quinta-feira, 8 de abril de 2021

HENRY, 4 ANOS, MORTO PELO PADRASTO DISCIPLINADOR

Só hoje, agora que a mãe e o padrasto foram presos, é que fui me informar melhor sobre a terrível morte de Henry Borel, de 4 anos, que chegou sem vida a um hospital no Rio há um mês. 

Que caso tenebroso, desses que fazem a gente chorar! Lógico que a morte/ assassinato do menino está tendo tanta repercussão porque envolve gente de classe média/alta, mas não deixa de ser tenebroso por isso. 

O principal suspeito é um jovem vereador, um tal de Dr. Jairinho (nunca tinha ouvido falar), que foi eleito primeiro pelo Partido Social Cristão, depois pelo Solidariedade. É da mesma turma de Bolso e Flor de Lis, aquela que diz defender a família, a honra, a ética, os bons costumes. Certamente um homem de bem. Já estava no quinto mandato. Agora ficamos sabendo que ele tem histórico de bater nos enteados e na ex. 

A desculpa dada pela mãe de que Henry caiu da cama ou do sofá (ela alega que o encontrou deitado de madrugada no chão do quarto) não se sustenta, já que as múltiplas lesões no corpo do garoto não poderiam ser causadas por uma queda de curta altura. 

Com a ajuda da tecnologia, a polícia conseguiu recuperar mensagens de celular trocadas entre Monique e a babá de Henry que narra, em tempo real, que Jairinho estava trancado num quarto com o menino. Isso no dia 12 de fevereiro. Ou seja: a mãe sabia dos maus tratos. E mesmo assim continuou com o vereador, sem proteger seu filho, e mesmo assim mentiu pelo namorado nos depoimentos. No dia seguinte ao enterro do filho passou a tarde num salão cabeleireiro, o que já levantou as suspeitas dos investigadores. 

Não concordo com quem diz que Monique é pior do que Jairinho. Ela não matou o filho. Mas certamente foi conivente, foi cúmplice, deixou as coisas acontecerem. Até agora não há indícios de que ela sofreu ameaças do namorado para não contar. Creio que a ficha ainda não caiu pra ela do horror do qual ela fez parte. Assim que cair, vai arranjar um advogado diferente (por enquanto é um só que defende o casal), e vai acusar o namorado. Ainda assim, será condenada. Merecidamente.

Imagino que nem Jairinho e muito menos Monique tinham a intenção de matar Henry. O vereador, numa mistura de psicopatia e desejo disciplinador, provavelmente acreditava estar "consertando" o menino com suas sessões de tortura. Assim como há muitos adeptos do "um tapinha não dói" e "uma palmada forma caráter" -- ou seja, da covarde violência doméstica como medida educativa --, Jairinho achava que chutes na cabeça e socos no fígado iriam ensinar Henry a respeitá-lo. Talvez ele nem se arrependa do que fez. Arrependimento, só de não ter controlado a sua força. 

Henry certamente não é a primeira nem a última criança a morrer por apanhar demais de quem deveria amá-lo e protegê-lo. Mas sempre dói constatar como podem ser cruéis os adultos da nossa espécie. 

19 comentários:

Cão do Mato disse...

Mas é ÓBVIO que a mãe é pior do que o padrasto. Ela é a mãe. Tinha a obrigação moral e legal de protegê-lo.

Anônimo disse...

Eu não sei se ela é pior, mas só pq do outro lado há um sujeito sádico que tortura crianças. Acho que o cara é perturbado. É filho de miliciano, talvez tenha sido torturado quando criança. Vai saber. Fato é qué vinha cometendo essas barbaridades faz tempo impunemente. Espero que fique preso e nunca mais possa torturar ninguém. A mãe pode não ser sádica mas traiu o amor do filho. Crianças não conhecem o mundo. Elas aceitam a realidade que lhes é apresentada por seus cuidadores mais próximos. Suas pessoas de confiança. Se a mãe sabia e nada fez, o menino aceitou a tortura como se fosse parte da realidade da vida. Essa mulher é um monstro. Uma bandida. Não dá pra dimensionar o sofrimento que ela submeteu o filho. Tomara que ela sofra muito.

Anônimo disse...

Esse vereador é metido com milícia. Não duvido nada que quisesse matar o menino mesmo pra se livrar da presença do ex-marido da mãe do menino na vida dela.

Anônimo disse...

Não tem pior nesse caso. Os dois estão no mesmo nível de psicopatia. Ele por torturar e assassinar uma criança indefesa sem demonstrar o mínimo remorso e ela por não protegê-lo, defender o assassino ao invés de buscar justiça e não demonstrar qualquer sentimento de luto após a morte trágica do filho.

Kasturba disse...

Muito triste e revoltante esse caso.
Mas também igualmente triste e revoltante é pensar que, caso o tal Jairinho tivesse aplicado golpes com um pouco menos de força ou não acertado órgãos vitais e Henry ainda estivesse vivo, muita gente que está achando o fato uma barbárie, estaria achando as sessões de tortura às quais o menino era submetido algo normal e até mesmo um ato de cuidado do padastro, preocupado com a formação do caráter da criança...
Violência é violência, independente se o desfecho é a morte ou não. E violência nunca é bom, e NUNCA, NUNCA, NUNCA deveria ser empregada como uma forma de educar crianças.

Crianças são seres humanos em formação, não conhecem o mundo, não conhecem regras sociais. É absolutamente normal e esperado que errem, que testem limites. Cabe aos adultos ensiná-las com amor, cuidado e muita paciência, e não puní-las por serem crianças e fazerem o que é esperado que crianças façam. Humilhações e castigos só servem para destruir a confiança da criança nela mesma e em seus cuidadores. Usar de violência (física ou verbal) contra uma criança só irá ensiná-la que violência é uma forma válida de resolver seus problemas. Dizer que isso é cuidado e amor, só estará ensinando a ela que o amor também se manifesta de formas violentas. E aí estamos criando adultos que se agridem uns aos outros por qualquer motivo banal (brigas de trânsito, brigas de bar, brigas de vizinhos), e adultos que agridem seus parceiros ou que aceitam ser agredidos por eles, e acreditam que isso faz parte de relacionamentos amorosos...

Todos que defendem que violência contra crianças (mesmo que "só um tapinha") é uma forma válida e necessária para discipliná-las, tem o sangue desse menino nas mãos.

Anônimo disse...

Amélia Dyer, Lucy Letby, casal Nardoni, são tantas figuras doentias e com índice de maldade alto que fica difícil, principalmente quando a violência é perpetrada contra pessoas indefesas, vulneráveis como crianças, idosos, deficientes. A justiça nem sempre aparece ou mesmo o assassino fica impune, tem uma pena até branda como Gertrude Baniszewski e o grupo liderado por ela de crianças e adolescentes que torturaram e humilharam até a morte Sylvia Likens ou tem até quem recebe uma pena de morte ou prisão perpétua e não se importa devido a psicopatia como o caso de John Wayne Gacy. O tal doutor Jairinho, vereador e padrasto do garoto tem ligações com a milícia, não precisa mais nada para traçar o perfil.

Anônimo disse...

Rapidinho apareceu um para atacar a mãe, a mulher. Não tem ninguém pior nem melhor aqui. Claro que a mãe devia proteger mas o padrasto tinha obrigação moral de não agredir, não matar. Ou será que você acha que há justificativa?

Jane Doe disse...

Eu vou morrer falando (e sofrendo as consequências dos aneurismas e da epilepsia que isso causa) - Ter filhos deveria ser uma escolha 1 milhão de vezes refletida e planejada.
Isso aí é MUITO, MAS MUITO mais comum do que se imagina.
Se reprodução fosse muito mais do que o mundo dos unicórnios ou ferramenta de massa de manobra, casos assim seriam beeeeeeem mais raros...
Pois não me entra na cabeça que um filho desejado, planejado e nascido numa família estável possa morrer dessa maneira.

Natália Cibele disse...

Concordo com você Jane quem planeja um filho tem o sentimento de amor dentro de sim e sabe o que me deixa mais triste é que pessoas como eu e meu esposo que temos todo o amor e carinho para dar para uma criança não conseguimos por um simples problema de saúde.

Anônimo disse...

A Psicopata matou o próprio filho. Dia após dia. Uma morte lenta e dolorosa. Mas o importante é que pelo menos ela fez as unhas.

Anônimo disse...

Tem um livro autobiográfico de Dorothy Allison de nome Bastard out of Carolina, também ganhou as telas de cinema com o mesmo nome, porém em português o título era Marcas do silêncio dirigido por Anjelica Huston, conta sobre os abusos físicos e psicológicos em uma menina feitos pelo padrasto com a conivência da mãe, tanto o livro como o filme deveriam ser necessários, pois uma criança brutalizada, abusada, agredida nunca será um ser humano pleno, completo.

Anônimo disse...

Ele é um psicopata bem sucedido é alguém que se encaixa na descrição de um psicopata, mas é bem sucedido em suas atividades, o que evita sua identificação. Tais pessoas podem ser advogados, professores, políticos e provavelmente possuem um endereço permanente em Wall Street ou no congresso em Brasília.
Não é que o psicopata "bem sucedido" seja inidentificável, pelo contrário, ele apenas tem uma posição social e uma máscara que o permite ser invisível para a maioria. Para o bom observador, ele nada mais é do que desonesto, arrogante e explorador; uma pessoa manipuladora que brutalmente trilha o seu caminho pela vida com total desprezo pelos sentimentos dos outros. Egoistamente, pega o que quer e faz o que quer, violando regras sociais e expectativas, sem o mínimo senso de culpa ou arrependimento.
Durante o curso da investigação, a máscara de homem público importante se esfacelou quase que de imediato dando lugar a um homem maquiavélico, frio, sádico e, pior, torturador de crianças.
Dr. Jairinho era sádico e torturador, com uma aparente compulsão em predar crianças longe das vistas de todos. Seu comportamento lembra o de um serial killer, nesse sentido, sua criação e posição social poderiam ter freado seus instintos sombrios?

Denise disse...

Esses casos me causam uma tristeza tao grande… Aliás qualquer tipo de abuso físico ou psicológico a crianças me dói. Mesmo que sejam os “castigos leves” que a maioria dos pais aplicam, as palmadas, acho tudo uma covardia sem fim.

Assisti recentemente a um documentário no Netflix sobre caso semelhante, chamado “O Caso Gabriel Fernandez”, sobre um menino nos EUA que foi brutalmente assassinado pelo padrasto após meses/anos de tortura. O que foi interessante desse caso é que não só o padrasto e a mãe do menino foram processados (e condenados a prisão perpetua), como os assistentes sociais que cuidaram do caso por anos tb foram processados por não terem impedido o trágico fim do menino. É bem interessante por mostrar a responsabilidade social de todos no caso de agressão a uma criança – tem entrevista com a professora do menino, com policiais que foram chamados em agressões passadas, e outras pessoas que de uma forma ou de outra presenciaram os hematomas do menino e podiam ter tomado alguma outra medida para protege-lo.

Anônimo disse...

https://forum.outerspace.com.br/index.php?threads/eduardo-bolsonaro-chama-mulheres-de-%E2%80%98portadoras-de-vagina%E2%80%99-e-ser%C3%A1-processado-por-bancada-feminina.572453/

avasconsil disse...

Acho que esse Dr Jairinho abusava sexualmente desse menino. A babá relatou que de vez em quando o homem se trancava no quarto com a criança... Se ativeram tanto às lesões corporais mais evidentes, que se esqueceram de fazer exames pra investigar lesões por abuso sexual, mais escondidas. Se é que se esqueceram mesmo de investigar. Casos assim fazem a gente ter pouca fé na humanidade. A omissão pode ter sido proposital. Certamente a mãe do Henry também era agredida física e moralmente com frequência. Por que aceitava as agressões, a ela e ao filho? Não sei explicar. Mas muita mulher tem uma grande tolerância com os abusos masculinos. Às vezes elas também cometem abusos contra seus companheiros ou esposos. Uma tia minha era professora doutora de físico-química da federal rural do rj. Era uma pessoa muito instruída. Além da alta formação em química, lia de tudo. Mas ela pulava de um relacionamento abusivo pra outro. Os homens chegavam a bater nela, e ela vivia chamando-os de burros e jogando na cara deles que os sustentava. Ela já morreu. Só a psicologia e a psiquiatria pra explicar esses relacionamentos. Só sei de uma coisa: são doentios. Infelizmente o Henry foi um bode expiatório de problemas emocionais da mãe dele.

avasconsil disse...

Esse Dr. Jairinho é pedófilo. Ele deve ter cometido abuso sexual contra essa menina filha de una ex-namorada dele. https://extra.globo.com/casos-de-policia/ex-namorada-diz-que-filha-ficava-nervosa-chorava-vomitava-ao-ver-dr-jairinho-24942307.html

Jupiter disse...

Mas na autópsia foi comprovado que ele Henry não tinha sinais de abuso sexual e sim abuso físico e como noticiado depois, abuso psicológico.

Anônimo disse...

A mãe é culpada mesmo

Anônimo disse...

Ela tem culpa mas o padastri é pior