Uma nova lei de telemarketing entrou em vigor no começo de dezembro. Tomara que dê certo, e que a gente fiscalize e cobre, pra que não seja mais uma como aquela das filas dos bancos (aquela que o cliente não deveria esperar mais que quinze minutos para ser atendido, que não pegou até agora). Inclusive, espero que os congressistas vençam o lobby dos banqueiros e façam mais leis específicas para regular tarifas bancárias, que são completamente absurdas e que hoje representam uma ampla fatia de lucro de um setor que, evidentemente, não precisa de mais lucro.
Eu já tinha ouvido de uma lei que proíbe que empresas de telemarketing liguem pra você uma segunda vez se você exigir ser tirado da lista. Mas não conheço detalhes, e até agora ela foi sancionada apenas em poucos lugares. Só sei que toda santa vez que pedem pra falar com a Dolores é telemarketing ou pedido de contribuição pra orfanatos, hospitais ou igrejas. Porque ninguém que me conhece me chama de Dolores.
Como regra geral, eu nunca compro nada que me ofereçam via telefone. A única vez que aceitei uma venda me dei muito mal. Era pra abrir uma conta no Unibanco. Como eu já estava pensando em abrir conta em outro banco, e como havia a oferta de um ano de assinatura grátis de uma revista da Abril (como é difícil escolher, porque a maior parte é péssima! Optei pela Você S. A., que é uma bela de uma porcaria também), aceitei. Veio o corretor aqui em casa pegar meus dados. Ele queria que eu colocasse alguma conta em débito automático. Eu reiterei o que havia dito por telefone - que a conta seria apenas pra colocar alguma aplicação em investimentos, que eu não precisava de cartão, talão, nada, e que eu não aceitaria pagar um só centavo de taxa. Sim, sim, claro, Dona Dolores... Bom, deu tudo errado. Pra começar, inventaram que a assinatura da revista era por seis meses, não por um ano; depois passaram a cobrar taxas. Eu reclamei, vieram informações desencontradas (o que a vendedora por telefone havia vendido não batia com o que o corretor ao vivo havia dito, e nenhuma das opções anteriores batia com o que o atendente do call center dizia), e eu falei: quer saber? Pode parar. Quero que a conta seja fechada agora, nesse exato momento, mas exijo receber a assinatura de revista. Não é problema meu que vocês sejam um bando de incompetentes. Claro que não foi fácil, tive que escrever cartas, mas depois de alguns meses eles acataram minha reclamação. Comigo não, gavião.
Nunca mais comprei nada por telefone, nem que o produto me interesse (o que não acontece nunca). Meu argumento é: se eu quisesse comprar o que o operador(a) está vendendo, eu ligava pra ele, não vice-versa. Ele está invadindo meu espaço e dizendo que eu preciso de algo que eu sequer cogitava comprar. Tá pensando que eu sou o quê, público-alvo de propaganda? Eu tento ser educada, mas às vezes simplesmente corto a pessoa, digo “Obrigada, não estou interessada”, e desligo. Até porque não quero que o pobre vendedor gaste saliva comigo. Não vai rolar.
Ok, só que essa nova lei de telemarketing não é pra quem recebe ligações, mas pros consumidores que ligam pra esses serviços. Sabe como é, pra cancelar algum serviço, pra reclamar da conta, pra protestar contra a última arbitrariedade cometida por essas grandes empresas tão boazinhas que, se o governo deixasse de se intrometer, se regulamentariam sozinhas, ho ho ho. Infelizmente, a lei não atinge todas as empresas. Apenas aquelas de serviço público através de concessão, como as de plano de saúde, telefonia móvel e fixa (as recordistas em reclamações), TV a cabo, energia elétrica, companhias aéreas e rodoviárias, e bancos. As multas a serem aplicadas variam entre a pechincha de 200 reais a 3 milhões. Tem que doer no bolso mesmo.
As novas leis são as seguintes (a Norma escreveu sobre elas aqui): a gente não paga pela ligação, aleluia; o atendente tem que passar o número do protocolo antes de tudo (assim, se a ligação cair, a gente não precisa repetir tudo pela centésima vez - a lei coloca cair entre aspas, porque muitas vezes é o atendente que desliga na sua cara, a mando da empresa); a gente só pode ser transferida uma vez prum outro setor; o serviço deve estar disponível dia e noite, todos os dias da semana; a empresa deve atender a ligação em 60 segundos (45, no caso de bancos); a empresa não pode pedir os dados cadastrais mais de uma vez; o cancelamento de serviço, quando solicitado, deve ser feito na hora.
Maravilha, né? É uma lei e tanto que, se funcionar, poderia ser adotada nos States. Sabe aquele país de primeiro mundo onde tudo funciona melhor do que aqui? Bom, lamento informar que o serviço de atendimento ao consumidor por aquelas bandas é hediondo. A ligação vive caindo, nada se resolve, você precisa repetir a mesma informação 50 vezes, e isso depois de passar por uma bateria de perguntas gravadas (diga sim se você está ligando de casa. Aí você grita: “SIIIIIM!” E a máquina: “Não foi possível compreender sua resposta. Por favor, digite...”). É um inferno sem fim. Eu gastei horas tentando resolver pepinos com conta de luz, serviço de internet, TV a cabo, banco... Enfim, praticamente tudo que consumimos deu xabu. Não estou exagerando.
Eu sinto muita pena de quem trabalha nesses centros de atendimento. Nos EUA, boa parte dos atendentes é terceirizada da Índia. Sabe como é, indiano fala inglês com acento carregado, mas ainda assim é inglês, e a mão de obra é farta e barata. Então o consumidor americano liga pra reclamar da multinacional que o lesou e acaba discutindo com um indiano. Eu peguei mais atendentes americanos mesmo, porque a mão de obra, negra, não deve ser cara em Detroit.
Num curso de inglês que dei uma vez, havia um exercício em que uma pessoa diz que trabalha com telemarketing, e outra grita “Yuck!” (eca, que nojo, cruz credo te esconjuro). Mas a pessoa explica que não, que é um serviço legal, que a equipe é ótima e todos se divertem muito. E eu pensei: em que mundo? Imagino que vários operadores devem ter que escutar desaforo todos os dias, e que isso deve minar sua resistência. Essas pobres almas não têm culpa de trabalharem pra Satanás. Elas precisam do emprego. Não estão abusando da nossa paciência por que gostam. Só me resta torcer pra que essa nova lei pegue e gere mais empregos miseráveis. E que esses empregos se tornem menos miseráveis porque haverá uma lei a ser seguida. Assim, o consumidor resolverá rápido seu problema, e terá menos motivo pra xingar o atendente. E quem sai perdendo é apenas a empresa, que deverá investir mais pra cumprir a lei. Mas ela também pode lucrar. Afinal, não é ela que diz primar pelo atendimento? Cliente satisfeito recomenda a empresa pros amigos. Cliente insatisfeito faz um escarcéu.
Como regra geral, eu nunca compro nada que me ofereçam via telefone. A única vez que aceitei uma venda me dei muito mal. Era pra abrir uma conta no Unibanco. Como eu já estava pensando em abrir conta em outro banco, e como havia a oferta de um ano de assinatura grátis de uma revista da Abril (como é difícil escolher, porque a maior parte é péssima! Optei pela Você S. A., que é uma bela de uma porcaria também), aceitei. Veio o corretor aqui em casa pegar meus dados. Ele queria que eu colocasse alguma conta em débito automático. Eu reiterei o que havia dito por telefone - que a conta seria apenas pra colocar alguma aplicação em investimentos, que eu não precisava de cartão, talão, nada, e que eu não aceitaria pagar um só centavo de taxa. Sim, sim, claro, Dona Dolores... Bom, deu tudo errado. Pra começar, inventaram que a assinatura da revista era por seis meses, não por um ano; depois passaram a cobrar taxas. Eu reclamei, vieram informações desencontradas (o que a vendedora por telefone havia vendido não batia com o que o corretor ao vivo havia dito, e nenhuma das opções anteriores batia com o que o atendente do call center dizia), e eu falei: quer saber? Pode parar. Quero que a conta seja fechada agora, nesse exato momento, mas exijo receber a assinatura de revista. Não é problema meu que vocês sejam um bando de incompetentes. Claro que não foi fácil, tive que escrever cartas, mas depois de alguns meses eles acataram minha reclamação. Comigo não, gavião.
Nunca mais comprei nada por telefone, nem que o produto me interesse (o que não acontece nunca). Meu argumento é: se eu quisesse comprar o que o operador(a) está vendendo, eu ligava pra ele, não vice-versa. Ele está invadindo meu espaço e dizendo que eu preciso de algo que eu sequer cogitava comprar. Tá pensando que eu sou o quê, público-alvo de propaganda? Eu tento ser educada, mas às vezes simplesmente corto a pessoa, digo “Obrigada, não estou interessada”, e desligo. Até porque não quero que o pobre vendedor gaste saliva comigo. Não vai rolar.
Ok, só que essa nova lei de telemarketing não é pra quem recebe ligações, mas pros consumidores que ligam pra esses serviços. Sabe como é, pra cancelar algum serviço, pra reclamar da conta, pra protestar contra a última arbitrariedade cometida por essas grandes empresas tão boazinhas que, se o governo deixasse de se intrometer, se regulamentariam sozinhas, ho ho ho. Infelizmente, a lei não atinge todas as empresas. Apenas aquelas de serviço público através de concessão, como as de plano de saúde, telefonia móvel e fixa (as recordistas em reclamações), TV a cabo, energia elétrica, companhias aéreas e rodoviárias, e bancos. As multas a serem aplicadas variam entre a pechincha de 200 reais a 3 milhões. Tem que doer no bolso mesmo.
As novas leis são as seguintes (a Norma escreveu sobre elas aqui): a gente não paga pela ligação, aleluia; o atendente tem que passar o número do protocolo antes de tudo (assim, se a ligação cair, a gente não precisa repetir tudo pela centésima vez - a lei coloca cair entre aspas, porque muitas vezes é o atendente que desliga na sua cara, a mando da empresa); a gente só pode ser transferida uma vez prum outro setor; o serviço deve estar disponível dia e noite, todos os dias da semana; a empresa deve atender a ligação em 60 segundos (45, no caso de bancos); a empresa não pode pedir os dados cadastrais mais de uma vez; o cancelamento de serviço, quando solicitado, deve ser feito na hora.
Maravilha, né? É uma lei e tanto que, se funcionar, poderia ser adotada nos States. Sabe aquele país de primeiro mundo onde tudo funciona melhor do que aqui? Bom, lamento informar que o serviço de atendimento ao consumidor por aquelas bandas é hediondo. A ligação vive caindo, nada se resolve, você precisa repetir a mesma informação 50 vezes, e isso depois de passar por uma bateria de perguntas gravadas (diga sim se você está ligando de casa. Aí você grita: “SIIIIIM!” E a máquina: “Não foi possível compreender sua resposta. Por favor, digite...”). É um inferno sem fim. Eu gastei horas tentando resolver pepinos com conta de luz, serviço de internet, TV a cabo, banco... Enfim, praticamente tudo que consumimos deu xabu. Não estou exagerando.
Eu sinto muita pena de quem trabalha nesses centros de atendimento. Nos EUA, boa parte dos atendentes é terceirizada da Índia. Sabe como é, indiano fala inglês com acento carregado, mas ainda assim é inglês, e a mão de obra é farta e barata. Então o consumidor americano liga pra reclamar da multinacional que o lesou e acaba discutindo com um indiano. Eu peguei mais atendentes americanos mesmo, porque a mão de obra, negra, não deve ser cara em Detroit.
Num curso de inglês que dei uma vez, havia um exercício em que uma pessoa diz que trabalha com telemarketing, e outra grita “Yuck!” (eca, que nojo, cruz credo te esconjuro). Mas a pessoa explica que não, que é um serviço legal, que a equipe é ótima e todos se divertem muito. E eu pensei: em que mundo? Imagino que vários operadores devem ter que escutar desaforo todos os dias, e que isso deve minar sua resistência. Essas pobres almas não têm culpa de trabalharem pra Satanás. Elas precisam do emprego. Não estão abusando da nossa paciência por que gostam. Só me resta torcer pra que essa nova lei pegue e gere mais empregos miseráveis. E que esses empregos se tornem menos miseráveis porque haverá uma lei a ser seguida. Assim, o consumidor resolverá rápido seu problema, e terá menos motivo pra xingar o atendente. E quem sai perdendo é apenas a empresa, que deverá investir mais pra cumprir a lei. Mas ela também pode lucrar. Afinal, não é ela que diz primar pelo atendimento? Cliente satisfeito recomenda a empresa pros amigos. Cliente insatisfeito faz um escarcéu.
27 comentários:
Minha irmã trabalhou num call center de cobrança, pense numa atividade insalubre e insana...
A psicóloga do exame demissional estava pasma com a alegria que as pessoas eram demitidas.
Mas essa tal de "diga a palavra tal, ou qual" com resposta quase que padrão "desculpe-nos, não foi possível entender a sua resposta" dá vontade de quebrar o telefone na "cara" da secretária eletrônica... Uma vez eu vi uma mulher quebrar um orelhão todinho por causa (pelo que se podia notar, dos berros que a mulher dava) de um plano de saúde que mandava ela fazer algo que já tinha feito, e ficava repetindo enquanto destruía o orelhão "eu tô quebrando essa merda (sic) de telefone, tá ouvindo?" Meu pediatra (foi meu médico e continua sendo de meu filho) deslocou um funcionário da clínica dele pra cancelar a assinatura de tv dele, por 3 dias...
Ou seja, nessa onda de telemarketing, consumidores e operadores são vítimas, e os empresários apenas lucram...
Falar em fila de banco, esta semana entrarei com uma ação contra a agência do Banco do Brasil próxima à minha casa (1:00':46" de espera) ...
P.S. A ausência se justifica pelo carnaval e as doenças dele oriundas...
Lola, só mudando de assunto, pq eu cheguei atrasado na discussão de um post antigo em relação a atores gays, e ela é importante, por isso faço questão de comentar.
Bom, eu não vejo problema nenhum em atores hetéros fazerem papéis de gays e vice-versa. Eles são atores, devem ser capazes de interpretar pessoas diferentes de si. Mas convenhamos que um homofóbico jamais faria um papel de gay. Restaria para os gays e simpatizantes. Hollywood é machista, e não só Hollywood, mas a grande maioria das sociedades e dos produtores de cinema, etc. Isso é também um reflexo da intolerância do público. Pense só comigo. Atores abertamente gays tornam-se estereotipados pelo público, e para um produtora, torna-se inviável colocar, por exemplo, o Rupert Everett pra protagonizar uma comédia romântica, porque o público, precisa fantasiar com aquele homem lindo e romântico das telas, e se ele for gay, isso não vai acontecer. As pessoas se decepcionam. Elas nem vão ver o filme na verdade. Espanta o público. Existe essa imaginário que o povo cria em torno do artista.
No seriado Grey's Anatomy, tem um ator chamado TR Knight que é abertamente gay, mas se assumiu na metade do seriado. Se ele já fosse conhecido do público antes, e fosse assumido, jamais ele conseguiria o papel. Então os atores gays ficam estereotipados, e só sobram os papéis de gays para eles, que eles têm que competir com os héteros (e enrustidos) para interpretar. Por isso que tem tanto ator enrustido por aí (tem diversos que caíram no meu radar faz séculos, mas prefiro não comentar pra evitar polêmicas), com seus casamentos e namoros criados por agentes, para que eles não percam emprego. Enquanto tudo for boato, as pessoas ainda conseguem manter a fantasia em torno do ator, mas a partir do momento que ele abertamente fala da sua sexualidade, ele já é carta marcada do público.
Mas por outro lado, o cinema é uma forma de educar também. A partir do momento que isso fosse passado para as pessoas como algo normal, que eles são atores, que interpretam pessoas diferentes, aos poucos isso iria se tornar normal para o público, é um investimento a longo prazo, mas não precisaríamos mais ter tantos Rock Hudsons, Ian MacKellens e Richard Chamberlains.
Bem coisa do Demo essas coisas de telemarketing. Odeio os dois lados. Quando recebo ligação em casa oferecendo o serviço tenho que muitas vezes ser bastante mal educada para o telefonista se convencer que eu naoooo querooooo! E por outro lado quando a gente precisa ligar pra eles pra cancelar um serviço sempre é a mesma lenga lenga do tipo "a senhora tem certeza que quer cancelar, não quer pensar mais alguns dias?". Aff!!! Odeio telemarketing com todas as minhas forças!!!
LOla... vc tem uma cara de brava.... jamais queria ser seu aluno ;.....
kkkkkkkkk
"Essas pobres almas não têm culpa de trabalharem pra Satanás."
kkkkkkkk
amo seu humor negro!!! amei esse texto!!!
abraços!
Esse texto me lembrou uma vez em que recebi uma ligação desses infelizes. Atendi e um rapaz perguntou se eu tinha interesse em comprar o produto "x" que ele oferecia, eu muito educadamente disse que naquele momento estava ocupada e que teria que desligar. O rapaz virou e disse: Se estava tão ocupada por que atendeu o telefone então?
E desligou na minha cara!
Gente!!!! Fiquei com tanto ódio!!! Mais ódio ainda por ele ter falado e desligado, não me dando a chance de mandá-lo a um lugar bem bonitinho!
haha...eu sempre sei que é telemarketing porque eles também usam meu nome inteiro e ainda pronunciam errado. Então...quando ligam, a melhor coisa a dizer é que a "patroa não tá em casa e não sei que horas volta".
Oi, Lola!
Coincidência esse post, logo depois da minha via crucis dos últimos 10 dias. A Telefônica fez uma manutenção no Speedy e terminou trocando as linhas do bairro inteiro, a linha da minha casa foi parar na casa de outra pessoa e vice-versa. Quando me dei conta, pedi que consertassem, o que levou 3 dias e 2 chamados. E eu morrendo de medo das ligações que poderiam estar sendo feitas na minha conta. Finalmente consertaram, mas ao invés de fazê-lo na Central, fizeram no poste (pois a equipe do Speedy é uma e das linhas telefônicas é outra!) e então, fiquei sem Speedy. Por 8 dias! Inúmeros chamados abertos Vc demora horas para ser atendido por um ser vivente. O pessoal é tão destreinado, que eu pedi o número do protocolo e ele foi me passando um número que logo me dei conta era do meu telefone(!!!) Um horror!
Mas apesar disso tudo, acho que estamos muito na frente em matéria de código do consumidor, regulação do INMETRO e afins. Lembro ter comprado na Ry Happy (é assim que escreve???) uma coruja francesa de pelúcia que brilhava no escuro (parece chique, mas era baratinha!). Qual não foi minha surpresa quando meu filho bebê começou a arrancar toda a pelúcia em volta da cabeça. É perigoso! Com brinquedo brasileiro isso não acontece. Outra coisa: meu filho adora aquelas moedinhas de chocolate da Pan. Quando ele vai comigo ao mercado, já vai correndo para o corredor "dele" para pegar um pacotinho. Um dia, vi que o pacotinho tinha a figura de um personagem, o Chaves. Fiquei meio chateada, pois não gosto de personagens em alimentos para crianças. Mas como ele gostava muito, tudo bem. Meu marido, mais atento que eu, viu em casa que aquele chocolate não era da Pan, mas sim fabricado na China (!!!!), isso logo na época daquele escândalo do leite adulterado, que matou muita gente. Reclamei no Pão de Açúcar e nada, as tais moedinhas do Chaves estão lá até hoje. Eu não consigo entender como a legislação pode ser tão rígida e tão boa para produtos fabricados aqui, mas não para produtos importados.
Bjs,
Anália
Coincidência....a única coisa que eu já aceitei por telefone foi cartão de crédito Unicard/Unibanco, que, diga-se de passagem, dos cartões que eu tenho é o que eu mais gosto.
E eu já trabalhei em Call Center quando morava em São Paulo. Receptivo da Editora Abril. Eu gostava de trabalhar lá, mas o estress é realmente enlouquecedor. Lembro que quando saí do treinamento e fui para as PAs atender, eu sonhava a noite inteirinha que estava atendendo telefone. Eu costumava dizer que era jornada dupla de trabalho. E nossa, era uma loucura, mais de 100 ligações por dia (lembrando que são só 6 horas de trabalho). Nós tinhamos tempo máximo de atendimento (3 minutos) e nunca podíamos derrubar ligação, caso não quiséssemos ser pontuados, sem falar na cobrança extrema. E jamais falar gerundismo, jamais gritar com cliente (mas confesso que perdi as estribeiras umas 3 ou 4 vezes...teve uma vez que eu fiquei de pé na PA aos berros com uma fulana grossa do outro lado da linha...minha supervisora veio mandar eu me acalmar e eu quase mandei ela pras cucuias também).
Nunca esqueço um dia que eu tive uma crise de choro tão grande, que quase despachei a pobre coitada que estava comigo na linha para não cair em prantos enquanto estava no telefone. Não sei até hoje como consegui terminar aquela ligação, só sei que desliguei e me desloguei (coloquei pausa de banheiro - uma por dia de 5 minutos) e fui correndo para o banheiro chorar como condenada. Fiquei lá por mais de 15 minutos e depois tive que em explicar com minha supervisora porque eu tinha ultrapassado o tempo de pausa.
E o horário de almoço então? Era uma loucura! Tínhamos 15 minutos, entao era colocar pausa, sair correndo para a cantina, esperar na fila (ou para comprar ou para o microondas) e quando chegava nossa vez no micro, colocar a comida para esquentar e sair correndo para aproveitar os minutinhos para ir ao banheiro e voltar a tempo de pegar antes do almoço estar quente. Aí era só almoçar correndo, lavar os talheres e voltar voando para retirar a pausa da PA...tudo em menos de 15 minutos.
Era uma doidera, mas sinto falta do povo, das conversas, das revistas (ganhávamos edições semanalmente)...
O problema desse negocio de atendimento 24 horas é que obriga os atendentes a trabalharem sábado e domingo. O que eu gostava na Abril é que trabalhávamos só de segunda à sexta.
Eu às vezes até ouço o que eles têm a dizer, mas já falei "vou te poupar saliva" antes mesmo deles começarem e já desliguei na cara também. A empresa que mais me estressou até hoje foi a GVT, que ligava TODA SEMANA por um operador diferente tentando empurrar a mesma coisa e toda vez que eu pedia para tirar o meu nome do sistema eles diziam que só podiam tirar do computador local deles... até que eu comecei a ser MUITO mal educada e eles pararam. O Nick trabalhou um tempo numa coisa dessas, mas saiu fora logo, logo.
Os funcionários, além de odiarem o trabalho, desenvolvem LER e problemas de audição.
Essa de "falar" com a máquina, como vc mesma comentou na crítica, está bem representada no "Queime Depois de Ler".
E fila de banco... pqp... minha avó de 86 anos estava há mais de meia hora EM PÉ no Besc junto com um monte de idosos, até que eu (que estava do lado de fora) telefonei pra ela e soube que ela ainda estava esperando pra ser atendida, entrei no banco, fui direto no gerente que não deixou nem eu terminar a frase "estou com uma idosa..." - "pode subir" e colocou alguém do setor de Pessoa Jurídica pra atender a véia. Revoltante.
Devo dizer que ser surda tem as suas vantagens, porque não atendo telefone e é a minha pobre mãe que tem que lidar com essa oitava maravilha do mundo moderno que é o atendimento ao consumidor.
Mas não escapo das filas de banco mas nesses casos sempre levo um livro assim o tempo passa mais rápido. Mas sem deixar de reclamar se houver demora porque não podemos deixar que nos desrespeitem.
Eu gostava do BESC de Joinville que tinha bancos e senha. Mas agora tiraram ambos :-(
Acho que a vez que mais esperei num telefone para ser atendida foi quando quis desligar a luz (ou foi o telefone? não lembro) em São Paulo, pois estávamos nos mudando. Nossa, para o primeiro atendente falar comigo foram mais de 1h15min e isso pq era a segunda vez que eu estava ligando. A primeira vez esperei 40 minutos e tive que desligar pois precisaram da minha ajuda na mudança. Foi o cúmulo!! Sorte que eu estava bem humorada naquele dia.
Malu... vc é surda?? como é que é a vida?? vc nao consegue escutar musicas nao???
Historinha: uma vez meu pai atendeu o telefonema de um banco oferecendo não lembro o que, e ele decidiu levar a ligação calmamente, pra ver até onde ia, só respondendo. Eu contei: ele disse a palavra "não" 11 vezes, até o funcionário desistir e se despedir.
Muita gente sugere fazer alguma brincadeira com o telemarketing (não precisa ser nada de mau gosto), acho que é uma boa saída.. mesmo que desliguem na sua cara, pelo menos vc já fez sua parte: não se estressou.
Realmente todos nós sofremos horrores nestas ligações que muitas vezes não dão em nada!É só perda de tempo! Precisamos de uma lei e também um órgão controlador!
Parabéns pelo post!
Um beijo
Elaine
Eu me considero sortuda porque toda vez que quis cancelar algum serviço por telefone fui atendida prontamente. Minhas contas estão em débito automático e as poucas vezes que vou ao banco uso o caixa eletrônico. Tenho conta há mais de 10 anos no mesmo banco, confiro todos os extratos e nunca veio cobrança de taxa indevida, eventualmente a gerente me liga para saber se está tudo bem porque eu nunca apareço na agência.
E as únicas ligações que andei recebendo foram de ofertas de plano de capitalização que eu tento explicar para o atendente que não é investimento, é loteria e eu não jogo com meu dinheiro, o que é divertido porque eles seguem um roteiro e se você força um desvio eles não sabem o que fazer.
Minha irmã trabalhou alguns anos com call center de cobrança, saiu de lá fazendo terapia e tomando tarja preta.
É ruim para a gente mas é pior ainda para quem trabalha nessa área.
Lola, assim que essa nova lei entrou em vigor, eu notei a diferença. Estava tudo rápido que era uma beleza, você não ficava horas ouvindo pour elisée à espera de um atendente... Enfim, eu estava feliz da vida.
Só que isso durou pouco. Meu serviço de Tv por assinatura já não está tão prestativo quanto antes. Estou com a impressão de que os caras estão voltando, pouco a pouco, aos antigos métodos... Talvez seja só impressão minha, mas que ando sentindo isso ultimamente, ah ando!
E sabe o que é pior? O telefone da própria prefeitura te atende mal. Não lembro por que eu precisava ligar para eles, mas fiquei dez horas ouvindo musiquinha. E ainda fui tratada mal. Pô, se nem a prefeitura que é a prefeitura atende os cidadãos bens, as empresas é que não vão fazer isso, né?
Acho que o grande problema é a terceirização do atendimento ao consumidor. Os operadores de telemarketing não têm uma relação direta com a empresa que representam. Então, não tratam o cara que está ligando como um cliente. Anos atrás, o SAC era das próprias empresas. E eu acho que funcionava bem mais do que hoje.
Uuhauaua, essa da Meire foi boa (Então...quando ligam, a melhor coisa a dizer é que a "patroa não tá em casa e não sei que horas volta".) Eu já usei várias vezes também, só que aqui em casa geralmente eu falo que o patrao nao tá em casa, já que geralmente ligam pra oferecer produtos pro namoradón.
Quando me ligam, a primeira coisa que eu faço é perguntar se é de graça. Como nunca é, desligam rapidinho.heheh
Olá Dolores,
Eu já trabalhei em call center, no da vivo. Não fiquei muito tempo, bati o record de todos os meus amigos que trabalharam lá (aqui na minha cidade a vivo oferece trabalho para universitários desprovidos, por isso muitos já trabalharam lá)fiquei um mês, preferi ser auxiliar de cozinha num restaurante (que não foi muito melhor que a vivo). Ví gente entrando em depressão profunda, tendo que tomar remédio e tudo mais, desenvolver diversas síndromes etc, é um horror! Depois de um tempo, todos começam a fazer de tudo para conseguirem ser demitidos e ficam absurdamente felizes quando conseguem.
Dentro de um call center a estrutura é muito parecida com a de um campo de concentração (já percebí a mesma dinâmica em outras empresas)o poder lá dentro é dividido por um ente superior que nenguem conhece chamado "a empresa" e alguns se matam por estas migalhas de poder e quando conseguem, fazem tudo o que a posse de um pequeno poder permite, são kapos mesmo! estas grandes empresas despertam o pior em todos alimentado esperaças de subir e chegar mais perto do ente superior e ficar rico. Esses kapos perseguem, humilham, cobram desempenho acima das capacidades e sempre dizem que é "a empresa" que exige isso e que é preciso "vestir a camisa" blábláblá.
Quanto aos indianos terceirizados, as vagas para call center na minha cidade vão triplicar porque a vivo e outras empresas se mudarão para cá pois estão enfrentando muitos problemas na Índia e os brasileiros são mais "dóceis" aguentam mais e reclamam menos (isso saiu no jornal daqui).
trabalhar em tais locais é insalubre, estressante, ruim, horrível, só a necessidade faz com que pessoas trabalhem nestes infernos, que, além de tudo, paga mal pra caramba.
Eu quase nunca recebo ligações de telemarketing. Também, não tenho nada no meu nome e eles devem achar que eu não tenho dinheiro.
O engraçado é imaginar como eles conseguem nossos dados. Enche o saco. No dia que eu quiser um cartão X eu telefono pra eles e peço.
Mas de qualquer forma, eu tento sempre ser educada, porque sei que eu me estresso, mas eles se estressam muito mais. E têm que lidar com um monte de gente mal educada todo dia.
Lola, já assistiu [REC]? Vi essa semana. É o primeiro filme de terror a me dar susto em muuuuito tempo. Tem um remake americano chamado Quarantine. Não vi ainda, mas segundo as críticas ele é muito parecido com o original (inclusive cenas e enquadramentos), mas que a atriz do original é muito melhor e que as mudanças que eles fizeram na versão americana não acrescentaram em nada ao filme. Nem dá vontade de ver o remake por causa dessas críticas hahaha. Mas o original vale muito a pena.
Quando ligam para mim, querendo confirmar que sou eu, de cara já desligo. Ai, que ódeo de call center.
E sobre a lei... hm, vc realmente acredita que funcionará? Ontem mesmo fiquei mais de 20 minutos no Tim Business para pedir a segunda via da fatura de meu escritório! Não reclamei de nada, apenas queria a segunda via!
Grrrrr
Viu isso, Lola?
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1027006-5598,00-IGREJA+QUER+IMPEDIR+INTERRUPCAO+DE+GRAVIDEZ+DE+MENINA+DE+ANOS+EM+PE.html
hahaha...Andréa, minha mãe usa essa tática há anos e sempre deu certo!
:)
Um amigo me contou que tem uma tática infalível pros telemarketeiros que ligam: ele diz que tá desempregado. O pessoal se desinteressa rapidinho. E no caso do meu amigo nem é mentira...
Olha, gente, montes de comentários interessantes por aqui. Eu adoraria se alguém que já trabalhou num telecenter escrevesse um guest post contando a experiência. E aí, anyone?
Eu durei exatamente um dia na linha de atendimento do Santander. Preferi ficar desempregada a passar pelo nervoso que passei.
olá lola!!!
Bem, aqui é o outro lado do call center....
Trabalho num call center há um ano e dois meses. Sabe, eu gosto de trabalhar na empresa que eu trabalho. Não tanto do serviço porque é estressante (eu faço terapia e tomo medicação, mas isso já era antes do call center ) eu acho um trabalho importante. Vendo seguros de acidentes pessoais e vida.Tenho certeza que se as pessoas não tivessem o serviço de call center muitas famílias perderiam o chefe da casa e ficariam sem apoio financeiro.Muita gente não teria ganho a bolada que ganharam por meio de sorteios dos seguros, títulos de capitalização, etc... e realizado um sonho pessoal.
Muita gente diz que se quisesse o serviço iria atrás, mas não é verdade... primeiro porque não é da cultura do brasileiro ter seguro, segundo porque não paramos um minuto sequer do dia para ligar sequer para um amigo, quanto mais para ligar para um call center e pedir um seguro ou um cartão... ou até mesmo ir a uma agência e conversar com o gerente a respeito do assunto, terceiro, porque o telemarketing funciona mesmo. A vida é corrida pra todo mundo.
Nós temos uma meta de seguros para vender por mês, meu salário depende muito disso porque call center mesmo paga uma miséria,minha comissão é o que eu conto de fato todo mês.
Concordo que tem profissionais horríveis na área, mas a empresa que eu trabalho, mesmo terceirizada, se preocupa muuuuito com qualidade, e eu também. Eu trabalho com prazer, mas me estresso muiito. tive, ao longo desses um ano e dois meses, várias crises de choro, várias crises nervosas e até tentativa de suicídio... não foi pura e simplesmente por causa do telemarketing, mas ele ajudou bastante.
Acho que a idéia do a patroa não está é boa, porque se você não quer falar com o agente de telemarketing, o melhor é dizer que não está ou que não mora ninguém com aquele nome no local. Ninguém passa raiva... Mas saibam que perguntando ao atendente sobre tudo que ele falou, o cliente tem uma arma poderosa nas mãos, primeiro porque vai conhecer o que contratou e segundo, se pegar um funcionário que vende o que não existe, vai arrancar uma boa grana de indenização.
Para você ter uma idéia do alcance da coisa, o cliente para a qual minha empresa trabalha exigiu que só iria pagar uma bonificação se a equipe batesse a meta. Para as vendas que eu tinha no mês significava que ou eu teria ao término do mês 500 reais de salário ou 1630. ficamos até a noite num sábado do dia 31 de maio para bater a meta. Eu fiz a última venda. Se o pedreiro que me comprou o seguro tivesse na minha frente, acho que teria beijado os pés dele.
Se der para vc contratar o que lhe ofereceram, contrate, mesmo que cancele depois ( não esqueça de perguntar se tem multa...)mas você estará garantindo os empregos no ativo e receptivo, e quem ficou desempregado sabe a barra que é...
Tem as pausas NR 17, que é uma pausa de 10 minutos, uma de 20 e outra de dez. Mas onde eu trabalho é muito melhor do que eu escuto falar por aí com relação as regulagens para ir ao banhero, por exemplo.
Enfim... eu acredito que o telemarketing é um horror para quem não sabe trabalhar com ele ou para quem não entende ele, mas é uma forma de garantir o sustento de milhares de famílias... e tem seu lado bom também... tanto para o consumidor quanto para o atendente.
Agora vou falar o que não posso falar em linha.... tchau...
Mônica, muito obrigada pelo seu depoimento, gostei muito! Ontem mesmo estava falando com meu marido sobre telemarketing. As últimas três ligações que recebi aqui em casa de telemarketing foram de gravações, não de pessoas! Isso quer dizer que aquele argumento do presidente da associação de telemarketing no Brasil, de que se vierem muitas leis pra barrar o negócio, um monte de gente vai perder o emprego, não parece proceder. Se estão fazendo ligações gravadas, é sinal de que já tem muita gente perdendo o emprego, né?
Mas te desejo muito sucesso. Deve ser um trabalho pra lá de estressante esse seu. Eu não conseguiria, mas vc parece gostar. Abração!
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