O filme não resolve se quer botar a culpa na ciência ou no demônio, e opta por uma explicação não muito convincente do tipo "A culpa é do Zacarias" (só vendo pra saber do que tô falando). As referências a suspenses melhores abundam, principalmente à "A Profecia", já que a mãe corre sérios riscos, o que fez com que eu e o maridão travássemos o seguinte diálogo. Eu: "Por que essa obsessão do filho querer matar a mãe? Geralmente eles gostam de matar o pai. O tal Complexo de Édipo". Ele: "Mas eles têm que treinar com alguém". No fundo, o elemento mais sobrenatural de toda a trama é que ainda role sexo num casamento de vinte anos. Aliás, captei duas reações mais ou menos interessantes do público: uma foi dos homens, toda vez que a Rebecca aparecia de calcinha, e a outra foi quando o menininho cospe numa professora. O quê, num filme supostamente de terror as reações deveriam ser de medo?! Não aqui.
Há em "O Enviado" duas cenas do além. Uma é de uma babá que o Greg nunca viu na vida que abre a porta pra ele e conta como ela tentou matar um garoto ruim. Pensei que no fim ela fosse dizer, "Mas então, se quiser posso cuidar do seu filho. Tenho referências". Outra é quando um sujeito está com a cabeça aberta numa igreja pegando fogo e no instante seguinte o mesmo carinha surge noutro lugar pra salvar alguém. Outro clone, suponho. Tem também uma cabaninha, local recorrente no filme, que é minúscula. Não cabe mais de uma pessoa lá. Mas lá pelas tantas um dos personagens faz um tour homérico lá dentro, sem esbarrar em ninguém, quando de repente a gente descobre que praticamente toda a população da cidadezinha tá escondida lá. O mundo pode ser pequeno, mas as cabaninhas são gigantes. E, se a gente detesta o final, que é de fato tenebroso, não precisa se preocupar. Parece que ele é apenas um dos sete que o diretor filmou. E se este foi o escolhido, tenho calafrios só de imaginar os demais.
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