sexta-feira, 23 de novembro de 2012

ENFRENTANDO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

A paquistanesa Malala Yusufzai luta por um estado laico

Neste post citarei algumas notícias que repercutiram esta semana, e pedir pra que vocês falem mais sobre elas. Todas lidam com o tema da violência contra a mulher, e como domingo é dia de enfrentamento a essa violência, nada mais adequado que discutir alguns casos.

Ameneh Bahrami, uma iraniana de 34 anos que atualmente mora na Espanha, foi perseguida durante meses por um stalker (qual a palavra pra isso em português?), um colega da faculdade em que cursava Engenharia Eletrônica. Em 2004 esse stalker, pra se vingar das inúmeras recusas de Ameneh, jogou ácido sulfúrico em seu rosto. Além de ficar com o rosto totalmente desfigurado, ela perdeu quase toda a visão.
Ameneh entrou na justiça para poder aplicar a Lei do Talião (olho por olho, dente por dente) e cegar seu agressor. Mas, na última hora, ela desistiu: “No fundo eu nunca quis aplicar a Lei de Talião. Jamais poderia fazer isso, não sou selvagem. Eu queria mesmo chamar a atenção para o caso e evitar que outras pessoas passem pelo que sofri”.
A notícia inteira, com o relato de Ameneh, está aqui.
Só vou adiantar que sou contra pena de morte e leis movidas por vingança. Defendo os direitos humanos.   

Não estou acompanhando a série da Globo, Suburbia. Já li gente de movimentos negros falando a favor e contra a série. Hoje a Isabela me enviou um email questionando o segundo estupro em menos de um mês exibido por Suburbia. As imagens são terríveis e podem ser triggering (ativar péssimas lembranças) para quem já passou por isso. 
No primeiro estupro, exibido no primeiro dia da série, a protagonista, Conceição, que é empregada doméstica, é estuprada por Cássio, o namorado da patroa. Não sei por que o título da página diz “tenta estuprar”. O pior é que a música de fundo escolhida foi uma romântica do Roberto Carlos. Não fica claro na cena o que aquela canção está fazendo ali. Na descrição da Globo está escrito que “o desejo de Cássio falou mais alto”.
Estupro é definido como desejo falando mais alto -– é isso, produção?
Ontem foi a segunda cena de estupro. Conceição aceita ir a um motel com o namorado para comemorar o aniversário dele, desde que ele “a respeite” e “não avance o sinal”, já que ela quer se casar virgem (o que é estranho, pois ela já havia sido estuprada antes, mas não sei se a Globo segue o mesmo conceito de estupro da Lei número 12.015, de 2009). No motel, o namorado não aceita não como resposta e tenta estuprá-la várias vezes, até que ela consegue fugir.
Mais uma vez, a descrição no site da Globo fala em “não conseguir se segurar” e “forçar a barra”.
Cultura de estupro é justamente isso: é fazer com que estupro não seja visto como estupro. Quando se usa um eufemismo (desejo falou mais alto, não conseguiu se segurar, forçou a barra), está se dizendo que estupro não existe, ou que não é um crime sério.
Nem toda cena de estupro incentiva o estupro. Acho que é possível ver as duas cenas de estupro de Suburbia como uma denúncia contra o estupro, o que é bem diferente de filmes misóginos como Sobre o Domínio do Medo, em que a vítima "provoca" (no conceito de cockteaser) e gosta do estupro. Em Suburbia, Conceição definitivamente não quer fazer sexo com nenhum de seus agressores. Creio que até os misóginos de plantão conseguem interpretar as cenas como algo indesejável e sem consentimento. Mas, quando a série adiciona detalhes irônicos, como música do Roberto Carlos, ou descreve cenas horríveis com eufemismos em suas páginas de divulgação, o dano está causado.

Recebi este email da amiga de U., uma moça que prefere não se identificar:
“Eu sou aluna de uma Universidade de Santa Catarina no curso de Pedagogia. Estou na sétima fase, falta um semestre para eu me formar. Recentemente comecei uma relação amorosa com um professor da Universidade, estávamos em uma relação de namoro. Ele tinha me apresentado à mãe, ao pai, saíamos juntos, dormíamos juntos. Na noite de 15/11, no apartamento dele, fui agredida. Levei um soco no olho esquerdo sem motivo. Fiquei com muito medo e receio de denunciar, pela situação de poder instalada na relação. No sábado de manhã, fiz o boletim de ocorrência, depois de assumir que precisava fazer algo com a violência que tinha sofrido.
Porque se eu, formada em Jornalismo e estudante de Pedagogia, não fizesse algo sobre isso, sentiria a impotência comigo mesma. Fui registrar o BO de agressão na 6ª DP da Agronômica. Quando cheguei na Delegacia da mulher, criança e adolescente, fui recebida por um agente, que em resposta a pergunta de uma amiga se podia me acompanhar, falou que eu deveria aprender a me defender sozinha. 'Ela precisa aprender a se defender sozinha'. A frase dele foi chocante em um primeiro momento, mas não me senti acuada, muito pelo contrário. Comprovei que mulheres fragilizadas são muito maltratadas pelo sistema e por isso, sentem-se intimidadas e relutam em seguir com a denúncia.
Se essa experiência puder ser ampliada para que possamos levar algo dela conosco, sinto que não a vivi a troco de nada. Então, o roxo em meu rosto será reinventado e muitas ações em pessoas boas terá despertado. A violência só tem cara a partir do momento em que escancaramos sem anseios de seguir em frente. Ser mulher em uma sociedade patriarcal e machista, que trata a diversidade como doença mental não é uma tarefa fácil. Mas as mudanças só acontecem quando estamos dispostas. A minha disposição é grande e constante. Perene. Nesse momento, preciso de apoio. É o pedido mais franco e desarmado que faço a todas e a todos. Outras pessoas calaram diante de casos parecidos. Falar (e escrever) é o que sei fazer. Faço disso frente de uma luta.”
U., parabéns pela coragem em denunciar essa violência.
UPDATE: A diretora do centro ficou do lado da aluna. O professor foi afastado de suas funções. E tudo indica que o caso será julgado. Isso já configura uma vitória.

Finalmente, uma boa notícia: as meninas paquistanesas atacadas por extremistas talibãs voltaram à escola.
Em outubro, Malala Yusufzai, uma paquistanesa de 14 anos, e suas amigas também adolescentes, foi atingida a tiros, inclusive um na cabeça, por extremistas que exigem uma interpretação única do islã, que põe as mulheres em eterna postura submissiva. Malala era conhecida porque, desde os onze anos, tinha um blog em hindi para denunciar atos de violência. Ano passado, ela recebeu o primeiro Prêmio Nacional da Paz, criado pelo governo paquistanês. Tudo que Malala quer é um estado laico.
O grupo de extremistas, porém, quer que a religião controle toda a vida da população. É contra a educação para meninas, por exemplo. E por isso ameaçou Malala. E cumpriu a ameaça, atirando em meninas, do jeito mais covarde possível.  
Malela continua no hospital, em recuperação. Suas amigas, que também foram baleadas, conseguiram voltar à escola, o que é um trunfo.
Pra quem acha que esses pensamentos bárbaros acontecem apenas em países muçulmanos, só queria dizer que esta semana mesmo li num fórum mascu, além dos já tradicionais “Por que mulher quer fazer faculdade?”, uma mensagem de um dos administradores dizendo que mulher trabalhar fora de casa deveria ser crime. 
Se dependesse desses lunáticos e de outros conservadores, como os americanos que disseram nas últimas eleições que o direito da mulher ao voto deve ser retirado, viveríamos num mundo fundamentalista cristão.
Mais um motivo para levarmos a sério o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher. Este é um dia de luta.

80 comentários:

Anônimo disse...

No dia em que houver a certeza da punição a la Lei de Talião, os ataques vingativos desta natureza poderão parar.
Antes disso, forget.

Val

Anônimo disse...

Lola, vi o episódio de Suburbia de ontem e fiquei um pouco chocada, talvez por nunca tanta tristeza acontecer com uma pobre coitada. Enfim, gostaria de esclarecer algumas coisas que você questiona, pelo menos da forma como vejo. Primeiro: No primeiro estupro (considero estupro também, apesar de não haver o ato sexual em si, ele violentou ela sim), toca Roberto por motivos motivos; casualidade, já que a personagem é fã e ouvia a música antes mesmo do ato acontecer, e as musicas ele - o Roberto - acabam exercendo outras funções relacionadas ao estupro em outros capítulos.Também acho que o fato de tocar Roberto tem muito a ver com "a visão do estuprador", que sendo o agressor não vê a monstruosidade que nós "de fora" e quem é agredida vê, sendo isso quase uma crítica, além da irônia, claro. Segundo: ela pode sim se casar virgem, visto que ser virgem, fisicamente, é não haver o rompimento do hímen, e como não houve penetração no primeiro estupro, ela ainda é virgem, fisicamente, claro. Fora isso, a Globo teve 1 erro e 1 acerto, errando ao eufemizar o ato do estupro com "forçar a barra" e etc. mas acertou ao colocar um tom de denúncia em todas as cenas na qual ela sofre violencia sexual, inclusive quando a personagem é assediada no trabalho.

Enfim, essa é só a minha opinião. Quero deixar claro que sou mulher, nunca sofri nenhum tipo de abuso, não me considero feminista, mas acredito muito na luta pelo direito das mulheres. Leio o blog periodicamente, bem por cima (não leio a maioria dos posts por inteiro, perdão) e nem sempre concordo com você, mas acredito na sua luta, sendo talvez uma referência quando se trata no feminismo, tanto que depois de ver Suburbia fiz questão de abrir o blog e ver se havia alguma nota. Digo e repito, foi só a minha opinião. Abraços.

Bizzys disse...

Oi, Lola! Fugindo um pouco do assunto do post: já que você citou o filme "Sob o Domínio do Medo", queria saber se você já viu o remake, e qual a sua opinião.

Eu assisti por causa da sua crítica ao filme original, e esse remake é bem menos machista. Não é um bom filme, nem denuncia o machismo, mas já é melhor em relação ao primeiro só por não mostrar as únicas mulheres do filme como "vadias" que gostam de/merecem ser estupradas.

aiaiai disse...

hoje, vi essa notícia sobre violência contra a mulher na Europa e fiquei chocada. Eu achava que lá a situação seria melhor, mas não...

http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2012/11/violencia-domestica-contra-mulheres-e-pratica-generalizada-na-uniao#.UK90jVFwtHE.twitter

Paula disse...

Vcs viram essa notícia?

http://news.yahoo.com/woman-ireland-dies-being-denied-abortion-during-miscarriage-142152823.html

É sobre uma mulher indiana que vivia na Irlanda, que estava grávida e começou a ter um aborto espontâneo.
Foi para o hospital, ficou amargurando por dias até que pediu que a gravidez fosse interrompida, para que sua vida fosse salva.
Como o coração do feto ainda batia, o abortamento lhe foi negado, por ser um país católico.
Três dias depois, ela faleceu.

A notícia ta causando um furdúncio lá na Irlanda, para a modificação das leis do aborto.

Espero que os culpados sejam devidamento punidos e que a lei seja revista, que ela não tenha morrido em vão.

Carlos disse...

Essa iraniana teve a chance de fazer o mesmo que o cara fez com ela e não o fez por quê? Esta lei iraniana está certa... pois inibe a maioria dos pensantes de cometerem algum crime... este cara destruiu a imagem dela pra sempre nada mais justo.

A autora queria o que? Que ele fosse condenado algumas dezenas de anos na cadeia enquanto a iraniana perdeu a integridade de sua imagem pra sempre? Querendo ou não nossa aparência é o nosso cartão de visitas.

Aline disse...

Oi, Lola!

Sobre a primeira cena de estupro de Suburbia, talvez tenham dito "tentativa" porque Conceição reagiu, bateu em seu agressor e fugiu antes que ele fosse além.

No início do segundo episódio, com a continuação da cena de estupro, não tem Roberto Carlos tocando.

Bruno S disse...

Eu vi um capítulo e meio do subúrbia e não vi maiores problemas na série.

Na verdade gostei bem. Apesar de série de época passada nos anos 90 fazeu me sentir velho.

O começo do segundo capítulo, que vi,retoma a cena da tentativa de estupro em que a Conceição consegue fugir do agressor. Achei que a cena serviu para explicar a situação de fragilidade que ela tinha no emprego. E não tem Roberto Carlos.

A outra cena não vi.

Já as descrições sobre as cenas são tristes. Amenizam o que as cenas denunciam.

Já a música do Roberto Carlos parece servir para aumentar a angústia da cena. Até porque é uma forma de tortura.

Sara disse...

Lola acredito q estamos muito longe ainda do fim ou pelo menos que diminua a violência contra a mulher.
O homem, em minha opinião só obteve tanto sucesso na dominação das mulheres por tantos milenios porque sempre usou a violência para nos coagir, criou leis, códigos de conduta, religiões para que essa violência fosse naturalizada e aplicada contra nós.
Eu não tenho duvidas que existe um movimento orquestrado contra o feminismo q chamamos Backlash, e o aumento da violencia de todos os tipos contra a mulher é a maior manifestação desse movimento.
Infelizmente nós mulheres nunca responderemos a essa violência e vamos continuar sendo manipuladas por ela, (vide o caso dessa Iraniana que mesmo sofrendo tão grave agressão, não foi capaz de revida-la).
Vou continuar acreditando que a única solução mais viável para nós mulheres esta em nossa união irrestrita, sem isso vai continuar sendo muito dificil sairmos desse patriarcado q nos oprime.
Mas ainda temos muito q lutar contra toda a construção social em que estamos imersas, que prega e ensina que temos q competir por tudo, que mulheres não podem ser amigas, q não somos confiáveis, que somos falhas de caracter e mais fracas de vontade, e tantas outras pechas que nos rotulam.
Só quando pudermos olhar outra mulher como companheiras de luta, acima de todas as diferenças que nos separam, teremos algum alivio dessa opressão.

Alan Parente disse...

Fico feliz que as meninas que foram baleadas estejam bem. Achei muito interessante o Paquistão ter dado a Malafa o prêmio máximo daquele estado relacionado a paz, isso manda uma mensagem bem forte para o pais, "não toleraremos violência deste tipo contra mulheres".
Com relação a denúncia de mulheres vítimas de violência, duas amigas me relataram violências terríveis que sofreram, mas que não tem coragem ou não vêem motivo de denunciar os agressores, me sinto impotente ao ver amigas que gosto tanto sofrendo, mas o que eu posso fazer é somente ouvir, não é suficiente mas espero que pelo as ajude alguma forma. :/

Mariana disse...

Lola, praticamente aboli a tv da minha vida e nem sabia dessa novo programa que passa na globo. Fui conferir a cena e realmente, é de péssimo gosto. Mas o pior de tudo, de tudo mesmo, que eu achei, foi realmente a música de fundo!! Colocaram um tom romântico, como se tudo ali fosse algo naturaL, Algo que ambos queriam e que simplesmente não conseguiam segurar. Vi o anônimo justicando o porquê da música tocar, como o fato da música já estar tocando antes e servir também de ironia. Mas eu acho que a mensagem deve ser clara, muito clara mesmo, quando se trata de estupro. Com essa cultura maluca de estupro, não me assusta que as pessoas não entendam a cena, como o anônimo justificou, e achem que seja algo beirando o romantismo.

Abraços!

Anônimo disse...

Escola não é lugar de mulher mesmo.

Gabriele disse...

Não assisti nenhum capítulo inteiro de Suburbia, só peguei o final do capítulo de ontem, e fiquei bem chocada, me pareceu uma cena com intenção bem forte de denunciar esse tipo de violência. Porém, realmente, esse tipo de descrição que colocaram no site ficou muito infeliz...

Leandro Moraes disse...

Lola, não tente incluir uma coisa em outra. Em determinados filmes a personagem sente o estupro de outra forma porque é do comportamento da personagem. O estupro seria um estopim para o surgimento de um comportamento escondido ou repreendido por alguém ou pela sociedade. Adimira que você tenha usado um exemplo desse para justificar o que escreve. Eu esperaria de um lunático, doido varrido, que não entende nada de construção de personagem, encostar suas idéias de estupro em uma personagem de filme. Segundo, a música do Roberto Carlos é para fazer oposição ao ato. Concordo que, quem não sabe "ver" uma obra audiovisual, pode compreender errado. Agora, porque você não entra na luta pra nossa presidente Dilma olhar por nossas mulheres e abortar a talidomida do nosso país? Acho que é o único que ainda usa e o ÚNICO QUE AINDA FAZ VÍTIMAS DA TALIDOMIDA. Se você é atéia, isso é ainda mais preocupante, pois sabe que só se vive uma vez. E deixar uma criança nascer sem braços ou pernas por um descuido, é algo grave demais! Tem site sobre o grupo de MULHERES que lutam pra nossa presidente fazer isso. Faz uma força e esqueça que a Dilma é mulher. Já que ela deu "força" para as mulheres iranianas, que dê força para as mulheres do nosso país. Ou mulheres que vivem aqui, sob a tutela dela, não são mulheres?

Anônimo disse...

Assisti Suburbia ontem pela primeira vez. Confesso que perdi o sono...Gostaria de conseguir explicar melhor o porquê, mas hj não tá rolando. Espero conseguir escrever sobre minha experiência, descobri agora que não é fácil!Importante sempre a discussão e as críticas!Bj Lola e obrigada por tudo que vc escreve!

Ale disse...

Lola, faço matérias na universidade que tratam da questão da representação do negro na literatura e na televisão, de maneira geral, não apenas especificamente da mulher. Mas enfim, achei válido comentar aqui, já que numa aula comentávamos exatamente sobre a cena do estupro. É aliviante ver que a maioria das pessoas possui a mesma opinião que a sua, que a minha. Mas é importante ressaltar como não existe uma resignificação positiva dos estereótipos negros na cultura de massa. A literatura afro-descendente vem fazendo seu papel, mas ainda não é lida quantitativamente. E a televisão, que tem um alcance maior, só vem fazendo desserviço à causa feminista e, principalmente, da mulher negra.
E acho uma pena que essa discussão esteja restrita a círculos muito pequenos da Academia. Quando eu digo 'círculos pequenos da Academia', é ressaltando que uma parte ínfima da mesma discute essas questões. Majoritariamente, as Humanas e mesmo assim, em poucas universidades.
O seu blog ainda é um refúgio de reflexão. Espero que mais pessoas possam ter acesso a ele.

Anônimo disse...

Lola, vai sair a primeira mulher general. O triste é ver os comentários machistas dos homens se mordendo. Dá uma olhada: http://oglobo.globo.com/pais/pela-primeira-vez-uma-mulher-chega-oficial-general-das-forcas-armadas-6813607

Anônimo disse...

"Patriarcalismo requer violência ou a ameaça subliminar de violência de modo a se manter... A situação mais perigosa para uma mulher não é um homem desconhecido na rua ou mesmo o inimigo em tempos de Guerra, mas o marido ou amante no isolamento do seu lar."

Gloria Steinem em "Revolution from Within: A Book of Self-Esteem", pp. 259-61

ยิ่งใหญ่ disse...

คุณเสียเวลาของคุณ

Unknown disse...

É. só estou me chocando com a realidade ultimamente... ='/

Unknown disse...

Agora pensei em algo...

"Escreva Lola Escreva."

Não era para o vocativo(Lola) estar cercado por vírgulas?

Anônimo disse...

Violência contra as Mulheres no Brasil em números:

- De cada 10 homicídios vitimando mulheres, 7 são praticados por homens que possuem vínculo emocional com a mulher (marido, noivo, namorado, pai, irmão, etc.)

- Quase 1/3 das mulheres brasileiras já sofreram agressão por parte de seus maridos, noivos, namorados.

- Mulheres levam de 9 a 10 anos para “denunciar” as agressões.

- Mulher fica internada 30 dias. Lesão corporal leve?

- A violência contra as mulheres custa ao país 10,5% do PIB (Flávia Piovesan e Sílvia Pimentel)

- Casa toma 25 horas por semana da mulher. Estudo do IBGE mostra que homens gastam 9,8 horas por semana em tarefas domésticas, como limpeza e cozinha.

- Mulheres chefiam quase 30% dos lares do país.

- Em 2001, 1 mulher a cada 15 segundos mantinha relações sexuais forçadas; 1 a cada 30 praticavam atos sexuais que não lhes agradavam. (Fundação Perseu Abramo)

- As mulheres recebem salário 30% menor do que o dos homens na América Latina. (Notícias uol, 09 ago 07)

- Homens são mais felizes do que as mulheres. (FSP 24 ago 07)

- Em 2001, 1 mulher a cada 15 segundos mantinha relações sexuais forçadas; 1 a cada 30 praticavam atos sexuais que não lhes agradavam. (Fundação Perseu Abramo)

Anônimo disse...

Saúde da mulher, liberdade, segurança e direitos reprodutivos ainda estão ameaçados em todo o mundo

Segundo a informação disponível, o estupro conjugal é reconhecido como delito específico em apenas 51 países (UNIFEM, 2003)

47% das mulheres dizem que sua primeira relação sexual foi forçada

Até 70% das mulheres vítimas de assassinato morreram nas mãos de seus cônjuges ou companheiros

Egito, 35% das mulheres disseram receber surras dos maridos em algum momento durante seu matrimônio

Uma em cada cinco mulheres será estuprada ou objeto de uma tentativa de estupro durante sua vida

Na África do Sul, 147 mulheres são estupradas por dia (Instituto Sul-Africano de Relações Inter-raciais)

Nos Estados Unidos, se estupra uma mulher a cada 90 segundos (Departamento de Justiça dos Estados Unidos, 2000)

Na França, 25.000 mulheres são estupradas a cada ano (Lobby Europeu de Mulheres, 2001)

Na Turquia, 35,6% das mulheres sofrem estupro conjugal ocasionalmente e 16,3% freqüentemente

80% dos refugiados são mulheres e crianças (ACNUR, 2001)

82 milhões de meninas que hoje têm entre 10 e 17 anos de idade contraíram matrimônio antes de completar 18 anos (UNFPA)

A mutilação genital feminina é praticada em mais de 28 países da África (D, Amnesty International, 1997)

No Egito, 97% das mulheres casadas com idades entre 15 e 49 anos foram submetidas à mutilação genital (pesquisa da OMS, 1996)

A mutilação genital feminina continua sendo praticada no seio das comunidades de imigrantes na Dinamarca, França, Itália, Países Baixos, Reino Unido, Suécia e Suíça (A, ONU, 2002)

De 20 a 70% das mulheres que sofreram abusos não haviam contado a ninguém até serem entrevistadas pela OMS (estudo da OMS, Genebra, 2002)

Segundo a informação disponível, o estupro conjugal é reconhecido como delito específico em apenas 51 países (UNIFEM, 2003)

51% de todas as pessoas vivas com HIV/AIDS hoje (mais de 20 milhões) são mulheres (A, UNIFEM, 2003)

90% da força de trabalho rural feminino é dita "donas de casa" e excluídas da definição formal de atividade econômica

A participação das mulheres em cargos gerenciais e administrativos é de cerca de 33% no mundo desenvolvido

Nos EUA apenas 1% dos CEOs é mulher

A dominação e exploração das mulheres se agravam no contexto da globalização

2 em cada 3 garotas na Ásia do Sul e metade nos países da África subsariana não concluem a escola primária

A cada minuto que passa morre uma mulher devido a complicações resultantes do parto ou gravidez

As mulheres produzem cerca de 80% dos alimentos no planeta, mas recebem menos de 10% das ajudas agrícolas

As mulheres ocupam apenas 2% dos cargos de gerência sênior em empresas

Trabalho das mulheres: em média, e em todo o mundo, trabalham mais horas do que os homens em cada semana

Quando as mulheres fazem o mesmo trabalho que os homens, elas recebem 30-40% menos que eles

Dois terços das crianças do mundo que recebem menos de quatro anos de educação são meninas

Mundialmente, mais de metade da população de mulheres com mais de 15 anos não sabem ler nem escrever

No mundo: meninas representam cerca de 60% dos filhos que não estão na escola

Não há nenhum país no mundo onde os salários das mulheres são iguais aos dos homens

Mundo: dos 875 milhões de adultos analfabetos, dois terços são mulheres (UNICEF)

As mulheres e meninas são tipicamente traficadas para o comércio de sexo: pornografia, turismo sexual, shows de sexo, prostituição, etc.

Anônimo disse...

Ideologia patriarcal: um fator sustentador da proliferação do tráfico é a crença fundamental de que as vidas de mulheres e meninas são substituíveis

Em sociedades onde mulheres e meninas são desvalorizadas ou não valorizadas, as mulheres correm os maiores risco de serem maltratadas, traficadas e forçadas à escravidão sexual

OIT, vítimas traficadas por ano: mulheres (83%), menores de 18 anos (48%)

OIT: 92% das vítimas do tráfico são destinadas à exploração sexual, mulheres e crianças

OIT: Cada vítima destinada à exploração sexual deve gerar um lucro de US$ 50.000

70% das ocorrências de violência doméstica contra a mulher, o agressor é o marido ou companheiro

As mulheres homossexuais são ainda mais vulneráveis às diversas formas de violências cometidas contra as mulheres

Apenas 10% das agressões são denunciadas à policia no Brasil

11% das mulheres sofreram violência na gravidez e 38% delas receberam socos e pontapés na barriga

EUA homicídios foram a principal causa de morte durante a gravidez e no 1º ano após o parto

No Brasil, a cada quatro minutos, uma mulher é agredida em seu próprio lar

25% das mulheres são vítimas de violência doméstica no Brasil

Uma mulher que sofre violência doméstica geralmente ganha menos do que aquela que não vive em situação de violência

No Brasil a maioria das vítimas do tráfico de seres humanos são mulheres, que abastecem as redes internacionais de prostituição

Violência contra a mulher é uma questão política, cultural, policial e jurídica, e também um caso de saúde pública

Mulheres negras e indígenas sofrem tripla discriminação - a de gênero, a racial e a de classe

O estupro e a violência doméstica são causas importantes de incapacidade e morte de mulheres em idade produtiva

Brasil tem 241 rotas de tráfico de seres humanos, sendo 131 internacionais e 110 nacionais PESTRAF

75 mil brasileiras são traficadas, exploradas sexualmente na Europa.

Ainda hoje, mulheres só pelo fato de serem mulheres seguem sendo exploradas, discriminadas e sendo vítimas de violências de todo tipo.

Anônimo disse...

Como as pessoas podem seguir ignorando essa situação endêmica de agressão e opressão sofrida por mais da metade da população mundial? Como podem achar natural ou fato normal da vida? Como podem acreditar muitas vezes que as mulheres são as próprias responsáveis pelas várias formas de violência que sofrem? Que provocam? Que os homens são assim mesmo e as mulheres devem suportar em silêncio e submissão? Não evoluímos nada como pessoas se continuamos a acreditar que escravidão, opressão, exploração, dominação e submissão são inevitáveis, justificáveis, "apenas fatos naturais da vida".

Cris disse...

O Professor da Universidade que agrediu a aluna hj foi afastado da função de professor e do cargo administrativo que possuía na Universidade em que trabalha. Tem nota da diretora do centro afastando o mesmo.

Anônimo disse...

Lola, houveram alguns equívocos sobre Suburbia. A série é incrível! E seria necessário assistir para formar opiniões mais profundas. A música do Roberto Carlos se refere ao gosto da personagem e soa extremamente irônico como referência. O segundo estupro denuncia uma situação vivida por muitas de nós, inclusive por mim, de ser assediada e forçada ao sexo pelo namorado/companheiro. E foi sim muito perturbadora. A série tem tratado de diversos problemas sociais envolvendo mulheres pobres negras... Me vi em muitas daquelas situações, conheço algumas Suburbias. E sobre o site, acho o seguinte. O diretor que concebe essa série é um cara muito competente, que tem uma abordagem muito crítica da realidade. A série tem acertado em muitos pontos, com uma visão dos anos 90 no subúrbio muito bem pesquisada e sensível. Basta pesquisar os depoimentos dos atores e atrizes no site para perceber como até a escolha das pessoas passou por um processo muito interessante. Já a pessoa que escreve a divulgação me parece não ter essa visão crítica, muito menos a sensibilidade. E acho que a repercussão dos acertos tem sido infinitamente maior que a da divulgação completamente incoerente com a qualidade da série.

Morena Mariah

Sara disse...

anon 20.36 como?????
tb não entendo, se somos metade da população, temos q lutar contra nossa desunião construida, para mudar esse quadro.

Luiza disse...

Anon das 19:58

Pois é, né. Os homens têm que se decidir: querem ou não o alistamento de mulheres? Quando é para atacar o feminismo, logo soltam a pérola. Mas quando se deparam com uma mulher no comando, também não gostam.

Ou a mulher tem que ser obrigada a se alistar como os homens mas não podem subir de cargo? Porque se for... podem ir se descabelando aí, porque já acontece e vai continuar assim.

Anônimo disse...

Ah, esqueci! No primeiro estupro, ela consegue fugir logo no início da investida do patrão agressor. Já na segunda não é tão simples, pois a série construiu ao longo de muitos capítulos a afeição ao namorado de Conceição, que depois mostra uma face muito comum nos homens que conheci que tinham o mesmo perfil que o cara da série: o machismo. Esse entitlement que falamos aqui, tudo isso. Já passei por isso muitas vezes! Não consigo nem contar...

Morena Mariah

Anônimo disse...

A história dessa paquistanesa é muito interessante, muito mais do que isso, serve de incentivo e alerta sobre a violência causada pelo fanatismo religioso aliada à misoginia. Já essa série Subúrbia, vi a primeira cena de violência sexual que ela sofreu, confesso que me incomodou a música de Roberto Carlos ao fundo, mas havia um rádio na cozinha, já que a personagem adora música e dançar, o que leva a supor que eles esbarraram no aparelho ligando-o sei lá. Mas de qualquer maneira ficou esquisito, e a produção da Globo tá desatualizada, não ficaram sabendo na mudança da lei não? Se eu não me engano desde 2009, por favor.

Ana Carolina disse...

Leandro Moraes, quanta arrogância. Além disso, sua argumentação não faz sentido. Mas já que você 'sabe "ver" uma obra audiovisual', explica melhor aí. Por enquanto parece que foi você quem não entendeu bem (o texto da Lola).

Anônimo disse...

Lola querida como vc disse que não assiste "Subúrbia". Irei explicar sobre as cenas de violência sofridas pela protagonista.
Uma cena que me incomodou muito foi a personagem quando criança ter parado em uma instituição para menores(isto foi um furo, uma falha da série, já que pelo que sei quando um menor é acusado de um crime, os pais são contactados e isso NÃO aocnteceu, não procuraram os pais da personagem quando ela foi acusada injustamente de um roubo contra turistas) e quando estava no chuveiro uma garota mais velha se aproximou dela com caras e bocas insinuantes como se fosse abusar dela.
Quanto a cena da "tentativa de estupro"(quando a protagonista é vivida pela atriz adulta) por parte do patrão:
A protagonista NÃO foi estuprada pelo patrão!
Tem uma cena incompleta do ataque em um episódio e a continuação desta cena no episódio seguinte.
O cara agarra a garota e tenta tirar a roupa dela, entra a música do Roberto Carlos(péssima hora e muito mal gosto da direção da série ter colocado a música em uma cena de violência) e temrina aí.
No episódio seguinte quando o cara vira a garota pra tirar sua calcinha ela chuta o saco do cara, ele cai no chão gemendo de dor e ela sai correndo apavorada.
Houve a tentativa do estupro, mas, não houve a consumação do ato criminoso.
Já em relação ao namorado, achei horrível. Primeiro houve uma distorção do caráter dele, porque no mesmo episódio ele salva a namorada de um playboyzinho que queria agarrar a garota(incrível como esta série tá banalizando a questão de estupro).
E este mesmo namorado, romântico, atencioso, carinhoso e protetor decide comemorar o aniversário da namorada, com o tal "forçar a barra" quando eles vão pro motel. Ac ena também é de tentativa porque ela consegue fugir do ato criminoso consumado.
Forçar a barra = estupro, não há diferença.
Sei que deve ter machistinhas de plantão que devem argumentar que a garota foi pro motel com ele.
Primeiro: ela não sabia o que era motel porque foi criada no interior de Minas.
Segundo: mesmo que soubesse, e até quisesse transar com o cara, quando uma mulher não tá a fim e diz NÃO, é porque é NÃO!
A direção da série transformou um cara bacana e protetor em um canalha tarado de quinta!
E aposto que irão fazer com que ele tenha "motivos" pra o que fez. Enfim, duvido que o diretor não irá criar meios de "explicar, ou justificar" o que o personagem queria.
A série é bem dirigida, tem ótima fotografia e os atores são bons mas, está errando nesta banalização de um crime tão cruel e hediondo.



Sawl

Anônimo disse...

Lola vc viu a notícia sobre a primeira mulher general das Forças Armadas do Brasil?
Houve uma chuva de críticas e comentários machistas contra esta grande mulher chamada Dalva Maria Carvalho que é médica e era capitã de mar e guerra.
Enfim, quem quiser conferir sobre esta mulher admirável e conferir também a inveja e a misoginia(nada admiráveis) vejam o link abaixo:


http://oglobo.globo.com/pais/pela-primeira-vez-uma-mulher-chega-oficial-general-das-forcas-armadas-6813607

Sawl

Anônimo disse...

de todas as histórias, a mais chocante foi a guria que levou soco no olho do nada...
Totalmente psicopata, maluco esse cara.....
pior é o agente falando tamanha asneira de que ela precisava aprender a se defender

ãh????

quem dá um soco, dá um tiro.
Espero que no mínimo , ela tenha terminado com esse escremento.

A cultura do estupro vinda da mídia é mais do mesmo...sempre vinculando estupro a desejo e não a violencia e humilhação...

quanto a iraniana... que grandeza e que superioridade dessa mulher... depois de ter sua vida estragada por outro psicopata... e com a chance de se vingar e acabar também com a vida dele, eis que ela o perdoa... ela não quis se nivelar a esse lixo misógino, foi grande, uma grande mulher.
Outra tão grande quanto, é Malala, sobrevivente desse talibã insano, que ela consiga seu objetivo , estudar se formar e tornar o estado Laico.

Mãe! disse...

Entrevistei uma adolescente para uma pesquisa sobre assistência ao parto. Ela sofreu violência obstétrica em todos os níveis possíveis e imagináveis e foi fazaer o BO, já que seu bebê nasceu com sequelas que, ainda hoje, com um ano, não foram contornadas. E ela permaneceu internada por dias,tendo sofrido episiotomia e cesárea e passado por infecção.
Ao chegar lá, foi desencorajada pelo delegado,que frisou que por ser pai de uma médica, sabia que "nada aconteceria. melhor desistir". No entanto, o escrivão a encorajou a fazer o BO. Até hoje não foram convocados... Enquanto isso, seguem com o tratamento do bebê que, com 1 ano, não senta, não come sozinho,não apoia, não pega com as duas mãos.... e ela? Não consegue lembrar de nada que aconteceu... ou não quer rememorar.... :(

Mihaelo disse...

"Stalker" é acuador. No Brasil, os empresários não toleram o uso da língua portuguesa, por isto o uso de termos na língua do colonizador por parte dos colonizados. Na França "shopping" é centro comercial. Na Argentina o McDonalds vende "Mcpez e Mcpollo" e foi aprovada a Lei de Meios. Evidente que meios são os de comunicação, portanto a utilizo em português pois tem o mesmo significado.
E quanto aos comentários frequentes de pessoas incomodadas com pretensos preconceitos religiosos, oh viventes, parem de delirar, isso não existe!! Ora se os religiosos não quisesssem ser criticados e atacados era só não se intrometerem na vida privada das pessoas! Quem não ataca, jamais será atacado! È só os religiosos não se intrometerem no comando dos estados nacionais e de seus governos impondo a obrigação de aulas de Religião em todas as escolas, de prender e deixar mulheres morrerem como o caso relatado na Irlanda por causa de uma imposição religiosa, que as religiões serão respeitadas! Enquanto isto não acontecer a guerra total a esses fanáticos fundamentalistas será sem trégua e sem quartel!!!! Ora nenhum escritor de obras literárias utiliza sua obra para impor modos de vida e para declarar que o que escreveu é uma verdade que deve ser seguida ao pé da letra.
Há milhares de anos os terremotos e os incêndios em florestas em tempos de seca extrema eram bem mais terríveis que hoje e provocavam um pavor monstruoso nas pessoas que não tinham como telefonar para os bombeiros e serem resgatadas por helicópteros. A maioria dos membros das tribos morria. Os poucos sobreviventes encontraram uma explicação de porquê estes fenômenos da natureza terríveis aconteciam: um ser todopoderoso fora contrariado e por isto castigara a tribo! Esta foi a única maneira possível de compreender estes fenômenos, afinal eles não tinham a ciência para explicar os fenômenos da natureza tal como nós conhecemos hoje e por meio da tradição passando de pais para filhos esta crença se perpetuou. Como diz Michael Shermer o cérebro humano tem a função de acreditar, por isto é impossível não haver crenças e apenas poucas pessoas conseguem violar esta função cerebral.
É pela tradição que as crenças,hábitos e instituições humanas se perpetuam. Quem nascer nos territórios pampeanos terá a tendência ao costume do chimarrão, mas se os pais forem estrangeiros(ou forasteiros no caso brasileiro) dificilmente a pessoa adquirirá o hábito pois não faz parte da tradição familiar.

Anônimo disse...

Quem é contra a lei de talião está falando que um lado pode fazer a desgraça que quiser, e o outro não.

Anônimo disse...

Luiza disse: 'Pois é, né. Os homens têm que se decidir...'

Não minha cara, 'os homens' não tem que se decidir porque não existe esse negócio de 'os homens'.Só o que existe são INDIVÍDUOS.Cada um com sua experiência e suas idéias.
Quem segue o que a maioria faz cegamente não é gente, é gado.

Flavio Moreira disse...

Lola
Minha afilhada de casamento mora em uma pequena cidade do RS (mas está se mudando); ela esteve em minha casa na semana passada e me relatou que em um homem degolou (isso mesmo, degolou) a namorada porque ela dançou com outro cara em uma festa. O detalhe é que ele estava na mesma festa e dançou com várias outras garotas!
Quando ela me contou isso eu fiquei estarrecido, mas é assim que os "machos" daquela região tratam as mulheres, segundo ela. É um absurdo tão generalizado que eu quase desejo ardentemente que o meteoro venha e dizime logo a humanidade...

Sara disse...

Sawl ótima noticia, esperemos q cada vez mais mulheres ocupem cargos importantes como esse.

Anônimo disse...

"Men are afraid women will laugh at them. Women are afraid men will kill them."

http://weeklysift.com/2012/09/10/the-distress-of-the-privileged/

Luci

Anônimo disse...

Realmente a música não veio de um rádio e sim da produção mesmo, péssimo!
Não houve a consumação, mas houve o estupro, segundo a lei agora qualquer ato libidinoso contra a vontade da vítima é sim estupro.

Anônimo disse...

'"Stalker" é acuador. No Brasil, os empresários não toleram o uso da língua portuguesa, por isto o uso de termos na língua do colonizador '

Empresários??? Olhe, quem começou essa frescura de 'bullying' não foi empresário nenhum, foi justamente a esquerda

Terezaporto disse...

Lola,
Assisti os dois primeiros episódios de Suburbia e não gostei nada, achei que ela só reforça preconceitos contra os negros, além de evidenciar a cultura do estupro como algo normal. Tem uma cena em um baile funk, acredito que no segundo episódio, em que rola uma briga, e um dos parentes da Conceição diz: Eu sabia que a Conceição sair de casa com um shortinho desse tamanho ia dar confusão! As palavras não foram exatamente essas, mas tipo, a briga nem tinha a ver com sexualidade, e o cara se apressou logo em dizer que a pobre coitada estava errada, por vestir uma roupa “inadequada”. Sei que provavelmente é muito ocupada pra assistir novelas, mas que passa as nove, Salve Jorge, também tem estupro, a personagem Jéssica, que é vitima de tráfico humano, é estuprada como forma de punição, pela recusa em se prostituir, e algumas de suas colegas disseram que ela provocou isso, que ela não devia ter se recusado, e que a partir daquele momento, ela aceitasse todas as ordens, porque se não continuaria a acontecer. A cena original sofreu cortes e alguns artigos disseram que a globo amarelou e divulgou só a versão light, como se estupro pudesse ser amenizado, disseram também que usaram uma dublê nas cenas cortadas, o que a atriz contesta e ainda declara que não usou dublê porque “o foco da cena era a emoção” – simples assim, como se estupro fosse só emoção e não um crime.

nina disse...

Chovendo no molhado: a Globo é incoerente.
Mesmo que nos vídeos e programas como essa série mostrem o estupro com um viés de denúncia, os resumos do site estão sempre cheios de eufemismo. Era assim em Gabriela e em qualquer outro programa. O que é uma droga, porque há centenas de pessoas que entram no site e lêem essas coisas assim...

É como vc diz, o estrago se perpetua.

Anônimo disse...

Mãe, em que hospital aconteceu essa tragédia com a adolescente, você lembra?

Anônimo disse...

คุณเสียเวลาของคุณ = perda de tempo

Anônimo disse...

Diferença fundamental entre nós e os muçulmanos: liberdade de expressão e uma constituição federal baseada no Direito Internacional, que mesmo aos trancos e barrancos tem nos ajudado a avançar para um mundo mais igualitário. No mundo dominado por fundamentalistas de qualquer cor política e/ou religiosa só eles podem abrir o bico. Infelizmente gente que não pensa como nós também tem que ter direito de se expressar mesmo vomitando idéias das mais retrógadas, com as quais não concordamos e que às vezes nos revoltam a ponto de querer amordaçá-los ( ou matá-los, o que der pra fazer na hora rs). É o preço da liberdade. Se não quisermos pagar vamos acabar como eles, armados até os dentes para impor nossa forma de pensar. Ou mandando ou obedecendo. Nas ditaduras só há essas duas alternativas.

Fabiana Carvalho disse...

Sobre a Iraniana que requereu a Lei de Talião e mudou de ação ela ta certa. Nós mulheres não precisamos descer ao nível selvagem de homens selvagens. Se formos rebater todo ato violento com violência seremos iguais aos semi-idiotas que machucam mulheres. Lutaremos por nosso bem estar de forma coerente.

Anônimo disse...

As novelas da Globo são superficiais. A maioria das cenas são exibições do padrão das familias ricas. O que realmente interessa não mostram. As cenas que mostram o trafico de mulheres mal passam. O que mostram e um militar rico apaixonado pela favelada. Coisa que não existe. Militar rico quando entra na favela é para assediar e prostituir. moça pobre. O estupro banal só foi muito comentado por que foi interpretado por Carolna Dieckmam mas se fosse interpretado por uma das figurantes do bordel não tava com tanta atenção.

SeekingWisdom disse...

Val, Carlos, anonimo 07:06 e outros.

Vivemos no sec XXI, antes de existir direitos humanos era exatamente assim que problemas eram resolvidos: justiça com próprias mãos; olho por olho; pagar com a mesma moeda, bla bla.

Contudo, depois de muitas guerras e genocídios, depois de muito sangue e carneficina as Nações se uniram e fizeram essa declaração que muitos hoje ignoram, assistam ao video:
http://www.youtube.com/watch?v=uCnIKEOtbfc

Hoje, nossos direitos são intermediados por Estado e Justiça.
Respondendo ao anonimo 07:06 : Os dois lados podem fazer a desgraça que quiserem. Nenhum dos dois tem o DIREITO para fazer isso.

Leiam o texto se ainda acham que o caminho é virar Batman:
http://direito.folha.uol.com.br/4/post/2011/12/por-que-a-justia-com-as-prprias-mos-vai-contra-os-interesses-de-quem-a-pratica.html

Esse discurso de apologia à violência e suporte a um ciclo vicioso de ódio não são solução para o sofrimento, nem das mulheres, nem dos homens.

Tamires Ilves disse...

Fui a um evento acadêmico sobre Suburbia (cobertura aqui: http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/seminario/sp/suburbia/cobertura/) e gostaria de fazer alguns
comentários sobre MINHAS impressões.

Primeiro, foi um evento em que a Globo claramente investiu bastante. Das luzes vermelhas colocadas à guisa de guia no chão do auditório ao cofee-break recheado de comidas caras, passando, em especial, pelo staff (do qual falo mais em breve). Fiquei pensando no significado disto tudo: a Globo entrando e, de certo modo, colocando dinheiro num ambiente acadêmico, público e predominantemente de esquerda. Confesso que não consegui concluir nada. Só desconfio da entrada de dinheiro privado na universidade, ainda mais num âmbito tão ligado à ideologia. But I digress.

Cheguei atrasada, umas 11:50. Peguei o finalzinho do debate com o Paulo Lins (autor do romance Cidade de Deus e, pelo que entendi, roteirista de Suburbia). Achei que
ele até parecia saber do que estava falando. Ele, negro, que nasceu na Cidade de Deus. Estou sublinhando isto porque achei que a maioria dos professores que participaram da mesa seguinte estavam delirando em suas visões distanciadas e, acho, demasiado acadêmicas sobre o negro e o subúrbio. A única que se salva, na minha opinião, é uma professora de antropologia da UFRJ que tem alunos moradores de comunidades. Ela relatou o choque que causou-lhe seus alunos pouco se impressionarem E discordarem de um texto que ela passou-lhes sobre o subúrbio. Não era a realidade que eles viviam.

Um exemplo do distanciamento: um dos professores falou de uma cena em que as pessoas estavam indo para a balada de ônibus e já entravam dançando e felizes. Disse que
foi uma quebra sensacional da visão tradicional do ônibus como uma coisa ruim, ligada a trabalho e congestionamento. E eu fiquei imaginando há quantos anos o douto professor viu-se privado de seu confortável automóvel com ar-condicionado? Achei isto meio 'hologramático' no sentido de que aquelas pessoas parecem querer vender uma imagem de subúrbio
alegre. Claro que é bom deixar de retratá-lo como apenas violência e miséria, mas criar um circo... Parece-me igual desserviço. Também me faz pensar na questão do sexo. Acho que esses caras pensam que sexo é divertido e vende. Acho que pensam que estupro vende. E usam-no apenas fantasiado de crítica porque a Globo gosta de enfiar um caráter 'educativo' em suas novelas (educação sexual em Malhação, quem lembra?). E isto, aliado ao evento criado pela "Globo Universidade", leva-me a crer que eles querem
validar seu produto cultural de um modo ou de outro.

E uma das coisas que achei estupidamente irônica foi, justamente, falarem, em algum momento, que o negro só tem oportunidade na nossa sociedade se tiver boa aparência nível modelo. Além de Paulo Lins e dois atores de Suburbia, sabe que outras pessoas negras participavam do evento? Lindas moças, maquiadas e bem-vestidas, algumas com cabelo alisado, fazendo tarefas como coletar os papéis com as dúvidas endereçadas à mesa, receber os participantes e entregar-lhes brindes. De certo modo, os próprios atores também tiveram uma oportunidade por sua boa aparência. Este evento, em sua própria estrutura, reafirmou: não há espaço para o negro na academia.

Thayse disse...

Muito boa a matéria! Parabéns!
Irei publicar no meu blog e no facebook,aonde eu tenho paginas sobre este assunto. Tb fui vítima, e o que a estudante falou sobre a delegacia,é pura verdade! Eles não te acolhem, não te respeitam, nem nada parecido,porém é preciso seguir em frente e denunciar sim. Vá e faça o que você tem que fazer, independente se te trataram bem ou não. Isso não importa! O que importa é que o agressor seja punido!
guerreirasemcristo.blogspot.com.br

Anônimo disse...

interessante voce fala de homens no artigo...não fale de homens ,fale de homens ISLAMICOS....
ah não pode falar mal só de islamicos é politicamente incorreto criticar uma minoria(no ocidente)...

Julia disse...

Mulheres tem que aprender a usar de violência como resposta também. Ser superior e magnânima não adianta de nada! A iraniana vai continuar com o rosto deformado e cega dos 2 olhos. Se ele fosse cegado ela continuaria cega do mesmo jeito, mas dane-se, é o mínimo que ele merece. A Sampat Pal Devi faz muito mais o meu estilo.

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2012/11/sampat-pal-devi-aqui-se-timida-voce-morre.html


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Mihaelo, o uso exagerado de termos em inglês me irrita MUITO! O "Black Friday" que teve agora? Foi patético de todo jeito.

Anônimo disse...

SeekingWisdom, acontece que, neste caso específico, a retaliação em questão é amparada pela lei do país. Não se trata de justiça com as próprias mãos.

Val

Anônimo disse...

Esse discurso de apologia à violência e suporte a um ciclo vicioso de ódio não são solução para o sofrimento, nem das mulheres, nem dos homens.//

Não há círculo vicioso mas há uma infinidade de mulheres que são atacadas desta e outras formas e fica por isso mesmo. As mulheres podem sofrer continuamente mas os homens não podem? Ué, põe todo mundo no fogo de uma vez. Vamos viver numa arena mista, que tal?

Anônimo disse...

JU, Sexta-feira Negra é muito forte.
O inglês soa mais suave aos nossos ouvidos, não acha?

SeekingWisdom disse...

Ju, Val e anonimo 16:03,

Eu luto por igualdade de Direios e não por igualdade de opressão. Minha luta não é para poder vingar-me de agressões aos entes queridos. Minha luta é contra o Machismo!

O ato da Iraniana foi um golpe muito maior no machismo (repercussão mundial) do que seria se ela tivesse retribuido o ataque.
O machismo é estrutural, mesmo os agressores poderiam ter uma história diferente não fosse essa cultura doente.

Refletir sobre essas coisas é importante. Os judeus foram massacrados durante a segunda guerra, agora a Palestina quem sofre.
A soluçao seria o mundo se juntar e atacar judeus e judias? O que ajuda é trabalhar para alcançar paz!

Sou feminista e luto por direitos iguaia às mulheres. Nada a menos, nada a mais.

Sara disse...

interessante voce fala de homens no artigo...não fale de homens ,fale de homens ISLAMICOS....
ah não pode falar mal só de islamicos é politicamente incorreto criticar uma minoria(no ocidente)...ano 14.47

A única diferença dos homens islâmicos com os daqui em sua maioria, é q os islâmicos institucionalizaram porque não dizer estatizaram o machismo e misoginia em sua ditaduras islâmicas, ja aqui o machismo vem a granel e existem "leis" que supostamente deveriam nos defender (as mulheres), mas como sabemos nem sempre, pra não dizer na maior parte dos casos são bem pouco efetivas.

Sara disse...

As vezes desejaria que ainda existisse a nação das Amazonas, ja ouvi relatos q elas existiram no passado, se fosse assim seria a primeira, que de mala e cuia estaria nas filas da imigração para la.
Talves essa nossa passividade feminina não seja mais do q uma construção feita ha milenios e milenios por esse patriarcado injusto, não sei se a atitude "nobre" dessa iraniana tão comum entre nós mulheres não nos foi ensinada.
Do jeito q a coisa anda no mundo inteiro, se não aprendermos a nos defender e até atacar para defender nossas posições, sei la se não vamos retroceder mais do que eu ja tenho sentido q estamos.

As evidências arqueológicas parecem confirmar a existência de "mulheres-guerreiras" entre os sármatas, além do papel ativo das mulheres tanto na vida social quanto nas operações militares daquela sociedade. As sepulturas com corpos de mulheres sármatas armadas correspondem a cerca de 25% do total encontrado, e quase todas eram enterradas com arcos.

SeekingWisdom disse...

Sara,
estou començando a achar que essa coisa de 'gesto nobre ser característica feminina' não passa de estereótipo, afinal, estou vendo muitas reprovando a atitude.
Acho que está havendo uma confusão entre passividade e nobreza de ações.
Essa Iraniana não tem nada de passiva, muito pelo contrário, foi extremamente corajosa ao se impor negando o pretendente e depois lutando para tornar seu trágico caso de violência público, para que outras mulheres não passem por seu terror. Isso eu chamo ação nober e quero ver isso nas mulheres e nos homens.
Abraço,
Phillipe

Anônimo disse...

Ih, Sara, eu acho que não se trata de milênios de construção do patriarcado. Acho que é falta de testosterona mesmo. Tbem não acredito em mulheres-guerreiras. Isso é ficção. Mulheres não têm o sentido de união propício para formar um exército.

Sara disse...

anon 19.12
alguns arqueologos e historiadores discordam de vc, ja vi alguns documentários e li a respeito desse "mito" das Amazonas que não me parece ter nada de lenda.
Tb acho que não interessa nem um pouco ao patriarcado ressaltar os estudos que atestam a existencia no passado dessas guerreiras.
Porque se fomos capazes no passado podemos ser agora tb.

http://www.contraocorodoscontentes.com.br/2009/06/as-amazonas.html

Sara disse...

seeking wisdom vc pode até ter razão, eu mesma não sei se teria capacidade de revidar uma agressão, alias com certeza não, pois ja passei por violência machista e não tive.
Mas o fato é que o homem agressor conta com isso, e se nós mulheres não lutarmos contra essa tendencia de aceitarmos a violência sem revide, não vejo que essa violência va ter fim, mesmo com toda a publicidade que o caso dessa Iraniana recebeu, bem ao contrário, ela fixou bem que nós mulheres somos pacificas incapazes de ter um gesto violento, embora eu continuo acreditando que isso seja uma construção, q pode ser demolida se lutarmos contra ela.

Anônimo disse...

Para mal informado Anônimo das 19:12

Por favor, não passe atestado de BURRICE!
Mulheres pertenceram a exércitos em civilizações antigas, mulheres em países de 1º Mundo são fuzileiras navais.
Não tem NADA a ver com testosterona.
Um exército é formado por PESSOAS, não por homens.
Se informe melhor antes de falar merda.
ps: eu concordo em um ponto com vc, enrustido, eu também prefiro homens,kkk.


Sawl

Anônimo disse...

Como sempre muito bons seus comentários, Sara. Muito obrigada pelas informações sobre as amazonas, não conhecia este link que você passou.

Vale lembrar também que as amazonas gregas e suas descendentes não foram as únicas mulheres guerreiras conhecidas que formaram suas próprias sociedades. Um exemplo mais recente é a tribo das Icamiabas que existia aqui na América do Sul (a Amazônia e o rio Amazonas receberam esses nomes por causa do encontro delas com colonizadores europeus, que surpreendidos e derrotados por elas, compararam-nas às antigas amazonas gregas).

Outro exemplo de mulheres guerreiras foram as amazonas Dahomey, ou Mino. Elas eram um regimento militar Fon (um grupo étnico e linguístico do oeste africano no país de Benin e no sudoeste da Nigéria) só de mulheres que durou até o século 19.

A maioria delas era escolhida ainda na infância para serem guerreiras. Eram treinadas com disciplina e exercícios físicos intensos. Em períodos mais recentes, se armavam com rifles, lanças e facas e se mantiveram sob comando feminino até o fim.

Anônimo disse...

Os relatos que temos sobre as Amazonas vêm das mesmas fontes que descreveram os doze trabalhos de Hércules (aliás, um deles envolve roubar um cinturão de uma rainha amazona, se não me engano). Por quê não começamos logo a acreditar também em Zeus, Hidra, Minotauro e tudo mais?

Anônimo disse...

O termo "mulher Amazona" é realmente uma contradição de termos. As a-mazei, ou amazonas, eram na verdade aquelas que não se tornaram a contraparte feminina dos homens. Então, por definição, elas não eram mulheres. Elas eram independentes e viviam em sociedades totalmente femininas, não uma metade da dualidade homem/mulher.

Em nossa breve história do mundo no que ela se refere à erroneamente chamada "mulher Amazona" - na verdade a minoria decrescente da raça humana que permaneceu em sua forma intemórfica original (completamente feminina) em oposição à natureza esquizomórfica (masculino/feminino) assumida pela maioria crescente - podemos ver que, mesmo em períodos relativamente recentes (tão pouco quanto 9.000 anos atrás), em todo o mundo todo o estatuário ou é totalmente feminino ou indica a forte predominância de fêmeas, tanto por sua frequência muito maior quanto pela posição claramente subordinada de imagens masculinas quando eles apareciam.

Por muito tempo as fêmeas se mantiveram no controle dos machos. Só lentamente é que os homens se elevaram primeiro para a igualdade e, finalmente, para o domínio total, trazendo com eles um novo tipo de história do mundo - uma em que o derramamento de sangue e os conflitos iriam dalí em diante decidir todas as grandes questões. No longo período antes disso (muito maior do que toda a história patriarcal) as Amazonas viviam em paz umas com as outras. A tomada patriarcal do poder levou cada vez mais a duas coisas: de um lado à guerra, tortura e crueldade e do outro a uma descida crescente ao "materialismo". Os povos esquizomórficos aumentaram e os intemorfos, ou as Amazonas diminuiram, pois a maré psíquica da história estava agora correndo fortemente em favor do princípio esquizomórfico (e, eventualmente, do masculino).

As Amazonas não eram primeiramente um povo guerreiro. De fato, não se verificaram povos guerreiros neste momento. Como a arqueologia mostra claramente, coisas como fortificações e armas de guerra foram introduzidas somente após o macho se tornar dominante no mundo esquizomórfico. Mesmo após isso, elas não eram principalmente um povo guerreiro, embora o combate tenha-se tornado necessário para garantir a sua sobrevivência. Suas guerras eram uma parte muito pequena de sua história. Mas, é claro, eram a única parte conhecida por seus inimigos patriarcais, que juraram destruir as "Mulheres Amazonas".

Amazona Feminista

Mihaelo disse...

É Ju, o Heródoto Barbeiro até ironizou que lá nos Estados Unidos eles chamam de "Sexta-feira Preta", o que aqui os comerciantes denominam "Black Friday". É tudo uma questão de dinheiro, caça ao lucro, visto que aqui não existe o feriado de Ação de Graças e nunca houve, como não existe esta liquidação.Aqui as liquidações ocorrem após o Natal.É puro modismo caça-níqueis de empresários. É como o Halloween, ele não existe nos países latinoamericanos, só é comemorado nas escolas e cursos de idiomas por que o inglês é um idioma obrigatório no ensino secundário(fundamental e médio).
E é pura ilusão achar-se que por se falar em uma língua desconhecida pela maioria das pessoas, a expressão fica mais suave. O negro tem conotação pejorativa em todos os idiomas europeus.Então dizer "sexta-feira negra" em inglês,alemão ou francês ou qualquer outro idioma europeu não atenua a expressão. Ela só parece atenuada por que a maioria das pessoas desconhece, não domina a língua inglesa!
"Bullying" é um termo em inglês adotado pela direita como é o caso da editora tucana a Abril e também os demais órgão da imprensa todos de direita, pois evidente que o uso de termos em inglês está ligado ao fato de que os empresários os utilizam em seus jornais,revistas,tvs e todos os deemais setores da sociedade tupiniquim os adotam como papagaios. Tem até uma música sobre este caráter típico da classe dominante brasileira:"O patrão mandou dizer" as you like" macacada..."
E não é somente a religião muçulmana que é machista, a cristã é exatamente machista como a islãmica. A diferença é que a maioria dos países cristãos se laicizaram, se desvencilharam totalmente do controle da Igreja como no caso da Europa ou parcialmente como no caso da América Latina. No mundo islãmico a Turquia é o único país totalmente laico.

Anônimo disse...

Michaelo,

sobre a Turquia ser laica, filtra de novo...

Sara disse...

Anon 9.35 e Amazona feminista

Tb gostei de saber mais através de vcs sobre a história das Amazonas e de outros grupos de mulheres guerreiras, vou pesquisar sobre esses grupos, pois é um assunto q gosto.
Talves vcs ja saibam sobre o povoado MOSUO da China que são um dos últimos exemplos de sociedade matriarcal, os valores cultuados nesse povoado são totalmente diferentes dos q são impostos aqui, é muito interessante a maneira como eles organizam sua sociedade, e o destaque vai para a violência que chega a zero por lá, não ha monogamia e o filho é só da mãe, o pai não é reconhecido como tal, um casal não mora na mesma casa e varias outras diferenças surpreendentes.
Mas parece que estudar essas sociedades antigas de guerreiras ou mesmo divulgar q ainda existe esse povoado Mosuo q praticam o matriarcado, misteriosamente não interessa a midia serva do patriarcado.

Mihaelo disse...

A Turquia é tão laica e avançada que lá o aborto é legalizado!!!!E também na Tunísia! Incrível como países muçulmanos podem ser bem mais avançados e progressistas que os paúises latinoamericanos!!!!!!!

Bia disse...

Mihaelo, sou usuária da língua inglesa e não vejo conotação pejorativa ou racista na expressão 'black Friday' ou sexta-feira negra. O português é polissilábico, e não melodioso como o inglês. Pra começar, sexta feira, que tem quatro sílabas não indica um dia, e sim uma feira. Junte-se mais duas de preta (horrível combinação de sons que substituímos por negra) e temos um palavrão).

No caso do bullying, trata-se de um fenômeno bem conceitualizado em terras anglo-saxônicas, que nada mais é do que caçoar, assediar, perseguir além de bulir, propriamente dito, porém destituídos da importância e gravidade do que acontece com brasileir@s nas escolas pelo país afora.

Há tempos, o francês emprestava e doava inúmeras expressões e palavras ao nosso português de todo dia e não tirou pedaço de ninguém. Entendez-vouz, Monseiur?

Anon 10:40, os Estado são laicos mas os povos, não.









Weber disse...

Lola, pensando aqui agora, não acho que a cena da violência/quase-estupro de Subúrbia ficou com tom (forçadamente) romântico por causa da música do Roberto Carlos, como alguém comentou aqui em cima. Acho que deu um contraste, até pq não diminuiu o horror da cena. Ela foi tensa e incômoda do mesmo jeito. Além da "casualidade" q tb mencionaram em outro comentário - ela ligou o rádio, tava tocando, etc etc - NADA é casual. A música é recurso de edição forte, e nesse caso me lembrou o q foi usado em Laranja Mecânica: cenas de ultra violência com música clássica, Singin In The Rain. Por isso não me oponho à escolha da música, ela fez um fosso na cena pra incomodar mesmo. Só q eu não aguento mais ver cenas de estupro na tv, né... mas essa é outra história.

Anônimo disse...

Lembrei de uma situação parecida por conta da aula de Santa Catarian:
Uma conhecida depois de mais de 40 anos de casamento (e surras) resolveu denunciar o marido, depois de muito tempo - e perseguição - teve a audiência. O juiz, genial, disse que um casamento de tanto tempo não deveria "terminar daquele jeito". De certo o juiz acha que é melhor terminar com a mulher num caixão.

Mihaelo disse...


Bia:

Ser falante ou usuária de um idioma não torna alguém um professor do idioma.Como bem disse uma amiga minha que é professora de Inglês juramentada, "Drive me crazy when people ask for a native speaker to teach English!" Por acaso todos os portugueses e brasileiros são professores de português? Obviamente não. Portanto Bia tua explicação está totalmente errada! Eu sou professor de idiomas(Português,Inglês,Espanhol, Francês e Esperanto) formado em Letras.
Para comprovar que o vocábulo "negro" tem conotação pejorativa, negativa seguem abaixo as definições negativas de "black" que encontrei no dicionário 'Oxford Advanced's Learners of Current English." Vale lembrar que muitos outros termos como por exemplo "mulher" também apresentam inúmeras conotações negativas em qualquer idioma, visto que o machismo é um fenômeno universal assim como a escravidão e o etnocentrismo também foram(no caso do primeiro) e é ainda(no caso do segundo). Tudo isto é estudadao a exaustão nas faculdades de Letras.
"Black:adj. Be black and blue, covered with bruises. Black in the face, dark red or purple with anger or because of making great efforts. Be in sb's book,have not his favour or approval. Look black at sb,give sb a black look, look at him angrily. Not so black as one is painted, not so bad as one is said to be. Black despair,deep, dismal. Black tidings, sad news, causing despair. Black deeds, wicked;in one of his black moods, silent and bad-tempered. Black art, used for evil purposes. Black cap, cap put on by a judge before sentencing a murderer to death. Black comedy, comedy with a tragic element or basic pessimism. Black Death, bubonic plague in 14th Century Europe. Black flag, flag formerly used by pirates;flag once used at prisons as a signal that a murderer had been executed by hanging. Black frost, hard frost without rime. Black guuardly, person who is quite without honour;scoundrel.vt call (sb) a black-guard;use very bad language about or to (sb). Blackguardly, adj. dishonest and immoral:a blackguardly trick. Black ice, ice, esp on a road surface, which is almost invisible and dangerous to drive on. Black lisyt, list of persons who are considered dangerous or who are to be punished;unreliable or fraudulent customer. Black magic,witchcraft. Blackmail, force sb to make a payment of money for not making known sth discreditable about him. Black Maria, van for taking prisoners from and to jail. Black mark,mark of bad conduct,failure. Black market, unlawful buying and selling of goods,currencies,etc that are officially controlled;place where such trading is carried on. Black sheep, good-for-nothing person. Black spot, place(on a road) where accidents frequently occur. Black water or fever, tropical disease with bloodly urine."

Como vês nas definições acima são exatamente as mesmas que se encontram no Aurélio ou no Houaiss, tudo que se refere a negro tem conotação negativa e a "Black Friday" se refere ao fato de que os comerciantes estão muito mal nas vendas, com baixo faturamento que tem que recorrer a uma venda muito desvantajosa com descontos muito altos e por isto que a Sexta-feira é negra para os comerciantes. Para os clientes obviamente a sexta-feira é branca.Novamente consultando o dicionário não importa de qual idioma europeu, descobrirás que o branco é sempre associado a conotações positivas. Isto qualquer estudante de letras conhece muito bem!
Quando precisares de mais aulas de inglês ou de outros idioma é só me avisares. A Lola também é professora de Letras, mas acho que isto já sabias!!!

Julia disse...

Eu também sou professora de línguas, inglês e português para estrangeiros, e assino embaixo de tudo que o Mihaelo falou. Muitos termos em inglês são muitas vezes usados para segregar, para deixar uma boa parte das pessoas por fora da conversa. É nessas situações que me dou conta de como somos colonizados, e isso me irrita muito.

Anônimo disse...

Eu acompanho Suburbia, e não sei, mas acabei encarando as cenas mais como uma denuncia a cultura de estupro.
Na primeira cena, da a entender que Suburbia conseguiu fugir do agressor, houve o abuso, mas parece nao ter havido penetração. A musica de roberto carlos nao me recordo, mas lembro que a cena gerou bastante angústia, deixou claro que o sujeito era violento, que Conceição nao consentia o sexo.
Também durante os episodios houve o trabalho de conceição e demonstrava os homens fazendo "cantadas" grosseiras, e deixava claro o quanto aquilo não era um elogio, mas agressão, o quanto assustava a moça, o quanto cerceava sua atuação do trabalho sempre a colocando em medo de um possível abuso eminente.
E depois mostrou o seu namoro. Achei interessante, posi mostoru clayton, como um cara "gente boa" que trabalha, o dito bom moço. Mas desde o começo era possível perceber minúcias do que ele viria ser, opinando como quem quer só quer o bem pra pessoa, mas no fundo que mandar, impor sua vontade para o futuro do companheiro. Até que chegou a cena em que o próprio namorado tenta a violentar, e impor sexo. A cena também deixou claro que Conceição não queria, que ía contra o que tinham combinado. No final e no episódio subsequente o agressor fica falando: "Mas eu nao sou qualquer um, eu sou bom". Achei uma ótima ilustração da cultura do Estupro, afinal mesmo rapazes vistos como "bons moços" estupram. Mostram cenas cotidianas que metem medo a conceição e também a muitas outras mulheres.
Acho o seriado em geral bom, mas realmente as resenhas no site entristecem.