sexta-feira, 6 de agosto de 2010

MÃES EXTREMAMENTE FELIZES RESPONDEM

No post sobre o artigo da New York Magazine, que menciona vários estudos acerca de casais sem filhos serem mais felizes que os com filhos, pelo menos nos EUA (não em países onde o bem estar social é forte, como a Dinamarca), houve inúmeros comentários interessantes. Queria colocar aqui parte de um deles, da Somnia, que já tem o Ângelo e logo logo terá a Marina, e que viveu na Suécia e agora está de volta a SP:

“Eu disse certa vez a uma amiga solteira, sem filhos, que ser casada e ter um filho havia me dado um tipo diferente de experimentar a vida e a felicidade. Eu, como você, nunca vinculei poder ser feliz tendo filhos ou estando casada, e acho que esse é o pior erro de quem está fora desse circulo.
Achar que tendo um filho melhora-se o casamento ou nos torna mais completas etc é uma besteira e tanto. Por outro lado, eu não consigo deixar de dizer que eu olho para meu filho milhares de momentos, ouço o que ele diz, recebo seu abraço, e o amor que sinto por ele e recebo dele NUNCA na minha vida eu havia sentido. Nem de meus pais, nem amigos, nem marido.
É amor único. É diferente. E ter esse amor me traz felicidade em muitos momentos, mas não me garante felicidade o tempo todo. Ter um filho não me deixou mais feliz do que eu era antes, porque antes, como você bem disse e a pesquisa também, eu era capaz de fazer outras coisas que me deixavam bem feliz.
O lance, acho, é descobrir se a gente quer ou não mudar de fonte de felicidade... Nem sempre a gente quer ter tempo para ir ao cinema toda semana, entende? Meus desejos mudaram, minhas prioridades tambem. Amo sair com amigos e falar besteira... ir ao cinema! uau! sinto a maior falta, mas o sacrifício não me traz infelicidade porque há uma compensação...
Uma compensação que quem não teve filhos não pode sentir, falar ou entender. Você, nem ninguém, é incompleto por não ter isso, mas você tem prioridades e desejos diferentes.
Eu acho excelente quando algumas pesquisas colocam por terra algumas crenças e opiniões do senso comum, mas fiquei pensando enquanto lia seu post, antes de chegar na parte da Dinamarca, que o exemplo estava americano demais... Numa pesquisa na Suécia os pais e mães colocaram entre suas prioridades e coisas que lhes deixavam felizes cuidar de suas crianças...
Eu aprendi muito isso lá. Dá um baita trabalho, cansa, não transo tanto quanto antes, não vou ao cinema, mas aprendi a cuidar e curtir o filho por um ano sendo remunerada pelo Estado de lá, mesmo nunca tendo trabalhado na Suécia... Isso me permitiu cuidar do filho, não passar isso para a babá ou a avó. Foi difícil como qualquer outro trabalho bem exigente que a gente tenha, mas só consigo pensar que faria de novo, que valeu a pena.
Tudo isso me fez decidir esperar para voltar a trabalhar pelo menos uns 8 meses até que a Marina fique maior...
Claro que a sociedade do bem estar da Suécia me ajudou a escolher isso com Ângelo, e minha situação mais ou menos estável agora me permite fazer o mesmo com o segundo filho...
Fiquei pensando também que gostaria de ter a mesma pesquisa feita em vários outros cantos..."

Minha reação: Sabe, Somnia, na segunda de manhã, quando comecei a ler os comentários, pensei em vc. E sei pelo seu blog, pelas fotos, pelos textos, que vc é uma pessoa super feliz, de bem com a vida, e que curte pacas cuidar do filho e vai adorar cuidar da Marina (ela já chegou?). Tenho certeza que com a Rita é a mesma coisa (a Rita, aliás, deixou um comentário lindo em que ela diz: “as grandes renúncias nem chegam aos pés das imensas compensações. Eu troco o cinema que adoro para ouvir o Ulisses contar história pro Arthur na hora de dormir. É lindo, todos os dias. Fazer menos sexo, perder o cinema, não sair pra dançar, nada disso é páreo diante de ensinar um filho a ler ou nadar”). Conheço várias pessoas que AMAM cuidar dos filhos e são muito felizes. Isso que vc falou, Som, de amor incondicional, a gente ouve sempre. Na realidade, o que eu mais ouço é que o amor que um pai/mãe sente pelo filho é inigualável, diferente e maior do que o amor que se sente pelo marido, pelos pais, avós, amigos, ou blogueira preferida (ha ha, essa eu não pude deixar escapar!). Acho que deve ser muito legal sentir isso. E eu SEI que não se deve nunca comparar bichinhos com crianças, mas se me permite uma heresia, eu sinto um amor incondicional pelo meu gatinho Calvin. E ele por mim. Minha gatinha Blanche nem liga pra mim, eu sou apenas a número três na sua escala de afeição, e com meu cãozinho Hamlet, que já morreu, eu sentia um amor enorme vindo dele, mas não era incondicional de forma alguma. Ele me criticava às vezes. Duramente, até! Mas com o Cal, não. Não há críticas, só love love love e muitos rum-runs de ambas as partes. E não dá trabalho nenhum! Não preciso dar banho, levar pra passear, preparar comida, nada. Só brincar, que não é esforço com um gatinho tão fofo. Eu olho pra ele e sinto meu coração se expandir, sabe?
Sei que não posso comparar, até por não ter filhos. Mas sinto que bichinhos são excelentes substitutos pra filhos. O único porém é que eles são meio limitadinhos. Nunca vou conseguir ensinar o Cal a jogar pôquer, por exemplo (já pra goleiro de futebol, ele bate um bolão).
De mais a mais, sei que muita gente inventa desculpas esdrúxulas pra não ter filhos. Lembrei agora de uma das minhas falas favoritas de Harry e Sally, Feitos um para o Outro. Sally queria muito ter filhos, mas seu companheiro de vários anos, não. E a desculpa que ele dava é que era uma maravilha não ter filhos porque era possível transar no chão da cozinha e viajar pra Europa a qualquer momento. Só que aí Sally repara que eles nunca iam pra Europa, e que o chão da cozinha é frio demais pra transar. Creio que as pessoas podem só assumir que não querem ter filhos, sem dar desculpa nenhuma. Não é meu projeto de vida e pronto.
Como minha natureza não permite terminar um texto sem qualquer provocação, incluo a conclusão de um excelente comentário que o Nefelibata deixou no post: “Em suma, para não me esticar demais; é preciso sim jogar na cara de todos, assim, agressivo mesmo, que esse negócio de filhos é opção, não fará necessariamente ninguém mais feliz, nem completará ninguém. Que filhos trazem coisas boas somente depois que uma série de problemas são superados, e que para superá-los, entusiasmo não basta. Talvez quando as pessoas fizerem isso, deixarão de ter filhos 'por ter' e não delegarão às escolas a função de educá-los simplesmente porque lhes falta tempo e ânimo”.

45 comentários:

Lord Anderson disse...

Eu me considero bem sortudo nesse aspecto.

Não tenho filhos, mas sou o tio coruja preferido dos meus varios sobrinhos.

Assim consigo conciliar vida de solteiro com amor por crianças.

Lord Anderson disse...

Ah, curiosidade.

Alguem ja foi visitado pelo censo?

Jux disse...

Loláxima!
Post belíssimo como sempre...

Sabe o que me veio na cachola diante dessa discussão toda? por que as pessoas TEM que ser MAIS FELIZES que as outras?

Tem filho e é feliz? Ótemo!
Não tem filho e é feliz? Maravélha!
Casou e tem um cachorro peludo? 10!
Não casou e comprou uma bicicleta? 10 também!

Com todo respeito aos estudos científicos, tenho a impressão de que esse tipo de pesquisa serve pra, de alguma maneira, fomentar (mais) a competição entre as pessoas: eu tenho que ser MAIS FELIZ QUE MINHA VIZINHA, PRIMA ETC...

Seria mais simples tratar de ser feliz e pronto, não achas???

=Maíra= disse...

Lola, off topic: vocêr viu o debate de ontem? Se tiver visto, adoraria ver um post seu sobre o assunto!
Abraços!

Jux disse...

Yeahhh =Maíra=!!!
uno forças ao seu comentário off topic: Loláxima, aguardamos suas impressões a respeito do debate!

e mais um pedacinho "sem assunto":

Trecho da fala do Sr Tucano que mereceu devotada atenção:

"(...) Sim eu apóio os movimentos sindicais (...)"

ahan, sei...

Ele se "esqueceu" do dia 26 de março desse ano em SãoPaulo...

BUT, pelo menos mostrou algum tipo de coerência, pois ele mesmo disse "(...) não olho para o passado. Eu penso apenas no presente e futuro (...)"

=(

Jux disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Masegui disse...

Bacana o que a Rita falou, mas o comentário da Somnia foi nota 10! clap, clap, clap, clap!!!

Danielle disse...

Lola, eu concordo que um gatinho possa trazer experiências parecidas com a da maternidade, essa do coração expandir é uma delas. Tenho quatro gatos e sinto isso com um, aliás, chama-se Lolo.

Mas vim aqui falar de outra coisa, na verdade, perguntar... Como é sua relação com veterinários? Quero dizer, já li um bocado sobre planos de saúde, esperas em consultórios médicos, mas fiquei curiosa com vacinação, castração, consulta anual e etc.
Você investe em ração de qualidade?

Meus quatro gatos são “resgatos”, vieram da rua com algumas condições de saúde; uma é meio cega, outro tem leucemia... Os gastos às vezes são muitos, ainda mais se aliados ao valor das rações super premium que são realmente melhores, a meu ver. (Em algumas ocasiões, o valor do quilo da comida dos meus gatos é mais alto que o valor do quilo da minha própria comida.)
Então diga aí, deixar de comprar roupa, economizar em vários aspectos da minha vida para proporcionar aos gatitos maior qualidade de vida, não faz com que eu viva um pouco do que é ser mãe? É a renuncia que não dói porque a compensação é enorme.

Tanize disse...

Lola, adorei o post inicial, mas acabei não comentando...

Fui ler a matéria do NYT e achei que as duas últimas páginas não foram uma tentiva de amenizar com a maternidade/paternidade, mas sim uma forma de dizer o que os pais menos apreciam é a tarefa diária de cuidar dos filhos, mas que o amor desses recompensa ao pensarem sobre tudo que lhes deu prazer ao longo da vida.

Óbvio que isso faz sentido, qualquer pessoa que já teve sob sua responsabilidade uma única criança por pelo menos 1 hora sabe o quanto é trabalhoso cuidar delas.

O interessante é que essa ideia se completa com o que seus comentaristas disseram: a mãe que aprendeu a ter prazer com as tarefas diárias e chatinhas de realmente educar, e o que o último comentarista disse de que as pessoas têm que parar de colocar filhos como uma obrigação e ao tê-los serem responsáveis por eles, por educá-los.

(Só para finalizar com uma pimentinha) Quem sabe assim as pessoas vão parar de dizer que tudo é responsabilidade da escola (quando não deixam para a igreja também).

Experiência Diluída disse...

Lola, vc n assistiu ao debate ontem dos candidatos e candidatas a Presidência não??
Fiquei louca para ver o teu comentário hoje!!!
beijoo

Pentacúspide disse...

Deus do céu!, nem sei como levei tanto tempo a perceber: mas é claro que o sentimento de maternidade é emulável pelo sentimento de posse e cães ou gatos podem fazer as vezes dos filhos.

Céus!, afinal eu tenho o meu computador que amo incondicionalmente, e a única coisa que exijo dele é que se porte bem. Dou-lhes mil cuidados, limpo, verifico o firewal, passo antivirus, gasto dinheiro com ele com acessórios, faço actualizações, viajo com ele, divirto-me com ele, às vezes até me deito com ele. (Um computador é objecto físico, eu sei, mas não imaginam a dor que eu teria se lhe acontecesse alguma coisa, pois todos os meus escrito estão nele, além da minha colecção de música clássica e de bossa nova, banda desenhada da marvel, literatura vulgar e literatura académica, que levei seis anos a juntar.) Uff! As preocupações que me dá são compensadas quando navego na net, vejo filmes, jogo, vejo porno, leio e escrevo.

Na realidade é muito melhor ter um computador do que um filho, pois o computador não me vai pôr num lar de idoso quando eu for velho, apesar de todo o cuidado que eu tive com ele, para vender a minha casa. Nã, nem, além de mais, se o computador estragar só tenho que salvar o conteúdo do disco para um disco exterior para backup (falando nisso, devo fazê-lo já) e arranjar um outro computador. O computador é fantástico, muitas vezes mostro aos colegas as minhas modelações em 3d e digo, orgulhosamente: foi o meu computador que fez; ensinei-lhe a dizer bom dia em quatro línguas quando pressiono a tecla Alt+S. É, pra quê um filho se já tenho o meu computador?

Se eu tivesse um filho teria de responsabilizar-me por ele, educar-lhe, e a energia que isso custa, principalmente porque ele por estar dotado de intelecto muitas vezes vai querer fazer as coisas à maneira dele e isso só me traria chatices. Prefiro o agradecimento que o meu computador me dá quando o ligo, e o vejo a piscar antes de iniciar, sinto aquela alegria que sentia quando o meu cão saltitava se eu lhe fazia festas.

Somnia, não me fales de filho quando eu tenho um computador!

Arashi disse...

Faço minhas as palavras da Satya (aliás, mulher, mundo pequeno esse, quando a gente não se encontra no LJ, se encontra aqui): cuidar de um bicho pode envolver o mesmo tipo de renúncia que cuidar de uma criança. Sim, temos que guardar as devidas proporções, mas eu gasto uma baba na ração dos meus três cachorros, nas vacinas, nas visitas ao veterinário, nos remédios... só de remédio este mês já foram 57 reais, e ainda é dia 6! E gasto com um sorriso no rosto, sabe por quê? Porque pra mim não é despesa. Pra mim isso é investimento, é cuidado, é amor. Se eu posso fazer, por que não? Faço, gasto com o maior prazer. E gastaria do mesmo jeito, abdicaria de ir ao cinema (que anda bem carinho), de viajar, de tudo o mais, por um filho.

E sabe de uma coisa? Ter os meus cachorros deitados ao pé da minha cama quando eu estou doente, guardando o meu sono, compensa de longe não poder ir à queima de fogos em Copacabana no ano novo pra não deixá-los sozinhos em casa.

lola aronovich disse...

Gente ótima, vi o debate sim, mas nem pensar em escrever sobre ele ontem (acabou depois da meia noite) ou hoje de manhã (já dei duas aulas hoje. A primeira começou às 7:30! E agora depois do almoço tenho a terceira...). Juro que escrevo sobre o debate amanhã. Hoje, não tem como. Mas pelo menos as aulas são gostosas. Nem me sinto cansada durante as aulas. Antes ou depois, porém...

Carolina Pombo disse...

Oi Lola, seu post inspirou um outro post lá no meu novo blog, o What Mommy Needs?

Tentei esboçar uma resposta para essa "infelicidade" que a reportagem aponta. Na verdade, acho que a idéia de felicidade que as pesquisas discutem são diferentes. Se for uma coisa mais hedonista, ligada a momentos de prazer, é compreensível que pais e mães americanos sejam menos felizes, porque dar conta de educar, disciplinar, cuidar, e entreter crianças sem qualquer apoio público do Estado, sem um projeto mais solidário de sociedade, é com certeza muito estressante. Fora o fato que a preocução excessiva em formar filhos competitivos para o mercado também é exaustiva - para todos!

Lá no blog discuto a diferença entre as mulheres francesas e as americanas, citada na reportagem. E seu blog está nos agradecimentos!

Beijos e obrigada por suscitar este debate!

http://www.whatmommyneeds.net/2010/08/why-parents-hate-parenting.html

Carolina Pombo disse...

Ah! Acho super importante o que a Somnia falou sobre o prazer em "parentalizar" que ela tem! rsrs Ela deixou claro que a presença do Estado, as políticas públicas para as famílias, lhe deram a oportunidade de viver a maternidade com mais prazer. Acho que isso faz muita falta aqui! É um dos motivos porque as pessoas devem pensar muito mesmo antes de ter filho. E para ninguém achar que eu não sou uma mamãe feliz, faço coro a afirmação de que o amor com os filhos é inigualável! Eu também já tive bichinhos, e sinceramente, por mais carinho que a gente tenha, o negócio é bem diferente... Mas, essa é a minha experiência!

Beijos

Juliana Felipe disse...

Pessoas existem de todos os jeitos. Há aquelas que mesmo cheia de filhos nunca se vincularão a nenhum deles. Há outras que de fato, depositam neste serzinho todas suas expectativas. Mas uma coisa é igual pra todo mundo: a falta.
Sempre vai existir falta, com ou sem filhos, com ou sem amigos, com ou sem família. Teremos sempre que dar conta de algo que diz respeito somente a nós. E isso ninguém pode fazer por nós. As situações da vida nos colocam diante de satisfações incríveis e frustrações terríveis. Sei que muita gente continua tendo filhos sem pensar sobre o que isso seria, somente pra preencher um vazio ou fazer oquetodafamíliasemprefez, mas também há aquelas que acreditam na descendência como uma possibilidade de melhorar esse mundão e trabalham duro por isso, pela educação dos filhos e de outros também. Acho que filhos sempre temos alguns por aí, mesmo que não nos chame de mãe ou pai. Somos sempre mais ou menos responsáveis por alguém, ou por algo, seja isso uma causa, um trabalho, enfim...
Acho que é muito difícil criar uma criança, tenho uma filha que é hoje meu maior desafio. Ela me proporciona obviamente muitos momentos felizes, mas é claro que tive que fazer muitas concessões em seu nome e ainda farei muitas. Mas acredito que esta seja apenas uma faceta dessa experiência, que como todas as outras experiências na vida, têm bilhões de variáveis. Acho que devemos fugir dos clichês e procurar ser éticos e responsáveis por tudo e por todos com quem nos relacionamos. Cuidar, seja de uma pessoa, seja de um bem, seja de uma vida inteira sozinho, vai dar trabalho. Tô buscando sempre formas de melhorar tudo isso. E usufruir das minhas experiências.
É, acho que é isso.
Embolado esse depoimento né, Lola...
Beijão

somnia disse...

Queridissima Lolissima,

fiquei super feliz de ver aqui o meu comentario e as reflexoes do pessoal sobre ele. obrigada!

pra comecar eu tambem nao consigo deixar algo sem comentar e entao vao algumas coisas que pensei depois desse post aqui...

1. o titulo me incomodou porque na verdade eu nao sou uma mae EXTREMAMENTE feliz... quer dizer eu entendo que extremamente feliz seja alguem que nunca tenha duvidas, que nunca se canse, que esteja repleta de felicidade sempre, o tempo todo. Eu nao. Sou uma mae bem feliz por ser mae, por ter desejado isso e ter realizado, mas eu me sinto extremamente feliz em alguns momentos e em outros nao. E isso nao necessariamente tem a ver com a maternidade. As vezes como mae me sinto maior frustrada. Queria estar sempre feliz por ter essa criatura que tenho hoje aqui, mas nao e assim... sou feliz a maiorp arte do tempo e agradecida, mas a vida nao e feita so de prazer nao e?

2. eu entendo o que vc diz sobre os bichinhos. Minha irma e apaixoanda por gatos, cachorros e ela sempre dispendeu tanto amor a eles que eu sempre percebi que para ela era como se foossem seus filhinhos. E acho ue e sim possivel voce optar por ter bichos de estimacao e ser muuuuito feliz com isso, tao ou mais feliz que alguem que tennha tido filhos. E claro que eu tambem nao estou comparando filho com bicho, mas a felicidade que se pode ter com eles. Depende sempre do que desejamos. Eu nao sou o tipo ligadona em crianca nao... eu nao tenho paciencia pra muita crianca. Pra bicho praticamente nenhuma... mas sou feliz cuidando, ensinando, sentindo a feliciadde de meu filho...

3. minha mae ta me chamando pra tomar cafe... rs... acho que o fato de eu ter podido cuidar do angelo na suecia recebendo alguma grana e como as maes podem ter a licenca de 1 ano remunerada faz com que a gente se canse sim, mas a culpa de ter optado por ser mae e nao aproveitar o crescimento dos filhos e menor... tenho certeza quew isso nos ajuda a nos sentirmos um pouco mais felizes...

beijos vou aproveitar ser filha agora

Veridiana disse...

Lola e gateiras/cachorreiras de plantão,

Tenho três gatos e estou grávida, portanto logo poderei comparar o amor por bichos ao amor por um filho. É comum eu gastar mais com meus gatos do que comigo mesma ou com a casa, e isso sem dó nem lamentação. Meu sofá está feiosinho e eu nem ligo; importa que meus gatos possam exercer o instinto natural deles de arranhar coisas. Cuidar deles é um prazer. Não dá nem para falar em sacrifício porque a compensação é grande. Se ser mãe de um ser humano é vivenciar isso numa escala ainda maior, causa mesmo algum espanto pesquisas dizendo que quem não tem filhos é mais feliz. Talvez seja uma vida com menos atribulações, preocupações, impedimentos... As felicidades são diferentes e dependem das prioridades.

Vivien Morgato : disse...

Sempre me irrito muito com esse tipo de discussão.
Se a gente partir do pressuposto de que existem diferentes formas de ser feliz, que perspectivas de felicidade são extremamente diferentes, nem dá pra entrar nesse papo.
Eu acho um porre quando alguém começa a dizer que só se pode ser feliz tendo um filho. E acho pior ainda quando alguém tenta provar - vi isso no facebook por conta desta pesquisa que vc menciona - que quem optou por ter filho se jogou na infelicidade, que o lance é não ter filho.

Não creio em amor materno instintivo. Acho que já falei isso aqui por conta de outro tema, lembrando da Elizabeth Badinter e de seu interessante trabalho sobre o Mito do Amor Materno.


No meu caso, e falo por mim apenas, obviamente, ser mãe é - sem dúvida - a melhor coisa da minha vida.

Lendo o comentário da Somnia me idenfitiquei muito: não descarrego nele desejos de felicidade, já era feliz, sou feliz,ponto. Mas o amor que sinto por meu filho é algo completamente diferente de qualquer forma de amor que já senti.

Eu comentava com amigos ontem, no almoço, sobre um projeto que existe aqui em Campinas: as mães vão ao cinema com seus bebês, assistem a filmes em meio a gritarias e fraldas sujas.
Saem dali e vão tomar café com seus carrinhos supersônicos pra bebês, cheios de frescura.

Penso nisso como um desmembramento da "geração prozac", geração do rpazer continuo e eterno, do não-problema. "Posso continuar minha vida exatamente como era antes".

Cara, não pode. Como qualquer mudança, tem perdas e ganhos. E mudanças. Imaginar que a vida não muda nada é psicótico.


Respeito as pessoas que optam por não ter filho. São mais coerentes e honestas do que as que os tem por inércia. Mas todo e qualquer discurso na linha "sou mais feliz porque não tenho", hummm...


Quanto aos bichos, Lola, descobri o amor canino há pouco e adoro minha cachorra. Mas confesso, talvez por limitação minha, talvez pelo meu passado na Baixada - onde isso era frescura de madame - não entendo bicho-filho. ;0)


Assim como outra leitora, estou ansiosa pra ler seu texto sobre o debate.

Beijos.

Vivien Morgato : disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivien Morgato : disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivien Morgato : disse...

Ai, meu deus, além de fazer um comentário ,ongo demais, ainda o tripliquei....bom, já deletei os dois errados, tá?

beijos.

Rita disse...

Lola,

obrigada pela menção ao meu comentário.

Sendo meio repetitiva (já falei mais ou menos isso lá no outro post), o mundo é grande e comporta todo tipo de projeto de vida. Esse tom um tanto competitivo - “vida boa é com filhos” x “vida boa é sem filhos” é meio teen demais pro meu gosto, confesso. Acho que o bom é tocar a vida confiando em nossas escolhas e revisando-as, quando dá. Só precisamos ficar atentas e atentos a um pequeno “detalhe”: antes de crucificar a mulher que escolhe ter filhos, mas sai pra trabalhar e inclui babás e creches em sua rotina, é bom levar em conta que esse é um dos maiores - senão o maior - conflitos enfrentados pela mulher/mãe na atualidade. Trabalhar fora, algo quase “inerente” à vida dos homens, foi uma conquista gigante das mulheres. Ser mãe é, para muitas mulheres, outra coisa gigante em suas vidas. E elas seguem fazendo escolhas difíceis vida afora na tentativa de conciliar as duas coisas. Não é fácil nem sem culpa, acreditem. Mas tem uma coisinha que a gente esquece: dá pra ficar viável se contarmos com os pais das crianças e taí uma boa coisa para se pensar nesse final de semana “dos pais”. Porque antes de apontar o dedo na cara da mãe que tem filho e trabalha fora, é bom olhar para o parceiro dela e ver a quantas andam as renúncias dele também. Sabe, todo mundo critica a mãe que “entrega” os filhos às babás sem olhar para o pai que tá “entregando” junto. Porque senão a gente cai de novo na armadilha de ser culpada por todos os pecados do mundo. E eu confesso que já estou de saco cheio disso.

Beijos, pessoas.

Rita disse...

Oi, Lola

Voltei pra falar outra coisinha: a aiaiai, o Lord Anderson e eu andamos no maior complô lá no twitter pra arrastar você pra lá. Ainda não entramos em um acordo quanto à quantidade de chocolate que pretendemos usar para te subornar, mas assim que a gente decidir... ah, você vai tuitar com a gente. Não vai? ;-)

Beijos
Rita

Elaine Cris disse...

Adorei os dois posts, tanto esse quanto o primeiro que gerou a discussão...
Acho que é por aí mesmo, a gente tem que ouvir várias opiniões, conhecer vários caminhos, se conscientizar que as pessoas são diferentes, tem projetos de vida diferentes, se realizam com coisas diferentes.
Entendi que seu primeiro post tinha essa provocação, essa revolta contra um modelo no qual certas pessoas querem encaixar todo mundo, ignorando que certos caminhos são bons pra uns, mas não pra outros...
Quem é feliz tendo filhos, ok, continue assim, mas sem essa bobagem de pensar que esse é o único caminho pra ser feliz e que quem não teve ou não quer ter, é infeliz ou tem algum problema, ou é egoísta, enfim. Aliás, quem é feliz de verdade se incomoda com o fato de uma outra pessoa poder ser feliz em um "caminho contrário"? Acho que não.

Anônimo disse...

Vivien concordo com você. Também desconfio do discurso "sou mais feliz por ter isso ou por não ter aquilo". Acho que ter ou não ter filhos são duas decisões diferentes que trazem consequencias diferentes e ponto. É ingênuo pensar que filho é necessariamente fonte de felicidade. Ou que bicho, religião e o que for vai te deixar mais ou menos realizado.
Alguém disse que criar um filho na lógica da competitividade capitalista, numa cultura pouco solidária e sem apoio do governo deve ser complicado. A contextualização foi ótima pq deu nome aos bois. Ser pai/mãe numa cultura como a americana realmente dever ser muito estressante. Na Dinamarca muito provavelmente não. Um solteiro estilo São Francisco de Assis, sem filhos e amargurado pode ser tão infeliz quanto uma mãe ou pai deprimidos. No primeiro caso a culpa sempre vai ser do bicho. No segundo é da criança. Mas o ponto é ele...
Por exemplo, Lola quando vc diz "acho que bichinhos são bons substitutos para os filhos" me parece que não há muita segurança em sua própria decisão de não ter filhos. Talvez por isso o título do post dizendo "Me enganaram". Mas quem te enganou? Você acreditava que esse discurso era verdadeiro? Vc já tentou ter filhos para comprovar a veracidade do enunciado, não teve sucesso e por isso ficou triste e deprimida? Nos textos do blog vc diz que não. Então quem te enganou se, como vc mesma diz, nunca houve a crença? Se não ter filhos é uma decisão tomada, pensada e repensada o que importa se 6 bilhões de pessoas dizem que ter filho é a salvação? Problema é delas e dos artigos pró ou contra. A decisão foi tomada. Elas que encham o mundo de fraldas.

Sei lá. Às vezes me parece que entramos em uns processos de desconstrução social e acabamos sendo levados juntos sem saber ao certo a razão. Talvez por isso a sensação de ter sido enganado.
Ainda acho perigoso e meio classista universalizarmos uma discussão como essa que, como apontados por alguns, faz muito sentido no círculo classe média de países onde há pouco apoio às mulheres. E eu ainda diria: mulheres de classe média de países onde há pouco apoio às mulheres, não-cristãs, não-islâmicas, não-indígenas, feministas, orientadas por uma lógica ocidentalizada dos arranjos e relações familiares e etc. Questionar maternidade/paternidade é uma questão muito ocidental, muito classe média assoberbada, muito não-religiosa, muito feminista década de 60, muito pós-moderna, muito nicho. Boa parte do mundo ignora essa discussão. Universalizações como a que fazemos aqui não têm o menor sentido.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Aqui no Brasil a classe média age numa lógica muito parecida com a americana e não é à toa que parte dela discussões como as do tipo "como ser uma super mãe e ao mesmo tempo uma profissional de mega sucesso, espiritualmente elevada e foda na cama?". Criamos o filho pra que ele fale 30 idiomas aos 7 anos, estude no colégio tal, vista a roupa da marca tal, seja trainee de uma multinacional aos 18 anos, acabe de pagar o primeiro apartamento aos 25 anos e sem nunca deixar os vizinhos, amigos e parentes do prédio desconfiarem que no fundo estamos todos vendendo o almoço pra pagar a janta. Criar um filho numa realidade como essa é infernal também. Filho se torna algo mais carregado que Exu Caveira. Num contexto como esse nada melhor que uma histerectomia, uma vasectomia, um gato ou computador. Filho é um ebó! Isso é muito classe média brasileira. É muito Super Nanny. Só a classe média chama a Super Nanny. E o pior é que no final, ainda achamos que fizemos tudo errado....

Observação extremamente relevante: por motivos óbvios existem humanos que inteligentemente nos ignoram e consideram os aplausos ao artigo da revista coisinha de gente frustrada, egoísta e sem Deus no coração. E estes que, sabiamente nos rejeitam, tornam-se, de fato, essenciais à continuidade da espécie humana. Sim, pais e mães estressados e infelizes são mais relevantes que casais fofuchos com seus bichinhos e textos html. Sim. termos um dia mulheres pulverizadas no poder depende deles. Sim, o fim do racismo e de tantas outras coisas depende... deles. Afinal todos temos umbigo. Nós somos aquele tio louco que discursa no Natal e todo mundo ri das sandices, pois sabem que não podem dar muito crédito... A parte fraca, deslumbrada que fala coisas sem sentido. Na seleção natural não passamos nem da primeira fase. Que bom!

Caio Ricardo disse...

Lola, sei que é totalmente off topic, mas vou deixar aqui o link de um curta brasileiro chamado "O código Tarantino". Sou fã do Taranta e sei que ele faz menções dos trabalhos dele em outros trabalhos, mas após ver esse curta percebi que preciso revê-los com muita calma.

http://www.youtube.com/watch?v=op4byt-DtsI&feature=player_embedded

lola aronovich disse...

Lord, por aqui, nada de visita do Censo até agora! Eu estou ansiosa. Será que desta vez, quando eles perguntarem a renda daqui, se eu perguntar “renda individual ou familiar?”, eles saibam responder...


Ha ha, Jux, o seu “casou e tem um cachorro peludo? 10!” me fez rir. Mas achei a maior discriminação contra cães pelo curto!

lola aronovich disse...

Satya, minha relação com veterinários? Bom, aqui em Fortaleza a gente ainda não foi a nenhum, mas bem que a Blanche tá precisando (acho que ela tá com assaduras). Em Joinville a gente tinha um vet de confiança, o Marcos (da ZooClin, pessoal de lá!), que a gente adorava, era de extrema confiança (ele salvou a vida da Blanche uma vez, e do meu cãozinho Hamlet noutra, quando ele foi tirado da boca de um pastor alemão, todo mordido, pobrezinho!). Ele castrou o Calvin e tratou de um machucado feio que ele teve. Mas a verdade é que felizmente, até aqui meus gatos (Blanche tem 10 anos e Calvin, 9) têm estado muito saudáveis. A gente só costuma levá-los pro vet uma vez por ano, pra vacinas. Não investimos em ração de qualidade. Eles sempre comeram Friskies, e ultimamente provaram Sabor & Vida e adoraram. Não são bichinhos caros de manter mesmo! Como eu disse, não dão trabalho nenhum. Só alegria. Mas fico feliz com sua dedicação com seus gatos. Admiro pessoas assim!


Pois é, Tanize, gostei da sua pimentinha!

lola aronovich disse...

Penta, ahn, meu computador certamente não me ama (desconfio até que ele abertamente não goste de mim), e nem eu o amo incondicionalmente. Sem comparação com o Calvin! Mas continue levando o seu pra cama. O meu nunca sai do lugar!


Arashi, por mim, não haveria fogos de artifício! Pelo menos esses com barulho. Será que o pessoal se dá conta do número de bichinhos (cães e gatos) que se perdem de seus donos e suas casas todo ano por causa de eventos festivos como reveillon e jogos de futebol? Em respeito aos bichinhos de estimação, chega de fogos! (eu também odeio e tenho vontade de me enfiar embaixo da cama com meus bichinhos).

lola aronovich disse...

Muito bom o post da Carolina, gente! Visitem! (deixei um recado lá no seu blog, ok?).


É verdade, Flor, todo mundo experimenta essa falta de vez em quando. Não tá nada embolado o seu depoimento não! Tá lúcido, como sempre.

lola aronovich disse...

Somnia, vc se incomodou com o “extremamente feliz”?! E eu que pensei que vc fosse se incomodar com a foto que escolhi pra ilustrar o post! (aliás, nem me pergunte o que a foto significa ou sua relação com o post, que eu não sei. Podem ser mães lobas – se é que é lobo esse bicho —, e, se forem, acho que estão felizes... mas também estão cansadas. Sei lá, pelo menos elas fazem coro e são fofas, então considere uma homenagem abstrata). Ah, ninguém é feliz 100% do tempo, né? Nem 70%, suponho. Isso da Suécia é fantástico, Som. Vc pode dizer quanto o governo te pagava? E de quanto tempo é a licença paternidade?


Veridiana, feliz gravidez! Bom, posso dizer que comprei um conjunto de sofá novinho (não muito caro, já temendo o pior), e não gosto que meus gatos estejam afiando suas unhas por lá. Lá em Joinville, onde os gatinhos tinham jardim com árvores pra arranhar, um sofá teria alguma chance de sobrevivência. Aqui...

lola aronovich disse...

Vivien, tampouco acredito em amor materno instintivo. É um mito e uma tentativa de obrigação ao mesmo tempo. Sobre mães irem ao cinema com os bebês, eu tento ser tolerante. Mas tem vezes que não dá. Fui assistir um show de um ótimo violinista esses dias, lá no Dragão do Mar. Grátis e tal. E bem atrás de mim sentou-se uma menininha que, além de falar durante o show inteiro, ainda acompanhava a música chutando a minha cadeira. Foi uma tortura. Sorry, gente, mas se vc tem filhinho pequeno e quer ir a um show, ou arranja alguém pra cuidar do filho, ou seu filho é um anjo que dorme durante o show, ou vc simplesmente não pode ir ao show. Não é justo com as pessoas que querem ver um show sem ouvir gritos de criança e sem ter a cadeira chutada! Obrigada por deletar os comentários duplicados. Bom, pelo menos vc só publicou dois comentários repetidos, ao contrário da Somnia, que bateu o recorde com OITO! Como ela disse num email que me fez rir: “Gentinha!”.


Ritinha, adorei seu comentário. Ele fala de uma outra questão que eu queria abordar, então vou usar parte dele prum post, posso?
Sobre o complô pra me arrastar pro twitter, fiquem sabendo que eu não me vendo por pouco não. Por menos de três barras de chocolate (sem bichinhos) não tem jogo!

lola aronovich disse...

Anônimo, sempre estive muito segura na minha decisão de não ter filhos. Não há indecisão alguma, juro. E não tenho bichinhos pra substituir filhos. Tenho bichinhos porque amo animais, e amo animais desde sempre, e sou o tipo de pessoa cujo coração se expande com muito mais facilidade pra um bichinho que pra um bebê humano. Raramente eu consigo olhar prum bebê (que pra mim parecem todos iguais) e sentir “óóó que fofo!”, como eu faço com praticamente qualquer cão e gato. Não sei porquê, sempre fui assim. O título do outro post, o “me enganaram”, foi irônico. Ninguém me enganou porque, de fato, eu nunca acreditei nesse discurso que eu só poderia ser feliz com filhos, ou que meu casamento não iria durar porque casais sem filhos não têm motivos pra ficar juntos etc. Mas bem que tentaram me enganar! E só porque “boa parte do mundo ignora essa discussão” (questionamento da mat/parternidade), não quer dizer que não possamos tê-la aqui, no meu bloguinho, né? A maior parte das discussões por aqui são ignoradas por “boa parte do mundo”, mas nem por isso eu quero evitá-las, já que não me guio por “boa parte do mundo”. Eu me guio por... mim. E muitas vezes pelas minhas leitoras. Pode chamar meu feminismo anos 60 de “feminismo vintage”, se quiser.

lola aronovich disse...

Laurinha, justamente. No meu primeiro post tinha essa revolta contra a tentativa das pessoas em me encaixar (e encaixar a outras mulheres sem filhos) num modelo pré-fabricado. Quer dizer, eu me revoltaria tb se eu tivesse filhos e as pessoas falassem que é melhor não tê-los. Essa tentativa de nos encaixar é que me revolta.



Riffael, puxa, esse vídeo é o máximo. Eu já tinha visto, muito tempo atrás, mas foi bom revê-lo. Excelente roteiro, excelentes atores, excelente tema.

Pentacúspide disse...

Acredito que não ames o teu computador quando o dizes, pois o objecto do amor varia conforme as pessoas. Uns amam os filhos incondicionalmente (outros não e deitam-nos ao caixote de lixo), tu amas o Calvin, há quem ame Hobbes, eu amo o meu laptop. Por isso acho normal quando se compara o amor a uma pessoa ao "amor" ao bicho, ao prato favorito ou ao objecto favorito. Acho português uma língua muito pobre no uso deste vocábulo, amor (melhor que francês em todo o caso, onde o amar e o gostar é a mesma coisa), pobre em relação ao grego.

Luciana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana disse...

Eu discordo dessa história que amor incondicional é pelos filhos, o meu amor incondicional é por mim mesma, e conheco muitas mães que amam os filhos de forma condicional sim. Ao meu ver, amor pelos outros sejam filhos ou não sempre rola uma condicão, e acho também que muitas vezes essa história de 'sou mãe tenho/sinto uma amor incondicional' é mais uma de algumas mulheres de se colocarem num patamar acima das outras, mas claro, amor por filho deve ser um amor muito grande realmente, ou pelo menos deveria, mas a gente sabe que nem sempre. Bom, fui me extendendo, só queria dizer que amor incondicional antes de tudo devemos sentir por nós mesmos.

Eu não tenho bichos, não tenho filhos, sou feliz assim mesmo, porque felicidade não precisa ser condicionada a outros, ou a nada e nem explicada, somente sentida e vivida.

Eu acredito que as pessoas não precisam e nem dão desculpas, mas cara, é muito chato ter que ficar respondendo perguntas, tendo a vida, a alma e o útero especulados, e daí, de uma forma banal de dar respostas à curiosidade alheia, acabam surgindo as falas, como a de Harry. Uma vez coloquei no meu blog na série ‘Filhos – tê-los ou não tê-los’ umas reportagens e em uma delas um entrevistado dizia que não tinha filhos e não queria porque assim podia fazer sexo às 10hs da manhã, claro que essa não é realmente a razão, mas também podia ser, ninguém tem a ver com a prioridade do cara, e nós que decidimos assim sabemos que não há uma razão nem necessidade dela, não bateu e pronto, mas pessoas vieram discutir comigo sobre a fala do cara na entrevista, que era um absurdo eu não querer ter filhos pra fazer sexo pela manhã. Ops, foi a fala do cara, mas como coloquei no blog quem quer discutir e se meter no pessoal dos outros já passa a fala pra mim. São falas, eu já pensei em umas bem absurdas pra encher o saco de quem enche o meu, mas aí pararam e eu perdi a oportunidade de me divertir às custas de quem resolve que pode se meter num assunto desses, uma pena, idiotas vieram ao mundo pra nossa diversäo.

Adoro Somnia, adorei o comentário dela, e claro, vou colocar o link no meu blog pra fazer parte da minha série, e esse é o terceiro post daqui que vai pra lá. E também porque eu divulgo quem quer ter e quem não quer, para que todos possam ter o direito de viver como lhes apetece, cada um no seu quadrado, sem bisbilhotacões.

Valeu Lola!

Luciana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana disse...

Exclui uns comentários porque eram repeticões do único que enviei, mas entrou várias vezes.

Rita disse...

Pode, sim. Lola. Esse também deve ser o tema do meu post para amanhã, mas não vejo impedimento nenhum - faremos um bate papo.

Beijos, querida.
Rita