A crônica abaixo é antiga, deve ter uns sete anos. Pra mais. Eu fico até nostálgica ao ler essas coisas, porque me lembram de uma época em que o maridão era engraçado e me fazia rir. Sério, agora ele não é mais. Não é chato quando a pessoa perde logo a característica que fez você se apaixonar por ela em primeiro lugar? E tem como o humor voltar? Porque se for uma fase, tá durando muuuuuito tempo. (Ih, e sobre a piadinha da geladeira, acabei de descobrir que já a contei duas vezes antes! Finge que não viu).
Reúno aqui alguns pedacinhos de diálogos entre o maridão e eu. São frases curtas e insuficientes pra dar uma crônica inteira, por mais que eu me esforce na enrolação. Devo dizer que o maridão nunca se lembra de nada do que falou. Aliás, eu tampouco me lembraria, se não anotasse algumas palavras. Quando as leio pra ele, ele diz "não era eu" ou "deve ter sido outro".
Uma amostra. No supermercado, olhando a prateleira de biscoitos, ele pergunta:
– Qual a diferença entre cream-cracker e água e sal?
– Acho que são iguais.
– Então aqui tem o Tostines.
– Não! Não! Este é redondo!
– Vou chamar um guarda.
Às vezes ele é cruel. Gosta de ver o preço do que deixa de comprar pra saber quanto está poupando. É uma lógica esdrúxula, concordo. Nessas horas insanas, ele diz asneiras como: "Vamos ver o preço dos chocolates. Oba! Hoje vai ser um dia bom! Por que a gente não deixa de comprar logo dois? Aí economizamos seis reais!". Eu geralmente bato nele, em especial quando ele brinca com coisas sagradas como chocolate.
Daí iniciei esta conversa uma semana antes da minha formatura:
– Você vai se lembrar que sábado é minha formatura [do curso de Pedagogia]? Será que você poderia vestir algo que não estivesse sujo?
– Vou procurar.
– E nem rasgado?
– Olha, se você não quer que eu vá, é só falar.
Essa eu já devo ter contado, mas acho tão fofinha que contarei de novo.
Eu: – O elefante é o maior mamífero terrestre?
Ele: – É.
– Maior que eu?
– Você é mamífero?
Ainda na linha Discovery Channel, enquanto víamos os ossos da Lucy, a mulher mais antiga do mundo.
Eu: – A Lucy é uma australopiteca?
Ele: – Não. Pelo lugar de origem, ela é mais uma africopiteca.
– A Lucy tem quatro milhões de anos? Ela é mais velha que a gente?
– Vamos ver. Eu sou de 1957...
Teve um dia que eu tava olhando um catálogo e quis saber:
– Você gostaria de ter uma geladeira duplex que filtra água e pica gelo na porta?
– Acho que já temos problemas demais nesta casa.
É tudo verdade. Se você duvida, eu alugo o maridão por uma semana.
14 comentários:
Lola, o maridão é tão fofinho! Lembra q uma vez, há um tempo, eu falei q ele me lembrava o Toby de The Office e vc se sentiu meio ofendida? Quero dizer q foi no sentido bom, já q eu acho o Toby uma graça.
Pelo visto sou a 1ª a comentar, q coisa estranha. Geralmente é o Asn, q smp achei q devia fazer plantão no seu blog só p ser o 1º. Ele nem tem aparecido mais..
Ótimas risadas! O maridón se supera a cada dia!
Grande abraço!
Ps- já anotei a data da defesa lá na agenda, viu!
Eu sabia que a minha defesa do CM no post anterior ia te inspirar...
Eu acredito, eu tenho um em casa que é assim, um chato, sem graça, de uns tempos para cá além de não lembrar nada do que diz, fica pondo palavras na miha boca!
Eu falei para ele que vou troca ele por dois de vinte três!
Espero que passe!
Oi, lola!
Olha, ainda não li este post, não. Só estou passando para mostrar a você um texto que um amigo me mandou e que, já de início, eu achei meio preocupante. Gostaria que você o comentasse, se puder, ou quem sabe até escrevesse um post, mesmo que curtinho... =)
Eis o link:
http://christianrocha.wordpress.com/2009/05/21/solve-et-coagula-ii/
Bye!
"Vamos ver o preço dos chocolates. Oba! Hoje vai ser um dia bom! Por que a gente não deixa de comprar logo dois? Aí economizamos seis reais!".
kkkkkkkkk
Lolinha, quando vc vai fazer um post com suas dicas para ser "economicamente responsável"?
Tem muitas dicas em revistas, internet, jornais, até por causa da crise.
Mas as SUAS dicas garanto que são diferentes, porque vc sempre foi assim, pelo que conta aqui.
Adoro esses posts leves dos sábados.
bjos
Olá!
Se viesse sujo e rasgado como o Brando na foto(é ele, né? Um bonde chamado Desejo?)até que seria interessante, né? Eu também me apaixonei pelo marido por conta do senso de humor; se perder, ele perde uns 80% do charme...
Bom fim de semana, Lola.
ele le o que você escreve,
ele, o maridão?
Aronovich:
Falar mal do marido, ainda mais em um blog, é muito chato. Você não deveria fazer isso.
aaaaa, que vivo o seu blog! amei o post da sua mãe e este, mesmo sem comentar eu acompanho... No momento estou bêbado num lugar chamado 'Aruana', mas mesmo assim acompanho, sucesso pra vc, venha ser professora em Sergipe, te adoro!
Lolinha,
Acho que o Sergio Renine ainda não pegou o espírito da coisa... explica pra ele!
Lolinha, o maridão é um fofinho, sim. O meu namorado também tem um senso de humor meio pueril (não tão afiado nem com o timing perfeito do maridão), confesso que às vezes dá impaciência estar perto de alguém com piada pronta 24 horas, às vezes peço para ele me dar uma treguinha e falar sério. Mas, quando ele faz isso também sinto falta. Risos. Adorei o post, acho que vcs são um casal afinado inclusive no humor, e isso é muito bacana.
Desde já me alio à campanha para que ele recobre esse delicioso senso de humor, certamente está guardado em algum lugar da gaveta.
Beijo.
Fiquei impressionada com essas informações, nunca imaginei que esse tipo de exercício mental fosse possível, ainda mais eu, que mal lembro o que comi no café da manhã! Além da façanha incrível de Najdorf, relembrar Otilia neste relato é trazer mais um importante dado para a história das mulheres. Beijo, Lolinha!
Ahh!Eu acho que li essa no AN.É possível?Ou talvez fosse uma que o Sílvio dissesse que jamais compraria algo com o nome de "esfoliante"-me diz como eu me lembro dessas coisas-Ele não deve ter perdido o senso de humor,imagina!No máximo o senso tá se escondendo dele,mas logo se acham.Ele era engraçadíssimo também nas analogias.Um beijo para vocês.
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