domingo, 29 de agosto de 2010

PAPAI NOEL EXISTE, MAS EU NÃO

Teve uma brincadeira deliciosa lá em casa ontem, mas nunca fui tão humilhada em toda a minha vida. Era aquele joguinho de mímica com nome de filme, sabe? A humilhação começou quando o Elton tentou passar Quanto mais Idiota Melhor pro seu grupo e, na hora de passar a palavra idiota, eu gritei, “Quero ver pra quem você vai apontar!”. E aí é gico que ele apontou pra mim. Mas o pior é o quê o seu grupo interpretou. Vejamos... Burra? Boba? Até “p*ta” saiu da boca do Alisson! Mais tarde, eu vi a Manu se contorcer pra não apontar pra mim quando tinha que passar a palavra baleia (o nome do filme era Baleias de Agosto). Mas o pior mesmo, sem dúvida, a humilhação suprema, foi quando decidimos mudar os grupos. Como as quatro meninas juntas estavam arrasando (elas são telepáticas entre si, não é possível), minha ideia foi que cada uma escolhesse duas pessoas para a sua equipe. Assim elas ficariam separadas. Sugestão aceita, e cada uma começou a escolher uma pessoa. E sabe quando você percebe que você tá ficando pro final, no time do “ninguém me quer”? Tá certo que, ontem à noite, eu já havia falhado ao não conseguir passar dois títulos fáceis, Papai Noel Existe e O Poderoso Chefão 3. Eu sou bem fraquinha nas mímicas, eu sei, mas sou boa em adivinhar o nome dos filmes. Mesmo assim, ninguém me chamava pra sua equipe. Chuif. E o pior é que eu não fui nem a última a ser chamada. Não, a última até seria bom, em comparação. Triste mesmo foi que todos já haviam sido chamados, menos euzinha, e a Janice pergunta: “Faltou alguém?”. Faltou alguém? é muito mais dolororo do que se o pessoal tivesse olhado pra mim, com cara de pena, e dito "E a Lolinha pode ficar naquele time lá". Eu me senti nos tempos da escola, quando ninguém me queria no time de basquete! No final da noite ainda me redimi, porque acertei o Ata-me! antes de todo mundo e fiz minha equipe ganhar o jogo. Aplausos, palavras de incentivo, e, se não fosse os meus quilões a mais, até teriam me carregado nos ombros, à la Sociedade dos Poetas Mortos, mas o estrago já estava feito. Chuif chuif.
Vou te contar: já estive mais bem cotada na praça, viu? Que venha o próximo jogo. Minha vingança será maligna!

Eis uma crônica minha publicada em 2002, sobre um dos jogos de mímica com
amigos de SP.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS VS. ENTIS, O DUELO
Não sei se você já brincou de um jogo super legal de mímica em que alguém tem de passar uma palavra pro seu grupo. Em panelinhas de cinéfilos, a gente não passa qualquer palavra – passa nome de filmes. Se tiver disposição, pegue uns cartõezinhos e coloque um título em cada um. É
diversão garantida, pra usar um clichê. Aí você pode estabelecer alguns códigos, como apontar pro olho pra dizer "o", ou pra boca quando é "em outra língua", ou algum indicativo pro plural.
Claro que o que mais me lembro das noites em claro dessas brincadeiras com amigos não são as dezenas de filmes que conseguimos passar eficazmente, mas as burradas. O m
aridão, por sinal, protagonizou uma delas. Ele começou fazendo o sinal do artigo. Falamos "o". Mas ele pediu em outra língua. Dissemos "the", depois "a", e finalmente "an" que, aparentemente, era o que o grande mentecapto queria. Para a próxima sílaba, ele apontou pra camiseta. Também desejava a tradução pro inglês. Gritamos "shirt", até que acertamos e falamos "t-shirt". Ele pediu pra separar, e comandou o plural, que deu "tes". Tínhamos a palavra "antes", ou melhor, na pronúncia correta, "entis". E o tempo dele caiu. Sabe qual era o nome do filme, do qual o maridão foi capaz de passar uma única palavra? Antes Só do que Mal-Acompanhado. Dá até vergonha de contar. Desnecessário dizer que ele quase foi linchado.
Na mesma n
oite, um amigo tratou de igualar-se. De cara, ele imitou alguém colocando sal numa pizza, ou algo assim, pra passar "sal". Até aí, tudo bem. Só que, em seguida, fez o mapa do Brasil com a mão, o que demorou um tempão pra descobrirmos. E, pior, apontou pra uma parte do mapa. E nós lá, boiando. Quando terminou o tempo, ele explicou que seu título era Salsa, O Filme Quente. De acordo com o gênio, o mapa servia pra mostrar capitanias hereditárias e Mem de Sá, de onde ele tiraria a segunda sílaba. Ahn, ganha um beijo quem imaginar uma maneira mais complicada de passar "salsa". Triste.

14 comentários:

Anônimo disse...

Lola, esse seu amigo tá me lembrando um colega que, para passar o filmo "Lula, o filho do Brasil", desenhou no ar o mapa do País (até que acertamos rápido), e pra fazer a outra palavra, fez o típico sinal de grana (o dedo indicador esfregando o polegar) e depois que todo mundo gritou dinheiro, ele pois o dedo mexendo dentro da cueca. Não demorou nem 10 segunda pra galera gritar Lulla (teve chute como PT, Genuíno, Mensalão, etc) e com isso acertar o filme. Ferreira

Wonderwoman disse...

Nossa, será que digo que me identifiquei um tanto com esse post. Eu não era escolhida para o time de Handebol!!! Sempre fui meio outcast... Sempre achei que não pertencia a lugar nenhum
Adorei demais o post!

L. Archilla disse...

AHAHHAHAHAHA

gente, qual a dificuldade em dançar uma salsa?

Juliana disse...

Tadinha da Lolinha! =)

Ah, eu adoro esses joguinhos e, modéstia à parte, sou boa neles.

Giovanni Gouveia disse...

Uma vez me colocaram pra fazer a mímica de
"houve uma vez um verão"... Me estrepei! :D


Off topic, mas dá uma olhada nisso, Lola (blog de uma amiga de universidade)
http://marimesq.blogspot.com/2010/08/show-na-fila.html

cris disse...

Lola, acabei de ler um livro, e me lembrei muito de vc...não sei se vc já leu, se chama "o salão de beleza de Cabul", se vc não leu, lei, tenho certeza q irá adorar.....

Anônimo disse...

Lola, da última vez que joguei isso, caiu pra eu fazer a mímica de 'Teorema', do Pasolini. Desenhei no ar um triângulo e tal, pra ver se alguém se tocava. Um gritou: Teorema de Pitágoras! Fiz o sinal de 'antes' pra pessoa só pensar na primeira parte. Um outro interpretou como sendo 'anterior' e emendou: Platão? Sócrates? :P

Em tempo: se você achou alguém no twitter com o nome de @madamemon te seguindo, c'est moi...
abraço
Mônica

Elaine Cris disse...

rsrsrsrs... Brincar de mímica é mesmo muito legal, quando acaba a energia, um grupo viaja ou em festas de família, pena que hoje em dia seja cada vez mais raro.

Uma vez, há muitos anos, meu tio protagonizou uma pérola e debocham dele até hoje.
Na hora dele, ele começou a simular que ia tirar a roupa e todo mundo gritando "nu", "strip-tease", "indecente"... esse tipo de palavra.
Só que não era nada disso. A palavra que ele queria passar era "tirano"...
Explicação: nós mineiros, na hora de falarmos o gerúndio, muitas vezes comemos a letra d, a gente não fala tirando a roupa, fala "tirano a roupa"... Daí ele queria que acertassem que era "tirano".
Genial, não? Pra não dizer o contrário... rsrsrs

Bjus

joshua disse...

Bonita narrativa. de mímica, pouco, mas sou barra no Buzzer! rrsrsr

Anunciação disse...

Nossa,sei que vc foi bem humorada em seu relato mas é muito ruim essa sensação de rejeição.de ser ignorada.

Anônimo disse...

Corrigindo a primeira mensagem. Onde está escrito "filmo", leia-se filme; pois - pôs; segunda - segundos; Lulla - Lula.
Ferreira

DH disse...

Nos esportes nunca me escolhiam. Na verdade, eu nunca me candidatava a ser escolhido, hehe.

Nos jogos era/é diferente. Era/sou craque em imagem e ação, damas e baralho!

Unknown disse...

Opa,
antes de mais nada, quero registrar que meu nome foi escrito errado, é HeltonComAgá =D
Feito isso, bom, não tenho muito em minha defesa, mas como pedido de desculpas me ofereco pra te dar umas dicas de mímica... afinal, eu QUASE conseguia passar o "Lúcio Flávio, passageiro da agonia" e isso não é pra qualquer 1... =P

Ulisses Adirt disse...

Nossa... faz tanto tempo q não brinco disso. Deu vontade...

(ainda mais podendo dançar salsa em alguma mímica... fica anotado)