Ontem enviei no Twitter um absurdo que um leitor (mil desculpas, mas não vou lembrar quem foi, e o sistema de busca do microblog não costuma funcionar muito bem) me falou na semana passada: um concurso do programa Raul Gil pra eleger a mais bela empregada doméstica do Brasil. Tá, até aí, nada de grave. Por mais que eu não goste de concursos de beleza, porque eles servem para reforçar a ideia de que uma mulher, em qualquer profissão, tem que ser bonita acima de tudo, eles existem às pencas, e não são eu que vou proibi-los. O máximo que posso fazer é não vê-los, e isso eu faço muito bem, modéstia à parte. Mas o que me chamou a atenção neste concurso em particular foi que, quando a empregada se inscrever, deve colocar na ficha o nome da patroa. O prêmio é 50 mil reais em barras de ouro pra empregada, e 20 mil pra patroa. Meu queixo tirou a poeira do chão do escri quando li isso.
Já escrevi sobre a questão: acho que a relação patroa/empregada é uma das maiores heranças do nosso vergonhoso passado escravagista. Quer dizer, a relação patrão/empregada também — não vamos jogar toda a culpa na patroa, né? O patrão atual, ou o filho do patrão, em muitos casos continua se comportando como o dono do engenho que estuprava as escravas. Não sei se você lembra do diretor de cinema (dirigiu Jean Charles, que eu disse que não iria boicotar mas acabei nem vendo) e colunista da Trip que publicou um texto asqueroso dirigido a sua empregada, com quem "transou", mesmo que ela não tenha querido. Lembra? Rendeu o maior bafão, ainda mais porque o editor assinou a coluna dizendo que o cara agora era “mais jeitosinho com as mulheres”. O colunista e a revista tentaram escapar pela tangente, com a clássica desculpa que parece valer pra tudo — era só brincadeirinha, uma piada, obra de ficção. Em nenhum momento eles se deram conta que fazer sexo com uma mulher que não quer fazer sexo é estupro. Um conceito tão abstrato desses não entra em suas cabeças.
Mas tô saindo do assunto. Ter empregada (e repare no verbo, que denota propriedade) é um dos maiores símbolos da classe média. Tanto que as pesquisas de mercado, quando querem medir a classe socioeconômica do entrevistado, perguntam se ele tem um monte de itens de consumo — TV, carro, número de banheiros, geladeira, máquina de lavar, aspirador, empregada doméstica... Ter empregada é um desses privilégios inalienáveis da classe média, que raramente para pra pensar que só é possível contratar empregada quando se vive num país repleto de desigualdade social. Enquanto nos países ricos só os ricos têm empregadas (e, por algum mistério da natureza, a classe média sueca sobrevive sem esse valioso utensílio doméstico), a classe média brasileira gasta seu tempo reclamando do Bolsa Família, já que está cada vez mais difícil arranjar empregada. Tomara que chegue um dia em que seja impossível conseguir empregada. Ou que só seja possível pagando um bom salário. Por favor, não me conte que você é uma exceção que paga uma nota preta pra sua empregada. Eu nunca conheci alguém que reconhecesse que, pois então, o salário que paga a sua Isaura é uma mixaria mesmo. No entanto, a média salarial de uma empregada doméstica no ano passado foi de R$ 350 por mês — abaixo do salário mínimo! E mais de 70% delas não têm registro em carteira. Ou seja, a nossa classe média (da qual sou parte, e quero mais é que todo mundo seja classe média), aquela que reclama do governo pra tudo, que odeia pagar imposto, que acredita tão firmemente na meritocracia, é a primeira a burlar a lei quando esta não lhe convém. E o pior: acha que está prestando um grande favor contratar com menos de um salário mínimo, sem direitos trabalhistas, alguém para limpar sua privada.
Mas voltando ao concurso: outro dia estava esperando começar o único programa de TV que vejo (a ótima novela política e feminista Amor e Revolução) e tive de aturar um minuto de Ratinho. Ele também estava promovendo um concurso de beleza, a mais bela frentista do Brasil. Não sei se, pra se inscrever, a frentista precisava colocar o nome do dono do posto de gasolina na ficha. Não sei se o dono do posto vai levar uma bolada se sua funcionária ganhar. Mas, sabe, desconfio que não. Desconfio que concurso de empregada doméstica seja a única profissão em que se peça o nome da patroa.
Coloquei isso no Twitter, e a reação das minhas queridas seguidoras e seguidores foi imediata. Ficaram tão indignad@s como eu. Menos uma, que já havia puxado minha orelha no dia anterior (juro que esqueci o motivo). Como ela deletou os tweets, vou ter que reproduzir a conversa de memória. Se ela não tivesse sumido com eles, eu os colocaria aqui e daria um jeito de apagar o nome dela, porque não importa quem é a figura. Ela representa todo um pensamento fácil de se encontrar. Não é minha intenção criticar uma pessoa, e sim toda uma ideologia.
Pois bem, a moça me respondeu que não via nada de mais no concurso pedir o nome da patroa, e que eu estava procurando pelo em ovo. Segundo ela, se o concurso não exigisse o nome da patroa, um monte de mulher que não é empregada se inscreveria. Sabe, esse raciocínio é o mesmo das cotas pra negros, e só pode vir de gente que não tem a menor ideia dos seus privilégios: um monte de branco vai querer se passar por negro pra conseguir entrar numa faculdade. Um monte de mulher vai querer se eleger a mais bela doméstica. Não, não vai. Ser negro, e ser empregada (o que tem relação: 70% das empregadas no Brasil são negras ou pardas), não é exatamente um sinal de prestígio. Pode acreditar que tem muito mais negro que se diz branco do que o contrário. Pode acreditar que tem muito mais empregada que finge ter qualquer outra profissão do que mulheres com outras profissões que se digam empregadas. Conte pra boa parte da classe média que você foi escolhida a mais bela empregada numa profissão em que se acredita que as mulheres são horrorosas (simplesmente por estarem associadas à pobreza e por não serem loiras de olhos azuis), e veja a careta que a pessoa faz, como se dissesse “grande m*rda”. Em muitos círculos sociais, isso depõe contra. Olha só o que tirei de um site que fala do concurso: “A ideia da atração é mostrar que existem mulheres bonitas na categoria”. Ou seja, qual é o pré-conceito?
A moça no Twitter voltou a se comunicar comigo horas depois. Ela disse que eu deveria pesquisar melhor antes de tuitar, porque, se eu visse as inscritas, perceberia que elas nem se parecem com empregadas domésticas. E eu quis saber como são as empregadas. A moça me disse que as concorrentes não tinham o tipo físico de uma empregada, já que eram bonitas. A que nível chega a lavagem cerebral: mulheres negras, pardas e pobres não têm como ser bonitas! Essa moça realmente acredita em um padrão único de beleza (que nem é o dela). Isso me lembra uma vez em que, ironizando o que os mascus dizem (que todas as mulheres são interesseiras e só procuram homens com dinheiro ou poder), escrevi que sim, lógico, homens pobres são todos solteiros. Um deles respondeu, indignado: “Não, mas olha quem eles conseguem pegar!”. Como se esposa de pobre nem fosse pessoa. Como se a correlação pobre = feia fosse uma comprovação científica. Como se uma mulher feia fosse menos gente. Bom, essa última eu ouço bastante. Tem um monte de carinha que me chama de mocreia pra baixo, como se 1) a opinião deles valesse alguma coisa pra mim; 2) minha aparência física invalidasse minhas opiniões; e 3) o mundo fosse um eterno concurso de miss.
A moça, antes de dizer que tem orgulho das suas convicções e apagar os seus tweets, ainda me disse que eu procuro polemizar todo e qualquer assunto. Eu respondi: “Você defendeu que o concurso premie patroa de empregada, disse que as empregadas nem parecem empregadas porque são bonitas, e EU que quero polemizar?!”. Eu custo a acreditar que as pessoas falam o que falam sem imaginar que estão sendo profundamente preconceituosas. Putz, elas pensam que estão falando o quê? A Verdade e a Luz?
Já escrevi sobre a questão: acho que a relação patroa/empregada é uma das maiores heranças do nosso vergonhoso passado escravagista. Quer dizer, a relação patrão/empregada também — não vamos jogar toda a culpa na patroa, né? O patrão atual, ou o filho do patrão, em muitos casos continua se comportando como o dono do engenho que estuprava as escravas. Não sei se você lembra do diretor de cinema (dirigiu Jean Charles, que eu disse que não iria boicotar mas acabei nem vendo) e colunista da Trip que publicou um texto asqueroso dirigido a sua empregada, com quem "transou", mesmo que ela não tenha querido. Lembra? Rendeu o maior bafão, ainda mais porque o editor assinou a coluna dizendo que o cara agora era “mais jeitosinho com as mulheres”. O colunista e a revista tentaram escapar pela tangente, com a clássica desculpa que parece valer pra tudo — era só brincadeirinha, uma piada, obra de ficção. Em nenhum momento eles se deram conta que fazer sexo com uma mulher que não quer fazer sexo é estupro. Um conceito tão abstrato desses não entra em suas cabeças.
Mas tô saindo do assunto. Ter empregada (e repare no verbo, que denota propriedade) é um dos maiores símbolos da classe média. Tanto que as pesquisas de mercado, quando querem medir a classe socioeconômica do entrevistado, perguntam se ele tem um monte de itens de consumo — TV, carro, número de banheiros, geladeira, máquina de lavar, aspirador, empregada doméstica... Ter empregada é um desses privilégios inalienáveis da classe média, que raramente para pra pensar que só é possível contratar empregada quando se vive num país repleto de desigualdade social. Enquanto nos países ricos só os ricos têm empregadas (e, por algum mistério da natureza, a classe média sueca sobrevive sem esse valioso utensílio doméstico), a classe média brasileira gasta seu tempo reclamando do Bolsa Família, já que está cada vez mais difícil arranjar empregada. Tomara que chegue um dia em que seja impossível conseguir empregada. Ou que só seja possível pagando um bom salário. Por favor, não me conte que você é uma exceção que paga uma nota preta pra sua empregada. Eu nunca conheci alguém que reconhecesse que, pois então, o salário que paga a sua Isaura é uma mixaria mesmo. No entanto, a média salarial de uma empregada doméstica no ano passado foi de R$ 350 por mês — abaixo do salário mínimo! E mais de 70% delas não têm registro em carteira. Ou seja, a nossa classe média (da qual sou parte, e quero mais é que todo mundo seja classe média), aquela que reclama do governo pra tudo, que odeia pagar imposto, que acredita tão firmemente na meritocracia, é a primeira a burlar a lei quando esta não lhe convém. E o pior: acha que está prestando um grande favor contratar com menos de um salário mínimo, sem direitos trabalhistas, alguém para limpar sua privada.
Mas voltando ao concurso: outro dia estava esperando começar o único programa de TV que vejo (a ótima novela política e feminista Amor e Revolução) e tive de aturar um minuto de Ratinho. Ele também estava promovendo um concurso de beleza, a mais bela frentista do Brasil. Não sei se, pra se inscrever, a frentista precisava colocar o nome do dono do posto de gasolina na ficha. Não sei se o dono do posto vai levar uma bolada se sua funcionária ganhar. Mas, sabe, desconfio que não. Desconfio que concurso de empregada doméstica seja a única profissão em que se peça o nome da patroa.
Coloquei isso no Twitter, e a reação das minhas queridas seguidoras e seguidores foi imediata. Ficaram tão indignad@s como eu. Menos uma, que já havia puxado minha orelha no dia anterior (juro que esqueci o motivo). Como ela deletou os tweets, vou ter que reproduzir a conversa de memória. Se ela não tivesse sumido com eles, eu os colocaria aqui e daria um jeito de apagar o nome dela, porque não importa quem é a figura. Ela representa todo um pensamento fácil de se encontrar. Não é minha intenção criticar uma pessoa, e sim toda uma ideologia.
Pois bem, a moça me respondeu que não via nada de mais no concurso pedir o nome da patroa, e que eu estava procurando pelo em ovo. Segundo ela, se o concurso não exigisse o nome da patroa, um monte de mulher que não é empregada se inscreveria. Sabe, esse raciocínio é o mesmo das cotas pra negros, e só pode vir de gente que não tem a menor ideia dos seus privilégios: um monte de branco vai querer se passar por negro pra conseguir entrar numa faculdade. Um monte de mulher vai querer se eleger a mais bela doméstica. Não, não vai. Ser negro, e ser empregada (o que tem relação: 70% das empregadas no Brasil são negras ou pardas), não é exatamente um sinal de prestígio. Pode acreditar que tem muito mais negro que se diz branco do que o contrário. Pode acreditar que tem muito mais empregada que finge ter qualquer outra profissão do que mulheres com outras profissões que se digam empregadas. Conte pra boa parte da classe média que você foi escolhida a mais bela empregada numa profissão em que se acredita que as mulheres são horrorosas (simplesmente por estarem associadas à pobreza e por não serem loiras de olhos azuis), e veja a careta que a pessoa faz, como se dissesse “grande m*rda”. Em muitos círculos sociais, isso depõe contra. Olha só o que tirei de um site que fala do concurso: “A ideia da atração é mostrar que existem mulheres bonitas na categoria”. Ou seja, qual é o pré-conceito?
A moça no Twitter voltou a se comunicar comigo horas depois. Ela disse que eu deveria pesquisar melhor antes de tuitar, porque, se eu visse as inscritas, perceberia que elas nem se parecem com empregadas domésticas. E eu quis saber como são as empregadas. A moça me disse que as concorrentes não tinham o tipo físico de uma empregada, já que eram bonitas. A que nível chega a lavagem cerebral: mulheres negras, pardas e pobres não têm como ser bonitas! Essa moça realmente acredita em um padrão único de beleza (que nem é o dela). Isso me lembra uma vez em que, ironizando o que os mascus dizem (que todas as mulheres são interesseiras e só procuram homens com dinheiro ou poder), escrevi que sim, lógico, homens pobres são todos solteiros. Um deles respondeu, indignado: “Não, mas olha quem eles conseguem pegar!”. Como se esposa de pobre nem fosse pessoa. Como se a correlação pobre = feia fosse uma comprovação científica. Como se uma mulher feia fosse menos gente. Bom, essa última eu ouço bastante. Tem um monte de carinha que me chama de mocreia pra baixo, como se 1) a opinião deles valesse alguma coisa pra mim; 2) minha aparência física invalidasse minhas opiniões; e 3) o mundo fosse um eterno concurso de miss.
A moça, antes de dizer que tem orgulho das suas convicções e apagar os seus tweets, ainda me disse que eu procuro polemizar todo e qualquer assunto. Eu respondi: “Você defendeu que o concurso premie patroa de empregada, disse que as empregadas nem parecem empregadas porque são bonitas, e EU que quero polemizar?!”. Eu custo a acreditar que as pessoas falam o que falam sem imaginar que estão sendo profundamente preconceituosas. Putz, elas pensam que estão falando o quê? A Verdade e a Luz?
129 comentários:
Esse concurso é uma vergonha! Eu fui uma das que soube pelo seu tweet, pq eu nem assisto Tv. Temos que boicotar esse lixo! Como assim ela tem que colocar o nome da patroa e ela ainda ganha uma grana? A patroa emprestou a empregada pro programa, é isso? A empregada usa coleira com GPS também?
Quanto mais eu vivo no Brasil, mais eu me surpreendo.
Lola, sabe qual é a maior raiva da classe média atual com relacão às empregadas domésticas?
As empregadas estão virando diaristas, ganhando mais que as próprias patroas/patrões e tendo uma vida melhor que os empregadores.
Ps: Outra coisa que este post me fez pensar: A frase "romântica" dita pelo homem "Eu TE amo" é tão de posse e muito menos de amor. Realmente se ama deveria ser Eu AMO você" O TE remete à posse mesmo.
Escarlate, o concurso sem a inclusão do nome da patroa já é um absurdo total.
Colocar o nome da patroa equivale a usar coleira.
Acho um absurdo garotas entre 14 e 17 anos que vêm do interior trabalhar (e morar na casa dos patrões) em Fortaleza por salários miseráveis. Muitas nem estudam.
Lola, a figura que não vê nada de mais nisso é a mesma que disse que sempre pintamos os gays como coitadinhos e os homofóbicos como monstros? (não nessas palavras)
Não sei o que pode ser feito em relação a isso, mas concordo que é absurdo ter que incluir nome da patroa.
seus posts deveriam virar livro. melhor, um kit-humanidade.
Lola... não entendeste! Se a patroa não levar uma graninha ela não libera a "sua" empregada pro concurso, afinal vão ser alguns dias de viagens e faltando ao "serviço"!
Brincadeiras a parte, isso é o cúmulo do absurdo, e qdo eu digo que a escravidão ainda continua firme e forte no nosso Brasilzão, ninguém acredita em mim!
Sim, concursos de beleza já tem a mentalidade de vender a mulher como carne no espeto e apenas valorizar a aparência. Mas até aí o importante é mudar a mentalidade da sociedade, só que esse concurso ultrapassa todos os limites do bom-senso!
É bem isso que a Lola disse, é passado escravagista falando mais alto. Eu me orgulho de dizer que nunca tivemos empregada em casa, e fico feliz, pq eu não teria condições de dar um salário digno a ela. Eu nem respondo esses questionários que colocam a pessoa como eletrodoméstico e/ou item de consumo.
Aviltante mesmo.
Li sobre esse concurso em outro blog (agora eu não me lembro qual, minha memória não é das melhores). Não sabia do concurso porque não assisto Raul Gil, mas fiquei indignada quando soube. O concurso de beleza já traz por si só uma carga de pensamento machista, de que a mulher deve ser linda para satisfazer as fantasias sexuais do macho dominante. E quando o concurso da "Mais bela empregada doméstica do Brasil" também PREMIA a patroa eu penso, WTF?? A patroa está sendo premiada por que?? Não é um concurso de beleza?? Acaso é mérito da patroa que a empregada seja bonita?? Não. Mas, como você mesma disse no post, a relação patroa-empregada é um resquício de nosso passado escravagista, da relação casa grande-senzala. Ou seja, a patroa é "proprietária" da empregada doméstica, que é um bem de consumo como um carro ou uma máquina de lavar. Simples assim, né? A empregada não é uma pessoa, que tem autonomia própria, direitos e deveres, etc e tal, ela é uma propriedade. Será que essas pessoas não percebem que estão perpetuando velhos preconceitos (velhíssimos, aliás!)? Desconfio que não sabem, pelo menos não conscientemente. Para elas é muito natural que a patroa seja "dona" da empregada doméstica, afinal ela paga por isso. E não é um privilégio, é um direito adquirido. A moça com quem você conversou, por exemplo, não acha que está sendo preconceituosa quando diz que as moças do concurso "nem se parecem com empregadas domésticas". Ela não percebe que está sendo racista porque ela provavelmente cresceu acreditando que a vida é assim mesmo, que todo pobre é preto, que todo preto é feio, que todo preto é ladrão... Esse tipo de pensamento mostra que o racismo e o preconceito de classe ainda estão arraigados, e precisam ser combatidos. Acho ótimo saber que, a despeito desse concurso do Raul Gil (que, convenhamos, não é o programa mais inteligente da nossa teve...), aos poucos as coisas vão mudando nessa sociedade. Minha avó foi empregada doméstica por absoluta necessidade e falta de oportunidade, assim como minha mãe. Eu tive a oportunidade de estudar e me formar na profissão que escolhi. Com a criação de oportunidades melhores de educação e trabalho, será sintomático que haja cada vez menos mulheres trabalhando como empregadas domésticas. E aí as "sinhazinhas" terão que limpar suas próprias privadas.
Perfeito!
Faltou apenas mais uma questão, que acrescenta machismo ao concurso: tem que ser o nome da patroa...pq empregada doméstica é assunto da patroa...o patrão só paga, né?
sobre a questão de se falar "ter" uma empregada não vejo nada demais, afinal as pessoas também falam eu tenho um chefe, eu tenho um médico, eu tenho uma professora, etc.
Nunca vi tanta baboseira em um texto.
Mais linda de todas certamente é a minha ex-empregada: 50 anos de idade, acima do peso considerado saudável mas cheia de integridade, ética e valores difíceis de encontrar na grande maioria da sociedade. Hoje somos grandes amigas, moramos em cidades diferentes mas nos visitamos sempre que possível. E ela sempre teve CLT e ganhava mais que o mínimo trabalhando 3 dias por semana.
Gente, meu comentário não tem relação direta com a postagem.
Tava eu mandando um link pra Lola sobre política para ter ESCRAVAS SEXUAIS no Kuwait. (o link é esse aqui http://www.portalhoje.com/kuwait-politica-sugere-que-homens-tenham-direito-a-escravas-sexuais/1465225)
Daí joguei no Google para ver o que mais aparecia e caí nessa coisa aqui qui mi arrupiou os cabelo da cabeça!!
http://www.homenshonrados.com/forum/viewtopic.php?f=2&t=1153
um dos cometários diz "Essa mulher não faz nada além de reconhecer a necessidade Biológica masculina e em um raro momento, não ir de contra isso."
Já pode parar o mundo pra eu descer?
Premiar em dinheiro a patroa pela beleza e atrativos da empregada só me lembra cafetinização.
Tati, acho que o site deveria se chamar, na melhor das hipóteses, homens surtados.
Uma conhecida minha um dia me disse que acha um absurdo uma empregada ganhar mais do que ela, que tem graduação. Afinal, ela investiu o dinheiro na faculdade e tem que ter o retorno. A empregada não investiu nada, então não pode ganhar mais do que ela. Simples assim. E eu perguntei: "tá, mas se essa empregada fosse sua mãe, você ia preferir que ela ganhasse bem ou mal?" É claro que não tive resposta, porque ela nem consegue se imaginar como filha de empregada doméstica.
Eu juro que não consigo entender esse tipo de pensamento.
Que absurdo, tanto o concurso como as opiniões estapafúrdias dessa moça, como as pessoas não se dão conta? É triste.
Abraço
Isso não me surprende. É triste, mas é verdade.
Eu tenho visto muitas manifestações desse tipo de preconceito.
Um site "feminino" que numa sessão com dicas para contratação de empregada diz que deve-se evitar as muito bonitas ou muito arrumadas, pq senão ela vai querer virar "patroa"...
Uma associação de dondocas paulistanas protestando contra as "abusadas" que exigem salario melhor e direitos trabalhistas.
madames preferindo "contratar" moças de outros paises, pq elas não tem parentes ou conhecidos e ai ficam a merce das patroas
comunidades no Orkut dedicadas ao odio e ao preconceito conta as empregadas (mas sem que nenhum membro cogite a ideia de ficar sem)...
é justamente quando os membros da classes mais pobres veem uma melhora no seu padrão de vida, quando percebem que não mais precisam se sujeitar a isso pq agora tem uma real oportunidade de alcançar uma vida mais digna e confortavel, que os reacionarios ficam em polvorosa e o preconetio é manisfestado mais raivosamente.
Oq podemos e devemos fazer é denunciar, discutir e chamar a reflexão quem se acustumou tanto com privilegios que já os considera naturais.
Eu nunca entendi essa logística de empregada morar em casa de patrão. Para mim, as pessoas tem direito a ter bem mais do que o trabalho: lazer, família. Não ter que morar num cubículo, porque né, duvido muito que a empregada divida a parte de lazer da casa, como a televisão, o computador, a sacada, o jardim. Se ela desfrutar disso, com certeza a chamarão de "folgada".
Desde pequena, minha mãe sempre trabalhou fora, com três filhas pra criar. Até hoje, quando eu estou prestes a sair de casa com 22 anos, é ela que mantém a casa financeiramente, exceto as contas relacionadas a mim, pois já tenho meu trabalho. Meu pai é uma espécie de mascus, a gente vive batendo boca, mas ele melhorou muito. Ele é o tipo de homem que gosta de falar, mas não gosta de fazer. Sempre me tratou com carinho, e me ensinou a gostar de ler. Mas ele sempre dizia que minha mãe quis a gente, que a gente era filha só dela. Então como ela trabalhava demais, tivemos algumas moças que faziam a limpeza da minha casa e cuidavam da gente. Mas nenhuma nunca morou conosco. E não me lembro de boas experiências com empregadas. Hoje, preferimos não tê-las por questões financeiras e práticas.
Já apanhei de empregada, minha mãe já demitiu uma por ter batido em nosso cachorro... coisas assim. E nem por isso menosprezo as mulheres que fazem isso por questão de sobrevivência, e que labutam todos os dias com salário indecente. A gente sabe o quanto é difícil fazer serviço doméstico, é um serviço pesado, embora homem ache que não é. Vai lá meu filho, limpa uma casa com bagunça semanal de 5 pessoas, pra você ver se é fácil!
Adoro seu blog Lola! meu sonho é fazer um guest post um dia!
e desculpe por falar tanto ;D
beijocas, e parabens!
Lola, como você é chata, meu Deus!!
O nome do cineasta que dirigiu Jean Charles é Henrique Goldman. É bom dar o nome para todos saberem quem é o sujeito. Eu também li esse texto asqueroso que você citou e achei horrível. Até deixei um comentário bem desaforado para ele lá.
Ola Lola!
venho lendo seu blog a alguns dias e compartilho de algumas de suas ideias.Em relação a esse preconceito com a aperencia fisica das pessoas penso que o conceito de beleza de cada um é subjetivo e por isso não cabe discussão, ja diz o velho ditado "gosto e nariz cada um tem o seu". em relação e esse concurso em si ja é uó e ainda premia a patroa? E tem gente q defende essas coisas!?
deprimente!
abços e parabens pelo blog e por suas ideias/opinioes
O texto asqueroso citado por Lola é esse aqui. Se quiserem conferir, fiquem à vontade:
O mea-culpa que ele faz no final para dizer que tudo não passou de uma brincadeira é o mais revelador da história.
http://revistatrip.uol.com.br/revista/170/colunas/carta-aberta-para-luisa.html
Foi uma das coisas mais nojentas que li até hoje.
Comprovação de carteira assinada, eles pedem à patroa? ;-)
No meu entender, se a empregadora lucrará com as qualidades da empregada, deveria, no mínimo, lhe pagar todos os direitos empregatícios, ou não?
E eu que não sabia que as tarefas domésticas são melhor realizadas por gente bonita. Deve ser por isso que a Gisele Bundchen foi escolhida pra esfregar chão naquele comercial... Saquei!... ;-)
É um verdadeiro absurdo. Não tenho o que complementar a esse respeito, Lola disse tudo. Como sou feliz por não assistir TV. Não passo tanta raiva e quando fico sabendo dos absurdos proferidos por ela, é tal como nesse blog: o tema já está sendo muito bem fundamentado por críticas sensatas.
Quanto ao assunto de se empragar uma pessoa para executar serviços domésticos, não tenho nada contra, desde que sejam realmente respeitados os seus direitos.
Que tal profissão alcance, de fato, o respeito e o respaldo legal que deve ser fornecido a um trabalho decente, como é esse o caso.
Infelizmente, toda profissão que ainda remete a uma tradição feminina, tende ainda a ser muito desvalorizado socialmente. É uma realidade que precisa ser modificada.
Eu, particularmente, tenho verdadeiro horror por faxina e assim que ficar pronto meu apto, penso seriamente em contratar diaristas quinzenalmente para a prestação desse serviço. E não vejo mal algum em utilizar tal mã ode obra, desde que, obviamente, seja valorizada.
Muito triste haver audiência para esse tipo de concurso.
Mais triste ainda é a relação de trabalho que se estabelece com as empregadas domésticas, mesmo.
É bem isso que você falou, essa classe média alienada que tem empregada como status e que as considera sub-humanas, objetos. Objetos possíveis de serem usados como lhes convier, sem nem ao menos reconhecê-las como trabalhadoras que são e que normalmente também são os patrões, enfim, é uma vergonha.
Perfeito , Lola.
Só acrescentando a um comentário a respeito de alguém que fica indignado pela doméstica ganhar mais que uma pessoa que tem graduação: se é este o problema, porque esta pessoa não vai trabalho como doméstica também? Não precisa comprovar qualificação, então se tem gente que tá achando que esta profissão paga mais do que o merecido, é só se candidatar ao emprego :-)
Samira
essa foi otima
hehehe
posso usar quando puvir esse tipo de cretinice?
Como alguém já disse aí, de fato Lola, você é chata. Por que você insiste em pensar tanto?
Veja, sua vida seria mais fácil se você tivesse um blog pra discutir o último lançamento da Melissa no mercado. Quem sabe até dar dicas pras mulheres de como conseguir a melhor empregada: o mito da pobre boazinha, da nordestina ingênua, da negra resistente, mas quietinha.
Quem sabe uma dessas mercadorias-que-falam poderia combinar com meu estofado novo com um bônus de beleza eurocêntrica! Imagina eu mostrando o meu modelito empregada 2.3 com selo do Raul Gil pras amigas? ("Mas cuidado pra não deixar o marido dando sopa, hein, queridinhas!", você ainda podia alertar.)
Mas não, Lola, você é chata. Deixa a gente chafurdar na lama da mediocridade, vai. Deixa a gente se divertir à custa da exposição das outras no pão e circo da mídia.
Não tem nada mais caro e prazeroso que alienação.
Simplesmente abominavel esse concurso!
Mas o SS já vem seguindo essa formula faz um tempo, pra mim isso se assemelha muito a aquele dos cosmeticos Jequiti, onde a cliente faz o vies de "patroa".
Pq não cobram tb da patrao ser bonita? (claro que isso seria machista tb...mas pelo menos o peso da beleza não ficaria so nas costas da coitada da empregada).
E o que mais me assusta é a possibilidade de uma empregada branca ou negra estilo "mulata rainha do porta-bandeira" ganhar só para reforçar estes esteriotipos...
e se a empregada ganhar quase 700 reais líquidos. pode?
lembrando que o salário de um professor (20 h semanais) em alguns estados gira em torno de 900.
e aí, brasil?
Olá Lola, acabei de chegar aqui e já vou falar, porque não sei ficar quieta mesmo. É inacreditável pensar que as mulheres precisam sempre se sujeitar a ficar provando por aí o quanto são bonitas! O concurso foi feito pra mostrar que empregada doméstica pode ser bonita?? Gente, isso é uma das coisas mais horrorosas e insensíveis que poderia ser dita!! Eu pouco assisto TV e nunca assisto TV aberta. Um dos motivos é porque não aguento ver a baixaria que é a exposição das mulheres. Muitos filme/série/propaganda colocam mulheres nuas ou seminuas e nós temos que olhar e achar banal. Aí surgem os concursos, aí tem um monte de mulher inscrita, aí vem as revistas... a única coisa que eu concluo disso é que a mulher quer tanto ser independente e livre, mas cada vez se sujeita mais a ser objeto.
Agora, quanto ao concurso da empregada doméstica... alguém conseguiu concluir o motivo de a patroa ganhar também?? Deve ser prêmio de bom gosto talvez?? Esse país (mundo?) é uma piada mesmo!
Toda vez que rola debate sobre empregadas domésticas em rodas feministas, confesso que me encolho por estar com culpa no cartório, pois, apesar de não ter uma, eu prefiro mil vezes pagar alguém para fazer a limpeza e arrumação de casa do que eu ter que fazer. Não me importa de pagar um valor algo, aliás, acho que deve ser alto, pois é um serviço muito do insuportável (para mim), tanto que sempre trato qualquer pessoa que trabalha com limpeza e organização a pão-de-ló, até mesmo no trabalho, pois acho um serviço desgastante e muito mal visto, tanto que sempre ficam na base, bem base, da pirâmide das instituições/empresas etc.
Eu não tenho disposição, paciência ou gosto por qualquer tarefa de dentro de casa, nem mesmo dividindo, assumo que peco, sei que é um erro fomentar isso, mas não acho uma solução em que possa não ter que fazer nada dentro de casa a não ser pagando para que alguém o faça por mim...
Não me conformo em ver esse raciocínio de que empregadas, flanelinhas, pedreiros, dentre outras profissões ganham mais que pessoas formadas, QUE ABSURDO NÉ, MINHA GENTE?
É como já disseram: se acha tão bom, muda de profissão. Vai cuidar de carro sem carteira assinada e ouvir desaforo o dia inteiro já que é tão bacana! Vai limpar casas enormes e ouvir as pessoas se referindo a você como "MINHA empregada", como se você fosse propriedade dela.
Aí falam que ser flanelinha., ser prostituta é feio. Afinal, essas pessoas deveriam arrumar um trabalho "honesto" (wtf?) para ganhar um salário mínimo por mês. Porque nós da classe média podemos viver as custas dos pais a vida toda e fazer uma faculdade pra tentar ganhar 10.000 por mês. Mas gente pobre não. Pobre tem que aceitar que é pobre e se contentar com isso.
Como você já disse, Lola: Não é possível que a pessoa não perceba o quão preconceituosa está sendo!
Lola, concordo 200% com vc!
Só tenho uma curiosidade: vc, sendo classe média, tem empregada?
Lola,, classe média é foda. Lembro de uma vez quando eu estava terminando meu ensino médio, ia ter um aumento do salário mínimo, e uma amiga minha disse com essas palavras "Uma merda aumentarem o salário mínimo, a gente aqui em casa tem duas empregadas, como vamos fazer?" Classe média sofre né....
Eu sempre achei estranho falar "a minha empregada" eu sempre me refiria a Maria como "A moça que trabalha lá em casa". Hoje em dia ela continua trabalhado lá na casa da minha mãe, mas agora moro sozinha e não tenho pretensões de ter uma moça que trabalhe aqui não :)
Lola, como sempre voltamos pra mentalidade Casa Grande e Senzala. Os anos passam e a mentalidade medíocre continua.
Esse concurso me remete a isso.
Sugestão: Que tal um post sobre as babás. Hoje elas são itens fundamentais pra classe média e a relação também é horrorosa. Aqui no Rio já presenciei cenas de embrulhar o estômago.
Sobre a questão babás/ empregadas fica a sugestão do livro: A Resposta.
Um romance que conta da relação entre patroas e empregadas no sul dos EUA na década de 70
Faço minhas as palavras de Ayesha abaixo:
(...) como você mesma disse no post, a relação patroa-empregada é um resquício de nosso passado escravagista, da relação casa grande-senzala. Ou seja, a patroa é "proprietária" da empregada doméstica, que é um bem de consumo como um carro ou uma máquina de lavar. Simples assim, né? A empregada não é uma pessoa, que tem autonomia própria, direitos e deveres, etc e tal, ela é uma propriedade.
Lu-Bau:
Não entendi sua colocação sobre o "te" remeter à questão da posse.
Escarlate:
Também fico puto da vida, como abolicionista animal, quando algum questionário inclui animais de estimação como "objetos" que temos em casa. Não comparo aqui empregadas com pets, mas fica claro o tratamento de animais não humanos como propriedade.
Sabe o que é triste, Lola? Essa menina nem percebeu que as declarações dela foram extremamente preconceituosas. Deve ser o tipo de pessoa que enche o peito e diz "Eu não tenho preconceito". É mesmo uma lavagem cerebral.
acho que usar o verbo "ter" pra sua empregada ou falar "minha" não quer dizer nada. A gente "tem" um monte de outros profissionais que prestam serviços sem que isso denote que eles estão em uma posição inferior. E falar q vc "tem" amigos, médicos etc. é comum em outras línguas faladas em países que não tem a nossa relação patrão-empregada.
"Ps: Outra coisa que este post me fez pensar: A frase "romântica" dita pelo homem "Eu TE amo" é tão de posse e muito menos de amor. Realmente se ama deveria ser Eu AMO você" O TE remete à posse mesmo."
?
Lola off-topic:
Vc vai escrever uma opnião sobre o fato do FHC agora ser a favor da descriminalização da maconha?
http://revistatrip.uol.com.br/revista/200/paginas-negras/fernando-henrique-cardoso.html#comments
Pior que já ouvi historia em bares de "pia de prédio" tentando fazer isso com empregada doméstica. Com certeza ainda tem pai que fica todo orgulhoso com esse tipo de atitude...
Off topic:
perceberam o óbvio:
http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2011/06/08/rafinha-bastos-e-vitima-de-estupro.jhtm
http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2011/06/08/rafinha-bastos-encoraja-estupro-diz-conselho-da-condicao-feminina.jhtm
Aiaiai querida, mas, neste caso, acho que se pedissem o nome do PATRÃO da empregada, poderia ficar até pior, não acha? Mais uma relação de poder na história... Não sei, entendo o que vc quer dizer, mas acho que ficaria pior ainda.
Anna, Alex, é, eu sei sei que a gente diz que “tem” várias coisas, mas pensa só quantas vezes a gente fala de outras profissões com outros verbos. Alguém pode dizer que “tem uma psicóloga”, mas seria mais comum dizer “tenho terapia hoje”. Pode dizer “tenho um professor”, mas mais comum é “tenho aula”. Mas, no caso de empregada, TER é o verbo mais usado mesmo. É como a gente fala dos nossos animais de estimação, que a gente TEM. E há coisas estranhas: a gente raramente diz que “tem marido” (diz que é casada), mas diz que “tem namorado”. Enfim, não sei. Não digo que usar o verbo TER seja exclusivo pra empregada doméstica, mas, pelo que sei, é um verbo que acompanha essa profissão.
Júlio, seus argumentos são muito sólidos.
Tati, Bruno, isso daí é fórum de mascus. Eles todos pensam assim. Felizmente, ninguém os leva a sério.
Lord Anderson, vc fez um excelente apanhado dos absurdos que vem sendo ditos por aí.
Lyra, pois é, isso de empregada morar na casa do patrão não me cai nada bem. Porque deve ser difícil ter vida própria morando onde se trabalha, com os patrões. E, claro, tem que morar naqueles cubículos onde mal cabe uma cama, muitas vezes sem janela, sem ventilação. Esse tipo de arranjo é o maior resquício da escravidão.
Fer Pinto, obrigada pela defesa apaixonada. Adorei a ironia.
Cecy, eu sei muito pouco sobre babás ou suas situações. Só que elas têm que andar uniformizadas (vestindo branco) pra todo mundo poder ver que são serviçais e jamais confundi-las com membros da família. Vi isso numa praça outro dia. Li que num clube de classe média alta em SP babá nem pode entrar se não estiver vestindo branco. Mas mais não sei. Se quiser escrever um guest post pra mim sobre o tema, fique à vontade.
Clara, não, não tenho empregada. Quando eu era criança e adolescente e morava com a minha família, a gente tinha. Mas desde que passei a morar sozinha, com 25 anos, nunca mais tive. Já contratei uma diarista (que ia pra casa limpar uma vez por mês, se tanto). Pra ser franca, minha casa é meio sujinha. Eu não passo muito tempo limpando, nem o meu marido passa. Como diz o maridão a Vigilância Sanitária não permitiria que tivéssemos um filho. Já a parte de baixo da casa, onde mora a minha mãe, é muito mais limpa.
Niemi, não estava pensando em escrever sobre o FHC ser a favor da descriminalização da maconha, não. Sei muito pouco sobre esse assunto, que não está entre as minhas principais bandeiras. Aliás, acho que nunca escrevi sobre maconha aqui no blog, né? Já pedi: se alguém quiser me mandar um guest post sobre a descriminalização da maconha, sobre a Marcha da Maconha, sobre a repressão policial à Marcha, por favor, eu gostaria muito de publicar.
Lola essa questão de empregadas me interessa, pois minha mãe é empregada. Eu gosto muito de ouvir pessoas do meu círculo de convivência reclamando de como as empregadas estão cobrando caro, que é um absurdo. Sempre pergunto se eles não acham isso bom, pois indica que a situação do país está melhorando, que as mulheres estão tendo condições de escolherem outras profissões, e aquelas que continuam sendo empregadas podem exigir um salário melhor, pelo menos nas regiões mais ricas do país.
Minha mãe me disse, recentemente, que um dia ao sair do trabalho, ela ficou observando o ponto de ônibus que fica em frente ao condomínio onde ela trabalhava. Havia várias empregadas, mas nenhuma aparentava ter menos que 40 anos.
Minha mãe ganha mais que muitas professoras de educação básica. Eu sou professora e não acho que o salário das empregadas está errado, eu acho que os salários dos professores é que está errado. Quando a situação de falta de professores ficar grave, como a de falta de empregadas, talvez nossos salários também aumentem. Ou será que as pessoas vão achar um absurdo professores quererem ganhar o mesmo que engenheiros ou médicos?
No documentário "A Negação do Brasil" (lá pelos 24:18) a empregada tem o sonho de cantar no programa do Raul Gil (que coincidênciaaa!! oO) e lá a patroa é mais elogiada por ter escolhido uma empregada tão talentosa. Nem sei quando essa novela saiu mas pelo visto nada mudou.
Mas o que me deixa abismada é essa menina que não consegue enxergar o seu preconceito. Será que ela não consegue mesmo perceber isso ou apenas não quer admitir seu erro?
Eu não concordo com a Lola sobre a contratação de empregadas,acho valida mas gostei do questionamento.
Será que se fosse "O mais belo Doméstico"os caras teriam que levar o patrão?
Não sabia desse concurso. Soube agora, lendo aqui. Realmente é um absurdo a patroa receber quase 50% do prêmio! Comentando com o marido seu post, ele matou a charada, sabe porque o prêmio para a patroa? para que ela libere a empregada para participar do concurso! Afinal, as domésticas no Brasil trabalham de domingo a domingo, tendo um único dia (quando tem) de folga. Então a forma dela ser "liberada" é que a patroa ganhe junto.
Como você bem disse, são os resquícios da escravidão que ainda atormenta nossa sociedade...
Lola, vc conhece o documentário "A Negação do Brasil"? É sobre o negro na telenovela brasileira. Há uma cena em que a empregada vai cantar no programa do Raul Gil. E ela canta muito bem.O diretor do filme faz a análise de que os elogios vão todos para a patroa.
Se não viu esse filme, recomendo muito. Está no Youtube, inteirinho num vídeo só.
Abraço!
Outro dia conversei com uma senhora de 80 e poucos anos que mora num bairro de classe média muito bonito em São Paulo e ela reclamava do preço da faxina (70 reais). Eu falei que elas tinham que cobrar isso, pq o serviço é pesado e elas não têm nem direitos trabalhistas. Ela falou: "Mas a classe média não pode pagar isso. Os ricos podem, mas a classe média não". E perguntou: "Onde estão os probres morrendo de fome?". E eu que pensava que pessoas assim fossem apenas personagens de piadas anti-PSDB.
Lola, já viu isso?
http://silviokoerich.blogspot.com/2011/01/15-perguntas-que-as-feministas-nao.html
...
R$ 70 é pouco pra uma diária.
Muito pouco.
E a senhora ainda tem a cara de pau de reclamar?
Lola, acho que o comentário da Jaqueline foi quase um guest post, não? Achei emocionante, parabéns Jaqueline!
Isso é o de menos, ainda existe a relação de Carro=mulher, coisa creio eu seja alimentada pelas próprias mulheres... será que não pararam para pensar e ver que, os dois lados estão errados. A maioria das mulheres se importam sim com o homem que tem carro, dinheiro e as demais riquezas, importam sim em ficar mais bonita que a outra. A promiscuidade em ambos os lados é visível, as mulheres dão as brechas necessárias. Não todas mas se ainda tem quadros como: Beija gatinho, vejo que é a maioria. Existe o que se chama de liberalismo, estamos em século 21, ou libera tudo ou libera nada!
Olha como elas alimentam isso:
http://www.homenshonrados.com/forum/viewtopic.php?f=2&t=1152
o concurso é realmente um absurdo e a abordagem à pessoa da empregada doméstica é possessiva mesmo. no entanto, desde que a lola postou um outro post sobre a contratação de domésticas eu fiquei pensando no assunto. tenho uma diarista que vai na minha casa duas vezes por semana. por que isso? porque eu tenho outro trabalho e não tenho tempo nem afinidade com as tarefas de manutenção da casa. tenho condições de pagar o que ela me cobra e o faço nas condições estipuladas por ela. e faço isso porque entendo que entre nós há uma relação absolutamente profissional, em nada diferente da que eu tenho com meu empregador. há negociação, respeito, deveres e direitos. entendo o ponto que a lola quis destacar do fato de termos serviçais ser uma herança escravagista (e algumas práticas - como a da babá de branco - confirmam muito isso), mas ao mesmo tempo penso que estamos falando de um mercado de trabalho que emprega inúmeras pessoas. será que o melhor não seria lutar por condições mais justas de trabalho e não a extinção da função? a relação de troca, quando justa, não é correta, quando acordada por ambas as partes e amparada pela lei?
Hugh =T
OMG!Uma mulher que gosta de sexo!! Que coisa uóóóórrívellllll. É o fim dos tempos!!! [/ironia]
Lola
Esse concurso é inacreditável. A cada dia que passa eu tenho medo do que ainda posso ver, ainda mais com essa onda conservadora invadindo o Brasil.
Jaqueline
Seu comentário é muito legal. Combina um guest post com a Lola.
À todas(os) aquelas(es) que possuem empregadas domésticas.
O que a Lola citou como sendo uma das heranças mais asquerosas de nosso passado colonial é a mais pura verdade.
O conceito de empregada doméstica no Brasil nasceu como um subproduto da escravidão, e muito antes dos africanos serem "importados" pra cá. A nativas (índias, negras da terra, gentias, ou utilize a palavra racista que achar melhor) foram as primeiras vítimas desse sistema nefasto que é apropriar-se da vida de outrém, com a desculpa de se estar dando-lhe um emprego. No caso de nossas antepassadas remotas, acreditava-se (ou desculpava-se) que os homens indo a lida no campo deixavam as mulheres desprevinidas em suas casas e por isso era melhor mandá-las fazer algo de útil nas casas grandes. Dai segue-se o roteiro massacrado de abusos de toda sorte que se pode imaginar (Tanto dos senhores, quanto das senhoras também).
Como disse a Lola, ser empregada doméstica no Brasil é pertencer completamente a cidadania de 3ª classe e está indelévelmente marcada ao esteriótipo "semi-escrava". Afinal ela mora no trabalho! E a proximidade acaba fazendo com que as emoções influenciem nas decisões que de outro modo não terminariam em passividade. A empregada no fim acaba sendo subjulgada pelo próprio sentimento de fraternidade (e porque não) amor a família com quem ela mais convive e deixa de ser uma "empregada" para se tornar um habitante da casa. Contudo não com os mesmos direitos. Assim a empregada doméstica brasileira é nada mais para o imaginário popular do que um ser autonomo que está ali para servir, praticamente um andróide com sentimentos irrelevantes.
Some-se a isso o fetiche arraigado na mente do brasileiro-médio, que sonha viver como seus antepassados portugueses da colonia, cercado de mulheres e com todo o poder que lhe aprouver e você cria essas bizarrices.
Imagino como serão os desfiles desse concurso. Empregada de vestido curto, touca francesa e meia três quartos segurando um espanador?
Ê Brasil...
No documentário "A Negação do Brasil", tem uma parte impagável em que um diretor de novela - Walter Avancini - diz que não colocaram uma atriz negra ou mulata no papel de uma personagem mulata porque ele não achou nenhuma com 'nível' pra atuar neste papel... E seria uma desgraça colocar uma dessas mulheres sem talento pra atuar porque seria confirmar o que os racistas dizem de que os negros não tem talento...
O prêmio pra patroa é como pagar a alforria, só que sem a alforria de verdade.
Jaqueline, atendendo a pedidos (e também porque gostei muito dos seus comentários), queria convidá-la pra escrever um guest post. Quer dizer, eu peguei os seus dois comentários que vc deixou aqui e os reservei (ou seja, eu os deletei daqui da caixa de comentários, mas eles estão comigo). Eu posso juntá-los e corrigir pequenas coisinhas. Ou, se vc preferir fazer isso, e acrescentar mais alguma coisa da sua experiência como babá, é só me mandar um email (lolaescreva@gmail.com), que eu te envio os dois comentários e vc mexe neles como quiser. Vc que sabe. Ah, claro, aguardo sua autorização pra publicar os comentários como guest post. De qualquer jeito, não vai ser pra JÁ, porque tenho vários outros guest posts na fila. Abração e obrigada! (E, se mais alguém quiser escrever sobre babá, empregada, ou qualquer outro assunto, manda pra mim!).
Gente, obrigada por mencionarem o excelente documentário A Negação do Brasil. Eu vi o doc no ano passado e adorei, até escrevi brevemente sobre ele, mas não me lembrava dessa cena que vcs mencionaram. Agora que vcs falaram, eu me lembrei. E tem tudo a ver com o post!
Como tantas outras, esta é mais uma notícia que fiquei sabendo aqui. E me deu uma tristeza profunda. De pensar que conheço muita gente que tem exatamente esse tipo de pensamento. Eu tenho notado recentemente uma modinha nas redes sociais entre a classe mérdia, que é postar vídeo de pobre pra tirar sarro. O último episódio foi um vídeo chamado "Noite da Xoxota Louca", que mostra um desfile organizado em uma comunidade no Nordeste (creio que Piauí). É deprimente ver os comentários das pessoas, tanto no youtube como no fb. Eis alguns exemplos:
"Queira me desculpar os nordestinos, mas, que povo feio do caralho!huhauahauh"
"O mais engraçado são as mulheres desfilando, Meu esse povo não tem a noção do quanto e ridículo isso! akkkkkkkkkkkkkkk'"
"Credo!... So tem gente feia, nao apenas na passarela como na plateia tambem. Não tem umazinha que se salva. --- O pior é que os babacas politicamente corretos vao se manifestar irritados, como se existisse alguma mentira no que eu acabei de dizer."
"Ninguém requisitou suporte aéreo para bombardear essa área? Ficou assim quando a equipe de reportagem saiu do local?"
E por aí vai. @s "amigues" mais "da alta" saíram do orkut e se eu quiser manter contato (not, haha) tem que ser por facebook, sabe por quê? Porque as classes C e D tomaram conta do orkut. Aquilo ali virou baixaria, uma grande favela, na opinião dessas pessoas. Pra mim isso é sintomático de uma elite que insiste em não mudar, em não deixar de ser medíocre. Alguém avisa pra essas pessoas que ridículo mesmo é querer tentar rebaixar os outros tendo como parâmetro a própria classe social?
Como vi em outro post que vc escreveu, e eu tenho acompanhado todos, pois são excelentes, aqui nesse discordamos e feio, nunca achei que a categoria das empregadas domesticas deva ser extinta, pois considero essa categoria de trabalhadores extremamente importante na nossa sociedade, talvez porque por um bom tempo na infância das minhas filhas eu tenha sido dona de casa, e não acho que o trabalho em si seja muito diferente do trabalho das empregadas domesticas, eu não tenho uma empregada domestica atualmente, nem desejo ter, tenho uma diarista que vem uma vez por semana, ela entra as 6.30hs da manhã, e sai as 10.00hs da manhã, ganha $80,00 mais a condução, não acho que pago tão bem, mas a verdade é que meu apto é pequeno, e a diária comumente paga na minha região é até menor.
Quanto ao fato do que vc acha que esse serviço te remete aos tempos da escravidão Lola deve haver algum equivoco, pois varias categorias trabalharam como escravos, não entendo o porquê de só essa te lembrar desse tempo nefasto.
Se eu mesma precisar um dia, não terei o mínimo pudor de trabalhar junto a elas, acho que é um trabalho muito duro e pesado, mas em vista de outras categorias o salário até é compensador, visto que se a profissional trabalhar apenas 20 dias no mês ganhara $1.600,00, que pode até não ser muito, mas é bem mais que o piso de outras categorias.
Acho também Lola que muitas empregadas Domesticas devem ler seus textos, e acho que a desvalorização do seu serviço proposta por vc, não me parece justa com elas.
É verdade que fora do nossos pais principalmente nos países mais avançados essa categoria de trabalhadores tem sido extremamente valorizada, o que eu acho q é muito correto.
Pois vc queira ou não, precise ou não, essa classe de trabalhadores será sempre muito necessária para muitas pessoas, talvez não seja o seu caso, mas no passado precisei ser operada, tinha duas filhas pra criar e cuidar, uma casa enorme, portanto tive que apelar a essas profissionais, contratei antes da operação, preservando todos os direitos que ela tinha por lei, paguei muito mais do que o dobro do piso da categoria, alem do que,
forneci um quarto muito confortável, com televisão geladeira e até fogão exclusivo para ela, e mais quando solicitava minhas compras do mês, pedia a ela que fizesse uma lista com os itens que ela necessitava, tanto alimentícios como de higiene.
Tenho absoluta certeza que eu a tratei com muita dignidade em minha casa, respeitando a profissional que ela era durante aquele período em que ela esteve trabalhando pra mim.
Não posso dizer que trato as diaristas que trabalham em meu apto como amigas, porque não temos afinidades pra isso, apenas as trato como um profissional que esta me prestando um serviço, como outro qualquer.
Lola, fazia tempo que eu não te visitava, agora vou colocar na minha agenda diária,uma visita ao seu blog. Comungo muito com suas opiniões. Esta questão da empregada doméstica faz tempo que venho depurando, pois deixei de contratar esse serviço e agora contrato faxineiras, e, sempre procuro pagar pela diária um valor maior do que o mercado da minha cidade, o que ainda é pouco. Por isso, muitas vezes, sou tida como generosa, boba, ingênua, otária. Bom dia!
É uma das coisas mais tristes que eu já vi. Mas de alguma forma isso encontrou boa repercussão entre as prórpias. Leiam os comentários postados para a notícia:
http://www.portalbdi.tv/programa-raul-gil-fara-concurso-com-empregadas-domesticas
Aronovich:
Sobre trabalhar de empregada doméstica: é ruim uma mulher trabalhar em uma casa de familia,, registrada, com vale transporte, de segunda a sexta das 7:30 as 16:30 recebendo R$ 800,00 por mês?
Se for eu sou um dos escravagistas que você fala.
É lindo uma pessoa que gosta de viver no meio da sujeira e da porcaria condenar quem tem higiene e paga alguém pra manter sua casa limpa. Eu realmente me comovo com essas coisas.
Sandrog
Quem tem higiene não deveria manter por si mesmo a casa limpa?
É oq eu faço.
Tai um absurdo que posso concordar contigo de olhos fechados. Como no caso dos concursos de beleza, no entanto, acredito que seria bacana que aplicasse a mesma logica ao humor. Sobre a relacao empregada-patroa, concordo plenamente. Acho um dos empregos mais vergonhosos de ainda existirem, e cria um dos maiores complexos de personalidade do Brasil.
abrax
Roy
Lola, quando eu vi que tinha que colocar o nome da patroa, eu fiquei indignada!!!! Mais ainda quando vi que a patroa também leva um bom prêmio (sabe lá por qual mérito...). Mas depois, lendo o seu post, na hora em que você cita o exemplo do concurso da frentista, eu fiquei pensando se não deveria colocar o nome do posto onde trabalha. E aí, a questão do nome da patroa não me pareceu assim tããão mais absurda, a partir do momento em que pensamos na patroa como empregadora. Acho que seria natural citar o nome da empresa, se pensarmos em um concurso da mais bela analista de sistemas, por exemplo. Na hora daquela papagaiada toda, de desfile e sei lá mais o quê, é natural pensarmos no apresentador falando, fulaninha, analista de sistemas que trabalha na empresa X. Mas, esse argumento cai por terra, a partir do momento em que a patroa recebe prêmio também. Assim, dá para perceber que a questão não é saber a empregadora, e sim a "dona" da empregada. Porque duvido que iriam cogitar em premiar a empresa na qual a analista de sistemas trabalha.
Viu gente? Limpeza e higiene é quando você contrata uma mulher pobre e negra pra ganhar um reles níquel e limpar sua merda da privada.
E sério: Me irrita essa postura egocêntica de algumas pessoas em fazer com que a discussão só gire em torno do eterno "mas eu não exploro, a mulher que trabalha na minha casa ganha bem, dou até chazinho" e ficar por isso mesmo. Mais de 70% das domésticas não são registradas. Isso significa que a MAIORIA não tem direito a FGTS nem aposentadoria. Se você registrou essa pessoa e paga bem, você pode lavar as mãos, e não ficar se desculpando.
O que não dá é pra ficar nesse chove-e-não-molha de histórias felizes de empregadas bem-remuneradas. Essa não é a realidade do Brasil.
Nossa essa é uma questão que me envergonha muito!!!
Minha mãe é uma vibora que paga mal a empregada que trabalha aqui em casa e a trata como "coisa" msm. Se deixar faz a mulher entrar de madrugada e sair daqui de casa depois da meia noite!
MORRO DE VERGONHA
E ainda bem que minha mãe não sabe desse concurso pq é capaz de OBRIGAR a moça a se inscrever, que aliás ela é linda...linda. Seria terrivel ela ter que passar por esse vexame... =/
Pior que eu estudo, então tenho metade do dia livre, eu poderia muito bem cozinhar, lavar, já falei pra minha mãe que eu poderia ajudar nos afazeres, mas vai eu chegar perto da pia, minha mãe grita "filha minha não trabalha com essas coisas, temos empregada pra que?"
affffffffffffffffff
sério chego a ter enjôo com essas coisas, mal posso esperar pra ter maioridade , ir pra faculdade, começar minha vida e me virar sozinha.
Ah, parabens atrasados Lola, desculpa =/
Ameeeiii seu BLOG!
Muiiito bacana!
abç
Marta
Bom GInger, então melhor seria mudar a postura da sociedade diante dessa classe, não simplesmente exclui-las como se não existissem, ou necessitassem deste tipo de trabalho querida.
Lola, a minha mãe trabalhou como empregada doméstica em algumas casas quando era mais jovem, depois ela teve os filhos e precisou parar pq não tinha ninguém pra cuidar da gente. Meus pais vieram do interior e não tinham ninguém conhecido. Às vezes ela fazia trabalho de diarista, depois parou de vez pq o trabalho é mto pesado e ela teve problemas de saúde. Ela sempre contou as humilhações que passou nessas “casas de família" e eu sempre achei que o problema da relação patroa X empregada doméstica estava no tratamento da empregada como objeto, propriedade e não como profissional. Mas vejo que isso não tem como mudar, é uma herança mesmo do nosso horrível passado (nem tão passado assim). Eu tbm quero que todo mundo seja classe média (só financeiramente, na mentalidade típica Deus me livre), mas ainda to longe disso, por isso não posso escolher mto os trabalhos que aparecem, fiquei anos num emprego com carteira assinada, vale-tranporte, etc (toda essa mixaria que algumas pessoas se orgulham de dizer que "dão" pra suas empregadas), mas em nenhum momento me sentia uma profissional, era uma relação de humilhação constante, entendi bem o que minha mãe sentiu a vida toda e pedi demissão. Ainda bem que podia fazer isso, mesmo passando por dificuldades. Tem gente que diz que pagar R$80 pra uma diarista é justo, mas gostaria de saber qto uma pessoa dessas cobraria pra lavar um simples banheiro? E não acredito que alguém se identifique com trabalho doméstico, por mais que tenha dona de casa com mania de limpeza, não é a mesma coisa, duvido que alguém sinta prazer limpando a sujeira da casa dos outros, é tudo uma questão de privilégios.
Sobre a revista Trip:
Uma colega da época da faculdade trabalhava na revista Trip e ela disse que eles queriam obrigar todas as mulheres que trabalhavam lá a fazer "fotos sensuais" para a revista (diretora, faxineira, etc.).
Sobre a empregada doméstica:
Poucas coisas são mais deprimentes que quarto de empregada. No último que vi só cabe a cama. Não cabe sequer um guarda-roupa, nem mesmo um minúsculo. E fica na área de serviço. Uma amiga minha disse que o ex-marido dela não permitia que a empregada comesse a mesma comida que era servida na casa, pois a comida era muito cara. Ela tinha de fazer a comida, mas não podia comer.
Lola,
primeiro, parabéns pelo blog e pelas discussões. Conheci há pouco seu site e tenho que parabenizar pelo debate e pelo nível de discussão.
Apenas, em relação a esse tópico, acho que tem questões mais perversas e que ficaram para trás, por causa da discussão entre você e a comentadora do Twitter sobre a validade da inscrição da empregada ou não-empregada se fazendo por empregada.
Acredito como a "twitteira" que sim, haverão mulheres a forjar uma inscrição. E haverão brancos e forjarem uma cor negra para conseguir cotas.
A questão, a meu ver, é que isso revela ainda mais a submissão da nossa sociedade a um eterno concurso de miss (pq isso acontece todos os dias na rua!).
Claro, que a questão do patriarcalismo é latente nesse concurso - mas que convenhamos, Manuel Braga supera a cada novela, com suas empregadinhas negras que conquistam todos os patrões! -, mas tão perverso quanto, é que ele reforça o machismo que se impõe, se vendo "obrigado" a exigir o nome da patroa para não haver burlas da idoneidade do concurso.
Isso significa claramente que existe o pressuposto do concurso, que todas querem participar, que todas as mulheres DEVEM disputar por sua beleza.
A mesma coisa vale para as cotas nas universidades, mas de forma mais clara na esfera das desigualdades sociais (algo que tbm se faz presente nesse magnânimo concurso!). O acesso e não-acesso a universidade é uma questão mais ampla que a questão racial (mas que estão intimamente ligadas) e que na hora da inscrição vai aparecer sobre a forma da burla.
Não sei se consegui ser claro, mas de fato, minha ideia é pensar que se existe o pressuposto da burla, existe o pressuposto mais da desigualdade, do machismo, do preconceito, enfim... a burla é manifestação de um processo anterior, muito mais perverso.
Grande abraço!
Tiago
Bruna,
Realmente, a humilhação é vista como normal nas relações hierárquicas de trabalho de forma geral.
Eu me solidarizo com quem ocupa "funções menores", especialmente em instituições privadas, pq imagino todo tipo de arbitrariedade a que essas pessoas se submetem.
E acho que quem tem a chance de largar um emprego desses tem mais é que fazê-lo e buscar coisas melhores.
Normalmente ninguém compreende e todo mundo acha que vc é vagabundo, exatamente porque a humilhação e o sofrimento são vistos como parte natural do trabalho (Vc tem que se submeter a isso pq está sendo pago).
Infelizmente esse padrao de beleza que a moca descreve nao e um fato isolado. Duvido que uma negra ganhe esse concurso ridiculo
Escarlate, tenho sempre acompanhado seus comentários aqui nesse blog, sempre te achei muito sensata, mas hj fiquei surpreendida com o tamanho do seu preconceito, e pior que isso com o fato de vc atribuir o seu próprio preconceito a outras pessoas que não os carrega.
Vc estereotipou uma categoria inteira de profissionais, e Tb pior que isso, o estereótipo que vc criou em sua cabeça, é o que vc considera que seja o pior tipo humano de pessoas, o que eu acho lamentável.
Para sua informação o perfil de profissionais que tem trabalhado nessa área já mudou consideravelmente, e já esta criando uma distancia muito grande do que vc tem como lugar comum para essa categoria.
É verdade que sou exigente com os profissionais que me prestam serviço, incentivo a eles e elas Tb, que se aprimorem e façam cursos para serem mais qualificados, vc pode não saber, mas isso influencia no salário que é oferecido a eles.
Em minha casa já tive vários tipos de profissionais trabalhando, jardineiros paisagistas, técnicos em limpeza e manutenção de piscinas, faxineiras, técnicos em manutenção de redes de segurança, e telefonia, sempre tratei a todos da mesma maneira, com respeito e dignidade.
Concordo com vc que eu não sou maioria na população, e que a realidade em bem aquela que vc descreveu as leis trabalhistas dessa categoria muitas vezes não são respeitadas, e acho que isso tem que mudar.
Mas acredito que já esta mudando, e em nenhum momento escrevi aqui no sentido de me desculpar, pois julgo que sou correta em meus tratos com quem trabalha comigo, apenas acho que essa categoria profissional deva ser mais valorizada, e especializada também, pois no meu entender são tão necessários quanto professores, lixeiros, bombeiros e por ai vai
Acho que não vou estar "na mesma página" que muitos que escreveram aqui.
Particularmente acho que contratar uma empregada doméstica não é algo que deve ser visto como pejorativo. É uma profissão digna para a empregada e uma oportunidade de ter alguém que faça os serviços domésticos melhor e que deixe mais tempo livre para o patrão ou patroa - considero aqui o caso em que a empregada trabalha com carteira assinada, em regime CLT com todos os direitos inclusos e com jornada de trabalho de algumas horas por dia (ou seja, que não more na mesma casa dos patrões). O que é deplorável são os excessos que lamentavelmente ocorrem em muitos lares - esses discutidos aqui em tantos detalhes.
Acho que graças a esses excessos, muitos chegam aqui nos comentários com uma atitude muito derrotista quanto a profissão, mas acredito no progresso do combate desses excessos. Existem cada vez mais recursos para essas profissionais se defenderem - por exemplo, junto a delegacia de defesa da mulher. Em vários estados e cidades existe também o sindicato das empregadas domésticas.
Já o concurso de beleza, isso é uma palhaçada. Acredito que a lógica por trás de levar a patroa junto é resgatar o bom relacionamento que algumas patroas mantém com as empregadas domésticas. A empregada que trabalhava em casa quando eu era criança, por exemplo, ficou conosco 16 anos até se casar e constituir família: ainda nos visita quando viaja à nossa cidade, e vice-versa. É a melhor justificativa que consigo pensar para o concurso, mas fica estranhíssimo combinar essa relação em concurso de beleza, cujo mérito é único da empregada, sobretudo um que dá prêmio para a patroa também! Mas aí, então, a pessoa se dá conta de que provavelmente o cara teve a idéia do concurso pelo potencial de "tara sexual da empregada bonita/gostosa", e que, portanto, nada de "ético" poderia vir dele.
Não se enganem pelas minhas críticas, gostei do post no geral, as vezes ser extremo faz parte. Boa, Lola, Boa! :)
Sempre que aparece o tema empregada doméstica aqui no blog da Lola, aparece gente(de esquerda e feminista inclusive) falando o quanto paga bem sua empregada e as regalias que elas tem, como se estivessem fazendo um favor de dar um emprego tão maravilhoso pra elas.
Posso até estar sendo grosseira, mas essa de "tenho empregada, mas ela é tratada incrivelmente bem" eu não engulo.
Obrigada Deize e Gaia pelos comentários e Lola pelo convite do guest post. Vou poder dividir com vocês mais algumas experiências que tive durante esses anos. Apesar de saber que existem profissionais como Lyra Libero disse, vemos nos jornais, babás que maltratam crianças, acredito que seja uma minoria. A maioria das babás com as quais convivo, conhecem as crianças melhor que as próprias mães. E já passei pela situação da mãe e eu estarmos na sala, enquanto a criança assistia a Monstros SA, e menininha correr pro meu colo quando ficou com medo do "azul" (um dos monstros do filme).
Ah, Nisia, que tristeza esse link que você colou... penso no quanto ainda temos que avançar como sociedade; como essas mulheres têm pouco acesso a esclarecimento do que realmente representa um concurso como este; enfim, vendo essas coisas penso que nosso país, infelizmente, avançou muito pouco.
Minha irmã e eu chamamos os quartinhos de empregadas de 'senzalinhas'. São aqueles quartos minúsculos, perto da área de serviço, na maioria das vezes, sem janela. E que só tem uma 'suíte' do lado pra que a empregada não use o banheiro da família e contamine alguém!!
Não sei como alguém tem coragem de contratar alguém pra trabalhar na sua casa e ainda fazê-la dormir lá.
É muito cômodo ter empregada doméstica... Você suja, bagunça a casa toda e depois não precisa organizar nada! E aí, tem tempo de sobra pra ficar na internet defendo seu direito inalienável de classe média e alta. E se você não encontra algo, a culpa é da sua empregada que não sabe onde colocar as coisas! Não precisa nem se preocupar em disciplinar os filhos para serem limpos e organizados. É só dar uma educação bem cara pra eles pra quando crescerem poderem explorar uma doméstica também.
Até mesmo pra muitas feministas é super cômodo, afinal, mascara que seu companheiro é um preguiçoso que nunca dividiria os trabalhos domésticos com você. É bem legal ter a empregada pra fazer tudo final de semana e ter um maridinho-peso-morto pra ajudar a lavar a louça no final de semana! Depois, é só sair por aí dizendo que ele 'divide os trabalhos domésticos' com você - como se fosse algo Uau! Ele não é machista...!
*errata:
É bem legal ter a empregada pra fazer tudo durante a semana e ter um maridinho-peso-morto pra ajudar a lavar a louça no final de semana!
Lola,
Eu soube do concurso pelo próprio programa num desses raros dias em que acidentalmente assisto TV. Não me surpreendeu muito, assistir TV é ouvir coisas desse tipo de meia em meia hora (quer ver pior é assistir aos noticiários, é rir pra não chorar).
Chega-se ao ponto em que é necessário deixar de assistir a esse tipo de programa, sonegar audiência e atenção.
Não acho que o concurso deixará de acontecer por falta de candidatas, nem todas as pessoas se envergonham da posição que ocupam. É triste, mas as pessoas se conformam com a submissão e se apegam a qualquer migalha que lhes é oferecido. A patroa vira santa porque dá as roupas velhas dos filhos para os filhos da empregada (ela se sente santa, pelo menos).
Há ainda uma legião de empregadas domésticas satisfeitas com os salários ruins que recebem, porque são especialistas em realidade, elas vivem na pele a realidade e lidam com essa realidade de maneira prática.
Se convivemos com jovens bem instruídas e privilegiadas que adotam a mentalidade de seus opressores somos forçados a admitir que o mesmo se dá com as empregadas domésticas, sem privlégios ou instrução.
É claro, existem aquelas que se libertam, são as que conseguem romper as nuvens pesadas e enxergar a luz do outro lado. Estas vão lutar por seus direitos, se indignar, buscar instrução e sofrer a repressão. Essas podem até pensar em participar do concurso, porque são práticas, entendem que os R$ 50 mil significam a alforria, o passe livre, uma ascensão.
E o pragmatismo delas as torna superiores a nós, os que preocupados com o status não nos sujeitaríamos ao concurso por razões ideológicas. Elas, compreendendo de maneira mais vívida que na nossa sociedade SOMOS O QUE TEMOS, jogariam conforme as regras do jogo social e correriam atrás do TER, ou pelo menos, da POSSIBILIDADE DE TER.
Eu, particularmente, acho que existe uma grande diferença entre alguém trabalhar na sua casa e se ter um pensamento "retrogrado" ou "escravagista".
Mas, claro, eu vivo em um mundo privilegiado onde empregadas domésticas são muito bem tratadas.
A antiga empregada da minha avó trabalhava lá há mais de 20 anos quando se aposentou finalmente. As duas tinham vivido anos em conjunto. Tirando ter sido ensinada a tratá-la pelo nome e não por 'tia', nunca a tratei diferente de nenhuma das outras pessoas. Éramos todos muito gentis, educados, e comemoravamos cada vez que ela fazia alguma das comidas que eram sua especialidade. Ela, que nos últimos 10 anos com a minha avó já estava tecnicamente aposentada, ganhava mais de 800 reais, tudo bonitinho, assinado, legal. Nós criamos um laço com a família dela.
Eu sinto uma falta imensa dela. Foi muito difícil de aceitarmos que ela precisava parar de trabalhar porque realmente já não estava fazendo o serviço da casa, e só cozinhava (e como cozinhava!). Meus avós preferiam ter uma faxineira e continuar com ela lá para fazer comida e colocar as coisas em seus lugares. Quando ela finalmente foi embora, no ano passado, foi apenas porque iria precisar cuidar da neta. Ela ainda vem nos visitar, e todos somos chamados a comparecer para matar as saudades.
Eles tem outra pessoa trabalhando lá agora, e eu nem acho que seja um luxo -- nenhum dos dois tem condição físicas de fazer o trabalho da casa, com seus devidos problemas de saúde. É preciso ajuda.
Uma das minhas tias também está com a mesma menina há mais de 20 anos. Como ela e o marido eram médicos, a empregada dormia lá para cuidar das crianças - mas só nos dias de plantão de ambos. Ela ajudou a criar meus primos (ou deveria dizer atrapalhou? Ela adora mimá-los e não entende que viraram adultos hahaha), e é basicamente parte essencial da vida diária de todos - menos pelo serviço, mais por ser quem é.
E foi desta menina que veio a Rita. Ela trabalha comigo há seis anos - é meu braço direito e meu esquerdo. Quando ela veio trabalhar aqui em casa, meu filho tinha 20 dias de nascido. Ela basicamente recebeu todos os móveis do apartamento, arrumou tudo como achou melhor, e me ensinou absolutamente todos os detalhes de ser a dona da casa. Ela me ensinou como montar listas de supermercado, explicou todas as suas organizações, e me ensinou muitos truques a respeito de crianças pequenas. Minha mãe ajudou muito, claro, mas com a Rita era mais fácil de admitir qualquer dificuldade: ela não iria me julgar ou me criticar abertamente por tudo que eu fazia.
Seis anos, pode nem parecer muito, mas é toda minha vida fora da casa dos meus pais. Eu sei que posso contar com ela para tudo, e ela sabe que pode falar comigo o que quiser. Sempre fomos honestas uma com a outra. Quando ela não gosta, ela diz. Quando eu não gosto, eu falo. Não tem frase que eu termine sem um "por favor" e a ideia de não falar "obrigado" é um absurdo completo.
Ela um dia foi uma pessoa que trabalhava para mim. Aos poucos, ela foi se tornando minha amiga - e eu dela. Nós contamos coisas uma para outra, reclamamos de nossos filhos (e do filho uma da outra rs), conversamos sobre diversos assuntos inclusive política, legislação e a vida alheia. Nós construimos uma relação de confiança, e eu jamais faria algo diferente. Como eu poderia deixar minhas coisas e meu filho junto com alguém em quem não pudesse confiar de olhos fechados? Não faz sentido na minha cabeça. Não precisavamos termos ficado tão próximas, mas certamente é algo que me deixa feliz.
Mês passado eu peguei 3 horas de carro para ir ao aniversário dela na casa de férias da família dela; porque valia a pena. Porque queriamos estar lá. E sabe o que? Minha família não achou isso nem um pouco estranho. Para eles é completamente normal que eu tenha esse relacionamento com ela, porque qualquer um que nos vê - e este é um comentário frequente por onde moro - diz que o sonho é ter alguém para trabalhar junto que possa se entrosar como nos entrosamos.
E, acho, que eu consegui isso porque fui educada para pensar desta forma.Antes de qualquer coisa, as pessoas são pessoas, e merecem ser tratadas como tal. E se mais gente tratasse as domésticas como pessoas, então, talvez, deixasse de ser um 'peso' x 'privilégio' e passasse a ser uma profissão como qualquer outra, no imaginário popular.
E uma verdadeira relação de confiança e troca de responsabilidades como temos, eu não abriria mão de jeito nenhum. É um privilégio? Sem dúvidas. Não porque eu tenho uma empregada e sim porque eu tenho uma companheira.
Concursos de beleza eu acho horríveis. Concursos envolvendo classes trabalhistas então...
E sempre reparei no machismo do termo "empregada". Só mulheres, engraçado... é tão impregnada a ideia de que só mulher pode fazer serviço doméstico, que realmente só há mulheres trabalhando nisso.
Só o fato da Diana chamar uma profissional que trabalhou para a família dela de 'menina', já é revelador. Nós não chamamos outros profissionais desta forma, médicos, professores, somente aqueles que julgamos em "profissões menores"... Adoro me relacionar bem com os chefes, coordenadores, etc, mas esse não é o objetivo na vida de nenhum profissional (pode até ser das "patroas"), o que as pessoas querem é estabelecer relações profissionais claras, objetivas, que produzam beneficios de verdade (não vale-transporte e carteira assinada, pq isso é o mínimo e está na lei, não favor não), como aumento salarial verdadeiro (não dissidio), promoção de cargo e de função, possibilidades que o trabalho de doméstica com donas de casa "amigas" não proporciona. Enfim...
"porque, se eu visse as inscritas, perceberia que elas nem se parecem com empregadas domésticas."
Isso foi uma facada profunda em meu coração. Como é possível um ser pensante proferir tais palavras sem fazer a mínima idéia da merda que diz?! Aaah!!!
Bruna e LadyFest BH, é exatamente isso que quero dizer, não quero ser amiga da profissional que trabalha em minha casa, quero que ela ganhe um salario justo, que se aprimore, que as leis trabalhistas que rejam a categoria a qual ela pertença, sejam respeitadas, é por isso que luto tambem.
Não acho correto que as pessoas fiquem aqui repetindo e perpetuando seus proprios preconceitos, criticando aqueles que valorizam essas profissionais, não ha argumento que me faça achar que uma categoria inteira de trabalhadoras e trabalhadores, tão úteis a sociedade, sejam extintas simplesmente porque são associadas a preconceitos absurdos.
Que nem deveriam mais ser citados, pois a realidade esta mudando, e espero que seja cada vez mais favoravel a esses profissionais.
Concordo inteiramente com a Bruna.
Olha Denise, eu realmente não sei o que você viu de preconceituoso no meu comentário, porque sim, eu me revolto com quem vem com tom de desculpa "olha, eu trato bem", como falaram aqui, como se fosse um favor de você tratar bem a empregada. Se você paga bem sua empregada e garante CLT e trabalho digno, ótimo, mas isso não é favor. É direito. E vir pra uma discussão só pra mostrar "benevolência" e seu direito inalienável de ter uma empregada doméstica, eu acho desnecessário e demonstra uma certa despreocupação com o assunto que está sendo tratado aqui, que são as péssimas condições de trabalho dessas pessoas. Que majoritariamente são pobres e negras, outro resquício escravagista.
Concordo com quase tudo que foi dito, acho ridículo que a patroa ganhe qualquer prêmio neste concurso e sim, ainda existe um grande ranço escravagista. Massss....
na questão do "ter empregada" e "minha empregada", concordo com quem disse que é um hábito apenas. É super comum que se diga "tenho médico hoje" ou "Minha dentista é ótima, quer o telefone?". Ou até mesmo, como citado "meu patrão é muito rigoroso".
Eu não tenho empregada e assim como as diaristas eu também não tenho carteira assinada e ganho por produção (nem é por jornada). Mas Lola, se você já apelou para a diarista, como dizer que preferiria que esta profissão não existisse? E quando você for velha, será que não vai precisar de uma mãozinha?
Se eu ganhasse o mesmo que um membro da classe média sueca (nem precisaria viver na suécia), tenho certeza que precisaria menos ainda de uma empregada doméstica.
Enquanto isso vivo no paradoxo "se eu contrato uma diarista, gasto dinheiro mas perco menos tempo fazendo as tarefas do lar (daí trabalho mais e ganho mais dinheiro), se não contrato, queimo o dinheiro com coisas para mim e passo o sábado limpando o fogão."
Exite nesse quadro uma descriminação implícita. A empregada mais bela... Da a ideia que a grende maioria de empregadas domesticas estão fora do padão de beleza.
É muito facil emcobrir isso oferencendo "dinheiro", pois ele é a medida de todas as coisas. Explorando os sonhos de pessoas simples, que por causa de uma ideologia dominate não conseguiram mudar a sua situação.
Por que o nome do quadro é " a empregada doméstica mais dedicada" ou coisas assim. E as pessoas com mais idade? E as que estão fora do padrão de beleza?
Bem deixo aqui minha opnião, insatisfeito com a situação que o nosso país se encontra, onde a criminalidade almenta cada dia mais.
Esse tipo de quadro só serve para alienizar ainda mais a sociedade brasileira.
Tenho lido alguns dos seus posts e tenho achado fantásticos... quem sabe um dia eu consigo expressar em palavras todas as minhas indignações também!!! Parabéns!
Desde que comecei a ler seu blog, Lola (que, diga-se de passagem, é muito bom) tenho visto o quão preconceituosas são algumas pessoas, às vezes beirando o absurdo.
Como não vejo TV há mais de 2 anos (e, creio eu, não perdi coisa alguma, pois não ganhei coisa alguma quando assistia) e tenho um círculo social limitado acabo nem me informando de certos absurdismos. Seu blog é um serviço de bem público por expor e esmiuçar aqui todos esses paradigmas feudais que ainda permeiam nossa sociedade.
Escarlate eu sequer tenho empregada domestica, tive no passado qdo fui operada durante o período de convascença. Eu NÃO tenho mais, eu me dei ao trabalho de ler seu comentário, mas acho q não fui retribuída.
Vc diz que eu não me preocupo com as péssimas condições de trabalho dessa categoria, muito pelo contrario fiz tudo o que estava ao meu alcance para proporcionar condições dignas no período em que precisei dos serviços dessas profissionais, tenho uma faxineira que presta serviços uma vez por semana, faço o mesmo por ela, fiz minha parte.
Não fiquei dando desculpas como diz vc, valorizo o trabalho dessa categoria, não associo as pessoas que trabalham nessa área com resquícios escravagistas, alias acho isso uma bobagem muito grande, pois escravos trabalharam em diversas áreas como comercio, agricultura e muitas outras, não sei por que somente essa categoria faz com que vc se lembre do período de escravidão, com relação às condições de trabalho Tb não é a única categoria que enfrenta problemas, basta lembrar-se dos professores e até médicos, que Tb trabalham muitas vezes sem condições algumas.
Descendo também dessa raça que vc tão habilmente, coloca como coitadinhos, explorados, perpetuando um preconceito que hoje em dia não tem mais razão de ser.
Não me considero coitadinha, nem me acho um tipo físico que não seja valorizado por sua beleza.
Espero que vc tenha entendido minha posição, freqüento esse blog pelo fato se ser um bom canal para expressão de idéias feministas das quais eu partilho, grande parte da categoria citada aqui, são mulheres, estou ao lado delas pela busca de melhores condições de trabalho e remuneração.
Denise, eu concordo com @Escarlate. Não importa se você trata bem sua empregada, se você é exceção ou não. Não é a defesa do seu direito que está sendo discutida aqui. A discussão é em torno do fato que as empregadas são tratadas como objetos e a maioria não recebe os direitos como é previsto.
Além disso, são realmente encaradas pelas "patroas" (infelizmente ainda é assim) como escravas que devem se prestar ao que elas desejam.
Se você é exceção, parabéns, fique feliz por isso, brade aos quatro cantos do mundo que você trata sua empregada como é DIREITO dela, mas apenas lembre que isso não é um favor que você faz.
Agora pare de olhar o SEU caso e pense nas outras mulheres que trabalham e que não recebem o que lhes é devido por lei.
p.s.: O formulário do Enem pergunta se as pessoas têm empregada doméstica em casa. Isso na mesma seção em que se pergunta sobre eletrodomésticos. Até tu, Enem?
Denise, eu entendi os argumentos, de fato, os africanos e seus descendentes que foram escravizados não trabalharam somente em funções domésticas ou agricolas, eles foram ourives, metalurgicos, vendedores, jornalistas, etc. Muitos foram trazidos justamentos pelos conhecimentos que seu povo possuía e que o colonizador precisava. Entendi qdo vc disse que é importante valorizar uma categoria trabalhista que compreende 16 milhões de mulheres no lugar de proclamá-la desnecessária. Realmente do o empregador reconhece que o empregado é um profissional as coisas são bem diferentes, a questão é que as coisas não estão mudando como vc acredita ou estão mudando mto lentamente e este concurso de beleza que premia "patroas" é uma grande evidência disso. Neste sábado eu assiti ao programa pra ver exatamente o que é, as "patroas" fazem depoimentos sobre a lealdade das empregadas, é deprimente...
Lola, vc viu a notícia que saiu hoje no Estadão? Manchete: "OIT determina direitos iguais para domésticas". Até que enfim, não?
Aqui vai o link: http://economia.estadao.com.br/noticias/not_71350.htm
Oi Lolissima! fiz um comentario com referencia errada e deletei, aqui vai de novo...
Lolissima, vi este seu post ha alguns dias e adorei! fiquei louca pra comentar, mas nao deu tempo... Sempre me fascina quando alguem tambem faz referencia ao obvio que e a heranca do nosso passado escravocrata em atitudes tidas como normais e corriqueiras na sociedade brasileira...
eu tenho mania de analisar isso e ate chamo de neuroticas minhas analises porque aquilo que me parece obvio tanta gente ainda e cega para ver.
me inspirei tanto no seu post que voltei num post da caixa de rascunho e terminei-o sobre na suecia nao ter babas, nem de branco, nem de jeito nenhum. Beijos!
o link, apesar de eu ja saber da sua louca vida corrida
http://borboletapequeninanasuecia.blogspot.com/2011/06/na-suecia-tambem-nao-tem-baba-de-branco.html
Notícia da Folha, de hoje:
Empregadas domésticas já têm direitos demais, dizem patrões.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/931428-empregadas-domesticas-ja-tem-direitos-demais-dizem-patroes.shtml
Pessoal,
A matéria da Folha traz o ponto de vista da presidente do Sindicato dos Empregadores Domésticos do Estado de São Paulo, que ilustra exemplarmente as questões que a Lola e nós discutimos aqui sobre o ponto de vista da classe média.
Por mais que a gente saiba que exista gente assim, não deixa de ser chocante ver que eles defendem essas ideias na maior cara de pau.
Ela diz que "as empregadas têm mais direitos que as outras categorias: já comem, bebem e dormem nas casas dos patrões."
Ainda diz que não dá pra pagar hora-extra porque não dá pra saber se a empregada está realmente trabalhando.
E também: "É lamentável que o Congresso e Senado brasileiros se concentrem nisso com todos os outros problemas mais importantes que o país tem."
Ela também diz que se as leis mudarem, o patrão vai "repensar" antes de contratar. E ela acha isso ruim!!!
Aqui vai o link:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/931428-empregadas-domesticas-ja-tem-direitos-demais-dizem-patroes.shtml
Bruna, 1. ela ainda trabalha. 2. Ela tinha 18 anos quando eu a conheci, devia chamá-la como? De senhora? Ela era uma menina (para mim ainda é rs). Não foi nenhum tipo de eufemismo. Ás vezes, acabamos lendo coisa demais onde não tem - como foi o caso.
No mais, deveria dizer que seu objetivo de vida profissional pode não ser o da maioria. Eu prefiro trabalhar em lugares onde me sinta confortável, aceita e tenha um bom clima do que receber mais - aliás, troquei de emprego a última vez, para ganhar menos, justamente por isso. Eu valorizo minha qualidade de vida - o que está ligado à falta de stress; os horários mais lights, etc. Nem todo mundo está procurando subir correndo a escada corporativa, como nem todo mundo quer ser seu próprio patrão, é bastante pessoal.
No mais, como eu mesma disse, vivo em uma excessão. Ela escolheu trabalhar como doméstica, mesmo tendo sido convidada para trabalhar em outras coisas, porque prefere - e não aceita trabalhar de qualquer jeito ou sendo explorada, como eu não concordaria que ela tivesse uma jornada maior do que 30 horas semanais. Não é o caso de todos.
Não me acho legal por dar a ela os direitos básicos (está ai, são direitos, não favores). Mas também acredito que é relevante ter em mente que não é todo mundo que trata empregada como bicho ou eletrodoméstico. ;)
Diana, 18 anos?! hum, entendo. Isso só torna essa sua tentativa de defender seu direito de "ter" uma doméstica mais deprimente. Antes de colocar seus objetivos no mesmo pé de igualdade dos objetivos de uma "menina" de 18anos que limpa a sua casa, tente se colocar no lugar dos outros. Me poupe.
Ah, e além de td é light! É mto pra minha cabeça...
Acho, Bruna, que você está confundindo procurando sarna para se coçar. De onde foi que você tirou que -eu- não tenho -conhecimento de causa- para me colocar em pé de igualdade? Você acha, realmente, que só a classe média e alta "tem" empregada? Porque essa -não- é a realidade. Se você não notou, você está tirando conclusões absolutamente do nada. Eu acho -sim- que entendo as mazelas da "menina de 18 anos que limpa a minha casa (sic)" porque somos ambas mães solteiras que a família tentou fazer ficar em casa cuidando do filho e resolvemos fazer outra coisa, porque ambas tivemos perdas familiares que obrigaram todos a trabalhar jovens demais para sustentar uma família grande que ficou sem esteio. Porque do mesmo jeito que meu pai era peão, o irmão dela era boy, e hoje em dia eles conseguiram ser respectivamente funcionário público e dono de empresas.
Aliás, em momento nenhum eu falei nada sobre a tal menina limpar a casa, isso saiu da sua cabeça. Eu disse que ela ficava algumas noites para cuidar das crianças, a mesma coisa falei sobre a Rita que disse que ajudou com a mudança, arrumou minha casa e me ensinou como cuidar dela. Ou será que não é você que acha degradante demais cuidar de casa e crianças e está tentando descontar isso nos outros? Eu não acho. E elas não acham. Então talvez você devesse pensar um pouco mais que, apesar de existirem muitos casos terríveis, alguns podem simplesmente ser questão de gosto.
E, se me perguntar, eu prefiro ser doméstica ou babá à ser secretária, recepcionista ou lojista sem sombra de dúvidas. ;)
Bruna, você definitivamente está confundindo as bolas. Eu não disse em nenhum momento que ser doméstica era light, eu disse que optei por um trabalho com horário mais light ganhando menos.
Ás vezes, levar as coisas demais pro pessoal acaba confundindo a leitura, provavelmente foi o que aconteceu. E, sim, eu tive familiares que trabalharam como domestica, em situações horrorosas, como todas nós conhecemos. Mas não é sempre assim. Eu entendo suas perguntas, e concordo que realmente existe uma desigualdade imensa entre a quantidade de mulheres negras e pobres que são domésticas e aquelas que tem mais renda ou são brancas. Este não era o ponto da minha história. O ponto era que, talvez, um dia as pessoas pudessem cumprir esse trabalho com dignidade, como qualquer outro, se educássemos as crianças para tratar as pessoas que trabalham em nossas casas, nossos prédios, nossas cidades, como seres humanos antes de qualquer coisa.
Aliás, se minha filha decidisse ser doméstica, ou ser historiadora, ou ser gari, ou ser empresária, isso seria uma escolha absolutamente dela, não é afinal, pelo direito de escolher, que nós lutamos? Eu não interfiro no direito de escolha dos outros. Eu posso saber o que é melhor para mim, mas não sou arrogante o suficiente para acreditar que sei o que é melhor para todo mundo. E se minha filha tivesse idade o suficiente para fazer essa escolha, seria um excelente sinal de que estava já passando da hora de ser respeitada como uma pessoa adulta, plenamente capaz de fazer suas opções, e seguir sua vida conforme achava melhor. O trabalho da mãe é apoiar e orientar, mas sem nunca tentar impedir os caminhos de filhos adultos, pois isso não leva a lugar algum, a não ser a desconstruir os direitos que ela teria, ou estimular a revolta.
Olha Diana, eu não sei nem quero ter a pretensão de saber o q é melhor pra ninguém, mas o dia q td mundo tiver acesso à educação e opções de escolha em relação ao trabalho, não vai sobrar doméstica por aí. sobretudo a classe média não vai ter como pagar uma doméstica e as q sobrarem com certeza vão ganhar mto bem. Não é o caso, nunca foi e continua não sendo. Não é nada pessoal contra a sua história.
trabalhei por cinco anos em um apartamento como diarista, ganhando 50 reais por diaria para fazer tudo,cozinhar, lavar, passar, cuidar de cachorro, e dar conta de tudo. Sempre a minha patroa reclamava que as amigas dela diziam que ela me pagava muito caro, e eu pedia que ela lhes explica-se, que não era tão caro pois tinha que pagar condução de ida e volta do meu bolso e não tinha direitos trabalhistas(férias, décimo).por mais que ela me disse-se que me tratava como amiga (só porque ela desafava os problemas dela para mim, por falta de uma outra pessoa) sei que isso não era verdade, pois quando ela estava na frente da amigas o comportamento dela mudava me tratando com frieza e as vezes até com ironia. quando eu chegava pela manha o banheiro que era reservado para mim estava cheio de coco do cachorro, pois abriam a porta para ele entrar e um pequeno gaveteiro onde eu guardava minhas roupas sempre estava cheio de coisas em cima para me mostrat que aquele objeto não me pertencia. essa minha patroa tem uma amiga que ganha dela um salario minimo por mes apenas para ser sua amiga e a forma que ela tratava essa amiga era completamente superior a forma que eu era tratada, quando os filhos dela faziam aniversario sempre recebiam presentes já os meus passavam despercebidos. ate quando ela comprava um movel, uma televisão nova ela loga dava o usado para sua amiga. aguentei isso por 5 anos pois tinha o sonho de comprar uma casa e graças a DEUS CONSEGUI, mes passaddo sem eu mesnos esperar ela chegou pra mim e disse que ia me dispensar pois não tinha mais condições de me pagar. hoje lendo este blog vejo que foi a melhor coisa que me aconteceu na vida, pois estava acomodada, vejo que nunca fui amiga dessa pessoa e que para ela só servia para limpar sua sujeira e lavar suas calcinhas.por mais que essas patroas negem para elas nós somos objetos descartaveis.elas não podem pegar uma gripe que passam tres dias sem pisar no trabalho. agora eu muitas vezes trabalhei doente e uma vez por causa da greve de onibus não tinha como chegar ao trabalho e a falta foi decontada. não adianta dizeram que nos tratam por iqual, pois isso só vai acontecer quando como alguem ai de cima disse as empregadas começarem a procurar empregos dignos e essas dondocas tiverem que limpar suas sujeiras e se não quiserem faze-lo terãm que tratar e pagar dignamente alguem que ainda se proponha a faze-lo
Eu gostaria de não precisar de alguém para cuidar dos meus filho enquanto trabalho, afinal, pago aluguel e não recebo bolsa nenhuma. Países onde as empregadas são artigo de luxo, as pessoas não precisam pagar por boas escolas ou creches.
É uma tendência haver cada vez mais a valorização da mão-de-obra braçal e com isso, quem faz esse tipo de trabalho perceber que pode ganhar muito mais trabalhando por conta como diarista do que fixo para alguém. Ou mudança de profissão com o surgimento de oportunidades como programas do governo que pagam a faculdade das pessoas de mais baixa renda. É uma tendência a valorização da mão-de-obra braçal e esta começar a se tornar escassa exigindo que quem contrata pague melhores salários ou fique sem a mão-de-obra. Isso já acontece com o pedreiro que é muito caro o dia dele. Talvez passe a existir um outro tipo de tendência no Brasil que viveu os EUA, que comecem a contratar imigrantes ilegais para fazer o trabalho braçal de brasileiros que não querem mais se sujeitar a isso por baixos salários. Mas se querem comprovar se é empregada ou não, existem outros meios sem precisar envolver a patroa como o registro em carteira. Acredito q por mais q a sociedade tente impor padrão de beleza, quem define o que é belo ou não, são os olhos de quem vê. Se a pessoa lhe é bonita aos seus olhos, não importa que seja feia ao resto da sociedade porque é você quem vai ficar com essa pessoa e não a sociedade. Já é difícil fazer pra si mesmo trabalho doméstico, imagina fazer pros outros por um salário ruim. Todas empregadas deveriam ser bem pagas e não aceitar serem exploradas e partir para trabalharem por conta.
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