmente é, corriqueiro, apesar de tão longe e tão perto. Tão escondido entre 4 paredes, salas, escritórios, homens patriarcais, possessivos e misóginos e mulheres envergonhadas com a sua condição de abusada.
Acho que vou escrever um livro coletando relatos de mulheres abusadas e publicar em forma de protesto. Pode ser que vire filme depois...
Sou professor universitário e vejo que essa é mesmo uma questão muito comum na Universidade, por incrível que possa parecer. As duas vezes que me lembro de me sentir constrangido e sexualmente assediado por mulheres aconteceu justamente dentro da Universidade. Ainda quando era estudante no curso de Física de uma Universidade Federal, lembro me que queria também obter a titulação em Licenciatura tive que fazer algumas matérias da área. O caso mais grave foi de uma professora de Sociologia que me cantava de maneira descarada, chegando até a ficar passando a mão no meu rosto durante os momentos que eu era obrigado a ficar sozinho com ela. Era horrível ter que ir na sala dela. A outra era de uma professora da Pedagogia que me passava umas cantadas leve, mas era uma coisa chata até porque depois os outros colegas ficavam fazendo chacota com você. Ou seja você sofria assédio duas vezes. Também presenciei um caso complicado de assédio que um professor da Física com uma das poucas alunas de nossa sala. Era algo descarado, imundo e constrangedor.
Uma das coisas que mais me surpreende aqui no Brasil é ver o número de professor e professoras que se envolvem sexualmente com alunas e alunos. Na Alemanha e em Israel, dois países onde morei, isso raramente acontece (Ou pelo menos não aparece em público). Não concordo com esse tipo de envolvimento. Acho imoral e antiético. O professor é uma autoridade sobre o aluno e não importa o argumento que se usa mas não justifica esse tipo de envolvimento, mesmo quando consentido. Sempre restará uma suspeita de que o professor ou professora usou de sua autoridade para obter vantagens pessoais.
É verdade que muitas das vezes algumas alunas dão bola para professores como também já vi muito aluno cantar professoras, mas neste caso cabe a parte teoricamente mais forte, os professores, terem juízo.
Lolinha
Tudo bem com você?
História chocante essa! Mas acontece e como acontece!
Quando eu fiz faculdade...Gnomo também faz faculdade gente cansei de ser assediado por professoras e não foram poucas! E pior que eu já era um gnomo casado aliança enorme no dedo, mas parece que ninguém via Lolinha!
Também já vi muito o contrário alunas cantando professores!
mas no caso que você relatou infelizmente é assim que as coisas são encaradas e esquecidas! A vítima e que acaba punida pela vista grossa de todos!
Sorry!
PS: Se o Burro Nefasto ou shishiu aparecer enchendo saco! Vou jogar bosta no ventilador!
RELATO DE ESTUPRO EM UNIVERSIDADE
Eu fui estudar em uma universidade, foi a primeira vez que sai de minha casa. Na primeira semana algumas veteranas me alertaram para tomar coidado com as festas de república porque estava acontecendo vários casos de violência sexual.
Na terceira semana de aula houve uma festa muito legal, todo mundo se divertiu não aconteceu nada. Nem me lembrava mais das histórias das veteranas.
No segundo mês começou tudo. Várias festas em república, algumas para 30 a 50 pessoas, algumas com convite aberto para pessoas da cidade. Em uma dessas festas eu lembro que estava bebendo e comecei a ficar zonza e um cara me ajudou. Não me lembro de mais nada, apenas que acordei jogada na rua sem minhas roupas íntimas e sentido dores no corpo, a minha cabeça estourava de dor como se fosse uma ressaca homérica.
Quando cheguei em casa eu vi que havia um pouco de sangue em meus genitais e fui lavar, nesse momento vi que o meu hímem estava rompido e que também havia machucados e sangue em meu ânus. Foi ai uqe entendi que eu fui estuprada, não sei por quem, não sei por quantos, não sei por quanto tempo.
Durantes 3 meses eu não conversava com ninguém, fiquei muito triste, apenas frequentava as aulas e estudava com intensidade para abafar meus pensamentos íntimos. Um dia descobri que assim como eu havia várias outras de meu anos e várias outras de outros anos, descobri que havia até mesmo um grupo informal de vítimas.
No Orkut eu descobri pelas comundiades de outras universidades, outros estados, que a prática não era uma coisa rara, que o pessoal do curso de farmácia que tinha acesso ao laboratório recebia encomenda de abortivo com frequência. Eu vi um filme americano onde uma garota é estuprada no meio de uma festa de uma república e ela sai chorando e todo mundo olhando para ela dando risada e gritando e parabenizando o rapaz que a fez. Não lembro o nome do filme, mas ele trata sobre estupro em campus universitário.
No meu último ano estava em uma festa quando vi uma caloura completamente bêbada sendo levada por um amigo para o carro, foi quando ouvi alguém falar que ela ia se divertir muito e outras pessoas gritavam, não apenas homens mas também muheres. Sai dessa festa chorando, fui embora. Me formei e nunca mais voltei para dentro de uma universidade.
Eu penso que qualquer mulher que envie uma filha para uma universidade tem a obrigação de alertá-la para esse tipo de prática corriqueira e ela deve ser treinada para evitar essas festas e como vocês dizem aqui:
Schroendinger rapist.
A aluninha quem provocou. Na maioria das vezes é a mulher quem estupra o homem, se vestindo de forma propositalmente provocante.
Tekkito!
Tu é um tekito mesmo hein!
Outro que não pega ninguém e aparece qui querendo causar! E sem contar que tem problema de entendimento, não entendeu o post!
Quero ver se alguém passar a mão na sua mãe , irmã! O palhaço vai achar a mesma coisa!
Vai te catar!
Vai para o blog dos masculinistas destilar a sua vasta inteligência!
Tekkito de gente! Que merda de perfil é esse! Veio!
Aie Lola primeira ves q escrevo aki. Ti amu S3 amore. Meu nome he Joao mas todo mundo me xama de Lady Baba pq quando to montada eu digo pra todo mundo baba baby baba. Fiko um show amor. Eu li esse caso e lembrei da novela da globo fina estampa. Tem o Crô q eu amooooouuuuu e aquele monstro do Baltazar q he um enrustidooooooo. Mas a Patricia filha da mocreia da Teresa Cristina fika se esfegano no professor da faculdade pra deixar o tesaozinho do Zé Antenor. Si a globo mostra q é normal o professor catar as aluna pq na vida real seria diferente????? Si a globo diz q a Patricia pode manda ver com o profesor Alexandre q é mto mais velho q ela e da aula e vai dar nota boa pq as novinha nao vao fazer os profesor pra ter nota boa????????
Lola amore, vc pudia faser um bolao pra ver quem aserta quem é o amante do Crô. Bjokkkkass.... ti amooouuu... super show seu blog.
Ao relato anônimo acima sobre estupro: Embora vc provavelmente tenha sido estuprada, o problema nesses casos é que tb é perfeitamente possível que vc tenha feito sexo e não lembre. Parece deboche, mas é verdade. Uma coisa é fazer sexo com alguém desacordado(a), seria sim estupro, outra é transar muito bêbado(a) e não lembrar. É por isso que hj eu me cuido bem na noite, não quero correr o risco de acordar ao lado de uma garota que eu nem sei o nome e ficar naquela neura de "usei camisinha ou não".
Abobrino,
é totalmente possível fazer sexo com alguém e no outro dia não se lembrar. Mas nesses casos a pessoa, normalmente, acorda na cama de outra, não jogada na rua e sem roupas íntimas. Por isso a história me parece ser um caso de estupro, principalmente porque as noticias se espalham e é bem capaz que na Universidade alguém a visse saindo com um homem e espalhasse fofoca. Assim, em algum momento ela descobriria com quem saiu, coisa que não ocorreu.
RELATO DE ESTUPOR (2)
Abrobino foi isso que me informaram, por isso que eu desisti de fazer qualquer coisa. Eu telefonei para uma advogada, liguei de um telefone público da universidade e não me identifiquei, estava com muita vergonha.
A advogada me disse que não poderia fazer nada e que seria perda de tempo fazer qualquer tipo de ação porque:
1- não era capaz de identificar os agressores
2- não havia nenhum indício dos autores
3- se descobrir quem me levou da festa, ele ou eles podem alegar que me deixaram em frente de casa, no portão e foram embora e nesse caso outra pessoa seria o autor do crime.
O caso do estupro de Catalão, o cara pagou para profissionais pegarem a garota. Eles foram pegos devido a câmera de segurança do motel. Se o estuprador Luciano Brito tivesse um carro, ele teria levado a garota para algum lugar ermo como eu fui deixada e não haveria nenhuma pista e jamais as imagens da câmera seriam analisadas. A defesa do Luciano diz que a garota de 16 anos não foi estuprada e estão tentando provar que ela foi por vontade própria, só que a imagem da câmera mostra que ela estava no porta-malas do carro e saiu carregada.
Felizmente esse estuprador Luciano é um fracassado total e foi de táxi para o motel, pagou para os profissionais levarem a garota até lá e depois foi embora a pé deixando a garota dentro do quarto. Acho que é raro encontrar um fracassado tão burro como ele por isso o estupro de festinha de República é uma tradição e pelo filme também muito comum nos EUA.
É importante sim fazer justiça, mas como é possível provar que uma aluna foi realmente assediada, e não fingindo? Não é um crime fácil de ser provado e não dá para basear todo o veredito no depoimento de uma única pessoa, isso é passar por cima da justiça!
Tive um conhecido que quase passou pelo mesmo, o emprego dele ficou por um fio. Felizmente, a aluna foi desmascarada e posteriormente expulsa, e a história toda foi abafada para não atrair publicidade negativa.
Onde há poder, haverá assédio. Não apenas sexual, não apenas de homens contra mulheres.
É uma doença social profunda, causada pelo nosso instinto natural de dominação e agravada pela total relativização de valores morais e éticos.
Organizamos toda a nossa sociedade em torno do poder de um indivíduo sobre outros. Todos os dias, estupramos e somos estuprados, mas aceitamos isso com normalidade, porque as coisas são assim mesmo.
Evoluímos em alguns pontos: a escravidão já foi socialmente aceita, hoje não é mais... as mulheres não tinham direito ao voto, hoje tem... mas a essência continua a mesma: pra comer, tem que trabalhar, e pra trabalhar... bem... tem que submeter-se às "condições" impostas por aquele que "podem" influenciar. Percebam que isso nos parece tão natural, que muitas formas de assédio tornam-se socialmente aceitáveis... quando na verdade não são.
Há muito tempo, critico o "poder" do professor como sujeito capaz de decidir sobre o futuro de alguém. O professor deveria apenas ensinar, e avaliar o processo ensino-aprendizagem (apenas para fim de feedback no próprio processo). A avaliação para fins de progressão (em todos os níveis) deve ser institucional - avaliações elaboradas e corrigidas por um corpo de professores. Eliminando-se o poder, elimina-se o assédio.
http://fprudente.blogspot.com/2008/07/se-o-treinador-fosse-o-rbitro.html
Anonima que relatou o estupro (2), sinto muito pelo que aconteceu com vc.
Abobrinho, mesmo que não tenha sido sua intençaõ duvidar da vitima, não é curioso que em casos de violência contra grupos historicamente oprimidos, SEMPRE vai ter alguém que duvide, ou pense "ah, mas e se..." ou diga "tem certeza mesmo que foi assim?" etc etc?
Pois bem, apelando para a racionalidade e probabilidade, como é que alguém vai estar bêbada e transar com um (ou mais caras), ser largada na rua !! (quem conhece alguém que transou com alguém e foi deixado na Rua!, digo transado e não estuprada!) e ter sido machucada e com sinais de sangue e nunca a pessoa que supostamente transou com vc veio te dar um “oi”...Na boa, qual a chance no universo de isso tudo acontecer..? E quando alguém relata isso, imaginar JUSTO isso é o que NORMALMENTE acontece quando mulheres relatam abusos..
bjo Lola
Lola, não acha que devia apagar o comentário do anônimo lá de cima? Acho que o vídeo que ele publicou é um pouco impróprio para este lugar.
O nome do babaca aqui: http://www.ubmulheres.org.br/component/content/article/1-noticias/268-estuprouniversidadepernambuco.html
UFPE - violência de gênero
Esta cena, ocorrida no 14º andar do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),
USP - ato pró-tráfico no campus
O prédio da administração da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFLCH) da USP foi ocupado por estudantes
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esse departamento é o núcleo das feministas e maconheiros de qualquer universidade, imagino que os professores também estão acostumados com a libertinagem sexual das alunas e quando uma disse não para esse professor da UFPB ele deve ter perdido a noção da realidade, isso é, se ele estava sóbrio.
Sabe... Tive uns professores bem nojentos na escola. Não existe essa de "mas as menininhas são atiradas e ele é macho", coisa absurda que a gente ouve no dia a dia, como se fosse natural e esperado. De outras mulheres, inclusive. Dando aulas em uma das escolas em que estudei, passei por duas situações bem ruins nesse sentido.
A primeira foi quando um colega de trabalho (que havia sido meu professor) proferiu, em alto e bom som, na frente dos demais colegas, na sala dos professores:
"Nossa, quando você estudava aqui era toda magrelinha, não tinha peito, não tinha bunda. E agora tá um mulherão, bundão, coxão".
Os outros professores riram, como se fosse normal ficar examinando o corpo as alunas e as colegas de trabalho E comentar isso.Para mim foi bastante humilhante, o que deixei claro na ocasião, exigindo uma retratação imediata do colega (ex professor babaca).
Meses depois, um dia em que os alunos tiveram o intervalo estendido enquanto os professores estavam em "reunião" comemorando aniversário de alguém, a qual recusei-me a participar, me dirigi à turma de 6o ano, com alunos que tinham de 11 a 14 anos. Chegando lá, fiquei atônita com a cena: duas alunas completamente acuadas no canto da sala, chorando, enquanto 8 garotos em volta delas as apalpavam e o resto da turma ria. Ninguém tentou impedir. Ninguém tentou chamar um adulto. Eu fiquei alucinada e levei os garotos para a direção (apoio psicopedagógico) para que tomassem as providências, enquanto dava assistência para as duas meninas e ligava para seus responsáveis. Ao apurar as tais providências, a psicopedagoga me diz que não há nada para se fazer, é "besteira de criança", e os meninos só fizeram aquilo porque elas eram "permissivas". Bom, a história rendeu muita dor de cabeça, pois todos seguiam uma linha de pensamento muito parecida, inclusive os pais das garotas, não importando o que eu falasse. É simplesmente desesperador, Lola. Pq as pessoas acreditam que esse tipo de comportamento é aceitável, natural, como se nossos corpos estivessem à disposição de quem se interessar, em qualquer ambiente. E tudo com a corroboração do corporativismo de todas as instituições sociais: famílias, escolas, igrejas, universidades, hospitais.
Fico feliz quando vejo que existe gente capaz de enfrentar e levar em frente.
Estudo na UFF(Universidade Federal Fluminense-RJ) e tempos atrás uma colega alertou à nós meninas para que nunca fiquemos sozinhas com um professor X(de 81 anos de idade). Porque uma vez a menina foi fazer um trabalho com ele em sua sala e o X a beijou na bochecha!
Ela ficou tão possessa que ameaçou dizendo que se ele não a provasse ela iria denunciar.
Em seguida o tal professor a visou a todos que estava muito velho e que iria se aposentar. Não sei se tem relação com a ameaça da aluna.
Sem contar as vezes nas aulas,ele adorava falar sobre certas coisas "vulgares",assuntos que nada tinham a ver com a matéria.
Em 2009, no segundo semestre do meu curso, fui aluna de um professor que tirou o meu sossego durante muito tempo.
A tal disciplina não atraia muito interesse da grande maioria dos alunos da minha turma, e eu era uma das poucas que se interassava pelas discussões. Em praticamente todas as aulas o sujeito em questão fazia menção a filmes e, com isso, começamos a conversar após os términos das aulas (sempre com um grupo de 4 ou 5 colegas que compartilhavam o interesse por cinema) e a trocar emails.
Bom, eu era recém-chegada na capital e tinha um interesse muito grande em regressar para a minha cidade, pois tinha (ainda tenho) namorado de longa data e o custo de me manter lá era caro para minha família bancar.
Logo ele ficou sabendo disso por outros alunos (nunca comentei nada sobre), e começou a me falar que ia interceder por mim em um processo de transferência e que tudo daria certo.
Muito ingenuamente, reconheço, acreditei. Acreditei tanto que por muito pouco quase não me matriculei novamente e quase rescindi o contrato de aluguel do apartamento em que morava, de tão iludida e desesperada que estava para voltar pra minha casa.
De repente ele passou a bombardear o meu celular com ligações e mensagens de texto (pois disse que precisaria do número para alguma novidade sobre o processo que nunca existiu), chegando a repetir sem parar que me amava. Sabendo que não era correspondido, dizia que pensava em se matar e que a culpa seria minha.
Chegou a pedir o meu endereço para, palavras do próprio, me enviar um buquê de rosas. Nessa altura, obviamente, neguei prontamente e recebi mais xingamentos, declarações de amor, pedidos de desculpas, ameaças de suicídio e pedidos de desculpas novamente. Nessa ordem.
Juro que nunca, NUNCA, me comportei de forma que desse margem a qualquer entendimento errado por parte dele nem de ninguém.
Parei de atender as ligações e bloqueei o endereço de email, mas até menos de 6 meses atrás ainda recebi email dele de um novo endereço eletrônico.
Por sorte, no semestre seguinte ele se desligou da universidade, pois tinha passado em um outro concurso público.
Nunca tive coragem de denunciá-lo, pois só hoje consigo entender a dimensão do terrorismo psicológico e do assédio moral e sexual que sofri, pois em várias oportunidades (só hoje percebo) ele tentava inserir em algumas conversas conteúdos de teor duvidoso.
Pra finalizar, aqueles 4 ou 5 amigos do grupo que discutiam assuntos com ele após as aulas ficou sem entender o porquê de eu ter cortado relações com o imaculado professor deles tão sumariamente, sem maiores explicações, e se afastaram de mim. Muito provavelmente devem ter sido enganados por aquele monstro com qualquer fábula em que eu seja a granda vilã. Claro que hoje todos (sim, são homens) mantém contato com o ex-docente. O jeito com que eles me olhavam é algo que não sei se algum dia vou conseguir descrever.
Às vezes tendo a pensar que tudo o que aconteceu foi culpa minha, que eu nunca deveria ter acreditado que aquilo seria uma amizade. Ainda tenho resquícios da enorme vergonha e da culpa que senti naquele tempo. Mas agora, tendo amadurecido um pouco mais, e lido sobre tudo o que você fala no blog, vejo que se existe um culpado nessa história foi somente ele, que do alto dos seus quase quarenta anos ludibriou e se aproveitou da ingenuidade de uma garota de 19 anos recém-chegada em uma grande cidade.
Sei que me alonguei bastante, e olha que tentei resumir o que pude.
Ano passado consegui enfim me transferir de volta pra minha cidade, com mérito do meu esforço. Com isso, finalmente me sinto livre, pois enquanto lá eu tinha medo de encontrá-lo nas ruas e cheguei até a faltar aulas, pois lá ele poderia me encontrar facilmente.
Essa é a história de assédio que vivi na pele.
Abortando a inteligência: blog “progressista” usa reportagem falsa para atacar feministas, petistas e o governo da presidenta Dilma Rousseff…
Posted on 25 25UTC fevereiro 25UTC 2012 | Deixe um comentário
Sabe aquele blog “progressista”, que usou o termo feminazi (feministas=nazistas) para ofender as mulheres feministas? E que discrimina as feministas em “barraqueiras” e as “de bom nível”?
Pois bem. O dito site “progressista” aprontou de novo contra as feministas…
O dono do site publicou “Os números do aborto - Enviado por luisnassif, sab, 18/02/2012 – 18:41 – Por Jorge Nogueira Rebolla”, iniciando o texto com as seguintes pérolas:
“Fraudes e mentiras. A aliança entre a onu e o petismo.
http://blogdomaurosilva.wordpress.com/2012/02/25/abortando-a-inteligenciablog-progressista-usa-reportagem-falsa-para-atacar-feministas-petistas-e-o-governo-da-presidenta-dilma-rousseff/
Pessoal, o que fazer quando um nojento mostra seu orgão para uma mulher na rua? É cabível B.O? Estava me dirigindo ao trabalho hoje de manhã, quando um nojento começou a me perseguir com o orgão de fora, gritando obcenidades. Xinguei, gritei, não apareceu ninguém, ele apenas parou de me perseguir. Liguei pra polícia verificar se ele estava por lá e não estou satisfeita, quero que ele pague pelo que fez.
Anônima que relatou problema com professor. Tive um problema parecido, mas não tão grave quanto o seu. E não foi com professor, foi com colega de curso, na USP. Faltei num dia de formação de duplas pra trabalho e sobrou um cara na faixa dos 40. Professor não deixou fazer sozinha, então tive que ir em dupla com ele. Vivia fazendo comentários de cunho sensual, perguntando quando eu ia usar roupas mais curtas e com decote. Não parava de olhar pro meu corpo. Tentava marcar de fazer trabalhos comigo nos finais de semana pra "estar sozinho" comigo. As gracinhas só pioravam até que ele disse pensar em casar comigo, porque "a gente se dava bem e ele me achava linda". Sim, ele era casado e tinha dois filhos. Isso porque eu o evitava, não respondia e me limitava a fazer o trabalho a distância.Quando cortei relações de uma vez, ele ficou bravo. E agiu do modo mais óbvio possível, botando culpa em mim, e depois dizendo que era tudo brincadeirinha, par não ficar feio com as demais meninas. Só sinto pela esposa e filhos dele, afinal, ele tem uma menina.
Gente que absurda a atitude do promotor... é pra isso que esse verme prestou concurso? Impressionante.
Não gosto de postar anônima mas...
Quando eu tinha 15 anos (faz teeeeeempo) um professor de história que era a cara do Papai Smurf mas não tão velho quanto resolveu se engraçar comigo, mas eu não dei corda. NUNCA dei corda e quero enfatizar bem isso. Pra mim, ele era repugnante fisicamente, como professor (ele mais ficava falando de socialismo do que dava aulas propriamente ditas) e não via a menor graça nas suas piadinhas, enfim. Mas ele decidiu que queria ter alguma coisa comigo, e foda-se a minha vontade.
Ele costumava mostrar as provas pra gente, corrigidas, e depois as recolhia. E na infeliz ocasião eu tirei uma nota absurdamente baixa, sendo q sabia com toda certeza que tinha ido bem. Debati com ele em sala de aula, comparando as provas de meus colegas com a minha e ele disse, na frente de TODO MUNDO, que queria conversar comigo em particular DEPOIS do período e que era pra eu parar de subversão (essas palavras).
Então tá, fui incauta conversar com o pulha privadamente depois de terminado o período e adivinhem o que aconteceu?
Ele veio feito uma fera pra cima de mim, com muita brutalidade, cheio de braços e dedos, falando todo tipo de merda ("você gosta disso, não gosta?"), tentando se enfiar debaixo da minha blusa com uma mão e tentando tapar a minha boca com a outra, enquanto me prensava contra a lousa. Empurrei ele pra longe e fui chorando e correndo na Diretoria contar o que aconteceu.
A diretora não só ficou do lado dele como me ameaçou de suspensão por estar inventando coisas. O professor ria com um gosto perverso da minha cara.
Cheguei em casa e contei tudo para meu pai (sou órfã de mãe desde os 3 anos). Meu pai faltou ao trabalho e foi à escola no dia seguinte comigo para conversar com a diretora e ouviu a mesma coisa, que eu era uma "encrenqueira" (what?) e que ele devia cuidar melhor da filha (what? what?).
Uma hora depois a gente estava em uma delegacia (e naquele tempo ainda não tinha delegacia das mulheres) e depois de muita espera o encarregado disse que não havia nada a ser feito e não quis registrar nada, nem o BO, porque "a história estava mal contada" (essas palavras). Então tá né.
No outro dia meu pai falou pra eu ficar em casa até que ele providenciasse minha transferência para outro colégio. E de fato ele o fez alguns dias depois, e acabou sendo confrontado na ocasião com o aspirante a estuprador, que contou um monte de mentiras pra ele. Que eu tinha me oferecido, que eu queria, que estava fazendo isso para aumentar a minha nota mas que ele se recusou porque não achava certo fazer essas coisas com menores de idade e em ambiente de trabalho e ainda sugeriu que eu passasse em um psicólogo. A diretora apoiando e confirmando tudo.
A coisa acabou se resolvendo com uma singeleza que só as cidades do interior de São Paulo permitem: meu pai espreitou o cara, seguiu ele de carro até sua casa e deu uma surra extrema nele, de tirar sangue. Diz a lenda que um monte de gente viu, mas ninguém fez nada. Ele acabou pedindo as contas quando se recuperou do "acidente".
A diretora, por sua vez, recebeu em sua casa várias flores e bombons, com cartõezinhos singelos como "De: Fulano de Tal, por tudo de bom que você e sua escola fizeram pela minha filha Cicrana quando ela mais precisou". Sim, isso era mesmo uma ameaça, ele estava mostrando que sabia onde ela morava e a mulher entendeu direitinho o recado.
Fui transferida de escola com as mais altas recomendações e nunca ouvi um pio sequer sobre essa história da parte de ninguém, apesar do tamanho da cidade e do fato que não seria estranho se todo mundo soubesse o que aconteceu.
Se meu pai não tivesse ficado ao meu lado incondicionalmente é possível que eu, e não o professor, tivesse uma história de horror pra contar.
Anônima, seu pai é FODA. Quem dera se toda mulher tivesse um pai que apoiasse assim, que levasse as coisas a sério. Eu não consigo achar que o seu pai exagerou - Seu professor ia estuprar UMA GAROTA DE 15 ANOS, e teve a PACHORRA de mentir que ela queria.
Meu desejo é fazer isso com todos os estupradores. Não dá. Chega. Já estamos no fundo do poço, onde professores acham que podem estuprar menores e sair impunes. Não dá para ficar tranquila com isso ou querer paz quando toda semana saem, chutando, 5 ou mais crimes de misoginia contra mulheres e meninas. Os mais horrendos. Como ainda podemos pedir calma e paciência com isso?
Nossa, sei que não deveríamos pregar a violência... Ainda assim, se eu fosse pai dessa menina anônima teria feito o mesmo! A justiça é cega... e às vezes não acontece. Orgulho de um pai assim, mesmo com um ato tão extremo. Me condenem, mas essa é minha opinião.
Notícia do Jornal O Globo, de 31.05.11...UFPE investiga professor acusado de assédio sexual
http://oglobo.globo.com/pais/ufpe-investiga-professor-acusado-de-assedio-sexual-2762744
O ato do pai dela NÃO FOI extremo. Extremo é tentar estuprar alguém. Uma aluna de 15 anos. O que o pai dela fez foi necessário, foi uma defesa. Um ato que pode ter salvado o futuro de muitas outras meninas. Parabéns ao pai da anônima e parabéns a ela, pela coragem de ter contado isso ao pai.
Na minha opinião o pai dela foi um pai exemplar. Eu tenho um colega de trabalho que fez coisa semelhante, já contei a história em um comentário anterior: http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2011/10/sobre-assedio-e-discriminacao-na-sala.html?showComment=1318529378197#c3997195484787480422 e a minha opinião é a seguinte: se quiserem evitar esse tipo de coisa, é "só" pararem de assediar e tentar estuprar mulheres por aí. Se o estado e a lei quiserem impedir isso, é só impedirem ou no mínimo punirem os homens que tenham atitudes de abusar de mulheres ou meninas. Mas isso, um mundo sem abusos e assédios, seria o mundo ideal, e nós não vivemos no mundo ideal. No mundo real há problemas que exigem soluções como essas. Soluções desagradáveis, violentas, às vezes extremas... porém, necessárias.
Gente isso aqui merece uma boa divulgação.
http://www.tangafrouxa.xpg.com.br/
Desculpa Lolinha, mas aqui se faz e aqui se paga.
li, precisa ir à polícia, sim. acusação de tentativa de estupro.
o problema é que, se o cara desapareceu, vc nao sabe nada dele, vai ser difícil isso ir adiante. eles precisam ter pelo menos indícios de quem é o sujeito, do contrário vão arquivar o inquérito pq não vai chegar à fase de indiciamento (que é quando apontam um suspeito).
mas vai lá sim, eles devem pegar as características do cara, o dia, local e horário q aconteceu e, em tese, vão tentar achar o cara. talvez voltando lá no mesmo horario (pode ser q o cara esteja la de novo), possam encontrar.
o problema é que crimes sexuais, à exceção do estupro, são menosprezados pela legislação brasileira. um crime sexual sem violência pode ser enquadrado como contravenção penal (pena de multa, ridiculo) ou ato obsceno (pena de até 1 ano). esses crimes são considerados de menor potencial ofensivo, por não usarem violência ou grave ameaça.
então o importante é enfatizar que o sujeito te perseguiu, te ameaçou. isso pode fazer com q o crime seja considerado tentativa de estupro (aí sim vão levar mais a sério)
sobre a anonima: ainda bem que você tinha um pai pra fazer isso por você, tomara q esse imbecil nunca mais tenha feito isso com ninguem.
mas eu acho extremamente doente uma sociedade onde uma mulher precisa de um homem pra defende-la. eu não tenho pai, nem irmao, nem marido. quer dizer entao que um idiota assim poderia fazer oq quisesse comigo e ficar impune? absurdo! é por isso q me descobri feminista e tenho muito orgulho disso.
Anônima, seu pai é FODA (2). Como eu queria que meu pai tivesse sido assim. Você tem muito do que se orgulhar, porque o meu só sabia me chamar de piranha e vagabunda, e com esse hábito, não duvido nada que ele tivesse acreditado no professor.
Anônima, seu pai é FODA (3). Quando meu tinha passou a mãe em mim, meu pai só faltou me expulsar de casa dizendo que eu era uma mentirosa. Depois disso o desgraçado do meu tio espalhou para a família que EU ficava dando em cima dele. Aff! Fogo, viu.
Mas se um professor tivesse me tocado era bem capaz do meu pai ter feito a mesma coisa.
Lola, sou um grande fã seu, mas não posso concordar com a sua opinião sobre o afastamento do professor que está sendo acusado de A ou B coisas sem que antes se reunam provas suficientemente fortes de sua culpabilidade; ora, corremos o risco de tornarmo-nos uma sociedade global - no sentido de seguidores da rede globo de tv. Não nos esqueçamos que a globo tem o péssimo hábito de induzir verdades e julgar culpados antes de apurados os fatos, muitas vezes cometendo injustiças irreparáveis.
No mais, acho que a violência "contra a mulher" não atinge só a ela, mas a toda a sociedade, que deveria se envergonhar de calar diante do sofrimento alheio; como você disse, devemos COBRA, COBRAR e mais uma vez COBRAR que as providências corretas sejam tomadas.
Não vou falar do post, mas preciso desabafar algo que penso há tempos: dá muita raiva ler os comentários de homens aqui no Escreva Lola Escreva. Não há empatia nenhuma neles, nenhuma vontade de compreender as coisas pelas quais as mulheres passam. Em compensação, há críticas de sobra. Depois, quando as feministas criam espaços sem homens, eles reclamam... por que será?
É um absurdo equiparar ao estrupro qualquer forma de atentado violento ao pudor. Estupro requer conjunção carnal: não importa que a lei diga o contrário. A atitude do professor é asquerosa e indefensável sob qualquer aspecto. Mas chamá-lo de "estuprador" é uma manipulação semântica de indisfarçável motivação política - que, no Brasil, já foi reconhecida até pela lei.
A universidade de hoje, na minha humilde opinião, está se transformando numa fábrica...
... de sexo
... de idiotas
... de gente sem noção...
mas ainda tem muita coisa boa por lá... ah, isso tem... se procurarmos bem..
Venho participá-l@s, se é que já não chegou a seus ouvidos, da conclusão do caso na justiça em primeira instância.
Em resumo
O condenado - Jorge Zaverucha, professor do departamento de ciências políticas da UFPE - será submetido a:
Detenção de 1 ano e 9 meses, a ser cumprida, a princípio, em regime aberto; 10 cestas básicas mensais no valor de R$ 100,00 para entidade pública; uma hora diária de serviços a comunidade; R$ 50.000,00 de indenização à vítima e perda do cargo de professor da UFPE.
O que me deixa brava além da violencia é uma estrutura social que faz de tudo para que a denúncia seja mais dolorosa que o crime cometido ( como se isso fosse possível ),parece uma maneira de dizer as mulheres: sejam estupradas e fiquem quietas, é melhor ser apenas uma mulher que foi estuprada do que uma mulher louca que anda inventando coisas para derrubar a carreira de algum homem.Tudo na denúncia leva a vitíma a ser tratada como reu, o sistema inteiro se volta contra a vitíma .No caso recente de um politico que foi acusado pela camareira do hotel, bom, agora ele processa ela por difamação e calúnia .
É o sistema que está errado e pior do que isso, conta com o aval de muitas mulheres, é trágico pensar que uma professora foi a primeira a dizer a moça que isso não era nada, era só ligar e escutar umas desculpas.
É preciso mudar essa mentalidade, de que toda a vez que uma mulher diz alguma coisa ela é polemica e se acusa alguem é louca .Herança maldita da Inquisição, ou morre na tortura ou no fogo,mas nenhuma mulher sai impune se reclama do comportamento de um homem.
E a impressa noticia a sentença:
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2012/05/professor-da-ufpe-e-condenado-por-assedio-sexual-de-aluna.html
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