sexta-feira, 18 de outubro de 2019

O PERIGO DA ESQUERDA SE TORNAR UMA TERCEIRA VIA EM 2022

Ontem foi um grande dia.
Não necessariamente para o Brasil, mas para a bagunça sem limites que virou este país. Bolso, como se sabe, está em clima de guerra contra seu partido, o PSL, conhecido popularmente como Partido do Suco de Laranja. Um dos deputados gravou um áudio do líder do partido, delegado Waldir, chamando o presida de "vagabundo" e jurando que iria implodi-lo. Lógico que, como bom covarde arregão que é, voltou atrás, e como bom misógino que é, justificou sua infidelidade usando um exemplo machista
"Nós somos Bolsonaro. Nós somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim ela volta ao aconchego". 
Um misógino maior, o próprio Jair, disse na semana passada que os embates com o PSL eram normais, "briga de marido e mulher" -- o que indica que as brigas conjugais desses senhores brancos costumam ser muito violentas. 
Dudu, o breve
Fora isso, o miliciano-mór destituiu da liderança do partido na Câmara a deputada Joice (que em breve migrará para aquele partido comunista, o PSDB -- esta é a aposta) e desistiu de apontar seu filho Dudu como embaixador dos EUA. Aliás, a gente piscou e perdeu a liderança de Dudu no PSL. Mas ele foi líder do PSL por quatro minutos. Já dá pra colocar no currículo. 
A gente ri disso tudo, mas uma leitora, a Pat, chamou nossa atenção: de nada adianta essa "balbúrdia" toda da extrema direita se nós da esquerda não nos organizarmos.
Publico este texto do João Paulo Jales dos Santos, estudante do curso de Ciências Sociais da UERN e colaborador frequente do blog. 

O bolsonarismo, que tanto acusa os governos do PT de terem sido ideológicos, é quem de fato promove uma cruzada ideológica na política nacional. Os governos petistas mantiveram o respeito institucional pela democracia, pelas instituições liberais nacionais e internacionais, conduzindo o consenso econômico em torno do tripé do câmbio flutuante -- controle da inflação -- superávit primário, com estes três últimos entrando em crise a partir de 2015.
Os governos do PT foram os que viabilizaram a real autonomia das instituições do Estado democrático de direito, tendo profundo respeito pelas decisões autônomas dos órgãos. O PT deu tanta autonomia que acabou permitindo que a Polícia Federal pudesse prender um político da envergadura de Lula, onde não há mais dúvidas que o ex-presidente é um preso político. Chega a ser irônico ver que no atual cenário o judiciário e a Polícia Federal, duas instituições que descaradamente apoiaram Bolsonaro, se queixando e se mobilizando contra as ingerências administrativas do presidente.
Bolsonaro vai começando a ganhar, ainda que de forma tímida, uma oposição à direita. Uma oposição de uma direita que possui os mesmos interesses econômicos do reacionarismo bolsonariano, mas que tenta vender uma imagem cortês e civilizada. O perigo é da esquerda não se articular politicamente de maneira eficaz para fazer contraponto ao governo. Caso ocorra um vácuo de estratégia oposicionista política-eleitoral ao bolsonarismo, este vácuo que poderia ser ocupado pela esquerda, irá ser, como já está acontecendo, ocupado por uma direita conservadora relativamente moderada. 
A organização política-eleitoral da esquerda já deve começar a visar as eleições municipais do próximo ano, onde ter o controle de um maior número de prefeituras, principalmente daquelas das zonas metropolitanas, tem um relativo potencial político-eleitoral.
De 2002 para cá, a esquerda perdeu 16,40% dos votos no 2º turno, uma diminuição de pouco mais de 25% de votos, que tem o poder de impactar e definir uma eleição presidencial. A expectativa com os governos petistas se deteriorou, mas não num ritmo dentro dos parâmetros que se poderia esperar, mas sim de parâmetros atípicos. A fadiga eleitoral com governos que chegam ao poder com alto índice de expectativa, ao longo do tempo, tende a se confirmar. Lula foi eleito em 2002 com uma grande expectativa. Conseguiu manter a mesma expectativa em sua reeleição. Dilma foi eleita com uma boa expectativa, mas reeleita com uma queda considerável no grau de confiança do eleitorado. E Haddad perdeu em 2018 a partir de uma profunda deterioração nos níveis de expectativa em torno de um governo de esquerda.
A partir desse sentimento eleitoral exprimido na última eleição presidencial, a esquerda (tanto a petista como a não-petista) precisa se organizar, abrindo espaço para novas lideranças, desenhando e colocando em execução de um modo cartesiano, uma estratégia oposicionista política e eleitoral ao governo Bolsonaro. Do jeito que está, se corre um sério risco da esquerda ser uma espécie de terceira via nas próximas eleições, com a polarização ocorrendo entre uma direita iliberal e conservadores orientados à centro-direita.
Uma possível perda de espaço da esquerda no tabuleiro político-eleitoral representa uma grave ameaça aos planos e sonhos de um país menos desigual e com maiores níveis de justiça social. O que está em jogo é a definição de futuro do Brasil, e a oposição à esquerda ao governo Bolsonaro está melhor articulada nos movimentos sociais, enquanto que no legislativo há déficit de organização. 
É preciso que toda a organicidade de esquerda esteja bem articulada para derrotar nas urnas nas próximas eleições o projeto reacionário de poder da alta burguesia neoliberal nacional e internacional, colhendo aliados no espectro do centro político, pois para vencer o projeto altamente financiado pela elite, com um vigor de entusiasmo que desde 1964 não era visto, é preciso formar um leque de partidos e de lideranças dispostas a derrotar o bolsonarismo.

13 comentários:

Lara disse...

Pior que eu falo isso há meses e ninguém escuta, a esquerda tem que parar de só jogar pra torcida, o apoio dos movimentos sociais já tem, ela precisa se reinventar, procurar fazer alianças com a classe média (querendo ou não, são grane parte dos eleitores) abandonar o discurso vitimista e procurar novas lideranças, infelizmente a vez do PT já passou e ele tem muita rejeição, temos ue parar de focar só no Lula e procurar promover novos nomes! Por isso não concordei com a estratégia da Manu de abandonar a candidatura solo e virar vice do vice do Lula, lugar de mulher e no protagonismo e não atrás de homem.

Anônimo disse...

Bolsonaro não termina o mandato. O calcanhar de Aquiles dele são os filhos, o projeto político dele gira em torno de criar uma espécie de "dinastia política" para sua família. Ele não dá a mínima para partidos, instituições e governabilidade, seu único interesse e a promoção dos filhos como seus sucessores. Daí esbarra nos fatos de um ser corrupto, outro ser maluco e outro oportunista mimado.

Assim que estourar um grande escândalo envolvendo um dos três, com ampla repercussão midiática, Bolsonaro vai se ver mimado e isolado politicamente ( a maior oposição do cara e o próprio partido, brincadeira)ele renuncia.

Daí assume o Mourão com a chapa da qual foi eleito com mais de um ano e meio de mandato cumprido, o que inviabiliza a chamada de novas eleições como prevê a lei eleitoral( os milicos já articulam isto nos bastidores). Nisto os generais agulhas negras ,formados em pura estratégia assumem o poder.
Daí o negócio e diferente, militares brasileiros nunca faram de direita liberal ou conservadora propriamente dita, apesar de conservadores e hierárquicos nos costumes são estatistas, POSITIVISTAS e o termo correto, uma espécie de terceira via política muito parecida com o fascismo.

Anônimo disse...

so concordo esse é o momento p/ esquerda crescer, eu nem to pensando em um partido mas sim em todos os partidos q se definem como esquerda ou oposição eles deveriam usar esse momento p/ convencer a população q eles são a opção e tbm permitir q as pessoas se identifiquem com eles faz uns dias vi uma noticia aonde a pessoa disse algo como "tenho q reconhecer apoio ao deficiente é algo o da direita" e realmente é assim, acho q o caso mais popular é a vice do doria, mesmo q seja apenas marketing a esquerda deveria abordar mais os assunto q fazem parte dela e se apropiar de outros assuntos quem deve receber os holofotes é a esquerda mas quem esta recebdo toda a luz e brilhando é o showzinho de trapalhadas do desgoverno, logo mais tem eleiçoes e a formação das prefeituras é q permitira q em 2022 alguem da esquerda assuma a presidencia, porem caso as prefeituras fiquem na mão dos partidos de direita provavelmente teremos novamente um presidente de direita porem a unica coisa diferente em relaçao ao bolsonaro e q ele ira ter apoio e aceitação(sem ser de melicianos e robos) e ñ vai se autosabotar, retrocessos?talvez imagina um doria,hulk ou wintzel como presida... ñ virá coisa boa e bem se um dos piores candidtos(tenho duvida se amoedo ou daciolo poderiam ser tão ruins quanto o bolsonaro) pode ser eleito quem ñ pode?

Anônimo disse...

mas creio q bolsonaro termina sim o mandato
veja mesmo q ele ñ tenha apoio do partido ele representa interesses q ñ são exclusivos do partido pq na vdd os interesses nem é dele ou do partido mas de grupos q so usaram o psl e o bolsonaro interesses corporativos,extrangeiros e religiosos mesmo q o psl é bolsonaro estejam em dissonancia quando o for p/ apresentar propostas como privatizar ou armar a populaçao eles vão concordar
so as privatizações ja são o suficiente p/ele durar ate o fim do mandato o objetivo de guedes é privatizar e desvalorizar tudo e isso sera feito aos poucos inquanto o bolsonaro puder dar carta branca ele ñ sai e se sair mourão ñ se arriscaria tanto e iria se expor tanto quanto o bolsonaro

com o bolsonaro ocorre desmatamento surreal e os indios e as ongs recebem a culpa, mourão ACHO q ñ teria a mesma cara de pau

infelizmente(ou ñ) bolsonaro é unico (no pior sentido) e por ser unico ele vai permitir o q ninguem mais permitiria

se a possibilidade de impeachment se tornar real ñ falta "veios da havan",boat e milicianos p/ impedir

com a privatização dos correios por exemplo surgira uma grande transportadora privatizada e cidades "ilhas" aonde nunca ousa entrega ja q ñ da retorno$ porem bolsonaro/guedes permitiriam o q talvez mourão ñ conseguiria

obs.: pessoalmente ñ vejo diferença entre mourão e bolsonaro porem mourão inicialmnete era o titular do psl mas com a entrada de bolsonaro no partido ele se tornou vice p/ q o psl deixasse um recem chegado ao partido ser o titular creio q foi unicamente pq bolsonaro trouxe algo q mourão ñ tinha e ñ deve ser apenas populariedade, provavelmente chegou no psl com apoiadores fora da politica,inverstidores,melicianos,igrejas e tudo q ñ pode apenas elegelo mas tbm mantelo no poder

Anônimo disse...

sobre o lula, eu concordo com o q deixaram nos comentarios devese buscar uma nova liderança veja o exemplo da argentina aonde a Kirchner é vice e ao q tudo indica(tenho minhas duvidas) a chapa dela sera eleita e com vantagem, aqui no brasil creio q o melhor seria q o lula nem fosse vice e q o psol nem apresentasse candidato é com muito pesar q falo sobre o psol pq é um partido muito querido por mim especialmente pq apoiam abertamente o mst eo mtst mas popularmente o psol tem uma imagem muito negativa justamente por apoiar esses movimentos dignos, porem se os partidos/politicos abrisem mao de serem protagonistas(estou me referindo exclusivamente ao lula) as channces da esquerda voltar a presidencia seriam maiores mas creio q os partidos iram definir o rumo p/ 2022 apenas no ano q vem e a depender do resultado das urnas,caso ocorra de muitos prefeitos de esquerda serem eleitos ñ ocorrera uma mudança nos partidos e lideranças porem caso se repita o q ocorreu em 2018 ai sim pode ser possivel q na proxima eleição p/ presidente algo novo e diferente nos partidos de esquerda

Lara disse...

Vocês viram a pesquisa Veja/FSP divulgada essa semana? Lula é o único nome da Esquerda que concorre com Bolsonaro e Moro e o único que ganha dele no 2º turno! É evidente que não vão deixar o Lula concorrer, mesmo se o STF soltar ele ainda está condenado em 2ª Instância e provavelmente até 2020 ele vai ser condenado no Sítio de Aitibaia na 2a também, e ainda tem outros processos contra. Logo, precisamos urgentemente parar de concentrar todas as fichas nele e começar a promover outros nomes mais à esquerda, atualmente acho até que o Ciro Gomes com todos os defeitos é uma opção melhor.

Raciocinar não dói disse...

Na hora que a política econômica do Guedes fizer efeito e os empregos começarem a fervilhar no País, combinado com inflação baixa e crescimento vertiginosos (isso tudo por volta daqui a 2 anos) não vai ter pra ninguém.
Bolsonaro vai ser reeleito com as mãos e os pés nas costas.
Porém, se a política economica, por algum azar, der errado, a esquerda recupera a Presidência fácil, fácil, com Haddad ou Ciro.

Anônimo disse...

Os empregos na Argentina estao borbulhando

Anônimo disse...

a) Lola se a esquerda nao se organizar vamos ver um segundo turno entre Huck e Bolsonaro ou Moro etc.

b) Acredito que a esquerda deva investir em Flavio Dino um.nome novo

Anônimo disse...

Eu me lembro perfeitamente, era festa de ano novo de 2014/2015... A Lola feliiiizzz da vida, ela disse algo muito engraçado: "neste primeiro dia do ano, eu levantei com o pé esquerdo!"

Ahhahahahaha, mal sabia a lolinha a tempestade que estava por vir, né??? Kkkkkk

Anônimo disse...

A Lola começou 2015 com o pé esquerdo pra dar sorte!!! Hahahhahahaha

Lola, nunca mais faça isso, hein?? Vc viu que azar danado isso deu! Kkkkkkkkk

Anônimo disse...

PT odeia a classe média e a classe média sabe disso. Manu lutou como uma gartota, vice do vice. Vitimismo é o carro chefe da esquerda e Lula SEMPRE será o maior líder das esquerdas. Mesmo preso por corrupção.

Anônimo disse...

Só uma cprreçao:nem todo general é agulha negra. Agulhas negras são a tropa de elite do exercito. O Bolso, sim, é formado na academia das agulhas negras.