segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A VIDA SEM CARRO

Agora faz cinco meses que voltei ao Brasil, e continuo sem carro. Somado ao mês que passamos a pé quando vendemos o carro, antes da viagem, e mais o ano inteiro em Detroit, já dá um ano e meio sem. Será que eu ainda sei dirigir?
Lá nos EUA, como todo mundo tem carro, o transporte público é bem limitado. Tudo é feito pros carros, nada pro coletivo. Em Detroit, menos de 10% da população anda de ônibus. O meu co-orientador lá insistiu bastante pra que a gente comprasse um carro. Ele dizia que dava pra conseguir um usado por uns 1500 dólares (lá carro é incomparavelmente mais barato), usá-lo durante o ano, e vendê-lo quando fossemos embora. Mas o valor do carro é apenas uma das despesas, e muitas vezes nem é a maior. Só de seguro (obrigatório nos States), sairia uns 100 dólares por mês. E estacionamento? E gasolina? E eventuais consertos? Pelos meus cálculos, se tudo corresse bem (o carro não estragasse, e a gente o vendesse antes de voltar), o preju seria de uns 3000 dólares. Quase um quarto do valor total da minha bolsa iria pra pagar um carro! Sabe quanto gastamos em ônibus durante nosso ano americano? Um total de 400 dólares. Sem dor de cabeça de ter que dirigir na neve e no gelo numa cidade estranha.
E a gente não sentiu falta de carro. Morávamos a poucas quadras da universidade. Só sentíamos necessidade de ir mais longe nos fins de semana, e quando descobrimos dois multiplexes distantes, porém fáceis de chegar (só um ônibus!), este foi o nosso destino pro cinema de toda semana. Claro, talvez tivéssemos saído mais e ido mais longe se contássemos com um carro. Mas, de verdade? Acho que não. Ah, e não posso deixar de enfatizar a maravilha que é ao menos uma parte do casal trabalhar ou estudar pertinho de onde mora. A economia de tempo e dinheiro é algo espetacular. Mesmo tendo que enfrentar neve! (li que um americano gasta, em média, 18% do seu orçamento em transporte. Aqui deve ser parecido, não?).
Quando voltamos ao Brasil, em agosto, nossa idéia era comprar um automóvel. Tínhamos (e temos) no banco os 15 mil reais que conseguimos com a venda do nosso Uno Mille 2003. Mas comecei a questionar a necessidade de termos um carro. No momento, eu fico enfurnada em casa, trabalhando na tese e brincando no blog (tá, mais brincando que trabalhando). O maridão está desempregado; às vezes dá aulas de xadrez pela internet. Aqui no meu bairro tem tudo perto (menos correio e cinema), muito mais e melhor que lá em Detroit. O carro seria usado apenas no final de semana. Até agora estamos gastando, em média, R$ 80 por mês em passagens de ônibus. Quanto gastaríamos com um carro?
Bom, não é difícil responder, já que tenho tudo anotadinho. No primeiro semestre de 2007 (última vez que tivemos carro), gastamos R$ 830 em consertos e IPVA, e mais 850 em gasolina. Um total de 1680 por seis meses, e isso sem considerar o seguro do carro (já pago no ano anterior), ou o valor da compra do carro. Em 2006, foram 1420 entre seguro, IPVA e consertos, e 1700 de gasolina (total 3120). Em 2005, 1510 mais 1600 de gasolina (total 3110). Em 2004, 1010 (o carro era novo, exigiu menos consertos) mais 1500 de gasolina (total 2510). Em 2003, quando trocamos nosso Uno por um Uno 0 km, foram 7950 mais 1200 de gasolina (total 9150). Dividindo esses 3200 que parecem ser a média por 12 meses, dá 265 por mês. Contra os 80 atuais.
Se comprássemos um carro agora, além dos 15,000, gastaríamos uns mil de seguro (antes o nosso seguro era muito mais barato, em torno de 600 por ano, por causa do bônus acumulado), mais uns 450 de taxas, e rezaríamos pra que o carro não precisasse de qualquer conserto. Deixar o dinheiro no banco parece valer muito mais a pena. Os 10% que esses 15,000 rendem ao ano, num fundo de investimento conservador, já cobrem tudo que gastamos com passes de ônibus (algo como 1050 por ano). E essa é a nossa única despesa com transporte no momento.
Vale lembrar que carro não é um investimento, mas um gasto. Quem considera carro um investimento se esquece que ele se desvaloriza a cada ano. Por ser geralmente o bem mais valioso de uma pessoa, depois da casa, ele precisa ser segurado, e seguro é caro (só pra comparar, o seguro que pagamos pela casa é de 270 ao ano, aliás, pra duas casas, a nossa e a da minha mãe, que fica nos fundos).
Eu nunca tive nenhum envolvimento passional com carros. Pra mim sempre foi apenas um meio de transporte. Tudo que quero de um carro é que ele seja pequeno, fácil de estacionar, não dê problemas e gaste o mínimo de gasolina possível. Ah, e nunca gostei de dirigir. Acho que o maridão sente mais falta de um carro do que eu, mas ele é homem, e seres desse sexo são ensinados a ter um relacionamento amoroso com automóveis desde criancinhas. Eu não me lembro de brincar de carrinho na infância, e até hoje me pergunto pra que um carro precisa ter grande potência e velocidade pra andar numa cidade urbana, onde a velocidade máxima permitida geralmente não ultrapassa os 60. Passado um ano e meio, minha vida sem carro continua muito bem, obrigada.

P.S.: E repare que eu nem entrei no argumento ecológico de que valorizar o transporte coletivo e alternativo (bicicleta, caminhar) equivale a valorizar o meio ambiente. Faz uma década que ouço que nos próximos anos carro terá o mesmo status de vilão que hoje tem o cigarro. Será?
P.S.2: Eu nem sabia que existia este site, mas um leitor linkou lá o meu post, e assim o descobri. O título já diz tudo: "Apocalipse Motorizado: Articulações e Reflexões para Superar a Sociedade do Automóvel".

90 comentários:

Anônimo disse...

Primeira!!!
Lolita, olha, antes de ter a Ciça, eu jamais pensaria em comprar um carro... me virava super bem de ônibus, van, e, quando saía à noite, taxi. Agora, com as constantes idas a pediatra, parques, creche e mil bolsas para carregar, não dá para me imaginar sem meu bibi, não.

Mas, admito... com criança, a vida é outra.

Beijos e happy 2009!

Anônimo disse...

Concordo totalmente. Eu e minha mãe não temos carro há três anos --e não faz a menor falta. Antes tínhamos porque morávamos na periferia, beeeeem longe de tudo, então era uma necessidade muito grande.

Agora, tem ponto de ônibus e metrô na porta de casa e várias coisas a uma caminhadinha de distância. Ainda sofro um pouco porque trabalho a 1 hora de ônibus (sem trânsito!) de casa; a USP tb fica a 1 hora de distância, só que para o ooooutro lado da cidade.

Em SP, acho ainda mais imbecil a ode ao carro, porque todo mundo tem carro para andar a 10km por hora. De ônibus, vou pelo corredor, só dando tchauzinho pro povo parado no carro.

Outra coisa que me irrita é que um carro leva cinco pessoas. Mas eu só vejo gente sozinha dentro.

bjs

Santiago disse...

Lola:

Que conversa de pobre é essa? Ficar sem carro é bom? A sua visão política de esquerda é patética. Já vi você argumentar quando falam mal do Lula, "o Lula é bom porque tem 80% de aprovação", e dai? Quem responde as ditas pesquisas são idiotas que nem você. Pra que serve seu estudo?

O seu feminismo é pueril. Só consola gente incapaz de raciocinar.

Você deveria voltar, se deixarem, a escrever sobre cinema no Lost Art. Suas crônicas de cinema são muito boas.

Você não tem estofo intelectual para dar opinião sobre outros assuntos.

Giovanni Gouveia disse...

Meu "bibíti" tá na garagem ha um tempão, ando de ônibus (e taxi, vez por outra) mas às vezes um carro faz uma faltaaaa

Giovanni Gouveia disse...

Don't feed the trolls... ;)

Anônimo disse...

Ihh, ele voltou!!!! É que a persona joão neto não deu certo.

O ódio é uma forma de amor ao contrário, já dizia o outro. Santiago não se daria ao trabalho de xingá-la assim se não tivesse um especial interesse.

Não gosta do blog? Não visita.

Liris Tribuzzi disse...

Eu sou doida pra ter um carro. Morar em Guarulhos deixa tudo muito longe. Sem contar que dependendo de ônibus e metrô, tem hora certa pra voltar de tudo, se não só depois da 5h da manhã.
Se tudo der errado esse ano, vou poder adiar a compra do carro. Continuarei estudando à 10 minutos de ônibus da minha casa e trabalharei à 5 min a pé.
Se tudo sair como nos conformes, aí vou precisar de carro pra ir pra faculdade. Nínguem merece mais de 2 horas sem trânsito por dia só na ida...
Mas suas contas me deram medo. :O

Liris Tribuzzi disse...

Don't feed the trolls... ;)



Adorei essa!

Felipe Guimarães disse...

Lola!

Minha mãe parou de dirigir a uns 18 anos( trauma de batida, que nem foi tão grande) e ainda sabe dirigir, mal, mas dirigi, então você ainda sabe...

:D

Masegui disse...

"Mary had a little lamb"...

Anônimo disse...

Eu e marido também optamos por não ter carro. Moramos perto do metrô e temos várias linhas de ônibus passando em frente de casa, se passar do horário usamos táxi, se quisermos viajar alugamos um carro.
Simples assim, sem estresse e sem gastos.
Temos o privilégio de estarmos a menos de 5 minutos de caminhada de bancos, mercados, cinemas, teatros, shoppings e restaurantes.
Muitos especialistas em finanças pessoais também batem na tecla de que carro não é ativo e sim passivo, mas é um status da classe média, e por tanto, difícil de convencer alguém que não queira se chamado de pobre a não ter.
O engraçado é que quando a gente diz que não tem carro a pessoa olha pra gente com a mesma expressão de "coitadinhos" que usam quando dizemos que não vamos ter filhos.

Anônimo disse...

Não sei não Lola, isso depende muito de onde a pessoa mora e quais são suas necessidades. Aqui em SP agora não preciso de carro, moro perto de tudo, mas pago uma pequena fortuna (ou seja, um absurdo)pra isso, quer dizer, uma coisa compensa a outra.
Mas quando morava mais longe, tive um carro cujo preço de tabela aumentou após 5 anos de uso, o que não é tão raro assim dependendo do modelo, conservação, etc... Considero que nesse caso caso foi um investimento!
Vendi o carro e mudei porque detesto, odeio mesmo dirigir.
bjs

Anônimo disse...

Ah, esqueci de me identificar!
Leah

VINCENZO GONZAGA disse...

Oi Lola
Feliz ano novo para você também!
Me identifiquei muito com este post!
Passei alguns anos na Espanha sem dirigir e faz um ano que voltei ao Brasil e nem renovei minha carteira de motorista.
Olha...hoje me sinto mais livre sem carro! Nao precisa ir aos lugares e me preocupar se algum irá roubar meu carro.
Ando de táxi quando estou com preguiça ou ando a pé mesmo, já que Floripa é pequena!hehe
Vc falou no meu blog sobre o movimento no more nice mr gay.
Vc conhece algum blog americano ou algo assim que seja específico para o público homo?
Reitero meus votos de um feliz 2009 para vc e toda a sua família.
Grande abraço.
Vincenzo Gonzaga

lola aronovich disse...

É, Chris, acho que com criança fica muito mais difícil não ter carro. Eu vejo mulheres levando bebês de colo em ônibus lotado e não sei como conseguem. São minhas heroínas! Ah, eu nem estou muito convencida de não ter carro SEM filhos... Abração e um ótimo 2009 pra vc! Como foi a Ciça falando espanhol em Buenos Aires? (se eu não estou confundindo as Chris).


Marj, é, pra quem mora longe fica difícil mesmo. Tem bairros aqui em Joinville que não tem nada perto. Nem ponto de ônibus, nem mercado, nada. Só casas residenciais, tipo subúrbio americano. Nesses casos complica não ter carro. Mas esses são os bairros de rico, pra quem a vida sem carro é inconcebível mesmo. Já no meu bairro tem tudo pertinho, menos agência de correio. Claro que se eu e o maridão voltarmos a trabalhar, complica continuar sem carro. Aí acho que não daria tempo de voltar pra casa no almoço.
É, carro em SP não anda mesmo. E isso de carro levar apenas o motorista é o que a gente mais vê. Até duas pessoas num carro já é raro. Nos EUA é assim tb. Lá em Detroit eles tentavam fazer alguns programas de car pooling (um dar carona pro outro), mas acho que não dava muito certo. Ao menos eu não conheci uma só alma que utilizava isso.

lola aronovich disse...

Santiago, “conversa de pobre” não é uma ofensa pra mim. Outras coisas são, como me chamar de idiota e chamar meus leitores de incapazes de raciocinar. Por que vc continua lendo meu blog se eu não tenho estofo intelectual pra falar de qualquer coisa?


Gio, concordo, às vezes carro faz falta. Domingos e feriados, e mesmo sábados, dá a maior preguiça sair de casa, porque os horários dos ônibus são muito escassos. Táxi é muito, muito difícil usar. Lá em Detroit era impossível. Nunca vi uma cidade tão sem táxi como aquela. Esperar duas horas pro táxi chegar? Não compensava!

lola aronovich disse...

Anônimo, não tenho dúvida: Santiago e João Neto, se não são a mesma pessoa, têm muito em comum: ambos adoram este blog. Se não adorassem, não seriam tão frequentes.


Li, entendo que morar em Guarulhos e ter que ir pra SP direto não deve ser fácil sem carro. Quando eu morava na capital, e o maridão em Osasco, o carro quebrava um galhão. Mesmo assim, eu andava bastante de trem. Tomara que tudo dê certo pra vc e que vc precise comprar um carro! Aliás, como foi o vestiba ontem? Ter carro encarece a vida sim, quanto a isso não resta dúvida. Se colocar na ponta do lápis, acho que tem muitas vezes que até andar de táxi sai mais em conta...
O “don't feed the trolls” vc não conhecia? É gracinha, tem até placa. Não alimente os trolls. Falta um nome pra troll em português, eu acho.

lola aronovich disse...

Felipe G2, obrigada pela força. Então eu ainda sei dirigir... E estacionar carro em baliza, coisa que eu nunca aprendi? Hein? Hein?


Mario, vc e seus comentários enigmáticos... Tá tudo bem aí em Minas? Fiquei sabendo que o ganhador dos 45 milhões da Megasena é de São João del Rei. Amigo seu?

lola aronovich disse...

Débora, pois é, eu acho muito mais simples. No momento, pro maridão e pra mim, carro seria uma despesa extra totalmente desnecessária. Mas não posso falar pelo futuro. Eu adoraria continuar vivendo como estamos vivendo agora: saindo pouco, pegando ônibus e andando pra onde temos que ir. Acho ideal que pelo menos uma parte do casal more perto do lugar em que trabalha. Ou pelo menos num lugar como o de vcs, com muitas opções de transporte. Metrô é caro de construir mas é uma maravilha. Acho que toda cidade com mais de um milhão de habitantes deveria ter metrô. Nem que fosse metrô suspenso.
Há há, interessante vc apontar que a cara que te fazem quando vcs dizem que não têm carro é a mesma de coitadinhos pra quando vcs avisam que não vão ter filhos. Qualquer coisa que saia do padrão da normalidade é digno de pena, né?


Oi, Leah. Tem razão, em muitos lugares é preciso pagar mais pra morar num lugar bom, perto do trabalho e do estudo. Mas o que eu vejo mais é bairro de rico não ter nada por perto. Nos EUA, por exemplo, quem mora nos subúrbios precisa ter carro. Tem montes de lugares onde as linhas de ônibus nem alcançam. E muitos bairros no Brasil estão assim tb. Imagina morar em Alphaville sem carro? Em compensação, há lugares mais desvalorizados, geralmente o centro das cidades, onde a moradia não é tão cara e tem tudo perto.
Tem carro que se valoriza, mas, convenhamos, isso não é muito comum. Tem especialista que diz que o valor do carro já cai entre 10% a 20% apenas ao sair da concessionária.
Bom, uma coisa que eu não sinto a MENOR falta é de dirigir...

lola aronovich disse...

Vincenzo, pois é, tem países e cidades onde ficar sem carro é IN, não considerado “coisa de pobre”, como a classe média faz em vários lugares do Brasil. Minha irmã mora na Califórnia há 12 anos e nunca teve carro. Ela anda de bicicleta. Eu também me sinto mais livre sem carro. Fica uma outra mentalidade (se bem que andar de ônibus não dá tanta liberdade, porque a gente precisa se preocupar com os horários). Aí em Floripa eu sempre ando bem de ônibus.
Então, sobre o No More Mr. Nice Gay: acho que surgiram algumas placas assim protestando contra o Proposition 8, e tá meio que virando movimento de “chega de gay ser bonzinho. Vamos lutar pelos nossos direitos pra valer agora”. Não sei muitos detalhes. Quando eu morava em Detroit, havia um jornal grátis da comunidade GLBT muito bom, o Between the Lines. Lá eu também recebia em casa, de graça, a revista The Advocate. Não é uma grande revista nem a pau, mas às vezes tem coisa interessante. Abração!

Aldrin Iglesias disse...

Irônica? Não, eu sou irônico. Eu sou um rapaz, madame. E acabei de receber um telefonema de minha mãe, avisando-me q terei q sair de casa.

Como se mora sozinho? Como se faz arroz sem ser do tipo "unidos venceremos"? Ou um bife q n seja "detetive" (frio por fora e com os nervos de aço) ?

Estou perdido

Aldrin Iglésias, o segundO melhOr jornalista de Rio Acima (MG).
(obs: estou no Orkut. Se assuste comigo lá. Rs)

Anônimo disse...

Concordo, em sp não vale a pena ter carro. Mas quando você fala isso pra alguém da sua família recebe aquele olhar de "coitadinha, ela e o namoradinho estão no começo da vida, é difícil". Não, não é difícil, é que morando no centro simplesmente não precisa! É incrível como as pessoas ficaram obcecadas por carro, tenho uma amiga que nem sequer dirige mas está comprando um carro junto com o namorado. As desculpas são as mesmas "um investimento", "ajuda bastante". No fim eu só vejo uma vontade incontrolável dele de ter um carro e uma mulher como muitas, doida pra agradar que ainda por cima tem esse tipo de decisão reforçada pela sociedade, que vê nesse tipo de ação uma forma de "crescer" e assumir responsabilidade (ela nem dirige!), responsabilidade pelos congestionamentos, isso sim.

Cristine Martin disse...

Oi Lola!

Primeiro, sobre o carro: pra mim, que trabalho em casa, não faz falta. Onde moro não é longe do centro, e tem um pouco de comércio. Mas temos um carro e ele é bem útil, especialmente se quisermos ir um pouco mais longe, ou para fazer as compras de supermercado, mas realmente o bicho é uma despesa e tanto!

Quanto aos trolls: no Harry Potter eles são trasgos, que tal?

Ah, e obrigada pela visita ao meu blog, quem sabe ele fica tão animado como o seu! E iupiii mesmo, acertei todas no joguinho dos filmes! Vamos ver esse bolão do Oscar como será...

Beijocas,

Cristine

(adorei a foto do gatinho dormindo no tabuleiro de xadrez...)

Anônimo disse...

Lola, não tenho nenhum relacionamento assim, amoroso, com o meu carro. Ele é popular, baratinho e não gasto quase nada com manutenção, mas acho que vale cada centavo. Me dá liberdade. Meio exagerado, mas é quase isso. E bem antiecológico também (com hifem ou sem?). Bom, se o transporte público fosse melhor por aqui eu certamente usaria mais, para trabalhar pelo menos.
Abraço

Juliana disse...

Santiago: fala com a mão!
Coisa chata gente que quer ficar criando polêmica a troco de nada...

Lola:
Eu, a preguiçosa mor do mundo, acho carro uma coisa maravilhosa, mas realmente, é despesa. Vc falou que além dos 15000 ainda ia ter outros gastos, isso sem contar que os carros estão cada vez mais caros e realmente desvalorizam no momento em que saem da loja. O que será que vc conseguiria comprar com 15000? Nunca dá pra substituir por algo parecido com o que se tinha. Aqui em Detroit carro me faz um pouco de falta para ir a supermercado e ao shopping (iria muito mais se tivesse um) e em Florianópolis, no momento, não faz falta nenhuma porque estou trabalhando literalmente na esquina de casa (da rua, na verdade, talvez não seja literalmente, então). Mas até pra ir pra UFSC eu tenho preguiça de pegar ônibus, não gosto não, mas além de ser mais barato é bem menos estresse não ter que dirigir. Verdade seja dita, eu gostaria de poder ter um carro, mas já que não posso, vejo o lado positivo. Admiro a escolha de vocês de não terem por enquanto. Quando tive dinheiro para ter um, optei por viajar. Valeu a pena.

Na California o carpooling funciona melhor, eu acho. Voltando de São Francisco pra Tahoe, pegamos uma fila da carpooling e o trânsito não pára em momento algum, em nenhuma das faixas. E onde eu trabalhava, o chefe do estacionamento dava um voucher de $10 para o almoço para que fazia carpool. Eu, que ia de ônibus, às vezes tinha uma alma que me via na estrada e me dava carona (colega de trabalho mesmo) e ganhava igual, haha.

E taxi em Detroit eu peguei pela primeira vez semana passada. É sujo, fede, o cara não ligou o taxímetro mas cobrou 5 pila pra levar da estação do Amtrak até em casa. Acho que seria mais caro se ele tivesse ligado o taximetro.

Ana Cristina Powell disse...

Que inveja, Lola!
Eu agora moro em Albuquerque, New Mexico, Estados Unidos.
Antes de vir pra ca (ha 7 anos) eu experimentei passar 1 ano sem carro em Fortaleza e foi maravilhoso. De vez em quando tinha que pegar um taxi, mas ainda assim valia a pena.
Quando me mudei pra ca e estava so na universidade, morava perto e dava pra levar mas com meu emprego dos ultimos anos nao tenho opcao. Tenho que ir a lugares diferentes durante o dia e, como a ONG pra qual trabalho nao tem grana pra comprar carros pro "staff", a gente so e contratado se tiver carro proprio pra usar.
Eles pagam gasolina atraves de "mileage reimbursement".
Enfim, que inveja de nao precisar ter carro...

Raiza disse...

Felizmente pra você e pro maridão,Lola,Joinville parece ter um bom sistema de transporte público.Já o Rio de Janeiro...
Se eu pudesse eu teria um carro,me dá peso na consciência por causa do meio-ambiente mas é impossível usar o transporte público aqui.O metrô vai sempre lotado,os ônibus idem,com o agravante de estarem caindo aos pedaços,os motoristas do transporte alternativo são uns barbeiros,a tarifa de táxi é uma fortuna,e as outras tarifas só aumentam enqüanto a qualidade do serviço só cai (se é que dá pra ficar pior).Quando eu puder vou comprar um carro,acho até que com o valor da passagem aqui a diferença de custo nem vai ser tão extraordinária.

Giovanni Gouveia disse...

"Falta um nome pra toll em português"

que tal "Trololó"? :D

Anônimo disse...

Alphavile deve ser um lugar insuportável... Então eu moro em Pinheiros/Vila Madalena, e os preços são altíssimos exatamente por causa da localização, aqui vc tem tudo perto e vai para quase qualquer lugar de SP, mas ao mesmo tempo mantém algumas características de bairro residencial.
Comprei meu antigo carro usado, era um golzinho, mas também vendi faz anos, não faço a menor idéia de como é o mercado agora!
Leah

Gisela Lacerda disse...

Lola, entendo você. E meu amigo foi a Los Angeles e disse ser praticamente impossível não ter carro lá.

Meu pai vendeu o Chevette (de77) dele quando eu tinha 13 anos e assim ficou até falecer em 2007. Ele era um que levava todo mundo para tudo quanto é canto. Era "o pai" das minhas amigas e amigos. Foi ficando velho, os gastos foram aumentando (viver no Rio é brabo; a cidade mais cara do Brasil não é Sampa!), o condmínio cada vez mais caro. Tivemos de alugar quarto desde 95 e por aí vai. E foi assim que paguei minha faculdade, diga-se de passagem.

No entanto, sou meio "maria gasolina", adoro um carro e nunca aprendi a dirigir pois nunca foi minha prioridade (não foi falta de dinheiro) nem tive oportunidade de aprender, apesar de ter namorado um cara que era prof. de auto-escola na França e no Canadá, onde morei 2 meses. Cheguei a "brincar de voltante." ;-)) Adorei até.

Mas também acho que é um bom de um gasto. Meu namorado utiliza o carro porque precisa, mas a grana que gasta entre seguro, IPVA.. não tá no gibi! Fora as aporrinhações, porque morar no Rio e não ter garagem é um sofrimento: extorsão de tudo quanto é lado, a máfia de guardadores, politicagem, favela, delinquência, roubos. É bom ter carro, mas no Rio é para corajosos e com muito "saco de filó". Eu não tenho, nunca tive e nunca tive porque ter um.

E meu 1 ano e meio em Paris valeram para eu perceber o que é o paraíso! O problema é na hora de viajar, sair à noite, etc. Enfim, ter carro é bom quando a pessoa tem dinheiro para gastar naquilo. É a minha opinião. Aí eu não abriria mão de ter. Mas tendo uma vida aparentemente simples ou morando numa cidade como Paris, por exemplo (14 linhas, fora as do subúrbio) ninguém precisa de carro. E aceitando que será mais difícil viajar, alugar carro é caro, etc. Cada um tem seu estilo de vida e está feliz com aquilo, assim que eu penso.

Gisela Lacerda disse...

Sem contar que no Brasil carro é símbolo de status. Na França até rola um pouco isso, mas numa só classe. Lá um carro usado pode até sair por 150, 200 euros. Tudo bem que tuuuudo depende do que você quer e qual o objetivo. Se o cidadão não está nem aí para a porta que dá choque e o banco que não inclina direito, ok. ;-)))

Masegui disse...

"Mario, vc e seus comentários enigmáticos..."

Desculpe, eu pensei que já havia esclarecido: Nos anos 70 o velho Macca fez uma música que foi censurada(!)- acho que pela BBC - e para "se vingar" ele fez essa, que é até bonitinha...

Eu, que sou muito desbocado, quando não posso me expressar abertamente costumo cantar "Mary had a little lamb..."

Sugestão: crie aqui no blog uma salinha especial onde a gente possa responder adequadamente os "trololós"...

Ps: Vixe, este ano prometi ouvir (ler) mais e falar (escrever) menos... tchau!

Ana Rute disse...

acho que o sonho de todo mundo (ou a maioria pelo menos) quando faz 18 anos é tirar a carteira pra dirigir. nao sou muito diferente dos outros entao logo depois que fiz 18 ja corri atras da papelada pra acabar logo. comecei isso ja vai fazer 4 meses, nao sei quem entrou de greve, entao to esperando pra fazer a prova prática, nem sei se lembro direito como dirige pq ja acabei as aulas faz um tempo. acho que só deve sair depois do carnaval, isso se eu passar de primeira, né? tudo isso me deu uma preguiça tão grande que perdi a vontade de dirigir. é, talvez eu não precise mesmo de um carro.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lola aronovich disse...

Desculpa, Aldrin, esqueci que vc é menino, não menina. Ainda não liguei “Garrafa e Mar” com “Aldrin”. Pode demorar um pouco, se depender da minha memória...
Quer dizer que sua mãe tá te pondo pra fora de casa? Puxa, deve ser dureza. Geralmente a gente que decide sair sozinha, quando sente-se pronta. Pra mim o começo tb foi difícil. Eu não sabia nada de afazeres domésticos, parecia um homem! Mas com o tempo a gente vai aprendendo. Eu fiz até alguns cursos rápidos pra aprender a cozinhar umas coisinhas. Uma amiga me ensinou a lavar a louça (eu não sabia! Deixava a torneira aberta o tempo todo). Não se preocupe, que pouco a pouco vc aprende. Por que vc é o segundo melhor jornalista de Rio Acima? Quem é o primeirão? Me adicione lá no orkut. Putz, faz uns dez dias que não passo lá...


Mary V, exato: dependendo de onde a gente vive, pra que ter carro? Eu não tô nem aí se alguém me olha com cara de coitadinha! Eu sou a favor de uma mudança de mentalidade pra MUITAS coisas, e não depender de carro é uma delas. E isso que vc diz sobre a sua amiga que nem dirige mas vai comprar um carro junto com o namorado é comum. Pra homem é ainda pior não ter carro. Carro tá ligado à virilidade do rapaz. Eles aprendem isso desde cedo. Prum rapaz de classe média não ter carro é como se estivesse incompleto, como se lhe faltasse um pedaço, e logo um pedaço importante.

lola aronovich disse...

Cristine, não tenho como negar que carro seja útil. Muitas vezes sentimos falta de carro. Dá preguiça se programar e sair bem antes pra chegar num lugar que, de carro, levaria cinco, dez minutos. Mas a gente se acostuma demais com carro, e se esquece que carro também é estressante. Encontrar lugar pra estacionar é estressante. Dirigir é estressante. Se perder num lugar desconhecido (frequente pra mim) é estressante.
Trolls são trasgos? Que palavrinha horrível! Acho que não conseguiria me adaptar a ela. Ah, vc vai gostar do bolão...


Simone, entendo vc: vc tem o mesmo relacionamento com seu carro que eu tinha com o meu. Eu consigo ver esse lado de carro dar liberdade. Às vezes eu penso até em como seria dormir num carro, sabe? Viajar e não ter que ficar em pousada, só no carro. Tem pesquisa que mostra que a pessoa dentro do seu carro sente-se como se estivesse em casa. E ninguém se sente em casa num ônibus lotado!

lola aronovich disse...

Ju, o que significa “fala com a mão”? Carro é muito importante pro Santiago, pelo jeito. Já teve outra ocasião em que ele ficou revoltadíssimo quando eu falei que não tinha carro.
Agora, não entendi: vc tá em Detroit ou em Floripa. Como assim, “no momento”? E onde é que vc está trabalhando que fica na esquina da sua casa?
Eu defendo não necessariamente não ter carro, mas pelo menos questionar a necessidade de ter carro. A gente nem pensa, já compra um sem pensar. Quando voltamos pro Brasil, a primeira coisa era comprar um carro. Fomos a algumas feiras de automóveis, o Silvio viu uns anúncios... E aí eu puxei o breque de mão e perguntei: mas a gente precisa MESMO de um carro no momento? Depois de um pouco de conversa o maridão aceitou esperar. Acho que, na vida adulta dele, é a primeira vez sem carro. Mas agora ele admite que, por enquanto, não está fazendo falta.
Táxi em Detroit é impressionante! Contando ninguém acredita.

lola aronovich disse...

Ana, Albuquerque?! Ouvi coisas muito boas daí. Em compensação, me disseram que é que nem Phoenix e L.A.: não dá pra não ter carro por aí. Mas e aí, como é a vida em Albuquerque? Eu tô é com vontade de morar em Fortaleza ou alguma capital nordestina, isso sim! Em que ONG vc trabalha? Eu tenho inveja de quem trabalha pertinho de casa e dá pra ir andando...


Princesa, concordo que, pra fazer mais gente desistir do carro, tem que melhorar o transporte público. Imagino que aí no Rio (e em outras metrópoles) deve ser muito ruim. E isso dos motoristas de vans serem barbeiros é um perigo. Faz muito tempo que não vou ao Rio e, pra falar a verdade, não sinto muita saudade...

lola aronovich disse...

Gio, “trololó” parece uma boa! Mas não é um tanto carinhoso? Eu gostei!


Ah, Leah, minha cunhada tb mora em Pinheiros. É bonito, mas pra mim sempre dava a impressão de ser fora de mão. Quando eu vivi em SP gostei de viver no centro. Morei na São Luís. Mas tem o problema da criminalidade...

lola aronovich disse...

Gi, é isso que ouço falar de L.A. E de outras cidades americanas... Meu pai odiava dirigir. Poucas vezes ele teve carro. Eu e meus irmãos passamos boa parte da nossa juventude andando de táxi. E acho que era mais barato que ter montes de carros, como acontece com as famílias de classe média alta de hoje. Estranho vc gostar de carro e não ter aprendido a dirigir! Bom, eu também nunca consegui aprender em SP. Tinha (tenho) medo de dirigir naquela selva urbana. Só aprendi quando me mudei pra Joinville. Se vc não aprendeu nem namorando professor de autoescola, não vai aprender nunca! Sobre Paris, não conheço, só o aeroporto, mas é toda uma mentalidade diferente. Quando se constrói um país e se prioriza o transporte individual, como é o caso dos EUA, tudo vai girar em torno do carro. Só em NY que é diferente. E a gente vê nos filmes que muita, muita gente não tem carro por lá. E ninguém reclama de viver em NY, que eu saiba!
Agora, o que é isso? Carro que dá choque?! Prefiro ficar sem! Choque de jeito nenhum.

Anônimo disse...

Oi Lola e demais leitores: Feliz 2009! O ano começou de fato hoje pra mim.
Não tenho carro e posso dizer que em 10 anos no plano piloto (centro) de Brasília, não me faz falta.
Pelo menos no plano piloto a oferta de ônibus é mto boa. Mesmo taxi, aqui não usei mais que 3 ou 4 vezes e duas delas à noite.
Mas a oferta de metrô é pèssima, costumamos dizer que o metrô aqui liga nada a lugar nenhum.
Para sermos justos, o metrô liga o plano piloto a Taguatinga, somente uma das várias cidades satélites.
Infelizmente (p/ o trânsito e o meio ambeinte) quem mora nas cidades satélites tem bem menos oferta de transporte público e se tem algum $ acaba comprando carro.
E passagem de ônibus aqui é cara.
Meu namorado, que nâo mora no plano piloto gasta com combustível o mesmo que gastaria com ônibus pra ele compensa mto.
O que me irrita mesmo é ver os carros transportando somente uma pessoa.
E pelo menos aqui, o governo acha que dar carona é fazer transporte pirata, é difícil.

lola aronovich disse...

Mario, acho que vc tinha comentado e eu que havia esquecido. Ué, mas vc pode se expressar abertamento! Eu gosto de como vc é desbocado. Pode responder aos trololós à vontade, sério. Não precisa de salinha especial nem nada. Sinta-se à vontade. Se um completo otário como o you-know-who pode se manifestar pra falar besteira, como que um leitor querido que sempre vem aqui não poderia? Espero que a sua promessa de ano novo de ler mais e escrever menos não se aplique a este blog, Mario!


Ana Rute, é isso mesmo. Passa a ser “o sonho de todo mundo” ter um carro quando faz 18 anos. Mas de sonho não tem muito. É uma das muitas imposições que nos colocam na vida. A gente PRECISA ter um determinado estilo de vida que inclui casar, ter filhos, ter carro, ter casa própria, fazer faculdade, trabalhar até os 70 anos, etc etc etc. E a gente tá tão pré-condicionada a seguir esse padrão que nem questiona. Mas, por exemplo: sabia que nos EUA, até o final da segunda guerra, não era comum ter casa própria? A maior parte alugava a casa onde morava, e ninguém era criticado por isso. Esse era o padrão! Só depois que houve uma mudança de paradigma e foi feita uma enorme campanha pra que as pessoas consumissem cada vez mais, e o “sonho da casa própria” virou realidade. Com carro não é diferente... Mas boa sorte, e espero que vc consiga tirar sua carta!

lola aronovich disse...

Ana, pode mandar pra mim: lola@lost.art.br
O Santiago não consegue ver além do mundinho dele. Não entende que há todo um movimento ecológico (e de esquerda) tentando mudar essa “necessidade” de ter carro. E ele e muitas outras pessoas de classe média têm horror a pobre. “Coisa de pobre” é palavrão! Não poder comprar um carro equivale a um grande fracasso na vida. É uma deficiência muito grande pensar assim.
Nos EUA é muito, muito difícil não ter carro. O maridão sofreu quando foi jogar torneios de xadrez em Chicago, Cincinatti, e inclusive em Detroit. Porque os torneios eram sempre nos subúrbios, longe pra caramba. Tinha lugar onde simplesmente não chegava ônibus. Ou onde os ônibus paravam de funcionar bem cedo. Em Filadélfia ele deu mais sorte (e se programou melhor) porque o torneio era no centro, e ele ficou num lugar perto, walking distance.
E não é impressionante como não tem carro pequeno nos EUA? É raríssimo ver um carro pequeno. Muito estranho...


Oi, Lila! Feliz 2009! Obrigada por contar pra gente como é a situação em Brasília. É isso mesmo que eu ouvi falar: que a cidade é ótima pra quem mora no plano piloto, mas não nas cidades-satélite. Eu estive aí, mas só quando era adolescente, em 84, 85, por aí. Lembro de ter gostado da cidade, mas não o suficiente pra querer morar aí. Nem sabia que Brasília tinha metrô... Quanto tá a passagem de ônibus por aí? Esse é um problema: o preço da passagem. Pra muita gente, é cara demais. Até andar de ônibus deixou de ser acessível à população pobre!

Anônimo disse...

Aqui a passagem é R$ 2,00 no p/ o plano piloto e satélites + próximas.
E R$ 3,00 p/ satélites + distantes.
Só que pelo fato de nem sempre ter ônibus p/ as satélites ou de eles estarem lotados, muitas vezes as pessoas têm que pegar um ônibus p/ rodoviária do plano piloto e de lá pegar outro ônibus p/ satélites, aí o preço já sobe p/ R$ 5,00.
E R$ 10 por dia, convenhamos que fica caro p/ a maioria.
Ah, aqui tb não tem integração ou bilhete único.

Juliana disse...

Eu tô em Detroit, mas ainda estou oficialmente morando em Floripa, sou obrigada a voltar no começo de Fevereiro e voltar a trabalhar. E lá estou trabalhando numa escola do lado de casa.

Vc nunca ouviu o "talk to the hand"? É coisa de criança que não quer ouvir o que vc tem pra falar e te mostra a mão e diz "talk to the hand" tem até em francês "parle a ma main: http://www.youtube.com/watch?v=Q4FamibkUH4

Kaká disse...

Oi Lola! Voltei. :)

Eu sou super a favor do transporte público. Quando estou no Rio eu nem pego no carro do meu pai, acho muito fácil andar de ônibus e metrô, sem contar que o taxi lá é barato. Eu já disse para o meu pai, e fizemos a conta na pont do lápis que sem carro é bem melhor. Aqui em Fortaleza já fiquei sem carro por um ano. Ia de bicicleta para todo lugar. Para mim o sistema de ônibus daqui não funciona muito bem, mas isso é uma opinião pessoal porque sei que tem gente que acha muito bom (e taxi aqui é mais caro que no Rio), e é tão quente durante o dia que tem pouquíssimas pessoas andando na rua. Agora eu tenho um carro, mas uso muito pouco. Adoraria que o tranporte publico da minha cidade fosse eficiente como o de Londres.

E se você precisar de um carro para qualquer coisa você pode sempre alugar (para um fim de semana, ou uma viagem curta) que ainda sai mais barato que ter um.

Acho que já comentei em outro post, mas a vida em Detroit sem carro praticamente não existe (voce deu sorte de ter tudo perto). Eu fiquei na casa da minha tia em Grosse Point e só passava um ônibus por dia, a gente dependia de carona para tudo.

Nesse ponto de transporte público os europeus estão anos luz a frente dos americanos.

Gisela Lacerda disse...

Carros usados muito baratinhos sempre vêm com algum defeito, algum "probleminha", mas nada que não dê para resolver. ;-)) Se ele roda, então tá bom!

Meu pai adorava dirigir, Lola. Dirigia muito bem, por sinal. Vendeu o carro porque não tinha grana para pagar as despesas e tinha uma filha para criar; duas não eram dele (2 irmãs por parte da minha mãe), e bem mais velhas que eu, mas eram "bocas a mais". A pessoa se aposenta e aí já viu, né? Quando eu nasci, meu pai já tinha 46 anos. Teve carro até os 60Acho que tá bom; aproveitou a vida.

Na verdade, não é que eu goste de carros, e assuntos de carro, muito pelo contrário! ;-) Acho alguns carros bonitos: Mercedez, Mini Cooper, Honda, enfim. Simplesmente admiro muito quem sabe dirigir e pode pagar suas contas tendo um carro e sabe dirigir bem, não se estressa. Carro dá liberdade e conforto à pessoa e foi isso que eu quis dizer. A beleza que é você querer sair para algum lugar e poder voltar a qualquer hora sem depender de caronas; sem ter de mendigar a gente egoísta. Por isso, é maravilhoso ter grana para pagar esse luxo. Que lá fora não é luxo. No Brasil chega a ser porque o salário da maioria muitas vezes não cobre os abusos do governo. E as estradas, as ruas não são cuidadas como deveriam ser.

Sobre "maria gasolina", essa expressão é mais usada como brincadeira, para definir meninas que "só" namorariam caras que possuem carro. É besteira, gíria carioca, mas que é bom é bom! Eu sinceramente gosto de namorar homens que têm carro para me levar em tudo quanto é canto! ;-)

Eu não aprendi a dirigir simplesmente porque não era minha prioridade e não tinha dinheiro para comprar um carro e mantê-lo. Mas acho o máximo quem pode ter arcar com as despesas.

ps: esse namorado tinha tempo para os alunos e eu só vivi com ele uns 8 meses. Namoro de 5 anos que nem pode ser considerado namoro! Um horror. Nem quero lembrar. E olha que fiz até aula teórica no Canadá. Acertava tudo e os alunos me pediam dicas. ;-) Pena que o que queria era a prática. NÃO NA NEVE! Merci. Tô fora.

Gisela Lacerda disse...

Kaká, taxi é barato aqui? Quaaando? ;-)) Em Buenos Aires sim é barato.

Gisela Lacerda disse...

A passagem de ônibus no Rio aumentou para 2,20 e com ar-condicionado é mais caro. ;-) Metrô tá 2,60 e estou usando mais porque no momento procuro apês num lugar onde o metrô é o transporte melhor.

Como meu namorado usa muito o carro dia de semana, fica cansado no fim de semana e às vezes pegamos o taxi para curtas distâncias pela zona sul mesmo. Aí é barato, porque duas passagens são 4, 40 e mais a volta.. enfim. Mas aqui o taxímetro já sai bem carinho. No Natal foi um custo para voltar e a distância era curtíssima: ficamos eu, minhas duas sobrinhas, o namorado de uma mais a minha irmã esperando uns 20 minutos e ninguém retornava a ligação. Tudo bem que era Natal.. E para pegar um narua levou um tempinho. Nessas horas.. olha a falta que faz um carro... Aliás, turista desavisado sofre por aqui. Coitados. Tomam cada lavada...

Em Paris só dá gente ligada à máfia.. Altos carrões mas superperigoso. Isso dito.. MULHERES SOLAS. Com homenzarrão do lado tudo fica mais fácil.

Gisela Lacerda disse...

Sem contar no dinheirinho de reserva para o malandrinho babaca do "flanelinha" que acha que está trabalhando. E os "direitos humanos" bradam a favor dessa gente. Credo! Só carioca conhece outro carioca mesmo... O resto não pode falar do que não conhece. E viva o carro para quem pode ter!
;-)

Ana Cristina Powell disse...

Eu moro no New Mexico ha mais de 7 anos e uns 6 em Albuquerque. Tambem morei em Santa Fe que eh uma cidade pequena com o custo de vida altissimo. Se voce for milionario (como muita gente la eh) voce pode ir a opera, teatro, restaurantes caros, galerias de arte o tempo todo. Deve ser otimo. I wouldn't know...
Albuquerque eh bem diferente. Quando me mudei pra ca minha vida era so na University of New Mexico e foi ficando meio chato. Como nao tinha carro so vivia naquela area da cidade e nao conhecia muita coisa. A cidade eh super espalhada mas eu acho que da pra viver sem carro, sim. Se voce morar em certas partes da cidade tem tudo perto e onibus com relativa frequencia. Onde eu moro tem dois supermercados a 3 quadras de distancia e muitas outras coisas super perto. As duas principais linhas de onibus da cidade tambem sao a poucas quadras.
Eu achava que nao tinha nada pra se fazer aqui, ate que recebi hospedes e redescobri a cidade. Tem muita coisa acontecendo, sim. Eu que quase nao vou a lugar nenhum.
E Albuquerque mudou muito nos ultimos 7 anos. O transporte publico melhorou demais e alguams mudancas foram feitas pra facilitar a vida de quem quer andar de bicicleta.
Eu aprendi a gostar daqui, so acho longe do resto do mundo.
Tem muita gente que vem e se apixona logo de cara. Nao foi o meu caso. Quer dizer, eu me apaixonei, mas nao por Albuquerque, pelo meu marido e por isso fiquei.
Eh um lugar de cultura diversificada e isso eh legal.
O clima eh sequissimo e eu sou da praia entao foi dificl de adaptar.
Agora Fortaleza, minha cidade natal, esta ficando uma loucura. Ou eu estou mal acostumada com o ritmo mais lento de Albuquerque.
Ainda adoro passar ferias mas nao sei se voltaria a morar la.
Nossa, escrevi um livro! Sorry.

Kaká disse...

Gi, em Buenos Aires é barato meeeesmo! Nem dá para comparar. :)

É que a minha comparação é entre Rio e Fortaleza. Do aeroporto para minha casa aqui são 11km e o taxi cobra R$30 no taximetro bandeira 1. No Rio eu vou do Leme ao Galeão (30km) por R$40.

Aqui se eu vier da praia de Iracema para casa (3km) o taxi cobra 10 reais. De casa para o shopping (6km) não sai por menos de R$15.
Então, para mim, o taxi no Rio é barato.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Liris Tribuzzi disse...

Fiz a última prova hoje. 20 questões de história.
Como são todas dissertativas, nem compensa olhar gabarito... tenho que esperar até 04 de fevereiro, mas pelo menos não me preocupo mais com isso.

E não conhecia a frase não. Deixa até os trolls mais simpáticos.. hehe

Verônica disse...

eu nem carta tenho. nunca me apeteceu aprender a dirigir. meu irmão tirou carta logo que fez 18 anos e eu nada, até penso que um carro facilitaria a minha vida em São Paulo (e eu também tenho uma criança, fica mais fácil nos locomover), mas quando penso no trânsito, na poluição, nos gastos...desisto!
beijos

Unknown disse...

Quando eu era adolescente, sempre achei que precisava de carro, cheguei a tirar carta e tudo. Quando fui morar em Londres, minha mentalidade mudou ao ver as facilidades do transporte público. Lógico que aqui no Brasil não é tão fácil, já que muitas vezes o sistema de transporte é precário e super lotado, sem contar os engarrafamentos monstros de SP. Quando eu morava em outra casa até que sentia falta de um carro, já que tinha que pegar ônibus pra chegar no metrô (aqui em SP todos os caminhos levam ao metrô). Mas agora que tou morando praticamente do lado de um metrô, minha carteira de motorista está vencida há dois anos e não tenho nenhuma pretensão de renová-la.

Gabriela Martins disse...

Sobre a questão da ecologia e transporte público... eu moro pertíssimo de onde estudo, tenho carro e em 10 minutos chego lá. Como os onibus são muito cheios e eu pego um caminho sem muito trânsito, e costumo carregar muita tranqueira, aí uso o carro sem dó mesmo, porque acabaria gastando em passagem menos do que eu gastaria em gasolina. Fosse o transporte público melhor e mais barato, eu iria com ele mesmo.

Mas tive que deixar o carro na oficina e fiquei uns dois meses sem, e confesso que a experiência não foi ruim. Amanhã eu pego ele de volta, mas já tô pensando em não usá-lo tanto assim mais.

Nos tempos que fiquei sem eu costumava ir pra faculdade de ônibus e voltar a pé mesmo, só questão de organizar horários. E perto de casa tem o ponto inicial de uma linha de ônibus que passa perto da faculdade (opa, resolveu o problema de ir em pé, pego lugar assim que entro) e nem enche tanto até chegar lá. Só é meio chato pq tem que subir um morro, mas isso é problema menor.

Gabriela Martins disse...

(completando o que eu esqueci)

Eu gosto muito de dirigir, mas de uns dois anos pra cá o trânsito de Belo Horizonte ficou péssimo. Parece que de uma hora pra outra brotou o dobro de carro do chão, ruas do centro vivem agarradas, achar vaga em estacionamento é uma merda, etc.

Mais um motivo pra eu pegar ônibus ou carona, pq transito ruim me estressa.

Anônimo disse...

Oi, Lola!

Primeiro, prazer (é a primeira vez que comento no seu blog). Segundo, parabéns! Adoro, leio sempre e já recomendo para várias pessoas.

Quanto ao carro, realmente, é difícil se locomover sem em uma cidade em que o transporte público é péssimo, como a que eu morava anteriormente, Salvador. Os ônibus funcionam de 7h às 22h, e as linhas são desorganizadas e ultrapassadas. Praticamente as mesmas há vinte anos.

Já quando eu mudei para o Rio, a história é outra: ônibus, metrô e trem integrados. O ônibus aqui é 24hrs, e o metrô funciona até 00h30 (na integração). Além disso, como por toda a orla existe ciclovia, e eu moro perto, adquiri um hábito saudável, a bicicleta. Eu e meu namorado já adotamos e somos saudáveis e felizes! E sem carro!

Santiago disse...

Giovani:

Troll em português, numa livre interpretação e não tradução, que dizer gente que pensa e não permite que jornalistas desconhecidos e incompetentes, ou os dois, utilizem blogs para expor seus pensamentos e suas opiniões oligofrênicas. Ou seja, em uma palavra, troll que dizer ANTIDOTO.

Para milhares de blogueiros idiotas, antídoto, ou troll, neles. Quem não quer ser contrariado, que não exponha suas opiniões, quaisquer que sejam, em público. Que vão contar para suas estórias para comadres, ou amigos.

Anônimo disse...

Off topic: Lola, o Ignacio Aronovich que saiu na revista Super Interessante desse mês dando dicas de fotografia é o seu irmão?

Ana disse...

Menina, tu tens sorte. Aqui ou vc é ciclista profissional ou vai acabar precisando de carro. As distãnciasaqui se dividem em:
- onde judas perdeu as cuecas
- onde ele perdeu as meias

Sim, pq as botas já se foram perto do Correio...:-P O único da região.

Gisela Lacerda disse...

Kaká, aqui tem umas coperativas de taxi e quando a pessoa é cadastrada, a corrida sai bem mais barata. Exemplo: Galeão-Ipanema por 30 reais. Tá bótimo! ;-) De resto, aqui de repente é mais barato que Sampa. Não vou a Sampa desde 2002.

Gisela Lacerda disse...

Caramba, dizer se "é pobre ou não" é tão bobinho. Que discussão boba... Ter carro ou não ter não tem muito a ver com ser pobrezinho ou não na minha opinião. Quem pensa assim não conhece pobre mesmo. Todo mundo tem carro hoje em dia, gente. Conheço uma pá de porteiro e lixeiro com salário de fome desfilando com uma Brasília velha feliz da vida. E nem pagam o IPVA. ;-)) Status eu deixo para poucos que se preocupam com essa joça: moram numa kitinete mas tem um p. carro dentro da garagem. Pra quê? Tem uns assim aqui noRio. Isso sim é "coisa de pobre". ;-0

Ah, adorei o comentário da Ana, muito espirituoso.

Gisela Lacerda disse...

ou "nouveau riche" da Barra da Tijuca. hehe

lola aronovich disse...

Sam, concordo plenamente com tudo que vc disse, e não acho que é ser provinciana alertar as pessoas de cidades menores o que pode acontecer se não houver planejamento. SP tem muitas coisas boas, mas a poluição e o trânsito não são qualidades de jeito nenhum. É um preço muito alto a se pagar. Lembro quando eu morava aí: meus olhos viviam irritados, meu nariz entupido... O tempo todo! E isso 15 anos atrás, imagina agora.
Joinville tem o título de “cidade das bicicletas”. Muitos operários, principalmente, vão de bicicleta pras fábricas. E tem aumentado muito o número de ciclovias na cidade. O prefeito eleito, do PT, lembrou que as ruas e estradas com ciclovias não são obra do governo da cidade porque ele é bonzinho. Há uma nova lei nacional que determina que cada quilômetro de rua construída deve ter uma ciclovia. Ou seja, não dá mais pra uma rua ter apenas faixa pra carros. Eu nem sabia disso, mas considero uma ótima notícia. É simplesmente inviável morar numa cidade onde haja um carro para cada duas pessoas. A cidade não comporta. O ar não comporta.


Lila, deveria haver integração e bilhete único aí em Brasília, óbvio. Mas me explica por que o pessoal aí fica elegendo um Roriz da vida?

lola aronovich disse...

Ju, então vc vai voltar pra Floripa em fevereiro? Pensei que vc iria ficar aí em Detroit mais tempo, que iria começar o mestrado, essas coisas. Não?
Nunca ouvi falar desse “talk to the hand”, não. Vivendo e aprendendo...


Kaká, que bom que vc voltou! É, é tudo uma questão de percepção. Em geral considero o transporte público de Joinville excelente, mas tem gente que acha ruim. O mesmo com o de Floripa. Mas tb, eu nunca vou muito longe. Pra quem mora mais longe é diferente, claro.
No começo, lá em Detroit, sofremos com o transporte público. Mas pouco a pouco fomos aprendendo. Deixamos de ir a cinemas que eram difíceis de chegar e descobrimos dois multiplexes em Birmingham. Aí, pronto, beleza. Tinha ônibus a cada meia hora, já que duas linhas passavam por lá. E só precisava pegar aquele ônibus, tanto na ida quanto na volta. Mas nos primeiros dois meses, até descobrir Birmingham, sofremos bastante. E quando fomos a um cinema num domingo em (esqueci o nome do subúrbio) e, pra voltar, esperamos 4 horas no ponto de ônibus?! Ninguém sequer sabia avisar se o ônibus passava ou não. Chamamos um táxi tb, que não veio, pra variar. Finalmente, nossa amiga Andie veio nos resgatar. Senão, teríamos dormido lá no ponto!

lola aronovich disse...

Gi, quando eu nasci, meu pai tinha 44 anos. E eu fui a primeira! Quando minha irmã nasceu, ele já tinha 48. Tem o lado bom de ter um pai maduro, consciente, “preparado”. O lado ruim é que muita gente achava que ele era nossa avô. E que aí, não tem jeito, a gente perde o pai muito cedo (eu tinha 25 anos quando ele morreu. Acho 25 cedo demais pra ficar sem pai!).
Vc está se contradizendo em alguns comentários, Gi! Primeiro diz que “é maravilhoso ter grana pra pagar esse luxo. Que lá fora não é luxo”. Depois diz que no Brasil todo mundo tem carro. Eu não acho que é uma coisa nem outra. Primeiro que não é todo mundo que tem carro mesmo. Alguns pobres têm, mas não são a maioria. Mas também não considero ter carro um luxo. É um meio de transporte individualista. Não admiro alguém por ter carro, ué. Não é tão difícil pra alguém de classe média ter um carro. Esse é o padrão. Admiro mais quem não tem carro porque, de alguma forma, está nadando contra a corrente. Está sendo ecologicamente consciente.
“Viva o carro pra quem pode ter” é um slogan bastante ridículo. É desconsiderar que existe toda uma discussão em torno das alternativas ao carro. E que carro não é algo positivo pra uma cidade. E, de acordo com vc, todo mundo pode ter carro. Então viva todo mundo? Viva o carro? Carros e motoristas de carros não precisam de “vivas” ou defensores, Gi. São o padrão dominante.

lola aronovich disse...

Ana, não sabia que Santa Fe é cidade de rico. Já ouvi falar bastante nela tb. Não é legal quando a gente “redescobre a cidade”? Eu acho! A gente pode viver décadas num lugar sem saber o que ele tem pra oferecer. Mas isso tb tem a ver com a personalidade de cada um. Quando a gente é mais caseira... Albuquerque tá cheio de cactus, como Phoenix?
É, imagino que as capitais nordestinas não sejam mais as mesmas que conheci há quase 20 anos... Mas acho que gostaria de viver numa delas de qualquer jeito.


Kaká, eu nem posso falar de táxi, porque pego pouquíssimo. Mas acho caro aqui em Joinville. Do centro da cidade até a minha casa são 7 km. E a corrida sai por uns 20 e poucos. Acho caríssimo! (achei táxi barato em La Plata, muito mais que em Buenos Aires).

lola aronovich disse...

Li, 4 de fevereiro sai o resultado? E como vc está se sentindo? As expectativas são boas?


Verônica, pois é, quando eu morava em SP eu até tentei tirar carta, fiz autoescola, peguei o pior instrutor imaginável (um que ficava histérico e gritava com a gente), mas nem tinha carro. Logo vi que aquilo não era pra mim, e que eu jamais teria coragem de dirigir num trânisto louco desses. Só em Joinville fui tirar carta, e só muitos anos depois. Mas a verdade? Não gosto de dirigir. Não me dá nenhum prazer.

lola aronovich disse...

Ely, então, a gente muda de mentalidade mesmo. Acho que eu, morando lá em Detroit, tinha todos os motivos pra achar carro algo imprescindível, mas o que acabei constatando é que viver perto de onde a gente trabalha/estuda aumenta MUITO a nossa qualidade de vida. E é muito mais barato. Se eu morasse num lugar com ótimo transporte público, como em várias cidades européias (e esse é um grande indicador da qualidade de vida de um lugar - não quantos carros existem por habitante, mas a qualidade do transporte público), eu realmente não veria qualquer necessidade pra ter carro.


Gabriela, sem dúvida, a gente acaba se acostumando com o carro e não consegue fugir da comodidade. Eu teria carro até hoje se não tivesse morado um ano nos EUA. Porque quando a gente tá temporariamente num lugar, a gente encara vários sacrifícios, e ficar sem carro parecia ser um deles. Mas não foi sacrifício algum! E, em 2007, ainda no Brasil, vendemos o carro um mês antes de viajar, e pensamos: glupt, e agora?! Um mês sem carro! Como vamos fazer? E em pouquíssimo tempo descobrimos que é fácil se virar sem carro e que sai muito mais em conta (eu GOSTO de gastar pouco).
Mas seu carro ficou dois meses na oficina?! Isso é um tempão! Bom, pelo menos valeu pra vc ver que dá pra sobreviver sem carro. Ainda mais se tem uma linha inicial e que vc possa ir sentada num ônibus que nem lota...
Trânsito ruim estressa qualquer um! Então a situação vem piorando em BH?

lola aronovich disse...

Letícia, muito prazer, e muito obrigada por comentar e por recomendar meu bloguinho pra outras pessoas. Ah sim, Salvador não é conhecida por ter um bom transporte público. Um bom motivo, a meu ver, pra eu não querer morar numa cidade. Quem bom que sua experiência com transporte coletivo no Rio seja diferente de outras leitoras cariocas. É uma percepção diferente mesmo. Provavelmente se as pessoas que reclamam do transporte no Rio tivessem vivido numa cidade com transporte muito ruim, como Salvador, veriam o do Rio com bons olhos. Eu certamente acho o transporte de Joinville uma maravilha porque antes vivi 16 anos em SP! Apareça sempre!


Santiago, já sabemos que vc tem o monopólio de ser o único ser pensante no Brasil. Alguma novidade? Agora, sua definição de troll como “gente que não permite que jornalistas desconhecidos e incompetentes utilizem blogs para expor seus pensamentos e opiniões” é um primor! NÃO PERMITE? Vc deve sentir muita falta da ditadura. Pessoas que vc julga incompetentes não podem expor sua opinião? E é vc quem decide? Uau. Depois me diga como vc vem sendo bem-sucedido em NÃO PERMITIR que eu exponha minha opinião, seu bundão.

lola aronovich disse...

Débora, sim, o Ig é meu irmão. Acho que ele tem um blog na Super Interessante. Ele e minha cunhada, a Lou, são grandes fotógrafos. Tenho grande admiração pelo trabalho deles.


Ana, esqueci onde vc mora! É, isso de andar de bicicleta é uma ótima alternativa pra muita gente... mas não pra mim. Não ando de bici faz umas três décadas, e nunca fui muito boa nisso (eu caía). Se eu pudesse usar bicicleta com rodinhas, talvez... Mas tem muita cidade onde é difícil viver sem carro. Sem dúvida! Eu gostaria de evitar essas cidades, mas nem sempre dá.

Giovanni Gouveia disse...

Lola, pior, no lugar de Roriz o DF colocou Arruda, aquele que chorou no escândalo do painel...
Sobre transporte público em Salvador, lá está o melhor transporte público do brasil, o Elevador Lacerda... ;)
Por estas bandas nordestinas o transporte tem mudado, Recife, e as cidades da Região Metropolitana montaram um consórcio, e boa parte dos destinos é integrado, o que significa, apesar de pegar, às vezes, dois ônibus e um metrô, pagar uma única passagem, que varia de 1,10 (menores distâncias) a 2,75 (maiores distâncias, que pode se estender até uns 50km, ou mais), se bem que vem reajuste por aí...
Sobre o trânsito caótico de sampa, teve uma revista de turismo que falou das belezas de Pernambuco e outros quetais e arrematou mais ou menos assim: "Agora, se você gosta de adrenalina, vá numa locadora alugue um carro e pegue o trânsito do Recife, serão emoções inenarráveis..."

And, don't forget. Don't feed the trolls, or the Antidote...
Aliás, se existe um antídoto significa que há um veneno, aí vai minha homenagem:
"Venenosa, ê,ê,ê,ê,ê, erva venenosa, ê,ê,ê,ê, é pior do que cobra cascavel, seu veneno é cruel..."

Juliana disse...

Então, o mestrado, se rolar, só começa em setembro... torce por mim aí =)

Anônimo disse...

Oi, Lola!

Eu gostaria muito de não precisar de carro. Acho um luxo! Não gastar dinheiro, não ser aborrecer no trânsito, etc. Mas moro no meio do mato a 5 km do ponto de ônibus mais próximo. Não consigo encarar. Mesmo assim, quando vou à civilização encosto o carro nalgum estacionamento do tipo grande e barato e do lado do metrô (só conheço assim o estacionamento do metrô Barra Funda) e faço tudo de metrô. Engraçado andar assim no subterrâneo, faz muito pouco tempo me dei conta que a Av Consolação é pertinho da Praça da República, andando por baixo da terra não dava para perceber, rsrsrs!
Bjs,

Anália

Gisela Lacerda disse...

Lola, tem uma frase maravilhosa do Walt Whitman:

"Do I contradict myself? Very well then I contradict myself, (I am large, I contain multitudes.)"

Eu continuo achando que seu pensamento é muito em linha reta, coisa de Mercúrio em Gêmeos: ´"um lápis é um lápis e eu não posso filosofar".

Usei essa frase porque adoro ela. Mas apesar disso, não há nenhuma contradição no que disse.

Se você quer lógica, então lá vai! Já estudei isso também.

Meu pai era 46 anos mais velho do que eu; tinha fôlego de garotão, cabelo branco cedo e eu puxei isso. Ele dirigia muito bem, gostava de ter um carro e vendeu para poder ter dinheiro sobrando para mais coisas. A contradição quem fez foi você no primeiro comentário tentando fazer com que a história de meu pai tivesse a ver com "gostar de carros" ou " não gostar de carros". A questão era simplesmente de cunho financeiro.

Nunca tive carro, mas acho muito bom ter e se eu tivesse dinheiro suficiente teria um. Daí, você confundiu tudo dizendo que eu amava carros. Nada a ver o c. (ops, tem crianças assistindo!) com as calças.

É maravilhoso ter grana para poder ter carro e pagar as despesas mas ao mesmo tempo é ridículo achar que quem possui um carro é rico. Não há absolutamente nada de conraditório no que eu disse. Muitos pobres têm carrosim. Desculpe, mas se em Santa Catarina não é assim, aqui no Rio é. Conheço muita gente que só usa o carro na sua vizinhança, mas tem um, ora bolas!

Eu nunca falei aqui que a maioria tem carro. Falei que é insano dizer que "ter carro é para rico". Mas as pessoas que têm carro novo, como status e "prezam" pela "honestidade", pagam suas continhas para não serem pegos em delito. Mas é fácil ter carro e não pagar nada disso. Vai no interior de qualquer cidade brasileira e você vai ver isso. Tem até o quadro "Lata Velha" no programa "Caldeirão do Huck". Ops, não sei se você vê tv. Mas fica aí uma dica.

Carro "é um meio de transporte individualista"? Lola, tu és comunista? O mundo já mudou faz tempo. E mesmo que não tivesse mudado, não tem nada a ver de dizer que carro é isso. Realmente até em Cuba as pessoas têm seu carrinho e aqueles para serem vendidos como obras de arte em antiquários! ;-))

Não disse em nenhum momento que admiro alguém por ter carro; admiro tanto o "lata velha" que mantém seu "lata velha" com dinheiro suado. E admiro aqueles que podem sim agar suas contas e não ficam endeusando quem não tem carro e quem é "do povo". Isso sim é tolice. Eu não endeuso. Eu admiro uma pessoa que sabe administrar seu dinheiro sem precisar cortar de nenhum dos lados.

Não ter carro não "é nadar contra a corrente", Lola. Você deve estar meio bloqueada, então, por achar isso. Sinto que você justifica muito sua condição supostamente livre de bens materiais quando na verdade você gostaria é de ter muito mais e morar em cidades grandes. É uma percepção; não vá ficar chateada comigo. ;-)

E outra: você anda perdendo o senso de humor. Senso de humor é melhor que "bom humor", porque o segundo é forçado e não dá espaço para ironias. Seja mais leve. Não leia tudo ao pé da letra. Meu "viva" foi para brincar, meu Santo Cristo pai nosso! ;-))

Gisela Lacerda disse...

O que eu quero dizer é que apesar de eu ter percebido isso em você e em muita gente na "blogosfera", não acho mesmo que você seja aquele tipo hipócrita.

Quem está satisfeito não precisa ficar dizendo e repetindo o tempo inteiro (esse é o jeitão hipócrita):

"estou satisfeito com meu marido, filhos, casa simples, meus dons e opiniões políticas e escassez de bens materiais e sem carro, e sem roupas mais "assim e assado" e sem vaidade, e sem isso e aquilo"

E aí o resto fica se sentindo meio anormal por encontrar seres humanos tão "espiritualmente desenvolvidos" e capazes de "viver sem luxo" como se isso fosse uma qualidade acima da média. Acho tolo, porque vivemos para acumular mesmo. A diferença é que alguns acumulam bolinhas de gude e traques mil que, juntos valem 800 dólares e outros preferem ter uma bolsa da Louis Vitton (eu acho horrível; prefiro Marc Jacobs e Samsonite na novalinha-maravilha, hehe) que vale 700 dólares ou mais. Enfim, questão de prioridade, mas ninguém é melhor do ninguém e o fato de eu "admirar" é puramente pessoal. E isso não significa "endeusar" e eu tenho direito de dar minha opinião sem ter de ser qualificada como "pior do que as outras". ;-)

Gisela Lacerda disse...

"Pardon-me", "des-qualificada". ahahahah Tá muito engraçada essa prosa de carro. Já vi tanta gente criticando quem é consumista; não falo de ti, hein. Nem com a conta bancária da Gi Bundchen eu seria consumista, mas acho triste quando alguém brada contra a bolsa cara tal enquanto coleciona bungingangas. Não tem a mínima diferença!

Gabriela Martins disse...

Sim, Lola, meu carro ficou com um bom tempo na autorizada. Aqui em Bh teve uma chuva de granizo que amassou a lataria dele todinho, e como o seguro e o registro dele estão na cidade dos meus pais, pra lá que ele foi mandado. E como não botaram imediatamente na oficina, acabei ficando uns dois meses sem (se bobear foi até mais).

Mas achei a experiência ótima. Claro que tinha hora que dava uma frustração de leve pq eu sabia "pô, um carro aqui facilitaria horrores", mas sabe que foi boa a redescoberta? Voltei a andar a pé, coisa q eu gostava. Outro dia mesmo saí pra voltar de ônibus de madrugada e acabei chegando em casa as 9 da manhã... hehehe, já tô saindo do assunto.

A Mary V. tocou num ponto importante, coisa que já conversei com amigos meus: carro é sinônimo de status, principalmente pra classe média. Eu tenho 2 primos que estudam, trabalham e ainda moram com os pais, os dois de carro novo na garagem. Vivem comprando acessório pros respectivos carros, e o de um deles não completou nem 3 anos e ele já quer trocar.

Minha irmã idem, começou a trabalhar e comprou um. Ela mora em outra cidade e não sei das necessidades dela de transporte, mas todo mundo achou lindo, comemorou a "conquista".

O problema do carro é justamente ele ser um meio de transporte individual. Acho que é normal, visto que numa família padrão cada um trabalha e desenvolve as suas atividades num lugar. É nessa hora que o transporte coletivo deveria ser bom, que deveriam haver alternativas como o metrô (o de BH é pequeno, cobre quase nada).

Acho que não dá pro número de carros em circulação aumentar sem parar, uma hora a corda vai arrebentar. Já está arrebentando em muito lugar, aliás.

Gisela Lacerda disse...

Esqueci o mais importante: Lola, por mais que a lembrança às vezes se apague, ter um pai e uma mãe mesmo que por pouco tempo é uma dádiva! Digo sempre para todos darem valor, porque ficar sozinha no mundo (ainda que a gente tenha alguns familiares, namorado, amigos) é duro demais. Sensação de abandono. Veja sua irmã e sua mãe que lindas; me parecem companheiras! Que trio vocês, hein! Eu perdi minha mãe aos 8, 9 anos e meu pai (desculpe falar toda hora, é a saudade!) em setembro de 2007 e sabia que o perderia. Isso que é brabo; hjoje em dia sou superparanóica com morte. A da minha avó queridona foi em 2001. Sinto muuuuita falta dela. Eles sim merecem nosso "viva". hihi

Denise Arcoverde disse...

Lola, eu adoro não ter carro, acho uma super economia!

E olha, não é em todos os EUA que é como Detroit (que é a terra das fábricas de automóveis, né? em Washington e em NYC a gente não precisa de carro pra nada.

Em Washingotn eu vivia muito, muito bem sem carro, o metrô é fantástico, vai pra todo canto e de cada estação, tem mais um monte de ônibus.

Aqui em Seul, é melhor ainda, uma maravilha! pra quê carro!? e como eu não sei dirigir gosto mais ainda :-)

Beijocas!

lola aronovich disse...

Gio, ah, teve o Arruda depois do Roriz... Como é que pode? E o pior é que foi o pessoal das cidades satélites que elegeram esses podres, não?
Que bom que houve uma reformulação do transporte público por aí. Mas o preço da passagem é um problema sério. É muito caro pra muita, muita gente. Tem pobre que não pode pegar ônibus. E aí até o transporte público vira coisa pra classe média (baixa, em geral). Recife tem metrô? Que bom, eu nem sabia!
E os trololós... Tem gente que não tem muito que fazer na vida. Sabe que uma vez, não faz nem tanto tempo (acho que foi em 2006 ou 05, quando eu ainda era assinante do Estadão), eu mandei uma carta criticando alguma coisa dos tucanos, e a carta foi milagrosamente publicada? Só que eu fiz o grave erro de mandar o meu email. E aí já viu: teve um leitor asqueroso que vive de mandar pra todo mundo que aparenta ser de esquerda correntes falando mal do PT, do Lula, da esquerda, de tudo que é movimento social. Eu pedi pra ele inúmeras vezes pra parar de mandar, porque não tenho interesse por emails “gerais” de qualquer tipo, mas não. O cretino achava que era sua missão na vida encher o saco de petistas. Entrei em contato com outras pessoas da lista e elas comprovaram. Fiquei recebendo essas correntes durante um ano e meio... Quer dizer, eu rapidamente excluí seu endereço, mas mesmo assim atrapalha. Imagina quando um carinha desses descobrir os blogs?


Ju, tô torcendo. Então vc volta pro Brasil em fevereiro e depois em agosto pra Detroit? Esses são os planos? Ah, gostei do joguinho que vc me mandou por email. Acho que vou adaptar e usar...

lola aronovich disse...

Analia, morando no meio do mato a 5 km do ponto de ônibus, não tem como prescindir de um carro. Mas interessante isso que vc diz sobre perceber que Consolação e República ficam pertinho. A percepção que a gente tem de uma rua certamente é diferente quando a gente anda nela a pé, de bicicleta, de ônibus, de carro ou de metrô... Não ter carro possibilita olhar as coisas por outro ângulo (e, algo fundamental: se colocar no lugar do pedestre).

lola aronovich disse...

Gi, eu gosto dessa frase do Walt Whitman. Mas mais uma vez vc tá se contradizendo. Primeiro põe essa frase do Whitman defendendo as contradições, pra em seguida dizer que você não se contradisse. É só que fica difícil argumentar com alguém que se contradiz tanto. O negócio do seu pai gostar de carro e o meu pai não foi algo que eu entendi. Eu só aproveitei a deixa dos nossos pais terem idades parecidas quando nos tiveram e como o relacionamento deles com carros não era tão comum. As suas contradições vieram depois. Não tenho tempo pra reler o que vc escreveu, mas acho que foi “Hoje todo mundo tem carro”. Que é bem diferente de dizer que “muito pobre tem carro”.
Carro é um meio de transporte individual. Essa é uma definição comum, não é coisa de comunista. Mas é um meio individualista tb. Vc concorda que, se todo mundo tiver carro, o mundo simplesmente morre? Que é duro viver numa cidade enorme como SP porque ela não comporta tantos carros (1 pra cada 2 pessoas) e por causa da poluição, e que esses indicadores apontam uma má qualidade de vida pra todo mundo?
Como assim, Gi, “nao ter carro não é nadar contra a corrente”? Vc nega que, pra uma certa classe social, fazer 18 anos é sinônimo de tirar carta e ter um carro? Que as pessoas fazem isso até sem pensar, até sem ter real necessidade de um carro? Recusar seguir esse padrão (e outros padrões) é, sim, nadar contra a corrente.
Sobre a sua percepção sobre mim, minha resposta ficou longa demais e deve virar um post. Em breve.
Acho que meu senso de humor segue vivo e forte, Gi. Só porque eu não vejo graça nenhuma em horóscopo?
Não acho que quem se diga feliz com o que tem está sendo hipócrita. As pessoas são diferentes. Nem todo mundo tem que seguir o que manda a cartilha. Tem sim bastante gente que vive fora do padrão e é feliz. E não acho que essas pessoas digam isso ou vivam assim pra se passarem por “espiritualmente desenvolvidas”. Inclusive, o que vejo nessas pessoas mais “fora da caixa” é que elas não estão nem aí pro que os outros pensam delas. Tem que ser assim, porque a patrulha é grande.
Discordo totalmente que vivemos pra acumular. “Viver sem luxo” é uma necessidade pro planeta sobreviver. Pelo jeito, Gi, tem muita coisa que vc vê como opção pessoal, “bom pra quem pode ter”, mas ignora um contexto muito maior.

lola aronovich disse...

Gabriela, puxa, uma chuva de granizo fez o seu carro ficar dois meses em oficina? Maior preju! Gosto da sua definição: é isso mesmo, uma “redescoberta”. Não dá pra ficar fingindo que carro é uma opção pessoal que não traz graves consequências pro meio ambiente. Traz, sim. É um problema sério, que precisa ser discutido.


Dê, pois é, não ter carro seguramente é uma economia. Mas sabe, em NY eu concordo que dá pra viver numa boa sem carro, mas em Washigton? Eu passei uma semana lá e senti a falta de um carro. A gente ficou na casa de uns amigos que moram no subúrbio. Chegando no metrô não tinha problema, mas e até chegar lá? Não era fácil, havia pouquíssimos ônibus, com horários limitados, e havia dias sem ônibus nenhum. Acho que, quando se mora pertinho do metrô, ajuda muito. Mas eu gosto muito de Washington. Já tinha estado lá em 85, e voltei em 07.
Aí em Seul vc parece estar super bem servida pelo transporte público, hein? Não seria um paraíso se todas as cidades priorizassem o transporte público ao invés do individual?

Gisela Lacerda disse...

Lola, usei a frase do Walt Whitman apenas para dizer que os seres humanos são contraditórios e isso está sempre vivo em qualquer debate lógico, inclusive. Acho normal e corriqueiro, porque a contradição anda junto com o raciocínio, a liberdade e porquê não, o pensamento lógico. Só que no caso desses comentários postados aqui você enxergou daquela maneira habitual, como se o contraditório fosse maluco. É a mesma coisa quando se referem à palavra "utopia" como sendo "quimera, ilusão", coisa "inexistente", "impossível". As palavras têm vida e se casam - como dizia Machado de Assis!

E a contradição aqui nos meus comentários nada mais é do que eu falando comigo mesma, com as pessoas e acrescentando realidades diferentes das minhas (não sou egoísta e olho um mundo ao meu redor) e encontrando exatamente o seu discurso no fim das contas, isto é, que as pessoas são diferentes: uns têm carro e outros não! Simples e concordamos.

As discordâncias surgem quando você diz "não ter carro é nadar contra a corrente". Nadar contra a corrente na minha opinião é não fazer auto-escola e não aprender a dirigir e isso está no início da vida. O "ser do contra" vem depois, porque a pessoa já tem o caráter formado, e é capaz de tomar decisões, inclusive (e lamento até) de acordo com seus princípios políticos, o que acho extremamente limitador porque vai contra o que o ser humano é de verdade: um tremendo desejoso de coisas e pessoas. E espiritualista também, junto de tudo isso. A minha brincadeira foi com aquela galera boçal que ainda vê os velhotes de Cuba com bons olhos.

Aí reside nosso impasse e só você não percebeu onde havia a diferença.

Em relação ao senso de humor, não foi nem isso que quis dizer. Usei a expressão errada. Talvez o problema seja o excesso de materialismo onde ele não deveria estar. Você tem sisudez aparentando não ter. É aquela coisa da palavra, de ser turrão; você não consegue transgredir os significados. Não tem nada a ver com Astrologia e sim perceber quando alguém é espontâneo e faz um comentário brincalhão como se estivesse numa mesa de bar e diferenciar isso de um "discurso acadêmico" ou uma conversa mais, digamos, sério, como agora.

Responder da mesma forma, sem precisar abrir um inquérito, querendo tudo explicadinho quando o outro lado falou "poxa, acho que você é boa de garfo porque é taurina, ou caneceriana" . A conversa fica chata quando alguém responde meio ranzinza "ah, não gosto de horóscopo". Putz, se isso não é mau humor, então...

Por isso que existem os "tais trolls" aqui; eles percebem isso, pintam e bordam!

Eu acho voc~e uma simpatia respondendo a todos, ´já disse. Mas sinto isso. Todos estão livres aqui para falarem o que percebem uns dos outros.

Mas a blogosfera tá cheia de gente (especialmente mulher) que não sabe o que é ironia e não consegue "pescar" as coisas e responder de igual pra igual, dependendo do interlocutor. ;-)em gente que nasce sabendo, mas outros levam anos.

E eu acho chato isso, apesar de gostar de visitar seu blog.

Anônimo disse...

A falta de um carro e do status maldito que ele traz foi responsável por uma das maiores tristezas por que passei na vida quando ainda era estudante universitário.

Nessa época eu era completamente apaixonado por uma mulher lindíssima, inteligente, charmosa e que gostava de carro. Que azar. Eu trabalhava o dia inteiro e o dinheiro que entrava mal dava para cobrir as despesas de casa, faculdade, ônibus. Carro então, nem pensar. O problema maior era que eu, enquanto jovem de 20 anos, acreditava no amor (podem rir), que apesar dos problemas a gente ia ficar junto e que tudo se resolveria. É claro que não aconteceu nada disso. Certo dia, a minha amada, idolatrada, pôs fim ao namoro incipiente da maneira mais dolorosa que um apaixonado é capaz de suportar. Você é pobre e não tem carro. Uma humilhação. Chorei por meses (podem gargalhar).

Depois de mais de dez anos, consegui me estabelecer e hoje tenho dinheiro para comprar uma dezena de carros se eu quiser. Mas não quero. Fico com nojo só de imaginar que uma mulher está comigo por causa de um maldito carro. Prefiro morrer solteiro.

Akei disse...

Desculpa comentar num post tão antigo, mas preciso dizer q foi ótimo de ler ^^

Sabe, quando eu tinha 17 anos e estava no colegial, a maioria dos meus colegas falavam "mal posso ver a hora de fazer 18, tirar minha carta de motorista e parar de pedir pros meus pas me levarem pra lá e pra cá"...eu acho q tenho complexo de Peter Pan porque eu era a única pessoa q ñ queria completar 18 anos, ñ queria dirigir, nem beber legalmente ou poder ir pra cadeia...hj estou com 23 e ainda ñ tirei minha careira de motorista, nunca gostei de carros e nem da idéia de dirigir...
Estou muito bem andando de ônibus, metro e taxi...eu só evito os horários de pico e tá tudo certo ^^

No fim acho q gosto da idéia de q dirijam pra mim hahaha LIKE A DIVA <3

mas parabens de novo pelo post...estou AMANDO seu blog <3

bezzo ;***

Nathalia ॐ disse...

Oi Lola, fico muito feliz quando leio seus textos pois sinto que vou me libertando dos "padrões" de gente que pensa como o Santiago, isto é, grande maioria. Faz algum tempo que tenho pensado em comprar um carro, moro com minha mãe, que passou um tempo fora do Brasil e nem renovou a carteira ainda. Caminhamos, pegamos ônibus, tenho minha bike... Enfim, hoje me acostumei em não ter carro. Às vezes me sinto como uma pessoa comentou, mal, pois alguns nos olham como se fossemos "coitadinhas", mas penso em investir meu dinheiro em algo que me de algum retorno, tipo uma viagem, ou apenas fazer como vc, ir guardando essa grana. Agora sei que não ter carro não me faz ser MENOS que os que tem.