quarta-feira, 10 de abril de 2019

QUASE ONZE ANOS SEM ELOÁ

Anteontem vi na TV Record um programa sobre o caso Eloá, uma menina de 15 anos que em outubro de 2008 foi morta pelo ex-namorado Lindemberg. 
Creio que qualquer brasileiro com mais de vinte anos se lembra do caso, que paralisou o país. Lindemberg, 22 anos, invadiu o apartamento num conjunto habitacional em Santo André onde morava sua ex, Eloá Pimentel. Durante quatro dias, a manteve em cativeiro, dois deles com a amiga Nayara. Ele agredia e ameaçava Eloá, ela pedia calma pela janela, ele dizia para a polícia "Se ela tá passando por isso, é porque ela merece". E o Brasil acompanhava tudo ao vivo. 
O caso Eloá foi tão escabroso que virou case internacional nas faculdades de comunicação e de segurança pública. Num caso inédito, a polícia permitiu que uma refém libertada, Nayara, voltasse ao cativeiro -- uma menina de 14 anos foi enviada para negociar a rendição de Lindemberg. Ele não cumpriu a parte do acordo, e a pegou como refém novamente. No fim, ele atirou nela, na boca. Felizmente, Nayara sobreviveu.
A atuação da mídia foi tão desastrosa quanto a da polícia. Vários programas sensacionalistas telefonaram para o apartamento de Eloá e conseguiram falar ao vivo com o sequestrador. Ele, sabendo que o país inteiro estava assistindo, perguntava "Tá na televisão? É ao vivo?" 
O programa de Sonia Abrão dedicou inúmeras horas ao caso. Numa dessas horas, enquanto a tragédia ainda estava na metade, chamou um advogado, doutor Ademar, para "nos orientar assim sobre o que vai acontecer daqui pra frente". E o sujeito respondeu: 
“Bom, eu sou muito otimista, né? Eu espero que isso termine assim em pizza, né, e num casamento futuro entre ele e a namorada, a apaixonada dele, né? Ele tá passando uma fase momentânea, né, e ele tem a motivação de viver, porque um rapaz jovem, quando se apaixona muitas vezes se desequilibra, no caso radicaliza, mesmo. Mas isso vai terminar realmente em final feliz, graças a Deus, eu tenho plena certeza e convicção disto".
Aqui vai um adendo. Aliás, dois. Muitas vezes nas minhas palestras eu cito o caso Eloá, porque ele marcou o meu primeiro encontro indireto com mascus, quando meu blog não tinha nem um ano de idade e eu ainda não sabia da existência deles. Fiquei sabendo na época de comunidades hediondas no Orkut que saudaram Lindemberg como herói e celebravam o assassinato de uma menina de 15 anos. Uma delas era "Eloá virou presunto". 
Eu nem sabia que masculinistas brasileiros existiam (só vim a saber uns dois anos depois), mas já fiquei chocada com os comentários do fórum. Num deles, esses misóginos debatiam sobre a cor do caixão em que Eloá seria enterrada. Não podia ser branco, segundo eles, porque ela era uma vadia. Um deles concluiu: “Que se f*da a cor do caixão, o importante é que ela vai ser comida embaixo da terra”.
Sempre que eu lembro ao público das palestras o que o advogado disse no programa sensacionalista de TV ou conto o que a comunidade mascu no Orkut falava sobre Eloá, há um choque. As pessoas ficam genuinamente aterrorizadas. Não conseguem crer que homens possam realmente proferir essas palavras. 
O outro adendo é que, no início de 2015, meu blog deu um furo de reportagem ao denunciar o passado de stalker de um participante do Big Brother Brasil. Um produtor do programa da Sonia Abrão me ligou pedindo para ir a São Paulo ser entrevistada sobre o caso BBB. Respondi: "Sonia Abrão, aquela do programa que entrevistou o assassino de Eloá ao vivo? Não, obrigada". Ele nem tentou argumentar antes de eu desligar. Parecia acostumado com esse tipo de resposta. 
Mas voltando ao programa da Record anteontem. A reportagem não trouxe qualquer autocrítica da mídia sobre como agiu no caso Eloá. Houve críticas à polícia, mas não à mídia. Por que não?
Uma das críticas à polícia é por que um sniper no prédio em frente não recebeu a ordem de atirar em Lindemberg, já que ele frequentemente aparecia na janela. O coronel responsável pela operação justificou na época: "Era um garoto de 22 anos, sem antecedentes criminais, em uma crise amorosa". 
O que mais se viu foram comentários como esses. Ele era um bom rapaz, só estava passando por uma fase ruim porque Eloá não queria mais falar com ele. Ele era trabalhador, esforçado, um garoto. A culpa recaía toda sobre Eloá aos olhos da mídia, algo que o excelente documentário Quem Matou Eloá? (realizado pela ECA USP em 2015) mostra muito bem. 
O "bom rapaz" deu dois tiros em Eloá, um na cabeça, outro na virilha, numa ação bastante característica de misóginos em geral (eles atacam partes do corpo relacionadas à feminilidade). A mãe de Eloá doou sete de seus órgãos, que fizeram outras pessoas viverem. 
A reportagem da Record, apesar de limitadíssima na autocrítica, traz alguns dados interessantes que eu desconhecia. Por exemplo: Nayara foi indenizada pelo Estado em R$ 150 mil (a sentença é justa, mas o valor, a meu ver, não: a menina perdeu todos os dentes com o tiro, teve que reconstruir sua boca), mas a família de Eloá não recebeu um centavo. A Justiça não considerou que o Estado teve culpa na morte de Eloá, o que é absurdo. 
Lindemberg, que nunca manifestou arrependimento, foi condenado por júri popular a 96 anos de prisão. Sua defesa recorreu e a pena caiu para 39 anos. A defesa, ainda insatisfeita, recorreu novamente. Se a pena permanecer em 39 anos, Lindemberg já poderá pedir progressão de pena em regime aberto a partir de 2022. Ou seja, ele pode ficar menos de 14 anos na cadeia por matar uma menina e atirar em outra, não sem antes mantê-las em cativeiro durante dias.
Eloá e Nayara
Quero acreditar que bastante coisa mudou de 2008 pra cá. Desde 2015 temos um termo para substituir o ridículo "crime passional", que é feminicídio. Se a ação criminosa de Lindemberg acontecesse hoje, ele seria condenado também por feminicídio, o que aumentaria sua sentença. Quero acreditar que, se acontecesse hoje, tanta gente não trataria o assassino como um coitadinho apaixonado. E que, se acontecesse hoje, Eloá sairia daquele apartamento viva. 

22 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente o Brasil ainda está cheio de caras lixosos como esse imundo.
Mas a sociedade já progrediu e novas leis e costumes vão mostrando pra esses lixos de pessoas que eles têm que mudar. O problema é que é tudo tão devagaar

Anônimo disse...

Falando em misoginia, vcs viram essa história absurda?

https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2019/04/09/loja-e-condenada-a-indenizar-em-r-20-mil-jovem-obrigada-a-tirar-roupa-e-lavar-banheiros-apos-ser-acusada-de-furto.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1&utm_content=post

Anônimo disse...

O problema é o crescimento de canais no YouTube com uma abordagem semelhante a grupos fechados no Orkut ou de blogs como de conteúdo violento e misógino.

Anônimo disse...

Acompanhei o caso pela TV, e minha torcida era que um sniper desse um tiro na cabeça daquele vagabundo na primeira oportunidade.

Sei também sei que, se isso tivesse acontecido, a confusão seria grande: Direitos humanos, OAB, CNBB, imprensa e ...todos iriam criticar a ação da polícia.

"PM assassina estudante", ou "Estado policialesco rompe sonho de adolescente": essas seriam as manchetes no dia seguinte.

Fazer o quê?

Anônimo disse...

Lembro-me que filmaram os policiais pisando no pescoço do assassino covarde.

Ainda teve um repórter que transformou Lindemberg em vítima. "Uma violação dos direitos humanos" dizia uns, "fascistização da sociedade" dizia outro.

Para mim, bandido bom é bandido morto.

Anônimo disse...

A apresentadora e o apresentador abutres ,nunca mais em minha casa tiverem audiência,foram de uma falta de respeito ao fazer sensacionalismo barato com o caso!

Anônimo disse...

Mascus são a escória da sociedade, inúteis que não deveriam nem ter nascido, são uma cambada de infelizes que só desejam o mal. Problema deles, ninguém tem culpa pela sua inadequação social.

Anônimo disse...

Fiquei confusa agora, a Lola que vive reclamando que a Polícia de São Paulo é a que mais mata no mundo, que é a favor dos Direitos Humanos e contra execuções queria que a PM matasse um rapaz de 22 anos, claramente alterado, só porque ele é branco, de classe média e homem? É isso mesmo?

titia disse...

A consciência de boa parte do povo é que mudou nesses últimos tempos, e quando a justiça é pressionada acaba tendo que fazer algo. O povo não conhece o poder que tem.

Não, 02:55, mas como você é da mesma laia do lixo humano assassino de adolescentes, claro que você ia interpretar assim.

Marina disse...

02:55, parafraseando o Caetano Veloso: "Vc é burro cara!"

Anônimo disse...

Fiquei confusa agora, a Lola que vive reclamando que a Polícia de São Paulo é a que mais mata no mundo, que é a favor dos Direitos Humanos e contra execuções queria que a PM matasse um rapaz de 22 anos, claramente alterado, só porque ele é branco, de classe média e homem? É isso mesmo?

No caso, o rapaz estava colocando em risco a vida de outra pessoa, sim, era dever da polícia utilizar de poder letal contra ele se preciso fosse.O que a policia não pode é promover chacinas, atirar em estudante uniformizado, torturar pessoas, e pq não pode? Pq a vítima pode ser vc ou eu ou um parente nosso.

Anônimo disse...

Lembro que na época eu pensei: "Se esse cretino estivesse ameaçando um homem, por exemplo um gerente de banco ou funcionário de um mercadinho a polícia já tinha abatido ele há um tempão ".

Se a pessoa pega uma arma e ameaça alguém ela pode levar um tiro. Mas o tal tiro de preferência seria para desarmar a pessoa, não necessariamente matar. Tanto que toda vez que a polícia ou o exército matam alguém, seja dentro desse caso ou não, eles armam um flagrante, dizem que a pessoa morta tava ameaçando eles. Só ler as notícias pra comprovar

Anônimo disse...

Os bozoantas acharam que ao eleger o bozo iam ter licença pra agredir e matar mulheres ( e gays, trans, negros) eles mesmos ficavam gritando essas idiotices pelos metrôs da vida é foram filmaços fazendo isso.

Pelo contrário, as minorias se fortaleceram e agora estão denunciando esses comportamentos violentos como nunca antes, daí eu acho que vem nossa percepção de que o número de casos aumentou, temos agora mais denúncias. E mais apurações dessas denúncias, ainda bem

Alan Alriga disse...

O coronel responsável pela operação justificou na época: "Era um garoto de 22 anos, sem antecedentes criminais, em uma crise amorosa".
Direitos humanos, OAB, CNBB, imprensa e ...todos iriam criticar a ação da polícia.

O certo era a polícia ter abatido o bandido mas como ele é uma vítima da sociedade a polícia não podia atirar.

É difícil fazer o certo quando os direitos humanos defendem os bandidos nesses casos, se lembrem que muitas jovens são mortas por ex-namorados traficantes, mas independente do nível da brutalidade da morte as ONGs de direitos humanos não escrevem uma única linha sobre isso.

Marina disse...

Alan, os direitos humanos não "defendem bandidos", nem nesse caso nem em nenhum. Direitos humanos são um conjunto de direitos básicos q devem ser respeitados em todas as situações, para todos os seres humanos, sejam eles bandidos ou não.
Ocorre que esses direitos frequentemente colidem entre si, e nesses casos deve-se realizar um juízo de ponderação e decidir qual direito deve prevalecer. No caso Eloá, os direitos em conflito eram o direito à vida do ex-namorado e o direito à vida da própria Eloá.
Por óbvio, os casos de conflitos de direitos humanos são sempre complicados de serem decididos. Mas no caso aqui, acredito q fica mais simples. O ex-namorado estava ameaçando, há dias mantendo a Eloá em cárcere privado e etc. Em um cenário ideal, a polícia deveria agira para neutralizar o ex-namorado, causando o mínimo de danos a ele e a própria Eloá, obviamente. Mas caso não fosse possível, o direito à vida da vítima (a Eloá, no caso), deve ser preservado em detrimento do direito à vida do criminoso. Fazendo essa ponderação racionalmente, está justificada a ação da polícia. Claro que pode haver quem discorde e diga que a ponderação de valores feita foi equivocada e etc. Mas discordâncias sempre haverão e são normais. O ponto é existir toda essa linha de raciocínio bem clara a ser efetuada por quem dá as ordens, sejam policiais ou não, coisa que flagrantemente não acontece no nosso país.

Anônimo disse...

Isto é coisa de macho que se acha dono da mulher.

Por falar nisto, ontem fui fazer aula experimental numa academia e só tem machinho escroto nestes lugares. Enquanto estava na esteira, podia ouvir claramente dois machinhos brancos, um loiro de olhos verdes por volta de 18 anos e um branco "alpino"(sic) por volta de 30 anos. Ambos playboys falando de assuntos misóginos como dar notas para as mulheres que supostamente "pegaram", um deles soltou "quanto mais rosinha, melhor" em um momento e os dois riam. Enquanto ficavam revezando nos exercícios e falando asneiras misóginas e racistas. Só que ai eles começaram a falar de viagem também, achei que eles finalemnte iam parar de bostejar e não. Começa comparação da brasileira com a canadense, argentina e etc. Pros dois, o fato de que "gringos" duvidaram que eles eram brasieiros pela aparência era algo a ser orgulhado.

Eu fico até pensando. o capetão bolsonazi ganhou no país e eu não achei que tal tragédia fosse sequer possível. Será que fora do meu círculo social, misóginos, playboys, racistas, fascistas e "nacionalistas" que odeiam tudo o que o brasil é são a maioria?

Jane Doe disse...

Acho que o caso Eloá, assim como as execuções de pessoas inocentes por motivos torpes ou sem motivo nenhum são a prova do tamanho do despreparo da polícia.
Eu não sei qual é protocolo em casos que envolvem reféns. Eu pessoalmente acredito que a pessoa em cativeiro deveria ser a prioridade. Acredito também que as negociações deveriam terminar com todos vivos - e o criminoso ser processado de acordo com a lei. Mas quando tudo falha?
Porém como eu disse, não sou jurista, nem policial.
****

Eu quero desesperadamente acreditar que vivemos em uma civilização. E como pessoas civilizada que quero deixar claro que desaprovo qualquer tipo de violência e maus tratos contra pessoas que cometem crimes - independente da gravidade. Torturar um assassino/sequestrador/estuprador, mante-los em condições indignas, negar-lhes assistência médica (por mais que alguns mereçam) etc. não vai desfazer o dano que este causou e só nos aproxima da bestialidade e nos faz ainda piores do que os criminosos...

Dito isso - as leis não só no Brasil mas em vários lugares do mundo são brandas demais para delitos graves - Há crimes que são horrendos demais, pessoas que infelizmente são irrecuperáveis e que jamais deveriam voltar ao convívio social, pois a chance de reincidir é grande.
Essa deveria ser a função da justiça e do sistema prisional - recuperar que é recuperável - mais especificamente - quem DE FATO QUER ser recuperado e excluir da sociedade quem não tem condições de viver nela. Obviamente observando o que eu já disse no parágrafo acima.
***

O caso Eloá é bem típico - todo mundo encontrado uma desculpa para o "pobri omi sofredor", que é a vítima da puta megera. Para os homens todas as desculpas. Para as mulheres a culpa.... e a pena de morte.
***

Se eu viver tanto quanto o meu avó - que está passando dos 95 (em julho completa 96 e eu tenho 1/3 disso) - de certeza absoluta não será tempo suficiente para ver um único defensor dos direitos humanos defender uma vítima - indiferente do quão brutal for a violência cometida contra ela. E se a vítima for mulher... aí meus caros, dependendo das circunstâncias, nem mesmo uma boa parcela das feministas vão se compadecer...

Anônimo disse...

a) Na epoca eu questionei porque uma adolescente se envolveu com um homem mais velho temos que parar de achar normal um homem se envolver com uma adolescente.

b) Lola vc esta acompanhando o BBB provavelmente uma racista vai ganhar pergunto me onde o Brasil se perdeu ?

Anônimo disse...

Infelizmente, toda essa merda n vai acabar tão cedo. N sei se é só machismo ou tem algo mais, mas muitas mulheres estão totalmente fudidas mentalmente, fazendo elas aceitarem lixos como esse cara aí.
Uma amiga minha vivia o inferno no casamento, o lixo agredia ela fisica e psicologicamente.
Chegou a enforcar ela. Dizia q ela era uma merda, que nunca ia conseguir homem como ele(kkkkkk só rindo do infeliz), era grosso, n fazia porra nenhuma dentro de casa e exigia limpeza dela e ainda reclamava de ela n ser carinhosa com ele. Pq será né?
Mesmo nesse inferno ela n conseguia mandar ele se fuder e se separar, só terminaram pq ele decidiu sair de casa.
Ele é um psicopata manipulador, pq tratava ela como merda e depois tratava bem, fazendo ela achar q ele gostava dela. E q só fazia aquilo por culpa dela, pq ela n era como ele queria.
Eu pensei q ela estava livre do bosta, daí conversei sobre relacionamento abusivo com ela. Mostrei q ele é um psicopata, mas n adiantou nada!
Ela diz q n achava certo ele tratar ela assim, mas ela fala como se n fosse nada demais. E voltou a ficar com o lixo!
Parece q tá completamente cega. N teme pela vida dela. É bizarro.

Felipe Roberto Martins disse...

Um País com uma Tradição Totalitária desde de sempre...

Anônimo disse...

Uma arma legal na casa da menina podia ter mudado essa história né, mas o importante é desarmar a população pra ficarmos igual gado no matadouro esperando nossa morte!

Anônimo disse...

Academia só tem lixo, já ouvi coisas piores, já vi até o dono da academia jogar filhote de gato no lixo - mas um cliente viu, deu uma bronca e adotou). Mas a verdade é que todos no mundo querem ser 'europeus' eu tentar ser no que podem. E quem não pode é excluido, pois pra pode viajar e ser 'cidadão do mundo' - já que hoje dizem pra ser feliz tem que viajar PRECISA TER DINHEIRO, e muito. Agora, quanto as mulheres, essas tem que ver os caras que elas 'pegam', eles são racistas desse jeito pois as mulheres aceitam homens assim, pois no Brasil pra ser 'bonito' basta ser branco, loiro e ter os olhos claros, mesmo que seja deformado e fale errado tenha os dentes podres.

Sorte a deles, pois são mais felizes que eu, tive a tragédia de não ter nascudo pardo.

Recomendo que você vá a academia do SESC da sua cidade se for possível, geralmente o ambiente é bem diverso e as pessoas são educadas.