quinta-feira, 23 de setembro de 2021

O AFEGANISTÃO TAMBÉM PODE SER AQUI

Reproduzo o texto da Cepia (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação) e do Católicas pelo Direito de Decidir sobre a situação das mulheres quando a política é dominada pela religião:

Confinadas ao espaço doméstico, proibidas de sair às ruas, estudar, trabalhar, participar da vida política, de frequentar serviços de saúde, submissas e submetidas à violência doméstica, ao casamento precoce, ao estupro, à mortalidade materna. É assim que o regime Taliban tratou mulheres e meninas quando detinha o poder no Afeganistão, poder que recuperou agora com a falência da ocupação americana no país.  

Invisíveis dentro de burcas, as mulheres e meninas têm morte civil no regime Taliban.  Elas serão regidas por uma interpretação radical e fundamentalista pela sharia, conjunto de leis derivadas do Corão.  

Mesmo se esta situação é um exemplo extremo da submissão das mulheres, alertamos para o fato de que não se trata de um ponto fora da curva pois, em diversos países, inclusive no Brasil, mulheres e meninas são constantemente ameaçadas de perder direitos em nome de uma cultura patriarcal amparada na interpretação de textos sagrados como a Bíblia, ou os Evangelhos. 

Mulheres e meninas são sempre as principais vítimas quando religião e política se misturam em regimes conservadores que advogam o cerceamento de seus direitos, e questionam sua plena igualdade no casamento, seu direito a uma educação norteada pela igualdade de gênero, e não respeitam a sua autonomia sexual e reprodutiva. Isto está acontecendo hoje no Brasil, onde avança a combinação tóxica de religião e política. 

O Afeganistão também pode ser aqui. 

4 comentários:

Anônimo disse...

a) Lola sou sua fã amo seu blog

b) Vc viu o triste caso de uma adolescente estuprada em Minas Gerais que passou por uma verdadeira agonia para conseguir o aborto legal ? O caso está na página Feminismo sem demagogia no Facebook. Eles querem acabar com os nossos direitos

c) Ano que vem tem eleições vamos eleger candidatos comprometidos com a causa de defesa das mulheres os coletivos feministas que são excelentes alternativas Temos que eleger um corpo legislativo progressista

Anônimo disse...

Lola vc está acompanhando o caso do Nego do Borel na Fazenda ? Ele está sendo acusado de estupro

Lola Aronovich disse...

Não estou acompanhando. Vi q tem algo nos trending topics do Twitter relacionado a estupro e Record desde que acordei, mas procuro ao máximo não falar de reality shows como BBB, a Fazenda e outros. Creio que esses programas procuram colocar personagens assim torcendo para que estupros e outras barbaridades aconteçam, para gerar polêmica e, assim, audiência.


Anon das 12:27, é este caso que saiu na Agência Pública? https://apublica.org/2021/09/juiza-nega-aborto-legal-para-menina-vitima-de-estupro-e-teria-exposto-sentenca-no-whatsapp/ Semana que vem, dia 28/9, é uma data importante para a legalização do aborto. Pretendo escrever sobre isso. Obrigada por lembrar!

titia disse...

Simone de Beauvoir avisou que os direitos das mulheres são os primeiros a serem questionados na menor crise que aparecer. Mulheres nunca podem contar com respeito. As mulheres afegãs já devem ter aprendido isso, e espero que decidam fazer como as mulheres de Rovaja, peguem em armas e metam bala sem dó no Talibã.

Religião é puro lixo. Só serve pra criar ódio e legitimar/legalizar opressão.