quinta-feira, 18 de abril de 2019

CARLUXO E A LGBTFOBIA ESTRUTURAL

Esta semana publiquei vários pontos de vista em relação à suposta homossexualidade de Carluxo, e se isso seria ou não homofóbico, e também se Haddad ter perguntando a ele "e o priminho?" configuraria homofobia. Apresento mais duas opiniões de pessoas LGBT. 

Texto de João Gabriel Souza, estudante do ensino médio.

A hipocrisia de Carlos Bolsonaro
Para que haja um entendimento melhor sobre a discussão entre Fernando Haddad e Carlos Bolsonaro e se Haddad foi ou não homofóbico, deve-se ter em mente o que compõe um ataque homofóbico. Como muitos dos gays -– se não todos -– sabem bem, os ataques homofóbicos possuem características bem evidentes como, por exemplo, a caricaturização dos gays -- tachando todos como sendo feminilizados, histéricos, promíscuos, entre outros.
Carluxo sendo homofóbico
Porém, a homofobia vem de várias formas, sendo elas veladas ou não. E à vista disso, é compreensível que muitos achem que a fala de Haddad tenha tido um teor homofóbico. Entretanto, deve-se levar em consideração não somente as palavras de Haddad, mas todo o contexto presente na discussão e também a relação de Carlos Bolsonaro com o público LGBTQ –- que sempre foi de ridicularizarão e ataques contra as liberdades individuais da comunidade LGBTQ.
O maquiador e gay
bolsominion Augustin
com Leo Índio:
"Perdeu, Carlos"
Ao supor que exista uma relação entre Carlos e seu primo, Haddad -– como muitos outros -– procura, na verdade, expor a hipocrisia presente nas ações de Carlos Bolsonaro. Afinal, a atitude de Carlos diante de pessoas LGBTQ, como o ex-deputado Jean Wyllys, sempre foi de puro desrespeito. Muito da fama da própria família Bolsonaro na política brasileira veio da sua homofobia. O próprio caso de Jean Wyllys, que teve que se exilar após anos de ataques, mostra como Carlos -– assim como toda a família Bolsonaro -–, propagou, e ainda propaga, ataques incessantes não só contra gays, mas contra a comunidade LGBTQ como um todo. Assim sendo, a atitude de Haddad não tinha o objetivo de propagar homofobia, mas sim de expor a atitude hipócrita de Carlos diante dos gays.
Graças a esses fatores, dizer que a atitude de Haddad em relação a Carlos -– presumindo que ele mantém uma relação amorosa com o primo ou chamá-lo de Carluxo –- não pode, e nem deve, ser classificada como homofobia. Não só por que esta leitura da fala de Haddad está errada, mas também porque chamar atitudes não homofóbicas de homofobia é banalizar a palavra.  

Eis a opinião de Oswaldo Piccolo, bacharel em Relações Internacionais.

Carlos e sua Sexualidade
As insinuações sobre a homossexualidade do Carlos Bolsonaro chegaram até mim há alguns meses. Na mesa temos os seguintes indícios: comentários ciumentos em publicação do Instagram do primo Léo Índio; a brincadeira do infame Augustin (maquiador, gay e apoiador do clã) de que “roubaria” Léo de Carlos; os primos moram -- ou moravam -- juntos; e, por fim, o próprio ódio aos homossexuais. Com isso, tínhamos uma bala de prata para cada um dos três príncipes: o filho número 01 seria corrupto e miliciano; o número 02, Gay Enrustido; e o número 3, teria pinto pequeno. Sim, em alguns âmbitos o debate está nesse nível.
Eu sou LGBT e “saí do armário” tardiamente. Por esse motivo, me solidarizo com aqueles que não conseguem ou não querem sair de lá. Sei o que é ter boa parte das lembranças da infância relacionadas à homofobia. Sei o que é ter um pai que te diz logo cedo que se você “virar” gay deixará de te reconhecer como filho (na realidade de hoje, o amor foi maior). Agora, mais adulto, sei também o que é ter seus tios, tias e primos dizendo que te amam como você é, mas chancelando um candidato à presidente que sabiam querer eliminar minha estirpe na primeira oportunidade. E sei o poder que esses traumas têm de te tornar mau e amargurado.
Digo isso porque crescer sendo LGBT em um meio hostil é sinônimo de ter medo a todo instante. É se sentir uma fraude em um mundo que te pede para ser autêntico. É não conseguir se amar por completo. É, para alguns, o caminho do desenvolvimento de uma série de distúrbios psicológicos. E pode significar também praticar o pior dos atos: maltratar aqueles que tiveram a coragem que você ainda não tem.
Voltando -– ou continuando -– ao Carlos, que agora é chamado de Carluxo e questionado sobre seu relacionamento com o “priminho” a todo tempo. Semana passada, a chacota veio por parte do Fernando Haddad. Na minha opinião, ele e todos que já vinham fazendo a piada estão errando feio e, sim, sendo homofóbicos. Mas acalmem-se, eu não vou cancelá-los ou ofendê-los. Eu também entendo vocês.
Nós vivemos em um país com racismo, machismo e LGBTfobia estruturais. E o que isso significa? Significa que muitos de nós, desconstruídos, mente aberta e do arquétipo “esquerda moderna”, que já achamos ter superado esses preconceitos, ainda os praticamos regularmente. 
Até nós LGBTs reproduzimos essas estruturas diversas vezes sem perceber (mas, por favor, nunca chame um gay de homofóbico ou uma mulher de machista, o oprimido nunca é o opressor de si mesmo). Haddad, que levanta nossa bandeira sem oportunismos, caiu na arapuca que descrevi acima. Caiu junto de todo mundo que acha graça em atacar o Carlos e os enrustidos por essa via. É compreensível, mas peço que, por favor, reflitamos. 
Por que achamos engraçada essa situação? É porque ele seria enrustido ou é só porque ser viado é engraçado? Por que ele é o único dos filhos que chamamos por um apelido diminutivo? E por que, entre as várias falhas de caráter que ele possui, escolhemos algo que não é uma para atacá-lo?
A sociedade precisa evoluir e faz parte desse processo os esforços de revisitar os privilégios de cada um, aprender a dialogar, aceitar que nossa realidade particular não serve como regra para o mundo do outro e, portanto, ter empatia na hora de se expressar, mesmo se for para atacar o inimigo. 
Muita coisa pode ser explicada no comportamento de Carlos se ele de fato for alguém que não vive sua própria verdade, mas nem por isso é certo atingi-lo por essa frente. Não utilizemos os mesmos métodos deles. Acima disso, sejamos tolerantes com os nossos.

11 comentários:

Anônimo disse...

Todo meu apoio a Carlos Messias Bolsonaro e também a seu pai, o democraticamente eleito presidente da república.

Carlos, eu não acho que o senhor seja homossexual, mas isso não tem importância nenhuma para mim.

Apenas continue sendo essa pessoa honesta que se preocupa com o Brasil.

Lola Aronovich disse...

Bolsonaro e "pessoa honesta" na mesma frase, mascutroll?
1o de abril já passou! Vc está 17 dias atrasado!

Anônimo disse...

Lola, sei que o blog é seu e vc publica o que quer, mas permite uma crítica? Esse assunto já deu, o Carluxo tem mais a ganhar que o Haddad com essa polêmica pq eles são adeptos do "fale mal mas fale de mim", e devíamos está tratando de questões mais práticas como protestos e denúncias contra o (des)governo do pai dele, cadê as ações coordenadas da esquerda?

Anônimo disse...

"Não tem uma viva alma mais hétero do que eu" ( Carlos Bolsonaro)

Anônimo disse...

Carlos Bolsonaro? Não foi aquele vereador mais votado no Rio de Janeiro em 2016?

Ele é bicha?

Nossa....

Anônimo disse...

Lola, sou o 21:14. Agradeço por você ter publicado meu comentário, isso só mostra sua coerência de permitir todos as idéias à esquerda ou à direita, permitindo assim o embate político saudável.

Mas sim, os Bolsonaro são honestos, por isso infelizmente são jóias raras na política nacional. Precisamos recrutar muitos políticos honestos, principalmente na Câmara e no senado, pois só vejo esta saída para o Brasil.

Não importa se de esquerda ou de direita, mas precisamos de gente decente lá. O que aconteceu com a Petrobrás nunca mais deveria acontecer no Brasil. Temos que lutar por isso.

Anônimo disse...

O Carluxo e o Índio fizeram terapia de reversão sexual, agora eles não são mais gays. Os dois moram juntos para se impedirem mutuamente de terem recaídas. Vocês todos deveriam respeitar a doença deles e apoiar o fato de eles se manterem em abstinência. São exemplos muito honestos de que a cura gay existe!

Felipe Roberto Martins disse...

Oi Lola... neste caso lembrei de um pensamento do Nietzsche:

"Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro. E se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você."

Abraços:).

Anônimo disse...

Quanto comentário troll... parecem até uma metralhador de disparar ironia e sarcasmo, tudo ao contrário da realidade.

Anônimo disse...

* metralhadora

Anônimo disse...

Mascutrolls são metralhadoras de merda na verdade, anon.