Homens falam grosserias pra mulher na rua. Marido diz: "Se as mulheres na rua dissessem que eu sou atraente, ficaria radiante".
Toda vez que falo contra grosserias na rua vem leitor dizer que deveríamos ficar felizes por estarmos sendo elogiadas... desde os dez, onze anos. Ou que não é nada de mais, e que eles adorariam se mulheres fizessem o mesmo com eles. Ou leitores que confundem falar grosserias na rua com paquerar, como se eu, feminista, quisesse acabar com todas as formas de relacionamento entre homens e mulheres na face da Terra.
Esta reação vem de um sentimento que em inglês se chama entitlement. Não há uma tradução exata, mas seria algo próximo de merecimento, algo que anda junto com o privilégio. Homens sentem-se meredores de fazer uma série de coisas. É bem o sentido de “eu posso; você, mulher, não”. Então homem pode e deve ter muitas parceiras sexuais, enquanto que pra mulher é preferível casar virgem. Homem pode trair se enjoar da esposa, mas ai se a recíproca for verdadeira. Homem pode sair com os amigos, mas pega mal pruma mulher largar a família pra ir ao cinema. E o homem pode, merece até, mexer com todas as mocinhas que ele julgar apetitosas, desde que elas estejam desacompanhadas. Não importa se a mocinha estiver com cara de poucos amigos, ou que ela esteja num dia ruim, ou que ela não esteja interessada, ou que ela, naquele momento, só queira locomover-se de um lugar a outro. Não é o desejo dela que será levado em consideração; é o dele. E ele pode fazer tudo aquilo por apenas um motivo — ele é homem. A sociedade realmente dá esse direito a seres humanos com pênis.
Pra muitos homens, dizer grosserias na rua não é só um direito, como também um dever. É um exercício da sua masculinidade. Serve pra mostrar que, mesmo num mundo com tantas mudanças, em que as mulheres trabalham fora e já ultrapassaram o “sexo forte” em matéria de educação formal, ainda são eles que mandam. Só quem está numa situação de poder pode julgar, e uma grosseria na rua é uma forma de julgamento. Os linguistas dizem que um dos maiores indicadores de poder é quem começa uma interação verbal. Com uma grosseria, a interação está iniciada. Este assédio é também um método eficaz de terrorismo sexual, pra lembrar que a qualquer momento esse “inocente” grito de “Vou te chupar todinha” pode se transformar numa passada de mão. E a passada de mão vira um outro aviso de que quem pode tocar num corpo alheio sem permissão também pode fazer outras coisas.
Eu me lembro da Marcha das Vadias de Fortaleza, em junho. Pra chegar até uma das entradas da faculdade, onde era a concentração pra marcha, era preciso passar por uma rua. Só que um lado da rua estava tomado por homens descansando, sentados e deitados na calçada. Toda mulher que ia naquela direção (com qualquer roupa) atravessava a rua para não ter que passar por eles. Claro que mesmo do outro lado da rua eles gritavam suas gracinhas. Mesmo num evento feminista que reivindicava o direito da mulher sobre seu próprio corpo, aqueles rapazes mostraram que a rua era deles. Mas por que a rua seria mais deles do que de uma mulher? A rua é um espaço público, não tem dono. Dizer que mulheres não podem ocupar esse espaço é um ato político de longa data. Equivale a dizer que o espaço da mulher é apenas o doméstico. Esta é uma das formas de controle que continuam sendo utilizadas para manter as mulheres no seu lugar. Logo, quando um homem, sozinho ou em grupo, diz grosserias pra uma mulher na rua, ele está reforçando essa mensagem. Está dizendo que, se ela não estivesse lá na rua — onde não é o seu lugar — sozinha, vulnerável, “à disposição” (sabemos que toda mulher sozinha está disponível), ela não seria abordada. O homem é um patrulhador à paisana!
Esse ritual de dominação encontra apoio de todos os setores. Faz uns três anos, uma turista israelense em férias na Nova Zelândia (país de primeiro mundo) estava tentando tirar dinheiro de um caixa automático. Depois de se indignar com as incessantes grosserias que teve de ouvir enquanto fazia aquilo, ela se despiu. Os caras ficaram calados, embasbacados. Ela se vestiu e foi embora. Mas qual não foi sua surpresa quando foi levada a uma delegacia de polícia e repreendida pelo que fez? É, uns carinhas gritarem insultos é okay, tolerado, até incentivado. Mas uma mulher responder? Aí não, aí não pode.
O que o sujeito que fala grosserias quer dizer no fundo é que não importa se a mulher tem uma carreira de sucesso, ou é uma ótima mãe, ou é uma excelente aluna na escola ou na faculdade, ou faz mil e uma coisas que nada tem a ver com sua aparência física — o ponto final é que ele, homem, tem direito de escrutinar e julgar o corpo dela e lembrá-la sempre da sua função principal no mundo, que é excitá-lo. Pros homens que acham que isso não é motivo pra se abater, recomendo um vídeo que uma doutoranda brasileira vivendo na Argentina me enviou. Nele, um jovem é assediado por várias mulheres bonitas, que lhe dizem, uma a uma: “Olá, lindo. / Te caiu um papel. O que te envolve, bombom. / Acredita em amor à primeira vista? Porque senão, amanhã volto de novo. / Ah, com essa bundinha te convido a cagar lá em casa! / Te agarraria todo! / Como eu gostaria de te...biiip! Te biip toda a noite biip. Meu amor!”
Em seguida, uma legenda aparece dizendo: “PARE! Imagine isso todos os dias desde que você tinha onze anos. Agora, pense que não todas são mulheres bonitas ou da sua idade. São senhoras adultas, crianças e até avós. Agora acrescente que não vivemos numa sociedade machista desde sempre, e sim femista. Acrescente que você não podia votar, que não era uma pessoa, mas uma coisa. Que você não podia trabalhar, que só prestava para limpar a casa e tomar conta dos filhos. E que sua mulher pudesse usar e abusar de você. Que ela podia te bater e te maltratar, e que você merecia isso por ser homem”. Finalmente, concluída a fantasia, uma mensagem fala direto ao espectador: “Não aguarde que a assediada seja a sua irmã, sua mãe, sua namorada, sua amiga. RESPEITE! Deixa andar pela rua em paz.”
Eu passei o vídeo adiante no Twitter e algumas leitoras o criticaram por todas as mulheres que dizem grosserias serem lindas e jovens. Mas este é o ponto. É mostrar o desconforto da pessoa assediada mesmo que quem assedia seja atraente. No início do vídeo as gracinhas são bastante educadas e divertidas. O garoto estranha, mas até sorri. Só que elas vão ficando cada vez mais pesadas, e seu sorriso desaparece. Quando uma moça o persegue pela rua, gritando grosserias atrás dele, ele está visivelmente amedrontado. Como se não bastasse o desgosto com a situação, coloque aí todo um contexto de uma sociedade que agride, oprime e desvaloriza o homem. Seria bonito?
Não, não seria. Portanto, faça o favor de parar de agir como se tivesse o direito de ser um ogro.
Esta reação vem de um sentimento que em inglês se chama entitlement. Não há uma tradução exata, mas seria algo próximo de merecimento, algo que anda junto com o privilégio. Homens sentem-se meredores de fazer uma série de coisas. É bem o sentido de “eu posso; você, mulher, não”. Então homem pode e deve ter muitas parceiras sexuais, enquanto que pra mulher é preferível casar virgem. Homem pode trair se enjoar da esposa, mas ai se a recíproca for verdadeira. Homem pode sair com os amigos, mas pega mal pruma mulher largar a família pra ir ao cinema. E o homem pode, merece até, mexer com todas as mocinhas que ele julgar apetitosas, desde que elas estejam desacompanhadas. Não importa se a mocinha estiver com cara de poucos amigos, ou que ela esteja num dia ruim, ou que ela não esteja interessada, ou que ela, naquele momento, só queira locomover-se de um lugar a outro. Não é o desejo dela que será levado em consideração; é o dele. E ele pode fazer tudo aquilo por apenas um motivo — ele é homem. A sociedade realmente dá esse direito a seres humanos com pênis.
Pra muitos homens, dizer grosserias na rua não é só um direito, como também um dever. É um exercício da sua masculinidade. Serve pra mostrar que, mesmo num mundo com tantas mudanças, em que as mulheres trabalham fora e já ultrapassaram o “sexo forte” em matéria de educação formal, ainda são eles que mandam. Só quem está numa situação de poder pode julgar, e uma grosseria na rua é uma forma de julgamento. Os linguistas dizem que um dos maiores indicadores de poder é quem começa uma interação verbal. Com uma grosseria, a interação está iniciada. Este assédio é também um método eficaz de terrorismo sexual, pra lembrar que a qualquer momento esse “inocente” grito de “Vou te chupar todinha” pode se transformar numa passada de mão. E a passada de mão vira um outro aviso de que quem pode tocar num corpo alheio sem permissão também pode fazer outras coisas.
Eu me lembro da Marcha das Vadias de Fortaleza, em junho. Pra chegar até uma das entradas da faculdade, onde era a concentração pra marcha, era preciso passar por uma rua. Só que um lado da rua estava tomado por homens descansando, sentados e deitados na calçada. Toda mulher que ia naquela direção (com qualquer roupa) atravessava a rua para não ter que passar por eles. Claro que mesmo do outro lado da rua eles gritavam suas gracinhas. Mesmo num evento feminista que reivindicava o direito da mulher sobre seu próprio corpo, aqueles rapazes mostraram que a rua era deles. Mas por que a rua seria mais deles do que de uma mulher? A rua é um espaço público, não tem dono. Dizer que mulheres não podem ocupar esse espaço é um ato político de longa data. Equivale a dizer que o espaço da mulher é apenas o doméstico. Esta é uma das formas de controle que continuam sendo utilizadas para manter as mulheres no seu lugar. Logo, quando um homem, sozinho ou em grupo, diz grosserias pra uma mulher na rua, ele está reforçando essa mensagem. Está dizendo que, se ela não estivesse lá na rua — onde não é o seu lugar — sozinha, vulnerável, “à disposição” (sabemos que toda mulher sozinha está disponível), ela não seria abordada. O homem é um patrulhador à paisana!
Esse ritual de dominação encontra apoio de todos os setores. Faz uns três anos, uma turista israelense em férias na Nova Zelândia (país de primeiro mundo) estava tentando tirar dinheiro de um caixa automático. Depois de se indignar com as incessantes grosserias que teve de ouvir enquanto fazia aquilo, ela se despiu. Os caras ficaram calados, embasbacados. Ela se vestiu e foi embora. Mas qual não foi sua surpresa quando foi levada a uma delegacia de polícia e repreendida pelo que fez? É, uns carinhas gritarem insultos é okay, tolerado, até incentivado. Mas uma mulher responder? Aí não, aí não pode.
O que o sujeito que fala grosserias quer dizer no fundo é que não importa se a mulher tem uma carreira de sucesso, ou é uma ótima mãe, ou é uma excelente aluna na escola ou na faculdade, ou faz mil e uma coisas que nada tem a ver com sua aparência física — o ponto final é que ele, homem, tem direito de escrutinar e julgar o corpo dela e lembrá-la sempre da sua função principal no mundo, que é excitá-lo. Pros homens que acham que isso não é motivo pra se abater, recomendo um vídeo que uma doutoranda brasileira vivendo na Argentina me enviou. Nele, um jovem é assediado por várias mulheres bonitas, que lhe dizem, uma a uma: “Olá, lindo. / Te caiu um papel. O que te envolve, bombom. / Acredita em amor à primeira vista? Porque senão, amanhã volto de novo. / Ah, com essa bundinha te convido a cagar lá em casa! / Te agarraria todo! / Como eu gostaria de te...biiip! Te biip toda a noite biip. Meu amor!”
Em seguida, uma legenda aparece dizendo: “PARE! Imagine isso todos os dias desde que você tinha onze anos. Agora, pense que não todas são mulheres bonitas ou da sua idade. São senhoras adultas, crianças e até avós. Agora acrescente que não vivemos numa sociedade machista desde sempre, e sim femista. Acrescente que você não podia votar, que não era uma pessoa, mas uma coisa. Que você não podia trabalhar, que só prestava para limpar a casa e tomar conta dos filhos. E que sua mulher pudesse usar e abusar de você. Que ela podia te bater e te maltratar, e que você merecia isso por ser homem”. Finalmente, concluída a fantasia, uma mensagem fala direto ao espectador: “Não aguarde que a assediada seja a sua irmã, sua mãe, sua namorada, sua amiga. RESPEITE! Deixa andar pela rua em paz.”
Eu passei o vídeo adiante no Twitter e algumas leitoras o criticaram por todas as mulheres que dizem grosserias serem lindas e jovens. Mas este é o ponto. É mostrar o desconforto da pessoa assediada mesmo que quem assedia seja atraente. No início do vídeo as gracinhas são bastante educadas e divertidas. O garoto estranha, mas até sorri. Só que elas vão ficando cada vez mais pesadas, e seu sorriso desaparece. Quando uma moça o persegue pela rua, gritando grosserias atrás dele, ele está visivelmente amedrontado. Como se não bastasse o desgosto com a situação, coloque aí todo um contexto de uma sociedade que agride, oprime e desvaloriza o homem. Seria bonito?
Não, não seria. Portanto, faça o favor de parar de agir como se tivesse o direito de ser um ogro.
227 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 227 de 227passar em frente de bar/boteco, restaurante, padaria, loja de móveis, farmácia, jornaleiro, enfim, qualquer tipo de comércio, e ouvir um "linda, gostosa, delícia" de homens nada atraentes não é NADA elogioso. e a verdade é q a gente se acostuma tanto a esse tipo de comportamento agressivo q, mesmo se o cara for bonitinho, eu n vou nem reparar, a minha primeira reação vai ser acelerar o passo e me afastar com nojo e, no fundo, um pouco de medo.
sobre ser abusada fisicamente, depois de grande eu n tenho sofrido com isso, embora me resguarde bastante e deteste caminhar a noite. confesso q se tem algo bom em ficar mais gorda e q esse assédio diminui, chega a ser um conforto, por mais absurdo q pareça. e qd estou numa multidão, tipo ônibus e metrô, eu me sinto mais confiante pra reagir, então quando tentam se roçar em mim, eu empurro ou dou cotovelada.
mas minha amiga da faculdade, q é magra e baixinha, estava saindo do curso de inglês outro dia, q fica bem perto da casa dela, e quando já estava na rua de casa, quase chegando, um sujeito vindo pela calçada em sentido oposto simplesmente agarrou o peito dela. assim, sem mais nem menos. deu um apertadinha e se afastou, continuou andando tranquilo, enquanto ela ficou totalmente apavorada. era 9 horas da noite (hora q acaba a aula dela) e não tinha uma pessoa pra socorre-la, se necessário.
vi algumas pessoas falando q isso é mais comum em meios mais pobres, mas tudo isso q eu narrei se passou na zona sul do rio.
ahhh que maravilha ler alguém dizendo q sai com faca de cozinha na bolsa aahahah confesso q no colégio, por causa de medo, eu sempre tinha uma tesourona na mochila. eu era medrosa e fraca, mas se tentassem me atacar, eu ia tentar me defender.
hoje em dia eu mal uso bolsa, no máximo uma bolsinha de trico atravessada, q só cabe meu RG, celular e dinheiro. acabei perdendo o hábito.
e pra quem disse q na europa é melhor: depende do país, há europas e europas. a itália é mais nojenta q o brasil, minha mãe foi super assediada lá em plena luz do dia, passaram a mão na bunda, cantaram, perseguiram pela rua, aos risos.
isso nunca aconteceu com ela aqui, nem comigo (mas lendo os relatos, descobri q já aconteceu com algumas). de qualquer forma, dizem q aquela merda de país é primeiro mundo, né... um lugar q elege berlusconi, argh
Eu fico muito feliz de não precisar de algém dizendo que sou 'a coisa mais linda', 'que gata!', 'gostosa'e outros.
Tenho uma amiga que comentou que pra 'dar aquela levantada no ego',vai fazer caminhada:( ó céus!tadinha.
E triste vendo todos os dias acontecer.A todo o momento tem rodinha de homens avaliando mulheres...e todo mundo achando a coisa mais natural do mundo :(
Me identifiquei total com os depoimentos e vou reforçando que nós temos MUITO medo da possibilidade de estupro.Basta ver um homem vindo em nossa direção num lugar mais deserto.
Eu também acho que não exista um lugar mágico onde os homens todos sem tirar nem por, respeitem as mulheres. Isso é utópico, sempre haverá um metido a engraçadinho, não importa o lugar.
Creio, que sendo machista e msm que vivesse numa ilha deserta, ele daria em cima nem que fosse numa palmeira..rs
Mas nao fazemos parte de nenhuma paisagem, quando estamos na rua estamos apenas querendo ir para algum outro lugar, deveria ser simples de se entender.
Mas então fica apenas a soluçao imediata ao caso, eu tenho medo de reagir, já contei minha história aqui, sei lá morro de medo da violencia, de ser estuprada, e não há estupro sem violencia fisica ne?
E creio que se há alguma mulher que se sinta bem com cantadas, não acho que ela deva ser julgada, culpa-la por ter uma estima fragilizada não resolve, sutira tanto efeito quanto dizer a um homem que ele é um ogro, por estar fazendo gracinhas a quem não se deve.
Acho que todas aqui gostam do flerte, paquera, em lugar apropriado e dentro do contexto é algo super saudável e pq não bom pro ego? Acho que o segredo está na educação, no aprendizado.
Com respeito, toda nova relaçao pode se iniciar com mais força. Esses abusos são prejudiciais para os homens tb, pena que a maioria não vê dessa forma....
Realmente é algo assustador. Desde novinha, aos 12 por ai, ouço esse tipo de coisa, buzinadas, piadinhas. E pra alguém dessa idade é muito assustador. Como alguem disse, morremos de medo que uma atitude dessas vire uma ação.
Eu lembro uma vez, bem cedinho da manhã, eu tava indo pra catequese e um cara passou de carro e ficou me chamando p eu entrar no carro dele, que ele queria transar comigo e ia me pagar. Eu me CAGUEEEEEEEEEI de medo, segui reto e fingia que não ouvia. Contei o que se passou pro meu pai e ele passou a me acompanhar até o local onde se fazia a catequese. E essa não foi a única vez, anos depois um cara parou a moto e perguntou se eu nao queria sair com ele.
Será que esses homens não tem nada na cabeça? O que eles sentiriam se fizessem isso com suas filhas, mães e familiares?
'eu tenho medo de reagir'
Vc tem que se lembrar que um dia pode ser que tenha que reagir nao so pra defender vc, mas tb seus filhos.
Tem muitos cursos de defesa pessoa pra mulher, ouvi falar que krav maga é bom, deve ser mesmo, sem as frescuras das artes marciais tipo tradicionais
É mais facil e realista mudar vc do que mudar o mundo,e mais ainda mudar o brasil q nem jeito tem
Acho que tem a ver com o post...
Acabo de ver que no facebook vários homens estão compartilhando e morrendo de rir de um link que fala pra mulheres colocarem fotos suas sem sutiã como uma espécie de campanha contra o câncer de mama.
Criam um dia pra se falar a respeito da prevenção de uma doença e a reação de vários homens, no lugar de levar alguma coisa que tenha a ver com mulher a sério, é se divertirem compartilhando um link desses, já que através dele podem mostrar pra seus amiguinhos que são machos com m maiúsculo e que gostam de mulher. Foda-se que estejam fazendo piada às custas de uma doença. O importante é um dar tapinhas nas costas dos outros, olha só como a gente é macho, olha só como a gente gosta de mulher, olha só como a gente não perde uma oportunidade de mandar uma mulher tirar a roupa.
Isso tudo é muito patético. Pra mim é só mais um exemplo de desrespeito com o corpo e com a saúde da mulher.
cara que assedia menina de 10 anos é pedófilo, sem mais.
uma vez estavamos andando descendo a rua , e um bando de animais de teta começaram a mexer com a gente, uma das garotas mandou ele tomar no cú, o grupo de caras começou a correr atrás da gente, só não aconteceu nada demais porque paramos perto de uma viatura da policia.
acho um saco trabalhar com esse binômio país civilizado x terceiro mundo, mas posso dar um poquinho da minha visão sobre este tema a partir da minha experiência de vida aqui na zoropa.
como você mesmo coloca no texto, com o caso da turista que se despiu, nenhum povo/país está livre deste tipo de agressão machista. eu vivo na alemanha há quase dois anos, um país que, pra minha surpresa, é altamente multicultural. temos muitos gregos, italianos, turcos, espanhóis, toda gama de africanos e muitos europeus do leste. dizem que 1/3 da população é estrangeira. e essa amostragem me dá uma perspectiva bacana pra observar esse tipo de atitude machista que acontece em âmbito público.
a grosso modo percebo que as culturas onde as mulheres detem menos direitos, ou são oficialmente menos respeitadas, são as campeãs deste tipo de agressão verbal cotidiana. são homens oriundos de sociedades com sexualidade altamente reprimida que sentem uma satisfação ainda maior em "falar gracinhas" justamente para as meninas alemãs (em teoria infinitamente mais libertas que as co-patriotas do machista). a "piada" ganha peso 2 pois tem o efeito: eu falo o que quero até mesmo pra você, mulher européia que acredita e se vangloria de seus direitos.
é triste. mas é uma percepção muito clara neste pouco tempo por aqui. até muitas boates impedem a entrada de grupos de 4, 5 jovens com origem árabe. um absurdo que só se justifica pela argumentação de que estes grupos "causam problemas". e, infelizmente, 99% das agressões de homens contra mulheres que já presenciei ou tive notícia (nota, trabalho com muitas pessoas envolvidas na noite, em shows, bares, clubes e afins) tinham origem em rapazes árabes, africanos ou latino americanos.
cabe ainda citar que percebo que o chamado "sexismo benevolente" é mais escasso aqui que no brasil. o papel das mulheres e sua postura no cotidiano já coloca toda relação de uma forma mais justa. aqui mulher pega peso sim (e até se irrita com cavalheirismos malandros disfarçados de ajuda solidária) dirige carro/ônibus/metrô, pinta parede, e nada disso por "necessidade". mas sim pela possibilidade. o que é possível aos dois gêneros, cabe então a ambos. viver isso no cotidiano é bem interessante.
reitero aqui que repudio a idéia de um maniqueismo aplicado ao machismo dos diferentes povos. mas é também preciso notar que o respeito ao genero alheio é algo culturalmente aprendido, ensinado e exigido no decorrer do tempo. não despertar pra isso também é negar a possibilidade de limpar dia após dia o machismo da nossa cultura.
Às vezes penso que tem até serial killer no Brasil, mas com as nossas leis e a nossa polícia, não ficamos nem sabendo.
Um dia, há alguns anos, em Fortaleza, saí com uma amiga do colégio por volta de dez, dez e meia da noite. Fomos para uma rua ao lado, onde era a parada para o nosso ônibus. Quando viramos a esquina, a rua estava deserta e dois caras num carro preto passaram. Eles nos viram e desaceleraram o carro. Passaram a andar bem devagar e a nos encarar. A parada ficava alguns metros a frente e só tinha uma moça.
Nós continuamos andando, mas falei pra minha amiga: ande devagar e não demonstre medo! Resolvi encarar os pilantras de volta. Olhei bem dentro dos olhos do motorista e transmiti o maior ódio que já senti na vida. Então, eles aceleraram e foram adiante.
Vi quando eles pararam em frente à parada. Pelo outro lado, estavam vindo dois rapazes sem camisa conversando e a moça na parada estava aterrorizada por causa deles. Os caras do carro pararam, ofereceram carona a ela e a louca aceitou. Ela já estava pronta para entrar, quando meu ônibus chegou. Peguei ela pelo braço e a puxei para dentro. Ela brigou comigo e me acusou de tê-la machucado, mas sinto até hoje que salvei a vida dela. Os olhos daqueles caras eram frios e maus como o de vários assassinos que já vi. Infelizmente, não peguei a placa do carro.
Flasht,
"serve para mais o que então? ainda que siva para outras coisas nada supera a para a qual foram feitas"
(Essa foi sua resposta ao que eu disse: "Dá ódio ser tratada como um pedaço de carne que só serve pra ser comida."
Você realmente acredita no que você falou?
auehuaeuhaeuheauhaeuhaeuheahueahue
É super engraçado ver um troll tentando irritar alguém!
Mas, ok, é seu "trabalho" como troll aqui no blog da Lola tentar inferiorizar as mulheres. eaheahueahueauha
Você me lembra um conhecido que todo dia tentava me convercer que o deus dele criou as mulheres para serem submissas aos homens.
A única reação que eu tinha era rir! Não tem como um pensamento desses não ser engraçado! ahehueahueahuae
Tem que ser muito boçal pra pensar assim. Dá até vontade de dizer "coitadinho", num dá?
Estranho eu ter postado um comentário mas não estar mais aí...
Mas venho me repetir: como sempre, tomada da raiva que, de certo modo, faz sentido, já que é muito desagradável ser alvo de grosserias, a autora vê apenas um dos lados da questão.
São todos os homens que agem assim? Uma maioria? Uma minoria?...
Porque, na minha experiência como homem, uso muito mais o olhar do que as palavras (aliás, muitíssimo raramente me dirijo a uma estranha com palavras de flerte), mas a grande maioria das mulheres para quem eu simplesmente olho - as vezes até sem querer, cruzando o olhar - nas ruas da Grande São Paulo reagem com desprezo, às vezes até nojo. Acredito que não tenha nada de "nojento" em minha aparência (e não costumo ser considerado uma pessoa "feia"), portanto sou levado a crer que essas mulheres agem com PRECONCEITO.
De antemão elas não acham que eu seja "entitled" de seu reconhecimento. Assim, demonstram seu PODER desprezando-me e a outros homens com quem já conversei sobre isso. Não estou dizendo que machismo não existe, nem que os homens afrontem às mulheres na rua como demonstração de poder, mas estou dizendo que o femismo também existe, em grande "quantidade", e que muitas mulheres o praticam através da desqualificação dos homens: somos seres inferiores, brutamontes, ogros, indignos até de seus olhares. Essa desvalorização do homem tem o outro lado da MOEDA: o homem precisa provar seu valor através do valor econômico. Portanto, a relação em que a mulher oferece sexo em troca da renda masculina (e não me refiro à prostituição, mas às relações de namoro e casamento dominantes na sociedade capitalista) não é apenas machista mas também femista.
http://punkcanibal.zip.net
Ops, acho que minha frase ficou esquisita... Congresso Nacional em Brasília, né haha...
Ai, Lola, eu pensei em mil comentários enquanto lia isso tudo. Me lembrou do meu pai, que sempre me pediu que eu não saísse de bermudas ou saias porque iam mexer comigo na rua e ele ia ter que TOMAR UMA ATITUDE, que eu OBRIGARIA ele a isso. Tipo, sou propriedade do meu pai, o cara tentou assediar a propriedade dele,ele precisa fazer justiça com as próprias mãos. Quando eu casei, ele disse que estava aliviado por o problema não ser mais dele, mas ninguém nunca me perguntou sobre o meu problema. Isso nunca parou de acontecer comigo.
Já tive caso de grosserias mil até enfiarem a mão na minha bunda na rua. O engraçado é que quando isso aconteceu eu tinha 13 anos, nunca tinha nem beijado na boca e um cara passou na rua e fez isso e a rua toda ficou olhando de forma acusadora PRA MIM. Tipo "olha que vagabunda deixando ele passar a mão". É tudo muito complicado.
Eu sempre pergunto pro meu marido porque os homens fazem essas coisas se é o primeiro passo pra não se envolver com a mulher por magoá-la. Ele me diz que acha que é porque o cara tem uma auto estima tão baixa que ele já sabe que não vai conseguir nada, que não adianta nem tentar. Então faz de qualquer forma.
A verdade é que piadinhas sobre passar em frente da obra pra te chamarem de gostosa existem desde que você cria seios. É a forma de aconselhar uma mulher a se sentir bem.
Quando mexem comigo na rua assim eu não me sinto assediada de forma positiva, se é que isso existe. Eu sinto vontade de sentar e chorar, de me esconder, de me enfiar num buraco. Porque "a rua" sempre acaba culpando a mulher por isso e procurando justificativas absurdas que vão da roupa que vc tá usando até o fato de vc ACHAR que tem direito de sair sozinha. O famoso "o que uma mocinha direita estaria fazendo sozinha na rua a essa hora? Deve ser vagabunda". Porque nós mocinhas direitas devemos ter toque de recolher.
Eu não me considero uma mulher tão bonita ou tão gostosa a ponto do tanto que mexem comigo nas ruas. Não sei se é pelo fato de eu trabalhar desde cedo, estudar a noite desde cedo e estar na rua nesses horários proibidos pra nós. O que eu sei é o que isso gerou em mim: eu tenho medo. Eu tenho pânico de andar sozinha pela rua. Eu fico ligando pro meu marido me acompanhar e ele já está impaciente, diz que eu tinha que ser mais independente porque ele não pode viver em minha função. Mas eu tenho medo das ruas, não sei explicar. Só de ver um homem passando ao meu lado tenho vontade de sair correndo, de mudar de calçada. Porque eu tenho medo do poder e do direito que ele pode pensar ter sobre mim...
o vídeo é interessante. olhando pelo lado de vcs até me faz pensar e repensar meus conceitos...
Mas tenho que falar... como agente para se até as comprometidas encaram e dão mole pra gente mesmo com seus machos do lado? (esse papo de chegar em mulher sozinha é pura mentira... nada melhor que cobiçar e gratinar a mulher do próximo.)
Agora, tb pudera... como vcs querem que agente não fale nada com vcs, sendo que se vestem com micro saias, calças coladas, decotes maravilhosos, calcinhas cavadas e demais vestimentas que modelam o corpo de vcs???
Novamente, começa a hipocrisia...
Acho mais que justo vcs buscarem essa independência em todos os sentidos da palavra... mas como falei no coment anterior, de que adianta se vcs não dão o exemplo?
Daqui a pouco vão brigar pelo direito de andarem nuas nas ruas e não serem cantadas... pra não dizer estupradas.
Pq tem cada roupa que vcs usam... Lola, vc sabia que do mesmo que vcs mulheres olham nosso "pacote" agente tb fica muito atento aos seus "capôs de fusca"???
ha certas calças que mostram tudo. como falei, decotes perfeitos, calcinhas safadas que ficam perfeitas e marcadas...
e ai...? vc acha isso certo?
ah ta... é liberdade... vcs são livres e podem fazer isso...
tanto é que a moda é andar quase nua - pq usar roupa ultra colada modela e expoem do mesmo jeito mas é roupa - mesmo fora da praia...
Bom, se é com esse conceito que vcs querem ficar livres dos "elogios" de péssimo gosto, continuem assim. O capô de fusca e os donos das lojas de roupas femininas agradecem...
pq vcs acham que a Eva é que é o simbolo do pecado??? Creio que ela não tava rezando la com a maçã e a cobra...
"micro saias, calças coladas, decotes maravilhosos, calcinhas cavadas e demais vestimentas que modelam o corpo de vcs???"
isso foi um comentário ou uma masturbação mental? de onde esse povo ta saindo, meu deus? se o sujeito não se controla nem para digitar, imagina na rua..
(como vcs querem que agente não fale nada com vcs, sendo que se vestem com micro saias, calças coladas, decotes maravilhosos, calcinhas cavadas e demais vestimentas que modelam o corpo de vcs???)
tinha que vir um animal de teta falar isso....
a nossa vestimenta não tem nada a ver com vc e nem com os outros animais que nuca viram mulher na frente. ainda sim vc e nem ninguém tem o direito de abrir a boca de latrina pra ficar falando besteira.
( Novamente, começa a hipocrisia..)
não somos hipocritas, vc que é doente, maníaco , acha que mulher se veste para desfilar na rua. a gente se veste como a gente quiser, e sim temos direito de andar sossegada na rua sem um doido ficando atrás para nos importunar.
(mas como falei no coment anterior, de que adianta se vcs não dão o exemplo?)
do que vc está falando, seu maluco?
(Daqui a pouco vão brigar pelo direito de andarem nuas nas ruas e não serem cantadas... pra não dizer estupradas.)
não é preciso, vcs estuprariam até se esitvessemos de burca. seu doente mental.
(agente tb fica muito atento aos seus "capôs de fusca"???
ha certas calças que mostram tudo. como falei, decotes perfeitos, calcinhas safadas que ficam perfeitas e marcadas...)
e vc fica olhando, né? não é a gente que tem que se vestir como VC QUER, ou como VC ACHA adequado. vc tem é que se tratar seu psico!
(ah ta... é liberdade... vcs são livres e podem fazer isso...)
parece que a nossa liberdade te incomoda profundamente.
''pq vcs acham que a Eva é que é o simbolo do pecado??? ''
tá ,já despejou suas baboseiras, agora vá tomar seu tarja preta.
Retaliação física por recusa de se entregar a um homem... esse é meu maior medo... e certeza que agora, será o maior medo de muitas meninas e mulheres... tivemos o caso da Rhanna no NE brasileiro, que se recusou a beijar um cara e teve seu braço partido em dois... Basta procurar na internet e veremos várias notícias sobre o ocorrido e até mesmo o vídeo da câmera de segurança do lugar.
Mas o que mais chateia são as pessoas comentando que é culpa dela que deve ter "atiçado" o cara e depois tirado o corpo fora, que ela mereceu e outros absurdos...
Esse machismo infundado está arraigado nos brasileiro.. e digo brasileiros, pois li muitos desses comentários vindos de mulheres...
No começo, não curti a marcha das vadias, mas acabo apoiando cada vez mais a ideia....
não querem que os homens mecham com vcs?? simples.
FIQUEM EM CASA PILOTANDO O FOGÃO, QUE É BEM O LUGAR DE VCS MSM! HAHAHAHAH
Eu nunca, nunca, NUNCA deixo por menos quando alguém vem me incomodar na rua. no máximo quando eu demoro demais pra perceber o que houve, ou se foi comigo. mas quando eu percebo, meniiiina, eu viro um bicho quase.
hoje mesmo eu estava indo pro estágio quando um qualquerzinho se achou no direito de gritar "ei delícia" assim que eu passei ao lado dele. mas veja que coisa, o dia está chuvoso aqui onde eu moro, então por precaução eu estava carregando meu guarda-chuva, fechado. e longo. praticamente uma arma letal aquilo.
e vem algum idiota com gracinha bem do meu lado? só sei q, por reflexo, eu virei e levantei o guarda-chuva. quase q eu acerto a cabeça do infeliz (adoraria poder fazer isso, mas né? eu tava numa praça movimentada e havia policiais por perto hahahaha). me segurei e limitei-me a uma torrente de xingamentos (e o cara tava lívido, com uma cara de susto daquelas kkkk) e fui-me embora. vou andar com o guarda-chuva mais vezes!
Me lembro de quando tinha uns 16 anos, bem na época que comecei a me revoltar com esses tipos de comentários, na primeira situação eu usava uma micro saia e ao esperar para atravessar a rua, um rapaz(bem pnc alias)que estava passando de bike simplesmente passou a mão na minha bunda... fiquei pasma e nao consegui ter reação alguma, apesar da revolta que me deu!!! Alguns meses depois ao entrar em um bar... com a mesma saia(só usava ela eheheh) um sr. que ali se encontrava fez algum comentário machista, não me recordo bem o que mas algo do tipo "o la em casa" eu o olhei com tanto desprezo e nojo que imediatamente ele me pediu desculpas, foi ai que descobri, nos mulheres temos que nos revoltar, que seja com um olhar ou com um belo vai toma no c... Não tenho medo de responder, de me revoltar... DE EXIGIR RESPEITO!!! Mulheres não fiquem envergonhadas, vocês não estao fazendo nada de errado, não é culpa sua esse tipo de ignorância e não seria justificavel mesmo que vcs estivessem de calcinha e sutia... SE REVOLTEM, NÃO ACEITEM!!! EU NAO ACEITO MAIS!!!
Lembro que por volta dos 11 anos, ao responder a provocacao de um grupo de homens eu fui xingada. Fui taxada como grossa, mau educada e feia.Eu lembo do constrangimento da situacao, da mensagem passada que mesmo que vc nao queira ser abordada, nao responda, apenas ouca. A gente tem que aprender desde cedo, nao eh? A gente passa a creditar esse tipo de invasao a determinadas classes sociais, acreditando que em outros ambientes coisas assim nao acontecem. Quase uma decada depois, no primeiro ano da universidade, minha turma, majoritariamente feminina, tinha que assitir aulas com outra turma de Comunicacao. Os meninos da sala formavam um corredor na porta, onde eramos recebidas com gracinhas. No entando, isso se tornou motivo de represalia quando eles comecaram a fotografar com o celular os seios e a bunda das mais desejadas.
Voltando de um exame, acabei de tirar sangue, estava já na praça em frente de casa e atravessando quando um cara de moto parou e começou a falar:
- Aí gatinha você é um tesão, quero chupar essa sua boceta.
Estou transtornada, já tomo remédio controlado e sofro de ansiedade, agora quero ficar enterrada em casa e nem ir trabalhar.
Simplesmente me sinto um lixo, passei a adolescência sendo assediada, mesmo quando os caras fazem amizade comigo e parecem legais logo que descobrem que namoro me tratam mal ou fingem que eu não existo.
Sou bonita, já me descontrolei com a alimentação, fiquei gorda, não me importava, parecia mais fácil.
Por que só quem é mulher sabe o que é está em uma rua deserta e só ver uma sombra ou pessoa andando mais rápido e o coração acelerar, mesmo de dia é sempre um inferno.
Mesmo no trabalho me sinto assediada diversas vezes com "carinhos" demais de caras que namoram e até são casados e acabo me isolando e sendo grossa.
Ser mulher é uma luta todo dia!
Quando minha amiga comentou sua indignação ao ser cantada três vezes enquanto trabalhava, eu usei o clássico argumento "ei, tu está sendo elogiada".
Eu me considero um sujeito razoavelmente esclarecido e preocupado em termos de respeitar o outro e cuidar para não pisar em cima de nenhuma diferença, não me achar melhor etc.
Ainda assim, é difícil. Eu fui ensinado a achar que isso é normal, e sem perceber que o normal é danoso, simplesmente reproduzi. Enfim, aos poucos a gente vai percebendo, né?
Escrevi um pouquinho (bem pouquinho) sobre isso aqui =)
Eu tenho 31 anos de idade e nunca mexi com mulher nenhuma em meio de rua, pra que mesmo?... povo complicado esse...!!!!
Engraçado. Meu namorado mora a mais de 3000km de distância e estou sem ele a maior parte do tempo, mas nem por isso deixo de sair com minhas amigas pra conversar e me divertir. O fato de eu escolher um barzinho para conversar e me divertir não quer dizer que eu esteja disponível e à caça de parceiros para copular, mas os homens não conseguem compreender isso. Ontem mesmo encontrei um conhecido - um crápula nojento -, e ele me perguntou se eu estava sozinha. Disse que não e apontei minha amiga. Em seguida, ele reformulou a pergunta para obter a resposta que queria: "Cadê o namorado?". Eu disse que estava na casa dele, que infelizmente era muito longe daqui. E aí ele se saiu com aquela clássica machista: "Mas ele deixa você sair assim à noite numa boa?". Ô, ele é meu namorado, não meu dono. Visivelmente incomodado com a minha posição de mulher comprometida desacompanhada, ele tentou pensar em algum outro macho que pudesse estar comigo ali, me vigiando: perguntou pelo meu irmão. Porque era uma afronta eu estar ali sem meu namorado, sem meu irmão, sem nenhum homem que pudesse reivindicar posse sobre mim, e que não estivesse à procura de nenhum. Eu só saí pra me divertir com uma amiga, mas parece que apenas mulheres entendem isso.
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