domingo, 19 de abril de 2009

SAUDADES DE DETROIT ÀS VEZES

Minha cachorrinha americana e sua humana brasileira.

Não sinto falta de muita coisa de Detroit não, pra falar a verdade. Porque nossa vidinha lá era muito parecida à daqui. Claro, internet muito mais rápida faz falta. Netflix, então, nem se fala. Muitos filmes nos cinemas, idem. Parques com esquilinhos. Comida chinesa. Total ausência de baratas. Tudo isso deixa saudades. Mas o que trouxe à tona todo esse saudosismo foi esta foto que o maridão encontrou no computador. Sou eu com minha cachorrinha de estimação lá em Detroit.
Ok, a cachorrinha era (é, espero) uma São Bernardo, então de inha não tem nada. E ela não era bem minha. Ela morava numa casa que ficava no caminho de um dos supermercados. No comecinho ela latiu pra mim. Mas já na segunda vez que passei por lá fizemos uma grande amizade. Ele era uma fofura, largava tudo que estava fazendo (o que, em se tratando de uma cachorra, não era muito), pra vir me ver. Ficava em duas patas, caía no chão, dava cambalhotas, lambia o meu rosto, pulava. E eu fazia o mesmo em equivalência humana. Felizmente a rua era deserta, a casa não parecia ter ninguém (nunca vi uma só alma humana lá dentro), e não havia testemunhas pra festa que uma fazia à outra. Eu amava muito aquela cachorrinha. Lá era raro ver animais que não fossem esquilos. Graças a Deus, não existem cães de rua, abandonados (existem gatos). E como a gente morava em prédio, onde era proibido ter pets, passava muitos dias sem tocar num bichinho peludo. Foi do que mais senti falta por lá: dos meus queridos fofinhos no Brasil, que minha mãe ficou cuidando. Como é triste a vida sem esses felpudos!
Essa cachorrinha que eu via uma vez por semana ajudava a contornar a angústia. Ela deixava minhas camisas totalmente babadas e cheias de pêlos brancos, mas era por uma boa causa. Foi um pouco decepcionante, confesso, um dia em que eu a peguei no flagra dando carinhos pra uma outra moça que passava. Mas eu não podia exigir exclusividade. Eu também a traía com os esquilinhos. Só que os belos roedores eram interesseiros. Queriam meus amendoins. Já a cachorrinha só queria o meu amor.Lolinha no parque, esperando um amendoim cair na sua cabeça.

25 comentários:

Elaine Gaspareto disse...

Olá!
Sabe que eu não me imagino sem um cachorrinho por perto? Mesmo agora, enquanto digito, tem uma pequenininha me mirando...
E tem dias em que realmente eu prefiro a companhia deles.
Você tem gatinho,né? Não tenho pois meus cachorros iriam transformar o pobrezinho em brinquedo.
Bom domingo.

Gabriel disse...

Pelo visto, a sua maior lembrança de Detroit foi aquela cadela. Eu gostaria de ter um pet (especificamente uma cadela de raça mansa), mas eu não posso...

E eu queria avisar uma coisa, Lola (não sei se eu já falei) : eu sou irmão de seu ex-aluno, Diego. Lembra dele?

Alfredo disse...

Fazer o quê, Lola? Saudades foram feitas pra isso mesmo... para serem recordadas.

Bobby Madhatter disse...

Uá... como não tinha ninguém na casa e a cachorra ainda era viva?!?! o.O Será que ela não era um fantasma, lola?!?!?

Me dá um são bernardo pra brincar com a minha pinscher?!?!?
:)

Andrea disse...

Que fofa sua filhotinha!!! Mesmo que adotada! Os pets sempre nos dão força nesses momentos longe de casa. E sim, os esquilos são muitooooooo interesseiros! lol

Leila Silva disse...

Que amor essa São Bernardo!

Ah eu também tenho muuuitas saudades do netflix,esses dias ainda estava falando disso para uma americana que trabalha comigo. Cheguei a ter 100 filmes naquela lista, claro que fui embora sem ter visto muitos deles. Era muito prático.
Bom domingo.

Sarah Azavezza disse...

Suas postagens são tão gostosas de ler! É a primeira vez que comento aqui, mas já te sigo há alguns dias..

que linda essa cachorrinha! *-*
nossa, eu AMO cachorro, não tem explicação. Eu senti a sua dor quando disse que foi 'traída' HAHA

parabéns pelo blog!
já gosto muito daqui :}

Dai disse...

Ai, que fofura, Lola. Linda, que grandona, deliciosa de fazer dengo. Emocionei lendo esse post. Ando muito bestona. Gostei especialmente da legenda na primeira foto. Sim, os cachorros também nos adotam, privilegiados humanos de estimação. Beijos!

Anônimo disse...

Oi Lola!

Amo animais, por mim, teria vários, mas por enquanto só tenho um gatinho, porque moro num apartamento em SP, acho que não seria muito justo com um cão.

Passei aqui porque vi este comercial terrível da havaianas e lembrei na hora de você.

http://www.youtube.com/watch?v=o2c03h2jUrc

Revoltante...

Bjs

Leah

lola aronovich disse...

Oi, pessoal! Respondendo super rapidinho:

Elaine, amo gatos e cachorros igualmente. Quero muito um cachorro agora. Estou vendo se adoto um. Aliás, UMA. Agora quero uma cadelinha, porque nunca tive uma. Três exigências: tem que ser fêmea, filhote (pros gatos se acostumarem), e de porte pequeno.


Gabriel, eu não pensava muito na cachorrinha de Detroit, não. Mas o maridão encontrou algumas fotos, e aí as memórias voltaram. Diego... Diego... O nome é familiar. Fale mais dele. Ele foi meu aluno na adolescência? Como era o sobrenome? Boa sorte com seu novo blog!

lola aronovich disse...

Bobby, ah, os São Bernardos são tão calmos e fofinhos (em geral!) que acho que não teria problema um deles brincar com a sua pinscher. Sobre a são bernarda lá de Detroit, devia ter gente dentro da casa em algum momento, a gente que não via. Mas ela não passava fome não. Porque muitas vezes a gente passava com comida chinesa (que é bem cheirosa), e ela (a cachorrinha, não a comida) nunca se manifestou.


Asnalfa, pois é.

lola aronovich disse...

Andrea, mas os esquilos são tão fofinhos tb! Todo domingo eu ia numa das praças da faculdade falar com eles. No Brasil devia haver mais praças!


Leila, ah, nem fala, a Netflix é bárbara! Acho que também cheguei a ter 100 filmes na lista. Não sei se vi todos, mas vi um monte. Aliás, preciso escrever um post atrasado sobre isso. Porque a gente avaliava os filmes...

lola aronovich disse...

Sarah, obrigada. Seja bem-vinda ao bloguinho. Apareça sempre que quiser comentar. Ah, sobre a cachorrinha: não é que eu a peguei no flagra fazendo todos os carinhos que ela fazia em mim noutra pessoa. Mas eu vi uma mulher passando por ela, falando com ela, e a cachorrinha lá, toda boba, como se fossem grandes amigas. Essa mulher eu acho que era vizinha, porque parecia conhecer bem a cachorrinha. Eu ficava pensando de vez em quando como devia ser fácil assaltar aquela casa, tendo a cachorrinha hiper sociável como cã de guarda... (uma vez vi dois outros São Bernardos lá naquela casa, e fiquei amiga dos dois também. Muito fofos. Acho que eram bem jovens, porque pulavam muito. Tive a impressão que de repente podiam ser filhos da minha cachorrinha (que parecia um poço de responsabilidade perto deles). Outra vez havia um outro São Bernardo junto dela, um macho, mas não era um desses dois. Esse tinha cara de bravo e latia, bem feroz. Não parou de latir nem quando cheguei perto. Nesse eu não pus a mão, não, que ele não me deu confiança. Eu acho que ele tava gritando com a cachorrinha pra ela parar de ser tão boazinha com as pessoas. Teve uma hora em que a cachorrinha deu um chega pra lá nele. Não sei se ele tava lá pra se acasalar com ela ou o quê. Nessas horas eu gostaria muito de saber falar cachorrês.

lola aronovich disse...

Dai, querida, vc deve estar sensível mesmo, pra se emocionar com este post! Mas a legenda faz todo o sentido. Acho que nós somos muito mais dos nossos bichinhos de estimação do que eles são nossos. E eu não reclamo. Eu sei quem manda.


Leah, então, se não fossem os meus bichinhos eu moraria num apê, não numa casa. Mas os bichos realmente são mais felizes morando numa casa. Gato mais do que cachorro, eu acho.
Ah, já tinha visto esse comercial uma vez, na TV. Péssimo mesmo. Vc acha que eu deveria comentar?

Alfredo disse...

Morri de rir com esse comercial das havaianas...
auhuhauhaua nao estou conseguindo parar de babar de tanto rir!!!!
eles humilharam a mulher...

Anônimo disse...

Você acha que apartamento para gato é pior? O meu se adaptou superbem, mas também ele não sai de casa (a não ser para ir no vet, etc) e nunca tentou fugir nem pular da janela, o que seria fácil já que moro no primeiro andar.
É legal que o ap tem um quintalzinho, então ele pode tomar sol, subir nas coisas, revirar terra dos vasos e fazer suas coisas de gato ehehehe
Acho que depende da cidade, em SP é muito perigoso deixar um gatinho sair de casa, imagino que em lugares mais tranquilos seja diferente.
Eu fico passada quando vejo cães de porte médio e grande em apatamentos, se for um cão pequenininho talvez!

Ah, e como leitora absolutamene egoísta, acho que você deveria comentar tudo! Adoro ler suas análises e opiniões, mesmo quando surge alguma discordância. E você escreve superbem.

Desculpe o comentário imenso.

Bjs

Leah

Masegui disse...

Leah e Lola,

O que tem de ruim no comercial?

lola aronovich disse...

Mario, aguenta firme aí, que agora já escrevi falando do comercial. Sai amanhã.


Leah, é mesmo, tem esse lado tb do perigo que é gato sair de casa. Mesmo gato castrado sai mais do que deveria. Os meus estão muito mais calminhos, agora que estão caminhando pra idade mais avançada (9 anos). Não posso nem pensar num gatinho saindo de casa em SP. Aqui tb é perigoso. Eu tava pensando mais em contato com o jardim e as coisas pra caçar. E cão de porte pequeno ou médio em apê tudo bem, acho que eles sentem bem menos que gato a falta de contato com a natureza. Mas pior que cão grande morar em apê é cão morar em casa e ficar o tempo todo preso numa corrente. Acho isso uma crueldade imensa! Deixa o cachorro andar livremente pelo quintal e jardim, ué!

Tatiana disse...

Essa raça é muito linda, aliás, todos os cachorros são lindos, até mesmo os magrelos, desgrenhados e sarnentos. Em todos eles eu só consigo ver beleza, acho que porque neles não há maldade alguma.
Sou suspeita em dizer pois, amo os animais, principalmente, os cachorros. Mas acho que entendo a sua saudade. De uns tempos pra cá tenho ficado tão "passada" com os seres humanos que tenho preferido os cachorros à eles.

S. disse...

Cachorrinha simpatica :) Acho uma maldade sem tamanho ter cachorro preso no quintal o tempo todo, sozinho (nao sei se e' o caso dessa cadelinha, vai ver os donos passam o dia fora trabalhando mesmo). Melhor nao ter bicho se for pra ser assim, nao?

Eu adoro fazer amizade com bichos, tambem nao posso trazer nenhum para o meu caro apartamento daqui... Por hora me contento observando esquilos, patos, corvos etc. E os meus cachorros so' via skype mesmo, uma das nossas cadelinhas as vezes comparece `as minhas conversas com os meus pais. Ela reconhece a minha voz mas, claro, nao consegue associar com a minha imagem na tela. Fica la' intrigada, olhando pros lados pra tentar me achar... um dia ela se adapta `a internet.

Felipe Guimarães disse...

Eu quero muito ter muito um cachorro, porque nunca tive um...
=D

Felipe Guimarães disse...

E com quando eu era pequeno eu sempre passava numa casa que tinha uma cachorra (Penélope) que eu sempre brincava. Até que ela morreu e minha mãe falou que ela se mudou pro céu...

Alessandro RC disse...

Gostei da postagem!

Liris Tribuzzi disse...

Já falei que adoro sua legendas em fotos, né. São sempre espirituosas.
Eu nunca vi um São Bernardo de perto... Deve ser enorme e babão!!! Tudo que eu espero de um cachorro. hehehe.

lola aronovich disse...

Já falou, Li querida, mas pode falar de novo que eu não me canso. Ah, o meu Calvin é grandão (magro mas comprido) e babão e nem por isso é um cão. Ele é um gato. Nem tudo que baba é cão.
Animais são tão fofinhos...