terça-feira, 24 de março de 2009

MEU CACHORRINHO ERA FREEGAN E NEM SABIA

Hamlet, o fabuloso (1992-2007). Clique nas fotos para ampliá-las e ver melhor meu cutie-cutie.

Falando um pouquinho mais sobre algo associado ao freeganismo, lembro de um restaurante de comida por quilo em Joinville a que
eu e o maridão íamos quase toda sexta. Excelente comida mesmo, e bem em conta. Criamos uma certa amizade com a cozinheira, uma simpatia. Uma vez perguntei o que eles faziam com a comida que não era consumida. E ela respondeu que ela e as demais funcionárias a levavam pra casa. Até que o patrão proibiu, e ordenou que tudo que sobrasse fosse pro lixo. O medo dele era que as funcionárias passassem a fazer mais comida só pra que sobrasse mais pra levar. Ridículo, né? E não pense que eles faziam uma super liquidação nos últimos 15 minutos antes de fechar. Ia pro lixo mesmo.
E rodízio? Você já foi a rodízio de carne que proíbe que você leve os seus restos pra casa? Eu já, e odeio. Pô, se eu não como todo o pedação de carne que o garçom me dá, e separo um pedacinho pra levar pra casa, é meu e ninguém tasca. Por que isso iria pro lixo? Mas esses restaurantes juram que as pessoas fazem isso de propósito. Eu não levo carne pra casa pra eu mesma reaproveitá-la. Sei lá, ela não fica boa. Mas eu levava pro meu cachorrinho e pra todos os cães amigos da região. No dia seguinte, quando passeava com o Hamlet, levava uma sacola cheia de carne (já cortada) e ossos, e dava um pouco pra cada cão amigo. Quando tinha um cão de rua eu dava mais. Os cachorrinhos ficavam tão felizes... Era uma festa.
Na realidade, como meu amado cão não foi acostumado a comer ração quando era filhote, a gente comprava carne moída e frango e fazia pra ele. Não todo dia; a gente preparava a comida pra uma semana, e a guardava em potinhos. Mas quando abriu uma churrascaria mais ou menos perto de casa, o maridão passava lá a cada duas semanas e pedia restos. Vinha uma sacolona de carne e ossos. Claro, o que a gente economizava em dinheiro a gente perdia em tempo. Era um tempão gasto pra separar o joio do trigo, cortar tudo em pedacinhos minúsculos, misturar tipos de carne diferente, colocar em potinhos. A gente sempre separava partes pros cachorros amigos também. Sei que os veterinários não recomendam isso, mas sei lá, o Hamlet viveu quase 16 anos. E, convenhamos, nos últimos três ou quatro a gente não se preocupava mais com “Será que isso pode fazer mal?”. Se ele quisesse se empaturrar de gordura, por exemplo, ou comer um osso perigoso, àquela altura da vida, tava tudo liberado. Fico fazendo os cálculos pra ver com quantos anos eu vou poder me comportar assim.

28 comentários:

Alfredo disse...

Que graxinha de au-au!!!!
Nossa.. ridiculo esse patrao de restaurante hein.. jogar comida no lixo... tenha dó...

lola aronovich disse...

O Hamlet era lindo mesmo, né, Asnalfa? Nunca mais terei um cachorrinho tão lindo. A última foto é em homenagem ao Watchmen, não sei se vcs perceberam a sutileza.
Esse patrão do restaurante é um capitalista típico, Alf.

Anônimo disse...

Que coisa mais linda esse cachorrinho!
Adoro cães, bem do que gatos.
Lindas fotos, a que mais gostei foi com a bolinha.

O dono não deixava ela levraem por medo delas cozinharem mais para poderem levar???
Meu Deus, a que ponto chega a ignorância e egoísmo das pessoas.

beijos

Santiago disse...

Lola; minha criança inocente!

Talvez você não faça sobrar de propósito, mas as pessoas fazem sobrar sim, e de propósito, para levar pra casa, pros cachorros, ou pra elas mesmas. E empregados então, nem se fala.

Seja de esquerda, mas não seja ingênua; as pessoas não são este mar de pureza.

Em restaurantes a la carte, não só é permitido levar sobras como é considerado chique e muito lisonjeiro ao chefe de cozinha. Adivinha por quê? Porque já foi tudo pago minha cara e aí é impossível dar golpes. Se você leva sobras pra casa é porque gostou ou não quer desperdiçar.

Anônimo disse...

Santiago, esse mundo de pessoas egoístas e de direita em que você vive é terrível, hein? E você quer que todo mundo seja assim, cruz credo!

Santiago disse...

Anônimo; minha inocência 2.

Existem muitas pessoas dignas, com uma postura que não as permite fazer nada que fira sua reputação. Essas pessoas não pegam coisas no lixo, não saem sem pagar, ou deixar a gorjeta do garçom, não param em fila dupla na frente das escolas (param mais longe no lugar certo e volta a pé), não furam fila, não vão ao banco, e sendo privilegiado por uma senha especial, de idoso por exemplo, não tiram as três senhas pra ser esperto e pegar a que vier primeiro (no meu banco, velhinhos fazem isso) e aí vai.

O que estou dizendo é que a maioria das pessoas não têm mais vergonha de ser desonradas e fazem tudo isso que falei, assim como o caos da sobra de comida de propósito nos restaurantes. Você acha que o dono não sabe?

Eu conheço uma churracaria muito boa em Uberlândia que da boa parte do que sobra no almoço às pessoas que vão lá buscar; comida ótima. Não é só na esquerda que existem santos.

O mundo que você vive é que é terrível, simplesmente por ser um mundo paralelo a realidade.

Você vive na LOLOLANDIA!

Juliana disse...

Tinha um restaurante que dava os restos para mendigos, até que isso foi proibido porque alguém passou mal e resolveu processar o restaurante. Uma pena.

Alfredo disse...

Lolalandia????

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Santiago disse...

Não Samantha, dignidade igual a vergonha.

Quem come do lixo ou deixa o filho no sinal, não é vítima da má distribuição de renda e sim da falta de vergonha por não assumir a responsabilidade pelos seus atos.

lola aronovich disse...

O que o Santiago quer dizer, Samantha, é que a miséria não existe. É apenas um desvio de caráter. Quem é pobre MERECE ser pobre porque não se esforçou o suficiente num mundo perfeito e cheio de oportunidades como o nosso mundinho capitalista. Essa é a doutrina da direita. Sério, eu teria vergonha de ser de direita.
Prefiro mil vezes viver na Lololândia.

Santiago disse...

Eu tenho vergonha de existir uma doutrina chamada esquerda.

O ser humano não merece ser tão desrespeitado.

Anônimo disse...

Seu cãozinho era bem fofo mesmo. Lembrou um gato que eu tive o Gomes, que não era nada freeganista, o danado só comia carne se fosse de um açougue chiquetoso, se fosse do mercado ele nem dava as caras em casa. Ele era um figura. Foi o primeiro amigo da minha filha, os dois se amavam. Até que veio algum vizinho cretino e envenenou o Gomes. Só de lembrar dá um nó na garganta. Roberta

Anônimo disse...

Gente, alô! Não alimentem os trolls, por favor!

lola aronovich disse...

Ai que horror, Roberta. Não gosto nem de pensar nessas coisas. Eu não acredito em inferno, mas gosto de acreditar que, se ele existe, pessoas que cometem crueldade contra animais têm seu lugarzinho reservado lá, pra passar o resto da eternidade ouvindo as doutrinas de direita do trololó. Seu coment me fez lembrar de como é difícil enganar um gatinho. O gato que eu tinha antes, o Freud (1985-1999), Fru pros íntimos, comeu carne moída de primeira durante metade da vida. Eu brigava com meu pai, perguntava por que não podia ser carne de segunda, e ele respondia que era por causa do nome. O nome, “de segunda”, o incomodava! Enfim, uma vez tentamos comprar uma carne de terceira pro gatinho. Essa era de terceira mesmo, era ração pra bicho. Coloquei um tiquinho no mesmo prato do Fru, lado a lado da carne que ele estava acostumado a comer. O Fru só comeu a parte boa. Nem olhou pro outro lado do prato. Claro que, quando meu pai morreu e ficamos pobres, o Fru teve que se readaptar e comer carne moída de segunda, como todos os habitantes da casa. E hoje os bichanos só comem ração (não carne).

Alfredo disse...

Lola.. vc tem saudade da vida de rica??

Ju Ribeiro disse...

ooooohnnn......ti caçolinho linduuuu!!! (sim, eu falo como uma tonta com bichinhos)

o problema aqui em casa são os meus pais. sabe o que ela fazia com a cachorrinha preferida dela? todo dia de manhã ela dava leite com sucrilhos!! e se deixar, ela continua dando. é adorável ver o focinho dos queridos sujinho de leite, é hilário. mas açúçar faz um mal...

já o meu pai é um ídolo dos bichos daqui de casa. ele corta frutas p/ os pássaros e de quebra dá p/ os cachorros. pra se ter uma ideia, o meu gato adora caju!

Ju Ribeiro disse...

ah, sim...sem contar o que cai no chão. segundos depois não existe mais nada. aspirador pra quê?

Cristine Martin disse...

Oi Lola!

Fofo mesmo o Hamlet!

Quanto às sobras dos restaurantes, parece que é proibido doar as sobras, ou eles não fazem isso por medo de serem processados, de qualquer forma o motivo é esse: se você doar comida e a pessoa que receber deixar estragar, depois comer e passar mal, o culpado é você. Enquanto isso, vai tudo pro lixo.

Na minha opinião, deveria ser permitida a doação de alimentos, e a pessoa que recebe deveria assinar um termo de responsabilidade. Quem sabe isso eliminaria a má fé.

Quando li a história de fazer comida a mais para sobrar mais, lembro de quando fiz estágio na cozinha de um hospital, as bolachinhas tinham que estar inteiras pra ir pros apartamentos dos pacientes; a nutricionista deixava o pessoal da cozinha levar as quebradas pra casa. E não é que de repente apareceram muito mais bolachas quebradas? Então, como diz minha sogra, "tem filho de toda mãe por aí"...

Infelizmente há pessoas sem valores nem escrúpulos (e isso não tem nada a ver com ser de direita ou de esquerda), assim como há pessoas que realmente fazem o bem, agem de acordo com sua consciência e podem dormir tranquilas. Este mundo é complicado mesmo, e acredito que cada um só consegue mudar a si mesmo. Mas não custa acender uma luz...

Ih, hoje falei demais...

Beijos!

Tayná Tavares disse...

Geralmente eles não deixam levar comida porque pode haver intoxicação ou algo assim, acho que a própria vigilancia sanitária não deixa..

Anônimo disse...

Oi, Lola,
Lindinho mesmo seu cachorrinho.
Eu já tive 4 gatos envenenados, foram anos mto tristes pra mim. Pura crueldade, ruindade, maldade...

Adorei a hist. da carne do Freud. Gatos têm um super paladar, se estiver na dúvida se a comida está estragada , é só oferecer ao gato
(desde que seja algo que ele coma). Os meus agora tb só comem ração, mas os que foram envenenados , comiam carne, meu pai que os acostumou assim. E eu morria de nojo de cortar a carne, pq não como. Mto mais prática a ração :).

Acho um tremendo desperdício jogar comida fora. Por isso, qdo sobra, sempre peço pra embrulhar, tou nem aí.

Ah, sou a favor de vc ganhar um troco com o blog, vc escreve super bem e ele certamente é um dos melhores :).

Caricaturas Urbanoides disse...

Oi Lola,
Estou disponibilizando um selo para vc.
Abraços

Anônimo disse...

Lolinha, vc removeu o post do comentario, por quê?
O povo bagunçou muito é?

bjos

lola aronovich disse...

Cris, qual post do comentário? Não entendi. Não removi nada, não. Tá faltando alguma coisa? Será que eu deletei algo sem querer? (fora o meu perfil, que sumiu faz tempo, e até agora não entendi porquê).

Aline Vachelli disse...

Muito fofo seu cachorrinho!!! Eles são uma benção na nossa vida.

Quanto a doação de alimentos, há até uma lei que responsabiliza o dono do restaurante caso aconteça qualquer coisa. Aqui explica melhor:
http://www.gterra.com.br/print/geral/no-pais-da-fome-e-proibido-doar-comida-10116.html

Estou sempre por aqui lendo seu blog, mas acho que é a primeira vez que comento.
Abraços

Aline Vachelli disse...

http://www.gterra.com.br/print/geral/
no-pais-da-fome-e-proibido-doar-
comida-10116.html

Aqui o link de novo, a página quebra.

Elaine Gaspareto disse...

Olá!
Sabe, Lola, eu tenho uma cachorrinha que já tem 13 anos e como de tudo, de ração a casca de batata. Aqui em casa não se perde nem raspa de cenoura. E todos vivem felizes, para desespero do vet.
Lindo seu Hamlet.

Liris Tribuzzi disse...

Que coisa mais linda era seu dog. Amo cachorros e sempre que tenho comido distribuo qndo vejo um faminto.
E qnto a trazer comida de rodízio, o meu tio é o melhor: já leva sacolinha pra pizzaria e pega todas a bordas que a gente não comeu pra cachorrada que tem aqui em casa.

Anônimo disse...

Vish...como ele era fofo!!! *-*