quinta-feira, 30 de abril de 2009

ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE “O COBRADOR”

Lázaro Ramos vai ao dentista em O Cobrador. Aqui eu falo do conto, mas ilustro com fotos do filme de 2007.

Esses dias deu vontade de reler, pela enésima vez, “O Cobrador”, do Rubem Fonseca. É um conto curtinho, de menos de vinte páginas, narrado em primeira pessoa pelo sujeito que se intitula cobrador. Não sei por que a vontade em reler o conto, se foi pela minha discussão sobre a pasta de dente ou das cenas de estupro (estou escrevendo mais sobre isso, apenas não finalizei, ainda). Aí notei que O Cobrador tá comemorando trinta anos. É de 1979. Eu nem lembro quando li o livro (que tem vários contos, todos excelentes, além do que leva o título) pela primeira vez. Mas sempre fui fascinada por Rubem Fonseca. Ele é o máximo. E sou do time que prefere seus contos a seus romances. Mas vou deixar uma análise mais detalhada do conto pra outra hora. Por enquanto só queria compartilhar algumas coisinhas.
Tipo, adoro a obsessão do personagem/protagonista por dentes. Não por acaso, o conto começa no dentista, onde o Cobrador aguarda, com dor, sua vez de ser atendido. Os trechos em itálico eu tirei do conto:
Ele [o dentista] olhou com um espelhinho e perguntou como é que eu tinha deixado os meus dentes ficarem naquele estado.
Só rindo. Esses caras são engraçados. (p. 165)
Quando o dentista tenta cobrar por ter arrancado seu dente, ele diz que não tem dinheiro. O dentista bloqueia sua saída, o Cobrador tira sua arma e destrói o consultório:
Eu não pago mais nada, cansei de pagar!, gritei para ele, agora eu só cobro!
Dei um tiro no joelho dele. Devia ter matado aquele filho da p***. (166)
Eu tinha certeza absoluta, das outras vezes que li o conto, que na lista de itens que constam da dívida da sociedade para com o Cobrador, estava inclusa pasta de dente. Mas não tá. Uma das relações: Estão me devendo comida, buc***, cobertor, sapato, casa, automóvel, relógio, dentes, estão me devendo (166). Dentes, não pasta de dente. Sobre duas moças que o protagonista observa na praia, ele conta: Elas riem, riem, dentantes (175). Esse dentantes é tudo pra mim. Porque o narrador já mostrou o quanto dentes são importantes pra ele. Não precisa falar mais nada. Com esse simples adjetivo inventado, ele passa a imagem que essas moças são lindas (pra ele), e que elas têm todos os dentes. Esse é um dos meus trechos preferidos do conto:
Fico na frente da televisão para aumentar o meu ódio. Quando minha cólera está diminuindo e eu perco a vontade de cobrar o que me devem eu sento na frente da televisão e em pouco tempo meu ódio volta. Quero muito pegar um camarada que faz anúncio de uísque. Ele está vestidinho, bonitinho, todo sanforizado, abraçado com uma loura reluzente, e joga pedrinhas de gelo e sorri com todos os dentes, os dentes dele são certinhos e são verdadeiros, e eu quero pegar ele com a navalha e cortar os dois lados da bochecha até as orelhas, e aqueles dentes branquinhos vão todos ficar de fora num sorriso de caveira vermelha. Agora está ali, sorrindo, e logo beija a boca da loura. Não perde por esperar. (168)
Lendo isso, hoje em dia, eu não consigo não lembrar do Coringa. Ainda bem que não pode mais comercial de bebidas alcóolicas fortes na TV. Nunca vi um comercial de uísque que não fosse elitista. Eu me identifico com a passagem. Não que eu sinta ódio de classe (acho que eu não tenho mais ódio contra nada e ninguém), mas entendo perfeitamente como a TV pode fomentar o ódio de classe. A TV está toda hora dizendo “Compre. Compre. Compre” - inclusive pras pessoas que não têm dinheiro pra comprar nada. E talvez o garoto pobre também ache que sua identidade só estará completa com o tênis da moda. Por que só o garoto rico pode sofrer lavagem cerebral pra acreditar nessas besteiras? A propaganda também atinge os pobres. Acho fácil ver TV e concluir “estão me devendo”.
Quer dizer, quando foi a última vez que você viu escrito “ódio de classe”, “luta de classes”, esses termos? Parece que, desde que o pensamento único decidiu que o comunismo está morto e enterrado, os conflitos de classe deixaram de existir. É como o pessoal decretar que direita e esquerda são conceitos batidos, sem utilidade nos dias atuais (curiosamente, quase todo mundo que diz isso é de direita). Por isso, talvez, “O Cobrador” pareça datado hoje. Ou não, não sei. Cidade de Deus mostrou um tiquinho que não. Mas ele também fala do passado.
A parte que eu mais odeio do conto é a do estupro, em que o protagonista finge ser um bombeiro (?) para entrar num apartamento, daí tranca a empregada e estupra a patroa. O que mais detesto é que, apesar d'ela resistir (“Não tiro”), ele diz que no final ela gosta: Como já não tinha medo de mim, ou porque tinha medo de mim, gozou primeiro do que eu (174). A cena é curta, e não há muita descrição. E, além do mais, a narração é só dele, e é uma narração um tanto econômica, que pula qualquer filosofia. Então só porque o narrador/protagonista acha que ela goza não significa que ela goza. Não sabemos nem a reação dela quando ele termina. No entanto, quantos leitores param pra pensar? A maior parte tende a ver como verdade absoluta a única narração que nos é apresentada.
Eu estava procurando algum artigo na internet que falasse das três décadas de “O Cobrador” (nadinha), e encontrei uma análise acadêmica do conto, escrita por uma aluna de um curso (paranaense) de especialização em Literatura Brasileira. E co-assinada por uma doutora. Já ouvi falar como funciona isso: o orientador(a) exige que seu aluno coloque seu nome na publicação, para render a ele, orientador, um número maior de publicações. Vergonhoso. Felizmente meus orientadores são profissionais éticos e nunca exigiram isso. Claro, pode haver casos em que o orientador realmente colabora e seja co-autor do artigo. Mas prefiro acreditar que uma doutora não redigiria um trecho assim, como está presente no terceiro parágrafo, em que a análise descreve o estupro em “O Cobrador” como parte do “envolvimento amoroso” do protagonista. Segundo essa análise, a vítima é uma moça da classe média-alta “que a princípio reluta em se entregar, mas acaba demonstrando que sentiu prazer com o estupro”. Primeiro, “envolvimento amoroso”? Como assim? Desde quando estupro tem a ver com amor? “Reluta em se entregar”?! É uma descrição interessante para uma moça que é surpreendida de manhã em seu apartamento por um sujeito que, apontando-lhe um revólver, a manda tirar a roupa, ela recusa, ele lhe dá uma coronhada, rasga sua roupa e a estupra. Quem diz que ela sentiu prazer? O narrador-estuprador. Acredite nele se quiser. Mais tarde essa análise diz que “os atos sexuais são meticulosamente descritos”. Uai, leram um conto diferente do que eu li.
Falo um pouquinho mais do “Cobrador” aqui.

28 comentários:

Anônimo disse...

Excelente matéria, garota! Sob todos os aspectos levantados. Aprendi muito. Parabéns. Fatima/Laguna

ballerina disse...

Também sou fascinada pela escrita incisiva e surpreendente de R.Fonseca!E também sou de 1979!
louvo a releitura e a partilha.
amor que fica!

Leila Silva disse...

Lola,

Eu, ao contrário de quase todo mundo, não gostei do que li de R. Fonseca...mas fiquei curiosíssima com relação a este conto. Assim descrito parece muito bom, estou até com medo de ler e me decepcionar.

Com relação ao estupro, enfim, há leituras e leituras e más leituras também, se temos só o ponto de vista do cara que estuprou nada pode assegurar que a mulher sentiu prazer, ele quis ver assim, o leitor deveria perceber que isso é o ponto de vista dele, o da mulher não está ali.
Excelente o post.
Abraço

Alfredo disse...

Eu nunca li esse conto mas ele parecer ser bastante interessante pela sua análise. Mas o que eu quero comentar é o seguitne. Sobre a propaganda de uisque. Não tem nada de elitista nela. E se tiver, qual o problema? Sobre o pobre querer comprar tenis e nao tiver dinheiro,, isso é problema dele e não da propaganda. Ninguem é obrigado a comprar aquele tênis para se sentir feliz. É muita presunção sua achar que todo pobre é tao inocente assim...
Mas eu acredito que a presunção seja realmente a minha, afinal pobre neste país é tudo burro mesmo. Por isso defendo a vasectomia voluntaria aos 18 anos de idade. Cortou os "caninhos", ganha-se uns 2 ou 5 mil reais pra gastar com estes luxos ou pra investir como quiser.

L. M. de Souza disse...

q show, eu adoro rubem fonseca. mas ainda acho que tão devendo uma adaptação decente das coisas dele pro cinema. gosto do lázaro, ele sempre tá interessante, mesmo qdo o filme é ruim.

Malu disse...

O Rubem Fonseca não é um dos meus escritores favoritos embora curta seus contos . Deve ser porque não curto os seus romances principalmente os que tem o Mandrake como protagonista.
Não sei s
Não lembro bem desse conto O cobrador, li há muito tempo mas se não me engano eu acabei com nojo do protagonista por causa dessa cena de estupro. Nunca concordei com essa visão dele, é óbvio que ele acharia isso, só para justificar seu ato covarde. Mas achei que isso era claro, que o conto era a sua visão das coisas não imaginei que alguém ia achar que havia algum envolvimento amoroso no estupro. Quem foi o * que escreveu essa m#$%#%$ ?

Ah, Leila pode ler o conto sim,não só esse mas os contos dele. Pode ser que não goste de todos mas de alguns vai curtir.

Ah, lola deixei coment nos posts seguintes, nem sempre comento mas sempre leio.

Ósculos

Malu disse...

Ooops!

Esqueci de perguntar: virou filme mesmo? Se sair em DVD vou torcer por legenda em português senão é mais um filme nacional que não vejo.

Ósculos

Ollie disse...

Num país como nosso, olhar os dentes de uma pessoa é uma forma de analisar o seu status social. Quanto mais perfeitos os dentes, geralmente melhores condições sociais a pessoa possui.
Nesse ponto eu também me identifico com a personagem do conto, porque também tenho fixação por dentes. Quanto mais perfeitos, branquinhos e alinhados, mais atração eu sinto pela pessoa. Se eu perceber uma cárie na boca, ou uma falha na dentadura, isso já é motivo suficiente para eu perder o interesse nela.
E isso não tem nada a ver com beleza da face ou riqueza, tem gente que tem o rosto bonito ou é rica, mas cuja configuração da dentadura me faz implicar com ela. Tipo a Xuxa, por exemplo, eu não suporto aqueles dentinhos de coelho que ela tem. E a Madonna com aquele diastema? Socorro.

Asnalfa, como assim, propaganda de uísque não é elitista? Eu nunca vi pobre bebendo uísque. Nem na TV e nem fora dela...
:)

Alfredo disse...

Uisque falsificado nao conta nao??
Mas em todo caso, uma dose de uisque importado custa 35 reais numa boate mais acessivel. portanto dá pra consumir sim...

lola aronovich disse...

Asnalfa, por favor, falando em bebida alcóolica, abstenha-se de falar besteira! Pobre bebe uísque falsificado, é? Em que mundo? Ah, deve ser no mesmo mundo em que é acessível prum pobre ir a uma boate e pagar 35 reais uma dose de uísque importado... O que vc chama de pobre, pelo jeito, as estatísticas chamam de classe média. Talvez classe média alta. Eu não concordo com muito do que prega o Cobrador (principalmente seu uso de violência), mas que propaganda de uísque é algo super elitista, fica difícil negar. Bom, faz tempo que não tem mais propaganda de uísque na TV. Mas nas revistas, se alguém vir um anúncio com um negro tomando uísque, me avisa, tá?

Alfredo disse...

Nossa Lola... que agressividade. Vc ta precisando tomar um chazinho de erva dorce. rs!
Eu so quero seu bem! bjos!!

Isabella disse...

Po Lola, eu adoro Rubnes Fonseca mas nunca li o cobrador! Agora fiquei curiosa!

bjs

Tina Lopes disse...

Rubem Fonseca é o melhor. Tenho que reler esse conto - li há muito tempo, com outro olhar, claro. Mas não creio que tenha percebido qualquer envolvimento amoroso. Cruzes. Bem, sobre propaganda, tenho vontade de sair matando quem cria propaganda de telefonia celular. Aquela grandiosidade, todo mundo falando, feliz, as músicas, a locução grave em off, tudo igual. Me dá um Dia de Fúria.

lola aronovich disse...

Puxa, gente, como eu sou ruim, e não só por chutar o Asnalfa de vez em quando! É que eu tinha colocado o link pro conto no outro texto que escrevi sobre O Cobrador, mas esqueci de colocá-lo aqui. Então, pra todas vcs que não leram o conto, ou o leram faz tempo, é fácil. Tem o conto inteiro AQUI e AQUI também. E não é longo. Boa leitura, gente! Acho que vale muito a pena!

Giovanni Gouveia disse...

"...Today, in tradictioinals Pubs, like this one..."
Nunca esqueci dessa frase da propaganda do uísque escocês engarrafado no brasil, cuja marca significa papéis de se mostrar nas aduanas e alfândegas...

35 paus numa dose de whisky, acessível?
huáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuá

Só esclarecendo um pouco de estratificação social do Brasil. Neste país quem tem renda igual ou superior a 10 salários mínimos, R$4.650,00 (quatro mil seiscentos e cinqüenta paus) está entre os 10% mais ricos do país.

Em tempo, claro que não interessa à burguesia que haja luta de classes, muito menos "ódio de classes", porque, assim, ela pode reinar absoluta.

Alfredo disse...

Li o conto e gostei. Mas acho que ele matou as pessoas erradas. Ele deveria matar políticos e nao cidadaos do bem.

olhodopombo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
olhodopombo disse...

para mim,
um conto horroroso,,,
não gosto de nada que li deste autor..

Ollie disse...

Asnalfa, 35 reais a dose de uísque não é acessível para os pobres. como a Lola disse, só classe média é que pode se dar ao luxo de pagar por isso (mesmo no caso dos falsificados).
Gente pobre toma é cachaça mesmo. Caninha, catuaba, pinga, etc., mesmo porque, muitos, ao provarem o uísque, acham o sabor ruim.
Falo isso, porque uma vez o porteiro do meu prédio ganhou uma garrafa de um 12 anos (no Natal) e no dia seguinte, eu perguntei se ele havia gostado e ele fez uma expressão meio assim... tipo... pouco caso. E disse "é, Dona Olívia, achei o gosto meio assim assim... (e fez gesto de mais ou menos com as mãos)... estranho"
Quer dizer, além de tudo tem o problema de educar o paladar.
É como comer caviar, ostras, escargot. Rico adora, pobre acha um nojo só.

Ollie disse...

PS: Também acho um nojo.
Prefiro mil vezes um churrasquinho, um pernilzinho de porco, um peixe assado.
Ovas de peixe curtidas no azeite e passadas no pãozinho?
meoku!

canis sine dentibus disse...

olá Dolores,

Muito legal quando alguém escreve sobre literatura, e quando escreve bem então, é um gozo. eu lí o artigo que você citou, fiquei com medo de ser algum conhecido meu (eu me formei em uma universidade do Paraná) mas fiquei aliviado em ver que nem da mesma faculdade eles são. Um pesquisador sério não deixaria passar estupro como "envolvimento amoroso", principalmente sendo ela uma mulher, mesmo porque, é óbvio que não se trata de amor, o ato do personagem é mais uma cobrança dele. Pense, ele é homem numa sociedade machista onde a mulher é vista como um objeto altamente desejável e fetichezado, principalmete as que estão dentro do padrão estabelecido, que, por coincidência, são da classe-média em sua maioria. De que forma ele cobraria tal objeto? Particularmente eu abomino qualquer tipo de violência contra qualquer mulher, mas (êta palavrinha ingrata) dentro do conto, este ato do narrador é muito condizente com todas as suas outras atidudes, estuprar a patroa e não a empregada tem o mesmo valor para o narrador que não pagar pelo trabalho do dentista que, afinal de contas, queria cobrar por algo que lhe fora tirado e não dado.

lola aronovich disse...

Argh, Ollie. Pelo jeito eu tenho alma de pobre, mesmo sendo classe média. Morro de nojo só de ouvir falar nessas comidas de rico como caviar, ostras e escargot. Eu até consigo imaginar comendo essas nojeiras como um último recurso, sabe, você está sozinha numa ilha deserta com o Tom Hanks e o Wilson, e é comer ostra ou morrer de inanição. Mas comer isso sem ser obrigada... Eca.


Canis, muito interessante o que vc disse. Principalmente isso que o Cobrador não quis pagar o dentista porque ele tirou algo (um dente). Mas vc acha que, se o dentista tivesse feito um tratamento de canal, por exemplo, ao invés de ter arrancado o dente, o Cobrador iria pagar? (quer dizer, tratamento de canal é um bom motivo pra matar dentista, na minha opinião). E sobre a empregada, o Cobrador nem a descreve, né? Ele só a tranca num quarto. A dívida dele não é com ela. Ao mesmo tempo, o cara pode ser pobre, mas tem o maior padrão da elite, não tem? Ele acha bonitas as moças dentro do padrão de beleza que ele vê na TV. Só. Ah, e não pense que eu me esqueci de vc. Falando em dívida, vc tá me devendo um guest post.

Anônimo disse...

Teve uma época que eu não acreditaria que alguém assassinasse, roubasse ou ferisse alguém influenciado pela mídia. Achava isso uma "sem-vergonhice e conversa para boi dormir". Um dia porém, ouvi um garoto dizer que não tinha pena de assaltar um do que ele chamou "playboy" ou seja um garoto de classe média, nem rico era. Porque, tais garotos "esfregavam" na cara dele que ele era pobre, porque esses garotos tinham medo quando ele ou os amigos apenas passavam por eles, por preconceito, e porque eles mereciam ser assaltados para não acharem que eram melhores.Aquilo era ódio puro. Era também preconceito.
Fiquei chocada.E passei a entender que muitas vezes a gente não precisa fazer nada para ser assaltado. É uma guerra, e nós mesmo sem escolher, já estamos do outro lado.

canis sine dentibus disse...

Eu sei Lola, vou escrevê-lo. Quanto ao tratamento de canal, acho uma daquelas coisas que é melhor existir já que a vida sem seria muito pior, afinal, dor de dente é pior que tratamento de canal.

Má disse...

Lola, mais uma vez sobre direita X esquerda.
Quando se estuda uma certa história de corrente de pensamento, (que pense, a sociologia, mesmo acadêmica influência MUITO o que pensa a sociedade, na maioria das vezes p o lado negativo, no meu ponto de vista)observamos que este tipo de pensamento de que não mais existe estas "dicotomias" , tem muito a ver por influências de certos tipos de teorias chamadas "pós-modernas".

Numa suposta pós modernidade, não há mais estas dicotomias, a centralidade do trabalho acaba(consequentemente o conflito) tudo está flúido e relativo e blá blá blá...

Compreende.?
Daí q surge toda essa confusão sabe..e reproduzimos q vivemos numa tal "pós-modernidade" q eu não vejo em lugar nehum..

É perigoso tudo isso...

Desculpe um comentário sem noção de novo..
Só queria ressaltar a influência,da origem desses tipos de comentários.

Abração!

Mazé disse...

Oi Lola, gosto muito do seu blog, sempre passarei por aqui pra dar uma olhadinha..
Bjos

cybellek disse...

Conto maravilhoso, e sua análise pra mim foi bastante elucidativa.

Sobre a questão dos dentes, acho que seria legal se um dia você pudesse falar algo a respeito. Esse é um "trauma" nacional, acho que o Rubão toca numa ferida ao colocar essa fixação como característica do narrador. Afinal, nossas crianças pintam os dentinhos para caracterizar-se como caipiras nas festas juninas; tivemos disco de rock com o sugestivo título "Jesus não tem dentes no país dos banguelas"; um presidente anunciou como indicador da melhoria de qualidade de vida (consequência de suas medidas econômicas) o fato de "pobres estarem colocando dentaduras"; e faz alguns anos que o governo federal empenhou-se em uma campanha de saúde bucal intitulada "Brasil Sorridente"...Sem contar que os dentes provavelmente expressam conteúdos psicanalíticos que sequer imagino...rsrsrs.

[:P]

Gabriela Martins disse...

Olha, acho que a única comida de rico que eu curto é peixe cru, no sushi e no sashimi. E nem tive que educar paladar, não, gostei de prima.

Uísque, em compensação, acho horroroso...