segunda-feira, 16 de março de 2009

AS BORBOLETAS SABEM O QUE A MÍDIA NÃO ENSINA

Existem coisas fundamentais que não ensinam pra gente e coisas inúteis que somos condicionados a acreditar. Na minha época de escola, por exemplo, ninguém me mandava fechar a torneira enquanto escovava os dentes. Não me lembro como aprendi isso. Acho que não foi com os meus pais, não. Gostaria de crer que foi senso comum, que eu olhava pra água (potável!) indo pro ralo enquanto eu escovava meus dentinhos, e notava que as duas atividades não estavam relacionadas. Tipo, que eu poderia continuar escovando meus dentes mesmo com a torneira fechada. Imagino que hoje as escolas mencionem isso. Pelo menos, quando fiz estágio de pedagogia, vi um panfletinho dizendo que, com o que uma pessoa gasta de água escovando os dentes sem fechar a torneira, uma borboleta pode viver sua vida inteira. Acho uma analogia brilhante, porque nos ensina que não estamos sozinhos no universo. Toda vez que o maridão deixa a torneira aberta, grito pra ele: “Pensa nas borboletinhas!”.
Uma das maiores lições que aprendi na vida foi com mais de 26 anos. Eu estava visitando uma amiga em Floripa, e me ofereci pra lavar a louça da janta - algo que eu achava que fazia bem (e realmente é a única tarefa doméstica que eu sinto que faço bem. Jamais me ofereceria pra fazer a cama ou passar roupa, se você me entende). Lá estava eu, lavando a louça da minha amiga do único jeito que pensava ser possível. Ou seja, a torneira de um lado, abertona, e eu de outro, ensaboando e enxaguando os pratos. Minha amiga falou: “Puxa, é assim que você lava a louça? Detonando todas as reservas hidráulicas do planeta?”. Sinto pela falta de inteligência (eu ainda não tinha doutorado), mas eu não havia associado a possibilidade (obrigação?) de fechar a torneira enquanto escovo os dentes com a de fechar a torneira enquanto escovo os pratos. Foi uma das lições mais práticas que aprendi, já que lavar louça é algo que faço quase todo dia. E se minha amiga não tivesse me ensinado: eu teria aprendido sozinha? Não sei. A consciência ecológica hoje é muito maior que quinze anos atrás. Porém, a julgar pelo que vejo quando vou pros Jogos Abertos (faz uns três ou quatro anos que não vou; eu jogo xadrez e o pessoal pensa que sou mãe de alguma atleta), ninguém ensina essa lição. Sempre fico em alojamento, onde todo mundo come junto e lava seu próprio prato. Eu me revolto com a água desperdiçada. Ninguém fecha a torneira ao ensaboar os pratos! Às vezes eu tento conscientizar as pessoas (afinal, sou muito grata a minha amiga por ela ter me ajudado a evoluir). Algumas respondem: ah é, eu sei que é pra fechar a torneira, esqueci. Outras olham espantadas e perguntam se a atividade extenuante de fechar a torneira é realmente necessária. Ao explicar, já ouvi várias vezes: “Ah, mas nunca vai faltar água no Brasil!”. É uma total falta de cidadania, uma incapacidade de se ver como parte do país, do universo, do ecossistema. Não sei se é por jogar xadrez, mas felizmente minhas colegas de equipe costumam ser responsáveis, e vira e mexe a gente faz uma campanha de conscientização pra todo o alojamento.
A mídia nos ensina a ter uma necessidade insaciável de comprar coisas que não precisamos. Nos ensina que uma mulher deve se arrumar sempre, até pra ir à padaria, porque nunca se sabe quando o príncipe encantado vai aparecer. Nos ensina o que é ser uma boa mãe (dica: tem a ver com comprar mimos pro nosso pimpolho). Nos ensina a apimentar nossa vida sexual (dica: tem a ver com comprar lingerie). Nos ensina a preparar comida que vai fazer todo mundo dizer Hmmm! (dica: tem a ver com comprar ingredientes caros e ter uma cozinha equipada. Opa, tô começando a perceber um padrão aqui). Mas não nos ensina a fechar a torneira enquanto lavamos a louça, nem outras coisas práticas pro dia a dia. Coisas assim: aqui em casa tem muito cupim. E às vezes tem aquela revoada nojenta dos cupins alados (siriris, aleluias, sarará, sei lá o nome). Eles voam em torno da luz, perdem as asinhas, e depois cada casal se acasala e vive feliz para sempre, formando uma nova colônia dentro do nosso armário. Tem aquele truque infalível que imagino que você conheça. É só colocar uma bacia com um pouco d'água embaixo da luz que todos os bichinhos asquerosos e suas asinhas repulsivas caem na bacia. Quando acaba a orgia, basta jogar fora a água dessa bacia (de preferência na privada, economizando uma descarga). É limpo e eficiente. Pois bem, nunca vi isso na TV, revista ou jornal. Não lembro quem me ensinou, mas definitivamente não foi a mídia. Não, a mídia só ensina a comprar inseticida.
E voltando ao tópico de escovar os dentes: você sabe como é anúncio de Kolynos, Colgate e demais marcas, né? Vemos pessoas com os dentes mais brancos do mundo (daqueles que literalmente iluminam o ambiente) sorrindo sem parar. Chega um momento no comercial em que a modelo se prepara pra realizar o ato mais importante de sua existência (escovar os dentes, ué. Deve ser o ponto alto do dia!). Aí a câmera exibe, em detalhe, a modelo colocando metade da pasta de dente do tubo na escova. Aquele creminho que dá volta na escova, sabe? Que faz curvinha pra cima, porque não cabe em linha reta. E se a gente vê imagens assim todo dia, vai acreditar que aquela é a única forma de pôr pasta numa escova. Eu pelo menos nunca vi um comercial mostrando alguém pondo um tiquinho à toa de pasta. Não, tem que ser a pasta que faz curvinha pra cima. Isso sem falar que o furo da pasta dental já é enorme, tornando impossível colocar só um tiquinho de pasta. Mas pergunte a um dentista sem patrocínio da Colgate se é imprescindível colocar aquela quantidade absurda de pasta na escova. Um pouquinho de pasta já faz espuma, e quase tudo vai pro ralo mesmo.
Com papel higiênico, ficaria um tanto escatológico um comercial nos mostrar uma modelo (aliás, teria que ser um modelo, porque mulher delicada não faz cocô) usando metade do rolo cada vez que vai ao banheiro. Então o que faz a publicidade? Mostra uma criancinha com o bumbum de fora andando por um corredor, com uma trilha de papel higiênico (limpo, branco, virginal) atrás dela. Ou um cachorrinho abrindo um rolo inteiro, sem morder, rasgar ou babar, que cachorro não é dessas coisas. A intenção é a mesma: que a gente fique com a imagem de um rolo inteiro de papel higiênico (que estão cada vez menores, mas o preço segue igual) quando usar o banheiro. Essa imagem encravada na nossa cabeça é que vai determinar a quantidade de papel higiênico que usaremos. Mas as borboletas sabem que podem viver bem com muito menos.

P.S.: Sempre vale a pena ver (e rever) o excelente vídeo A História das Coisas (The Story of Stuff). Deveria ser passado em todas as escolas. Aqui, a versão dublada.

48 comentários:

Alfredo disse...

Odeio borboletas.. por mim nao passam de baratas disfarçadas. Mas mesmo assim amei seu texto. Muito educativo e extrema importancia ao planeta. Ele deveria ser mostrado na rede Globo nos comerciais das novelas. Eu por exemplo, so dou a descarga no final da noite quando vou dormir, ou seja, acumulo umas quinze mijadas, ja que sou homem e consumo muita agua, refrigerante, e suco durante a minha existência inutil.

Beijos.

Anônimo disse...

Lola, adorei o texto.
Impressionante como não nos damos conta do disperdício de recursos naturais no nosso cotidiano...

Beijos

Anônimo disse...

Mas mesmo que a mídia tente ensinar, parece que não adianta. Mesmo com campanhas de economia de água, é comum, por exemplo, eu ver pessoas que lavam a calçada usando a mangueira como se fosse vassoura, espirrando a água só para empurrar folhas e outras sujeiras, ou então simplesmente deixando a água cair no chão (devem pensar que calçada molhada é calçada limpa). Pô, calçada, lugar da rua, sujo, onde todo mundo pisa, pra que usar água? Preguiça de varrer. Se a pessoa não está disposta a melhorar seus hábitos, é difícil que alguma coisa ensine.

b disse...

Adorei a dica dos siriris.....

Adorei o texto...

costumo dizer que publicitário (acompanhado de advogados, médicos e religiosos) são do demônio....

Giovanni Gouveia disse...

Tem um creme dental fabricado aqui em Pernambuco que a propaganda é "Basta um Pingo"...

Lari Reis disse...

Eu gostaria de ser uma pessoa ecologicamente correta. Aqui em casa, o pessoal já entendeu um pouco da importância da água, tento passar isso pra eles e sempre aviso para fecharem a torneira. Quando lavo o cabelo, costumo fechar o chuveiro enquando passo o shampoo e evito lavar minhas calcinhas no chuveiro =D É muita água correndo pra uma pecinha de roupa, melhor lavar na pia, assim controlo a torneira!
Já fiz um progeto para reciclar os lixos aqui de casa, mas ele ainda não foi aceito pelo restante dos moradores. Já estou planejando campanha nova!
E ah, eu choro toda vez que vejo a mata da UFMG pegando fogo. Além de ficar indignada com a vizinha que recolhe e queima as folhas da árvore do seu passeio todos os dias =(

BEijo;*
E continue lembrando o pessoal de fechar a torneira!

Andrea disse...

Lola, essa da torneira para lavar a louça foi meu pai que pegou no meu pé, e bastanteeee. Mas aprendi com custo e vejo hoje a importância. Também sinto que falta sim educar mais as pessoas desde pequenas para desenvolver essa consciência de que o que é praticamente nada para nós pode ser muito para um outro ser.
Lindo texto, bastante "food for thought" pra começar a semana.
Abraço!

Ana Cristina Powell disse...

Lola, seu texto me lembrou dois artigos incriveis que li no Guardian sobre o desperdicio de papel higienico (principalmente nos Estados Unidos)e o que isso significa pro nosso planeta. Eu ja era super consciente agora nem quero mais ir ao banheiro. :) Pena que nem lembre que dia li os artigos nem quem escreveu mas da pra fazer "search" no Guardian.
Um dos textos eh pela volta ao uso de agua ao inves de papel higienico (principalmente aqueles "ultra soft" que vendem aqui nos EUA)pra salvar o planeta. Eh coisa seria mesmo.

Mica disse...

Tenho tentado economizar quando lavo a louça (mas foi um trabalho árduo de aprendizado...foi realmente difícil deixar de lado o barulhinho agradável da água correndo que me dava uma sensação de limpeza por si só), mas sinceramente na hora de escovar os dentes é um parto. Como não molho a escova antes de começar a escovar, consigo só ligar a torneira na hora de enxaguar, mas sempre volto a escovar depois de enxaguado, e não consigo deixar a torneira fechada nessa hora. É um suplício. Sempre tento me policiar.
Agora, papel higiênico não dá. Simplesmente não consigo economizar. Não sei mais o que faço. Não querendo ser escatológica, mas será que existe uma maneira de limpar de verdade sem gastar tanto papel? Pq eu não consigo, é sério :-(

E mudando um pouco de assunto, Lola, fui ao cinema ontem assistir Watchmen. Amei o filme, em especial o final que é bem diferente de outros filmes de tema parecido. Mas teve uma cena em especial que me lembrou muito você e seus textos feministas.

Anônimo disse...

É difícil mudar um hábito - se você faz uma coisa de um jeito por muito tempo, adquire um 'tique nervoso' que você só percebe quando tenta mudar. Eu por exemplo não consigo fechar a torneira na hora de escovar os dentes - eu 'tenho' que ouvir o maldito barulho da água indo pro ralo! Mesma coisa na hora de maltratar a cerâmica... eu abro a torneira! Ainda não consegui achar um 'substituto' ecologicamente correto para o barulho da água no banheiro :(

Luma disse...

Aqui na minha rua tem uma mulher que tooooodo dia lava a calçada dela e a do outro lado da rua com mangueira. Um desperdício só.

Falaram aí do comercial da pasta de dente Even, que diz que basta um pingo. Gente, nem precisava falar isso pra eu comprar. Com o Gianecchini falando eu compro qualquer coisa hahaha

Alfredo disse...

Lola... vc vai morrer com essa noticia!!! os britanicos acham aceitavel bater na namorada....


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1035589-5602,00-UM+EM+CADA+SETE+BRITANICOS+ACHA+ACEITAVEL+BATER+NA+NAMORADA+DIZ+PESQUISA.html

Tina Lopes disse...

Quando morei no interior de SP eu tinha taquicardia de sair cedo, a pé, de casa. Era um tal de tiazinhas lavando calçada e rua, conversando com a mangueira aberta... quase já arranjei briga por isso. Daí um dia aumentaram a tarifa básica e o desperdício lá reduziu um pouco. Um pouco: lá é quente e piscina, banho de mangueira, lavar carro, calçada, são momentos de lazer pra eles. Eu sou super hiper econômica com água, luz, gás, tudo. Não me conformo com desperdício. E pra Nina, quando ela demora pra lavar as mãos, eu grito: "Olha a água dos peixinhos!" e ela desliga correndo, imaginando que está esvaziando um rio.

L. Archilla disse...

eu tive a sorte de num dos meus primeiros anos de escolarização ter rolado a ECO-92, então virou moda as escolas trabalharem pesado na conscientização ecológica. sou eco-xiita desde criancinha! ahaha brincadeira... porém, na época a tônica não era a questão da água, e sim da derrubada de árvores e matança de animais em extinção. eu fiz um teatrinho onde eu era a flor huauhauhauhauh... eu e mais umas 20 crianças da minha classe... aí tinha a classe das árvores, dos destruidores, etc. enfim, acho super importante esse tipo de trabalho, mas realmente é difícil convencer uma criança a fechar a torneira quando se escova os dentes, se na sua casa ninguém faz isso. e, pra convencer um adulto, a gente escuta os contra-argumentos mais ridículos possíveis. eu juro q tenho vontade de resolver com uma metralhadora.

Ju Ribeiro disse...

eu me dei conta de que não devia jogar lixo ainda, quando meu pai carinhosamente chamou a minha atenção.

me tornei uma paranóica com esse lance de água e luz na época do racionamento (lembra?).
eu chego a ser insuportável.

Ju Ribeiro disse...

ah, eu tenho vontade esganar quando vejo esses boçais tacando lixo pra fora dos carros/ônibus - pra se ter uma ideia, as minhas bolsas viram verdadeiras lixeiras - queimando lixo e lavando rua/calçada.

Alfredo disse...

Lola... a Danusa Leao ofendendo os seus santos....

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=371456&tid=5308052258955687411&start=1

Somnia Carvalho disse...

Lola,

legal o post! Ja pensei milhares de vezes num post sobre desperdício de água e nossa responsabilidade ecologica e nunca escrevo!

falando do que a gente aprende e nao é na midia, eu nunca mais pude ser a mesma depois de passar 1 mes e meio no sertao alagoano trabalhando como voluntaria de um projeto social da minha epoca de facul. A falta de agua para tomar banho, para cozinhar, para beber etc foi a maior licao que tive. A gente tomava uma agua escura, com bichinhos nadando nela e via o sofrimento do povo para buscar agua ha dezenas de quilometros no meio do lamaçal...

E eu tambem sempre achei que tinha consciencia, como voce ai lavando sua louca! eu nao deixava a torneira ligada, nunca deixei e me da uma dor na espinha quando vejo alguem fazendo... mas sabe o que eu adorava fazer: tomar banhos muuuito longos, porque eu me sentia no direito de relaxar depois de um dia todo de trabalho...

eu nao tomo banho de 3 minutos, mas eu nunca mais achei que a agua caindo sobre mim era algo que eu merecia! foi uma licao que as borboletas me ensinaram tambem.

Anônimo disse...

Podiam mostrar para essa gente que desperdiça uma estação de tratamento de água para virem o trabalho que é deixar a áqua em condição de potabilidade.

Juliana disse...

Houve uma época em que eu tentava colocar a pasta de dente com a curvinha... haha. o que os dentistas dizem é que nem pasta de dente precisa se a escovação for bem feita. mas a gente é bombardeado com "doze problemas bucais??" (enquanto existem o q... cinco?)

Somnia Carvalho disse...

Lola, devo confessar que seu titulo "enganativo" me fez pensar que voce estaria falando de como os blogs com nome de borboletas ensinam coisas legais sobre a midia!
haha... viagem total na maionese!

E ainda tem uma declaracao do asnalfa dizendo que odeia borboletas! To peldida!

Sheryda Lopes disse...

Tem uma pasta que faz o comercial botando só um tiquinho na pasta, Lola. Não lembro a marca, mas o garoto-propaganda é o Gianechini. Mas faz tempo que não vejo o comercial e também não sei o nome da pasta.

Um xêro cearense!

Anônimo disse...

Foi Natureza, foi mal galera! Todo o esforço que faço para economizar a água que sai da torneira da pia, do tanque, etc... é compensado pela demooooora no chuveiro. Sim, é o meu ponto fraco!

Leila Silva disse...

O pior é que algumas pessoas te olham com um pão duro quando você sugere moderação no consumo de energia, água...não entendem a coisa como 'coletiva'.

Eu tento, mas tem dias que eu também ponho tudo a perder quando entro debaixo do chuveiro...
Abraço

Anônimo disse...

lola, amei seu texto! e como conheci seu blog mais ou menos no fim do ano passado, ele nao me deixa trabalhar! todo dia entro e leio, leio, leio, minha meta é ler ele inteiro!
um beijo.

Anônimo disse...

Oi, Lola!!!

Muito legal o que você falou sobre as pastas de dente. Na verdade, o tamanho da entrada da pasta é grande exatamente para sair mais do tubo. Li um trecho de uma entrevista em que o cara disse que esta foi a forma como a indústria de pasta de dente achou para estimular o consumo das pessoas.

Eu sempre usei muito pouquinho porque foi assim que minha mãe me ensinou quando eu era pequena. Quando eu fui na casa da minha amiga, ela me viu escovando os dentes e achou que eu estava colocando pouca pasta por educação. Quando ela foi escovar os dentes, ela colocou muita pasta, eu estranhei bastante na época.
Nunca achei que propagandas tivessem qualquer benefício pedagógico.

lola aronovich disse...

Tadinhas das borboletas, Asnalfa. Elas pelo menos têm asas bonitas. Eu também bebo muita água e, apesar de não considerar minha existência inútil, faço muito xixi. Não contei quantas vezes vou ao banheiro, mas são muitas, já que bebo uma média de 6 litros de água por dia. Também não dou descarga a toda hora, não. Bem lembrado.


Chris, pois é, cada um tem que viver tentando impactar os recursos naturais do planeta o mínimo possível.

lola aronovich disse...

Gustavo, é uma tristeza mesmo. Mas pensa só: como aprendemos as coisas? Na escola, com os pais, com a mídia? Se a gente acha que a mídia nos influencia em tantas coisas negativas, por que ela não pode nos influenciar positivamente? Se esse tema de não lavar calçadas, não deixar a torneira aberta etc fosse tratado nas novelas e filmes, é claro que teria um impacto sobre a população. É só a mídia querer... Mas tem que martelar mesmo a cabeça das pessoas, como a mídia faz com o nosso velho “compre... compre... compre”.


Thiago, vc não conhecia a dica dos siriris? Ela é super útil. Tente da próxima vez.

lola aronovich disse...

Gio, que ótimo! Obrigada pelo link. Gostei muito. Mas faltou o Gianechini que duas leitoras mencionaram. Ele tá nesse comercial?


Lari, há há, eu tb choro quando vejo mata (qualquer uma) pegar fogo. Penso nos animaizinhos que morrerão, além das plantas, claro. Mas que bom que vc tenta influenciar as pessoas ao seu redor, com projetos de reciclagem e tudo mais. Parabéns! Se cada um fizer a sua parte, a gente muda o mundo!

lola aronovich disse...

Andrea, que bom que seu pai foi persistente e pegou no seu pé até vc aprender. Sei que não é fácil mudar os nossos hábitos, mas é fundamental. Eu pego bastante no pé do maridão. Hoje ele não deixa a torneira aberta ao lavar a louça como ele fazia antes, mas ainda assim preciso lembrá-lo constantemente. Que bom que vc achou esse texto “food for thought”. Gosto dessa expressão!


Ana, ish, falar de papel higiênico é sempre complicado, meio escatológico... Mas sei que os americanos são campeões em gastar rolos e rolos (assim como eles exageram no consumo de tudo). Tomara que com a crise eles aprendam a gastar menos, pro bem do nosso planeta. Bom, sem dúvida que limpar o bumbum com água deve ser mais eficaz e higiênico que com papel, além de mais ecológico. Mas hoje em dia mal tem casa com bidê...

lola aronovich disse...

Samantha, então, leia o comentário aí de cima. Eu particularmente nunca gostei de bidê. Faz muito tempo que não vivo em casa com bidê, mas, mesmo quando morava, usava muito pouco. Até porque a gente tá sempre com pressa, e bidê gasta tempo (e eu ficava molhada, precisava tirar tudo). Mas concordo totalmente com isso das descargas dos aviões. Não tem nenhuma justificativa pras descargas gastarem a água que gastam.


Mica, tem isso do barulhinho, de ouvir a água, né? Mas isso tb tem que ser influência da mídia! Se vc aprendeu como lavar os pratos, aprenda como lavar os dentes. Eu acho bom molhar a escova antes de começar. A pasta rende mais. Sobre papel higiênico, olha, é difícil. Eu tento usar pouco papel, mas... Mas pode ter certeza que a gente gasta muito menos que os americanos!
Quero muito ver Watchmen, ainda mais dessa cena polêmica que vc e o Cavaca mencionaram. Torça pra que chegue aqui em Joinville!

lola aronovich disse...

Luis, é muito difícil mesmo. Mas a gente consegue mudar muitas coisas, não? Ou será que tudo que a gente aprende é na infância? Acho que não! Por que essa obsessão de tanta gente com o barulhinho de água? Eu sempre penso que a água que tá indo pro ralo é água que eu (e outras pessoas) poderiam estar bebendo.


Luma, total desperdício! A minha vizinha também faz isso. Não é todo dia que ela lava a calçada, mas deve ser umas duas vezes por semana. Ah, sobre a pasta, o Gio pôs o link. Mas não tinha o Gianechinni! Cadê ele?! Eu quero!

lola aronovich disse...

Asn, eu já tinha visto essa notícia sobre os britânicos. É lastimável mesmo. Mas só mostra como os países desenvolvidos não são tão desenvolvidos assim...


Tina, putz, isso também me tira do sério. Eu olho pra água indo pro ralo e penso que essa é a MINHA água. É o meu planeta! Sou a favor que haja tarifas diferenciadas pra casas que gastam mais água. Tem que pesar no bolso, talvez assim aprendam. Ótimo o “olha a água dos peixinhos!”. Fico feliz que a Nina esteja no caminho certo.

lola aronovich disse...

Lauren, é verdade, que bom que vc lembrou! Imagino que na época da ECO 92 todas as esolas devem ter tratado do assunto. E isso é ótimo. Pelo menos tornou vc uma eco-xiita. Como eu disse, não aprendi isso na escola, não. Nem em casa. Foi bem depois de adulta. Sei que precisamos ter paciência com as pessoas, mas às vezes não dá. Algum dia vamos nos prender juntas a uma árvore que está pra ser derrubada.


Ju R, eu acho que tb sou insuportável, mas é por uma boa causa. E isso de jogar lixo na rua? Não consigo entender como as pessoas fazem isso!
Quando alguém joga lixo pra fora do carro, eu tenho vontade de pegar o lixo e perseguir o carro. Hoje em dia eu falo mesmo.

lola aronovich disse...

Somnia, nunca é tarde: escreva alguns posts ecológicos vc também. Quem sabe a gente convença alguém? Puxa, isso de passar um mês no sertão alagoano deve ser uma lição inesquecível mesmo. Que horror isso de tomar água com bichinhos nadando nela! Eu não conseguiria. E enquanto isso quem tem acesso à água potável a usa pra lavar calçada! Como é que pode? É, meus banhos também duram mais do que deveriam, principalmente quando lavo o cabelo (dia sim dia não). Mas eu tento me lembrar das borboletinhas...



Asnalfa, a opinião da Danusa Leão é sempre a mesma. E não me interessa.

lola aronovich disse...

Débora, é mesmo. Essas excursões ecológicas funcionam! Pelo menos levar as criancinhas seria uma boa lição pra toda a vida...


Ju B, ah, sem pasta pra mim não dá. E o mau hálito? Mas claro que dá pra usar aquele pouquinho que a pasta “Basta um Pingo” apregoa.

lola aronovich disse...

Somnia, sinto pelo título “enganativo”. Eu tô me especializando nisso, né? Primeiro foi aquele dos “bons motivos pra não votar na Dilma”...


Sheryda, então, veja o link que o Giovanni deixou mais em cima. Só que não tem Gianechini nenhum lá! O nome é Basta um Pingo, né? Pelo jeito é uma marca que só circula no Nordeste?

lola aronovich disse...

Luiz, eu também levo mais tempo embaixo do chuveiro do que deveria! Bom, se pelo menos a gente se ensaboasse com a torneira fechada... Eu tento fazer isso. Às vezes.


Leila, como vc disse, não é uma questão de economia. A minha conta de água aumentaria pouco, imagino, se eu escovasse os dentes/lavasse os pratos com a torneira aberta. Eu poderia pagar. Mas é uma questão de cidadania. Pra que o desperdício?

lola aronovich disse...

M, que bom que estou atrapalhando seu trabalho! Leia um pouquinho do blog todo dia que já já vc lê tudo. Abração!


Milla, é uma beleza o que os fabricantes fazem pra que nossos produtos durem menos e a gente tenha que gastar mais e mais. Existem departamentos inteiros só pra explorar esse lado! Eu certamente usava muito mais pasta de dente antes de virar eco-xiita (que, sorry, pra mim é elogio, não insulto). Vc tem razão: propaganda não tem benefício pedagógico. Mas a mídia não deveria ser só propaganda, né?

Ju Ribeiro disse...

lola,
esse lance de perseguir o carro me lembrou uma cena que meu namorado presenciou aqui no rio, na presidente vargas.

ele estava a poucos km da faculdade parado atrás do ônibus - este estava parado no ponto do ônibus. na calçada tinha um gari varrendo. algum engraçadinho tacou uma latinha de refrigerante de dentro do ônibus na direção do gari, provavelmente para este pegar do chão.
o gari pegou, esperou um pouquinho e quando o ônibus ia arrancando, o gari VUPT! jogou de volta pra dentro do ônibus. uhauhauhauahauhauhauahuahuahauhauhauhauha!!!!

Anônimo disse...

uhauhauhauahauhauhauahuahuahauhauhauhauha!!!!
Tá eu tomei emprestada a gargalhada de outrem aí de cima e colei pra facilitar meu lado ehehehe
Mas veja só Lola eu ia dormir, são mais de 2 horas e resolvi dar uma passadinha aqui...
Mas bah este artigo tá tudibom.
Tá super engraçado e fofo!
Lola tomara que voce dure 100 anos e mantenha essa cabeça assim com este jeito super leve e agradável de escrever. Amei este texto.
Bom o texto tá dez daí eu li o primeiro comentário e adorei tambem!Eu ri muito com essa franqueza do menino.
Daí li todos!
Olha esse lance da água eu sei um pouco. Meu marido trabalhou 30 anos com Água, ele tanto fez redes e reservatórios quanto administrou o setor de operações, ETAs, etc. A água é um elemento
A P A I X O N A N T E!
Quando morávamos numa casa, tínhamos um casal de cães da raça boxer, canil, casinha etc, e uma área enorme com calçada, meu marido instalou uma caixa que era abastecida com água não tratada puxada do subsolo. Com um motor a gente lavava calçadas, canil, carro e até abastecia a máquina de lavar roupas. A água tratada é um bem tão grande que a gente não faz idéia. O lance da escovação e da lavação de louça atualmente já vem sendo ensinado nas escolas.
Pôxa preciso ir dormir, amanhã algumas tarefas me aguardam.
Uma coisa que talvez ajudasse seria o aproveitamento das águas de chuva.
Tá eu demoro a lavar as louças, elas se acumulam, acabo economizando água né? Lola eu sei que não devia mas estou com vontade de brincar então lá vai: vc sabia que o povo da roça usava o sabugo do milho como papel higiênico hahahahahah E mais, amiga minha foi na Índia e disse que lá não usam papel higiênico. Será? Acho que não entendi bem e na hora fiquei com vergonha de perguntar.
Tá eu vou parando por aqui. Só mais uma coisa: tô ajudando o planeta porque depois que vim pro apê (há dez anos), nunca mais lavei minha parati, aquela do ano 1996. Ela é branca é tá branca! Qual meu segredo? É simples: quando dá uma chuvarada eu saio a dirigir passeando...
Mais uma vez PARABÉNS LOLA, você é muito divertida!!!

Anônimo disse...

Lola, a propósito de desperdício x consciência, o vídeo abaixo é excelente. Compartilho-o contigo (e com quem mais quiser). Um abraço.

http://videolog.uol.com.br/video.php?id=353307

Anônimo disse...

LOLA, ainda bem que você existe. Sem você, seríamos mais pobres, menos informados, menos ecologicamente corretos, menos felizes....

Anônimo disse...

Lola bom dia! Hoje sem sono (porque já dormida), estou menos deselegante ehehehe mas faltou dizer algumas coisas com este seu post. Um dia resolvi fotografar o affair dos cupins. Aff como eles são interessantes! Sabe que eles não ficam cara a cara, nunca se alinham paralelamente? Esquisito eles fazem o que chamei de " conexões de ponta" eheheeh fiquei curiosa. Ah Lola aqui em casa estamos dormindo de touca e óculos pois os cupins passam a noite (e o dia) chutando aqueles pequeninos grãos na nossa cara...estou indo à loucura com esses insetos! Ainda bem que temos dois casais amigos aqui que nos ajudam, são o Larg & a Aticha e o Ara & a Nhão que se revezam comendo cupim. A Aticha inclusive está enorme, hipernutrida. Fatima

lola aronovich disse...

Fátima, o Anônimo só pode ser vc! (tá na hora de abrir uma continha, né?). Ah, eu adoro leitoras que ao invés de dormir vem aqui ler o blog às duas da manhã! Ótimo vc ter se identificado com ele. Sabe, meu sonho de consumo é ter uma casa auto-sustentável, com eletricidade solar, água captada da chuva e do subsolo, essas coisas. Outro dia choveu muito e eu decidi colocar 3 baldes no jardim pra ver o que eu conseguia captar de chuva. Não deu muito certo. É bem pouca água que caiu nos 3 baldes. Deu pra uma descarga apenas. Na hora de lavar roupa (que sempre acumula), eu aproveito a água do tanque pra descarga tb. Já minha mãe a usa pra lavar o quintal. Mas taí, né? Que tal levar todas as crianças em idade escolar pra aprender como se trata a água? Desse jeito elas ficam marcadas pra sempre e, quem sabe, podem influenciar os pais. Sem falar que criança ADORA excursão escolar. Eu vi no estágio de pedagogia, quando promovi um passeio com duas turmas e um guarda florestal. As escolas simplesmente não aproveitam tanto quanto deveriam a disposição desses profissionais pra vir e falar com os alunos.
Sabugo de milho? Ugh! Bom, papel higiênico deve ser um luxo pra boa parte do mundo, não há dúvida. E que bom saber que sua Parati continua branca mesmo sem ser lavada há 13 anos! Eu fico com um pouco de pé atrás com carro branco, mas vc tá demolindo meu preconceito.

lola aronovich disse...

Ju R, legal o gari ter jogado a lata de volta! Bem-feito. É uma falta de respeito total com esses profissionais. Aliás, há vários estudos que mostram como o pessoal que limpa (na rua, nos escritórios - talvez nas casas, como donas de casa?) é invisível. Ninguém fala com eles. Ninguém os nota.



João, obrigada pelo vídeo. Eu já havia escrito sobre ele aqui, mas não conhecia a versão dublada. Excelente! Acho que todas as classes deveriam passá-lo ao seus alunos. Engraçado como tem sempre um pessoalzinho que associa falar de desperdício com ser de esquerda e contra o capitalismo. O que faz sentido, claro.

lola aronovich disse...

Anônimo, não captei ironia na sua mensagem, então vou aceitá-la de modo literal e agradecer. Muito obrigada. Faço o que posso.



Fátima, bom dia! Eu continuo com sono. Acho que estou indo dormir muito tarde (2 da manhã) e acordando às 8. Semanas assim... Preciso voltar a dormir pelo menos 7 horas por noite.
Ai, cupim é tão nojento! Que desgraça isso de ter que dormir de touca e óculos por causa deles. O certo seria contratar um tamanduá. Sério mesmo. Acho que não existe nada mais eficiente.

Somnia Carvalho disse...

Louula,

voce e maluquetica mesmo! nao acredito que vc consegue responder tanta gente com tanta atencao!

obrigada pelas respostas!

ah! quando vi seu post do concurso eu dei risada sozinha.. voce lembrou eu mesma quando tinha uma tese para escrever e ia pintar a casa inteira de minhas amigas, criava concursos de poesia ou redacao onde dava aula, mudava os moveis e por ai ia!

acho que a explicacao e que gente ativa demais precisa de mais e mais adrenalina para funcionar. Vai ver e isso! haha! ah! e sua tese anda bem? ou voce ta quase usando a camiseta que uns amigos meus tinha na unicamp? se perguntar de tese mando voce pro...