sexta-feira, 11 de outubro de 2019

ALGUMAS DAS MILÍCIAS VIRTUAIS DE BOLSO

Hoje a revista de direita Crusoé publicou uma longa reportagem sobre algumas das milícias virtuais de Bolso. 
A matéria, que não é tão fácil de ler porque é bastante mal-escrita, é de autoria do olavete colírio Felipe Moura Brasil (esse apelido é porque ele é da família que fabrica o famoso colírio).
O olavete colírio é tão de extrema-direita e tão apoiador de Bolso quanto qualquer outro. Ele foi editor de um dos livros mais vendidos do Olavão e hoje é diretor de jornalismo da Jovem Klan, rádio que defende e passa pano para o presidente miliciano 100% das vezes. 
Mas não é de hoje que a extrema-direita vem brigando entre si e se autoflagelando. A matéria do olavete, que não choca qualquer pessoa minimamente esclarecida, afirma que a militância virtual bolsonarista é "abrigada e remunerada com dinheiro público em gabinetes políticos". Lembra aquele grito de campanha "a mamata acabou"? Lembra a promessa de Estado Mínimo? Pois então, nada disso se aplica à direita.
Vou colocar aqui alguns dos melhores momentos da matéria. Uma grande parte da militância (paga) de Bolsonaro se reuniu num hotel em SP em 6 de abril de 2019. Foi um encontro secreto (a imprensa não podia saber de maneira alguma) que contou com a participação de Filipe Martins, outro olavete e assessor especial do presidente, para "entrosamento maior dos movimentos". 
Martins é o principal responsável pela aproximação entre Dudu Bolso e Steve Bannon. Por isso, e por ser de Sorocaba, ganhou o apelido de "Sorocabannon". 
Este grupinho atuou em conjunto para, por exemplo, derrubar o general Santos Cruz. Ele acabou sendo demitido do cargo de ministro porque "vinha se recusando a abrir as torneiras para os blogueiros amigos do poder".
A reportagem publica uma foto do YouTuber Allan dos Santos, alçado a um posto de comando da milícia virtual, e que agora mora numa casa de dois andares em Brasília. Parece interessante perguntar:  do que vive Allan? Quem paga seu salário, seu aluguel, seu carro? Qual o seu cargo no governo?
Através da matéria, ficamos sabendo que YouTubers reaças que se autointitulam "divas da opressão" criticaram a sinistra Damares por ter enchido "a secretaria dela de feminista" (para elas, Sara Winter é feminista!). Steh (que é assessora de um deputado do PSL e ganha R$ 9.300) disse "Não queimo ela (Damares) nos meus vídeos porque ela está no governo, mas não confio nela".
Steh conta de que um dos sinais para que a militância política virtual faça ataques orquestrados a desafetos de Bolso (o que inclui membros do próprio governo, como Sérgio Moro), é "Go tropa na rataiada". Um dos tuítes no grupo da "tropa" é do Loen, velho conhecido ativista do ódio no Twitter e Facebook. Através de seus seguidores reaças, Loen vem tentando vender seus serviços ao príncipe de Bragança. "A turma do Loen arregaça, eles pautam a imprensa", disse Steh, admirada com a facção virtual de Bolso. 
Outra influencer da direita é Camila Abdo, que também é assistente de deputado. Seu salário é de R$ 6.072. Foi Flávio Bolsonaro que ligou para um deputado e pediu para que ela fosse contratada. Ela costuma postar em suas redes sociais defesas entusiasmadas de Flávio (por que será, né?).
Outra "diva da opressão" é a youtuber Paula Marisa, que é concursada na Secretaria Municipal da Cultura e do Turismo de Canoas, RS, onde ganha R$ 7.611. Mas ela tem função gratificada, como explicou em áudio para uma pessoa próxima: "Eu sou concursada, mas eu tenho uma função gratificada. Tu deve saber o que isso significa: eu sou indicada pelo vereador. [...] Eu consigo ter do canal a mesma grana que eu ganho com a função gratificada". Mas ela prefere não conta pra ninguém que trabalha em gabinete e sugere que os outros façam o mesmo: "O melhor mesmo é fingir demência e não tocar no assunto". 
Fica comprovado, através da reportagem, que Carluxo era administrador do perfil de Jair no Twitter. Foi de Carluxo aquele vexame com golden shower. Pelo jeito, a briga entre os bolsonaristas e o olavete colírio (autor da reportagem) se intensificou aí.
A matéria trata brevemente da estética vaporwave (usada por Loen e cia), que também foi adotada por Eduardo Bolso, Carla Zambelli, Carteiro Reaça (que quer concorrer a prefeito de SP), o sinistro Weintroll e seu irmão, entre outros. É um movimento internacional fascista, também conhecido como fashwave.
Essas revelações, que não chegam exatamente a serem reveladoras, são importantes pra nós que somos ativistas de esquerda e que, como eu, somos ameaçadas e atacadas há anos. Quais são as ligações dessas milícias com grupos da Deep Web, por exemplo? Afinal, todos eles seguem a mesma ideologia de extrema-direita, apoiam Bolso, odeiam feministas e a esquerda em geral, se retroalimentam. Quem deveria investigar isso é a polícia, mas, como ela está completamente aparelhada, não se pode esperar muito.
Vale ressaltar que o fato de que ratos como o colírio olavete da Jovem Klan, MBL, Alexandre Frota, Nando Moura, Gentilli, Lobão e tantos outros estejam abandonando o navio não os redime. Eles continuam sendo responsáveis por este desastre que está no poder. E eles seguem sendo de direita. Só que talvez prefiram uma direita menos medíocre e incompetente (existe?). 
E, assim como qualquer pessoa, eles tampouco devem gostar de serem atacados por grupos orquestrados. 

12 comentários:

Anônimo disse...

Qual o problema de existir uma militância virtual pro Bolsonaro? Todos podem, menos ele?

Also, esse episódio tá sendo perfeito para ver a rede dos isentões. Conseguiram reunir o pessoal do MBL, Jovem Pan, Lobão, Pica Sonsa, Luciano Ayan, Frota e todos os dissidentes do Governo que ficaram frustrados por Bolsonaro não ceder porra nenhuma, isso sem falar do esquerdistas de sempre.

Fico imaginando o quanto de dinheiro e influência não está por trás disso. Os caras estão completamente surtados com anônimos que utilizam avatar de anime.

Anônimo disse...

O Bolsonaro conseguiu fazer o milagre de surgir gente de não sei da onde pra defender horário de verão kkkkkkkkk

Anônimo disse...

Oi, Lola.
Eu quero que saiba que ainda estou vivo, não me matei e nem estou planejando isso. Ainda.
Bem, eu assisti Coringa hoje pela 3ª vez. Eu estou obcecado por esse filme, o jeito que eles o sofrimento do Arthur é angustiante. Dói em mim, pois eu verdadeiramente me vejo no personagem. Eu também não conheci meu pai, minha mãe era bastante severa comigo, meu primeiro emprego fixo foi aos 23 anos, depois de uma série de tentativas frustradas e anos trabalhando de bicos. Sofri muito bulling na escola, e isso me fez largar o ensino médio ainda no 1° ano. Eu tinha as melhores notas de todo o colégio, que era público, mas a estrutura era boa. Eu realmente não entendo porque aqueles garotos zombavam de mim,me tratavam como lixo. Doía demais, e eu tinha medo de contar pra minha mãe, sei que ela iria na escola tentar resolver. Eu entendo-a, ela era severa e autoritária pois temia perder seu único filho. Por isso, sempre preferi por esconder o que eu sofria, não queria que ela tivesse mais dor de cabeça. E dia após dia os moleques continuavam. Mas não era isso que doía mais, o que realmente machucava era ver as garotas rindo das zombações. Eu estava sentado com a cabeça pra baixo e algum moleque vinha, dava um tapa na minha cabeça e falava "Acorda, [meu apelido ofensivo que me deram]". Eu levantava a cabeça e via várias pessoas rindo, inclusive garotas. Garotas bonitas, inteligentes e que eram legais com todo mundo, menos comigo, o esquisito e "nerd" (na década de 90, ninguém queria ter o esteriótipo de um, hoje que os papéis se alteraram). Os professores não ajudavam, muitos deles me elogiavam e diziam que os demais alunos deviam se esforçar para serem igual eu. Todos me viam como puxa saco de professor e arrogante, ninguém gostava de mim. É, Lola, ninguém gosta de mim ainda. Vivo sozinho hoje, na minha casa alugada, trabalhando de servente de pedreiro, pois perdi o meu emprego fixo (que não calha citar aqui), ganhando uma mixaria. Já estou mais perto dos 40 do que dos 30, sou virgem, inclusive de boca. Poucas vezes toquei nas mãos de uma mulher, a maioria foram parentes. A sociedade me negou, me rejeito, cuspiu em mim. Minha única alegria do dia era imaginar que você, assim como eu, sofria. E eu choro todos os dias antes de dormir e lembrar que, no dia seguinte, acordarei novamente no meu corpo. E eu não tenho coragem nem de me matar. Meus únicos amigos estão na internet, em fóruns, pois sou abandonado até mesmo em redes sociais, cujas desisti em 2013. Com minhas únicas amizades, virtuais, posso dizer tudo o que sinto, ali eu não tenho medo algum, ali o peso na minha costa dói menos. Lola, eu continuo te odiando, não quero que sinta pena de mim, quero que apenas entenda que certos homens são destruídos pela sociedade sem motivo algum. Nunca cometi crimes, sou uma pessoa que não nasceu pra sofrer o que eu sofri e continuo sofrendo. Eu faço caridade, já doei sangue, respeito as normas sociais, e mesmo assim eu vou morrer virgem, sem amigos reais, sem família, provavelmente desempregado e a única pessoa que saberá tudo o que sofri será você, Lola. Você.

Anônimo disse...

Na boa, para de perder tempo visitando blog de gente que você não gosta e vai assistir O Silêncio dos Homens. Tá no youtube.
O ressentimento é como tomar um copo de veneno e esperar que o outro morra.

Anônimo disse...

Olá, Anônimo de 11/10/19 21:16.

Não compreendo por quê de seu ódio ser direcionado contra a Lola.
Penso que ela (e muitos outros pensadores que são atacados como “doutrinadores de esquerda”) está denunciando certas crueldades que nossa sociedade estimula contra seus membros. Entre outras coisas, nossa sociedade é doente por ser competitiva e individualista demais. Alguns dizem que são contra os privilégios, mas se algumas pessoas tem famílias e lares bem estruturados e outros não, fica difícil medir o mérito individual de cada pessoa, até porque a linha de largada já é diferente pra cada um.
Sobre você dizer estar vendo no personagem do Coringa um reflexo de si, penso que é pra isso que existe a arte: para por algum problema, alguma angústia em discussão. Tenho certeza de que milhares de pessoas também sentem vontade de deixar uma marca profunda no mundo para fazer a desforra de todas as frustrações.
Uma das obras de arte mais famosas do mundo foi a do Pablo Picasso, que retratou a destruição de sua cidade natal no famoso quadro Guernica, resultado do horror da guerra civil espanhola nos anos 1930. Enquanto isso, Adolf Hitler esboçava sua própria forma de acertar as contas, com o apoio de muitas pessoas frustradas e dispostas a usar da força da brutalidade contra seus inimigos (reais ou imaginários). Resultado: seu partido, que levou o mundo a uma guerra ainda mais destrutiva.
Manchar o mundo com mais sofrimento e violência (como faz rival do Batman) não vai necessariamente tornar esse mundo mais agradável nem mais pacífico, não é? Isso não cria só um efeito dominó de violência que é passada adiante? Não é exatamente o que estamos vivendo? Um resultado das violências físicas (guerras, assaltos, assassinatos) e simbólicas (racismo, bullying, preconceitos religiosos e de gênero) que vivemos recriando nas nossas experiências do dia-a-dia?

Anônimo disse...

a) O problema e que esta militancia espalha mentiras para defender o mito e uma corja desonesta.

b) Sem falar na hipocrisia Estado minimo para o povo e o maximo para eles.

c) Vcs sao cobras ja estao se mordendo

Anônimo disse...

a) Lola vc viu as ultimas do Bostonauro agora profissionais de saude nao serao obrigados a chamar a policia quando uma mulher aparecer com marcas de violencia.

b) E ele ainda vetou o projeto de Psicologas e assistentes sociais em escolas cada vez me orgulho de nao ter votado no quadrupide

Anônimo disse...

Nasci feio e consequentemente sempre fui mal tratado pelas pessoas. Sempre fui preterido desde que consigo me lembrar (lá pelos 2~3 anos). As pessoas me olhavam com nojo quando muito e desdém na maioria das vezes. sou invisível.
Sofri bullying na terceira e quarta série, as meninas da sala me beliscavam, batiam, me chamavam de feio e me ameaçavam todos os dias. A escola era um campo de tortura. Estive muito perto de suicidar ou esfaquear minhas algozes. Devaneava com esse acontecimento diariamente e isso me trazia algum alívio.
Até minha própria irmã me jogava pra baixo, me via como lixo, horroroso e não hesitava em falar. Falava pras amigas que eu era virjão, feioso e um bosta e as amigas dela sempre riam de mim, faziam chacota. Tudo isso me fez quem eu sou. Misantropo e nihilista. Não confio em ninguém e não quero um mundo melhor. Quero um mundo pior, quero um mundo pegando fogo. Pessoas igual eu são piada para a sociedade, se eu me abrir pra alguém serei ridicularizado na hora. Sou visto como lixo por todos e já aceitei isso.

Anônimo disse...

Anônimo revoltado, não consigo nem imaginar como você deve sofrer. Mas saiba que há muitas pessoas que sofrem também, em todos os lugares, o tempo todo. Às vezes a dor nos torna cegos para o que acontece ao redor. Mas se você conseguir parar um pouco de olhar para sua própria dor e olhar para outras pessoas, olhar de verdade, verá que não é o único que sofre.

Eu achava que sofria devido a preconceito racial, mas conheci alguém que além do racismo sofre com deficiência física. Essa pessoa achava que sofria, até que teve um filho preso e, visitando-o na prisão, conheceu gente que sofre ainda mais.

O mundo é cheio de sofrimento. Mas nem por isso as pessoas desistem de serem boas. Se você for um lixo, não será devido a sua condição física, financeira ou amorosa, mas devido ao modo como você lida com isso. Não seja um lixo.

Anônimo disse...

Bem vindo ao novo mundo feminista. Viemos para ficar e transformar a sociedade, quer você queira ounse mate. Se ficar vivo,se prepare para começar a sofrer de verdade junto com outros menininhos e homenzinhos,virjão...

Anônimo disse...

Como diz na Bíblia, este mundo é um vale de lágrimas...

Anônimo disse...

Procure ajuda na terapia. Sinto muito pelo bullying que sofreu e por todas as dificuldades. Mas concorda que ninguém é obrigado a ficar com vc? E na escola os alunos ainda estão em formação, cometem erros. Tente trabalhar esses traumas na terapia e seguir sua vida.