quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

AGORA É LEI: ARGENTINAS CONQUISTAM O DIREITO DE ABORTAR

Hoje é um dia histórico pra Argentina e pra toda a América Latina: o senado do segundo maior país da América do Sul legalizou o aborto! Uma enorme conquista de e para todas as mulheres que lutam!
Vocês devem se lembrar que, dois anos atrás, após uma intensa vigília, a descriminalização do aborto passou na Câmara de Deputados do nosso maior país vizinho, mas esbarrou num Senado conservador. Uma das diferenças de lá pra cá é que o presidente Alberto Fernández, que recentemente taxou as grandes fortunas, restabeleceu o reajuste dos aposentados que o direitista Macri havia tirado, e iniciou a vacinação contra a covid, apoiou esta reinvindicação histórica das mulheres. Com este apoio, cumpriu uma de suas promessas de campanha, que era legalizar o aborto. 
Mas não se deve esquecer que esta é uma conquista gigantesca dos movimentos feministas, que cresceram nos últimos anos na Argentina, atingindo pessoas jovens e convencendo parlamentares que sempre foram contra a legalização.
Desta vez, agora de madrugada, por 39 votos a favor, 29 contra e uma abstenção, o Senado aprovou a legalização. 
Agora é lei: até a 14a semana de gestação, as mulheres (e homens trans) poderão abortar de forma legal, segura e gratuita. Como era antes? A lei que classificava o aborto como crime era de 1921, ou seja, de quase um século atrás! 39 mil mulheres argentinas eram hospitalizadas a cada ano por fazer aborto clandestino. Dessas, 80 foram levadas à Justiça, e sabe-se lá quantas morreram. 
Não é à toa que um dos cartazes mais chamativos das manifestantes mostrava um cabide ensanguentado com a palavra "Adiós". Saem os cabides, símbolos dos abortos clandestinos (que muitas vezes eram realizados enfiando um cabide no útero da mulher), e entram os lenços verdes. Aliás, foram as Católicas pelo Direito de Decidir na Argentina (que aqui grupos conservadores querem proibir de existir; este ano, o judiciário de SP proibiu o uso do nome "católicas" na ONG) que inventaram o lenço verde como símbolo da legalização do aborto, ainda em 2003.  
Então adiós, cabides! Saem os cabides, representantes da precariedade e da opressão, e entram os comprimidos. Pra quem não sabe, hoje a maior parte dos abortos é realizada com comprimidos, não com cirurgia. 
A vitória das mulheres argentinas é ainda mais espetacular se consideramos que a Argentina, local
de origem do Papa Francisco, é um país muito católico. Pessoas "pró-vida", principalmente membros da igreja, fizeram forte pressão para que a legalização não passasse. Dois senadores que certamente votariam contra felizmente não puderam votar: o ex-presidente Carlos Menem (principal responsável pela pior crise argentina da história), que, aos 90 anos, está em coma, e um ex-governador conservador, afastado por denúncia de abuso sexual (nunca falha!).
Durante os debates no Senado, a senadora Silvia Sapag declarou: "Quando eu nasci, as mulheres não votavam, não herdávamos, não podíamos ir à universidade. Não podíamos nos divorciar, as donas de casa não tínhamos aposentadoria. Sinto emoção pela luta de todas as mulheres que estão lá fora agora. Por todos elas, que seja lei".
Outra senadora, Ana Claudia Almirón, afirmou: "Obrigar uma mulher a manter sua gravidez é uma violação dos direitos humanos".
Agora a Argentina se junta a outros países da América Latina que permitem a interrupção da gravidez, como Uruguai, Cuba, Guiana, Guiana Francesa, Porto Rico e a Cidade do México (não o México inteiro). Em El Salvador, Honduras, Nicarágua, República Dominicana e Haiti, o aborto é proibido em todos os casos, sem exceção. No restante da América Latina, o aborto é criminalizado com algumas exceções, como gravidez em decorrência de estupro, risco de vida para a gestante, e fetos anencéfalos.
Aqui, a extrema-direita não esconde sua agenda: quer proibir o aborto em todos os casos, como deixou evidente no caso da menina de 10 anos estuprada pelo tio (ela foi estuprada, corria risco se prosseguisse com a gravidez, e ainda assim os fundamentalistas religiosos tentaram impedir o aborto de todos os meios). 
Compartilho um desenho da Magda Castría, que escreveu: "Opor-se ao aborto legal não evita abortos, só condena à clandestinidade aquelas que não querem passar pela tortura de gestar sem o desejo de fazê-lo. Mortes por abortos clandestinos são evitáveis. O aborto legal não obriga ninguém a abortar. O alargamento de direitos não prejudica quem deseja gestar. Se não entenderam, eu fiz um desenho pra vocês" (tradução para o português do Koppe).
Sim, quem é contra o aborto deveria militar pela legalização do aborto. Parece contraditório, mas não é: nos países em que o aborto é descriminalizado, aborta-se menos, não mais. Ninguém faz do aborto um método anticoncepcional. O que acontece é que crescem a conscientização e a educação sexual. As mulheres deixam de morrer ou serem exploradas ao tentarem abortar. Uma questão de saúde pública e direitos humanos, sem dúvida. De liberdade de escolha!
É uma ótima notícia para fechar um ano tão terrível. Isso nos enche de admiração pelas hermanas e de esperança também. Será que nós no Brasil veremos a legalização e descriminalização do aborto aqui ainda durante as nossas vidas? Creio que, em 2020, este sonho nunca nos pareceu tão distante. Mas vamos nos inspirar nas argentinas, que cantaram: "Abaixo o patriarcado que vai cair, que vai cair!  Avante o feminismo que vai vencer, que vai vencer!"

50 comentários:

Anônimo disse...

"No Brasil tem não sei quantos milhões de aborto.E tudo clandestino, mas a gente ia chutando número"
Da Silva. Luis Inácio.

Anônimo disse...

Nuestros hermanos argentinos, uruguaios, chilenos, bolivianos, peruanos e outros povos de países latinos são mais evoluídos e tem um senso crítico muito mais aguçado ao dos brasileiros, poucos caem nas armadilhas de igrejas caça niqueis neopentecostais no resto da América Latina, basta conversar e ter um contato mais próximo para ter certeza, enquanto o Brasil ao contrário dos demais países latino americanos caminha a passos largos para um fundamentalismo religioso tão perigoso e genocida como acontece em países do oriente médio, porém com pano de fundo cristão, os demais povos latinos da América do Sul e Central estão cada vez mais próximos a mentalidade, ações de povos europeus, canadenses, australianos, neo zelandeses. O aborto continuará a existir no Brasil apesar de tudo? Sim, mas o "cidadão de bem" quando acontecer um "acidente" e a filha criada em ninho de plumas engravidar será mandada para uma clínica de um médico conhecido muito bem pago "pelos serviços prestados" com toda a segurança, enquanto a mulher pobre? Citotec se der sorte e caso sobreviva também, abandonada pelo marido, companheiro e com filhos? Se ajeite e vai trabalhar como escrava em casa de patrão a deixar seu filho em um elevador para morrer, pois passear com o cachorro da patroa é mais importante.

Unknown disse...

Parabéns hermanas,que assim como na Argentina, o Brasil também possa dialogar com seriedade a respeito dessa pauta que é tão urgente.

Alan Alriga disse...

O que seesperar de um país que fecha um centro de música erudita por falta de verba, e os esquerdopatas comemoram, ao mesmo tempo que reclamam que os seus artistas favoritos não estão recebendo milhões de reais de verba pública; além de dizer dos políticos que constroem castelos com dinheiro público roubado serem protegidos pelos seus gados, que chamam o combate contra a corrupção de perseguição política, ao mesmo tempo que crítica quem ficou rico. E o que dizer e esperar de um país que espanca professores?

Anônimo disse...

Pessoas pró vida, não desanimem! Há muitas pessoas de todas as idades nas ruas e crianças em orfanatos para ajudar! Já que se preocupam tanto com as vidas, comecem com aquelas que já nasceram. Força!

Anônimo disse...

A imensa maioria das mulheres são pobres, por que trazer essa ressalva de "mulheres ricas" para esse assunto quando todas, sem nenhuma distinção, deveriam ter direito ao aborto, à soberania sobre seu próprio corpo?

Anônimo disse...

Alan Alriga

O centro de música erudita foi fechado, talvez venha a ser uma igreja evangélica neopentecostal, não duvido, pois quando morava em São Paulo e trabalhava no centro velho presenciei o fechamento de muitos cinemas, espaços voltados para cultura serem reabertos como igrejas, principalmente do pastor RR $oare$, enquanto outros países preservam espaços como este, até mesmo nossos vizinhos. Devido a isso assistimos vários avanços em países até como a Colômbia a viver sob o jugo e terror do Pablo Escobar, embora este é até muito mais ameno perto dos milicianos brasileiros.

Dani disse...

Estranho que os bozominions não se importavam com o aborto ser legalizado nos EUA, Israel, Inglaterra, Suécia, etc., países que idolatram e quando são lembrados dessa hipocrisia, se fazem de cínicos. Mas estão se doendo só pq é na América Latina.

Alan Alriga disse...

É também têm isso das igrejas evanjegues comprarem esses lugares, pra arrancar dinheiro dos trouxas, tudo bem que as grandes igrejas centrais fazem um ou outro trabalho comunitário, nem que seja só pra aparência, mas as outras 99% não o fazem. Mas o ruim mesmo é saber que uma prefeitura dizer que não têm 50 mil reais pra pagar as dívidas, mas têm mais de 1 milhão pra enfiar no cu de cantor milionário.
E sombre Pablo Escobar, nem têm como comparar a milícia brasileira com o poder que ele tinha, nem se juntasse todas as milícias, o pcc, o comando vermelho e os novos cangaceiros, iria se comparar com o poder do homem que já foi um dos maiores narcotraficantes do planeta.

Anônimo disse...

Porque todas essas pessoas nas ruas e em orfanatos preferem morrer do que estar nessa situação, não? Se isso é razão para se apoiar aborto, logo, pela mesma lógica, também é plausível apoiar o extermínio das pessoas nessas situações para que essas pessoas sejam salvas delas. Defender o direito a vida não implica necessariamente numa obrigação em fornecer riquezas e um completo bem estar e se responsabilizar pela vida dessas pessoas (embora aqueles que o fazem certamente expressam virtude), significa apenas defender que eles não sejam assassinados. Curiosamente, seu próprio comentário expressa que o aborto é apenas uma solução rápida porém radical para outros problemas, problemas um pouco mais complexos. Isso torna o aborto análogo ao nazismo na Alemanha que prometeu reerguer a nação e até reergueu, mas de uma forma moralmente deplorável. Semelhantemente, pelo visto, o aborto também busca resolver outros problemas, mas de formas também moralmente condenáveis.

Anônimo disse...

Uma boa parte das pessoas pró-vida condena o aborto nesses lugares também

Anônimo disse...

Ei, 20:30, que noia de viagem louca é essa? O que você tomou pra surtar desse jeito?

Anônimo disse...

O aborto foi descriminalizado hoje na Coreia do Sul. Viva! \o/

Anônimo disse...

De onde saiu esse estudo comparativo entre o desejo de morrer dos fetos abortados e pessoas em situação de rua? Bem profunda essa analogia, quase uma psicografia. Mas acho que foi só o cocô que vc comeu...

Anônimo disse...

Sou atéia e contra a legalização do aborto.
Nem sempre a motivação é religiosa.

A comemoração das argentinas foi algo funesto. Comemorando a legalização da interrupção de uma gestação como se fosse final de copa do mundo. Fora a hipocrisia de aglomerar né?

Mas, os tempos são esses. Resta-me sempre lembrar de separar que nem sempre o que é permitido por lei é moralmente aceitável, e ser fiel aos meus princípios pessoais.

As pessoas não tem um PINGO de senso de responsabilidade. Uma das consequências do sexo heterossexual é, possivelmente, a gravidez."ah, mas me protegi". Protegeu, mas sabia que métodos contraceptivos tem uma margem de falha. todos eles tem. Mesmo combinando vários deles, ainda resta uma margem de falha. E você sempre soube disso. LOGO, estava ciente dessa possível consequencia e assumiu o risco.

O feto é um corpo diferente do seu. tem outro DNA. Não é você. Tenham a decência de ter responsabilidade de assumir as consequencias dos atos de vocês.

É simples.

Alícia

Anônimo disse...

Ora, dona Alicia, simplesmente não faça o aborto caso fique grávida. Assuma então as consequências de suas escolhas, você deve ter estrutura para isso. Direito seu. O que não pode é achar que o que cai bem para você, vai ser bom para as outras. A realidade de outras mulheres não é como a sua.

Anônimo disse...

Essa margem de erro é pequeno tem muitas mulheres falando que engravidou tomando a pílula mais usou algo que tira o efeito

Anônimo disse...

Anon 20h16

esse seu argumento é válido para QUALQUER coisa, inclusive homicídio.
Entenda, nem tudo é questão de opinião ou circunstância pessoal. Nem tudo é justificável por isso.

O feto é um estágio do desenvolvimento humano, assim como a infância e a velhice. Se ninguém interferir, FATALMENTE, esse feto passará a próxima fase de desenvolvimento, que é a do bebê recém-nascido.

Repare, aliás, que esse bebê recém nascido não tem uma consciência de si mesmo diferente do próprio feto (e de pessoas que vivem a margem da consciência, por doença mental ou velhice). Então esse argumento também é falho (caso contrário poderíamos matar bebês também).

A única coisa que digo é que o ser humano ADULTO tem obrigação de se responsabilizar pelos seus atos. Se determinada consequência é previsível e você decide agir mesmo assim, deve arcar com elas. Isso é ser adulto.

Se eu dirijo um carro existe o risco de eu atropelar alguém. Eu posso minimizar esses riscos, respeitando as leis de trânsito, praticando direção defensiva, etc. Mas ainda assim, o risco - embora menor - existe. Se eu quiser ZERO riscos de atropelar alguém tenho que andar a pé ou pagar para alguém dirigir pra mim, ou ir de transporte público. Aí o risco é ZERO.

Da mesma forma o sexo. O sexo heterossexual pode ter como consequência a gravidez. EU posso minimizar isso, caso não queira filhos, usando métodos contraceptivos, não transando em dias que sei que estou fértil, combinando métodos. mas o risco persiste e eu, como adulta, devo assumir. Não podemos colher só a parte que nos convém. Devemos assumir os riscos.

Sejam adultos. Sejam responsáveis.

Alícia

Anônimo disse...

"Essa margem de erro é pequeno tem muitas mulheres falando que engravidou tomando a pílula mais usou algo que tira o efeito"..

SIM, a margem é pequena, mas existe. AO contrário do que os defensores da legalização do aborto podem pensar, isso não é um argumento a favor do aborto, e sim um argumento contra.

Ninguém disse que o método é 100% eficaz, a prova de falhas. Não! está lá, escrito na bula, que ele pode falhar. TODOS eles tem taxa de falha.

A pessoa que faz uso desse método está CIENTE de que ele pode falhar. MESMO ASSIM, essa pessoa assume o risco de engravidar/engravidar alguém.

Essa pessoa tem que se responsabilizar pelos seus atos, pois tomou uma decisão INFORMADA de que o método naõ era infalível.

REPITO: o feto é uma pessoa diferente da gestante. Tem um DNA diferente. é outra pessoa em um estágio da vida humana que depende de outro corpo para continuar a se desenvolver. Essa pessoa não deve sofrer as consequências por suas escolhas. Isso é covarde. Assuma você.

Alícia

Anônimo disse...

Veja esse texto, é um bocado longo, mas se não tiver preguiça, é excelente.

https://medium.com/neworder/manual-para-n%C3%A3o-falar-besteira-sobre-a-legalizacao-do-aborto-58388e9ece55

"Manual para não falar besteira sobre a legalização do aborto"

Anônimo disse...

Li o texto.

1) Como o próprio autor diz, trata-se de uma vida (o feto), assim como animais. E é verdade. Por respeitar todas as formas de vida (incluindo a minha própria), eu sou vegana. Aliás, acho uma tremenda hipocrisia de veganos defenderem tanto a vida dos animais e serem favoráveis ao aborto. P/ mim, é incoerente.

2) Sobre clinicas de fertilidade. Bom, a gestação acontece após a fixação do feto no útero. Antes disso, a gestação ainda não começou, certo? Não existe interromper a gravidez antes disso. Por isso PDS, DIU ou fertilização em vitro não são métodos abortivos.

3) O argumento de que aborto espontâneo seria um homicídio culposo é patético. Crime culposo existe quando o agente agiu com negligência, imprudência o imperícia. Onde isso se encaixaria num aborto espontâneo?

4) A criança como castigo. Não, o filho não é um castigo, mas é uma consequência possível do ato sexual. E você sabia dessa possibilidade. Se eu jogo uma bola na janela de vidro, sei que posso quebrar essa janela. É uma possibilidade e eu assumo o risco, mesmo que seja uma consequência indesejada. Se não estou pronta para assumir esse risco, eu não jogo a bola na janela. Eu não estou impondo a maternidade a ninguém. Até porque colocar a criança para adoção é um ato bem possível. E não é possível que alguém prefira interromper uma gestação do que entregar uma criança para adoção. Sobre ser contra transplante de pulmão para fumantes, saiba que existem sérias restrições!

5) "quem sugere adoção nunca pisou em um orfanato". Bom, eu pisei. E garanto que bebês tem chances de serem adotados que beiram 100%. Qualquer bebê, de qualquer sexo, de qualquer cor. E bom, o argumento de que a vida daquela criança vai ser muito difícil, enfim, além de ser completo achismo, é querer matar porque vai ser pobre. É inacreditável a esquerda defender isso.

6) sobre a margem de falha. Já falei disso aqui. Isso é um argumento contra o aborto e não a favor. Métodos contraceptivos falham. Isso não é segredo de estado. Lide com as consequências de suas decisoes.


7) o feto fruto de estupro é igual ao feto fruto de uma relação consentida. Verdade. É mesmo. E eu não abortaria em caso de estupro. Porém entendo que o fato de não ter tido consentimento, retira a responsabilidade. Seria cruel voce ter que arcar com consequências de atos que não escolheu praticar. Então, por isso, colocando na balança, o aborto decorrente de estupro deve ser legal. Embora, é claro, o que deve ser combatido, é o estuprador. O feto é apenas mais uma vítima desse crime horrendo.

8) não tenho qualquer motivação religiosa. Apenas tenho senso de dever e responsabilidade e, como adulta, estou pronta para arcar com a consequencia dos meus atos.


Alícia

Anônimo disse...

Deixa de mentira. Você é crente mesmo, vai lá doar seu dízimo pro pastorzinho, vai.

Anônimo disse...

Atéia coisa nenhuma. É crente falando besteira. Volta lá pra sua igreja e vai pagar dízimo pro seu mestre.

Anônimo disse...

12:18

bela argumentação, meus parabéns.

Eu apresentei fatos. Nenhuma motivação religiosa. Sou atéia desde que me entendo por gente.
A diferença é que, desde então, eu cresci e aprendi que ser adulto é muito bom, mas no combo vem o dever de se responsabilizar pelos próprios atos. Você deve ter faltado essa aula fundamental.

Alícia

Anônimo disse...

Ah criatura, a vida não é o que você pensa, as coisas não funcionam preto no branco assim, nem tudo é prático e simples, quem dera

Anônimo disse...

Você precisa tirar a venda dos olhos, sair do seu mundinho idealizado de novela e tomar um chá de vida real

Anônimo disse...

Essa Alicia deve ser daquelas que acham que se o aborto for legalizado, a mulherada vai correr para a clínica fazer aborto sempre que a menstruação atrasar, ou que vão abortar como se estivessem tomando água. Abortar deve mesmo ser a coisa mais mole, de boas do mundo. Não tem complicações, não mexe com o lado psicológico, não tem nenhum custo física, mental ou emocional (Ironia).

Anônimo disse...

QUem vive no mundinho idealizado de novelas não sou eu.

Uma pessoa que tem senso de dever, responsabilidade e empatia a um ser humano em formação, por mais dificuldades que isso possa acarretar, não vive num mundo de fantasia.

A questão é que podemos dar qualquer justificativa para um aborto, mas isso é inegociável para mim. É um valor que não vou deixar de lado. Eu apenas estou rogando aqui que as pessoas assumam as consequências dos seus próprios atos, como todo adulto deve fazer, por mais difíceis que elas pareçam ser (e as vezes são mesmo). Considera olhar por outro ângulo. Há alternativa ao aborto.

Não é difícil aprender sobre seu próprio ciclo menstrual e perceber que vocÊ fica fértil, no máximo, 6 dias por mês (se não usar métodos que impeçam a olvução). Você só precisa ter um pouco de paciência e aprender sobre você, seu corpo e evitar sexo com penetração nesses dias. Prestar atenção no uso do método que você adota para contracepção. Garanto que boa parte das gestações indesejadas não aconteceriam se as pessoas fizessem o básico. Mas mesmo assim, se a gestação acontecer, lembre-se que era uma consequência indesejada, mas possível. Respire, pense na criança que está se formando. Um aborto é uma solução apenas para você. Você so precisa lidar com isso por poucos meses.

Alícia.

Anônimo disse...

Então, valor inegociável para você, para outras mulheres não. Ninguém pediu para voce deixar de lado. Apenas entenda e aceite que há outras mulheres, com outras realidades, passando por situações que você nem imagina. Muito fácil dizer o que os outros tem que fazer, que tem assumir consequências pelos atos, que basta fazer isso e aquilo que está tudo certo e não precisará do aborto e se der merda, basta aguentar poucos meses e depois tudo se resolve. Isso seria num mundo ideal, que é lindo. Mas infelizmente, as vida real na maioria das vezes não funciona assim.
E creio que quem opta por fazer um aborto já deve ter pensado em todos os prós e contras, alternativas, cenários possíveis (e nem estou falando aqui do desespero da gravidez resultado de estupro porque acho que nem precisa desenhar, né). A mulher optou por ESSA alternativa.

Anônimo disse...

Acho que não me fiz clara, mas vou repetir:

Nem sempre suas circunstâncias pessoais ou opiniões sobre algo são justificativas para você agir de determinada maneira. Caso assim fosse, você poderia cometer inclusive assassinatos.

Devemos abraçar nossas circunstâncias e agir da melhor forma possível. Melhor forma significa ferir o menor número de pessoas possível.

O texto que compartilharam defendendo o aborto também concorda que o feto é uma vida. E eu reforço isso, é um estágio do nosso desenvolvimento, a única diferença é que ele precisa de outro corpo para continuar se desenvolvendo (aliás, tal qual um bebê recém nascido, incapaz de viver sem os cuidados de alguém).

E mesmo que você não concorde que se trate de uma vida, o fato é que você - e nem ninguém - tem certeza sobre isso. Nao há consenso. E se for? E se sentir dor? você está disposto a infringir dor à alguém ainda que exista outra alternativas (alternativa esta que sim, pode ser mais penosa para você, mas é a que vai ferir menos pessoas).

Eu sei que é complicado falar de responsabilidade para a nossa geração. Não fomos acostumados ao dever de servir, de pensar no próximo. O amor próprio e a empatia conveniente é o que dominam hoje.

Mas resgatem isso. É importante. responsabilidade não é algo opcional. É o que te faz ser visto como alguém confiável. Abrace suas circunstâncias pessoais e viva apesar delas. Lembre-se que a maioria delas estão sob seu controle e sujeitas a escolhas suas. Uma gestação é uma consequência sabidamente possível. Não arrume uma solução fácil (e não me venha falar que é difícil, pq difícil é ter o filho, ficar grávida, entregar para adoção ou criá-lo. isso sim é difícil. já vi textos compartilhados inclusive aqui com relatos de mulheres dizendo que não sentiram nada demais, nenhuma dor psicológica etc).

Alícia

Anônimo disse...

Eu lamento essa legalização, sim.

Mas vai além disso. Porque no fundo não importa o fato de ser legal ou não.
Eu gostaria que as pessoas enxergassem o aborto como ele é: a retirada de uma chance.
Eu gostaria que as pessoas assumissem seu naco de responsabilidade nesse mundo. Responsabilidade pessoal, sacrifício pessoal em prol de outra pessoa mesmo.

Aí não importaria se é permitido ou não. As pessoas não fariam, simplesmente.

Alícia

Anônimo disse...

Mas aqui nessa discussão, quem propôs soluções simples para problemas difíceis, como se a vida fosse joguinho de Lego, foi você. Ninguém aqui disse que aborto é simples. Também ninguém disse que gravidez, parto, adoção é simples.

Anônimo disse...

Então a mulher é obrigada a levar adiante uma gravidez indesejada, apenas por sacrifício pessoal em prol de outro(s)? Isso vai ser positivo para os envolvidos no futuro? Não acha que as mulheres são sacrificadas e se sacrificam demais?

Anônimo disse...

Exatamente, já que a gravidez nada mais é do que a consequência de um ato voluntário e que ela sabia ser possível.

Ps: é engraçado como soa absurdo para você a mera ideia de ser contrariado, se sacrificar por alguém.

Eu não disse que o aborto é fácil. Mas certamente eh a solução mais egoísta. É uma solução apenas para a gestante, pq ela não quer assumir a consequência de seus atos.

Anônimo disse...

Eu não relativizo isso.

Em NY hoje eh possível abortar um dia antes do parto. Um dia. E se o aborto der errado e o bebê sobreviver, ele não receberá suporte para vida (será morto).

É isso mesmo. Relativizem. 14 semana. 24. 38.

ASSUMAM AS CONSEQUÊNCIAS. Sejam responsáveis por vocês. Sirva o próximo mesmo que isso te custe algo. Seja um ser humano melhor.

Alicia

Lola Aronovich disse...

Alicia, eu nem ia publicar seu comentário, porque é FAKE NEWS. Mas quem sabe vc aprende alguma coisa... https://www.politifact.com/factchecks/2019/feb/01/viral-image/no-new-york-abortion-law-doesnt-let-mothers-abort-/

Anônimo disse...

Certeza, Lola?

Eu pesquisei e vi que o aborto foi permitido até o sexto mas mas que, em caso de risco a saúde (INCLUSIVE MENTAL) da mulher, pode ser realizado após esse prazo. Na prática, basta a mulher alegar ausência de bem estar que ela pode interromper legalmente a gestação a qualquer tempo.

Corrija-me se eu estiver errada.

De qualquer forma, sexto mês já eh algo absurdo, não acham?

Nada disso invalida o que eu disse até aqui.

Obrigada pela oportunidade de me fazer aprender algo mas eu não penso como penso por falta de informação, fique tranquila. (Embora meus argumentos tenham mto mais a ver com postura pessoal)

Alicia

Anônimo disse...

Anon das 21:20 ninguém é obrigado a se sacrificar por ninguém. O que vc defende é que a mulher tenha que ser punida por ter feito sexo. Só isso e nada mais.

Anônimo disse...

Oi Lola, acho que acidentalmente meu último comentário, em resposta a Alicia, foi com endereço do meu email. Não sei como faço para remover, queria que fosse como Anônimo. Se puder, pode remover meu email por favor? Não é algo desrespeitoso mas prefiro não expor meu email.
Obrigada.

Anônimo disse...

Perceba a diferença:

- situação 1: seu filho quebra a TV de casa e você diz: agora você vai ficar 1 mês sem poder sair p/ brincar na rua

- situação 2: seu filho quebra a TV de casa e você diz: agora ficaremos sem TV por um bom tempo, pois uma nova é cara e não podemos comprar agora.

Situação 1 eh um castigo. Situação 2 eh consequência do ato do seu filho.

Em qual dos dois você acha que uma gravidez decorrente de sexo consentido se encaixa?

Tem certeza que quero apenas punir a mulher por ter transado? Ou apenas estou dizendo para que arque com uma consequência previsível?

Alicia

Anônimo disse...

O mesmo mimimi de sempre Alicia. Você só repete as mesmas coisas feito papagaio.

Anônimo disse...

Oi Lola. Resolvido.

Anônimo disse...

Sim, verdade. Pq dizer o óbvio (adultos devem ser responsáveis) é hoje algo questionável.

Vai chegar o dia em que teremos que defender que a grama é verde. Nada mais será óbvio.

Anônimo disse...

Mas decidir abortar na idade também é assumir uma responsabilidade. Isso também me parece óbvio.

Anônimo disse...

"Mas decidir abortar na idade também é assumir uma responsabilidade. Isso também me parece óbvio"

ah é?

com quem? com você mesmo. com seu umbigo. com o seu egocentrismo, só se for.

"ain, é uma decisão difícil"

Bom, aqui no blog da Lola tem um texto bem antigo com relato de várias mulheres que abortaram e disseram não sentir nada. Toda aquela culpa cristã que lhes era imposta não foi real para elas. Na verdade, a sensação foi de alívio.

Elimina-se uma consquencia e continua a vida como se nada tivesse acontecido, sem interferências, se um bebê atrapalhando seus planos.

Isso não é responsabilidade, é o oposto. É não assumir as consequencias de suas decisões. Por favor, não relativize o significado de responsabilidade.

Alícia

Anônimo disse...

Alicia vc não está preocupada com responsabilidade nem com vida nenhuma. Você só está preocupada (incomodada) com a liberdade das pessoas e acha que elas tem que ser punidas por exercerem sua liberdade de escolha. Isso não é defender "responsabilidade", "ser adulto", a tua posição não tem nada a ver com isso. É punitivismo puro, só isso.

Anônimo disse...

Ou você não entendeu o que eu disse ou você não quer.

P argumentar comigo você apenas diz o que vai na minha cabeça como se você pudesse saber.
Eu estou apresentando fatos e principalmente decorrência lógica.
Eu não tô nem aí p comportamento das pessoas. Em sou uma defensora incorrigível da liberdade. Porém ela só eh viável se a gente se responsabilizar pelas consequências.

A escolha pessoal foi feita: a pessoa fez sexo. Protegido ou não. Ela tem total liberdade p fazer isso como, quantas e com quem bem entender.

Essa escolha produz eventuais consequências indesejadas, como uma gravidez.

Sim, temos que lidar com isso.

eu não sei mais de quantas maneiras posso explicar o óbvio.


Alicia

Anônimo disse...

Alicia, guarda teu explicanismo para outra pessoa. E nem eu preciso escrever textao. Eu entendo o que você escreveu. Apenas penso diferente. Também sou a favor de assumir responsabilidades, ser adulto, etc e blá blá bla. Não é esse o meu ponto. O que defendo é o direito de escolha da mulher, seja qual for. Deve ser respeitado, gostemos ou não. Toda escolha tem consequências, boas e outras não tanto. Nesse caso, tanto a opção pelo aborto como levar adiante uma gravidez indesejada, criar um filho não desejado a vida inteira ou dar a luz para entregar para adoção sejam decisões simples. Todas essas decisões tem consequências de todo tipo. Pode até ser para algumas, não para outras. Nunca se sabe e a vida não é tão simples como pensamos ou gostaríamos que fosse. E, novamente, dar fim a uma gravidez indesejada é uma das formas de se lidar com isso. E muitas mulheres abortam todos os dias, todos os anos. A diferença é que, com aborto legalizado, as mulheres poderão fazer o procedimento em segurança, em especial as mulheres mais pobres.

Anônimo disse...

Quis dizer que não são decisões simples, maldito corretor de texto.😡

Anônimo disse...

E vou parando por aqui, Alicia, não voltarei mais nesse post e não farei mais nenhuma réplica. É isso, passar bem, abs.