Viu? Viu? No outro texto sobre Misery (Louca Obsessão), eu comecei com suspense. Neste daqui eu já falo logo no título o que é, a meu ver, o verdadeiro tema desse ótimo terror dos anos 90. Tudo bem, não é apenas sobre impotência e castração. É também sobre o temor do artista em mudar seu estilo e alienar seu público-alvo, sobre aqueles fãs tão fãs que viram stalkers (perseguidores), e esses ninguém quer, e até sobre a solidão.
Annie Wilkes (a grande Kathy Bates) é uma mulher solitária. Vive sozinha com seu animal de estimação, um porco―dizem que eles são mais inteligentes que cachorros―, e não tem amigos. Se a história se passasse uns dez anos depois, quem sabe ela descontaria sua frustração na internet, e faria amigos (e inimigos) virtuais. Mas é 1990. No início, acho que dá até pra gente se identificar com a enfermeira um pouquinho. Afinal, ela ama animais, lê bastante, salva a vida do escritor Paul Sheldon (sim, vale ressaltar que ela salva sua vida. Se não fosse ela, ele morreria. O filme deixa isso claro. Ah, e não foi ela que causou o acidente, certo?), e tem todo o direito de reclamar da direção que seus personagens favoritos tomam. É verdade que sua revolta é um tanto extremada, mas isso é o que mais tem por aí (compare com os fãs de quadrinhos que supervisionam cada etapa de filmagem nas adaptações dos seus super-heróis. Alguém lembra quando anunciaram que o primeiro Batman no cinema seria o Michael Keaton, um ator cômico? O mundo quase veio abaixo! Se algum desses fanáticos tivesse a chance de ficar meia horinha com o Tim Burton, talvez o estrago teria sido pior que qualquer maldade da Annie). Lógico que o criador também tem todo o direito de dar o rumo que quiser a seus personagens, inclusive matá-los, se decidir. Mas é tentador querer convencer o artista a mudar de ideia. Se, por exemplo, eu salvasse a vida do Quino quando ele matou a Mafalda, bem que passaria pela minha mente perversa forçar o divino cartunista a ressuscitá-la.
O ponto de não-retorno pra Annie é quando ela obriga Paul a queimar o único manuscrito do romance que ele mais se orgulha (ela não o aprovou porque tem muitos palavrões). E o pior é que ela alega que Deus mostrou-lhe o caminho. Ela não tem mais perdão nessa hora de queimar o manuscrito. Tudo que ela faz até então é fichinha (derrubar sopa nele, quebrar uma cadeira, mentir pra ele sobre as estradas estarem fechadas). É fazendo com que sua obra-prima vire churrasco e obrigando-o a reiniciar a série Misery que Annie torna-se um Colecionador. Alguém conhece esse clássico inglês de 1965? Nele o Terence Stamp sequestra e mantem em cativeiro a Samantha Eggar. A diferença é que Terence quer que Samantha se apaixone por ele. Annie quer que Paul reviva sua personagem mais famosa. Quer dizer, nem Terence nem Annie deixariam que os alvos de suas obsessões fossem embora, mesmo que as vítimas fizessem o que eles mandam.
Ao contrário de O Colecionador, em que algoz e vítima são fisicamente deslumbrantes, em Misery nem Paul nem Annie estão dentro dos padrões de beleza, e eu acho que isso confere certo realismo à trama. Já li gente que acha que o filme é gordofóbico, por Annie ser gordinha. Não concordo. Não há nenhuma menção ao peso dela na história. Ok, dentro de um contexto maior, que é que não existem gordas nos filmes de Hollywood, é bem chato que, logo quando aparece uma, ela seja uma vilã psicopata. Mas era só o que faltava ter uma sex symbol no papel da Annie! É como ter a Michelle Pfeiffer como garçonete infeliz em Frankie & Johnny. A conexão não é à toa: a Kathy Bates fez o papel da garçonete no teatro, e era pra ela repetir a dose no cinema. Hollywood preferiu contratar a Michelle, sabe como é.
Al Pacino, que contracenou com Michelle em Frankie, foi um dos muitos astros que recusaram o papel de Paul Sheldon. Já parou pra pensar por que tantos atores disseram não? Não pode ser apenas porque o personagem não consegue se mexer e passa a maior parte do tempo deitado numa cama e sendo cuidado, e depois ameaçado, por uma mulher. O James Stewart em Janela Indiscreta estava numa cadeira de rodas, e montes de críticos interpretaram seu voyeurismo como impotência. Mas em Misery é muito pior: Annie praticamente castra Paul! Notou como os espectadores ficam muito mais chocados com a cena em que Annie quebra os tornozelos do escritor que as espectadoras? Ah, gente, não é difícil supor que outra parte da anatomia masculina esteja sendo arrasada. Aquilo é sinônimo de castração. O maridão tem pesadelos sempre que vê ou revê o filme. Um amigo nosso, pra quem eu emprestei meu dvd, reclamou que eu tentei traumatizá-lo pra sempre por causa daquela cena.
Não creio que esta interpretação de que quebrar os tornozelos equivale à castração seja uma “louca obsessão” minha. Há várias pistas no filme. Por exemplo, bem no comecinho, Paul atira uma bola de neve numa árvore, pra mostar como é forte, viril e ativo fisicamente, e diz: “Still got it”, que pode ser traduzido pra “Ainda consigo”. São suas primeiras palavras na trama (as de Annie são “I'm your number one fan”). Certamente ele tá se referindo a conseguir mais que jogar bolas de neve numa árvore, né? Outra leitura dessa frase pode ser “Ainda tenho”. Tem o quê? Bolas? Não por muito tempo, querido.
Annie ama Paul, e explicita isso mais pra frente: “Antes amava apenas o escritor, agora amo todo o resto”. É bem provavél que “o resto” inclua um pênis. Annie sabe que não pode tê-lo, então o castra, para que ele não possa mais escapar (e imediatamente após castrá-lo diz, extasiada: "God, I love you"). Antes, quando ela o obriga a queimar o manuscrito, diz: “You must rid the world of this filth” (“Você deve livrar o mundo dessa sujeira”). Mais tarde, ela o chama de “dirty birdie” (“passarinho sujo”), numa alusão sexual. Depois que ela já o castrou, ela fala pro xerife: “Ele deu tanto prazer a tanta gente”. Note o verbo no passado. A palavrinha prazer (pleasure) é bem forte.
E não é só com Paul que o tema gira em torno da castração e impotência. É com todos os homens do filme. Como o xerife velhinho. Sua mulher, igualmente velhinha, parece estar muito mais interessada em sexo que ele. Ela lhe diz que gostaria de estar embaixo das cobertas com ele. Ele tira a mão insinuante dela de cima de suas pernas. Quando ela sugere que ele tem uma amante, ele retruca: “Sinto-me lisonjeado que você pense que eu ainda tenho tanta energia”.
E como que o xerife suspeita do acidente automobilístico de Paul? Através de um pedaço de pau, vulgo galho, quebrado na estrada. I rest my case.
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Ao contrário de O Colecionador, em que algoz e vítima são fisicamente deslumbrantes, em Misery nem Paul nem Annie estão dentro dos padrões de beleza, e eu acho que isso confere certo realismo à trama. Já li gente que acha que o filme é gordofóbico, por Annie ser gordinha. Não concordo. Não há nenhuma menção ao peso dela na história. Ok, dentro de um contexto maior, que é que não existem gordas nos filmes de Hollywood, é bem chato que, logo quando aparece uma, ela seja uma vilã psicopata. Mas era só o que faltava ter uma sex symbol no papel da Annie! É como ter a Michelle Pfeiffer como garçonete infeliz em Frankie & Johnny. A conexão não é à toa: a Kathy Bates fez o papel da garçonete no teatro, e era pra ela repetir a dose no cinema. Hollywood preferiu contratar a Michelle, sabe como é.
Al Pacino, que contracenou com Michelle em Frankie, foi um dos muitos astros que recusaram o papel de Paul Sheldon. Já parou pra pensar por que tantos atores disseram não? Não pode ser apenas porque o personagem não consegue se mexer e passa a maior parte do tempo deitado numa cama e sendo cuidado, e depois ameaçado, por uma mulher. O James Stewart em Janela Indiscreta estava numa cadeira de rodas, e montes de críticos interpretaram seu voyeurismo como impotência. Mas em Misery é muito pior: Annie praticamente castra Paul! Notou como os espectadores ficam muito mais chocados com a cena em que Annie quebra os tornozelos do escritor que as espectadoras? Ah, gente, não é difícil supor que outra parte da anatomia masculina esteja sendo arrasada. Aquilo é sinônimo de castração. O maridão tem pesadelos sempre que vê ou revê o filme. Um amigo nosso, pra quem eu emprestei meu dvd, reclamou que eu tentei traumatizá-lo pra sempre por causa daquela cena.
Não creio que esta interpretação de que quebrar os tornozelos equivale à castração seja uma “louca obsessão” minha. Há várias pistas no filme. Por exemplo, bem no comecinho, Paul atira uma bola de neve numa árvore, pra mostar como é forte, viril e ativo fisicamente, e diz: “Still got it”, que pode ser traduzido pra “Ainda consigo”. São suas primeiras palavras na trama (as de Annie são “I'm your number one fan”). Certamente ele tá se referindo a conseguir mais que jogar bolas de neve numa árvore, né? Outra leitura dessa frase pode ser “Ainda tenho”. Tem o quê? Bolas? Não por muito tempo, querido.
Annie ama Paul, e explicita isso mais pra frente: “Antes amava apenas o escritor, agora amo todo o resto”. É bem provavél que “o resto” inclua um pênis. Annie sabe que não pode tê-lo, então o castra, para que ele não possa mais escapar (e imediatamente após castrá-lo diz, extasiada: "God, I love you"). Antes, quando ela o obriga a queimar o manuscrito, diz: “You must rid the world of this filth” (“Você deve livrar o mundo dessa sujeira”). Mais tarde, ela o chama de “dirty birdie” (“passarinho sujo”), numa alusão sexual. Depois que ela já o castrou, ela fala pro xerife: “Ele deu tanto prazer a tanta gente”. Note o verbo no passado. A palavrinha prazer (pleasure) é bem forte.
E não é só com Paul que o tema gira em torno da castração e impotência. É com todos os homens do filme. Como o xerife velhinho. Sua mulher, igualmente velhinha, parece estar muito mais interessada em sexo que ele. Ela lhe diz que gostaria de estar embaixo das cobertas com ele. Ele tira a mão insinuante dela de cima de suas pernas. Quando ela sugere que ele tem uma amante, ele retruca: “Sinto-me lisonjeado que você pense que eu ainda tenho tanta energia”.
E como que o xerife suspeita do acidente automobilístico de Paul? Através de um pedaço de pau, vulgo galho, quebrado na estrada. I rest my case.
32 comentários:
Lola.. ainda nao baixei o filme pra assiti-lo. To com muita vontade! Mas como foi essa castração? Saiu muito sangue nao?? ela costurou o buraco, ou queimou-o?
Ah proposito, tem como vc falar sobre as melhores aberturas dos filmes! Assiti semana passada "The Graduate" e amei o filme! Amei aquela abertura, e tb amo a abertura de Vertigo (ja que vc citou Hitchcock) e de Seven, apesar de odiar tudo o Fincher faz.
Não sei se tu asssite Family Guy (provavelmente não) mas enfim, no ultimo episodio eles comentaram filmes do Stephen King e esse foi um deles =D
Beijos!
Só digo uma coisa, esse filme é muito, muito, MUITO, bom!
Beijos
Esse filme é demais! Eu assisti umas 5 vezes e, ao ler o texto de Lola, vi que tem coisas que eu ainda não havia notado no próprio filme.
Eu juro que não percebi a vontade sexual de Annie, apenas uma loucura fantasiosa de amor.
E também nunca passou pela minha cabeça que poderia ter rolado algum preconceito com gordinhas... pra mim ela é gordinha porque mora sozinha e uma das poucas coisas que tem pra fazer é comer. Até isso o filme escolheu bem!
Bem, estamos em 2009, Kathy Bates está meio velhinha... por que não escalam ela de personagem principal de um filme? Ela tem talento e o tempo tá passando...
Ai Lola, assisti esse filme quando criança e a cena do tornozelo ficou por muuuuitos anos em minha cabecinha.....foi um trauma rsrsrrs
Mas gostei bastante do filme!
Adoro a Kathy Bates!
Poxa, mas.. será que fazendo associações assim, não dá pra encontrar esses conceitos em qualquer lugar? O xerife vê um galho e vc diz: isso representa um pênis. A mulher quebra os tornozelos do cara e vc diz: isso representa castração. Todas tem o seu fundamento, mas me pareceu mais uma questão de soltar a imaginação. O que a gente vê quando observa o formatos das nuvens? Qualquer coisa pode aparecer na nossa cabeça.
Ótima análise, Lola!
Esse filme é uma das melhores adaptações de Stephen King para o cinema, e realmente a história tem mais detalhes que percebemos à primeira vista.
(Ah, Asnalfa: fique tranquilo, a castração ali é só simbólica, mas assista o filme sim, é muito bom!)
Kathy Bates e James Caan estão perfeitos, ainda bem que Al Pacino recusou, imagina só ele fazendo caras e bocas ali, no estilo 'Advogado do Diabo" ou "Angels in America"?
Preciso ver esse filme de novo, e também quero ler o livro, pelo que você comentou no post anterior há algumas diferenças (sempre há, não?), acho que mesmo que eu sempre goste mais do livro, neste caso livro e filme vão ficar empatados...
Grande abraço!
Lola, minha filha, isso é excesso de tempo disponível... Logo logo você vai tentar nos convencer de que Lassie é uma nefasta analogia aos campos de concentração do terceiro reich.
Sem querer subestimar tua ótima resenha, Lola, acho incrível que tenha gente que não perceba todo esse contexto de castração e tals. Bem, o filme é ótimo, quem quiser encarar somente como um filme de terror, ok, ele se presta a esse papel. Mas dá pra ir além e você o fez, perfeitamente.
Agora me diz uma coisa: O QUINO MATOU A MAFALDA?????
A "castração" do Paul não é física, mas espiritual. Se não me engano, no livro, a Annie corta os pés dele, ao invés de quebrar.
No princípio a admiração dela é de uma fã, uma fã doentia, porém uma fã. A medida em que a história evolui, ela desenvolve uma paixão por ele também. Uma obsessão. (Daí o título).
Passa a tratá-lo como homem e como objeto, seu objeto. Paul deixa de ser ele mesmo e passa a pertencer a Annie, a fazer tudo o que ela quer, porque está dopado por remédios, não consegue mais sair da cama e depende dela para tudo.
E o sentimento dela por ele se manifesta de forma doentia, numa espécie de relação incestuosa entre mãe e filho, no qual ela, tal qual uma Jocasta moderna, assume toda a autoridade de uma mãe que deseja, pune e controla a vontade do filho, tornando-o dependente dela. O ato dela destruir os pés dele é a coroação de sua autoridade e poder sobre Paul. Ela faz isso não porque o odeia, ou porque deseja puní-lo por ser homem e destruir a série literária que ela mais adora, ela faz isso, porque o quer para si e ao impedi-lo de ter autonomia de movimentos, ela acredita que manterá eternamente o controle sobre ele. (Ela está engana, como bem sabemos).
Ao quebrar/amputar os pés de Paul, ela age como aquelas crianças que pegam um papagaio (pássaro) e corta-lhe as asas para impedí-lo de voar e fugir. Ou como algumas pessoas que amam tanto o seu caozinho que sempre o mantém preso dentro de casa (ou na coleira).
E quem faz isso pensa que não está fazendo nada demais, está protegendo o animal, etc., mas muitas vezes estamos inflingindo-lhe uma tortura terrível. É assim que eu vejo a cena das pernas e o relacionamento entre os dois.
PS: E no livro o Stephen King faz alusão ao fato de Annie ser gorda sim. Se bem me lembro, logo no inicio, ele diz (através dos pensamentos de Paul) que ela tem o corpo grande, "sem formas", e veste roupas típicas de uma solteirona. Não chega a ser misógino ou gordofóbico, mas Annie do livro está longe de ser uma beldade.
Asnalfa, às vezes fico na dúvida se vc lê os textos, ou só passa os olhos. Não houve castração! Houve hobbling, que é nos pés. O que eu digo é que isso é simbólico de castração. Não houve buraco algum. Aliás, que buraco? Numa castração tb não ficaria buraco!
Gabixi, não, não vi Family Guy. É bom?
Chris, de acordo.
Alessandro, é isso é que interessante, a gente ver análises que não tinha imaginado antes. O Stephen King já foi acusado de gordofobia antes, por Carrie (em que, no livro, a protagonista é gordinha, ao contrário da Sissy Spack). E sabe, eu sou gordinha (pra ser gentil), não moro sozinha, tenho mil coisas pra fazer e faço muitas dessas coisas... e mesmo assim sou gordinha! Não é gordinha só quem come muito, Ale!
Má, que pais desnaturados os seus, que deixaram vc ver um filme desses quando vc era criança! Acho que deve ser muito traumática essa cena. (brincandeirinha sobre seus pais serem desnaturados).
Gustavo, sim, às vezes um charuto é apenas um charuto. Eu estou fazendo uma interpretação do filme. E apresento argumentos para fundamentá-la. Gostaria de ver alguém contra-argumentar, ao invés de só dizer que é pura invenção minha. (tô pensando no anônimo, não em vc).
Christine, obrigada. Ficaria muito estranho com o Al Pacino! Mas imagino que com o William Hurt ficaria bom. Não sei, sem dúvida seria um filme diferente. Nunca li o livro, gostaria de ler.
Anônimo, por que, quando não concordam com uma interpretação, dizem que é excesso de tempo livre? Que tal rebater os argumentos, pra tentar trocar o disco um pouquinho? Vc me ofende mais ainda porque eu não tenho nenhum tempo livre!
Pois é, Tina, isso que eu acho tb: essa análise da castração é TÃO óbvia (pra gente) que me espanta não só que discordem dela, como que ninguém mais tenha falado nisso (pelo menos eu não li). Mas tenho certeza que o pessoal envolvido no filme - e todos os atores que foram convidados e recusaram - sabiam muito bem o que estava acontecendo. Sobre a Mafalda: ué, ele tirou a Mafalda de circulação nos anos 70. Disse que havia esgotado a personagem e que aquela personagem contestatária não combinava mais com a época. Sacanagem, né? Por mim a Mafalda podia viver até hoje.
Greta, eu sei quem vc é, porque li o seu blog hoje. Acho que eu gostava mais do seu apelido antes, mas tudo bem, quem não quer ser Greta Garbo?
Eu discordo do que vc diz no primeiro parágrafo do seu comentário. Não acho que a obsessão dela vai aumentando no decorrer da história. Ela já era obcecada antes, né? Afinal, qual fã sentaria na neve na frente de um quarto de hotel pra ficar perto do ídolo? Só os obcecados mesmos. Paul não deixa de ser ele mesmo nem de pertencer a Annie, muito menos “fazer tudo o que ela quer”. Ele suspeita de tudo, a partir do momento da sopa, eu acho (que é quando ela fica nervosa pela 1a vez). Concordo com a análise que ela o trata como um bebê (ela o chama de bebê duas ou três vezes!). E eu acho que ela REALMENTE quer que ele ressuscite a Misery. A Misery representa tudo que ela não é. Ah, e sobre essas pessoas que mantem o cãozinho preso à corrente o dia todo, eu não consigo acreditar que elas amam o cachorrinho!
Lola! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!
castra um penis e nao fica buraco???
kkkkkkkkkkkkkkk
Hahha LOla,assistia todos os filmes que os meus pais pegavam juntos.. tb vi quando pequena aquele horrível fime chamado "encaixotando helena". Putz, me traumatizou mesmo....rsrrs tem coisas que crianças não precisam ver não!!
Aliás o da helana ninguém precisa ver!!
Abração!
Putz, Asnalfa, vc é freudiano nesse sentido de achar que mulher é um homem castrado? Quando se castra um homem fica um buraco? Diz que vc tá brincando, por favor! Primeiro que não é preciso cortar fora o pênis. Só os testículos já é suficiente. Não tenho muita experiência nisso, mas aposto como não fica buraco algum.
Má, realmente, Encaixotando Helena é traumático! Muito, muito ruim. Sabe, o único filme que meus pais me proibiram de ver, quando eu tinha 14 anos, foi Laranja Mecânica. Isso dá um post, né?
Castrar é cortar os testiculos ou penis fora? nao to entendendo....
Se arrancar 100% um penis nao fica um buraco???
Lola... juro q to falando serio!!! Mas nunca um homem castrado vai ser mulher!
Oi de novo Lola!
Então, aquele dia q vc escreveu sobre cinema e mães.
Mencionei Yerma, pelo retrato da opressão em ser mãe e tal.
Depois me lembrei de outro filme "A excêntrica família de Antônia" vc já escreveu sobre?
Faz um tempinho que vi, mas é um filme que soa como um elogio a diversidade sabe.. tão belo!
Achei q vc teria escrito sobre.
Bom, chega agora..
Beijão!
Hmm.. posso pensar então que qualquer ato de incapacitar alguém (ou seria só um homem? só por uma mulher?) é no sentido figurado um ato de castração?
Ah, ta faltando um comentário da Lauren, a psicóloga. ^^
ai, que amor, Gustavo!
eu não comentei pq não vi o filme. mas a análise da Lola faz muito sentido.
Nunca tinha pensando nessa parte de castração antes...
uahuahauahau... Lola quer traumatizar todos os homens da Terra...
Adoro esse filme, principalmente a Kathy Bates...
Lola, quando falo que Paul deixa de ser ele mesmo e passa a pertencer a Annie, eu digo isso me referindo a perspectiva dela, não a dele.
Ele sempre teve uma certa desconfiança dela (no livro), mas no filme isso não parece tão claro. E depois, a medida em que a história evolui, ele também fica obsecado, porém sua obsessão é fugir de Annie, a qual se torna, para ele a personificação de seus maiores obstáculos (ser livre, tornar-se escritor de romances "sérios", etc).
É o que eu acho. o_o
Outra coisa. Sim, ela já era obsecada, porém o objeto de sua obsessão parece migrar do Paul "escritor" para o Paul "homem/bichinho/filhinho". a medida em que a história se desenvolve.
Foi isso que eu notei no filme, e também no livro.
Desculpe se não estou sendo muito clara, na realidade, eu preciso confessar que talvez seja necessário assistir ao filme de novo para analisar novamente a relação dos dois.
PS: Jura que você preferia o nick antigo? Sempre quis me chamar Greta, acho mais forte e sonoro que Olívia, por exemplo... :)
PS2: Asnalfa, castrar é cortar fora os testítulos. Quando isso acontece (e geralmente só com animais), se dá pontos no local para fechar o escroto (a pele que envolve os testículos).
Cortar fora o pênis de algum exemplar do sexo masculino é emascular.
E fazer um buraco no lugar é "operação de mudança de sexo" (ou então mutilação, pura e simples)...
:)
Olá, só leio seu blog de vez em quando, mas a análise do filme me chamou a atenção e resolvi comentar.
Eu acho que a análise é válida, mas, na minha opinião, exagerada.
Eu teria que assistir ao filme de novo para comentar melhor, mas por exemplo, com relação a bola de neve. Pode-se dizer que o que ele ainda tem é jeito "para escrever". Para mim parece se referir mais a idade do escritor, como se ele dissesse "ainda sou jovem", ou algo assim.
Quanto a sujeira, você mesma disse que ela o faz queimar o manuscrito por conter palavrões demais. Acho que isso cabe mais na relação do fã obsessivo que se decepciona com seu ídolo do que em sexo.
Por fim, acho que essa questão da castração é profunda demais para um livro de Stephen King... A não ser que se considere que ela está ali involuntariamente.
Agora confesso, não gosto do filme. Na verdade o detesto, mas não por esta questão da castração (a não ser que seja inconscientemente) e sim por ver nele um representante de uma série de filmes dos Estados Unidos em que o psicopata é chato e simplesmente não morre. É melhor quando o psicopata é mau de verdade ou quando ele é engraçado, como no filme francês "Bem-me-quer, mal-me-quer" com a Audrey Tautou.
tipo do filme que não perco meu tempo para ver....
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