segunda-feira, 21 de março de 2011

MULHERES NÃO PODEM PRATICAR ESPORTES

O homem que gosta de praticar esportes pode fazer isso a vida toda. Ele terá sua turma de amigos pra jogar futebol e se divertir. Mas o que resta a uma mulher adulta que goste de esportes? Absolutamente nada. Ela pode substituir esse prazer por algum exercício individual como academia, caminhada, corrida, yoga, talvez uma dança, com sorte algum tipo de arte macial. Mas a parte boa de praticar esportes coletivos não é apenas o combate ao sedentarismo. Essa é uma consequência. Tem a competição, a integração, a cooperação com uma equipe, a confraternização. A única competição que resta às mulheres é contra a balança.
Quando eu era menina, era incentivada a praticar esportes. E adorava. Jogava futebol, era goleira de handball, treinava três vezes por semana. Tudo isso acabou assim que entrei pra faculdade. Na vida adulta, a motivação foi pra se manter em forma, mas sem poder fazer esportes. Oferecem-me uma academia, que deve ser a coisa mais tediosa já criada na Terra. Hoje eu adoraria poder jogar futebol com amigas, sem compromisso, só pra me divertir e mexer o esqueleto. Mas não é uma opção. A opção reservada a mim, por ser mulher, é andar em cima de uma esteira, sozinha, autista.
Imagino que matar meus instintos competitivos pros esportes seja parecido com tentar matá-los para outros jogos. Muitos mais homens jogam pôquer e demais jogos de azar e de tabuleiro do que mulheres. Isso porque a competição é estimulada desde cedo nos meninos e podada nas meninas. Mas acho que, no caso dos esportes serem negados às mulheres, a resposta é um pouco mais complicada.
Por exemplo, num site da direita cristã americana uma pergunta me chama a atenção pelo seu teor medieval: “Mulheres deveriam praticar esportes?”. A resposta é que talvez as meninas sim, mas jamais junto com os meninos, porque isso os deixaria efeminados e fracos. E nunca profissionalmente, porque isso tiraria o foco da menina de suas verdadeiras vocações (ler a bíblia e preparar-se para ser uma ótima mãe e esposa), além de poder deixá-la masculininizada.
A mídia em geral vende esportes como algo masculino. Os cadernos esportivos são todos feitos de homens pra homens. As poucas mulheres que porventura aparecem são vendidas como musas e objetos sexuais, não como atletas. Nos EUA, uma capa da Sports Illustrated traz o tenista Roger Federer jogando tênis, muito ativamente. Ele não ganhou a capa por ser bonitinho, e sim por ser um ás no seu campo. Mas quando uma capa da mesma publicação traz uma tenista ― a Anna Kournikova ― ela não está jogando tênis. Ela vem deitada, olhando pra câmera, acompanhada não de uma raquete, mas de um travesseiro.
Pense em quantas vezes você já leu alguma reportagem sobre alguma tenista sem que a palavra “bela” ou “linda” ou “loira” viesse antes do nome. Os maiores jornais sempre trazem amplas fotos e enquetes das atletas mais belas do ano, da década, do século, e todas são brancas, a maior parte loiras. Compare o espaço dado em publicações brasileiras às tenistas russas com àquele dado às irmãs Venus e Serena Williams, também campeãs de tênis, mas negras e musculosas. O que temos são matérias que falam mais da aparência da tenista que das suas conquistas. Algumas leitoras percebem e reclamam: “É muito machismo dar o mesmo destaque pra roupa e pras unhas que pra vitória da tenista. Se fosse um homem, não se mencionariam a roupa ou o cabelo ou qualquer outra coisa 'estética'.” Já os comentários masculinos são neste nível: “Gracinha de mulher. E ainda joga tenis. Nem precisava”. Ou: “Eu adorei saber que, além da numero 1 do tênis, ela é vaidosa e muito sexy! Mulher que pratica esportes não pode se transformar em um 'troço', e essa matéria serve de incentivo para as que se esquecem que são mulheres, belas, inteligentes e interessantes. Beijo na boca dela”.
Esportistas mulheres só recebem destaque se forem bonitas (em outras palavras, dentro do padrão de beleza vigente). Como dependem de patrocínio, existe uma pressão enorme pra que sejam atraentes. Sendo bonitas e “femininas”, elas podem se contrapor à imagem masculinizada da mulher que pratica esportes. Talvez por isso o futebol feminino não consiga transmissão no Brasil, apesar do futebol ser nossa paixão nacional, e da seleção feminina estar entre as melhores do mundo e contar com Marta, uma jogadora excepcional. Mas experimente fazer um joguinho de futebol beneficiente com modelos que mal sabem chutar uma bola. Isso sim rende manchetes!
Há um livro fascinante de Pat Griffin chamado Strong Women, Deep Closets: Lesbians and Homophobia in Sports (Mulheres Fortes, Closets Profundos: Lésbicas e Homofobia nos Esportes), que fala da pressão que as atletas profissionais sentem para provar o tempo todo que são femininas, não lésbicas. Nos EUA, não é incomum que times femininos sejam vistos com desconfiança pelos pais, que têm medo que sua filhinha universitária seja corrompida por um ambiente lésbico.
É ridículo. Mais uma vez, um modelo único de femininidade dita o que as mulheres podem ou não fazer, assim como um modelo único de masculinidade afasta os homens de várias atividades. Aliás, estudos apontam um bom motivo para que homens pratiquem esportes coletivos: é uma das poucas formas socialmente aceitas que eles têm de se tocar. Tristes essas camisas de força que temos de vestir, não?

65 comentários:

Nola disse...

É Lola, é até cômico (?) notar que sempre que tem uma reportagem sobre algum time feminino de qquer coisa, inevitavelmente em algum momento vai ter a cena das atletas se maquiando e falando sobre vaidade pra provar pro público que ainda são mulheres. E quase sempre a repórter também é uma mulher.

Admin disse...

Isso me lembrou uma menina que me chamou muita atenção no tempo do colégio, ela se chamava Telma, adorava jogar futebol... e ela era boa de bola! Alias o professor não deixava ela jogar com as outras meninas pq ela estava em "outro nivel". Nem mesmo ela queria ...

Eu lembro que de inicio os meninos diziam pra ela que ia aliviar na marcação por ela ser menina, mas quando eles viam que o jogo dela eram tão duro quando o deles a coisa mudava.

Eu achava aquilo meio surreal, uma menina botando medo nos moleques, mas eram engraçado, acho que a maioria nunca trabalhou muito bom com essa realidade, uma mulher praticar esportes de contato.

Cai muito naquilo de padrão por genero "coisas de menino" e "coisas de menina" é péssimo como as pessoas aceitam ter sua vida limitada por genero.

Sobre a questão da beleza de fato, toda matéria que fala de mulher que está em alguma atividade "masculina" tem sempre que reforçar que é vaidosa e tudo mais, cobram mais da mulher que cuide da beleza do que da saúde! Terrível..

abçs Lola espero que ja esteja melhor

Bruno S disse...

Essa questão do futebol (e outros esportes) chama atenção mesmo. A prática de esportes como diversão para as mulheres não é bem aceita.

Depois que terminam o ensino médio ficam vedadas de qualquer prática esportiva recreativa. Tenho amigas que gostam de futebol (ou vôlei, ou basquete) e muito raramente mantiveram a prática. A atividade esportiva se resume a academia.

Inversamente eu e quase todos meus aida praticamos futebol com alguma regularidade.

Acho que essa poda precoce da prática esportiva feminina(e falta de uma atividade equivalente entre amigas) acaba incentivando a implicância que algumas mulheres cultivam frente às peladas praticadas por seus namorados e maridos.

Lord Anderson disse...

Lola

Lembro de um tempo atraz ter visto em blogs, comentarios sobre grupos de mulheres que se reuniam p/ praticar esportes. volei, futebol hand, etc.

elas falavam das dificulades, como convencer as amigas, disputar os espaços publicos (quadras e afins) e mesmo particulares (em clubes), com homens, já que a maioria estranhava o fato.

Mas elas conseguiam sim se reunir e se divertir.

Talvez com mais mulheres fazendo isso e chamando atenção, o quadro mude um pouco.

Lord Anderson disse...

Ah, e vc esqueceu de mencionar o volei.

A seleção femina é hiper reconhecida por seu talento, mas tb deve ser o esporte que mais enfocam na questão da aparencia.

Vide o proprio uniforme usado. Alias o uniforme antigo, de quando eu era crianças era mais revelador ainda.

Me Rhael disse...

Homens não competem apenas em esportes, eles competem em TUDO. Competitividade é a palavra chave da sua vida, e é o que você é motivado a fazer. Cooperação entre equipes é resultado do esforço de competir contra a outra equipe e pra vencer, porque se ficarem apenas entre si eles também vão competir sobre quem faz o quê melhor ou mesmo se perderem, vão começar a trocar acusações sobre quem fez merda e quando durante a partida.
Onde moro várias meninas gostam de futebol, mas poucas delas se interessam pela Competição em si. Por isso elas participam mais de "rodas de embaixadinhas" do que jogos.

Nibelung disse...

Não-relacionado, mas por que você não traduziu Closet pra Armário?

Thiago Pinheiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thiago Pinheiro disse...

Eu acho que a Marta já conquistou há um tempo seu lugar nos programas esportivos pelo seu talento.
A Anna Kournikova além de tenista é modelo. Essa é uma possibilidade que ela abraçou e lhe rende dividendos. Ninguém questiona o seu talento por isso.
Assim como Káka tem mais espaço que outros jogadores mesmo em péssima fase por ter apelo no público feminino.
É claro que uma revista que trate exclusivamente de esportes não deveria privilegiar as musas, ou mesmo elegê-las.
Um outro ponto que se poderia contrapor aquilo que reclamas dos esportes coletivos por sua pouca oferta às adultas é o crescimento das artes marciais e esportes de combate como o boxe no público feminino.

aiaiai disse...

É ...as mudanças estão acontecendo mas num ritmo muito lento e sempre tem passos pra trás. Qd a gente acha que está se libertando, surgem novas amarras.

Eu nunca gostei de jogar nada e ninguém me incentivou também. Qd descobri a natação, já com 13 anos, me apaixonei. Nado até hoje, mas não participo de competições e nem de uma equipe. Nado sozinha, da mesma forma como caminho.

Se eu fosse homem, certamente a minha família teria me incentivado a praticar esportes e, caso eu recusasse, iam dar um jeito de pressionar...afinal homem que é homem...

Hoje vejo isso mudar um pouco. Meu filho joga futebol de areia numa turma que tem mulheres...poucas. Não as conheço para saber se são pressionadas a deixar de jogar. Taí, vou dar uma investigada e depois te conto.

E a saúde do casal? Dá notícias!

Eduardo Marques disse...

Misa-chan!!!

Eu acho horrível essa perseguição a atletas mulheres para serem femininas, mas não sabia que mulheres eram "proibidas" de praticar esportes. Vc já tentou?

Juliana disse...

Lola, acabei de sair d aula com o pessoa do sexto ano do fundamental e estávamos discutindo isso.
No livro didático, havia um texto que questionava se futebol é coisa de homem. As meninas e os meninos da turma me surpreenderam com a discussão madura. O melhor de tudo foi ouvir um dos meninos argumentar: " não sei por que dizem que menina não pode jogar futebol. onde tá escrito isso? Todo mundo sabe correr e chutar."

Gostei de sair da sala e ver seu texto. Pena que não dá pra levá-lo pra essa galerinha de 10 e 11 anos.

aiaiai disse...

Oi Juliana,

pq vc acha que não dá para mostrar esse texto para pessoas de 10 / 11 anos?
Meu filho tem 12 anos agora, mas ele lê textos da lola há bastante tempo.

lola, idelber, alex castro, fal azevedo e outros são maravilhosos para esse público porque eles escrevem bem e com bom humor. Tente, você vai ver como eles vão gostar.

Geovana Gambalonga disse...

Lola, adoro qdo vc comenta sobre esse tema, principalmente porque ele faz parte da minha vida desde criança. Cada vez mais, ao ler os seus relatos por aqui, tenho certeza que sou uma pessoa privilegiada. Desde cedo fui incentivada a praticar esportes. Meu pai jogava futebol amador e sempre me levava pros seus jogos, mesmo antes de nascerem minhas outras duas irmãs. Ou seja, ele nunca esperou por um filho homem, e na falta tentou se consolar com as filhas que teve.
Hoje nós três participamos de um time feminino amador e meu pai acompanha tudo, mesmo não jogando mais, é um super incentivador e eu nunca sofri com pressões da minha família para seguir os esteriótipos femininos.
Agora esse problema de classificarem como lésbica ou machorra meninas que jogam bola permanece, é um preconceito de fora para dentro, sendo que entre nós não há diferenciação nenhuma. Isso reflete diretamente no fato dos pais deixarem suas filhas praticarem o esporte, acredito que influência mais do que o abandono do esteriótipo feminino de fragilidade.
Com certeza ainda estamos longe do ideal, visto que esta oportunidade existe para mim porque participo de um grupo organizado destinado a competição e não uma reunião de amigas.
abraços

Geovana Gambalonga disse...

Com certeza aiaiai, não há nada que impeça-nos de oferecer textos de alta qualidade as crianças. Juliana, eles leem com mto mais atenção e entendem mto bem. Aliás eu acredito que é mto bom incentiva-los desde cedo. Minha irmã tem 15 anos e eu sempre discuto com ela várias questões que eu leio por aqui e ofereço a leitura a ela, além de se interessar ainda me cobra se não há novidades...hehe

Ana Carolina disse...

Taí uma ficha que só me caiu lendo agora seu texto. Eu pensava que o problema era comigo, que não sou sócia de clubes (tenho conhecidas sócias de clubes que frequentam times de vôlei amadores, dentre outros), mas parece que é um fato: mulher não pode praticar esporte coletivo.
Vejam bem, tenho horror a academia, é uma tortura precisar frequentar (e frequento mais por questões de saúde do que pela luta contra balança), mas sempre amei esportes coletivos. Era a nerd desengonçada que mal consegue pegar na bola, mas me divertia como ninguém jogando futebol (era até do time da escola!) ou vôlei. Se pudesse praticar hoje com as amigas, adoraria, passaria tardes divertidíssimas.

E acaba ficando nisso, né? Aposto que tem outras mulheres como eu que adoraria jogar futebol, handebol, vôlei ou basquete por aí mas acaba sem fazê-lo simplesmente por falta de espaço! Porque a sociedade aceita a pelada do final de semana, mas a mesma coisa não acontece se os participantes do jogo são mulheres.

(e se alguém quiser me chamar para uma partidinha de vôlei só pelo prazer e diversão de jogar, topo!!!!)

samya disse...

Quem disse? Moro numa cidade pequenina e quer saber? So não pratica esportes quem não quer. O curso de Jiu Jitsu é cheio de mulheres, a campeão mundial de canoagem é a Marta e é daqui de Itacaré. Todos os dias na orla tem um grupo de pessoas, mulheres e homens jogando vôlei. Varias meninas fazem surf. Algumas mergulham. Eu faço yoga e sim, yoga é um esporte e um esporte fantastico ainda que não seja de competição. A pergunta é? Quantas mulheres querem praticar esportes so pelo prazer do esporte?

Giovanni Gouveia disse...

No milênio passado, quando eu, do alto dos meus 1,6.. m, jogava basquete (e ainda fui campeão estadual), meu professor, vez por outra, colocava uma de suas equipes femininas pra jogar contra a gente... era um massacre, apesar da pouca altura (em relação à maioria dos meninos) as meninas jogavam MUIIIIIIIIIIIITTTTTTTTOOOOOOOO, só não se garantiam nos rebotes e tocos, pq no resto faziam a festa, muita gente caía por causa delas, e falo cair no sentido de meter a bunda, ou a cara, no chão depois de driblado...

Vanessa F. disse...

Ai, que tristeza ler este post...
Desde que saí da escola sinto TANTA falta de jogar vôlei, mas onde? Com quem?

Taí, vou ver se encontro algo pela internet...

E academia é um inferno na terra, não sei como alguém pode gostar daquilo.

Anônimo disse...

Durante a facul de jornalismo, uma amiga minha fez sua iniciação científica justamente sobre este assunto. Ela analisou uns dois cadernos de esporte durante a Olimpíada para comprovar cientificamente o que você disse: jogadoras, atltetas, tenistas, não importa. Todas são tratadas como "musas" ou "beldades".
Esse tratamento ia além da linguagem escrita: as imagens e fotos também eram sexistas.
Mas vê se tem alguém chamando o Nadal de seu lindo, né?

Juliana disse...

Aiaiai e Geovana, quando eu disse que não daria pra levar os textos pras crianças de dez anos, eu tava pensando exclusivamente nesses meus alunos, que teriam bastante dificuldade com a linguagem.

Do jeito que escrevi, parece que nenhuma criança pode ler esse post da lola, e não foi isso que eu quis dizer.

Nadja G. disse...

Lola, eu amo automobilismo e neste esporte também tem casos assim. Na Fórmula Indy dos EUA há algumas pilotos, mas a principal é a Danica Patrick, que em certo destaque nas pistas mas muito mais fora delas. Tá sempre com fotos sexies, com o macacao meio aberto, pose de modelo... é o que vende, é nisso que os patrocinadores estao interessados, né?

No Brasil tem a Bia Figueiredo, que agora corre nos EUA. Já vi várias reportagens sobre ela destacando o fato de ela ser vaidosa e pintar as unhas mesmo estando em um ambiente "masculino".

Se falam até das roupas e da vaidade de mulheres no poder (Dilma, Angela Merkel), pq nao vao falar das esportistas, né? Falar de mulher é falar de vaidade e servicos domésticos, sempre (a Dilma, veja só, é presidente do Brasil mas sabe fazer um prosaico omelete). Triste!

AzeitonaCOMCaroço disse...

Pessoal,
Talvez tenha faltado dizer que podemos nos juntar aos times masculinos e jogar todo mundo junto, né??
Aqui onde pratico basquete eu e uma amiga que levamos a coisa adiante, pegando e-mail e marcando quadra e horário, os meninos chegavam e a gnt jogava junto.
Num dos primeiros dias eu cheguei a fazer uma piada (e piada é coisa séria!)"pq mesmo que a gnt resolveu ficar sabida e deixar de ser gostosa?" Eu me referia ao fato que ao ingressarmos na universidade paramos de jogar basquete, coisa que fizemos durante mais de dez anos. Pq uma coisa exclui a outra? Tudo bem que nos temidos e famigerados "fins de semestre" a coisa aperta por conta das provas e monografias, mas logo conseguimos retomar os joguinhos. Fico feliz em contar pq acabei me lembrando que teve um dia que saímos da quadra e fomos tod@s tomar cerveja!
Bom jogo!

Lidiany CS disse...

Pior que eu nunca gostei de esportes coletivos.
Eu gostava de brincadeiras de correr, jogar pedra, pegar a bola, quando eram brincadeiras, mesmo em grupo.
Mas qndo era pra jogar bola msm, com regras em nunca gostei. Mesmo na escola quando era obrigada!

Agora, individualmente eu curto, adoro natação. Agora parei e estou aprendendo Yôga, depois estou pensando em fzr boxe, alguma arte-marcial, dança, sei lá, mas sozinha.
Pra assistir sou 1000 vzs uma corrida que um jogo de futebol!

Lidiany CS disse...

Eu concordo com a opinião da Samya.
Mtos homens não gostam de esportes e mulheres também.
Conheço várias pessoas que preferem ir pra academia a fazer algo prático, um esporte de vdd.
Mesmo que seja individual, como eu prefiro.
Yoga é bem legal, tinha preconceito, comecei agora (o prof. é homem) e achei mto massa...só ñ sei se vou aguentar rsrs

Lu-Bau.Blog disse...

Não tem relação com o post, mas algo me incomodou nesta briga:

http://www.youtube.com/watch?v=tjUOUnbAJII

Será que é só eu que tá vendo um preconceito racial aí na mulher para ela se implicar com a garota comendo macarrão no metrô? Se fosse uma branca (sou branca mas sou tataraneta de escravos) magra ela implicaria do mesmo jeito?

Tatiana Lima disse...
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Tatiana Lima disse...

Nunca gostei de esportes coletivos, mas adoro correr. Em esteiras, no asfalto e, principalmente, em provas de ruas, nas quais emprego todo meu espírito competitivo para chegar na frente de colegas e superar meus próprios tempos. E, dos colegas corredores, nunca notei um sinal de discriminação, mas muitos de admiração: "Essa mulher corre!".

Luna disse...

Eu não vou postar algo relacionado ao texto, porque não estou exatamente com tempo de postar algo longo que corresponderia ao que penso desse assunto...


Só queria saber de uma coisa... você já leu a série Millennium? Eu estou lendo o primeiro volume e sinceramente, estou achando excepcional. O autor trabalha muito bem a questão de violência doméstica como uma questão que assola todas as mulheres e não uma realidade privada.

Sinceramente, eu acho que todas as feministas deveriam ler. Penso que talvez vc deveria ler e ter uma opinião a respeito... só uma dica literária!

Koppe disse...

Pois é, eu vivi o outro lado: nunca gostei de esportes. Detestava aula de educação física, adorava aula de ciências, seria o típico nerd se não fosse pobre. Aliás, existe até um texto-piada chamado "declaração dos direitos dos nerds", onde um dos primeiros ítens diz que "é direito de todo nerd não gostar de nenhum esporte". Mas vai tentar se enturmar entre os colegas em escola pública no Brasil sem gostar de futebol, sendo guri, pra ver o que acontece... é discriminação e bullying direto. Só no quartel que fui começar a gostar de correr, atividade individual que hoje não pratico por falta de tempo e disposição. A única coisa que me sobrou mesmo é esporte de boteco, sinuca. E nesse já vi muita mulher que supera de longe os adversários homens... e é interessante que nunca vi mulher ser discriminada em mesa de bilhar. Parece existir um senso comum de que se uma mulher pega um taco e vai pra mesa, é porque ela sabe jogar, e saber jogar é o único requisito necessário nesse caso. Pena que muitas vezes as mulheres desprezam esse jogo.

... como se eu fosse a única. disse...

Eu gosto muito de futebol. E gosto de jogar. Sempre joguei, mas assim como a Lola, quando entrei na facul, nunca mais joguei nada.

Eu não sou ligada a maquiagem, e gosto muito de tênis, e estou sempre reclamando por não conseguir montar um time de mulheres, ou jogar com os homens, já que eles se acham muito bons e fortes, podem me... machucar. (e creio que o faria de propósito, só para provarem que meu lugar não é com ele, jogando bola).

Bom... com a soma de todas essas características, sempre me tomam por lésbico que só quer jogar bola pra ficar se esfregando nas outras mulheres. Isso me parece coisa mais de homem!

Vivis disse...

Lola

Eu acredito que seja complicado, mas não impossível.
Jogo futebol toda semana, temos horário fixo numa quadra de futsal aqui em onde moro. Dois times, toda quarta-feira à noite.
Além de gostar do esporte, acredito que é uma ótima oportunidade de reunir amigas, conversar depois do jogo ou sair pra jantar. Por que não?
A sociedade não nos oferece muitas oportunidades de praticar esportes após a escola, mas também existem alternativas sim, é questão de organizar, reunir a turma e o equipamento e deixar a bola rolar.

Bárbara disse...

É deprimente constatar a relação entre mulheres e esporte que é passada para nós. Por isso pensei que assim que eu entrasse para a universidade, minhas chances de finalmente poder praticar um esporte estivessem acabadas.

Mas entrei na USP nesse ano e percebi que (pelo menos aqui) os veteranos recomendam bastante que nós pratiquemos os esportes oferecidos dentro da universidade (há torneios intra e interuniversitários). Eu mesma, apesar de super sedentária e preguiçosa, comecei a treinar softball :-)

E como no instituto em que eu estudo há muito mais homens do que mulheres, há um incentivo bem grande para que as garotas façam os esportes, já que nem sempre é possível a formação de um time exclusivamente feminino.

c a r o l i n a disse...

E se você for melhor que eles num esporte? Os homens alucinam. Acontece isso comigo direto. Não nenhuma super atleta, mas nado e corro há bastante tempo. No parque já teve homem que quis ficar apostando corrida comigo, me ultrapassando. E na piscina eles não me dão passagem nem vendo que nado mais rápido que eles. Se eu disser que corro mais tempo ou nado mais metros, eles ficam perplexos, como se ser mais que eles fosse impossível. Haja paciência.

Carina Prates disse...

Conheço uma mulher que adora futebol mas parou de jogar pra não chamarem ela de lésbica. --'

Rê_Ayla disse...

Olha, eu acho horrível isso de cobrarem boa aparência e feminilidade das mulheres, ao invés de focarem na qualidade da pessoa como esportista. A mulher ter q ser esportista e tb, mulher-objeto é o fim da picada mesmo.

Mas pelo amor dos deuses! É muita mania de perseguição este post hein... Eu SEMPRE pratiquei esportes, desde pequena, e conheço um montão de mulheres que fazem o mesmo. Inclusive jogarem poker e videogame, (que tb são "esportes").
E nais: arte marcial não é esporte coletivo desde quando? Só não é coletivo na hora q estamos competindo e, mesmo assim, a equipe compete... e treinamos em equipe antes. Dança tb é esporte, e bastante coletivo por sinal. E eu mesma me reúno com amigAs e amigOs pra fazermos trilha, jogarmos volei, andarmos de bike em parque... Ou por aqui as pessoas nunca tentaram de fato praticar esportes após a vida adulta, ou o mundo no qual eu vivo é outro planeta.

Tem mais: baseada nas pessoas q observo, a mulherada é q deixa de praticar esportes quando vira adulta, noiva, casa... Pq sinceramente: se a mulher quiser existem milhões de opções que vão além de ir levantar peso em academia, entre as opções está inclusive a de fazer isso - esportes - com homens.

Pessoas: vão atrás de praticar esportes de verdade antes de dizer q nós, mulheres, somos excluídas (nós nos auto excluímos bem mais do q os outros nos excluem).

Pat Ferret disse...

Esse post me lembrou das pessoas que "estranham" o fato de eu gostar de videogames.

Já perdi a conta das vezes em que ouvi "pérolas" como "Isso é coisa de menino!". E o pior é que, agora que estou (mais do que) madura, ainda acrescentam um "Isso é coisa de criança!", para a reprimenda ficar ainda mais relevante.

Nunca sofri por causa de esportes pq nunca gostei de praticá-los, mas até que entendo o questionamento...

Gabriela disse...

Nada a ver com o post, mas preciso compartilhar a estupidez humana... ontem na minha aula minha professora com mestrado e sei la mais o q, fez o seguinte comentário: "pra mim parto normal é cesarea, quero estar linda no dia do nascimento do meu filho, unhas feitas e chapinha... coitado dos medicos que querem viajar e ficam presos por causa da mulher que quer ter parto normal..." nossa, quase sai da sala. q nojo, eu nao quero ter filhos mas pelo amor de deus...parto normal é PARTO NORMAL, e uma profissional da area da saude falar que isso é anormal e que "estraga tudo lá embaixo" é demais...

Jáder disse...

Lola, aí eu tenho que te perguntar: Voce já procurou um clube de futebol, futsal ou de volei pra ver se tinha uma equipe feminina pra se inscrever? Alguma vez voce já alugou um campinho society e chamou as amigas pra jogar uma pelada no fim de semana?

Quanto à cobertura esportiva, bem tinha que ter mais mulheres nas editorias de esporte nas redações, o que tá começando a melhorar. Mas se uma mulher faz uma reportagem sobre um time feminino ressaltando a vaidade das atletas a culpa é de quem?

Mas resumindo essa questão, o machismo na cobertura esportiva vai acabar quando as mulheres se fizerem mais presentes nas editorias de esporte. Infelizmente ainda ouço muitas mulheres dizerem que detestam futebol.

Bruno S disse...

Liana,

acho que você está respondendo bem, mas não está respondendo a questão certa.

O problema em questão me parece o desistímulo que as mulheres têm em ver ou praticar esporte(espexialmente coletivos) como lazer, iniciado na adolescência e ampliado quando se tornam adultas.

Pili disse...

"o machismo na cobertura esportiva vai acabar quando as mulheres se fizerem mais presentes nas editorias de esporte."

pena, mas não vai não.
o machismo na cobertura esportiva vai acabar quando não for mais aceito, comprado, desejado, estimulado.
Quando parar de vender.

Gabriele disse...

Lendo esse texto, lembrei de um episódio da infância. Foi uma das primeiras vezes que "entendi" o que era homossexualidade. Eu tinha uns 6 ou 7 anos de idade, e tinha uma vizinha da mesma idade que adorava esportes. Eu achava ela até meio chata pra brincar, porque ela falava o tempo todo em esportes, queria ser atleta quando crescer, todas as brincadeiras que ela gostava envolviam muito esforço físico e coisas assim, e eu, como sempre fui meio atrapalhada e ainda usava um óculos fundo de garrafa (e sofrido trauma de correr, cair, quebrar o óculos e uma parte dele simplesmente penetrar na minha testa), não conhecia acompanhar o ritmo. Mas, enfim, mesmo assim eu gostava dela. Só que eu pegava uns comentários soltos dos adultos do tipo: "Ela se comporta como um menino, tem jeito de sapatão, vai ser lésbica quando crescer, que horror, como ela é agitada, menina não pode ser assim". E daí eu fui tentar saber o que era uma "sapatão" com colegas de escola e me explicar que era "mulher que quer ser homem e quer casar com outra mulher" e que era "nojento" e que "deus não gosta". Achei horrível rotularem ela desse jeito - lembrando que, com a informação de que ser lésbica era "nojento", claro que fiquei com uma imagem bem negativa - e comecei a me perguntar porque uma menina não pode ser "normal" e fazer coisas "de menino" ao mesmo tempo. Eu já me questionava sobre algumas coisas nesse sentido, principalmente devido a algumas diferenças de tratamento que meus pais davam a mim e ao meu irmão, mas isso foi a gota d'água para que eu começasse a me atrair pelo que depois descobri ser o feminismo. Quanto à minha amiga, meus pais meio que foram me afastando dela sem me explicar muito, e depois ela se mudou e não tive mais notícia.

Jéssica disse...

Liana, acho que a frase "Não é sobre você" se aplica bem ao seu post.
Você não teve esses problemas, mas uma grande parte das mulheres teve e ainda têm.
Só porque não aconteceu com você, não quer dizer que a reclamação da Lola seja inválida.

lola aronovich disse...

A Lígia tentou publicar esses dois comentários no post ontem, não conseguiu, e os enviou pra mim via email. Compartilho aqui com vcs:

Caríssima Lola, tudo bem?
Não consegui publicar meu comentário no blog então resolvi mandar por email mesmo, pode ser?
Aí vai:
Pessoal,
Talvez tenha faltado dizer que podemos nos juntar aos times masculinos e jogar todo mundo junto, né??
Aqui onde pratico basquete eu e uma amiga que levamos a coisa adiante, pegando e-mail e marcando quadra e horário, os meninos chegavam e a gnt jogava junto.
Num dos primeiros dias eu cheguei a fazer uma piada (e piada é coisa séria!)"pq mesmo que a gnt resolveu ficar sabida e deixar de ser gostosa?" Eu me referia ao fato que ao ingressarmos na universidade paramos de jogar basquete, coisa que fizemos durante mais de dez anos. Pq uma coisa exclui a outra? Tudo bem que nos temidos e famigerados "fins de semestre" a coisa aperta por conta das provas e monografias, mas logo conseguimos retomar os joguinhos. Fico feliz em contar pq acabei me lembrando que teve um dia que saímos da quadra e fomos tod@s tomar cerveja!
Bom jogo!
(LIGIA)

lola aronovich disse...

Segundo comentário da Lígia:

Também gostaria de comentar outra coisa, já que o comentário acima foi positivo e mais otimista...agora vai sair um bem chatão!
Na mesma 'vibe' vou ser gostosa (que inclui ser saudável, feliz, bem resolvida et al.) voltei a praticar judô (no mesmo complexo onde jogo basquete). Imagina o mulherão que eu sou: 1,79 e 100 e tantos quilos, pensou? Pois é..além de tudo eu causo..conhece a expressão? Chego chegando, a simpatia em pessoa, faço amigos em toda parte, conto piada, tiro um sarrinho e assim vai..
Eu disse acima que havia voltado a praticar, sim, pois já tinha três anos de prática no currículo, só que isto foi há longuíssimos 11 anos, na época do ensino médio. O judô voltou à baila depois de incríveis 125 quilos, uma separação e o pensamento de me reconstruir e me fortalecer, sabe? fazer coisas que fazem bem!?
Falei com o professor, chamado no judô de sensei, comprei o quimono e fui. E fui mais feliz ainda quando percebi que o meu corpo é muito dócil para esta arte marcial, fui reconhecendo os rolamentos, os golpes, a medida da força, da respiração. Sentia-me feliz e ativa. Juntando a isto a rápida perda de peso e a reconquista da solteirice!
Junto do grupo que iniciava a prática nesta época havia uma maioria de meninos, todos muitos simpáticos e educados e algumas meninas, muito quietas e tímidas, ao contrário de mim. Acho que eram outras 4 além de mim. E eu lá, sempre perguntando, fazendo amizade, perguntando se o golpe podia ser assim ou assado e elas? Elas muito quietas e tímidas.
Depois de umas dez aulas eu perguntei se podia começar o randori, que é a prática de combate, mesmo sendo uma não graduada (faixa branca) e fui atendida pois a prática anterior acabou sendo considerada Lembro bem de uma das lutas com um senhor de cerca de 35 anos e uns 15 anos de tatame. Em cinco minutos de luta finalizei o combate três vezes seguidas. Ele ainda demoraria outras duas semanas para começar a me 'bater'. Pense em alguém realizada! Pensou? Pois é, era eu mesma!
No fim do semestre fiz uma viagem para apresentar um artigo em um congresso no Rio de Janeiro e como gosto muito de samba, no último dia na cidade fui conhecer a Lapa. Fui desafiada por uma amiga carioca: "Ih, paulissssta não sabe sambar" ahhh, Lola! Adentrei a roda e fiquei por lá uns quarenta minutos. Saí exausta e suada, feliz feliz! Só que ao subir uma escada senti uma fisgada no quadril, pra encurtar a história, fiquei 5 semanas de molho com displasia.
Quando voltei ao judô era época de exame de faixa e sabe o que aconteceu? Mesmo tendo aprendido mais rápido, ficado horas e horas além que os outros faixas brancas eu fui impedida de prestar o exame. Sabe aluno que fala toda hora na sala de aula, que chama atenção pra si? Pois é...acabei aparecendo muito e daí sentiram muito a minha falta também...
Pensei em desistir ou procurar outro lugar para os treinos, mas acabei abaixando a cabeça e voltando. Quando os colegas promovidos me viram eu disse que havia ficado de recuperação, de segunda época, disse que o sensei gosta tanto de mim que quer ficar mais tempo me ensinando. Só que dois meninos vieram de cantinho me dizer...que achavam que era machismo. Tudo bem, eu disse, não é a primeira vez. Mulher forte tem que ser punida pra aprender a ficar de lado, falar baixo e não bater em homem.
beijos fortes, querida Lola.
Desculpe o derrame de palavras!
Lígia

karina disse...

Liana, você é o máximo. Ao menos é assim que você se considera, né? Pelo menos você se acha especial. É isso mesmo, garota, vai fundo.

Rê_Ayla disse...

Bruno,
Desestímulo em praticar esportes na adolescência? De boa, isso parte delas mesmas. Eu jogava vôlei em clube e no time do colégio, e treinava a sério tae kwon do tb. Continuo praticando esportes até hj (após os 30). Assim como combino com amigOs e amigAs de jogar sinuca, poker e etc. Escolas têm educação física (oh! e as meninas fazem!), têm times... clubes têm times (oh! times femininos existem!)... E como lazer, se mulheres não se animarem, basta a gente praticar com homens. Quantas vejo indo atrás disso, principalmente depois de casadas? Quase nenhuma né... mas os homens continuam praticando.

E pras mulheres que me criticaram:
vcs não faziam educação física na escola não? Nunca se interessaram por ir em clubes? Não jogavam bete, queimada e demais coisas (na RUA!) na infância e na adolescência não? Meus pêsames pra vcs então... Pq eu vivo no mesmo mundo machista q vcs e sempre existiram opções q iam além do “brincar de boneca e casinha”... aliás, continuam existindo. Mas a mulherada prefere ficar reclamando q seus respectivos noivos-maridos-namorados vão jogar uma pelada ou se encontrar pra um poker-sinuca do q se juntarem pra fazer o mesmo (ou se juntarem aos homens pra fazer estas coisas na falta de amigAs q o façam).

karina disse...

Liana, você NÃO é original, seu discurso NÃO é original. Ao contrário, garota, vc só reproduz e fala de você mesma. O chato é você acreditar na sua grande originalidade, né? eu acho um saco mulheres que reproduzem discursos machistas crentes que assim são suuuuper liberadas. Conheço aos montes.

karina disse...

Completando..."Nesse mundo de caça e caçador, não se enganem, nós sempre fomos a caça. Se não aprendermos a avaliar bem as informações que chegam até nós, viramos presas fáceis. Presas de uma idéia de que somos modernas e descoladas, enquanto estamos só fazendo crescer dentro de nós o preconceito e o conservadorismo que tanto lutamos para desassociar da nossa imagem." Tirei daqui (http://blogueirasfeministas.com/2011/mulheres-machos-e-blogs-de-sucesso) porque não diria melhor

Lucas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lucas disse...

Hello,

Olha, só queria levantar de alguns pontos (extras) sobre mulheres e esportes:

1. Gostei do teu ponto sobre capa de revistas de esportes, elas são voltadas ao público que compra a revista, nunca vi (também não procurei) estatística que mostrasse a porcentagem de vendas por sexo, mas acho que daí poderíamos explorar a minha suposição de que os homens normalmente fazendo mais conexões sexuais em qualquer tema, acabam por incentivar esse comportamento das revistas que trabalham o seu público-alvo com o objetivo de vender mais exemplares.

2. Outro ponto que me pareceu do texto é que a opção da prática de esportes não é dada pra ti (por homens, eles que decidem se isso é uma opção ou não), e eu acho isso totalmente errado! "Grupos são definidos como uma coleção de várias pessoas que compartilham certas características, interajam uns com os outros, aceitem direitos e obrigações como sócios do grupo e compartilhem uma identidade comum."[1] Eu acho que a partir dessa definição, a responsabilidade da organização e manutenção de qualquer grupo é dos membros, no caso, as mulheres, que simplesmente acreditam que "não há opção" e por isso arranjam uma desculpa para não praticarem esportes coletivos.

3. Performance, isso é o que mais importa para os atletas, sejam eles homens ou mulheres, essa competição é a base dos esportes, quando falaste em capas com mulheres altas e loiras, esquece-se que altura é fundamental pra performance no tênis, e tênis é um esporte de elite, onde normalmente pessoas com descendência européia tem a herança ao seu lado, independente de sexo. Quando se fala em esportes como atletismo, a genética afro se destaca, por exemplo. Agora, se existe um público consumidor maior de conteúdo relacionado à tênis do que atletismo, não é culpa da sociedade machista que não dá opção para as mulheres.

4. Falando de feminilidade e esportes, lembro novamente que performance é o ponto principal ligado aos esportes dado seu caráter competitivo. Biotipo, treinamento, genética e alimentação são apenas alguns dos fatores que influenciam na melhora da performance, e querendo ou não o uso de substâncias é fator que afeta de diversas formas a vida dos atletas, esse tipo de melhoria de performance acarreta em mudanças físicas e estas podem ser vistas pela sociedade em geral (homens e mulheres) como negativo. Novamente mostrando um esporte que não tem muita visibilidade, no levantamento de peso, os competidores necessitam
de acúmulo de gordura (o que esteticamente é considerado pela maioria como negativo) para aumentar sua performance, eles são gordinhos super-fortes, normalmente
são estritos em suas dietas para que essa gordura extra não impacte na sua saúde (às vezes eles não se preocupam com a saúde, se preocupam mais com o impacto na performance mesmo). O atleta levantador de peso sofre preconceito pela sociedade como qualquer sedentário acima do peso. Então o que quero dizer é que o foco não deve ser na perda de feminilidade na prática de esportes e sim, o foco demasiado na performance que acaba por afetar esteticamente e psicologicamente qualquer atleta.

5. Último ponto, é a minha impressão pessoal de que hoje em dia as mulheres estão demostrando mais interesse por esportes coletivos, assistindo mais, comentando e dando sua opinião, e isso é extremamente positivo! Ao mesmo tempo, em uma "rodinha" de mulheres, elas discutem esportes? digo, performance e não o comentário de "Fulano tem um coxão" ou "Tu viu que bonitinho o tenista Tal"? Acho que a mudança de mentalidade tem que partir das mulheres. Assim como nós homens aos poucos (realmente muito aos poucos) mudamos nossa mentalidade permitindo que assuntos e atividades tradicionalmente femininas sejam discutidos entre nós homens.

Fonte: [1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_(Sociologia)

Rê_Ayla disse...

Karina,

minha querida, pra começar, vc não me conhece, logo, cale-se quanto à minha pessoa. E né, não preciso ser educada com alguém q falta com educação ao comentar sobre mim (aliás, é típico neste blog da Lola pessoas q discordem serem atacadas e ofendidas, mesmo q apenas argumentem, expressem opinião e não ofendam ninguém). Triste isso, pq assim como este post é ridículo e maniqueísta e atribui a culpa de tuda ao machismo, existem posts muito bons e esclarecedores por aqui.

E por último, e cabe bem neste post: tenho PAVOR de mulher q coloca a culpa pelos males do mundo (como o suposto fato de não poder praticar esportes) no machismo. Aliás, pavor em geral de pessoas q se vitimizam.

Rê_Ayla disse...

Nós somente vestimos a camisa de força que escolhemos vestir. Há sempre uma coisinha chamada livre arbítrio e cabe a nós as escolhas e a decisão de enfrentar ou não suas consequências.

E sinceramente, chega a ser ridículo mulheres q no mínimo são classe média (aparentemente, o caso da maioria q comenta por aqui), e vivem num país ociedental relativamente democrático, reclamarem disso, de não poder praticar esportes, sendo que possuem um leque enorme de opções a seu dispor. Se vivessem num país árabe/muçulmano da vida, até faria sentido....

karina disse...

Claro, Liana. Ok, você está certa, não reproduz nada, não. Tá bom. Aliás, tá ótimo. Você nunca ouviu falar de simbólico, não, filha? ah, claro que já, é tão culta, inteligente e original, né?

Rê_Ayla disse...

Karina,
quem está me chamando de culta, inteligente e original é vc. Eu nunca disse q era nada disso...
Aliás, pq te incomoda tanto eu achar ridículo pessoas no mínimo classe média reclamarem q não podem praticar esportes?...
Por sinal, como vc segue um blog q se chama TRUQUES DE MAQUIAGEM e tem coragem de chamar qq uma de "reprodução do discurso machista"? Faça-me o favor... (mulheres estarem bonitas e maquiadas não é extremamente machista?...).

Pelo menos eu não fico atacando os outros por coisas q eu mesma faço ou gosto.

Marilia disse...

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Eu me pergunto se realmente alguns "leitores" daqui leem o que a Lola escreve.

E também me pergunto o que leitores que se acham tão maltratados ao dar sua opinião continuam dando sua opinião no blog. Eu já dei a minha várias vezes, fui contra muitas pessoas e nunca vi ninguém me ridicularizando.

Acho que algumas pessoas realmente gostam de se vitimizar.E o pior? Adoram ser maltratadas, porque continuam frequentando os mesmos espaços.

Vai entender.
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Mas, mudando de assunto, algumas pessoas realmente teimam em colocar a culpa na vítima, viu. Que isso, todo um sistema que não apoia mulheres na hora de fazer atividades em grupo (PARA A MAIORIA DAS MULHERES) e a culpa é das mulheres?
E pelo que li, a culpa de falarem bobagens machistas a respeito de esportistas femininas é o fato de as mulheres não comprarem cadernos de esporte?
E realmente é para acreditar que mulheres só falam de esporte se é para falar de corpo de atleta?
Nem posso falar por mim porque realmente nunca fui do tipo esportista nem gosto de assistir a esportes nem comento de esporte, mas falo por várias mulheres que conheço e que gostam de esportes pelo esporte, não porque há homens e mulheres bonit@s praticando.

Drica Leal disse...

Em toda discussão feminista agoraos "mascus" estão postando com nomes e perfis femininos, para tentar provar às feministas que muitas mulheres os apoiam. Mas o disfarce nunca é perfeito, se agente prestar atenção ao teor das postagens dá pra perceber muito bem quando se trata de um masculinista machista e misógino postando como se fosse uma mulher. Já topei com vários comentários deles assim pela net.

karina disse...

Não, Liana, não é, não. E Truques de Maquiagem não é o único blog sobre o assunto que leio. Mas, te respondendo, não, gata.... se informa.

Lucas disse...

Marília,

"It has over 3.5 million subscribers and is read by 23 million adults each week, including over 18 million men." - Sports Illustrated
Este é o público-alvo da revista, conforme comentei, suponho que seja por causa disso que a revista foca em mostrar mulheres de forma mais insinuante, mas não tenho como afirmar a razão (psicológica?) que leva a essa postura do público-alvo da revista.

Outra coisa, comecei a argumentação (ponto 5) falando explicitamente que hoje em dia muitas mulheres estão discutindo e comentando sobre esportes, simplesmente argumentar que "não pode crer que leu que falam sobre a estética no esporte" é ser simplista. Posso não ter me expressado bem, mas era uma indagação, pra saber o quanto as mulheres falam entre si, sobre esportes coletivos, apenas isso.

Carol Antunes disse...

Nossa Lola, isso me lembrou quando os meninos começaram a agitar um jogo semanal de futebol na empresa onde eu trabalhava. Eu sempre gostei de futebol mas só joguei algumas poucas vezes na escola. Sabendo disso eu logo quis entrar no time formado só por homens. Ouvi muitos protestos e a desculpa maior é que eu poderia me machucar (sou goleira) - Engraçado porque um homem iria se machucar tanto quanto uma mulher, nesse caso. Depois de muita insistência fui aceita no time. O dia do jogo foi uma vitória pois, apesar de eu não me considerar boa goleira, avancei em todos os ataques e surpreendi os meninos, que acharam que eu ficaria acuada. Depois desse dia outras mulheres se empolgaram e até se formou um time misto.

Rogério Santos disse...

Lola,


Lembrei a parte do texto em que você comenta a diferença de tratamento dada pela Sports Illustrated a Roger Federer e a Anna Kournikova ao ver isso aqui: http://esporte.uol.com.br/album/110413calendario_album.jhtm?abrefoto=13#fotoNav=1

É ou não é a mesma coisa?

Joana disse...

Para as meninas e mulheres que querem praticar um esporte coletivo pois não gostam de academia, que queiram trabalhar o corpo, o condicionamento, recomendo o rugby. Isso mesmo, o rugby. Nossa seleção feminina é heptacampeã sulamericana. Boa parte dos clubes no Brasil tem a categoria feminina. Busquem no google!

Carolina Matielo disse...

Cheguei ao seu texto depois de mudar o padrão na minha pesquisa do google para:Dificuldade na pratica de desportos coletivos para mulheres por prazer.
Decidi reativar algumas práticas que me faziam muito feliz , e uma delas era praticar esportes coletivos na adolescência. Infelizmente percebi que não será fácil, não encontrei nenhum grupo amador na minha cidade, e aliás em nenhuma outra cidade. Nesse sentido identifico-me a 100% com o seu discurso. Para além do aprofundamento no assunto, que é extremamente necessário para que as pessoas reflitam o porque desta dificuldade hoje, fiquei surpreendida com a quantidade de críticas não construtívas, querendo apenas derrubar seu argumento ao invés de enriquecer o debate para chegarmos ao nível de arranjar soluções. Para mim foi inspirador e elucidativo, pois já tenho uma base para agir. Nesse caso precisarei pôr a mão na roda, e tentar criar um grupo, pois para além de querer formar um grupo de esporte coletivos ( não necessariamente só de mulheres) para minha satisfação pessoal, estarei também contribuindo para modificar esse panorama.

Ma disse...

Tava pensando nisso...passei toda a faculdade sentindo falta dos esportes coletivos, dos quais sempre gostei no ensino médio, sentindo uma invejinha do meu irmão que joga futebol toda semana.

Eis que uma amiga minha comentou do time feminino dela, resultado: toda semana jogo futebol também! E me sinto muuuuito feliz!

Unknown disse...

Pois é Lola, hj mesmo estava pensando a respeito disso e resolvi fazer uma busca no google: esporte para mulheres adultas e adivinhe? Cai no teu blog, rsrs é cômico se não fosse triste.Digo isso, pelo fato da mulher realmente não ter a cultura de praticar esportes, de ter um dia pra ela sair uma atividade com as amigas.De ver este tipo de lazer algo fútil ou não se dar o direito de ter um entretenimento. É uma pena mesmo.O bom é que encontrei alguém que compartilha sobre este tipo de pensamento. Gostei mto do que li.Acho q de certa forma isto não eh mto estimulado na mulher. Mas vou buscar algo pq além de observar temos que agir não é mesmo?Parabéns !!