Teve uma brincadeira deliciosa lá em casa ontem, mas nunca fui tão humilhada em toda a minha vida. Era aquele joguinho de mímica com nome de filme, sabe? A humilhação começou quando o Elton tentou passar Quanto mais Idiota Melhor pro seu grupo e, na hora de passar a palavra idiota, eu gritei, “Quero ver pra quem você vai apontar!”. E aí é lógico que ele apontou pra mim. Mas o pior é o quê o seu grupo interpretou. Vejamos... Burra? Boba? Até “p*ta” saiu da boca do Alisson! Mais tarde, eu vi a Manu se contorcer pra não apontar pra mim quando tinha que passar a palavra baleia (o nome do filme era Baleias de Agosto). Mas o pior mesmo, sem dúvida, a humilhação suprema, foi quando decidimos mudar os grupos. Como as quatro meninas juntas estavam arrasando (elas são telepáticas entre si, não é possível), minha ideia foi que cada uma escolhesse duas pessoas para a sua equipe. Assim elas ficariam separadas. Sugestão aceita, e cada uma começou a escolher uma pessoa. E sabe quando você percebe que você tá ficando pro final, no time do “ninguém me quer”? Tá certo que, ontem à noite, eu já havia falhado ao não conseguir passar dois títulos fáceis, Papai Noel Existe e O Poderoso Chefão 3. Eu sou bem fraquinha nas mímicas, eu sei, mas sou boa em adivinhar o nome dos filmes. Mesmo assim, ninguém me chamava pra sua equipe. Chuif. E o pior é que eu não fui nem a última a ser chamada. Não, a última até seria bom, em comparação. Triste mesmo foi que todos já haviam sido chamados, menos euzinha, e a Janice pergunta: “Faltou alguém?”. Faltou alguém? é muito mais dolororo do que se o pessoal tivesse olhado pra mim, com cara de pena, e dito "E a Lolinha pode ficar naquele time lá". Eu me senti nos tempos da escola, quando ninguém me queria no time de basquete! No final da noite ainda me redimi, porque acertei o Ata-me! antes de todo mundo e fiz minha equipe ganhar o jogo. Aplausos, palavras de incentivo, e, se não fosse os meus quilões a mais, até teriam me carregado nos ombros, à la Sociedade dos Poetas Mortos, mas o estrago já estava feito. Chuif chuif.
Vou te contar: já estive mais bem cotada na praça, viu? Que venha o próximo jogo. Minha vingança será maligna!
Eis uma crônica minha publicada em 2002, sobre um dos jogos de mímica com amigos de SP.
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS VS. ENTIS, O DUELO
Não sei se você já brincou de um jogo super legal de mímica em que alguém tem de passar uma palavra pro seu grupo. Em panelinhas de cinéfilos, a gente não passa qualquer palavra – passa nome de filmes. Se tiver disposição, pegue uns cartõezinhos e coloque um título em cada um. É diversão garantida, pra usar um clichê. Aí você pode estabelecer alguns códigos, como apontar pro olho pra dizer "o", ou pra boca quando é "em outra língua", ou algum indicativo pro plural.
Claro que o que mais me lembro das noites em claro dessas brincadeiras com amigos não são as dezenas de filmes que conseguimos passar eficazmente, mas as burradas. O maridão, por sinal, protagonizou uma delas. Ele começou fazendo o sinal do artigo. Falamos "o". Mas ele pediu em outra língua. Dissemos "the", depois "a", e finalmente "an" que, aparentemente, era o que o grande mentecapto queria. Para a próxima sílaba, ele apontou pra camiseta. Também desejava a tradução pro inglês. Gritamos "shirt", até que acertamos e falamos "t-shirt". Ele pediu pra separar, e comandou o plural, que deu "tes". Tínhamos a palavra "antes", ou melhor, na pronúncia correta, "entis". E o tempo dele caiu. Sabe qual era o nome do filme, do qual o maridão foi capaz de passar uma única palavra? Antes Só do que Mal-Acompanhado. Dá até vergonha de contar. Desnecessário dizer que ele quase foi linchado.
Na mesma noite, um amigo tratou de igualar-se. De cara, ele imitou alguém colocando sal numa pizza, ou algo assim, pra passar "sal". Até aí, tudo bem. Só que, em seguida, fez o mapa do Brasil com a mão, o que demorou um tempão pra descobrirmos. E, pior, apontou pra uma parte do mapa. E nós lá, boiando. Quando terminou o tempo, ele explicou que seu título era Salsa, O Filme Quente. De acordo com o gênio, o mapa servia pra mostrar capitanias hereditárias e Mem de Sá, de onde ele tiraria a segunda sílaba. Ahn, ganha um beijo quem imaginar uma maneira mais complicada de passar "salsa". Triste.
Eis uma crônica minha publicada em 2002, sobre um dos jogos de mímica com amigos de SP.
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS VS. ENTIS, O DUELO
Não sei se você já brincou de um jogo super legal de mímica em que alguém tem de passar uma palavra pro seu grupo. Em panelinhas de cinéfilos, a gente não passa qualquer palavra – passa nome de filmes. Se tiver disposição, pegue uns cartõezinhos e coloque um título em cada um. É diversão garantida, pra usar um clichê. Aí você pode estabelecer alguns códigos, como apontar pro olho pra dizer "o", ou pra boca quando é "em outra língua", ou algum indicativo pro plural.
Claro que o que mais me lembro das noites em claro dessas brincadeiras com amigos não são as dezenas de filmes que conseguimos passar eficazmente, mas as burradas. O maridão, por sinal, protagonizou uma delas. Ele começou fazendo o sinal do artigo. Falamos "o". Mas ele pediu em outra língua. Dissemos "the", depois "a", e finalmente "an" que, aparentemente, era o que o grande mentecapto queria. Para a próxima sílaba, ele apontou pra camiseta. Também desejava a tradução pro inglês. Gritamos "shirt", até que acertamos e falamos "t-shirt". Ele pediu pra separar, e comandou o plural, que deu "tes". Tínhamos a palavra "antes", ou melhor, na pronúncia correta, "entis". E o tempo dele caiu. Sabe qual era o nome do filme, do qual o maridão foi capaz de passar uma única palavra? Antes Só do que Mal-Acompanhado. Dá até vergonha de contar. Desnecessário dizer que ele quase foi linchado.
Na mesma noite, um amigo tratou de igualar-se. De cara, ele imitou alguém colocando sal numa pizza, ou algo assim, pra passar "sal". Até aí, tudo bem. Só que, em seguida, fez o mapa do Brasil com a mão, o que demorou um tempão pra descobrirmos. E, pior, apontou pra uma parte do mapa. E nós lá, boiando. Quando terminou o tempo, ele explicou que seu título era Salsa, O Filme Quente. De acordo com o gênio, o mapa servia pra mostrar capitanias hereditárias e Mem de Sá, de onde ele tiraria a segunda sílaba. Ahn, ganha um beijo quem imaginar uma maneira mais complicada de passar "salsa". Triste.
14 comentários:
Lola, esse seu amigo tá me lembrando um colega que, para passar o filmo "Lula, o filho do Brasil", desenhou no ar o mapa do País (até que acertamos rápido), e pra fazer a outra palavra, fez o típico sinal de grana (o dedo indicador esfregando o polegar) e depois que todo mundo gritou dinheiro, ele pois o dedo mexendo dentro da cueca. Não demorou nem 10 segunda pra galera gritar Lulla (teve chute como PT, Genuíno, Mensalão, etc) e com isso acertar o filme. Ferreira
Nossa, será que digo que me identifiquei um tanto com esse post. Eu não era escolhida para o time de Handebol!!! Sempre fui meio outcast... Sempre achei que não pertencia a lugar nenhum
Adorei demais o post!
AHAHHAHAHAHA
gente, qual a dificuldade em dançar uma salsa?
Tadinha da Lolinha! =)
Ah, eu adoro esses joguinhos e, modéstia à parte, sou boa neles.
Uma vez me colocaram pra fazer a mímica de
"houve uma vez um verão"... Me estrepei! :D
Off topic, mas dá uma olhada nisso, Lola (blog de uma amiga de universidade)
http://marimesq.blogspot.com/2010/08/show-na-fila.html
Lola, acabei de ler um livro, e me lembrei muito de vc...não sei se vc já leu, se chama "o salão de beleza de Cabul", se vc não leu, lei, tenho certeza q irá adorar.....
Lola, da última vez que joguei isso, caiu pra eu fazer a mímica de 'Teorema', do Pasolini. Desenhei no ar um triângulo e tal, pra ver se alguém se tocava. Um gritou: Teorema de Pitágoras! Fiz o sinal de 'antes' pra pessoa só pensar na primeira parte. Um outro interpretou como sendo 'anterior' e emendou: Platão? Sócrates? :P
Em tempo: se você achou alguém no twitter com o nome de @madamemon te seguindo, c'est moi...
abraço
Mônica
rsrsrsrs... Brincar de mímica é mesmo muito legal, quando acaba a energia, um grupo viaja ou em festas de família, pena que hoje em dia seja cada vez mais raro.
Uma vez, há muitos anos, meu tio protagonizou uma pérola e debocham dele até hoje.
Na hora dele, ele começou a simular que ia tirar a roupa e todo mundo gritando "nu", "strip-tease", "indecente"... esse tipo de palavra.
Só que não era nada disso. A palavra que ele queria passar era "tirano"...
Explicação: nós mineiros, na hora de falarmos o gerúndio, muitas vezes comemos a letra d, a gente não fala tirando a roupa, fala "tirano a roupa"... Daí ele queria que acertassem que era "tirano".
Genial, não? Pra não dizer o contrário... rsrsrs
Bjus
Bonita narrativa. de mímica, pouco, mas sou barra no Buzzer! rrsrsr
Nossa,sei que vc foi bem humorada em seu relato mas é muito ruim essa sensação de rejeição.de ser ignorada.
Corrigindo a primeira mensagem. Onde está escrito "filmo", leia-se filme; pois - pôs; segunda - segundos; Lulla - Lula.
Ferreira
Nos esportes nunca me escolhiam. Na verdade, eu nunca me candidatava a ser escolhido, hehe.
Nos jogos era/é diferente. Era/sou craque em imagem e ação, damas e baralho!
Opa,
antes de mais nada, quero registrar que meu nome foi escrito errado, é HeltonComAgá =D
Feito isso, bom, não tenho muito em minha defesa, mas como pedido de desculpas me ofereco pra te dar umas dicas de mímica... afinal, eu QUASE conseguia passar o "Lúcio Flávio, passageiro da agonia" e isso não é pra qualquer 1... =P
Nossa... faz tanto tempo q não brinco disso. Deu vontade...
(ainda mais podendo dançar salsa em alguma mímica... fica anotado)
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