Ontem, 20 de novembro, foi o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Se temas como racismo e orgulho negro não são discutidos com a frequência com que deveriam neste país em que não somos racistas (imagina se fossemos!), pelo menos perto da data eles precisam ser trazidos à tona. É obrigatório.
Pra mim um tópico sempre interessante é o racismo velado que existe por trás das convenções de beleza. Poucas pessoas assumem que foram e continuam sendo condicionadas a achar que o belo é ter olho claro, cabelo liso e de preferência loiro, traços “finos”, e pele branca com um pouco de bronzeado. A galera que acha sexy os lábios carnudos da Angelina Jolie parece achar horríveis os lábios carnudos de tantos negros. Mas essa gente nunca assume seu racismo. Diz apenas que é uma total coincidência não gostar de negros. É só seu gosto pessoal, puxa vida! Que, obviamente, não sofre influência alguma do meio onde vive!
Outro dia vi a prévia de um documentário americano chamado Dark Girls (Meninas Escuras). Nele, uma mulher negra diz se lembrar de pedir pra sua mãe colocar alvejante na água da banheira, para que ela pudesse embranquecer. Outra negra conta que os negros americanos preferem negras mais claras, e fazem divisão entre mulher pra transar, e mulher pra casar (só as menos escuras). Claro, porque os negros também fazem parte de uma cultura que prega que a beleza é clara. E isso se aprende desde criancinha. O comediante Chris Rock decidiu fazer o documentário Good Hair (Cabelo Bom) depois que sua filha de seis anos chegou da escola perguntando por que ela não tinha cabelo loiro e liso, como deveria ter se quisesse ser bonita (e que menina não quer ser bonita? Faz parte da nossa lavagem cerebral de todos os dias).
Ano passado vi um documentário de 17 minutos, The Colour of Beauty (A Cor da Beleza; veja aqui), que acompanha uma modelo negra nas suas tentativas (a maior parte frustradas) de conseguir trabalho. Os dados são que 87% das modelos no New York Fashion Week são brancas, a maior parte loiras. 6% são asiáticas, e 6% são negras. Mas as negras são o mais brancas possível. Um agente as descreve como “brancas banhadas em chocolate”. Elas devem ter as mesmas características das brancas e serem clarinhas. Nada de nariz ou lábios grandes ou cabelo afro. E quanto ao corpo, se tiver bumbum ou quadril um pouquinho maior, tá fora. Não há diversidade nas passarelas da moda, sabemos disso.
Aqui no Brasil, país em que até em Salvador (onde 80% da população é negra ou parda) comercial de margarina é protagonizado por loirinhos escandinavos, o Ministério Público instituiu, em 2006, uma cota obrigatória de 10% de modelos negras. Os estilistas chiaram. Além do manjado “não somos racistas”, alguns chegaram a dizer que a cor negra não combinava com uma indústria de roupas luxuosas. A cota de 10% acabou ficando mais como “sugestão”. E sugestão pode muito bem ser ignorada. Na São Paulo Fashion Week deste ano, por exemplo, quase todas as marcas só tinham modelos brancas. As marcas mais inclusivas traziam duas negras num batalhão de 26 modelos.
Enquanto isso, um grupo de ativistas negras protestava do lado de fora, exigindo que a cota fosse aumentada para 20%, para que o Brasil parasse de fingir ser o fiel proprietário de uma beleza suíça. Cantavam elas: “Eu vi a luta, estava lá, SP Fashion Week não deixa negro entrar!”. Que frescura, né? Afinal, se mal vemos negros nas passarelas, no concurso Miss Brasil (nenhuma candidata negra; até a Miss Bahia era loira, mas tingiu o cabelo de castanho porque sentiu vergonha), nos comerciais, em qualquer lista de mais belos, é porque... hum, por que mesmo? Ah sim, deve ser o gosto pessoal de toda uma nação!
Já faz um tempinho, uma leitora minha, a D, lembrou que, quando era criança, participou de um concurso de beleza na escola. Numa festa, os meninos montaram uma passarela de cadeiras para que as “meninas bonitas” desfilassem, sendo saudadas com gritos de aprovação pela plateia masculina. Conta D: “Eu, achando que os padrões não eram tão rígidos assim (afinal, vários adultos já tinham me dito que eu era uma criança 'bonita'), e ávida por ter aquela aprovação e me confirmar como parte do grupo das 'bonitas', me arrisquei a desfilar, com meus cabelos longos cacheados e minha 'cor de jambo'. Subi na tal passarela e logo a abandonei aos gritos de 'sai daêee', 'nega da favela', 'cabelo pixaim', etc. Naquele momento eu entendi o significado de MUITO feia. Era a questão da cor que definia tudo. E a questão da cor estava intrincada com a questão de classe. Ser feia era ser negra, ser negra era ser pobre”.
Bom, se este depoimento e os três documentários não te convencerem que o padrão de beleza é racista, sempre temos aqueles vídeos de cortar o coração em que os pesquisadores pedem pra crianças negras de três, quatro anos apontarem qual é a boneca feia (é a negra), qual a boneca burra (é a negra), qual a boneca má (é a negra). No final, a criança tem que dizer com qual boneca mais se parece, e ela sabe que é com a negra. Como deve ser crescer com uma autoestima dessas? Crer que a pele que habitamos é inadequada tem força pra afetar todas as nossas atividades. Odiar a própria aparência rapidamente se espalha para odiar o próprio ser, em tudo que ele representa (não só na sua aparência).
O Dia da Consciência Negra é uma data pertinente pra nos lembrarmos daquele slogan dos anos 60 que, a meu ver, não deveria ter saído de moda: black is beautiful. E serve para pensar no Zumbi, um herói nacional que lutou pela liberdade. Já passou da hora da gente se livrar das nossas amarras. Ao adotarmos um padrão único de beleza, todos saímos perdendo.
Mas, se todas essas evidências não adiantarem, fica a dica: não use mais o discurso de “gosto pessoal” pra justificar seu racismo. Fica feio.
Outro dia vi a prévia de um documentário americano chamado Dark Girls (Meninas Escuras). Nele, uma mulher negra diz se lembrar de pedir pra sua mãe colocar alvejante na água da banheira, para que ela pudesse embranquecer. Outra negra conta que os negros americanos preferem negras mais claras, e fazem divisão entre mulher pra transar, e mulher pra casar (só as menos escuras). Claro, porque os negros também fazem parte de uma cultura que prega que a beleza é clara. E isso se aprende desde criancinha. O comediante Chris Rock decidiu fazer o documentário Good Hair (Cabelo Bom) depois que sua filha de seis anos chegou da escola perguntando por que ela não tinha cabelo loiro e liso, como deveria ter se quisesse ser bonita (e que menina não quer ser bonita? Faz parte da nossa lavagem cerebral de todos os dias).
Ano passado vi um documentário de 17 minutos, The Colour of Beauty (A Cor da Beleza; veja aqui), que acompanha uma modelo negra nas suas tentativas (a maior parte frustradas) de conseguir trabalho. Os dados são que 87% das modelos no New York Fashion Week são brancas, a maior parte loiras. 6% são asiáticas, e 6% são negras. Mas as negras são o mais brancas possível. Um agente as descreve como “brancas banhadas em chocolate”. Elas devem ter as mesmas características das brancas e serem clarinhas. Nada de nariz ou lábios grandes ou cabelo afro. E quanto ao corpo, se tiver bumbum ou quadril um pouquinho maior, tá fora. Não há diversidade nas passarelas da moda, sabemos disso.
Aqui no Brasil, país em que até em Salvador (onde 80% da população é negra ou parda) comercial de margarina é protagonizado por loirinhos escandinavos, o Ministério Público instituiu, em 2006, uma cota obrigatória de 10% de modelos negras. Os estilistas chiaram. Além do manjado “não somos racistas”, alguns chegaram a dizer que a cor negra não combinava com uma indústria de roupas luxuosas. A cota de 10% acabou ficando mais como “sugestão”. E sugestão pode muito bem ser ignorada. Na São Paulo Fashion Week deste ano, por exemplo, quase todas as marcas só tinham modelos brancas. As marcas mais inclusivas traziam duas negras num batalhão de 26 modelos.
Enquanto isso, um grupo de ativistas negras protestava do lado de fora, exigindo que a cota fosse aumentada para 20%, para que o Brasil parasse de fingir ser o fiel proprietário de uma beleza suíça. Cantavam elas: “Eu vi a luta, estava lá, SP Fashion Week não deixa negro entrar!”. Que frescura, né? Afinal, se mal vemos negros nas passarelas, no concurso Miss Brasil (nenhuma candidata negra; até a Miss Bahia era loira, mas tingiu o cabelo de castanho porque sentiu vergonha), nos comerciais, em qualquer lista de mais belos, é porque... hum, por que mesmo? Ah sim, deve ser o gosto pessoal de toda uma nação!
Já faz um tempinho, uma leitora minha, a D, lembrou que, quando era criança, participou de um concurso de beleza na escola. Numa festa, os meninos montaram uma passarela de cadeiras para que as “meninas bonitas” desfilassem, sendo saudadas com gritos de aprovação pela plateia masculina. Conta D: “Eu, achando que os padrões não eram tão rígidos assim (afinal, vários adultos já tinham me dito que eu era uma criança 'bonita'), e ávida por ter aquela aprovação e me confirmar como parte do grupo das 'bonitas', me arrisquei a desfilar, com meus cabelos longos cacheados e minha 'cor de jambo'. Subi na tal passarela e logo a abandonei aos gritos de 'sai daêee', 'nega da favela', 'cabelo pixaim', etc. Naquele momento eu entendi o significado de MUITO feia. Era a questão da cor que definia tudo. E a questão da cor estava intrincada com a questão de classe. Ser feia era ser negra, ser negra era ser pobre”.
Bom, se este depoimento e os três documentários não te convencerem que o padrão de beleza é racista, sempre temos aqueles vídeos de cortar o coração em que os pesquisadores pedem pra crianças negras de três, quatro anos apontarem qual é a boneca feia (é a negra), qual a boneca burra (é a negra), qual a boneca má (é a negra). No final, a criança tem que dizer com qual boneca mais se parece, e ela sabe que é com a negra. Como deve ser crescer com uma autoestima dessas? Crer que a pele que habitamos é inadequada tem força pra afetar todas as nossas atividades. Odiar a própria aparência rapidamente se espalha para odiar o próprio ser, em tudo que ele representa (não só na sua aparência).
O Dia da Consciência Negra é uma data pertinente pra nos lembrarmos daquele slogan dos anos 60 que, a meu ver, não deveria ter saído de moda: black is beautiful. E serve para pensar no Zumbi, um herói nacional que lutou pela liberdade. Já passou da hora da gente se livrar das nossas amarras. Ao adotarmos um padrão único de beleza, todos saímos perdendo.
Mas, se todas essas evidências não adiantarem, fica a dica: não use mais o discurso de “gosto pessoal” pra justificar seu racismo. Fica feio.
292 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 292 de 292@ Dayane Ok.
"Eu só estou perdendo a vontade de comentar aqui a cada dia, só isso.
Cansada de gente insegura que tem que se fazer valer por meio de agressões e grosserias. É inacreditável que um blog com abordagens que enfoquem o tempo todo sobre o preconceito, a falta de tolerância e td o mais, tenha pessoas assim."
-- É como o CRISTIANISMO que prega o amor acima de tudo e por todos e daí cria e pratica suas diversas facções. E espalha intolerância por onde se faz presente.
@ Denise
"Em geral ignoro as ofensas e tento ser o mais educada possível. Só que às vezes é difícil controlar. . . . quem não tem experiência com agressividade e grosseria não consegue nunca competir com quem tem."
-- No geral brasileiro não sabe dialogar qdo as opiniões não caminham mano-a-mano. E isso vem de uma falha no sistema/ensino escolar. Nos EUA já no ensino básico os professores dão como trabalho escolar um tema polêmico e digamos 6 alunos vão debater o assunto. Três alunos contra e três alunos a favor. No começo do aprendizado o prof. é o moderador, mas depois de algum tempo outro aluno passa a ser o moderador. O debate é feito em sala de aula.
Depois do prmeiro debate é feita a troca da posição - quem era contra passa a debater a favor do assunto e vice-versa. E ess prática segue até o final do nível universitário. Durante um debate na TV ou em blogs, quem não segue respeita um ao outro qdo adversários em ideias, já sabemos que carece de "educação boas maneiras" e de "educação formação escolar".
E no frigir dos ovos existe algo chamado RESILIÊNCIA que o brasileiro tem pra vencer determinados augúrios da vida, mas não tem RESILIÊNCIA qdo se trata de lidar com ideologias e ideias polêmicas.
@ Dri Caldeira
"Mas o Governo brasileiro tem de se mover, tem de investir em profissionalização, educação, esportes e lazer, especialmente para as crianças e os jovens pobres, que, em sua maioria são negros e, por isso mesmo, voltamos àquela sua questão inicial."
-- E quem vai começar a se mover se não os próprios negros políticos e os próprios negros intelectuais e os próprios negros ricos das mais diversas áreas? - ensino, atletismo, empresarial, artistas, etc.?
O que Gilberto Gil e Pelé fizeram pra essa mudança? O que Caetano Veloso e Gal Costa fizeram pra essa mudança? O que Mílton Nascimento fez pra essa mudança? O que Carlinhos Brown fez pra essa mudança?O que algum atleta negro famoso e milionário fez pra essa mudança? Enfim, se não partir do próprio negro das elites não haverá a tal mudança. Ao se organizarem e se empenharem com seriedade e persistência então aí sim poderão contar com o apoio e força da elite branca dominante - ou pelo menos grande parte dela.
Kezia - gente imbecil não tem cor, nem raça, nem credo. E elas estão cada vez mais ao nosso redor.
Cândido,
Obrigada!
Sim, eu amei o comentário da Lola e já respondi em OFF pra ela!
Falei que sei, sempre tive consciência de que o que penso ainda é muito engessado e que ainda parto muito do que apenas conheço, do que tive como experiência pessoal, em cm muita copisa que penso é superficial.
Eu aceito ser corrigida, ser questionada, até mesmo que batam de frente comigo, Pelo menos eu acho, sempre reconheço quando interpretei algo mal, quando errei, quando minha visão foi estereotipada. Mas o que eu realmente não admito é gente achando que tem o direito de falar com vc cm quer, que por ter sofrido tem o direito de querer fazer sofrer e da mesma forma que óbvio, eu não posso partir da minha exepriência pessoal para dizer que assim acontece com todas as pessoas, tbm não podem pegar mil exemplos que viram (ateh mesmo regras sociais que existem) e querer aplicar a todos os seres do universo!Gente, tudo depende muito do contexto ao qual se inserem! CLARO QUE NÃO QUERO JUSTIFICAR DE MANEIRA NENHUMA, mas no bairro que moro, extremo Leste de São Paulo, dentro de uma favela a maioria são de negros e esse discurso de "Muito mais as morenas" eh extremamente recorrente!Não estou falabdo que eu sofro mais que elas, que elas não serão mais discriminadas que eu, não sei cm é viver ba pele delas e nunca saberei, mas não acho que uma coisa desqualifica a outra!
E obviamente, mesmo nós,sendo "Sararás", seremos menos discriminados que os negros.
Quanto a questão das cotas, eu vejo assim;sEria maravilhoso se não fosse necessário, se realmente, nosso país desse igualdade a todos. pq com certeza tanto o negro quanto o branco tem capacidade de entrar em uma universidade! Mas pela carga histórica, social, econômica e discriminatória que o negro vive todos os dias, isso é mais que um direito!Sou totalmente a favor!Infelizmente, isso não é o dial, mas é um método de emergência!
Dayane, seu problema não é não saber, nem ficar perguntando o que não sabe, nem nada. É já ter recebido explicações suficientes pra entender como as coisas acontecem e não ter entendido nada. Aí é q a coisa complica. VC foi solidária com a May, sem problemas. Mas vc foi solidária com o lado opressor. Entendeu?
Para quem é branco é difícil entender o racismo.Eu nunca achei que ser negro é sinônimo de ser feio, ou escolhi minhas amizades pela cor, mas sempre caia no senso comum, achava que ser chamada de "branquela " ou que minha amiga dissesse que não namorava branco, "pois branco é feio" era racismo. Então aconteceram duas coisas que fizeram cair a ficha. Fui parada em uma blitz pq estava com um amigo negro no carro e ao trazer uma amig a em uma festa na minha casa,uma parente perguntou a ela se era empregada doméstica. Saquei que por mais que fosse chato ser "zoada" de vez em quando por ser muito branca (zoações que renderam várias queimaduras de sol), isso não tem efeito prático. O peso de ser chamada de branquela é muito menor do que ser chamada de macaca por exemplo. No primeiro está explicito que você não toma sol, no segundo que é inferior. O racismo contra negros fere mais pq tem muito mais significado, não há como discutir isso.
Sobre as cotas, eu mudei minha opinião , por incrível que pareça, assistindo o Big Brother Brasil. Em uma conversa, uma participante que era professora universitária, explicou que as cotas não serviam para fazer " justiça social", serviam para ajudar a colocar negros em lugares melhores dentro da sociedade e assim mudar o imaginário popular. O negro passa de automaticamente relacionado a crimes e trabalhos subalternos a alguém que possa ser visto em qualquer papel dentro da sociedade. E só assim é que é possível acabar com o racismo...
Roxy, bullying é um tipo de preconceito, de discriminação, em função de poder e/ou relações de minoria.
Outra questão interessante que foi colocada pela Denise anteriormente é: como saber que etnia é a dominante no Brasil? É simplista, novamente, dizer simplesmente que é a branca, por causa da miscigenação. A branca pode ser aquela de cabelos castanhos encaracolados ou lisos, traços europeus, pele bronzeada. Pode ser a branca com descendência européia, loira, de olhos claros, pele mega branca. O branco admite diversos tipos de interpretações. É limitador de mais colocar como centro da questão o TOM da pele pra decidir se a pessoa sofre discriminação ou não. Quem aqui tem o poder de julgar quem sofre com isso e quem não sofre?
Discriminar é o ato de julgar ou tratar de forma diferente com base em preconceitos de QUALQUER ordem. Acredito que ser humilhado pelo tom de pele seguidas vezes, desde a infância (não SÓ na infância, espero que fique claro) não seja lá muito legal, pra brancos, negros, índios, o que for. Volto a dizer que ninguém veio aqui desqualificar a luta dos negros, pelo contrário. Sei que há um peso muito diferente em chamar alguém de “negra suja” e de “branquela”, pelas questões históricas, mas o “pré-conceito” e a discriminação existe além disso.
Teve gente aqui dizendo que era fácil branco vir aqui falar e se solidarizar, porque nunca sentirão o que um negro sente. Eu concordo, mas acho que deveria ser bom, socialmente falando, que os brancos se importem causa negra, sem que sua fala seja desqualificada, só por não ser negro. Todos deviam lutar, não só os negros, contra qualquer tipo de discriminação e intolerância.
E como já foi dito,acho que falta um pouco de tolerância aqui no blog, vinda quem deveria justamente lutar por igualdade, referente a histórias e vivências diversificadas. Volto a dizer: É questão de parar de segregar ao lutar pela não-segregação.
Dri,
Acho que eu é que me expresso mal. O que tento fazer não é continuar batendo na mesma tecla mesmo as pessoas explicando, o que tento fazer é explicar o pq de eu ter dado a tal resposta.
Meio off topic:
Cm foi o exemplo do post sobre a Marília. Eu comecei muito bem falando apenas sobre ela e com ela. EU ENTENDI que ela estava infeliz e eu "tentei a judar" dizendo que haviam exrcícios, dietas mais balanceadas, danças, natação. Pq realmente, cm nunca fui gorda, eu NÃO SABIA que isso poderia feri-la!Depois que me toquei o quanto ela já deve ter ouvido isso na vida e o quanto isso deveria ser frustrante!
Então tentei justificar o pq de ter dito "Falei várias vezes que ela me pareceu estar triste, que não sabia o que fazer e eu, no alto da minha ignorância sobre o assunto, tentei ajudar como podia.
O problema é que as pessoas não querem ouvir!Elas recortam partes do que vc disse, ignoram a parte que vc se retrata e continuam te atacando.Tenho que melhorar isso emmim, talvez isso seja até infantilidade de minha parte, mas essas coisas me magoam, pois até emsmo pelas coisas que já passei eu acho um absurdo maltratarem alguém por ser diferente ou pensar diferente de vc.
Isadora,
"Teve gente aqui dizendo que era fácil branco vir aqui falar e se solidarizar, porque nunca sentirão o que um negro sente. Eu concordo, mas acho que deveria ser bom, socialmente falando, que os brancos se importem causa negra, sem que sua fala seja desqualificada, só por não ser negro. Todos deviam lutar, não só os negros, contra qualquer tipo de discriminação e intolerância.
E como já foi dito,acho que falta um pouco de tolerância aqui no blog, vinda quem deveria justamente lutar por igualdade, referente a histórias e vivências diversificadas. Volto a dizer: É questão de parar de segregar ao lutar pela não-segregação."
Concordo totalmente
Ah Dayane, sabe o que é? É q estamos comentando coisas q são dolorosas para as pessoas q sofrem! Teve um tempo em q me machucava sim o tratamento de segunda q eu recebia por ser gorda. Só que eu posso emagrecer se quiser (COISA QUE NUNCA VOU FAZER) agora imagina quem é negro? Não tem como clarear a pele, esquece essa história de camara hiperbárica do Michael jackson. A dor de ser discriminado NUNCA se apaga. É uma tatuagem. Vc tem de ter jogo de cintura e ter argumentos fortes p/ justificar as coisas q vc pensa, tá? Não tô brigando com vc não, só dando toques.
isadora acho que você chegou um pouco atrasada. uma comentarista já disse que racismo no brasil não é "biológico" e sim, político.a minha crítica à denise foi o fato de ela chegar aqui como a inventora da roda, atentando para a miscigenação, sendo que ninguém, NINGUÉM aqui utilizou nenhuma lógica binária para dar conta do racismo no brasil (brancos opressores e negros oprimidos). agora, insisto todas as pessoas que relatam aqui seus conflitos por não fazerem parte do ideal de beleza, remontando principalmente aos tempos da escola, NÃO são discriminadas no país pela sua cor (e demais traços negros). mas o debate infelizmente se estagnou nisso: uma parcela das comentaristas acusando a outra parcela de simplista (sendo que a ÚLTIMA parcela não é simplista, está apenas interessada em debater a questão do RACISMO no Brasil aproveitando o mote do DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA e não os traumas de infância advindos de apelidos)
Eu sei , ás vezes eu faço um comentário bem inocentemente. Ainda não me toquei qe aqui há pessoas que realmente entendem e abraçam as causa que defendem, que tem embasamento pra falar, que aqui as discussões vão além do achismo.
Só não gosto de agressões, tanto comigo quanto com qualquer outra pessoa.
Vou tentar não ficar mais tão nervosa com essas coisas. E acreditem, isso realmente me faz mal, mesmo sendo apenas discussões de internet.
é Day, relaxa, não leva nada pro lado pessoal. Fica mais fácil. Mas nunca de maneira alguma aconteça o q acontecer PARE DE PERGUNTAR!!! Nem de expôr suas idéias!!
isadora, recomendo a releitura do meu comentário, especialmente, dessa parte aqui: O que criticamos foi a insistência de vocês em chamar isso de racismo, reinvindicando o status de discriminadas, numa sociedade em que por motivos óbvios, vocês não são discriminadas (ao menos não pela cor).
"É questão de parar de segregar ao lutar pela não-segregação."
É isso aí.
Olha eu li um livro q me ajudou um pouco a entender o racismo no Brasil e no geral. Preto no Bracno, de Thomas Skidmore. Qdo eu tinha 20 anos, me ajudou enormemente!!
Roxy,
Obrigada por me dar o crédito da invenção da roda. :)
Mas, contrário ao que você falou, vieram sim com a lógica branco e preto do negro oprimido e branco opressor. Leia alguns posts acima. E se alguém falou no efeito da miscigenação no Brasil, foi muito de leve, então achei que deveria chamar a atenção ao fato.
Apenas...
LisAna,
O americano também não sabe dialogr quando as opiniões não vão mano a mano; não é só coisa de brasileiro. Veja só como está a política americana e os diálogos entre os dois partidos... e mesmo dentro de um partido.
As crianças americanas podem até ter aulas de como discutir, mas o efeito ainda não chegou ao mundo adulto.
Gostei muito do que a Isadora falou. Concordo com a análise dela, clara e ao ponto.
Ah... a arte de saber se expressar bem...
Roxy, entendi o teu argumento.Em nenhum momento falei que sofremos racismo, pois creio que seja uma palavra muito forte pra ser usada no contexto em que eu e outras citamos. Me referi a preconceito e discriminaçao e depois a segregaçao.
Pode nao ser o senso comum dizer que brancos (muito brancos e nao os brancos morenos ou “amarelinhos“, “normais“) sofrem discriminaçao, mas como falei, bullyng tbm e um tipo de discriminaçao. Enfim, poderia citar muitas situaçoes aqui, mas nao acho que valha a pena, pelo que ja foi dito. Quem esta fora da situaçao, dificilmente vai compreender, assim como o que foi dito de que quem nao e negro dificilmente vai entender a dor de um negro ao sofrer racismo.
Ah, e uma correçao, roxy. A todo o momento estas citando “traumas ocorridos na infancia“ mesmo que eu e outras ja tenhamos esclarecido que nao foram situaoes so ocoridas na infancia e sim que ocorrem no nosso dia a dia, ate hoje.
Denise, dizer que americano não sabe dialogar é mesmo uma piada... o que está acontecendo agora é uma disputa pra escolher o candidato do Partido Republicano e eu não sei por quais vias esses debates chegam até vc... eu vi alguns debates do começo ao fim ao vivo sem intérprete e sem tradutor. E depois vi análises do debate e tb vi os comentários dos próprios debatedores. Não existem ofensas... existem acusações, é verdade... mas a pessoa tem a chance de se explicar.
Essa disputa acirrada é pra escolher o candidato a disputar as próximas eleições com Obama e é bem mais educada e civil e que dá o que a gente aproveitar do que os debates políticos brasileiros.
Vou te dar um exemplo do que Oprah, americana negra, milionária, da TV, passou na França há 4 ou 5 anos qdo estava lá em férias. Ela estava andando pelas ruas de Paris sem maquiagem (e a Oprah de cara lavada nada tem a ver com a Oprah da TV)... ela, mais Gayle King melhor amiga dela, o companheiro dela e o segurança, todos negros entraram na butique Louis Vutton. A balconista se recusou a atendê-la (não reconheceu que era a Oprah). A balconista disse que já estava encerrando o expediente.
Paparazzi viram, tiraram foto e o assunto explodiu nos EUA. Qdo Oprah retorrnou à programação normal ela se reportou ao assunto pq era tema de toda TV americana. Ela simplesmente contou o que ocorreu. Não desclassificou ninguém, não acusou ninguém e nem falou em direitos de seu ninguém.
1-2-3 a Louis Vutton telefonou pra produtora dos programas da Oprah e um figurão da empresa pediu pra ser convidado no programa dela e esclarecer o assunto. Oprah não prepara a conversa antes da gravação... ela apenas sabe quem é o convidado e qual será o assunto. O executivo da LV deu a explicação, se desculpou, Oprah aceitou o pedido de desculpas, disse que não queria que a funcionária perdesse o emprego. Uma vez acieto o pedido de desculpas, fim de conversa.
Os ancestrais da Oprah foram escravos da família de quem descende Elvis Presley e por isso parte da famíla delal tem o sobrenome Presley e ela foi investigar isso pra saber se havia algum parentesco. Há negros americanos que não gostam da Oprah, o que é difícil acreditar. Eu já vi cara branco racista no programa da Oprah e durante entrevista chamar os negros de macacos. Uns 15 anos depois ela convidou o cara novamente pra aber se ele ainda tinha a mesma opinião e a resposta foi tremendo pedido de desculpas.
Outro que já chamado pela impresa de tanto insuto, minha nossa foi Dick Cheney (vice do Bush filho). Deixando de lado o que pe4nsam da política dele e vou me concentrar na comunicação. Ele é de uma classe tremenda num debate. Pode ouvir o pior insulto ou alguém dizer o que ele acha de que tal pessoa falou que ele isso e aquilo e ele nunca perde a classe.
Acho que vc está considerando debate como algo exclusivo a política e eu vou muito além disso. Se vc conseguir encontrar no YouTube Ike Batista dando entrevista a Charlie Rose vc vai entender a que me refiro.
Veja vc alguém aí disse pra Dayane "seu problema é que vc..." oras, pq não dizer "eu entendo que seu problema..." "me parece que seu problema..." ou "vc já considerou..." e em resposta ao meu comentário vc dizer que "pode ser que as as crianças americanas blablabla mas o adultos..." isso é falta de uma visão abrangente ou ser mal informada ou reagir a textos inflamatórios contra americano, mas no frigir dos ovos nunca li nada que enaltecesse o feminismo fora do Brasil que não fosse sobre o feminismo da muoher americana... a grande Sinmone de Beauvoir, francesa, é apenas citada como autora de um famoso livro feminista e fica aí.
Lola talvez porque ja tenha trabalhado com diagramação e ilustração, presto muita atenção nas imagens que vc coloca nos seus posts, e geralmente gosto muito, mas essa foto dessa garotinha é muito linda, fiquei até curiosa pra saber quem ela é.
Denise, não tenho confirmação, mas essa garotinha só pode ser a própria Lola!!
LisAna,
Acho que você é um pouco deslumbrada com a sociedade americana. Não me tome mal, eu gosto muito dela, mas não fico achando que tudo que os americanos fazem é maravilhoso e serve de exemplo para todos. Eles tem coisas muito boas, tem coisas ruins e tem coisas nas quais são iguais a qualquer ser humano.
Então, complementando, eu discordo do que você diz pois eu convivo com americanos o tempo todo e eles não são vulcanos como você diz. Representar o americano com atrizes, atores e celebridades em geral não é uma boa representação. Eles tem uma imagem a manter. E dou a mào à palmatória um pouco no que se refere ao meu comentário sobre os políticos pois eles também tem uma imagem a manter. Ao mesmo tempo os políticos são eleitos pelo povo e a princípio representam quem elegeram, enfim.
No final o que eu quero dizer é que eles também perdem as estribeiras, também usam de grosseria e agressividade quando a discussão não está indo do jeito que querem. Conheço americanos que são uma flor de educação assim como conheço brasileiros que são uma flor, assim como alemães e franceses etc. Mas também conheço americanos grossos em uma discussão assim como brasileiros grossos, alemães, franceses etc.
Saia um pouco do foco celebridade.
PS. Cara! Quem não sabe quem é Dick Cheney? Sério?
Denise, Dri, qual menininha de qual foto? A menina do post? Vish, não sou eu não. Eu sou a menininha do cabeçalho do blog, e só. E muito ocasionalmente, quando falo da minha infância, incluo outras fotos minhas de quando era criança. Não sei quem é a linda menina do post. Eu procurei no Google, acho que escrevi “little black girl” ou algo assim.
Lisa, já é a segunda vez que você diz que nos comentários de blogs americanos o pessoal é de alto nível (em comparação com a falta de educação brasileira). Sinto muito. A única coisa que posso dizer prum comentário desses é que você não anda lendo muitos comentários de blogs americanos, né? Só pra te dar um exemplo entre, sei lá, bilhões. O primeiro contato que eu tive com o masculinismo não foi com os mascus brasileiros, e sim com os mascus americanos. Eu nem sabia que existia esse nível de demência humana. Descobri ao ler os comentários deixados num post de um blog americano em que uma mulher falou sobre o estupro dela. Tem quase 4 anos que escrevi um post sobre o assunto. Por favor, leia e volte aqui pra dizer o quanto os americanos são pacíficos e bons em argumentar porque tiveram Debate e Speech classes no high school.
Mas é da menininha do cabeçalho q tô falando, da foto em preto e branco.
Quanto à questão da 'morenidade' (adotei o termo) eu sempre me incomodei muito quando via negros sendo chamados de morenos, porque parece que a pessoa tem medo ofender a outra. Como se chamá-la de negra fosse algo ruim. Uma vez, saí com um amigo muito negro, e uma menina nos ouviu falando de cor da pele, naturalmente, bem na boa mesmo.. aí uma menina tentando "confortá-lo" disse: ah, você é moreninho só!
ele respondeu surpreso: moreninho? sou preto mesmo, tá economizando tinta?
Morri de rir! Adorei!
Denise, vc fala da foto lá do alto do blog? Pra mim é a Lola qdo criaança... eu vi uma foto dela lá pelos 10 ou 12 anos lá naquela entrevista pra revista TPM e essa menina me parece sim ser a Lola criança. Bem, se é essa a foto que eu penso vc perguntou quem é a manina.
Denise, no que se refere a Hollywood eu não tomo essa gente como exemplo pq nem de cinema americano eu gosto... vez ou outra posso citar algo de positivo, mas Hollywood e atores americanos e filmes americanos não são da minha preferência.
Ah sim, a sociedade americana tem muita coisa da gente se arrepiar e qdo alguém aqui abordar isso, eu serei a primeira a compactuar.
Acontece que no geral eu vejo muita gente fazendo dos EUA saco de pancada e por outro lado dando exemplos de grande intelectos americanos... fica bem contraditório, não é?
Agora vou ver o debate entre os republicanos que querem concorrer com Obama 2012. Volto depois.
Sim, embora muita gente discorde, eu sempre defenderei que não devemos classificar as pessoas por raça, não importa os argumentos que se use pra dizer que isso é uma coisa boa. Não por ter medo de confrontar, de enfrentar as coisas, de reconhecer os problemas, mas por discordar das soluções que estão sendo tomadas para essas questões.
Parece que a velha guerra de raças está ficando mais forte do que nunca, com todos os lados querendo afirmar a sua raça e estar entre os seus iguais.
Porém, essa discussão das cotas raciais nas universidades parece ter perdido completamente o sentido quando vários estados estão aprovando leis que criam cotas raciais nos concursos para cargos públicos. Há cotas para tudo: policiais, professores, médicos, enfermeiros, engenheiros, procuradores, juízes etc. Enfim, todos os cargos do funcionalismo público.
Acredita-se que isso vá responder ao preconceito e à discriminação. Não sei se ter algumas autoridades negras ocupando cargos por sistemas de cotas vai mesmo causar tamanha revolução.
Ah! tá bão Lola e cadê sua resposta qdo eu te perguntei pq vc deixou de receber a revista Ms? Eu simplesmente eu/vou te presentear com uma assinatura por dois anos... minha pergunta foi há vários dias... e até agora NADA da sua respotas. Mas pra me dar um PITO vc é vem rapidinho, hein? um chero.
Dri Caldeira, Vc implicou com o 'magra'...rsrs Na verdade minha norinha linda tem uns quilinhos a mais por causa da cerveja...mas já ensinei todo o pulo do gato prá ela.
Agora, falando sério, vc vê alguma dificuldade em perder peso? se positivo, seria por causas genéticas ou culturais (culinária afro, tipo soul food, etc)?
Se vc quiser debater sobre dietas, imagem corporal, etc, estou à disposição. Ser negra não é sinônimo de ser gorda, moça!
Eu gostei da resposta da Ana Clara que exemplificou mostrando que ninguém diz "só podia ser uma branca". Todo mundo que entra na categoria do "só podia ser ...." claramente sofre discriminação.
Lisa, não me lembro de ter lido seu comentário sobre a Ms. Muitas vezes eu estou tão na correria que leio os comentários por cima, e deixo de responder muitas perguntas que me são feitas. Não é proposital, é falta de tempo mesmo. Hoje eu também não tive tempo, mas como passei o dia inteiro em casa, deu pra acompanhar melhor os comentários. Bom, respondendo a sua pergunta de por que parei de assinar a Ms, lembre-se que eu era muito pequena, então logicamente não era eu que assinava a Ms, era a minha mãe. Mas, pensando bem, não acho que ela assinava a revista. Será que na década de 70 o pessoal no Brasil assinava revistas do exterior? Havia essa possibilidade? O que eu me lembro é de vários números isolados da revista, que certamente chegavam em casa (e como chegavam, eu não lembro, mas acho que minha mãe comprava em algum lugar, vou perguntar pra ela – responde aí, mãe!) com meses de atraso, mas pra mim não importava. Não sei bem por que deixei de ler a Ms. Eu leio tudo que aparece na minha frente, então provavelmente deve ter parado de aparecer. Até hoje guardo uma edição especial dos anos 70. E é como eu falei no post sobre a Ms., aquela edição com a Bette Midler na capa eu li e reli até cansar. Deve ser a Ms. que eu mais me lembro.
Obrigada pelos links, muito bons.
@ Moema G.
É cada mal entendido rolando entre os comentários... a Dri que andou espinafrando meio mundo aqui não é negra... ela é branca e namora um negro, pelo que entendi... ou será que tb estou em estado de confusão mental como ela me apontou?
besitos grandotes para Lolita...
LisAnaHD, já percebi meu engano, mas vez que a Dri tomou as dores da minoria, fico aguardando o comentário dela.
Bjs
Desculpe a demora p responder Lola, mas me referia a foto da menina negra usando uma blusinha bem colorida e com uma expressão incrivel no rostinho.
Tenho a impressão de ja ter visto essa garotinha em algum outro lugar só não me recordo de onde.
Lola, este post me tocou especialmente porque eu cresci exatamente com esse padrão de beleza martelando a minha vida e isso trouxe sérios danos em todo o processo de formação da minha auto-estima.
Tenho a pele clara e o cabelo muito crespo mas um pouco claro também, o que as pessoas chamam de "Sarará". Minha mãe é branca de cabelo liso e nunca tive contato com meu pai, que já faleceu e era negro.
Fui levada por todos os lados a acreditar que eu era feia por causa do meu cabelo, que era “de preto”, “ruim”, e vivi muitos anos em luta com ele. Eu não saía na rua quando ele estava natural, alisei o cabelo sistematicamente desde os nove anos de idade, usei até ferro de passar roupa para alisá-lo (como muita gente) e fiquei careca duas vezes por alisamentos com soda cáustica, uma dessas vezes no dia da minha “formatura” da quarta série, aos dez anos de idade.
Quando eu era menor, queria ser paquita. E minha mãe, que também era muito nova, chorava porque sabia que eu nunca seria paquita, afinal, eu não era uma menina branca, loira de cabelos lisos! Como minha mãe e toda a família dela são brancos, eu não tinha nenhuma referência, e achava que eu era simplesmente feia.
Eu demorei décadas para perceber que o que eu sofri na infância na verdade era racismo! Estudei em uma escola pequena, privada, classista e racista - que só tinha um aluno negro, bolsista, claro. E as crianças lá cantavam para mim a música “Reggae Night” e eu não percebia na época porque aquilo para eles era uma ofensa e porque eu realmente me ofendia tanto.
Minha mãe conta que, quando eu nasci, uma das primeiras coisas que falaram pra ela foi “Ainda bem que nasceu branquinha”… E outras pessoas da família da minha mãe falavam que meu cabelo era crespo por causa da idade, hormônios da adolescência, ou de uma influência sei lá da onde (nunca negra!).
Enfim, hoje, aos vinte e cinco anos, com o cabelo crespíssimo, totalmente natural, formada em Antropologia e morando na África, em Moçambique, eu olho para trás e percebo quantas formas e diferentes expressões o racismo pode adquirir na nossa sociedade, principalmente nessa fábula da miscigenação que é o Brasil e na formação de uma auto-estima feminina, o que por si só já é um processo complicado nesse bombardeio de padrões que a sociedade machista nos impõe.
Fico revoltada por imaginar quantas crianças, principalmente meninas, da minha e de tantas outras gerações cresceram sem imaginar que podiam ser consideradas bonitas – por elas e pelos outros!
Por outro lado, vejo uma luzinha no fim do túnel em algumas coisas como o clipe da Willow Smith de uma música chamada “Whip my Hair”. Tudo bem, sei que não é uma coisa lá muito progressista e reproduz vários clichês, mas é a linguagem da molecada mostrando uma menina negra, de cabelo crespo, trançado como a “popular”, incentivando as outras crianças a “whip your hair” seja lá como ele for… Precisamos de mais expressões como essa no Brasil, que ajudem a empoderar as crianças negras, fazê-las sentir orgulho se sua origem e que façam as meninas negras se sentirem lindas e poderosas com seus cabelões!
Quem sabe o fato de a maioria da população brasileira já ter “coragem” de se auto-intitular parda ou negra seja também um indício de que esta caminhada contra o racismo pode começar a andar a passos um pouco mais largos… porque o caminho ainda é muito longo!
Adorei esta matéria, pra variar!
Além disso me identifiquei muito com o comentário da Talita e da Miss M. Minha história é bem similar em vários pontos!
Também venho de uma família de negros + índios e outra de apenas brancos. Sempre tive problemas de aceitação pessoal, principalmente com meu cabelo e nariz. Hoje, aos meus 27 anos, adoro meu cabelão e acho meu nariz perfeitamente normal, aliás, super bonitinhho!
Entre os elogios que já recebi na vida a tal beleza "exótica" sempre marcou presença. E eu sempre me incomodei com isso! Poxa, é belo ou é exótico!? Pra mim, exótico traz um conotação de 'estranho'!
Tenho entendido cada vez mais essa expressão. Ela significa que a tal bela exótica tem características de branco apesar de também ter traços negros! Como disse, há muito anos, meu primeiro namorado (loiro): Engraçado, você tem a pele clara mas tem cabelo de negro!
Acho que ser pardo gera uma dúvida nas pessoas e ela é resolvida por uma matemática oculta. Em primeiro lugar, o cálculo considera a porcentagem aparente de branco ou negro em você. Depois contam outros fatores : se você rico ou de classe média (e se veste ou se comporta como tal), se você é educado o suficiente, inteligente, competente, etc (características que aparentemente não são esperados para negros).
Pra alguns o cálculo resulta em estranheza, pra outros em beleza exótica. Ou ainda, naquela sensação de "Ah. Ela nem é tão negra assim! Ela é morena. Como ela é boazinha a gente deixa ela participar!" Eu sinto isso muitas vezes hoje em dia... Por outro lado fica uma sensação de "Ah se ela não se comportar a gente sabe o porque. Afinal, ela tem um pézinho lá né? (na sezala)"
Se isso não é preconceito racial, não sei o que mais pode ser! Gosto pessoal passa longe disso!
Mas enfim, sabe o que eu acho o maior dos mistérios? Como é que alguns conseguem perceber o racismo tão facilmente enquanto outros só conseguem arranjar desculpas!?
Ô, Dayane. O problema é que usei sarcasmo. Realmente, trata-se de um recurso irritante, eu sei, você tem razão quanto a isto. Mas sabe o que é? É que várias pessoas escreveram comentários enormes, bem articulados, claros, enviaram links de textos (os posts do blog “Liberal, Libertário, Libertino” são fantásticos), e você praticamente desconsiderou tudo... eu não tenho como argumentar, só me restou o recurso do sarcasmo.
Eu também sou muito branca, também era “barata descascada” na escola, mas isso não pode ser confundido com racismo, com uma discriminação histórica de uma parte importante da população!!! Não somos uma categoria humana inteira desqualificada. Somos o padrão de beleza, de status e de suposto comportamento ordeiro. Os dados periódicos do IBGE confirmam isto. A maior parte da população negra ainda é pobre, com baixa escolarização, com empregos cujo status é menor, enfim... se isto não se dever à discriminação, se um padrão, assim, tão identificável, não for estrutural... como socióloga, tiro minhas calças e piso ‘encima’ (rsss)
A questão é que seu discurso pode esvaziar, política e moralmente, demandas, argumentos, bandeiras de pessoas e grupos que pensam e lutam contra o racismo.
Seus argumentos são frequentes e conhecidos no discurso racista.
Se meu sarcasmo te irritou... bom, sarcasmo é pra irritar, mesmo, pra incomodar, pra “tirar as coisas da ordem”, em uma tentativa de que fiquem mais claras. Não me desculpo por isto.
Mas eu também saio desta bem irritada. Porque, em um post sobre racismo, e contra o racismo, vários dos argumentos apresentados nos comentários mostraram um racismo tradicional, arraigado, parte importante do caráter brasileiro. Os seus comentários (assim como os da Denise) são apenas exemplos disto. Não estou acima de você. Não estou imune ao racismo. Mas proponho pensar sobre isto, de maneira crítica, e não apenas reproduzir esta faceta perversa do nosso caráter nacional.
Vamos problematizar. Mas, se isto não for possível, o sarcasmo pode ser um recurso sim, porque não?
Karina,
Pela milésima centésima vigésima nem sei que vez:
EU NÃO USEI UM DISCURSO PRA DIZER QUE SOFRO RACISMO!EU MESMA ESCREVI NO POST QUE O QUE SOFRI NÃO FOI RACISMO! EU FALEI MIL VEZES QUE O QUE EU FALEI FOI COM A MAY E PARA A MAY!
Eu vi todas as coisas que mandaram, concordo com todas , nunca discordei! Eu vejo muito racismo de perto, mas confesso e não tenho vergonha de dizer que sim, eu achava antes que racismo era o preconceito contra "raça", não entendia que racismo era muito mais que isso, mas eu entendi isso e escrevi aqui. O que me deu raiva (e por isso esse meu último post que vou até apagar daqui, já que ele não faze sentido dentro do blog, coloquei mais para não parecer qeu eu estava "falando pelas costas") é que mesmo eu tendo explicado, eu tendo me retratado, as pessoas continuaram jogando indiretas do tipo "vamos lutar pela liberdade das brancas e magras" ou "pessoas que defendem o racismo branco são as mesmas que defendem a parada hetero", sendo que eu não defendi racismo branco nenhum! Só disse que o preconceito, mesmo que mínimo que a May passou (e tbm a Denise) não deve ser simplesmente ignorado, pois cada um sabe a dor que sente. MAS NÃO DISSE QUE ERA COMPARÁVEL A TODA A OPRESSÃO HISTÓRICA E SIOCIAL QUE OS NEGROS SOFREM< jamais disse isso, e vcs ficam jogando várias indiretas que é isso que estou falando.
E quanto a ironia, relaxa, eu vou começar a pensar 3, 4, 5 vezes antes de postar no blog e já postarei preparada que talvez não tenha respostas tão delicadas.
o Karina não sei se vc se referiu a mim afinal ha mais de uma Denise aqui nos comentários, mas mesmo lendo todos os comentarios dela não vejo onde que vc detectou racismo sobre qualquer forma nos meus comentarios e nos dela.
Gostaria que me esclarecesse se é que é possível.
Percebendo o problema com endereços longos, encurtei o do artigo da Elisa Lucinda:
http://migre.me/6dTfH
Francisca:
Deixa eu explicar porque não gosto de miscigenação.E não gosto mesmo.
Minha mãe se separou do meu pai após 25 anos de um casamento que eu diria, bem-sucedido até então.
Quando ela queria agredir verbalmente meu pai, não houve uma ofensa que não começasse assim... preto(complete com a ofensa que você quiser)!
Você conhece um poema da Elisa Lucinda "Mulata tipo exportação"? Tem um trecho que diz"porque deixar de ser racista meu amor, não é comer uma mulata"...pois é:não é mesmo!
A miscigenação é uma "lavagem de lata" e "um engodo cultural".Se o racismo fosse explícito seria mais fácil combater.
É difícil se defender quando tudo é tão tão tão sutil.
Post lindo, Lola. Eu tava pensando nisso esses dias... Eu tava no metrô (em São Paulo) e entrou uma mãe e sua filha. Ambas negras bem escuras e ambas lindas de morrer, com os cabelos trançados, os narizes largose e aquela boca impressionante, além do olho da menininha, grande e expressivo. A menininha ficou me olhando - meu visual chama um pouco de atenção, com piercings e tatuagens - e eu não pude deixar de pensar como talvez ela nunca entendesse quão linda é, não nessa sociedade, só por ser negra e ligeiramente gordinha... Achei injusto, e ao mesmo tempo achei um privilégio meu que eu pudesse ver e entender... Não deveria ser.
Sabe o que é, Dayane? É que seu discurso, por inversão (você inverte a lógica da discriminação racial), deslegitima os argumentos contra o racismo. Mesmo que você não tenha a intenção de tratar seu sofrimento como fruto do racismo. E, mesmo que você não tenha ciência disto, estes argumentos por inversão são bastante comuns no discurso discriminatório. Existe um contexto (social e cultural) em que os elementos levantados por você são, sim, racistas.
Eu não estou dizendo que você é racista. Tudo o que eu quero dizer, por meio do sarcasmo ou não, é que você deve ter cuidado ao levantar determinadas questões. A discussão inicial se dava em torno do gosto e do padrão de beleza. Dizia que tais padrões não são fruto do acaso e das idiossincrasias pessoais. Neste contexto, especificamente, aplicar a lógica da inversão (também sofro por ser branca demais) é perigoso. Este argumento existe na lógica racista. Só isso. Por favor, releia comentários como os do Bruno, da Roxy Carmichael, entre muito outros. E, por favor, leia o blog “Liberal Libertário Libertino” sobre estes assuntos, além dos outros posts da Lola, a respeito. São sem dúvida, extremamente esclarecedores.
Dayane, veja, contexto é muito, muito importante, mesmo.
Denise, era a você que eu me referia, sim. E a seus comentários repletos de personificações. Meus argumentos à Dayane se aplicam a seus comentários, também.
Souferrofundido,
Entrando um pouco na sua conversa, com licença... entendo seu argumento. Não que eu concorde (na verdade não sei), mas entendo sua lógica. Há toda uma perspectiva similar na luta por direitos raciais nos Estados Unidos. Você já deve ter visto a série para tv Todo Mundo Odeia Chris. Existem argumentos parecidos, por lá. Ou os filmes do Spike Lee. Ou as discordâncias entre Mandela e Malcon X. Acho que por lá, há um confronto direto, não mascarado por uma falsa miscigenação. Ao menos, as coisas são mais discutidas do que aqui...
Tudo bem, eu entendo que eu possa ter feito isso sem perceber, nem imaginava que uma simples postagem que fiz iria dar em td isso! Se for isso, sei lá, peço desculpas, pois eu nem imaginava que existia isso.
Mas continuo achando que tudo ficou bem desmedido e fizearm críticas por demais exageradas.
Mas bem, prometo esse ser o último post que faço sobre esse assunto, nem vou voltar a caixa de comentário pra não começar td de nv.Bjos
@souferrofundido
Embora compreenda seu ponto de vista, fico muito feliz que um combate à miscigenação seja inviável, praticamente impossível de ser implementado.
Em primeiro lugar porque sou fruto da miscigenação e me orgulho disso.
Em segundo lugar porque quero que sa pessoas possam se relacionar com pessoas de outras etnias sem serem cobradas por isso.
Em terceiro lugar porque os racistas também são contra a miscigenação, principalmente os de ideias eugênicas. Por esse motivo, casamentos interraciais eram proibidos no passado. Não dá pra retroceder. E seria triste concordar com os racistas justamente nisto.
Seria mais fácil combater o preconceito se não houvesse "mistura"? Talvez. Mas acho que não dá pra combater uma opressão criando outra. Pra mim, o combate ao racismo INCLUI a aceitação de relações interraciais (ou, no mínimo, a não-repressão a eles). Se há uma coisa que eu prezo, é a liberdade. Por isso considero inadmissível a ideia de uma "segregação amorosa/sexual" nesse sentido. Os fins NÃO justificam os meios, e o caminho (aparentemente) mais fácil nem sempre é o melhor.
Pelo mesmo motivo, rejeito a postura dos rabinos ultraortodoxos de condenar uniões interreligiosas (e as homossexuais).
Por isso, fico feliz que pessoas de qualquer sexo/ cor/ religião possam se relacionar com pessoas de qualquer sexo/ cor/ religião (possibilidades homo incluídas, saudando as decisões recentes do STF e do STJ).
Lola, recomendo demais o filme documentário "Olhos Azuis", se é que você e o pessoal na discussão aqui já não assistiu. É um documentário fantástico, ótimo pra discutir a temática da diversidade, identidade, diferenças, opressão, etc, e como fazer para as pessoas terem o mínimo de empatia! Talvez a experiência da profa. que encabeça o documentário devesse ser aplicada em massa. Ótimo texto! Abraço, Ana.
Espero que fique claro desde o inicio que não tenho a intenção de desqualificar o movimento negro, pelo contrário, mas que tenho algumas duvidas sinceras, já que aqui e um espaço estendido do post para discussões e esclarecimentos, acredito. Espero que seja entendido.
Racismo então é só contra negros?
Racismo só tem a ver com questões históricas?
Pesquisei em vários outros blogs desde ontem e até mesmo questões judiciárias. Pelo que entendi e que já era minha opinião anterior, racismo é um TIPO de discriminação, que está relacionada a várias ouras formas de DISCRIMINAÇÃO, como por exemplo, a xenofobia, o bullying. E discriminação é todo o ato de julgar o diferente. Racismo, ao que eu entendi se aplica a qualquer raça, em menor ou maior grau.
De acordo com o argumento de vocês, os bolivianos que são discriminados aqui no brasil, ocupam cargos baixos, moram na periferia, são altamente discriminados nas escolas e "desculturalizados" não sofrem racismo, pois não possuem as mesmas questões histórias? A escravidão é o que legitima o racismo?
E uma outra questão: relacionaram os comentários dasmeninas brancas com um homem vir reclamar em um post sobre machismo. Concordo plenamente, se o homem viesse desqualificar o movimento feminista usando argumentos do tipo "mas eu fui descriminado por mulheres" (coisa que ocorre com frequência). Mas e se ele usasse o espaço pra falar sobre um abuso sexual sofrido por ele quando criança, feito por uma mulher, por exemplo, relacionando ao tema do post, mas com outra visão e sem de qualquer modo, desqualificar o feminismo, seria certo a fala dele ser desqualificada por ele ser homem?
Mais uma questão... Se fizerem comparações com uma branca (não mestiça) descendente de europeus, relacionadas a Hitler (como ja aconteceu comigo e com minha mãe várias vezes), com a intenção de agredir... Do mesmo modo não seria racismo?
Como eu disse anteriormente, pra mim a base é combater a qualquer discriminação e não ficar segregando.
Falei que não ia comentar mais mas impossível não comentar o que o Bruno falou:
Eu tbm me orgulho muito, Bruno, por ser fruto da miscigenação!Sou uma mistureba só e achai inviável acreditar que segregando pessoas iremos lutar contra o racismo. Não acho que a msicigenação é a culpadao pelo racismo, lembren-se que os nazistas defendiam uma raça "pura e ariana!".
Meu avô era loiro dos olhos azuis e minha avó é mulata, por parte de mãe. Meu avô era neto de índio e minha avó filha de portugês come spanhol, por parte de pai. Mas todos eles eram mais que isso, eram seres humanos que se amavam!Minha avó, mãe do meu pai sempre nos contou que foi apaixonada pelo meu avô durante 10 anos antes deles se quer namorarem!Isso deveria ser vetado por serem de etnias diferentes/ Meu avô (por parte de mãe) achava minha avó linda sendo negra (ela mesma filha de um negro com uma loira "sarará"), sempre falava "Ah, mas essa mulata ainda me mata!". pelo que sei, da parte de ambos os casais, nunca ouve acusações pela cor de ninguém, só meu avô que sempre falava sobre o fato de minha avó ser cearense, mas cm se isso a fizesse ser "Gênio ruim".
Acho que quando a pessoa é preconceituosa ela é independente da cor, do sexo, de tudo. O fato da mãe da "souferrofundido" sempre atacar a cor do pai dela mostra quela era uma mulher preconceituosa, mas não que isso se devesse a miscigenação.
Nossa Isadora!!!Eu escrevi exatamente isso no meu último post!
"Como algumas meninas disseram, foi como se eu entrasse em um post sobre violência sexual contra a mulher e eu, sendo no caso homem, reclamasse “Ah, mas homem tbm sofre assédio!Minha vizinha gostosa vive dando em cima de mim!”, o que faz todo o sentido,pois isso é querer justificar a ação do agressor e culpar a vítima. Mas e se fosse um homem entrando nesse mesmo post dizendo que foi estuprado? Que de verdade, mesmo não sendo mulher, sofreu abuso sexual? Ele seria desconsiderado e escorraçado pelo simples fato de ser homem? "
e vc escreveu:
"Concordo plenamente, se o homem viesse desqualificar o movimento feminista usando argumentos do tipo "mas eu fui descriminado por mulheres" (coisa que ocorre com frequência). Mas e se ele usasse o espaço pra falar sobre um abuso sexual sofrido por ele quando criança, feito por uma mulher, por exemplo, relacionando ao tema do post, mas com outra visão e sem de qualquer modo, desqualificar o feminismo, seria certo a fala dele ser desqualificada por ele ser homem?"
Exatamente a mesma coisa!
Luis Prata parabéns pelo seu comentário, ele se aplica a mim e acho que a mais da metade da população brasileira, se não até mais, portanto ferro fundido ainda bem que vc não manda no mundo, se fosse assim certamente não existiríamos.
Karina sinto muito se seu sistema de detecção de racismo é tão sensível, mesmo porque como disse o Luis Prata me orgulho de meus antepassados que incluem os negros, nem nunca escondi isso de ninguém, procuro fazer minha parte para que essa mancha do racismo desapareça da face da Terra, espero q vc com toda a sua sensibilidade esteja fazendo o mesmo.
AH GENTE, É LUIZ PRATA! Não sei de onde tirei que era Bruno!
Isadora,
entendo e me parecem legítimas as suas questões e não tenho respostas para elas infelizmente. Mas o que eu posso dizer a princípio é que no caso do exemplo do homem que viria aqui desabafar sobre violência sofrida por uma mulher, assim como algum branco que viesse falar sobre violência que sofreu de um negro, tenho minhas sérias dúvidas se seria considerado violência de gênero, ou violência racista. Digo isso porque nos dois casos (gênero e racistas) existe toda uma estrutura que mantém essas formas de discriminação bem ativas e tem a ver não só com a intimidação física (como por exemplo, um gay ter medo de ser agredido caso beije seu parceiro num ambiente público), mas com um sociedade inteira que tenta invisibilizar, segregar e neutralizar o discurso a partir de por exemplo leis, mas muito mais que isso, podemos entender a própria linguagem, ou até mesmo a ciência como machista e racista. No caso da violência de gênero, é válido lembrar que é a violência sofrida pelo indivíduo pelo seu gênero. Inverter as posições homem vítima, mulher agressora, não é violência de gênero. Ontem mesmo eu estava conversando com meu namorado sobre o debate aqui e ele me dizia:qualquer tipo de discriminação sofrido por qualquer pessoa é algo doloroso, mas entendo que os exemplos das jovens brancas isso foi experimentado num espaço micro-social, assim sendo caso elas deixem esse espaço, possivelmente a descriminação cessará. Claro que existem casos e casos. Mas ao menos eu acho que essa idéia se aplica a alguns exemplos que vimos por aqui no blog. Já no caso da discriminação racial sofrida por um negro, não estamos mais falando de uma esfera micro. Então eu comentava com meu namorado ontem sobre a questão da publicidade, da industria cultural e ele me dizia>mas porque os negros vão reinvidicar isso?é como reinvidicar "quero ser escravizado por essa indústria também". em certo aspecto ele tem razão, exigir ser representado pela publicidade não é uma vantagem ja que a logica publicitaria e pra não dizer do consumo, é bastante torpe. Mas ele errou quando disse: afinal de contas a publicidade tá aí pra mostrar que todos nós somos inadequados e gerar novas demandas a todo instante. Então eu preguntei: é mesmo?E por que a publicidade não diz que o cabelo loiro e liso é inadequado?Cadê a avalanche de produtos para encrespar os cabelos? Porque ninguém vai procurar um cirurgião plástico pra pedir um nariz mais largo e não mais fino?
" Mas e se fosse um homem entrando nesse mesmo post dizendo que foi estuprado? Que de verdade, mesmo não sendo mulher, sofreu abuso sexual? Ele seria desconsiderado e escorraçado pelo simples fato de ser homem? "
Sinceramente? Um estupro de um homem por um homem ou de um homem por uma mulher não é comparável ao estupro de uma mulher por um homem. O último é uma construção social fortemente baseada no sentimento de superioridade masculina sobre a feminina, que dá aos homens a idéia de que toda mulher é deles. Se um homem estupra um homem, primeiro que não cai na lógica da superioridade masculina sobre a feminina porque não tem mulher, então eu acho que um cara falar isso num post sobre MULHERES estupradas não tem um bom timing. Se é um homem estuprado por uma mulher, putz, pior ainda. Sabemos que homens cometem crimes violentos porque são criados desde pequenos a acharem que masculinidade = violência, por isso homens matam homens e, também, homens estupram homens. Agora, quando um homem é estuprado pela mulher - Coisa que tenho dúvidas se pode ser comparado a uma mulher estuprada por um homem, por causa de toda a situação social em volta dela, o significado de sexo para a mulher, a posição inferior da mulher na sociedade, etc - É um caso extremamente individual que de jeito algum pode ser comparado à situação de mulheres estupradas por homens.
Então, sim, acho que, num post onde mulheres estão falando de suas experiências ruins com abuso sexual, um homem vier falar que foi super oprimido por outro homem ou por uma mulher e por isso sua situação é tão ruim ou ainda pior que a das mulheres é muito, muito péssimo.
Mesma coisa com se fosse um garoto que sofreu abuso sexual na infância por uma mulher. Tipo, cara, OK, você sofreu. Agora, meninas do mundo todo, de todas as idades, desde pequenas, são submetidas a um sistema que permite a pedofilia ou às vezes até mesmo incentiva. Seu sofrimento é válido, mas não é a mesma coisa e não tem a construção social do abuso sexual do ser humano macho contra o ser humano fêmea. São coisas, muitas vezes, individuais, com outras origens e outras soluções. São problemas diferentes e devem ser tratados como tal.
No mais, eu quero deixar bem claro que tanto eu como a Karina não inundamos o blog com sarcasmo em resposta a um único comentário equivocado da Dayane. E sim cada comentário nosso foi em resposta a cada comentário que insistia em ignorar o tópico desse post que se bem entendi, me desculpem se eu estiver errada RACISMO NO BRASIL TRAVESTIDO DE GOSTO PESSOAL E O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA. Entendemos sim que alguns comentários aqui foram insultantes para com os negros e o histórico de violência física e simbólica que sofrem.
Roxy, obrigada pela resposta.
Quanto ao caso do homem, entendo perfeitamente e lógica do contexto-social e uso o mesmo argumento com meu namorado, ao defender o feminismo. É que pra mim (opinião pessoal) é extremamente não saudável rechaçar ou desqualificar um outro ponto de vista, só por não ser de uma situação que é mais comum. Sou contra qualquer tipo de segregação, quando a intenção não foi ofender ou desqualificar a discussão. Mas enfim, creio que o assunto não tem porque se estender.
Olha,o post ja está longo e tal mas essa materia é importante:
Crianças negras são recusadas por famílias candidatas à adoção
http://migre.me/6dX6I
“Karina sinto muito se seu sistema de detecção de racismo é tão sensível”. Denise, sinto muito por você distorcer tanto o que escrevi. Mas, nisto, você tem razão. Sou, sim, sensível a este tema. E quanto a isto, você não precisa se lamentar, não. Eu aprendi a ser sensível ao tema. Não foi sempre assim, já que sou branca. Meu racismo tá escondido em algum lugar, bem preso, pra não ferir ninguém. Enquanto isto, luto contra ele. Tive e tenho a ajuda de amigos, de leituras, de críticas recebidas. Foi um percurso, na verdade, é um percurso, não tão fácil. É preciso estar atento e forte. O tempo todo. O racismo está, sim, em lugares os mais diferentes. Na verdade, não sei se sou eu a sensível, ou se é o racismo que aparece o tempo todo.
E não, racismo não existe exclusivamente contra negros, como alguém perguntou. Na França, por exemplo, é palpável, perceptível na rua, no dia a dia, a forte discriminação contra pessoas de origem árabe. No Brasil, cultural, histórica e estruturalmente, o racismo oprime pessoas negras. Novamente peço que dêem uma olhadinha no site do IBGE. A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar) tem dados reveladores. Mas isto não é tudo. Temos, também, o dia a dia, o “varejo” das relações, o cabelo alisado, a percepção de que a beleza é branca, as frases ditas mas não ditas... como branca, não posso imaginar a dor. Mas, como mãe, como alguém que quer ao menos tentar transcender, eu tenho a obrigação de problematizar, de pensar, e, se necessário, ser irônica, sarcástica e, em determinadas situações, até agressiva (por exemplo, quando quase expulsei um conhecido de casa por insistir em ensinar piadas racistas ao meu filho. Eu sou mãe, pôxa vida. Tenho que defender a cria.)
“No mais, eu quero deixar bem claro que tanto eu como a Karina não inundamos o blog com sarcasmo em resposta a um único comentário equivocado da Dayane.” Sem dúvida. Fazia referência a um conjunto de comentários (apesar de ter entrado em interlocução direta com a Dayane, em função, simplesmente do fato de que ela topou entrar em interlocução). E, mais, a um conjunto de comentários que não estão no vácuo. Há contextos.
Eu não queria entrar no mérito pessoal, mas entendo a necessidade, dado que disse ter entendido certos comentários aqui como insultantes aos negros. Nesse caso é necessário a referência pessoal porque entra na esfera da legitimidade do discurso, quem tem legitimidade pra falar sobre determinadas questões (ainda que todas as questões sociais sejam problema de TODOS). A questão não é só tomar uma posição, se filiar a uma causa, mas SEMPRE respeitar e dar voz a quem é o mais prejudicado. A crítica que se faz a alguns movimentos sociais é que muitas vezes os maiores atingidos não são ouvidos e sim, os intelectuais, as "as vozes autorizadas", perpetuando o silêncio de quem é realmente subalterno. Então quero informar que sim, sou negra, fruto de uma relação interracial e se por um lado achei muito bacana a troca de experiências com outras mulheres que passaram (e passam) por situações muito semelhantes as que eu passo (realmente impressionada com a semelhança, a "luta" contra o nosso cabelo, os comentarios dos outros que tentam "amenizar" a nossa condição com elogios pra lá de suspeitos, resquícios de racismo encontrados em nossas próprias famílias etc.); bom por outro lado me senti particularmente ofendida por um monte de comentaristas aqui que na teoria diziam não querer comparar o que passaram, com o que passam os negros, na prática estavam fazendo exatamente o contrário e isso é insultante.
No mais: KARINA!KARINA!KARINA!Karina arrasa!
Não deu para ler tudo, mas vi uma pessoa,a cândido, comentando que estranham quando ela fala quem é o pai dela só porque ele é negro...Já passei por isso, minha família tambem é uma mistura (maravilhosa), meu pai é branco e minha mãe é negra, eu sou branca, meu irmão tambem,e minha irmã mais velha é morena, mas minha família é tão misturada que não dá para olhar para mim e falar que eu tenho traços (evidentes pelo menos) de negro, europeu,índio ou qualquer outra coisa, mas enfim, sou branca, de olhos verdes e cabelos crespos ( e é engraçado,que quem tem olhos verdes é minha mãe e cachos meu pai), quando eu era criança ela saia comigo no colo, e era frequente perguntarem se ela era minha babá ¬¬. Ela ficava puta de raiva com isso, aliás, fica até hoje, quando estamos juntas na rua e eu a chamo de mãe, percebo muita gente olhando torto como se não acreditasse, e é simplesmente pela cor, o que convenhamos, no Brasil é muita burrice, todos sabem vivemos num país muito misxigenado, eu me pareço com a minha mãe, mas como sou branca e ela negra, ninguem olha os traços, só a cor. E quando minha mãe sai com meu irmão então?Que é simplesmente meu pai 30 anos mais jovem, alem de não parecer com ela,é branco, todos perguntam?Esse rapaz é seu filho mesmo?/ Essa é sua mãe mesmo?, minha mãe coitada, fica puta de raiva...
Roxy, eu precisaria ser negra pra sentir o que você sente. Mas eu não preciso ser negra pra saber sobre o que você passa. Taí, você, mais uma me ensinando.
é nois, karina!
esse documentário eu vi certa vez na faculdade de comunicação, mas não me ocorreu linká-lo aqui. acabo de ver que alguém postou no facebook:
http://www.youtube.com/watch?v=6emsr5dvLbs&feature=youtu.be
Anderson saiu uma matéria bem interessante falando sobre isso também na carta capital. engraçado que a justificativa é: vão ver a diferença de cor entre pai e filho e vão se questionar se o filho é adotado. como se isso não acontecesse já com os filhos de casais interraciais...
Deixe-me entender uma coisa: As participantes que disseram que gostam mais de homens claros, são racistas e disfarçam seu racismo em gosto pessoal...e as que disseram que preferem homens negros ? Ai são as livres de racismo ? Piada
acho que você precisa ler o post de novo e depois ler os 268 comentários de novo, um por um, dedicar a devida atenção porque você claramente não entendeu nada.
Entendi sim...entendi a incoerência de muitos aqui. Simplesmente não tem lógica o argumento que a preferência por pessoas claras seja racismo, e a por negras seja lindo.
ótimo então. vou dizer que você entendeu e assim satisfaço a sua vontade de achar que você é um gênio e que encontrou incoerências onde claramente não há (há muitas incoerências por aqui, mas essa suposta apontada por você não é uma delas) só pra você poder confirmar já os seus preconceitos agravados pela preguiça de interpretar textos. além do que me parece que você chegou bem atraso ao debate, o que é uma pena pra você porque foi bastante interessante.
beijo
Não sou gênio, por isso mesmo não consigo entender a lógica preferir branca = racismo preferir negra = lindo.
About DAYANE
Que não concordem com a DAYANE, eu aceito... mas que não a compreendam é puro egotismo!!!
A gente pode discordar e não aceitar, porém compreender a ideia que conflita com a nossa, minha gente. Qto mais a moça se explica, se desculpa mais lavada ela leva!!! Vocês são mesmo de amargar... coitado do homen que se apaixonar e se casar com uma de vcs!!!
Se a palavra egotismo não existe em português passa a existir... egotismo é apego ao ego e não é o mesmo que egoismo.
Souferrofundido,
O Luis Prata respondeu exatamente o que eu iria dizer.
Sinto muito a questão da tua mãe. É um absurdo atacar a cor de uma pessoa, ainda mais a de um homem que ela amou e com quem teve filhos. Entendo também o que você falou sobre seu irmão. Ele tem a pele clara e se considera branco, mas talvez isso não seja ruim.
Aqui, no Brasil, a gente julga a cor da pele e não a ascendência para classificar as pessoas por raças e, se fosse possível fazer uma escala nesse assunto, consideraria isso menos racista que o contrário, porque o oposto reforça mais uma visão de raças com a qual eu já disse que não concordo. Porém, é claro que isso não justifica teu irmão ser insensível ao preconceito que as pessoas de pele escura sofre, ou pior, compactuar com ele.
Veja, eu tenho amigos judeus que não seguem a religião. Aqui, poucas pessoas os considera judeus. Nos EUA e na Europa, as pessoas pensam diferente, porque lá não importa que você diga que não segue determinada religião. Eles levam em conta sua ascendência e uma suposta etnia semita. Até onde eu sei, o judaísmo é uma religião e os semitas são extremamente miscigenados para que se diga que existe a etnia semita. Assim, também, há quem não aceite os judeus recém-convertidos a essa religião. Geralmente quem faz isso são os mais ortodoxos. Um absurdo, porque todo mundo tem direito de professar ou não professar a religião que quiser.
Não quis comparar os judeus com os negros, mas apenas dar outro exemplo sobre essa questão das raças e classificação por ascendência.
Porém, eu acho que o Luis já deixou bem claro que essa questão do casamento envolve a liberdade das pessoas e nós não podemos defender restrições absurdas ao livre arbítrio dos outros.
Sobre a miscigenação, lembro uma vez que uma pessoa me perguntou se eu era mestiça e uma amiga minha prontamente respondeu: She is brazilian! Adorei!
Moema - desculpe a demora em responder, mas estive ocupada, minha mãe está doente e não tive tempo em entrar. Sou gorda, branca feito uma vela e namoro um negro. Tenho primos brancos casados com negras, tias e primas brancas como eu casadas com negros. Só não me caso com um negro, no caso o meu atual, pq sou contra o casamento e ele não. Mas isso é outra discussão. Eu não tenho nenhuma dificuldade em emagrecer. Pelo contrário, me adoro gorda, acho meus 105 quilos superbem distribuídos nos meus 1,70. O q me incomoda é a necessidade em vc ter de pontuar que sua nora é linda, maravilhosa, idolatrada, salve, salve e magra. Pq vc teve de pontuar isso? Já li e reli o seu 1o. post e lá diz isso. Só no segundo q vc diz q ela não é magra. E vc tá atrasada alguns posts, pois já comentei q fui uma criança gorda e feliz, uma adolescente gorda e namoradeira. Fui uma noiva gorda, de branco, linda, maravilhosa e comi a festa toda. Tenho provas disso, tá no filme. O que vc fez foi mais uma vez, AINDA Q INCONSCIENTEMENTE, foi dar uma cutucada inútil em mim. Não preciso de lições para emagrecer, não quero. E nem aprenderia nada com vc pois vc nem médica é e se fazer passar por médico é crime. Olha como vc se contradiz: no seu primeiro post, sua nora é, segundo suas palavras " A namorada do meu filho é afro- descendente; sem contar a aparência que é das melhores, tem gosto e compostura prá se vestir, é magra, formada por universidade federal,". Pois bem, no seu segundo post, vc vem querer me dar lição de moral, pois eu simplesmente verifiquei q é importante pra vc sua nora ser magra. Não estou inventando nada do q vc falou. E, graças ao seu comentário cheio de preconceito e pelas suas tentativas em me ensinar emagrecer, vou te dizer só uma coisa: aceitar uma negra na família não te livrou de ser preconceituosa.
Dri Caldeira, a inveja é uma m.
fique na paz
tc
Moema - sempre a saída do que falou M***A é partir pra ignorância. Lamento por vc. Existir.
Minha nossa senhora, foi usado mesmo o argumento da inveja?
Que vergonha alheia! Que vergonha alheia.
Aoi Ito, a inveja é REALMENTE uma m. (2)
Dri Caldeira, vc lamenta demais!:))
Tc
Nossa, parabens pelo texto, eh justamento para esse racismo velado e ligado a classe pobre que a nossa sociedade tem que abrir os olhos. Tem um documentario muito bom sobre essa questao que se chama Olhos azuis,que fala do racismo no EUA, se voce ainda nao viu vai gostar.
abracos
Lola, eu tenho uma proposta.
Todos os 10 primeiros bebês Hipoglós são brancos, mas a décima primeira é negra. Seria muito legal se todo mundo que lê aqui votasse nela. Seria ótimo se ela ganhasse. Não digo que seja o bebê mais bonito, porque, PORRA, são bebês! Acho meio absurdo um concurso de beleza para bebês, mas se ela ganhasse e fosse a estrelinha dos comerciais talvez as menininhas negras crescessem sem se achar inferiores, menos bonitas que as brancas.
Aqui vai o link para o perfil dela: http://bebehipoglos2011.com.br/356670
Vamos votar nela e mostrar que negro não é beleza "exótica", é tão bonito quanto qualquer outra cor. Como pode ser exótica uma coisa que é maioria em boa parte do Brasil?
Beijos!
me lembrei mto dessa música lendo seu post: http://www.youtube.com/watch?v=139YlOe8uXg
Lola, obrigada por falar do documentário Good Hair. Eu adoro o Chris Rock e o filme é excelente. Acho que toda a mulher deveria ver isso.
Certo. Meu comportamento é condicionado e eu tenho consciência disso. E AGORA?
Na idade média, o padrão de beleza era ser gordinha porque isso indicava riqueza. E AGORA?
Tudo foi condicionado. E AGORA?
COMO AGIR?
Pelos documentários da tv, parece que no nazismo também tinha um maluco que queria impor também "na marra" uma raça, só que era ariana. Pois é, agora no Brasil penso que racismo foi legalizado pelos ministros do supremo em relação as cotas.Parabéns ao "vidente" Nostradamus, talvez realmente estejamos vivendo perto da data do Apocalipse. Humanidade perdendo a noção de seus atos, ou seja, combatendo algo praticando a mesma atitude da combatida.
12:40 - racista não pode, mas chamar alguém de "viado" pode? repense.
Se o povo africano nao tivesse sido escravisado, hoje os negros seriam considerados belos, um padrao de beleza?Pq o negro sofre racismo?Pq o racista e e racista? Pq da motivo?Quais medidas sao eficazes para pelo menos diminuir o racismo?Cotas raciais em tudo, universidades, cargos publicos?Mandar prender quem e racista?
O que as pessoas nao entendem que o racismo e cultural.Nao e maldade nem muito menos uma doenca.Metade do racismo e uma heranca do periodo colonial, pelo fato do povo africano ter sido escravisado, mas a outra metade e causada por atitudes e comportamento do negro.Acho que se o povo africano nao tivesse sido escravisado hoje o negro seria adimirado.Fora do contexto da escravatura o negro sofre racismo pq da motivo, e o motivo se da pelo fato de que a cultura negra, como outras culturas europeia, asiatica tem coisas boas e ruins, mas no caso da cultura negra so e divulgado oque a cultura negra tem de pior.Posso citar funk brasileiro, pagode, axe, hip-hop, e a responsavel pela divulgacao dessas coisas, que so contribuem para o aumento do racismo e a midia.E muito dificil ligar radio, tv nos canais abertos e ver o que a cultura negra tem de melhor que e o blues, jazz, soul, reggae.As pessoas tem que entender que funk, hip-hop, axe desgracam com o negro, pq criam uma imagem negativa do mesmo.E muito comum nas ruas, dentro de transporte coletivo voce ve negro vestindo trajes bizarros e com um celular pendurado no pescoco ouvindo funk que faz apologia ao crime , promiscuidade e pornografia.O racismo pode diminuir em 50% mas isso so depende do negro e nao de governo.O negro tem que parar com essa paranoia de achar que tudo e racismo. Ficar se auto vitimando.Cabe ao negro mostrar oque a cultura negra tem de melhor e se vestir elegantemente, ser educado, falar de acordo com a norma culta para que todos o admirem.
O negro nao deve aceitar esmola do governo.Muitas pessoas falam de divida historica que se fez no periodo colonial, mas essa divida era pra ter sido paga logo depois da abolicao a coroa portuguesa era pra ter dado uma fazenda e uma mina de ouro para cada negro que era escravo.Tambem era pra ter escolas para que os escravos libertos podessem ter acesso ao ensino e educacao.Infelizmente nao foi assim.Hoje a melhor forma de pagar essas dividas com o negro nao sao as cotas que reforcam um preconceito de que o negro nao e capaz de nada, mas tem medidas que podem ser feitas, tipo: estatizar todas as escolas particulares, construir escolas com boas instalacoes e bem equipadas, contratar e melhorar a formacao de professores e oferecer atividades esportivas e culturais.Tambem tem que ser implantado na grade curricular um disciplina que ensine respeito e amor ao proximo e essa disciplina tem que ser ensinda desde o primario.Nao e altuando judicialmente o indivio racista que o racismo vai acabar ja que o racismo e cultural.O governo tem a obrigacao de dar moradia, educacao de qualidade a todos.
Beleza e algo muito relativo.Eu posso achar determinada pessoa bonita, mas voce pode acha-la feia.E uma quetao de gosto.E como diz o ditado: "gosto nao se discute."Existe um fato.Que eu nao sei se e um padrao de beleza.As pessoas loiras sao mais bonitas.Eu acho apesar de achar outras etinias tambem bonitas.A modelo somali Iman abidulmajid que participou do video clip do Michael Jackson " remenber the time" e bonita.Posso citar tambem a miss universo leila lopes e as brasileiras Tais araujo e Camila Pitanga.Mesmo achando as belas continuo preferindo uma galega.Por incrivel que pareca a maioria das pessoas acham pessoas loiras mais bonitas.Ate mesmo as pessoas que nao sao loiras.Isso deve ter alguma explicacao cientifica, uma logica.As pessoas acham pessoas loiras bonitas.Pode perguntar para o indio, negro, asiatico, todos vao responder que as loiras sao as mais belas.Isso nao e racismo e sim uma preferencia pessoal que deve ter alguma explicacao logica.
Há um vídeo no YouTube chamado Racismo desde criança, comparando bonecas. Tem legendas em português e aborda essa questão. Bem didático para alunos
"Quanto à questão da cota das modelos, achei uma basta duma besteira. Não gosta que os desfiles tenham só gente branca ou que todas modelos sejam brancas? Não vá nestes desfiles. Ignore-os; ignore as marcas de roupas ali expostas. Exigir que o governo, o eterno "pai de todos" obrigue as empresas de moda a colocar "gente negra" lá só pra satisfazer uma cota imposta é fogo."
Seria a postura correta, assim como não comprar absorventes íntimos cuja propaganda não veicula mulheres negras (nesse quesito, as mulheres negras, se boicotassem as marcas, teriam dificuldades em achar um absorvente) não fosse o grau (baixo) de educação que a maior parte do povo brasileiro tem. A maioria não tem o poder de se unir e boicotar certo produto ou serviço por conta da falta de representatividade.
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