quarta-feira, 9 de novembro de 2011

AGRESSÃO NADA INTENSA

Catedral em Évora, Portugal

Isso aconteceu em Évora, mais pro sul de Portugal. Passei por lá em julho. Tentei alimentar pombos com pão francês e fui solenemente ignorada. Mas mesmo assim gostei da cidade histórica com 40 mil habitantes. Não guardei mágoa.
Uma leitora que mora em Portugal, a Brisa, me enviou a notícia sobre um sujeito que bateu na mulher com uma cadeira e, em segunda instância, foi condenado a praticamente nada. Como escreveu a Brisa: “Não sei o que me choca mais, se é condenação branda, ou a desqualificação como violência doméstica e o restante da argumentação do tribunal. Já dá pra ter uma ideia de como a violência doméstica é tratada por aqui”.
Gostei particularmente deste trecho: “A 06 de Junho de 2008, o arguido, agricultor, agrediu a mulher com uma cadeira, dando-lhe uma pancada no peito e provocando-lhe uma contusão da parede torácica, um hematoma na região frontal e na mama e escoriações nos lábios e cotovelo. Segundo a Relação, esta agressão 'não foi suficientemente intensa' para justificar a qualificação do crime como violência doméstica”.
Uau! O que seria uma agressão mais intensa que resultasse numa punição um pouquinho maior que os 800 euros de multa?
Felizmente, não é só aqui que toda ação gera uma reação. Em Portugal também. Em outubro, um grupo de vinte pessoas, em sua maioria mulheres, protestou contra a impunidade flagrante deste caso. O símbolo das manifestantes? Cadeiras.

39 comentários:

LOVE MAKES A FAMILY disse...

Oi, Lola!
Quando pensamos ter superado tantas questões a respeito do sujeito do feminino, vem uma notícia desta é nos desmancha. O combate ainda é a denúncia. Portugal é um país muito reacionário, mas lá há muitas mulheres guerreiras. O movimento feminista é muito atuante, pelo que tive notícias de amigos que foram fazer doutorado na área de gênero em Portugal.
Veja, eu não sou ateia, sou protestante e o que irei registrar, não é um preconceito contra a religião, contra a igreja católica, mas Portugal é um país de maioria católica. O consciente coletivo ainda está sob a égide do sistema religioso católico. Embora houve a aprovação do casamento de pessoas do mesmo sexo( isso diz muito da luta do movimento LGBTT de Portugal), ainda há muito terreno para ser trabalhado, infelizmente. As mulheres e as crianças, são o grupo dos mais vulneráveis em sociedades patriarcais.
Anyway, li sua entrevista e fiquei feliz por te conhecer um pouco mais! Conheço teu blog há um ano e meio, mas como minha vida é tão corrida, muitas vezes não te leio tanto, como gostaria. Desnecessário dizer que somos tua fã!
Achei interessante teu blog ser lido por tantos jovens, inclusive adolescentes! Que maravilha! Mas aqui há duas leitoras na casa dos 30 e 40, heim? Ahahahahahaha...
Beijos de TWO OF US (agora com um blog de temática materna)!

Relicário disse...

"Eu morro e não vejo tudo."

Anônimo disse...

se vcs soubesse como é arraigado o machismo português! isso do post é café pequeno comparado a tantos crimes contra a minoria lá em Portugal e a pena que a lei dá é de rir... eu sei disso pq tenho acesso a dois canais de TV de Portugal... apesar de que não vejo TV há três semanas e nem pego noticiário pela net.

vcs sabem que a autora da série Harry Potter foi casada com um portugês e moravam em Portugal até os dois aninhos da filha, por aí assim? Ela o deixou por maltratos, violência doméstica. O cara é engenheiro.

Anônimo disse...

@Love Makes a Family
realmente o blog da Lola é muito animador pelo tanto de jovens que atrai... comentei em outro post sobre Tyra Banks, ex-top model americana, e me esqueci de mencionar que ela tem um programa na TV que aborda temas assim polêmicos como os do blog da Lola e a audência dela é de jovens... ela aborda sobre a escravatura da beleza, sobre preconceito e discriminação, o peso de manter-se magra numa sociedade que faz tanto comercial de comida e apresenta tantos pgrogramas culinários, sobre violência conjugal de que a mulher é vítima --aliás violência de um modo geral 'inflicted' na mulher como esposa, namorada, filha...Tyra Banks não carrega a bandeira feminista, mas os temas que ela aborda têm muito a ver com feminismo.

Liana hc disse...

Agressão mais intensa seria um assassinato, talvez. Aí diriam que ele matou porque a amava demais. Vai saber. Já escutei que se mulher apanha e consegue levantar depois, então não foi forte o suficiente.

De certa forma, dá para entender (mas não aceitar) este tipo de reação. É mais fácil negar a gravidade do que aconteceu, assim ninguém precisa se posicionar nem pensar no absurdo deste tipo de situação. Além do que, admitir que é crime, tiraria um bocado de esqueletos do armário. Se estão dizendo que isso aí não é crime grave e só vale uma suave multa, dá para imaginar o tanto de "agressões não suficientemente intensas" que acontecem e são silenciadas. Isso não é apenas uma decisão, é um recado para todas as mulheres agredidas. Haja protesto para mudar isso.

Anônimo disse...

Em Portugal mulher apanha de cadeira

E no Brasil?

Vagabas brincam de "dança da cadeira" sentando em colo de marmanjos, dai apanham em casa e reclamam dos "homens opressores".

Easy living é isso é sempre estarem certas.

Sara disse...

Às vezes visito blogs e sites feministas portugueses, e fico de cabelo em pé ao ver os assuntos tratados, os comentários nesses blogs dos "homens" de lá, é de nos fazer pensar que os trolls daqui são anjos de candura perto do que eles vomitam nesses comentários, chega dar até medo Lola, eles fazem ameaças descaradamente, a impressão que dá é de que não ha leis para serem respeitadas ali, inclusive denunciam muito violência de homens portugueses contra brasileiras que vivem por lá.
Nas primeiras visitas que fiz, fiquei muito chocada, pois imaginava que o machismo não era tão forte na Europa, o suposto continente mais desenvolvido do mundo, mas pra minha tristeza não foi o que vi.

Sara disse...

"A justiça é cega, mas a injustiça podemos ver"
Esta frase estava num cartaz de uma mulher Portuguesa que protestava contra a INJUSTIÇA que reina ali em Portugal contra as mulheres.

Anônimo disse...

bem, Denise, Portugal não faz parte dos países evoluídos da Europa... o machismo português é tremendo! a falta de respeito é escabrosa... os programas humorísticos de Portugal são grosseiros, ralé-rasteiros... o que diferencia do Brasil é que nas novelas não há o despudor das novelas brasileiras.

disse...

Vi um vídeo no inicio desse ano (não me lembro o nome agora) que era uma entrevista com portugueses, homens e mulheres, e fiquei espantada com o preconceito do povo, TODOS os entrevistados disseram que o país passa por problemas por causa dos negros, gays e imigrantes que vivem lá! Um país com tantos preconceitos é claro que não seria diferente com o machismo!

M disse...

É por isso que a Lei Maria da Penha é um avanço tão grande por aqui. Claro que a lei ainda não funciona perfeitamente e existe muita coisa falha em relação a ela, mas mesmo assim coloca o Brasil um passo a frente...

Andréa disse...

Lola, já vi advogado de defesa dizer que o marido dava surra de mangueira na mulher "para tentar reacender a chama"!

Aqui no Brasil!

JURO!

Sara disse...

Vou colar um trechinho de um manifesto machista Europeu, é de ficar pasmada com a truculencia me fez achar o Silvio Koerich um coroinha de igreja.

"O feminismo na sua forma leve é um severo transtorno narcisista e egocêntrico da personalidade. É vaginismo mental, género centrismo, agressão, genocídio, histerismo, ódio à raça humana e a natureza. Uma mistura nada sã, perversa e malévola de psicopatia e de manifestado comportamento anti social. O feminismo é sociopatia. Na sua forma mais grave e não recuperável é consequência da incapacidade para a lógica e para a adaptação à realidade produzida pela deterioração e a mutação biológica que produz um defeito físico que limita a inteligência e as capacidades cognitivas a parâmetros não humanos.
O feminismo não se discute, destrói-se. Revolução Anti-feminista somos a sociedade e sua representação. Somos a avançada da Civilização e a sua retaguarda. Representamos os homens aos que não conseguiram ajoelhar e simbolizamos a forma do seu sapato. As feministas são a pré-história. A Civilização foi, é e será o futuro. É algo ao que elas terão que se ir habituando.

Lendo essas desgraças da até saudades do Dig Din e sua turma.

Eliane disse...

Olá, Lola!
Gostaria de relatar a vocês a violência doméstica que sofro, desde os 15 anos, por parte de meu irmão. Ele é usuário de drogas e não pensa duas vezes para roubar coisas, nem que tenha que bater em mim, nos meus pais. Sei que ao ler " usuário de drogas" todos aqui irão desqualificar o fato de ser violência doméstica, que ele é coitadinho e doente. É assim que fui tratada na delegacia, quando chamei policiais e por aí vai. Foram 5 anos sofrendo com isso, eu tinha que sair e entrar pela janela do meu quarto, para evitar encontrar com ele, e passar todo o tempo que estava em casa, trancada lá, para não apanhar. Consegui sair de casa somente quando passei no vestibular. Todas as vezes em que fui denunciar, os polícias diziam que era bobagem, briguinha de irmãos, falta de deus, e claro, coitado, ele é uma vítima. Ae eu me pergunto: vítima de quê? O imbecil escolheu cheirar merda, e quando a bomba estoura, a culpa é da família? Tudo bem ser saco de pancada?
Enfim, a situação continua a mesma na casa dos meus pais, após 10 anos. A polícia não faz nada, e eles não têm a quem recorrer. Postei isso porque me lembrou das diversas vezes em que apanhei e ouvi que agressão não tinha sido grave. Nada grave um cara de 1.80 bater numa pessoa de 1,57, e 45 kg. Enfim... esse é o mundo.

Eliane disse...

Acredito que não preciso mencionar o dano psicológico que essa situação me causou. Não tive adolescência, vi todos os meus colegas de escola se afastando, suas mães virem dizer que não me queriam ali, que eu não prestava, já que família é tudo a mesma coisa. Enfim. Paguei e pagarei enquanto estiver viva por uma situação que não escolhi. E sempre tive a certeza de que, se fosse eu ali, agredindo, roubando, estaria presa a muito tempo. Estou presa eternamente, mas é na minha mente e nunca mais vou ser livre.

Anônimo disse...

“A 06 de Junho de 2008, o arguido, agricultor, agrediu a mulher com uma cadeira, dando-lhe uma pancada no peito e provocando-lhe uma contusão da parede torácica, um hematoma na região frontal e na mama e escoriações nos lábios e cotovelo. Segundo a Relação, esta agressão 'não foi suficientemente intensa' para justificar a qualificação do crime como violência doméstica”.

POHAN!

Anônimo disse...

MENINAS E MENINOS, PRECISO DA ORIENTAÇÂO DE VCS!!!

http://blogueirasfeministas.com/2011/11/meninas-e-maquiagem/comment-page-1/#comment-7651

Se possível, leiam tudo, mas PRINCIPALMENTE os comentários (os meus, Dayane).

Cara, depois eu fico besta!

Eu realmente quero quebrar essa coisa da minha cabeça de que mulher é mais competitiva e tal, mas meu, que fazer com uma coisa dessas?

Eu sinceramente, dificilmente vi homens agindo assim!Vc não concrodar com a outra pessoa (desculpem mesmo, mas vejo isso muito mais em mulheres) não te rende contra-argumentos, te rende ataques pessoais!Fui chamada de paranóica entre outros elogios pela garota pq dei minha opinião no texto dela!Que inferno!

NAO ESTOU FALANDO QUE ISSO É COISA DE MULHER, mas nao vou negar que maioria das pessoas que vejo agirem com "Ai, sua paranóica!Vc tem inveja de mim!" são mulheres ><!

Anônimo disse...

Sei que to comprando briga a toa, mas certas pessoas estúpidas, ignorantes e folgadas que alegam apenas "ter idéias diferentes que a sua, sua mocréia", me irritam muito!

Matheus disse...

Nossa, estou surpreso com a decisão da (in)Justiça portuguesa.

O cara bate em uma mulher com uma cadeira e não é violência grave? Nem tenho o que comentar, tamanha é a decepção. Deixo a minha solidariedade às vítimas das agressões "leves" e aos que protestam contra o machismo e a inobservância completa dos Direitos Humanos por parte do Estado português.

Dayane,

Eu gosto dos seus posts, então vou lhe fazer uma pergunta, mas por favor não me entenda mal. Por que você acha que muitos homens fazem questão de se gabar de suas conquistas sexuais aos amigos? Não seria uma competição velada com o intuito de ver quem é o mais "pegador"/"macho alfa"/afins?

Matheus disse...

Li,

Nossa, que situação difícil a sua. Nem sei o que falar... Apenas posso expressar minha solidariedade para com você e com os seus pais.

Sim, ainda que a dependência química seja considerada uma doença por muitos médicos, isso não valida a violação à sua integridade física e à dos seus pais. Não sou jurista, mas acredito que a polícia deveria tê-lo encaminhado a uma instituição de reabilitação.

Anônimo disse...

Matheus,


SIIIIIIIIIIIIIIIIIM!!! Com certeza!!! è uma competição e nem velada, é explícita!Não estou dizendo que homens não são competitivos, eles são sim e muito!Acho que a diferença que que a competição deles é bem mais as claras!
Olha, vou explicar pq, infelizmente, essa coisa de "mulher ser competitiva e traiçoeira" ainda persiste na minha cabeça:

Quando estudei, eu fui muito discriminada por um grupo de meninas, que estudei da segunda série ao segundo ano do ensino médio. Elas eram as "tops", sabe? As meninas patyzinhas, bonitinhas, fofinhas, meiguinas que se juntavam pra falar de meninos e cabelo?Eu nao sei pq, mas elas me perseguiam tanto, a ponto de uando eu passava, sem ter feito nada, ouvir risinhos, Ouvia coisasm do tipo "EAi, que quero ser magra, mas não igual vc,neh?Pq vc sabe que é ridícula!", "Nossa Dayane, dá um jeito nesse cabelo!Parece cabelo de Barbie velha!", "Vc nao pode dar opiniao sobre roupas, tbm, com essas roupas q vc usa!". Era td MUITO GRATUITO!E cm eu me destacava muito pela inteligência, sempre ouvia piadinha de "é, ou é inteligente ou é bonita!". Tudo isso me fez crescer com um ódio mortal de mulheres meigas, fofas e delicadas (que soavam cm FALSAS na minha mente), e tbm as namoradeiras que andavam despidas por aí rebolando até o chão (que soavam cm PUTAS na minha mente). Foi aí que comecei a ter bem mais amigos homens e a me dar melhor com eles. No terceiro ano, consegui, enfim, ter um grupo de amigas. Tudo começou bem, até que mil intrigas, do nada, começaram a surgir!ma falava que a outra tv gorda, que a outra era feia, q isso e aquilo q cm eu nunca tive paciência pra isso, me afastei um pouco. nessa que me afastei, descobri que haviam feito a minha caveira, inventado fofoca horríveis sobre mim, e isso pq eram minhas AMIGAS!A coisa foi tão feia (explico melhor em outro post, foi grave mesmo) que foi um dos fatores que me fez entrar em depressão.

Quando entrei na faculdade agora, tinha umas senhoras que sempre que podiam, me alfinetavam!Sempre fui muito de dar a minha opinião, falo em aula mesmo, e als sempre debochavam, falavam !"Ai Dayane!Um dia vc aprende a ser mulher, vc é muito novinha!", isso pq nao falavam na minha cara o "O que essa menina quer com isso?Dar pro professor?".

Então, eu tenho um baita histórico de mulheres machistas, falsas, trairas, fofoqueiras em minha vida!INFELIZMENTE!

Mas obvio que nao sao todas, com certeza que nao! Eu mesma nao sou uma dessas, minhas duas melhores amigas nao sao, minha prima não é, conheço várias mulheres que nao sao. Parando pra pensar, acho ateh que conheço muitas mesmo,rs. Mas infelizmente o que ficou maracdo pra mim foram essas experiências.


(SIM, ISSO FOI UM DESABAFAO!)

Anônimo disse...

Li,

muito triste, muito chato mesmo. nem sei o que zer.

Sara disse...

Li que barra vc esta passando, ja passei por coisas parecidas, mas era com uma irmã, e sei que não é facil.
Vc pelo menos tem apoio da sua familia, digo pai e mãe?
Eu não via a hora de fugir daquela situação, e por isso tomei decisões erradas, que no meu caso foi se casar cedo.
Tomara que vc consiga se libertar junto com sua familia, quanto ao seu irmão só ele mesmo pode fazer alguma coisa por ele.

Carol M disse...

Li, mas os seus pais já chamaram a polícia sozinhos? Dá pra fazer corpo delito e tudo mais, por mais que não dê clínica, uma cadeia seu irmão pega. Mas tem pai e mãe que fica com receio de entregar o filho pra polícia e isso complica tudo.
Por mais que eles não tenham te dado o apoio necessário contra ele talvez você possa apoiá-los a largar seu irmão de mão. Se mudarem e abandonarem ele, coisa assim. Drogas são um assunto complicado, por mais que digam que é uma doença, como alcoolismo, eu não tenho pudor nenhum de achar que alguém que agride os outros e não quer se tratar tem mais é quer ser abandonado pra morrer.

Dayene, eu já tinha lido o post, acho que assim como vc ela fez um post muito pessoal. Então não vejo por que extrapolar ela dizer na primeira pessoa que se achava fútil e pensar que ela disse isso de td mundo que faz a coisa X. Mas blz, vc perguntou ela respondeu q não tinha nada a ver, normal. Não entendi pra que vc insistiu no assunto, mas ententi pq ela ficou com postura de "ai que saco" qd vc fez isso.

Anônimo disse...

Dayane, eu tinha lido os comentários antes e nem me liguei que era você! Rs, não sou muito boa com reconhecimento da personalidade das pessoas através dos posts.
Enfim, vou dizer a impressão que eu fiquei quando li os comentários.
Você acabou insistindo em um assunto que já estava resolvido, e isso acabou soando mal mesmo, entende? Como se você quisesse pegar no pé da autora. Não digo que essa tenha sido a sua intenção, mas é o que acabou passando.
Você fez o primeiro comentário e foi respondida normalmente. O assunto já tinha acabado ali, na boa, sem stress. O problema é que você insistiu em algo que já havia sido explicado, o que torna a falta de paciência da autoria (no meu entender, muito contida) justificável.
Aí ela explica tudo de novo e você mostra mais agressividade, do nada.
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Sobre a frase “Quando era adolescente (jovem-adulta), e extremamente idiota, fútil e cretina, eu usava quase todos os dias. Porque, né, eu fazia Direito e tinha que ser sempre muito fashion, muito no salto, muito advogada-mirim.”. Está bem claro, na verdade, que ela se coloca como idiota, fútil e cretina, pois ACREDITAVA que se maquiar era essencial, obrigatório, e que se não fosse assim, não seria considerada uma boa profissional. A crítica é a pressão sobre as mulheres em relação a maquiagem, e a autora explicou isso de forma clara.
No mais, não vi nada de competitividade, só de mal entendidos. O ruim da internet é que a gente acaba interpretando as coisas do modo que quer, aí uma postagem neutra pode soar ofensiva, ou irônica, mesmo sem ser.

Relicário disse...

Li...eu não sei onde vc mora, nem onde vc procurou ajuda, mas no seu caso eu procuraria o Ministério Público da sua cidade, contaria toda a sua história e qual a delegacia que se negou a registrar a sua ocorrência, no caso de se sentir ainda desassitida, procure um advogado de sua confiança, ou defensor público e faça uma queixa crime com a intenção da aplicação de medida de segurança contra seu irmão, pois com certeza se trata de violência doméstica.

Dayane, li seus comentários no tal blog, tive uma impressão diferente da Carolina, eu também não gostei da forma de abordagem do texto, achei imaturo e agressivo sem necessidade, eu como já fui estudante de direito, mesmo quase nunca me maquiando, me senti ofendida pela forma que ela focou a questão.

No entanto, acredito que vc tenha insistido demais, eu sinceramente pararia de responder no segundo comentário.

Angélica

Elisa Maia disse...

Sobre o caso do post: sem comentários. O que dizer? Em Portugal, as pessoas devem ser feitas de aço, pra uma cadeirada não qualificar agressão intensa.

Sobre o caso exposto pela Dayane:
Eu (euzinha, na minha opinião, no meu entendimento), acho sim que ficou estranha essa frase da autora do texto: “Quando era (...) extremamente idiota, fútil e cretina, eu usava [maquiagem] quase todos os dias."

Imagina se eu, em outro texto, escrevesse: “Quando eu era extremamente idiota, fútil e cretina, eu lia o blog da Lola quase todos os dias." Na boa, eu acho que rolaria estranhamento por parte dos leitores, sim. Por mais que o meu ponto fosse outro, se eu me expressasse assim, teria dado a entender que eu associo idiotice com ler o blog da Lola, assim como a autora do texto deu a entender que associa cretinice com usar maquiagem. Pode muito bem não ter sido a intenção dela fazer essa associação, mas ela falhou, porque se expressou mal. E, novamente reiterando, na minha opinião exclusivamente pessoal, eu acredito que isso aconteceu porque a autora nutre sentimentos negativos contra maquiagem e contra as mulheres que a usam. Mesmo que ela não perceba. Isso não é ruim em si, mas acaba contaminando o texto. Quer escrever um texto pessoal sobre o assunto? Beleza, faça, como fez mesmo, mas não espere que ele receba o mesmo tratamento que um texto que procura abordar o problema de forma menos emocional e mais analítica.

Por fim: a resposta da autora aos posts da Dayane foi agressiva, e eu (euzinha somente, uma opinião entre muitas), se tivesse um blog, tentaria não afugentar as pessoas dessa forma. MAS, também entendo que a autora possa ficar calejada e sem paciência devido à quantidade de comentários que deve receber.

Liana hc disse...

Li, na minha família também teve problemas com vícios e sei o quanto isso é uma barra. Uma das coisas que mais me irritam é ficar taxando drogado de coitadinho. Ninguém colocou uma arma na cabeça obrigando a cheirar pó, a pessoa já era violenta antes e só piorou depois, aí quando tá alucinado, quebra tudo, agride, ameaça de morte e um monte de outras coisas e o povo vem com esse papo de "coitadinho, é só um doente, tenha paciência". Quero ver é se jogar na frente quando o fulano começar a bater ou repor o dinheiro que o "coitadinho" roubou. Aí ninguém quer, né. Isso de ouvir gracinha na delegacia é coisa comum.

Acho que o mais difícil de tudo, é entender que as pessoas na família vão se colocando em papéis que dificilmente mudam. Não temos o poder de transformar as atitudes dos outros. Nem tudo é resolvido com muito amor e conversinha gentil, tem horas que só se afastando mesmo e deixando que cada um arque com as consequências dos próprios atos. É preciso aceitar isso e tomar a decisão de seguir em frente. Só não acho que pai e mãe deva abandonar filho por isso. Uma coisa é entender que a situação é muito difícil e não há solução imediata, outra bem diferente é ligar o f*-se para o próprio filho.



Sobre o caso Dayane :), concordo com o que a Relicário e a Elisa Maia disseram. Achei que a autora deixou transparecer um pouco de insatisfação com mulheres que usam maquiagem e que a Dayane insistiu um pouco demais. Mas quem sou eu para falar :p

Anônimo disse...

Eu sei gente, eu li depois e sei que soou mal o que escvrevi. O que não gostei é que ela já vai metendo o pé na porta, sabe? Ela poderia ter falado: OLha Dayane, vc se enganou, nao foi isso que eu quis dizer. Quis dizer q eu era futil e tal.
Achei ela agressiva em td!Depois eu ainmda falei "Desculpe, mas foi o que soou!", e ela aí sim, me ataca de uma fomra bem feia!Achei ridículo da parte dela!Com certeza foi um mal entendido, gente, eu vio q eu tbm fui bem chata, não soube me expressar, mas isso pq ela tbm não soube e uma ficou rebatendo a outra.

Anônimo disse...

Dayane Ok., relaxa e goza... rs... rs... aprenda a não fazer tempestade num copo d'água - primeira característica da mulher autenticmaente feminista.

Relicário disse...

Miss simpatia...Lisana, já deu o ar de sua graça e destilou sua sabedoria infinita sobre nós reles mortais.

Sinônimo de feminista = mulher que não faz tempestade em copo d'água.

Angélica

Anônimo disse...

Relicário, em outras palavras: a feminista autêntica e segura de si não faz tempestade num copo d'água - ela é assertiva. E obrigada por sua elegância qto ao título a mim designado.

Liana hc disse...

Sobre a tal competição feminina

A competição masculina não só existe como moldou aquilo que entendemos por sociedade, cultura, sistema financeiro, esporte, relacionamento, educação, instituições religosas e filosóficas etc. Tem um bocado de coisa aí que poderia ser dita traiçoeira e imoral, mas essa competição é exaltada, naturalizada, dita normal. Como o masculino é padrão, esta competição também é. Mulheres não chegaram nem perto de competirem dessa maneira, mas isso raramente é dito ou sequer reconhecido.

O que se entende por aí é: Um homem competindo com outro homem é "normal", uma mulher competindo com um homem ela tá se masculinizando, uma mulher competindo com outra é porque as duas são cobras venenosas e traiçoeiras. Com todo respeito às cobras que são animais que eu admiro muito.

É que nem quando falam que fofoca é coisa de mulher. Sério mesmo que homens não fazem fofoca? A clássica é falar mal da vida sexual de alguma mulher, com os colegas. Coisa super comum, mas quase ninguém diz que é fofoca, são só homens "conversando".

Não gosto de ficar falando "homens também fazem isso ou aquilo, então mulheres blablabla" porque fica uma coisa "machocentrista", mas neste tipo de conversa, infelizmente é necessário pontuar isto. Homens competem, discordam, erram, algumas vezes de forma até nada agradável de se ver, e nem por isso ficam com má fama ou denigrem toda a população masculina só por isso. Já mulheres, não podem, e se uma faz, todas levam a fama.

Criticar mulheres que "competem entre si" e dizer que quando uma mulher erra ou discorda de outra ela está sendo "intrigueira", funciona como um calmante. É uma forma de limitar a interação entre mulheres, pois se discordar e errar é normal, isto significa que mulheres vão discordar e cometer erros entre si e ficar evitando isso só por ser mulher é desperdício de energia. Cai naquele papo frouxo de que mulheres não podem ser amigas. Tudo conversa pra boi dormir. Fraqueza de caráter é possível em todos, nenhum grupo detém o monopólio disto.



LisAna, ser assertiva ou não fazer tempestade em copo d'água independe de ser feminista "autêntica".

Francisca disse...

O que seria uma agressão mais intensa? Se ela o tivesse agredido com a cadeira. Nem precisaria bater com muita força!


Li, você disse a verdade que hoje ninguém fala. Esse papo que o cara está doente, coitado, é mesmo muito exagerado. A sociedade indiretamente culpa a família quando o indivíduo usa drogas! Porém, a droga está na rua, disponível para quem quiser, e a família não tem como reagir.

Anônimo disse...

eu me reportei à Dayane... Relicário entrou na conversa e veio com gracinha pra cima de mim... eu me reportei à Relicário esclarecendo e agradecendo;
Liana se reporta a mim batendo na mesma tecla... assim, considerando todo o IBOPE pro meu lado, vou parar por aqui pra não monopolizar os comentários.

Anônimo disse...

Pessoal, parem de brigar ><! (cOmo coisa que eu sou um bom exemplo disso!kkkk).

Eu concordo com td q vc falou Liana, tudo mesmo. E digo mais: Talvez por eu ser mulher eu veja com mais clareza a competitividade entre as mulheres, os homens devem ver de maneira mais clara a entre eles.
Eh que sei lá, mulheres competem por coisas tão mesuinhas, como quem é mais bonita, quem vai casar primeiro, sou mais gostosa que vc.

E é verdade, tem MUITA mas MUITA fofoca entre os homens, para caramba!Qdo eu andava bastante com os meninos na escola, ouvia eles falando de td mundo tbm!

Eliane disse...

Pessoal, obrigada pelo apoio.:-)Achei que ia encontrar aqui as mesmas palavras que ouço por aí. Ele é coitadinho e eu sou horrível por querer colocá-lo na cadeia. Denise, sinto por você ter passado por isso. Meu tios tentaram me obrigar a casar para meus pais se livrarem do "peso" que eu sou. Foi muito triste.
Carol, meus pais já o fizeram sim, muitas vezes. A resposta é sempre a mesma. "Ele só precisa de apoio e carinho, não podemos fazer nada". Nunca pensei que fosse ouvir isso de PM, esse ser truculento. De acordo com a polícia, tudo o que ele rouba de casa não configura furto/roubo, pois ao entender deles, é bem da família e ele pode usufruir. Apesar de ter 35 anos e não trabalhar. Relicário, vou tentar procurar o Min. Público. Porque as delegacia,s tanto da mulher quando as normais, falharam. Nunca pensei, inclusive, que seria tão mal atendida numa delegacia de mulher. Na propaganda elas parecem tão acolhedoras e solícitas, né? Liana, a situação chegou a tal ponto que eu creio ser a única solução deixá-lo sozinho. Porque eu vejo que tudo o que ele faz é baseado na segurança de que no fim, meus pais terão dó, vão livrar a cara dele e ele continuará a ter casa e comida quentinha, ale´m de grana a vontade. E vejo que minha mãe jamais deixaria o filhinho para trás, nem que tenha que sacrificar todos os demais por isso.

Anônimo disse...

LI, se vc tem 18 anos e já saiu de casa pq ainda está envolvida com esse seu irmão que mais parece um caso perdido? Ele faz e desfaz pq tem gente da família dando-lhe canja. Uma vez que vc escolheu sair de casa, viva sua vida, invista em vc mesma!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.