Recebi o que parece ser um ótimo livro da Maíra (ainda não tive tempo de ler). Como ela me enviou três exemplares, vou ficar com um, doar um pra biblioteca da UFC, e sortear um entre vocês. Portanto, se você quiser participar, deixe uma mensagem com algum tipo de nome na caixa de comentários. E verifique depois se vc foi a felizardx!
Outra coisa é que o último livro que sorteei, Um Guia Pussy Riot para o Ativismo, foi para o Claudio Rabelo. Ele leu, gostou muito, e está disposto a passá-lo adiante. Por isso, farei dois sorteios desta vez. Um para o livro da Maíra, e outro para o Guia Pussy Riot, que o Claudio enviará pelo correio para quem ganhar o sorteio.
Maíra Marcondes Moreira é feminista, psicanalista e doutoranda em Processos de Subjetivação na PUC Minas. Eis seu guest post apresentando seu livro, que pode ser comprado aqui.
A pergunta que dá título ao livro provoca uma série de alusões a discussões presentes dentro e fora do feminismo. Seria o feminismo um movimento em concordância com o que se entende por feminilidade? Seria um movimento sectário, segregacionista e que não aceita homens? Um movimento feito pelas e para as “mulheres de verdade”?
Se em muitos momentos o feminismo aparentou ter superado questões relativas ao eterno feminino, por outro lado, o movimento e seus sujeitos políticos não deixaram de ser nomeados, de forma difamatória, de masculinos e de histéricos. Questiona-se tanto se as feministas são mulheres femininas e o seu fazer político, já que a vida pública e a política são reservadas aos homens!
Mas para além dessas questões surgem outras cruciais para nosso tempo e para repensarmos o feminismo, como: a discriminação que as mulheres trans e pessoas não binárias sofrem dentro do próprio movimento; o alcance midiático que o feminismo liberal alcançou nos últimos anos, produzindo novos imperativos sobre o que seria uma mulher empoderada e emancipada às custas da exploração de mulheres pobres, racializadas e de sexualidades dissidentes; a promoção de discursos corporativistas sobre "diversidade" e "oportunidades" no mercado de trabalho; e os projetos paternalistas do Estado, “preocupado” em proteger as mulheres, pois estas seriam vítimas indefesas e passivas que dependem inteiramente de um Estado punitivista e responsivo às suas demandas.
Todas essas questões perpassam, de um modo ou de outro, o livro. Porém, a pergunta se encontra deslocada dos sentidos que atribuímos inicialmente. Interessa ao livro questionar a categoria identitária como premissa do feminismo, sem que isso o leve necessariamente a um feminismo classista ou interseccional.
As políticas pós-identitárias no feminismo e políticas queer apontam para um novo entendimento do feminismo. Não mais pautado em responder quem de fato seria a mulher do feminismo (cis, branca, hétero etc), criam-se novas maneiras de se pensar a política. Se comumente entendemos a política a partir de critérios de identidade, representação, unidade e universalidade, esta fica confinada a práticas institucionais, o que faz com que seus sujeitos careçam de imaginação política para romper com a lógica prescrita.
Como pensar a ação política fora da premissa identitária e quais as consequências disso? Como colocar os corpos em assembleia senão por um ideal identificatório? Essas são questões que há muito interessam a filósofa Judith Butler, cujo livro Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade é um marco no feminismo e estudos queer.
A proposta do meu livro é pensar esse modo de se fazer política dentro do feminismo, conforme proposto por Butler, a partir de outra corrente de pensamento contemporânea ao feminismo, a psicanálise.
Se por um lado a autora se refere à dificuldade de consistir quem seria a mulher do feminismo, e os processos de segregação contra mulheres em situação precarizada dado a outras opressões que elas se encontram sujeitas, a psicanálise opera por um viés anti-identitário quando Lacan anuncia que “a mulher não existe”.
Se por um lado a autora se refere à dificuldade de consistir quem seria a mulher do feminismo, e os processos de segregação contra mulheres em situação precarizada dado a outras opressões que elas se encontram sujeitas, a psicanálise opera por um viés anti-identitário quando Lacan anuncia que “a mulher não existe”.
Se essa frase já causou rebuliço dentro do movimento feminista outrora, hoje podemos dizer que ela está à altura de seu tempo. Um feminismo não identitário é um feminismo feminino, não em sentido de sexo, nem de gênero, nem de feminilidade, mas de gozo e de lógica. Não há para nós mulheres um mito do matriarcado e é por isso que somos nós quem podemos subverter o patriarcado e operar politicamente fora dele.
Não se trata de criticar e jogar por terra as políticas identitárias, classistas e intersecionais, mas de propor, não só, que há um modo feminino de ação política e mais, que o feminino é político! Este é um livro importante para aqueles que se interessam pelos modos de ação política, formas de reconhecimento e debate entre psicanálise, feminismo e teoria queer.
29 comentários:
Parece bom mesmo!
Abraços
Catherine Lira
Eu quero esse livro do feminismo.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0272775719301104
Para quem se interessar: refutada a falácia de que os homens possuem padrões e expectativas altas demais para as mulheres. O estudo mostra que é o contrário.
Fiquei curiosa com o livro!
Muito interessante e converge em alguns pontos o que tenho pensado pra tese. Adoraria lê-lo!
(paula.coruja@gmail.com)
Boa tarde, Lola! Meu nome é Daniel Victor e me interesso em participar do sorteio, por tudo que o tema feminismo representa em meus estudos. Abraços.
Eu quero os livros.
Olá!
Parece interessantíssimo esse livro, ficaria imensamente feliz se ganhasse esse sorteio, com certeza seria uma leitura bastante válida, me interesso sobre o tema.
Meu nome é Bruna V.
Quero participar do sorteio! Ambos livros devem ser leituras preciosas.
Gostaria de ganhar..
Eu vi 1 declaração de Pedro Cardoso, que se converteu ao feminismo. acho que também posso me converter. gostaria de ganhar esse livro. grato pelo seu blog, bombástico, lola. também sou inscrito no seu canal. habraços!!!
Gostaria de ganhar qualquer um dos livros.Sou a Arieli.
Excelente!!
I wanna both. Give it to me. Don't make me hit you with my pocketbook.
Tá. Parei.
Só coloca meu nome nos sorteios, por favor. Obrigado.
Quero!
Nome: M. Pin
Eu não só quero como precisooo! Obrigada pela oportunidade Lola! :)
Estou interessadissima em estudar mais sobre feminismos.Quero ganhar um dos dois livros!Beijos, Lola,querida.
Cristiane Oliveira.
Quero ganhar de novo.
Eu quero!
Eu gostaria de participar do sorteio! Renato Cirino (@pirei - twitter).
Eu queroo!!!
Fazendo figa para ganhar. Obrigada pela generosidade Claudio Rabelo.
Oi Lola,sou sua fã! Gostaria muito de ganhar o livro.
Oi Lola, me chamo Daniella e quero participar do sorteio!! Sou sua fã.!
Lola, eu quero participar dos sorteios. :)
Oi Lola!
Adoro o conteúdo do blog, gostaria de participar do sorteio dos livros!
Beijos e força!
Jessica Dias
Eu quero participar do sorteio!
Valéria Raquel
Eu gostaria de, por favor, participar do sorteio. Meu nome é kellen Soares.
Oi, gente! Vou sortear dois livros (O Feminismo é feminino?, da Maíra Marcondes Moreira, e o Guia Pussy Riot, que o Claudio ganhou e quer repassar). Mil desculpas pelo atraso! Espero que quem ganhou ainda esteja por aqui.
1 - Catherine
2 - Onçana
3 - Paula
4 - Daniel
5 - João Paulo
6 - Bruna V.
7 - Guidi
8 - Carolina
9 - Dacruz
10 - Arieli
11 - Fernanda
12 - Mano Gueibis Mona
13 - M. Pin
14 - Ariadne
15 - Cristiane Oliveira
16 - Claudio Rabelo
17 - Denise
18 - Renato Cirino
19 - Marina
20 - Luise
21 - Luciane
22 - Daniella
23 - Kasturba
24 - Jessica
25 - Valéria
26 - Kellen
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