A gente ouve isso toda semana: “Feminismo pra quê?! Vocês já conseguiram o direito a voto!”. Os caras (é, quase sempre são caras) que dizem essa besteira não têm a menor ideia de como foi difícil essa conquista, e como tá cheio de pessoas que querem tirar nosso direito (eles que tentem!).
Vou começar falando das dificuldades. O mais interessante de pesquisar quando as mulheres conquistaram o voto é ver que todos os insultos usados contra as feministas hoje (mal amada, feia, ogra, brava, odiadora de homem, peluda, ninguém te quer, quer virar homem etc) já eram usados contra as sufragistas mais de 150 anos atrás. Cadê a criatividade desse povo preconceituoso? (clique nos cartuns para ampliá-los).
Lógico que as ofensas repetidas durante décadas não acontecem só com feministas. Sabe os “argumentos” que os conservadores usam contra casamento gay hoje em dia? Tipo aquele (é um dos meus preferidos) que se a sociedade permitir que pessoas do mesmo sexo se casem, daqui a pouco teremos humanos se casando com animais? Pois então, falavam exatamente isso de casamento interracial, que era proibido nos EUA até 1965. E a civilização não acabou, né?
Em Nova Jersey, um desses estados devastados pelo Sandy -– até pouco tempo atrás, todos os furacões recebiam nomes femininos, aí alguém percebeu que o costume era meio machista -–, as mulheres que tinham propriedade (o que excluía as casadas, já que toda a propriedade ficava no nome do marido) puderam votar entre 1790 e 1807. Essa foi uma exceção nos EUA e no mundo. O primeiro país a permitir que mulheres votassem foi a Nova Zelândia, em 1893. Que elas se candidatassem a alguns cargos foi a Austrália, dois anos depois.
Foi um choque pras sufragistas americanas quando, em 1870, depois do final da Guerra Civil, homens negros, ex-escravos, ganharam (pelo menos na teoria, na prática foi diferente) o poder de votar. As mulheres, que já lutavam pelo voto, e que lutaram também pela abolição, só conquistaram esse direito em 1920, a duríssimas penas. (Aqui no Brasil, este ano comemoramos oito décadas de direito a voto).
Um texto curtinho que gosto de passar pra uma turma minha de Inglês e Cultura é “Are Women Human Beings?” (As mulheres são seres humanos?), de Charlotte Perkins Gilman. É de 1912. Parece uma pergunta óbvia, mas pense num dos slogans atuais do feminismo –- “feminismo é a ideia radical de que mulheres são gente” -–, e saiba que, enquanto as sufragistas lutavam, havia homens importantes afirmando que mulheres não pertenciam à raça humana. Um deles, Grant Allen, escritor de artigos científicos, informava: “mulheres são uma sub-espécie apenas com a finalidade da reprodução”.
Na época, dizia-se que as mulheres deveriam se contentar com seu poder de atrair homens pela sua beleza e pela capacidade em ser mães. Parece familiar? As funções femininas eram ser bonitas e maternais. E todas as outras funções eram masculinas. Logo, uma mulher querer votar seria uma tentativa de se equiparar ao homem.
Gilman (autora do clássico conto “O Papel de Parede Amarelo”) contesta: para ela, funções não são masculinas ou femininas, mas humanas. E fazem parte do progresso humano. Ela critica os homens por pensarem que promover guerras é algo masculino: “a guerra não é um processo social, e sim uma doença social”.
Os jornais do início do século passado eram contra o voto feminino, e logo apelidaram as sufragistas de “suffragettes”, para poder satirizá-las melhor. Há coleções inteiras de cartuns e cartões postais se opondo a essas feministas, dizendo como elas eram horrendas, histéricas e masculinas. Coloquei alguns deles no post, mas você pode ver muitos outros aqui.
Enquanto os conservadores não entendiam por que as mulheres precisariam votar -– afinal, os pais e maridos já faziam isso por elas, sempre pensando nos seus melhores interesses, claro -–, o pessoal mais progressista via o voto feminino como uma manobra para que o voto de outras minorias valesse menos. Nas marchas que sufragistas promoviam, cuspiam nelas. Na Grã-Bretanha, algumas sufragistas faziam greve de fome, e a polícia as alimentava à força. A verdade é que custou muito obter a conquista do voto. E o que era dito na época, inclusive com o aval da ciência, continua sendo dito hoje. Por exemplo, já ouviu a última de que nossa ovulação afeta o modo que votamos? Esta “prova” de como somos volúveis e emocionais é do século retrasado... e também do mês passado.
Pois é. Mesmo depois de tanta luta e de poucas décadas de voto feminino, conservadores continuam dizendo que nosso direito é um erro. E não estou falando só dos mascus, que obviamente acham que mulher não sabe fazer nada, quanto mais votar (isso vindo de um grupo que quer eleger Bolsonaro presidente!). Olha, fazia tempo que os americanos não se perguntavam tanto sobre o voto feminino como nessas eleições presidenciais que acontecem hoje.
O motivo é bastante óbvio: o partido republicano decidiu caminhar da centro-direita para um ponto mais extremo, e as principais vítimas do seu novo posicionamento são as mulheres. Se Mitt Romney ganhar (Zeus proíba!), veremos direitos reprodutivos conquistados há décadas retrocederem. Está na plataforma de governo deles proibir que o aborto seja realizado em qualquer caso, estupro incluso. E melhor nem mencionar que o Estado Mínimo defendido por eles não contempla essas frescuras de creches e saúde pública.
Depois que o radialista Rush Limbaugh chamou a estudante de direito Sandra Fluke de vagabunda por ela pedir que os planos de saúde distribuam gratuitamente pílulas anticoncepcionais, Obama declarou que as propostas de Romney para direitos das mulheres “eram mais apropriadas para os anos 1950 que para o século 21”. Então foi a vez de outra comentarista ultraconservadora, Ann Coulter, intervir e afirmar que a base de Obama era composta de “mulheres solteiras estúpidas”.
Coulter ainda advertiu as mulheres solteiras estúpidas o que acontecerá se passar o “Obamacare”, projeto de Obama para saúde universal: “Ótimo, você terá anticoncepcionais grátis, mas será o fim da América!”
Ok, não é a primeira vez que Coulter, ela mesma uma mulher solteira, se posiciona contra o voto, uhn, o voto dela mesma. Ela vem pregando contra o voto feminino desde 2003, e seu motivo é que, se as mulheres não votassem, republicanos teriam vencido quase todas as eleições de 1950 pra cá. Quando questionada como se sentiria se não pudesse votar, ela responde: “Se todo meu gênero perdesse esse direito, eu não teria problema com isso”. Este ano ela também começou a falar que a idade mínima para votar deveria ser de 26 anos, “quando você puder pagar seu próprio plano de saúde”.
O problema das mulheres que votam, principalmente das solteiras (o que engloba todas as mulheres que não têm um homem pra chamar de seu, sejam elas viúvas, divorciadas, solteiras, ou mães-solteiras), é que, segundo Coulter, elas querem “que o governo seja seu marido e lhes dê, você sabe, atendimento pré-natal, jardins de infância, e merenda escolar. Esses não são programas que interessam o Bruce Willis”. (Sabe quem mais odeia o “estado-pai”? O terrorista norueguês que matou mais de 90 pessoas em Oslo no ano passado. Seu manifesto repleto de ideias masculinistas claramente fala nisso).
Como somos egoístas, não? Queremos um governo que gaste o dinheiro dos nossos impostos com saúde para todos, educação pública, gratuita e de qualidade, e creches para crianças e casas de repouso para idosos, para que nós, mulheres, que tradicionalmente nos sacrificamos para cuidar de quem precisa, não fiquemos tão sobrecarregadas. Esses dias saiu uma matéria dizendo que, apesar do nosso salário já representar 41% de toda a renda no Brasil –- ou seja, cada vez mais mulheres trabalham fora -–, os homens seguem sem colaborar em casa. Em uma década, os homens aumentaram o tempo que dispendem por semana aos afazeres domésticos em míseros oito minutos. Nesse ritmo, vamos levar mais décadas para que a divisão sexual do trabalho seja feita do que demoramos para conquistar o voto.
E como são egoístas as eleitoras americanas, não? Elas ficam exigindo que o governo torre o dinheiro dos contribuintes com creches pra criancinhas, desviando dólares do que realmente importa -– promoção de guerras e auxílio para salvar bancos da falência, só porque esses homens de negócios tão competentes de Wall Street causaram uma crise como não víamos desde 1929.
Aliás, não dá nem pra entender por que todas as mulheres americanas não votam logo no Romney, um alfa milionário, ou bilionário, se levarmos em consideração suas contas em paraísos fiscais. Não é esse tipo de homem que instintivamente adoramos?
Ahn, não. O que queremos, ou melhor, vou falar por mim, o que eu quero, a curtíssimo prazo, é que Obama seja reeleito. A médio prazo, que as mulheres cada vez mais tenham uma agenda política voltada para o social. Eu nunca me incomodaria de ser vista como parte do gênero que se preocupa com as pessoas, não com os bancos. E, a longo prazo, quero que os conservadores arranjem insultos novos para xingar as feministas. Esses que eles usam há 160 anos já estão meio batidos.
Um texto curtinho que gosto de passar pra uma turma minha de Inglês e Cultura é “Are Women Human Beings?” (As mulheres são seres humanos?), de Charlotte Perkins Gilman. É de 1912. Parece uma pergunta óbvia, mas pense num dos slogans atuais do feminismo –- “feminismo é a ideia radical de que mulheres são gente” -–, e saiba que, enquanto as sufragistas lutavam, havia homens importantes afirmando que mulheres não pertenciam à raça humana. Um deles, Grant Allen, escritor de artigos científicos, informava: “mulheres são uma sub-espécie apenas com a finalidade da reprodução”.
Na época, dizia-se que as mulheres deveriam se contentar com seu poder de atrair homens pela sua beleza e pela capacidade em ser mães. Parece familiar? As funções femininas eram ser bonitas e maternais. E todas as outras funções eram masculinas. Logo, uma mulher querer votar seria uma tentativa de se equiparar ao homem.
Gilman (autora do clássico conto “O Papel de Parede Amarelo”) contesta: para ela, funções não são masculinas ou femininas, mas humanas. E fazem parte do progresso humano. Ela critica os homens por pensarem que promover guerras é algo masculino: “a guerra não é um processo social, e sim uma doença social”.
Os jornais do início do século passado eram contra o voto feminino, e logo apelidaram as sufragistas de “suffragettes”, para poder satirizá-las melhor. Há coleções inteiras de cartuns e cartões postais se opondo a essas feministas, dizendo como elas eram horrendas, histéricas e masculinas. Coloquei alguns deles no post, mas você pode ver muitos outros aqui.
Enquanto os conservadores não entendiam por que as mulheres precisariam votar -– afinal, os pais e maridos já faziam isso por elas, sempre pensando nos seus melhores interesses, claro -–, o pessoal mais progressista via o voto feminino como uma manobra para que o voto de outras minorias valesse menos. Nas marchas que sufragistas promoviam, cuspiam nelas. Na Grã-Bretanha, algumas sufragistas faziam greve de fome, e a polícia as alimentava à força. A verdade é que custou muito obter a conquista do voto. E o que era dito na época, inclusive com o aval da ciência, continua sendo dito hoje. Por exemplo, já ouviu a última de que nossa ovulação afeta o modo que votamos? Esta “prova” de como somos volúveis e emocionais é do século retrasado... e também do mês passado.
Pois é. Mesmo depois de tanta luta e de poucas décadas de voto feminino, conservadores continuam dizendo que nosso direito é um erro. E não estou falando só dos mascus, que obviamente acham que mulher não sabe fazer nada, quanto mais votar (isso vindo de um grupo que quer eleger Bolsonaro presidente!). Olha, fazia tempo que os americanos não se perguntavam tanto sobre o voto feminino como nessas eleições presidenciais que acontecem hoje.
O motivo é bastante óbvio: o partido republicano decidiu caminhar da centro-direita para um ponto mais extremo, e as principais vítimas do seu novo posicionamento são as mulheres. Se Mitt Romney ganhar (Zeus proíba!), veremos direitos reprodutivos conquistados há décadas retrocederem. Está na plataforma de governo deles proibir que o aborto seja realizado em qualquer caso, estupro incluso. E melhor nem mencionar que o Estado Mínimo defendido por eles não contempla essas frescuras de creches e saúde pública.
Depois que o radialista Rush Limbaugh chamou a estudante de direito Sandra Fluke de vagabunda por ela pedir que os planos de saúde distribuam gratuitamente pílulas anticoncepcionais, Obama declarou que as propostas de Romney para direitos das mulheres “eram mais apropriadas para os anos 1950 que para o século 21”. Então foi a vez de outra comentarista ultraconservadora, Ann Coulter, intervir e afirmar que a base de Obama era composta de “mulheres solteiras estúpidas”.
Coulter ainda advertiu as mulheres solteiras estúpidas o que acontecerá se passar o “Obamacare”, projeto de Obama para saúde universal: “Ótimo, você terá anticoncepcionais grátis, mas será o fim da América!”
Ok, não é a primeira vez que Coulter, ela mesma uma mulher solteira, se posiciona contra o voto, uhn, o voto dela mesma. Ela vem pregando contra o voto feminino desde 2003, e seu motivo é que, se as mulheres não votassem, republicanos teriam vencido quase todas as eleições de 1950 pra cá. Quando questionada como se sentiria se não pudesse votar, ela responde: “Se todo meu gênero perdesse esse direito, eu não teria problema com isso”. Este ano ela também começou a falar que a idade mínima para votar deveria ser de 26 anos, “quando você puder pagar seu próprio plano de saúde”.
O problema das mulheres que votam, principalmente das solteiras (o que engloba todas as mulheres que não têm um homem pra chamar de seu, sejam elas viúvas, divorciadas, solteiras, ou mães-solteiras), é que, segundo Coulter, elas querem “que o governo seja seu marido e lhes dê, você sabe, atendimento pré-natal, jardins de infância, e merenda escolar. Esses não são programas que interessam o Bruce Willis”. (Sabe quem mais odeia o “estado-pai”? O terrorista norueguês que matou mais de 90 pessoas em Oslo no ano passado. Seu manifesto repleto de ideias masculinistas claramente fala nisso).
Como somos egoístas, não? Queremos um governo que gaste o dinheiro dos nossos impostos com saúde para todos, educação pública, gratuita e de qualidade, e creches para crianças e casas de repouso para idosos, para que nós, mulheres, que tradicionalmente nos sacrificamos para cuidar de quem precisa, não fiquemos tão sobrecarregadas. Esses dias saiu uma matéria dizendo que, apesar do nosso salário já representar 41% de toda a renda no Brasil –- ou seja, cada vez mais mulheres trabalham fora -–, os homens seguem sem colaborar em casa. Em uma década, os homens aumentaram o tempo que dispendem por semana aos afazeres domésticos em míseros oito minutos. Nesse ritmo, vamos levar mais décadas para que a divisão sexual do trabalho seja feita do que demoramos para conquistar o voto.
E como são egoístas as eleitoras americanas, não? Elas ficam exigindo que o governo torre o dinheiro dos contribuintes com creches pra criancinhas, desviando dólares do que realmente importa -– promoção de guerras e auxílio para salvar bancos da falência, só porque esses homens de negócios tão competentes de Wall Street causaram uma crise como não víamos desde 1929.
Aliás, não dá nem pra entender por que todas as mulheres americanas não votam logo no Romney, um alfa milionário, ou bilionário, se levarmos em consideração suas contas em paraísos fiscais. Não é esse tipo de homem que instintivamente adoramos?
Ahn, não. O que queremos, ou melhor, vou falar por mim, o que eu quero, a curtíssimo prazo, é que Obama seja reeleito. A médio prazo, que as mulheres cada vez mais tenham uma agenda política voltada para o social. Eu nunca me incomodaria de ser vista como parte do gênero que se preocupa com as pessoas, não com os bancos. E, a longo prazo, quero que os conservadores arranjem insultos novos para xingar as feministas. Esses que eles usam há 160 anos já estão meio batidos.
117 comentários:
Pois é Lola, machismo e o preconceito são tão fortes que tem pessoas que não se importam em lutar contra seus proprios direitos.
A mesma ciencia que ja classificou negros e outros povos não europeus como inferiores, que ja taxou a homosexualidade como doença e mulheres como não-humanas, continua com seus estudos sendo publicados aos montes em jornais e portais de noticias. E tem gente que ainda quer afirmar que cientistas são todos neutros e imparciais.
Infelizmente parece que nenhum direito é 100% seguro. Temos que sempre ficar atentos e lutar pra impedir que reacionarios querem destruir as consquistas feitas com tanto esforço e sacrificio.
Os cartazes anti-sufragistas são muito interessantes. O discurso machista mudou muito pouco mesmo!
Eu boiei na referência ao Bruce Willis. Alguém pode me dar uma contextualizada?
Abraços!
Romney defende o aborto em caso de estupro e risco para a saúde da mulher (mto restritivo, mas significa que não proíbe em qualquer ocasião).
É impressionante isso. Ainda tem gente que acha que mulher é um ser inferior e que por não ter capacidade para pensar, não deve ter direito a voto. Meu Deus, em pleno 2012!
Adorei o texto Lola, vou usar alguns desses argumentos quando ouvir alguém dizendo ser contra a reeleição do obama.
Mas uma dica: ia ser legal se vc colocasse legendas tradutórias nas imagens, pq quem não é muito fluente em Inglês (como eu) fica meio perdido.
Se não fosse tão cotidiano observar mulheres vomitando coisas machistas que prejudicam elas próprias... Eu juro que não acreditaria no discurso dessa mulher ultraconservadora nos EUA... É bizarro demais.
Lola,eu tava por fora das ideias do opositor do Obama,só sabia q era riquissimo e é da religião dos mormom, mas sabendo q essa religião é cheia de aberrações não fico nem um pouco chocada com essa plataforma de governo q ele quer implantar se eleito.O Obama se transformou no salvador das mulheres e oprimidos nessa eleição nos EUA.OBAMA,PRESIDENTE DOS EUA NESSA ELEIÇÃO,SIM!!!pelo amor de Deus!!!!
Belíssimo post, Lola.
A foto do Bruce Willis segurando um bebê ao lado da frase da estúpida da Ann Coulter foi um toque de mestre rsrs
Tbm espero que o Obama ganhe, mas vale ressaltar q, mesmo q seja temerário q o Romney prometa acabar com os direitos das mulheres e dos gays, quem vota isso é o Congresso, o q torna as eleições para o Legislativo tão importantes qto as presidenciais. E, mesmo se o Congresso vier a ser de maioria republicana, tbm é mto possível q eles não tenham a unanimidade dos votos dos próprios republicanos pra q isso aconteça.
Acaba sendo inevitável traçar um paralelo entre as eleições presidenciais deles e as nossas nessas questões. Acho interessante como a nossa centro-direita tbm está pendendo cada vez mais para a extrema direita, mas gostaria mto q a nossa centro-esquerda mantivesse posicionamentos mais firmes com relação aos direitos reprodutivos das mulheres e direitos civis homossexuais, assim como o Obama tem feito.
As vezes fico me perguntando de onde pessoas com essa mentalidade vem para ser assim,tão contra tudo e todos.Tenho até vontade de acreditar nas conspirações de internet dizendo q esses políticos são extraterrestres repitilianos kkkkkkkkkk.Pq não é possível q alguém inteligente queria mesmo voltar ao inicio do seculo e tirar de si os seus próprios direitos ou os dos outros em troca de nada.
Oi, Lola.
Tenho acompanhado os posts do seu blog, do Blogueiras Feministas, além da blogosfera progressista como um todo, porque já não dá para confiar na mídia tradicional há muito tempo.
A cada leitura, entretanto, cresce em mim um sentimento que há tempos não me rondava: a angústia.
Cada vez que leio sobre o retrocesso social que vivemos, com o aumento do preconceito em todas as suas manifestações e suas ramificações na política, aqui no Brasil e no resto do mundo, não consigo deixar de sentir como se estivesse caminhando sobre uma frágil camada de gelo, que pode se quebrar a qualquer momento e revelar um oceano revoltoso e caótico.
Eu nasci um ano depois de instaurada a ditadura militar no Brasil. Cresci sob a ameaça que a "polícia" representava. Ouvia conversas sussurradas de pais de amigos cujos parentes ou conhecidos haviam "sumido" durante o regime de exceção que se implantou aqui. Tive a minha adolescência nos ingênuos anos 80, década do surgimento do movimento Rock Brasil, da New Wave, das campanhas pelas eleições diretas. Vi o "fim" da ditadura, mas amadureci (se é que isso existe), sofrendo os rescaldos que o atraso haviam deixado. Parecia que finalmente poderíamos respirar ares novos, modernidade, civilidade, uma vida sem medos e sem culpas. Não isso que aconteceu. Politicamente estávamos perdidos, nossas conquistas sociais eram frágeis e nossa vida sexual, que parecia finalmente se livrar de tabus e preconceitos, foi violentamente chacoalhada pelo advento da Aids.
Hoje nosso governo progressista é constantemente atacado pela grande mídia, nossos legisladores são vendilhões da democracia; mulheres, negros, pobres e pessoas de orientação sexual divergente da heteronormatividade têm seus direitos e suas liberdades vilipendiadas impunemente e, pasmem, como você demonstra no post, usando argumentos de mais de um século.
Como não se sentir angustiado diante desse quadro? Como não achar que o mundo está errado quando em pleno século 21 ainda temos que lutar contra o primitivismo do pensamento neo-conservador que grassa em nossa sociedade?
Eu sei que não dá para desistir da luta, porque o caminho é árduo e não podemos perder o muito pouco que já foi conquistado até aqui, mas está difícil angariar forças para combater o bom combate.
Claro que ver que as pessoas estão se mobilizando e, no caso do feminismo (em suas muitas manifestações), a combatividade não esmorece, mas como tornar isso um movimento verdadeiramente transformador da sociedade como um todo? É uma questão quase retórica, eu sei, mas que não posso me furtar a colocar porque não posso prescindir da esperança em uma humanidade melhor. Mas, como lidar com a angústia?
Desculpe-me pelo desabafo meio off-post, mas é o que estava passando pela minha mente enquanto lia a postagem de hoje.
Eu ainda prefiro esses que ofendem descaradamente do que aqueles covardes que se escondem atras de livros religiosos e amigos imaginarios(vulgo deuses), de valores morais da familia,pro escolha e todas essas desculpinhas esfarrapadas.
Acho que no fundo torco para que o Romney ganhe, para tudo estourar de vez. Infelizmente existem mulheres que ainda nao entenderam como o patriarcado funciona.
E sobre a mulher que defende os machistas, ela nao passa de um hipocrita, porque ate para falar mal do feminismo se precisa do feminismo. No patriarcado a mulher nao tem direito a opiniao, nao importa qual seja.
Lola este foi um dos posts mais tristes q vc escreveu, não sei se vão rir de mim mas fui as lagrímas.
Quando penso q faz tão pouco tempo q conquistamos direitos tão basicos como o de votar, e q custou tanto pra nossas avós.
Da medo de tudo q temos q enfrentar ainda, e mais medo ainda desse backlasch que só não vê quem não quer ver.
Acho tão deprimente mulheres com esse discurso dessa Ann Coulter, e como daquela moçinha q vc publicou em um post ha algum tempo, q declarava q não deve nada ao feminismo, que doi até as entranhas.
Outra coisa q me machuca muito, e ver a desunião dos varios grupos feministas que num egocentrismo burro na minha opinião, me desculpe se vc não pensa assim, em vez de criar pontes que nos unam, criam impecilhos tolos para nos separarem.
Temos tantos q lutam contra nós, a última coisa q precisamos é de fomentar discordias entre nós mesmas.
Ha tantos pontos em comum entre grande maioria das mulheres, como por exemplo um q certamente é o mais importante de todos q é a crença legitima de que somos iguais em direitos e deveres, porque não nos unirmos em torno desse pontos e não nos desunir naqueles q nos separam???
Os Estados Unidos foram , pelo menos p mim, um exemplo de liberdade, de progresso, civilidade , não perfeito, mas caminhando no sentido, é deveras assustador ver o caminho que essa grande nação esta tomando.
Ainda ontem ouvi noticias que esse candidato republicano, ha um tempo atrás, não defendia ideias tão retrogradas, mas que tem assumido essa postura hedionda principalmente contra nós mulheres, com intuito de conquistar mais votos, e isso é que é assustador.
O machismo, por si só, já é assustador. Mas o que mais me choca (e, gente, não paro de me chocar nunca com isso!), é o fato de MULHERES defenderem esse tipo de pensamento.
Só me resta deduzir que elas têm sérios problemas ou de caráter ou de ordem psíquica (ou os dois), porque eu não consigo entender, não entra na minha cabeça uma mulher que genuinamente acha tudo isso.
Texto excelente, Lola!!!! Posso postar no meu singelo blog uma parte com link para o seu?
Post Perfeito... apenas isso!
Valeu lolinha.
Excelente texto com algumas mostras de como o ódio ao feminismo é algo tao intencionalmente construido.
Os homens seguem sem colaborar em casa? O link para a pesquisa indica que as mulheres trabalham 22h/sem e os homens 10h/sem. Considerando que tem muito cara folgado que trabalha 0h/sem os demais trabalhamos bem mais que as 10h/sem. A divisão pode não ser perfeitamente igual, mas "os homens seguem sem colaborar em casa" é mentira.
mas vocês são muito ingratas mesmo, se hoje vocês tem o direito de votar,estudar e falar abobrinhas em blogs, isto se deve ao fato dos cristãs serem benevolentes e verem as mulheres como seres dignos,se vocês conqueistaram direitos, mesmo sendo fisicamente mais frageis, e porque nos sempre dignificamos a imagem de nossas mães !
Agora vão ver se as muçulmanas tem os mesmos direitos neste novo seculo ?
tô contigo anna
prefiro a machista declarada que a mocinha que enche a boca pra dizer que se depila a lazer, que faz cirurgia plastica na buceta, que enche o peito de silicone perdendo a sensibilidade pra agradar a si mesma e não pros outros. prefiro a machista que diz logo que mulheres não tem capacidade do que as enrustidas que dizem que homem é mais "racional" e mulher é mais "sentimental". prefiro a machista que diz que mulher tem prazo de validade, do que a dissimulada que diz que homem de cabelo grisalho é charmoso, enquanto mulher de cabelo branco "deus me livre"! porque sabemos exatamente o que pensam as machistas assumidas,elas nao são hipócritas e ainda como essa citada no texto, assume que bancaria um retrocesso nos direitos adquiridos. mas o outro tipo é mais nebuloso e mais traidor, porque se utiliza das conquistas feministas pra justamente reforçar o machismo. quanto a querer o republicano eleito, eu concordo em parte. julian assange deu uma entrevista e disse algo que acho bem interessante: que os democratas são ótimos na oposição, fiscalizando, pressionando. mas na situação, não há duvida que elevaram a já extrema política externa americana a um patamar ainda mais extremo. apesar disso, espero que o partido democrata e o obama ganhem a eleição.
Hierarquia das espécies (maioria) em ordem decrescente:
Macho > fêmea > filhotes
Eu sou contra o voto das mulheres, pois se as mulheres ficam em dúvida para comprar uma peça de roupa, só imagino que se passa na cabeça delas na hora de votar.
Meu estado foi bastante feminista nessas eras,uma das cidades a conceder voto as mulheres foi mossoró e a primeira prefeita foi em Lajes.Alem de Nisia Floresta,a mais conhecida.
Tenho pena das mulheres americanas q vao votar em Romney.
Esse negocio de ovulaçao e voto me lembrou quando o Fantastico falou num dos seus quadros sobre mae empresaria q quando é uma mulher que geriencia uma empresa e ela sofre um problema pessoal isso acaba interferindo na empresa tbm.Putz...Logo é assim com mulheres na politica, por exemplo, segundo eles.Ou com a chefe deles.
TV reacionaria é isso.
(...)nós, mulheres, que tradicionalmente nos sacrificamos para cuidar de quem precisa(...)
Hã?
"Eu sou contra o voto das mulheres, pois se as mulheres ficam em dúvida para comprar uma peça de roupa, só imagino que se passa na cabeça delas na hora de votar."
Eu gostaria de saber o que passava na cabeça de sua mãe para não ter te abortado.
[ e mesmo assim, milhares de vezes lemos/ouvimos a piadinha com a sandy e furacão ]
Também estou angustiada com o retrocesso. Vejo tanta gente, supostamente esclarecida, afirmando essas barbaridades todas do post que me dá medo.
Torcendo por Obama.
Apesar das diferentes bandeiras apontadas entre os partidos americanos, não acho que os dois partidos seriam tão diferentes assim na lida com o governo.
Acredito inclusive que o Romney, para chegar ao poder, muda seus entendimentos sobre determinados temas de acordo com a situação.
Quando político pelo estado de Massachussets, assumia postura mais liberais e fez uma reforma no sistema de saúde parecida com a que Obama levou a todo o país.
Para poder se viabilizar como candidato e agradar as alas mais barulhentas e conservadoras do partido republicano, cedeu aos seus posicionamentos.
Para ter chances de ser eleito e flertar com o eleitor independente, abriu mão de algumas posturas mais conservadoras e não referendou as posições mais racionárias de alguns correligionários.
Fora isso, acho que o plano econômico oferecido só afundará mais a economia dos EUA, enquanto Obama não tem conseguido movê-la muito.
André, você acha mesmo que o homem trabalhar em casa menos que a média das mulheres significa que nós participamos sim dos afazeres domésticos?
E a média só é assim por que "tem muito cara folgado"?
Sério?
Por que será que existe tanto espaço para sermos folgados que na média não fazemos nem a metade do serviço? É minha impressão ou há estruturas na sociedade que fazem a postura "dos caras folgados" parecer normal?
À Dizzy Miss Lizzy
Melhor custo-benefício.
Agora me explica a vitória do prefeito eleito em pelotas e a derrota humilhante (brancos e nulos tiveram mais votos que ela) da manuela d'avila em porto alegre. Sendo que ambos são considerados bonitos pela maioria.
"Eu sou contra o voto das mulheres, pois se as mulheres ficam em dúvida para comprar uma peça de roupa, só imagino que se passa na cabeça delas na hora de votar."
My eyyeeeeessssss!!!!!!! My eyeeeeess!!!!
texto magistral, lolinha.
Uma coisa muito interessante é que os ditos "progressistas" desde sempre são também machistas. Qd o assunto é mulher, eles não se diferenciam dos reaças. Impressionante!
A Annn Coulter não precisa se preocupar porque ao contrário da maioria dos países da América Latina, lá o voto é livre, e a maioria das mulheres e dos homens não votam na eleição para o colégio eleitoral, que era o mesmo método utilizado no Brasil durante a ditadura para eleger o general-presidente.
E não tem como voltar ao passado em lugar nenhum do mundo.O ditador Pol Pot que rea contra as invenções tecnológicas da ciência não durou mais que 4 anos no poder.è totalmente impossível alguém imaginar a humanidade abrindo mão dos eletrodomésticos, veículos automotores e igualmente imaginar mulheres sendo proibidas de viver fora de casa e sendo mantidas na menoridade como ainda ocorre na Arábia Saudita, a monarquia mui amada e querida dos Estados Unidos. Este é um fato, a humanidade jamais abandonou aquilo que foi descoberto e ou adotado, seja no campo da tecnologia seja no do comportamento e convivência social.Não há como restabelecer a escravidão, embora ela continue a ocorrer em áreas isoladas, mas como uma atividade criminosa.
Lola: só gostaria de saber onde tem escola pública gratuita, saúde gratuita e assistência social, creches gratuitas, que eu adoraria morar neste país onde tudo é gratuito.Não vale citar Mônaco, pois aquilo é um minicassino com status de estado soberano.
E as pílulas que a moça pediu ao plano de saúde privado? Lá nos Estados Unidos os empresários não cobram pelos planos de saúde? É por isto que as pílulas seriam gratuitas?
Ah, e o único continente do mundo onde não há pagadores de impostos é a Antártida, mas infelizmente as condições climáticas lá são tão rigorosas que mesmo no verão não é possível sobreviver por muito tempo.
Tb não entendi a referência ao Bruce Willis. O texto é excelente.
mulheres conservadoras,essas q odeia feminismo existencia, tem q internar.Serio.
Devem sentir nada pelas mulheres islamica de países retrogrados ou q extirpam clitoris, e juram por o que for mais sagrado querer nascer na pele dessas mulheres.Eu acho ate melhor q essas mulheres nascessem nesses países e as mulheres q sofrem lá nascesse cá.Uma troca justa se isso fosse possível na natureza.Todos seriam felizes.
Carlos:
"Eu sou contra o voto das mulheres, pois se as mulheres ficam em dúvida para comprar uma peça de roupa, só imagino que se passa na cabeça delas na hora de votar."
Eu sou contra o voto masculino pois se os homens não ficam em dúvida, portanto não refletem nem para comprar uma peça de roupa, só imagino a cabeça deles na hora de votar
Da pra perceber o quanto isso é ridículo e estereotipado?
Entre mulher machista assumida e mulher machista não assumida, eu prefiro nenhuma das duas. Se fosse obrigada a conviver (como sou, de fato) com alguma das duas, eu particularmente preferiro a segunda. A maior parte das pessoas continua sendo preconceituosa pq cresceu num ambiente assim e nunca parou pra pensar. A machista de carteirinha, a princípio, parou e ficou com a opção de que mulher é menos, tem que se valorizar pq por si só não vale nada (e homem vale, claro. E só existem essas duas opções, definidas pelas genitálias, btw).
Já vi muitas moças que antes saiam por aí curtindo foto "bonequinha com coração na cabeça, bonequinho com coração na genitália", mudarem alguns pontos. E mesmo as pessoas que nem isso, mas achariam um absurdo que se propusséssem tirar o voto feminino, que mulher não pudesse trabalhar,etc. Elas, além de vários traços machistas, também têm traços feministas. Acho que a gente não presta tanta atenção nisso pq ao mesmo tempo que direitos iguais são o ideal, tb são o mínimo. Além de uma mídia que não nos favorece, tb acho que é por isso que "some" um pouco o peso dessas vitórias.
Enfim. Não existe nenhuma garantia real de que vamos conseguir sequer manter os direitos conquistados, mas ouvir coisas feministas saindo da boca de pessoas reaças me dá um fôlego, talvez até esperança.
Nossa, mas essa Ann Coulter é uma estúpida mesmo ashiusahuisa, grande desserviço que ela presta.
Ann Coulter não se importa se todas as mulheres perderem o direito de votar, e aí chama as outras de burras?
Oh, the irony.
E oh, que meme espetacular isso daria.
Sobre as eleições americanas, vou morrer de desgosto se Romney ganhar. É só o que posso dizer.
As gravuras contra as sufragistas são impagáveis. Vergonha alheia, muita vergonha alheia...
Minhas preferidas são as referências ao uso de calças. Se um homem daquele tempo andasse na rua hoje, teria um ataque do coração.
Hoje todas as mulheres usam calças livremente, ou seja, todas as mulheres viraram homens!--Oh, wait...
Esse é um dos melhores textos que li, nos últimos tempos, por aqui. Acompanho bastante a questão da participação política feminina e já fiz pesquisas sobre a história do voto feminino no Brasil, por questões profissionais (e, o melhor de tudo, em consonância com minhas questões ideológicas de radical posicionamento pela igualdade).
Uma coisa em especial me chamou muito a atenção nesse post: como se repentem os argumentos da "distinta natureza do homem e da mulher", do suposto "caos social", bem como ataques à sexualidade e à aparência de mulheres que lutam por seus direitos. As lutas em si mudam, mas a reação contra o reconhecimento deles é praticamente o mesmo.
E para quem queira argumentar que o feminismo não tem mais razão de ser, que as mulheres já têm direito a voto e a igualdade (legal), existem ainda muitas disparidades. Umas simbólicas. Outras nem tanto. Homens ainda ganham mais do que mulheres. A participação da mulher na política (ao menos no Brasil) ainda é pequena -- vale lembrar que esse ano, quando pela primeira vez valeu a obrigatoriedade de os partidos políticos reservarem 30% das candidaturas para um dos sexos, ainda houve partido (aqui em São Paulo) que não conseguiu respeitar essa proporção. E p número de candidatas ao cargo de vereadoras no Estado foi de apenas 32%. Uma realidade de subparticipação na política partidária (malgrado termos uma presidenta, hoje) que certamente se relaciona à história recente, já que até ontem as mulheres não tinham direitos políticos.
O primeiro país a admitir o voto feminino o fez dois anos depois de o Brasil aprovar sua primeira Constituição Republicana. Os constituintes chegaram a debater a questão do voto feminino. 31 constituintes chegaram a assinar uma emenda para dar direito a voto às mulheres. Mas os inimigos da ideia eram poderosos e em maior número.
É interessante o espectro de opiniões contrárias, que vão de uma suposta defesa da parte serena e angélica (??) do gênero humano à declarada misoginia. Dois casos me chamaram a atenção. Um dos deputados constituintes exaltou dessa forma a rejeição do voto feminino:
"A maioria do Congresso Constituinte, apesar da brilhante e vigorosa dialética exibida em prol da mulher-votante, não quis a responsabilidade de arrastar para o turbilhão das paixões políticas a parte serena e angélica do gênero humano."
Outro, menos sutil, não se valeu de tais eufemismo, dizendo diretamente:
"É assunto de que não cogito; o que afirmo é que minha mulher não irá votar." (E ainda há quem diga que nesses tempos as mulheres eram mais felizes!)
Bom, o fato é que a Constituição de 1891 não previu o voto feminino. E que, em boa parte do mundo Ocidental, essa é uma conquista recente -- do Século XX.
Não preciso nem dizer que ainda há muito a se conquistar no que diz respeito aos direitos da mulher. Basta lembrar da situação da mulher em países como Arábia Saudita e Paquistão. Mas não é preciso ir longe. Basta lembrar que as mulheres ainda são culpadas pelo estupro e pelas violências que sofrem, o livre exercício de sua sexualidade é capaz de condená-las. Homens e mulheres ainda levam consigo conceitos machistas que, simbolicamente, desvalorizam as mulheres (frequentemente vistas como objetos, e não sujeitos de desejos).
Falo isso como homem, hétero e feminista, consciente de que, apesar disso, provavelmente ainda levo em mim conceitos machistas dos quais tento me despir. E que enxerga que as mulheres que lutam contra o machismo não lutam contra as minhas liberdades. Lutam para que elas (e, de certa forma, também eu, no que o machismo tolhe os homens) sejam mais livres.
t.
Carlos, sou veterinária e afirmo com segurança que, na imensa maioria das espécies animais o bando é liderado pela fêmea mais velha. Machos "fiscalizam o perímetro" para alertar quanto a ameaças e/ou enfrentá-las, mas a sua motivação é defender sua fêmea (ou fêmeas, dependendo da espécie). Quem decide o rumo do bando é "minina". Ah, como temos a aprender com os animais...
Ann Coulter é o meu ideal de mulher. Lúcida, independente e feminina. Defende idéias polêmicas com brilhantismo. Fico excitado quando ela começa a falar.
Válido lembrar que o Romney já caiu em várias contradições (estupro, casamento gay).
E que mulher é essa tal de Ann Coulter? Quer a volta do tempo das Treze Colônias?
Dona do Sexo -Bonobo rules,Jaçanã forever
Eu odeio esse quadro.Assisti por acaso e achei Super machista.Vc viu o consultor dando dicas para as empresárias?Uma das coisas q ele falou é q elas não poderiam deixar de dar atenção ao marido.Quando é sobre homens e negócios e nunca vi nada parecido.Quando é o homem dirigindo uma empresa a mulher nem é citada nesses quadros.E ai se ela reclamar!Tem mais é q ficar quietinha.E crianças?Vc já viu um homem de negócios sofrer com culpa por não estar muito com os filhos?Vc já viu consultor empresarial dizendo q ele deve dar prioridade a seus filhos?
Fiquei impressionado com as charges rs
Desse canal mesmo so a novela da tarde e a das 9 pq de resto...
Pois é, Gabriela.
Muito lixo.
É impressionante como pouca coisa mudou em relação ao preconceito contra as mulheres e, especificamente, contra as feministas. Os mesmos estereótipo, as mesmas "piadas", os mesmos clichês.
Só espero q daqui a alguns anos (não tantos como 160!) os direitos femininos e as lutas feministas sejam devidamente reconhecidos, e não vistos como "frescura", "bobagem", "vcs já podem trabalhar e estudar, querem mais o quê?"
Fico tão emocionada quando penso sobre as sufragistas, sobre a coragem delas, e sobre tantas outras mulheres que deram a cara a tapa para que nossos direitos básicos fossem conquistados.. E ainda tem mulheres que dizem q não devem nada ao feminismo!
Esse texto foi um alerta pra mim, pois cresci em uma casa onde quem lidera é minha mãe por mais que ela seja dona de casa e faz o serviço doméstico, meu pai entrega a ela o poder das decisões, mesmo ele sendo machista com relação a algumas coisas. Me espanta ver que existem homens que acham que não sabemos avaliar um candidato e votar com clareza, mas o pior é uma mulher dizer isso. E sobre o que o anonimo comentou, meu namorado quando vai comprar roupas fica horas decidindo uma peça, já eu, olho, experimento e compro, quer dizer, esse argumento o da ovulação e tantos outros são vazios e sem sentido algum. De fato o luta contra o machismo é eterna.
Bruno S.
Se a metade dos homens é folgada e ajuda em casa 2h/sem a outra metade ajuda em casa 18h/sem. Falar que os homens não ajudam em casa não é verdade, citar um número mágico como os 8 minutos de aumento fora do contexto é um absurdo.
André e outros q comentaram sobre homem "ajudar" em casa:
nós não estamos querendo que os homens ajudem em casa. Nós estamos querendo que eles façam tudo o que precisa ser feito na casa, assim como as mulheres. Tem que ser compartilhado. Os homens no brasil, a maioria, não acham que os trabalhos da casa devem ser feitos por eles. Já acham q tá muito bom se eles "ajudam". Direitos iguais significa deveres iguais.
Eu já tive oportunidade de passar meses na Noruega e é incrível como não existe essa divisão de trabalho lá. Os homens e as mulheres fazem tudo o que é necessário dentro da casa, sem ficar dizendo "isso é coisa de mulher" ou "isso é coisa de homem". Os filhos, estes sim, tanto os meninos como as meninas, ajudam e em tudo. Dessa forma eles vão se preparando para quando tiverem a casa deles.
Não existe empregada doméstica lá. Nem gente muito rica tem empregada doméstica. E tb não tem encanador, jardineiro, eletricista, etc. Todos esses trabalhadores são muito caros. As próprias pessoas da casa fazem consertos, pintam a casa (por lei tem que ser pintada frequentemente -acho q é uma vez por ano), cortam a grama, e também, lavam a louça, a roupa, cozinham, fazem faxina, etc.
Qd vocês discutem sobre "homens que ajudam em casa" vocês estão falando de uma questão dos anos 70...sacou? Isso já deveria estar ultrapassado.
O feminismo na novela das 6 da Globo.
http://tvg.globo.com/novelas/lado-a-lado/videos/t/cenas/v/laura-pede-o-divorcio-a-edgar/2226289/
http://tvg.globo.com/novelas/lado-a-lado/videos/t/cenas/v/laura-diz-a-isabel-que-vai-se-divorciar-de-edgar/2226295/
MUITO AMOR!
aiaiai,
Essa média de 10h/sem me surpreendeu um pouco, talvez por preconceito eu achava que era menos. No meio em que vivo até há uma divisão de tarefas, embora com atividades típicas para cada um. Essa discussão pode ser dos anos 70, mas não é brandindo números da década de 50 que vamos atualizá-la.
Lola, muito boa a comparação da luta feminista de hoje com questoes levantadas por mulheres corajosas ha 160 anos. Eu nem sabia que mulheres eram consideradas sub-raça nesta época. Hoje em dia é um pouco assim, mas nao é dito claramente, pois somos tratadas como escravas modernas no que se trata de tarefas domésticas. O trabalho invisivel que nao é valorizado deve ficar para quem?
Acho que a comparação entre o Romney e o Obama é valida no que concerna a luta pelos direitos das mulheres. Nao que o Obama seja feminista (sinceramente nao sei), mas o Romney representa um retrocesso de algumas décadas. Apesar disso, segundo jornais que assisti hoje, Romney voltou atras em alguns pontos da sua campanha, sobretudo sobre a questao do aborto. A mensagem antes totalmente contra, virou "a mulher tem direito de decidir sobre o seu corpo", em alusao clara ao assunto. Além disso, ele é um liberal diferente do Bush, ele é ultra liberal, é contra salvar grandes empresas da falência (olha ai a intervencao do estado) e também contra planos de saude. O Obama salvou a industria automobilistica dos EUA e foi duramente criticado pelo Romney (que deve se arrepender do que falou). O mercado, para o Romney, seria assim controlado pela mao invisivel, segundo o que o Adam Smith ja dizia ha mais de 200 anos. No final, nao sou por nenhum dos dois, mas acho que na questao feminista o Obama ganha muitos pontos na frente do Romney.
É tão simples e obvio não é AIAIAI,
mas ao mesmo tempo tão distante da nossa realidade, tanto lutamos até agora e nem direitos nem deveres partilhamos com os homens ainda.
Tenho a fonte em francês sobre o discurso ambiguo do Romney sobre o aborto, uma hora critica, depois fica tolerante. http://tempsreel.nouvelobs.com/le-good-morning/20121011.OBS5215/le-double-discours-de-romney-sur-l-avortement.html
Esse post me fez chorar...
E não sabia que as mulheres antigamente eram vistas como sub-raça, é tão romantizada uma certa "adoração" à elas.
Lola... você PRECISA ver o novo 007! eles foram muito ousados sugerindo alguma experiência gay por parte do James Bond, e acho bom terem provocado um pouco esse tabu, principalmente num personagem tão "estereótipo de macho bruto" como ele. acho que daria um ótimo post! o filme foi muito bem feito e engloba muitas questões, quando saí do cinema só fiquei pensando sobre a crônica que você escreveria, hehe. beijo!
Carlos, vou te dar uma dica, se você não entende realmente de um assunto não fique cuspindo achismos, mesmo que num simples blog:
"Hierarquia das espécies (maioria) em ordem decrescente:
Macho > fêmea > filhotes"
De onde você tirou isso?Você por acaso estudou comportamento animal, ao menos assistia programas do Animal Planet?
Vou fazer uma pergunta básica, você sabe qual o "tipo" de animal mais abundante?Insetos, cuja organização social mais comum é matriarcal; então me dizer que a maioria dos animais se organizam em Macho > fêmea > filhotes, já demonstra falta desse conhecimento básico.E mesmo que você venha falar de mamíferos, onde realmente há um grande número de sociedades movidas a testosterona, há, mesmo entre mamíferos, um grande número de sociedades matriarcais.E quer saber, em grande parte dos grupos sociais de mamíferos o líder não é o macho, mesmo que ele seja o único macho de bando, e nesses grupos é comum que o macho seja o primeiro que se arrisca, ou seja, o primeiro que deve morrer.
aiaiai,
Uma pergunta sem juízo de valor, como vivem os noruegueses? Têm muito bibelos em casa, as casas tem cortinas e tapetes, todas as roupas da casa devem ser passadas (inclusive lençóis), a comida é composta por muitos pratos distintos, as atividades das crianças (natação, dança, lingua estrangeira) são concentradas na escola, quantas horas por dia se trabalha?
Lola,
Na minha pos em P Legislativo e Cidadania, lemos varios textos antigos sobre a 1a constituinte, e muitos eram sobre a briga em incluir as mulheres ao direito de votar. E fiquei impressionada em como varios homens defendiam demais que eramos cidadans; sempre pensei que tinha sido terreno comum machista em nao concedelo no sec XIX. E claro que os argumentos contra seguiam entre mulheres sao incapazes a que aqueles homens que defendiam estavam sobrecarregando as frageis mulheres em algo que nem era desejo delas, ja que mulheres nao sao seres politicos, por que criar desejos que nao sao femininos nelas? *respira fundo*
Um filme que adoro sobre o tema é Iron Jawed Angels, da TNT, com Hilary Swank; pois alem do preconceito que elas enfrentavam (q muita gente ignora hoje), mostra a alimentaçao a força nas prisoes ilegais, e a divisao no movimento feminista tb entre as mais jovens que estavam cansadas de esperar e as mais velhas que acreditavam na negociaçao politica. Muito bom.
Sobre a divisao do trabalho em casa, eu lembro que minha mae foi quem me ensinou a ser feminista, mas carregava em si muito do machismo da familia dela. Como eu desde cedo passar roupa, e ela vinha que meu irmao por ser menino nao... Fiz greve, so ajudava no que ele ajudava entao, e falei p ela q estava sendo sexista. Meu irmao é um cara que ajuda demais em casa hoje, que nunca vem com esta que nao é trabalho de homem; ele cozinha super bem tambem e encara uma faxina sem enganos. Tenho muito orgulho dele.
E eu sempre faço o mesmo quando reunimos nossos amigos para algo, é inacreditável como os homens ja se sentam no sofa, e acham que as mulheres que devem ir para cozinha. Ja vou puxando cada um e distribuindo tarefa, a regra é que todo mundo ajuda, ninguem deixa quem esta cozinhando sozinho, nenhum copo fica vazio, quem nao cozinha; limpa.
Agora a Ann Coulter se superou com a ladainha dela, PQP.
Mulher machista me da arrepio...
Alguém me explica porque seria o fim da América caso o Estado pagasse anticoncepcionais de 10 euros mensais pras mulheres? Será que a Ann Coulter sabe dos gastos militares que o governo dela tem? É um pouco mais que isso.
Abismado com esse """estudo""" (?) publicado pela CNN sobre "hormônios X votos".
Publicar essa baboseira PSEUDOcientífica foi um tiro de bazuca no próprio pé.
Ficar repetindo preconceitos e estereótipos mais velhos que o tataravô de Pedro Álvares Cabral, além de demonstrar uma imensa falta de criatividade, tá ficando chato pra caramba.
Quando vi o começo do texto achei que tp era sobre mais uma das mil e umas asneiras que mascus falam.Ai aparece uma ulher falando besteira
Caraca!
Até quando teremos mulheres que acham que tá td muito lindo em ser meros brinquedos vivos para o patriarcado?e tp ela deve ser virgem,né?pq para ser contra a distribuição de contraceptivos,sendo ela solteira,uma mulher adulta ,no minimo ela é daquela liga da virgindade ,que virou moda nos EUA,(sendo que nada contra virgens,tá gente,até pq eu com 27 anos,tb sou
)
Por ultimo ,senhor André Macho>femea>filhotes.vc já ouviu falar de uma especie de animal chamada ABELHA?que tem uma ABELHA RAINHA?vc deve saber td de especies animais né?só que não!
Lola, falaram do James Bond, mês passado vi uma materia sobre cenas misóginas de James Bond, em seus primeiros filmes(com o Sean Connery), no Le Monde( http://www.lemonde.fr/culture/video/2012/10/08/james-bond-le-plus-misogyne-des-espions_1771840_3246.html ) . No link do Le Monde, tem o video com a copilação de cenas e um plus: o proprio Sean Connery que tinha afirmado que bater numa mulher não é pior coisa existe, que é melhor fazê-lo com mãos abertas, dizendo, anos depois, que nao mudou de opinião, que depende das circunstancias... link apenas das cenas: http://www.youtube.com/watch?v=YJWfObq2cFk&noredirect=1
. Seria bacana comentar sobre a trajetoria do personagem, que foi mudando(de acordo com o pensamento machista de cada época), juntamente com os atores.
Acho que o personagem representa muito bem essa coisa do "homem alfa", onde todos os mascus querem chegar. Homem bonitão, fodão, rico, machista, e mulheres-objeto gostosa que seram salvas em algum momento citando aquele famoso quote, levando-as pra cama e descartando-as em seguida... não vi ainda os 2 recentes, mas acredito que não tenha mudado muita coisa....
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Vejam isso! E nós aqui lamentando pelas norte-americanas quando também estamos com problemas sérios e iminentes por aqui...
Mandy, é uma ótima pauta essa da evolução do Bond, James Bond, de um personagem misógino para um mais humano e tolerante. Porque certamente este não é o mesmo Bond dos tempos do Sean Connery. Sobre essa absurda declaração dele, escrevi sobre isso quatro anos atrás, quando o blog ainda estava no começo e eu não fazia a menor ideia de que mascus existiam. Pode ler aqui. É asqueroso mesmo o que este SIR declarou em mais de uma entrevista.
Então, topa escrever um guest post pra mim sobre essa evolução? Eu não entendo tanto assim de Bond pra escrever um post desses. Teria que ser escrito por alguém que gosta mesmo da franquia, e acompanha todos os filmes, o que não é o meu caso (meu Bond preferido é o Roger Moore, pra você ter uma ideia). E aí, topa? (ou outra pessoa?)
Pras duas pessoas que não entenderam a referência ao Bruce Willis, creio que a Ann Coulter quis dizer que assuntos “femininos” como creches, educação pré-escolar, atendimento pré-natal, não interessam a machos alfa como o Bruce. O personagem que Bruce costuma fazer, assim como todos os heróis de ação, é um tipo solitário, anti-social, ríspido, calado, que não está nem aí pra ninguém, mas que acaba salvando o mundo meio que por acaso. E a persona do ator corresponde a essa imagem. Não é à toa que ele é idolatrado pelos mascus, por exemplo. Eu achei interessante, pra ilustrar o post e contradizer a Coulter, colocar uma foto do Bruce sendo carinhoso com bebês. Nem sabia se eu encontraria uma, mas escrevi no Google “bruce willis babies” e esta foi uma das primeiras que apareceu. É recente. Bruce, que tem 3 filhas com a ex-Demi Moore, casou-se novamente, e depois de 2 ou 3 anos de casados, tiveram um bebê. Mais uma filha, Maude, a gracinha da foto. E a ternura do Bruce nessa foto é contagiante, né? Tadinhos dos mascus... Os heróis deles seriam os primeiros a reprovarem um estilo de vida misógino.
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Saiu errado lá em cima
Não li ainda muitos livros do James Bond, escritos por Ian Fleming, mas dos poucos que eu li (Casino Royale, From Russia With Love, Dr. No e parte de On Her Majesty`s Secret Service), vi que o personagem é bastante diferente da imagem que se consolidou dele no cinema, particularmente o do Connery.
O Bond literário não é particularmente misógino. Ele se apaixona de verdade várias vezes: por Vesper Lynd em Casino Royale (isso aparece no filme), por Tiffany Case em Diamonds are Forever (não li esse livro, mas em From Russia With Love é mencionado que ele queria se casar com ela, mas ela desistiu) e por Teresa di Vicenzo em On Her Majesty`s secret Service, com quem ele se casa, o que também acontece no filme.
Ele também é menos mulherengo. Nos filmes ele nunca se relaciona com menos de duas por filme. No livro Casino Royale é só a Vesper mesmo. No livro Dr. No, a bondgirl Honey Ryder é que toma a iniciativa o livro inteiro.
À parte da questão com as mulheres, o Bond dos livros é humano em todos os sentidos. Ele comete besteiras, às vezes se salva por pura sorte, não gosta de matar a sangue-frio, fica abalado quando os amigos são mortos nas missões, sem mencionar o estado em que ele fica quando a esposa morre, praticamente incapacitado.
Nos filmes, acho que os Bonds que mais lembram o original literário são o Timoyhy Dalton, que fez dois ótimos filmes da fraquia, "The Living Daylights" e "Licence to Kill", e o Bond atual, Daniel Craig. "Skyfall" está sendo considerado pela crítica e por muitos dos próprios fãs como um dos melhores da série, recomendo muito que vejam.
Boas novas: Todd Akin perdeu a vaga no Senado do Missouri. Esse foi aquele tio que acha que quando o estupro e legitimo a mulher na fica gravida (voodoo science) . Perdeu para uma senadora.
E Malala Yousafzi segue viva, andando e já fala.
É. acho que o romney vai ganhar ='/
@raziel como??? Ainda nao saiu nada da Califórnia e obama vai ganha 55 delegados lá
Flavio Moreira, você transcreveu meus pensamentos... tá difícil mesmo.
Obama acaba de ganhar - acaba de vencer em Ohio
Obama de novo presidente.Aeee \o/
Foi por pouco.
Mulheres foram 54% dos votantes hoje nos EUA (onde voto nao e obrigatório) - elas que rejeitaram Romney. E aqueles candidatos que se manifestaram contra o aborto em qualquer circunstancia perderam todos Infis da CNN
Nossa, ele deu uma bela virada mesmo =O
Vou mimir feliz. Espero que esse ano lá haja progressos nas políticas para mulheres cis e trans e que eles se recuperem economicamente para os republicanos deixarem de culpar os democratas por tudo u.u
beijinhos, pessoal, boa noite =**
Engraçado essa tal Annn Coulter criticar conquistas femininas que lhe dão até o direito de dizer aberrações como essa. É graças as sufragistas e as mulheres que votam que ela pode subir num palanque e dizer o que pensa, o irônico é que, fico pensando nenhum homem chegou pra ela: "Tô pouco me lixando pra sua opinião",pô contraditório, ela dizer que é contra posições políticas de mulheres sendo esse já uma posição política de uma MULHER?
Recuperando a fé na humanidade : Trecho de comentário num site de tirinhas :" Mas quando a gente estuda Biologia, uma das coisas que se aprende é que “macho” e “fêmea” não são variáveis discretas; são dois extremos de um amplo espectro de possibilidades." sobre casais trans héteros.Amei.
Mulheres foram 54% dos votantes hoje nos EUA (onde voto nao e obrigatório) - elas que rejeitaram Romney. E aqueles candidatos que se manifestaram contra o aborto em qualquer circunstancia perderam todos Infis da CNN [2]
É isso q temos q fazer quando formos atacadas como nesse caso das eleições americanas, aqui no Brasil tb. Parabens as americanas q se livraram desse crica metido a machista.
Caramba, está muito além da minha limitadíssima capacidade entender o que essa Ann Coulter está fazendo que não está na frente de um tanque, feliz da vida, lavando as cuecas borradas do marido dela. Pelamor, vamos fazer uma campanha na mascusfera pra arrumar um marido honrado pra ela, pra ver se assim ela começa a ser condizente com o que pensa e cala a boca para sempre. Vai fazer todo mundo feliz.
54% dos votantes nessa eleição eram mulheres? Considerando que 50,8% da população naquele pais é mulher, nada mal.
Alias, resultado formidável para um grupo que dizem ser bem mal representado na política justamente por sua falta de interesse...
Chupa mascus!!!!!!!!!!!!!!!
Obama wins!!!!!!
EU fico feliz com a vitória do Obama e a derrota do tiozinho babaca que acha que mulher não engravida de "estupro legítimo"!
Quero muito ver Operação Skyfall.
Vi apenas um filme do Bond com o Sean Connery não lembro qual era(passou em um canal de tv). Não acompanho a saga Bond desde o início.
Vi um filme do Bond com o Moore que passou ano retrasado na Globo, agulguns com o bonitão Brosnan e todos com o charmoso e talentoso Daniel Craig.
Estou decepcionada com o Sean Connery. Achei que fosse um homem inteligente, mas, sua declaração mostrou que é um homem de mente vazia e postura machista!
Enfim bom ator, homem deixando a desejar,kkk.
Quanto a tal Ann Culter, a moça é digna de pena! Como uma mulher pode ser contra seu próprio gênero?! Eu lembrei da ridícula declaração de uma mulher no link do O Globo sobre homens não compartilharem tarefas do lar.
Comentarei mais em seguida.
Sawl
Seria um honra fazer um guest post, mas não tenho propriedade pra falar com detalhes sobre o assunto, assim como você. Talvez o Sphynx poderia fazer, já que leu alguns livros, fazendo um paralelo com os filmes.
Sphynx: Não sabia que o James Bond dos livros é assim tão diferente do que é mostrado pelo cinema. Impressionante como a mídia misógina deturpa tudo.
Sobre a matéria do O Globo, achei repulsiva a foto da mulher passando a roupa e o homem largadão no sofá com sorriso cínico!
Eles podiam ter dado suas opiniões e falado sobre suas rotinas SEM aquele tipo de foto! Achei uma "glamurização" desnecessária do machismo!
Já a foto do homem lavando a louça enquanto a mulher arrumava enfeites na parede, foi mostrada dentro do jornal e a foto era BEM menor que a da capa do assunto.
O curioso é que a moça da foto da capa era: jovem, bonita, loira, trabalha fora e no entanto o marido machista é: mais velho que ela, gordo, barrigudo e(na minha opinião) FEIO!
Enfim, eu me pergunto como tantas mulheres podem se desvalorizar desta forma?! A moça NEM precisa do cara financeiramente e fica bancando um inútil, barrigudo e provavalmente alcóolatra em visto que ele prefiriu tirar a foto do lado de um monte de bebidas invés de sua bela mulher.
Se ela não trai ele, ela deve ter um baita complexo de inferioridade e baixo alto estima para ficar casada com um bagulho inútil daquele!
Enfim, nós mulheres temos que aprender a amar nós mesmas.
Eu tb me envolvia com homens machistas que não me valorizavam até conhecer meu marido que é um homem inteligente, sensível e que não me vê como propriedade, coisa ou objeto e sim como um ser humano, como a mulher que o complementa.
Enfim, se nós mulheres(NãO to generalizando) esquecermos um pouco a educação machista e castradora que recebemos e pararmos de nos envolver com qualquer babaca machista e fracassado, e olhar com mais atenção para os homens bacanas que sim, existem neste Mundo; e ao sermos mães, NÃO repassarmos uma educação MACHISTA, RETRÓGRADA, DECADENTE e FRACASSADA para nossos filhos e filhas, evitando assim que surjam mais homens machistas, covardes e violentos e mais mulheres submissas, complexadas e fragilizadas, teremos uma sociedade melhor.
Sawl
Lola, não sei se você já sabe, mas o Estatuto do Nascituro foi desarquivado e está sendo discutido no Congresso. Se ele for aprovado os poucos direitos reprodutivos que temos (aborto em caso de estupro e anencefalia) nos serão roubados.
Acho interessante alertar suas leitoras, temos uma petição contra ele no ar. Seguem os links:
http://subjudice.net/2011/03/projeto-de-lei-que-reduz-mulher-a-utero-e-desarquivado-no-congresso/
Petição: http://estatutonascituronao.fw2.com.br/
ASSINEM, POR FAVOR.
E viva Obama, torci muito por ele.
Bjos.
'Annta' Coulter hauehuheuaeh nunca vi mulher mais imbecil!
"Engraçado essa tal Annn Coulter criticar conquistas femininas que lhe dão até o direito de dizer aberrações como essa."
THIS.
Lola citando Charlotte Perkins <3
(Amo desde q li the yellow wallpaper).
Agora, esses cartazes dos anti-sufragistas, hein? PELAMOR gente, se vão insultar, pelo menos tenham alguma criatividade em vez desse mimimi de feia peluda mal amadzzzzzzzzzzzzzzzz
Essas coisas me dão vontade de usar como cartaz padrão da marcha das vadias "I don't believe I STILL have to protest for this shit".
Lola, queria saber se voce viu esse comercial da Ford: http://www.youtube.com/watch?v=YXn3bhAG7vY&feature=youtu.be
Eles postaram dia 9 de outubro e o estranho foi a falta de reacoes. Comercial com racismo explícito.
Importantissimo esse link Bruna B, ja assinei e enviei aos meus amigos e amigas.
U-hu, Obama venceu, que emoção!! Rebublicanos, evoluam quem sabe assim terão mais sorte na próxima.
PS: Ku Klux Kan deve estar irada, rsrsrs.
Lola,
acho que você já está sabendo que Obama foi re-eleito, não?
Apesar de eu ser, pessoalmente, contra o aborto, em todos os casos, mas isso é minha opinião, não há do que se discutir aqui, eu prefiro Obama na presidencia dos EEUU, pois o segundo iria piorar nossas relações comerciais com eles.
Além disso, o outro também é contra acesso a métodos anticoncepcionais para mulheres como pílulas não-abortivas e isso é muito errado. O Estado tem o dever de providenciar distribuição e camisinhas para evitar gravidez indesejada, etc.
Um abraço
Hamanndah
Falando em política e no dia seguinte à votação norte-americana, uma boa notícia por lá:
Candidatos que fizeram declarações sobre aborto perdem no Senado
http://oglobo.globo.com/mundo/candidatos-que-fizeram-declaracoes-sobre-aborto-perdem-no-senado-6654409
t.
Acordei hoje e a primeira coisa que fiz foi tatear em busca do meu iPod pra saber o resultado das eleições, hahaha.
DEU OBAAAAAAMAAAAAAAAAAA
(sim pessoas eu estou muito feliz).
Ah, Lola, os mascus não são os únicos que gostam do Bruce Willis. Eu curto os filmes dele pacas... Inclusive comemorei meu aniversário esse ano no cinema, vendo o novo filme dele - 'Looper: Assassinos do Futuro' (E ainda ganhei um bônus porque quem dividia o papel do Willis era o Joseph Gordon-Levitt, que fez o Robin no último filme da trilogia Cavaleiro das Trevas).
E eu não sei porque mas eu me mato de rir toda vez que assisto 'Duro de Matar 4.0'/tá, parei.
Quanto ao Bond, até agora a única coisa que me atraía era o tema gravado pela Adele (linda, talentosa, fantástica, amo). Mas já que o pessoal está indicando, vou correr atrás!
Para Anonimo das 08:40 (Sawl)
Este comportamento feminino atual citado por você, e que muitos de nós nos sentimos no direito de criticar e julgar, nada mais é do que um inteligentíssimo backlash implantado pelo sistema patriarcal nos anos 70 a 80, como forma de bloquear os grandes avanços da luta feminista que as mulheres estavam alcançando a época.
Foi aproveitado um momento de libertação feminina, um momento em que as mulheres estavam ainda se acostumando com sua emancipação para criar uma terceira jornada de trabalho, jornada essa responsável por manter as mulheres controladas e comportadas, conforme os desejos e demandas do nosso "querido" sistema patriarcal.
Expliquei melhor como essa terceira jornada foi acrescentada a nossa rotina e quais consequências trouxe para a nossa sociedade no meu blog, se tiver interesse de conhecer melhor segue o link: http://escrevendoumafeminista.blogspot.com.br/
Se tiver interesse também o livro "O Mito da Beleza" de Naomi Wolf, publicado em 1991, traz uma análise completa desta criação patriarcal.
Texto excelente, gostaria das referências bibliográficas. Sinto que conhecemos muito pouco, ou menos do que o necessário, a primeira onda do feminismo, que reivindicava muitas coisas legais e interessantes - o voto entre elas, claro! Então, se a Lola puder dar dicas de livros de história sobre o assunto, vai ser bem legal para todas nós!
Obama ganhou!!!!! Êêêêêêêê!!!
Tô contente desde que vi a notícia hoje cedo.
Fui dormir apreensiva, vendo a contagem ontem à noite, mas, logo animei quando fui caçar o resultado pela manhã!
Êêêêê
Eu sou contra o voto das mulheres, pois se as mulheres ficam em dúvida para comprar uma peça de roupa, só imagino que se passa na cabeça delas na hora de votar.
Meus olhos estão pegando fogo nesse momento.O aborto de anencéfalos podia ter sido legalizado antes, nos pouparia.
Homens que "ajudam" em casa, como são bonzinhos!!! afinal de contas as obrigações de casa são todas nossas e eles (alguns) muito gentis nos ajudam... que merda em? e eu achando que serviço domestico fosse obrigação de todos os moradores da casa.
Como já disseram atualmente o que eu sinto quando leio post como esses é angustia.Me da arrepios só de pensar o rumo que as coisas podem tomar.
@ Ana
Eu também gosto do Bruce.Não exatamente de Duro de matar 4.0, porque na verdade eu detestei achei muuuito chato.Gosto mesmo de o quinto elemento, sei é suuper ultra velho mas eu adoro.
Gosto de triplo x, sei que não é com o Bruce é com o Vin Diesel mas eu resolvi citar porque eu gosto, apesar de ser bobinho.
Pessoas, desculpem por comentar off-post (os comentários aqui estão excelentes, acho que eu não acrescentaria nada a eles)...maaas aquele Estatuto do Nascituro, um projeto monstruoso foi mesmo aprovado? Alguém sabe me dizer ? - (porque o Google não soube).
Nuba, você pode acompanhar o andamento do projeto aqui:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=345103
O Estatuto do Nascituro está tramitando agora na Câmara dos Deputados e HOJE, dia 07/11, ele está sendo apreciado pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Já foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF)!
A CFT discute projetos de lei que tenham influência sobre o orçamento público, discutindo a viabilidade e importância das propostas que onerem o Estado. O Estatuto está sendo debatido nessa Comissão justamente porque prevê o que está sendo chamado de "bolsa estupro".
O projeto é de autoria dos deputados que eram a ponta de lança na campanha contra o aborto na Câmara, o espírita ex-deputado Luiz Bassuma (ex-PT/BA), e o ex-deputado financiado diretamente pela Igreja Católica, Miguel Martini (PHS/MG).
O Estatuto do Nascituro é a junção de todas as propostas mirabolantes da tropa de choque da direta no Congresso Nacional que pretendem retroceder na legislação brasileira quanto ao direito das mulheres de interromper a gestação.
Pretende impor o conceito filosófico de que a vida começa na concepção, estabelecer direitos ao feto, chamado por eles de nascituro – termo cunhado pela hierarquia da Igreja Católica em oposição à nomenclatura tradicional médica ou jurídica. Dando ao feto que ainda não nasceu mais direitos que às mulheres. Por exemplo, o direito a uma pensão.
Fora de contexto, mas lembrei agora...
Esses dias tava eu consertando o chuveiro quando ouço essa desgraça saindo da TV:
"If god meant for women to be single, he woulda taught us all how to use a hammer"
Fiquei horrorizada,... cheguei até a rir um pouco, já que tava eu lá, com uma ferramenta na mão (infelizmente não era um martelo, só uma mísera chave phillips verde, daquelas bem baratinhas).
Fui pra sala ver o que era... e era o tal seriado "The Client List". Ô seriadozinho tosco, hein?
Nos EUA tem gente chamando de "The Magic Cleavage" ahuehuaehuae
Machistas,o catra por exemplo,adoram comparar o homem ao leão.Só um toque pra vcs,são as leoas q caçam.O dito rei da selva só sabe lamber o próprio saco o dia inteiro debaixo de uma sombra.
[off-topic]
@Moema L
ahaha, bate aqui \o
Bruce Willis FTW!
Sinceramente, eu não sei bem porque gosto de 4.0. Mas é um dos filmes que já assisti milhões de vezes e continuo assistindo sempre que passa na tv (os outros são 'Motoqueiro Fantasma', 'O Retorno da Múmia' e 'Piratas do Caribe - No Fim do Mundo').
Ah, tá ok gostar de Vin Diesel. Não é bem a minha praia, mas ok. Eu assito Jackie Chan, então... né? Ahahah.
Me diz uma coisa, você chegou a ver 'Os Mercenários'? Eu já tentei ver o primeiro e não consegui passar do início, mas fico sempre com sensação de que se eu assistir vou gostar. Uma hora dessas tenho que tentar de novo. Além do Willis ainda tem o Jet Li, o Terry Crews e o Mickey Rourke, pra não falar do tio Schwarza (ah vai, eu curtia o Exterminador quando era criança). Tem que sair alguma coisa boa daí, não é possível.
Verdade seja dita tenho preguiça eterna do Stallone (e da Gisele Itié :x), mas o resto do elenco é tri. O Crews eu conheço de 'Todo Mundo Odeia o Chris' e o Rourke do 2º Homem de Ferro (adoro, tenho o dvd). E Jet Li não precisa de justificativa, kkk.
Além disso teve os boatos relâmpado de que o Nicolas Cage ia aparecer em Mercenários 3... Não adianta, acho que vou ter que assistir na marra, ahaha.
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Por falta de quórum, o Projeto de Lei nº 478/2007, o Estatuto do Nascituro, não entrou na pauta da sessão desta quarta-feira (07) da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. No entanto, há o risco de ele voltar na próxima sessão e ser votado a qualquer momento. Por isso, é importante continuar a mobilização e explicitar o nosso posicionamento, para o Congresso Nacional: o Estatuto do Nascituro é um retrocesso e um atentado aos direitos humanos das mulheres.
Já conseguimos mais de 9 mil assinaturas à petição. Seguimos rumo às 10 mil e, por que não, às 15 mil? Assine agora!
http://estatutonascituronao.fw2.com.br/
Que eu saiba sufragette é o termo em francês e, como o pessoal dos anos 1920 adorava puxar saco de francês...
Sempre que vejo esse post, eu choro. Mesmo na época que eu era GDR, eu era sensível com a história das sufragistas. As moças só queriam votar e além de ridicularizadas sofriam as piores torturas. ='/
Dancem marionetes.
Olá pessoas. Infelizmente é verdade, somos boas marionetes obedientes, e não me refiro a um grupo específico, mas a humanidade como um todo.
No fundo, na verdadeira essência dos movimentos revolucionários, estão os mesmos que incentivaram e incentivam os movimentos opressores.
Antes que apareça alguma pessoa reativa e venha me apedrejar verbalmente, digo que a esmagadora maioria das pessoas envolvidas em movimentos revolucionários acreditam que estão fazendo a coisa certa, e realmente têm boas intenções. Infelizmente não percebem que estão sendo guiados como boas marionetes.
Por exemplo, o iluminismo que influenciou a revolução francesa, contra a derrubada de sistemas opressores. Em essência, esse movimento foi iniciado e influenciado pelos mesmos que influenciaram e incentivaram os movimentos opressores. E como sempre, tudo seguiu como o planejado. O que abriu caminho para a ordem mundial que experimentamos hoje.
Mas aí surge a questão: E o que essa papagaiada tem a ver com o direito das mulheres ao voto e o movimento feminista?
É muito simples, o movimento feminista foi planejado, influenciado e "verdadeiramente" iniciado pelos mesmos que incentivaram os sistemas religiosos, culturais e sociais opressores.
Claro, começou como um movimento legítimo que conquistou grandes vitórias, como o direito ao voto, mencionado no post. Mas é claro que, como boas marionetes reativas que somos, o movimento acabou caindo na banalização e hoje em dia só serve para os propósitos de quem está por trás dos sistemas opressores e de suas respectivas revoluções.
Quando o movimento era legítimo e realmente lutava por igualdade de direitos, como o direito ao voto. Hoje em dia o movimento caiu em uma banalidade que deve fazer feministas sérias, que já não estão entre nós, se revirarem em seus túmulos.
Hoje em dia vemos tais feministas levantando cartazes de topless e reclamando da Eurocopa.
Em muitos outros casos, essas supostas lutas já ultrapassaram e muito a fronteira da igualdade de direitos, ocorrendo realmente uma luta por privilégios, demonstrando uma discrepância entre direitos e deveres.
E quando não se foca na "luta" por privilégios, muitos grupos focam em banalidades como entrar em discussões alimentadas por uma ridícula guerra dos sexos.
Muitas vezes dedicando tempo e recursos em bobagens como uma piada que tal humorista fez para uma dúzia de pessoas em um show de stand-up.
Infelizmente, assim como sempre acontece, e com o feminismo não seria diferente, se tornou banal. Hoje em dia é um movimento arcaico que serve de faixada para pessoas exprimirem seus conflitos interiores, conseguirem privilégios e discutir bobagens.
Pergunto-me, onde estão os movimentos feministas quando realmente se precisam deles. Como em países onde mulheres são "realmente" oprimidas e sofrem todo tipo de violência, como em países com sistemas rígidos e intolerantes baseados em interpretações radicais de textos religiosos?? Onde estão os movimentos quando se precisam dele? Ah, lembrei, os movimentos estão perdendo tempo discutindo com humoristas... ¬¬
Infelizmente somos marionetes reativas, tudo está conforme o planejado. Alguns fanáticos religiosos costumam falar em uma nova ordem mundial do diabo. Na verdade existe um plano para um nava ordem, mas não tem nada a ver com o tal do diabo o seja lá o que for. Isso tem a ver com ganância e controle, são os mesmo que vêm controlando e manipulando a milênios. Eles sabem como nossas mentes reativas trabalham, e se aproveitam disso. Tudo corre como o planejado.
Ateu, Pacifista e Bundão, vc ficaria surpreso em saber que países onde as mulheres são "realmente" oprimidas (não entendi as aspas, mas entendi o realmente -- aqui não somos oprimidas, certo? Já que vivemos numa sociedade b*cetista...) têm seus próprios movimentos feministas.
Eu não considero nada perda de tempo. Nem responder a um boçal como vc.
Sobre o Estatuto do Nascituro, fica evidente que a motivação é religiosa.
Pessoalmente, sou à favor da legalização, junto com um apropriado programa de informação sobre todas as possibilidades e uma total assistência, para que a gestante tome sua decisão de forma consciente e pautada com toda informação. Caso decida levar a diante a gravidez, que tenha assistência pré-natal, como já existe. E, da mesma forma, que também tenha assistência médica legal caso decida interromper a gestação.
Uma coisa importante também é NÃO obrigar o médico a fazer o aborto, pois obrigá-lo a fazer algo que talvez ele(a) considere como um assassinato seria de um autoritarismo sem tamanho. Nesse caso, os abortos seriam feitos por médicos que concordassem em fazê-lo, livre de opressões.
A responsabilidade da decisão sai das mãos do governo e passa para as pessoas envolvidas.
Sobre o início da vida, em verdade, a ciência ainda não consegue chegar em uma conclusão real, o que existem são teorias.
No meu caso, afirmo com toda sinceridade, realmente não sei quando a vida começa. Nesse sentido, sobre questões que envolvem os mistérios da vida, talvez por culpa da ciência materialista, ainda somos muito primitivos, não sabemos quase nada.
Se alguma namorada minha ou mulher engravidasse e falasse que estivesse pensando em abortar, confesso que provavelmente eu tentaria argumentar para que pensasse melhor. Claro, a decisão final seria dela, pois obviamente se trata do seu corpo. Mas, mesmo se tratando do seu corpo, o filho que estaria sendo gerado em seu ventre também seria meu (me habilitando a argumentar e dialogar e expor minha opinião).
É uma questão difícil, que não poderia ter uma decisão tomada de forma intransigente, sem diálogo.
Confesso que só de imaginar que um filho pudesse estar sendo morto (pois uma vez que se faça o aborto, essa possibilidade existe, levando em conta que não sabemos com certeza quando começa a vida), já me da um aperto no peito e uma sensação ruim.
É complicado...
Será que realmente sou um bundão e boçal?
Diante das circunstâncias vou considerar como elogio.
Fico feliz em ser um bundão que defende a paz. E fico feliz em ser um boçal que defende o livre pensamento e o discernimento ao invés do reativismo.
Não gosto de ficar postando várias mensagens e correr o risco de me prolongar e me tornar chato, mas essa questão merece um adendo.
Sobre a opressão em países com ditaduras religiosas radicais, fica evidente que já existem grupos feministas trabalhando nesses países.
A grande questão é que é uma tarefa quase impossível lutar (de dentro) nesses países contra leis que discriminam e até mesmo matam mulheres, homossexuais, etc.
Esses países são governados por fanáticos religiosos armados até os dentes. A pessoas que lutam pelos direitos e para proteger seus semelhantes, correndo constante risco de vida, são verdadeiros heróis e heroínas da vida real. São grandes seres humanos.
A questão que eu estava levantando em outro post, no qual me referi a banalização do movimento feminista, no qual certos grupos dedicam seu tempo a discutir com humoristas, e outros grupos ficam protestando de topless contra Eurocopa, é que esses grupos deveriam focar onde realmente precisam deles, onde pessoas estão morrendo, onde mulheres são têm suas genitálias mutiladas por conta de radicalismo religioso.
Mesmo que nesses países exitam grupos feministas e outros que lutam pelo bem estar e pelo direito do povo oprimido, essa luta é muito difícil, eles estão lidando com fanáticos religiosos fortemente armados. Nesse ponto, a "Pressão Internacional" tem papel fundamental para parar com as atrocidades.
E essa é a questão que eu estava levantando, será que não é uma banalização de um movimento que já foi muito sério ficar discutindo com humoristas enquanto tem pessoas sendo assassinadas e mutiladas?
Eu vi muito poucas pessoas protestando contra o Mahmoud Ahmadinejad, quando o Lula estava puxando o saco dele e ele veio visitar o Brasil.
Existe pena de morte para homossexuais no Irã, aquele ditador é um fanático que mata pessoas, e onde estavam os protestos?
Certos grupos fazem um imenso alarde quando um humorista faz uma piada idiota, mas onde estão quando se precisa protestar contra algo "realmente" sério?
Essa é a questão que eu quis abordar, a banalização do movimento, o que fica evidente quando se observa com a mente reativa acalmada.
Ótimo sobre a histório do corpo rejeitar o aborto:
http://www.pleated-jeans.com/wp-content/uploads/2012/11/newsweek.jpg
ateu? pacifista?
tem certeza?
se defende o livre pensamento de fato, deve criticar piadas que reforçam pensamentos “da caixinha” de preconceitos de antanho. pensamentos que, de livres, não tem nada. ou reforçar estereótipos, preconceitos e violência é livre pensar?
se um circo é armado em torno dos protestos legítimos, isso não torna a piada menos nefasta e o protesto menos necessário.
o circo armado com o objetivo de desqualificar o protesto é que deveria ser criticado. ele é reativo também.
vc pretende pensar fora da caixinha sem sair da caixinha? como?
vc admira as sufragistas por estarem no passado. se vc vivesse aqueles tempos, provavelmente as chamaria de reativas também. e faria críticas como as que fez hoje, que não diferem das que se faziam a elas na época.
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qto à vida, surgiu em algum momento há cerca de 4,5 bilhões de anos. de lá até hoje, vida gera vida, ininterruptamente, mantendo todos os seres vivos ligados de alguma forma.
tds as células estão vivas. espermatozóide está vivo. óvulo está vivo. zigoto está vivo.
o problema é qdo consideramos que essa vida incipiente já pode ser reconhecida como um ser humano.
é esta a questão. ou uma das questões.
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o assunto é interessante, mas não posso continuar por agora (nem deveria estar redigindo esse comentário, pra dizer a verdade).
teria mais a dizer sobre isso. quem sabe amanhã (ou melhor, hoje à noite). se tiver um tempinho, eu volto pra saber a quantas anda este debate.
Cora
Acredito que deva ter ficado evidente que não estou defendendo humoristas, apenas estou falando de algo que parece escancarado do meu ponto de vista, que se trata da banalização do movimento.
O que é mais importante, reagir a uma piada insignificante (do ponto de vista social, cultural) ou lutar pelo bem estar de pessoas que estão sofrendo e morrendo nas mãos de ditadores fanáticos religiosos?
Em pouco tempo no blog eu já fui chamado de bundão e boçal, será que realmente não existe um reativismo?
Mas, mesmo sendo ofendido verbalmente, devo parabenizar a dona do blog, pois postou meu comentário mesmo discordando da minha opinião, isso demonstra que o blog é a favor de um debate de idéias feito livremente.
Será que é tão absurdo propor que existem questões mais importantes que necessitam de maior atenção do que piadas sujas de humoristas?
Em nosso país, em minha humilde opinião, já estamos no estágio do investimento e reformulação da Educação. Para implementar nos jovens as noções de igualdade de direitos e deveres.
Nesse sentido, com um povo mais educado e consciente da igualdade de direitos e deveres, automaticamente as tais piadas sujas irão desaparecer, não por opressão, mas por "falta de público", pois o povo não achará mais graça em tais piadas.
Já no caso de certos países com regimes religiosos radicais, ainda se tem muito trabalho a fazer para que avancem para uma realidade na qual os princípios de igualdade de direitos e deveres sejam inseridos na educação.
Em minha opinião, a pressão internacional é o que pode fazer a diferença nesses países.
Quanto ao aborto, reitero o que citei em outro post, a ciência ainda não pode afirmar com certeza o momento do surgimento da vida na gestação. O que existem são teorias.
Por isso sou a favor da legalização do aborto, pois, levando em conta que existem diversas linhas de pensamento sobre a questão, não seria justo impor apenas uma (predominantemente religiosa) para todos, com a legalização a responsabilidade da decisão sai da alçada do governo e passa para as pessoas envolvidas na questão.
Abraço.
Ateu e pacifista,
Não sei se você lembra, mas havia toda uma pressão para "levar a democracia" ao Irã na época que o Lula estava puxando o saco do Almeidinhajá. Nesses processos de democratização exógenos, geralmente, morrem mais mulheres e crianças que fanáticos armados até os dentes. Pergunte para os Líbios.
[off-Topic]
@Ana.
Eu gosto do Vin Diesel prontofalei. Gosto de todos os velozes e furiosos.
Amo o retorno da múmia,adoro o exterminador do futuro(o meu preferido é o 2), piratas do Caribe e outros beem velhos que eu acho divertidíssimo.
Eu não vi os mercenários,a verdade é que eu nem cogitei assistir. sei que é infantil mas depois dos comentários nada educados do Sr. Stallone eu não quis ver.
Agora como você mesmo disse o elenco esta muito bom, realmente tem que sair algo de bom dai.
Dei uma googlada e a noticia sobre o Nícolas é falsa /:
O ultimo filme que eu vi com ele foi reféns, que tinha a Nicole kidman foi mediano.Gostei muito de aprendiz de feiticeiro e a lenda do tesouro perdido.
Tem uma também, que não é ação é romance beeem velho com o Nícolas que achei uma gracinha chama atraídos pelo destino, gostei bastante.
obs: eu assisti a pouco tempo um filme que achei fantástico é meio velho. chama o nevoeiro. eu simplesmente adorei, na minha opinião mostra exatamente como o ser humano é quando as leis e regras não estão valendo (por causa da situação)e ele quer sobreviver. Fica tão selvagem quanto um animal.
obs: Gosto de filmes "velhos". Acho que temos quase a mesma idade hehehe. Excesso de seção da tarde na infância faz isso.
[off-topic]
Ateu pacifista meu pensamento é muito semelhante ao seu.
Mas tb não acho que não devamos protestar contra piadas machistas, elas valem ser denunciadas tb.
Mas é inegavel q tem certos assuntos que deveriam receber muito mais atenção dos movimentos feministas.
Ateu&Pacifista,
Sou culpada apenas pela alfinetada no início do meu comentário. Não te xinguei e nem fui grosseira, ofensiva ou agressiva com vc.
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O importante é lutar contra a cultura machista em todas as suas formas de manifestação.
O machismo e a misoginia se manifestam em graus diferentes de violência nos diferentes países.
E a naturalização e banalização da violência sexual no brasil deve ser combatida em todas as suas frentes, incluindo o humor e a publicidade.
(estão aumentando os casos de estupros coletivos de adolescentes por colegas de escola. como a internet e o politicamente incorreto se relacionam com isso?)
Vc acha insignificante pq não percebe (ou não se dá conta) q, se a piada existe, é pq a mentalidade existe. Quem foi ridicularizado pela piada? A vítima ou o agressor? Quem merecia abraço, a vítima ou o agressor? Isso não se parece com a realidade?
A crítica a uma pessoa famosa e q tem tanta influência entre jovens é muito importante, no meu modo de entender. Pois, se a piada tivesse outro viés, ridicularizando o agressor, por exemplo, poderia ajudar a disseminar outra realidade.
Acontece q quando uma crítica a um famoso ou à publicidade é feita, ela repercute muito mais, o q dá a impressão de q seja a única forma de atuação de grupos feministas no brasil. Aliás, muita gente criticou, não apenas grupos feministas. E a reação contrária, no sentido de ridicularizar a crítica e quem critica é fortíssima (muito reativos, não?). Se os humoristas e os publicitários fossem mais inteligentes e antenados com seu tempo, usariam as críticas a seu favor e a favor de suas marcas. Mas não. No caso específico dos humoristas, preferiram ridicularizar os críticos e reforçarem ainda mais os preconceitos e os estereótipos das piadas, mostrando como as críticas são pertinentes e não devem parar.
O apoio q receberam também escancarou como essa questão, da violência sexual, é vista por gente jovem no brasil.
Pq a crítica é ao DISCURSO q naturaliza e banaliza uma violência.
Mas é engraçado como a crítica é confundida com opressão, como vc fez. A piada ou a propaganda q reforça estereótipos e violências não é opressiva. A crítica, sim. Isso não é uma inversão total de valores?
Existem pessoas sofrendo aqui mesmo, meninas sendo exploradas sexualmente pelos cantões do brasil, até mesmo no insuspeito e “desenvolvido” interior paulista.
A diferença? Nos países islâmicos é política de estado, q é religioso. E aqui, não. É “apenas” cultural. Faz parte da “tradição”. Enquanto nos países islâmicos meninas são prometidas em casamento ainda bebês, aqui a virgindade de meninas pobres pré-púberes ou recém entradas na puberdade é negociada por políticos e poderosos locais. Mas agora, sem casamento. Depois de serem violadas, acabam prostituídas. Bem aqui, pacifista, debaixo do nosso nariz, enquanto a gente ri da piada tão insignificante, meninas têm a virgindade negociada. Crianças são exploradas sexualmente. Mulheres sofrem violência sexual em encontros, nas baladas, em casa, na escola, no trabalho. Bem aqui, debaixo do nosso nariz.
Mas a piada, q traduz um modo de pensar, é insignificante. Não merece atenção.
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Eu preciso perguntar: quem é q tá ainda falando da piada? As feministas?
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continua mais um pouco...
...continuando a resposta ao A&P
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Na maioria das vezes, a atuação dos grupos feministas é local ou nacional.
Em relação aos demais países, podemos repudiar o machismo, apoiar grupos feministas, pressionar órgãos internacionais, mas nosso raio de ação imediato é no nosso país e nossa cultura.
Achar q criticar expressões do machismo é banalidade, é tornar o feminismo banal apenas pq essa manifestação não foi de violência física extrema, não ajuda a acabar com a mentalidade machista.
Eu, pessoalmente, gostaria de destruir todas as religiões e culturas misóginas, discriminatórias e violentas.
Mas a gente sabe que os processos históricos são um pouco mais complexos do que isso. Interferências exógenas nem sempre tem o efeito que imaginamos.
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Por isso, faço o q posso localmente. Isso não é banalizar movimento nenhum, pelo contrário. É internalizá-lo e disseminá-lo.
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Nós temos muito q fazer aqui, pacifista, no brasil.
Mas, concordo com vc e com a Sara. A pressão internacional é importantíssima. E concordo em cobrar uma posição mais clara do governo sobre isso. Tanto em relação aos demais países, quanto em relação ao q ocorre aqui.
Acho q essa posição mais clara deveria ser cobrada da imprensa também. Inclusive aqui, no brasil. A violência cotidiana a q são submetidas meninas e mulheres pelos cantões do brasil deveria ser denunciada e rechaçada todos os dias nos jornais nacionais da vida.
Existe uma diferença entre atuação e repercussão na mídia. Não podemos achar, ingenuamente, q o movimento feminista só faz o q vemos estampado nos jornais, pois sabemos o tipo de notícia sobre essa questão q eles gostam de publicar.
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Quanto ao aborto, reitero também o q disse a vc. O problema não é saber o momento do surgimento da vida. Tudo está vivo todo tempo. Não dá pra ser diferente. A vida só surge a partir de outra vida.
O problema é quando consideraremos essa vida como vida HUMANA. Por isso debate-se tanto a questão da consciência, quando ela começa, o q é necessário para q haja consciência. É aí q entra a ciência.
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Se eu não tivesse perdido o debate (foi impossível voltar antes), falaria mais sobre isso com vc. Se o tema surgir novamente, quem sabe a gente não se esbarra por ai, não é?
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