domingo, 2 de setembro de 2007

AMOR NÃO CORRESPONDIDO

Como raramente se vêem cães e gatos aqui em Detroit (eles ficam presos nas casas e quintais), uso os esquilos pra tentar saciar meu amor pelos animais. Mas esquilos não são substitutos à altura. Primeiro que são silvestres, não domesticados. Depois que muita gente poderia confundi-los com ratos com cauda peluda. Não eu. Pra mim esquilos são fofos e graciosos. Eu adquiro amendoim com casca pra alimentá-los e, assim, tentar comprar seu afeto. É bastante humilhante, confesso. A maior parte dos esquilinhos foge ao me ver, e eu corro atrás, e às vezes acerto um amendoim em suas cabecinhas de vento. O maridão disse, cruelmente, que eles devem me confundir com um esquilão, e que à noite eles provavelmente se reúnem ao redor de uma fogueira e contam histórias de terror sobre o Grande Esquilo. Outro dia um policial da faculdade passou, viu a minha constrangedora perseguição a um esquilo apavorado, e comentou que, com a maioria das pessoas, eles vêm comer na mão. Existem dois ou três esquilinhos que vêm na minha direção, ao invés de subir na árvore mais próxima e de lá jogar nozes na minha cabeça. Mas mesmo os mais corajosos nem chegam perto da minha mão estendida e suplicante. Ainda assim continuo amando esquilinhos. Ah, e quer saber? Tico e Teco não são esquilos, são o que o pessoal chama de chipmunks. Fomos enganados a nossa vida toda!

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